Dezembro de 2001 - Eb1 + Jardim de Infancia
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No dia 1 <strong>de</strong> <strong>Dezembro</strong><br />
comemorou-se um feriado.<br />
Mas feriado porquê? É preciso<br />
recuar muito no tempo para<br />
perceber a importância <strong>de</strong>sta<br />
data. Assim, vamos até 1554,<br />
nessa altura nascia um bebé<br />
cujo nome seria Sebastião,<br />
poucos anos passados este<br />
bebé, agora já um jovem<br />
herdou o trono <strong>de</strong> seu avô, D.<br />
João III, porque, apesar <strong>de</strong><br />
este ter tido vários filhos,<br />
todos eles acabaram por<br />
falecer precocemente. Como<br />
era menor, ficou como<br />
regente sua avó D. Catarina.<br />
Acusada <strong>de</strong> sofrer influências<br />
da Corte espanhola, pe<strong>de</strong> a<br />
<strong>de</strong>missão <strong>de</strong> regente nas<br />
Cortes <strong>de</strong> Lisboa <strong>de</strong> 1562,<br />
continuando, no entanto, como<br />
tutora <strong>de</strong> D. Sebastião. Foi eleito<br />
como regente, nessa altura, o car<strong>de</strong>al<br />
D. Henrique, tio <strong>de</strong> D. Sebastião.<br />
D. Sebastião teve uma educação<br />
cuidada, mas era <strong>de</strong> um<br />
temperamento e humor variáveis,<br />
sujeito a períodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão, e <strong>de</strong><br />
carácter um pouco influenciável por<br />
aqueles que o cercavam. As lutas que<br />
entretanto houve no Norte <strong>de</strong> África,<br />
como na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> Mazagão, levavamno<br />
a pensar em futuras acções em<br />
África.<br />
Quando atinge os catorze anos, em<br />
1568, D. Sebastião toma conta do<br />
governo e logo trata <strong>de</strong> reorganizar o<br />
exército, preparando-se para a guerra.<br />
Entretanto, para o país, o gran<strong>de</strong><br />
problema era o da sucessão do rei, pois<br />
era solteiro e parecia não se preocupar<br />
com isso, tendo-se malogrado várias<br />
negociações matrimoniais,<br />
circunstância que D. Sebastião atribui<br />
ao facto <strong>de</strong> não ter prestígio militar, o<br />
que o leva a sonhar cada vez mais com<br />
gran<strong>de</strong>s feitos heróicos. Na Corte<br />
FLORESCER<br />
tentam fazer-lhe ver o perigo <strong>de</strong> tais<br />
acções sem primeiro ter assegurado a<br />
sucessão. Mas D. Sebastião ignora tais<br />
conselhos e, em 1572, <strong>de</strong>ixa a regência<br />
a D. Henrique e faz uma viagem pelo<br />
Norte <strong>de</strong> África. O pretexto que D.<br />
Sebastião aguardava aparece com um<br />
problema surgido no Magrebe. D.<br />
Sebastião toma partido por uma das<br />
partes, sonhando dominar essa área e<br />
recuperar as praças antes<br />
abandonadas. O próprio rei, contra<br />
todos os conselhos, parte à frente <strong>de</strong><br />
um exército que ele próprio preparara.<br />
Apesar <strong>de</strong> toda a bravura no combate,<br />
o exército português foi <strong>de</strong>rrotado em<br />
Alcácer Quibir, e nessa batalha morre<br />
o rei D. Sebastião e uma gran<strong>de</strong> parte<br />
da juventu<strong>de</strong> portuguesa. Este<br />
<strong>de</strong>sastre vai ter as piores consequências<br />
para o país, colocando em perigo a<br />
sua in<strong>de</strong>pendência.<br />
Com a morte <strong>de</strong> D. Sebastião,<br />
e não tendo este sucessor directo, é o<br />
car<strong>de</strong>al D. Henrique que sobe ao<br />
trono. Mas o problema sucessório,<br />
que angustiava os portugueses,<br />
6<br />
DO NEIVA<br />
mantém-se, pois D. Henrique, além<br />
<strong>de</strong> ser eclesiástico, era já velho.<br />
Entretanto, em 1580, morre o car<strong>de</strong>al<br />
D. Henrique e o problema da<br />
sucessão contínua por resolver. Nessa<br />
altura é nomeada uma Junta<br />
Governativa, <strong>de</strong> cinco elementos, até<br />
à eleição do novo rei. Depois <strong>de</strong> um<br />
período <strong>de</strong><br />
instabilida<strong>de</strong> em<br />
1580, o reino <strong>de</strong><br />
Portugal passou a<br />
estar unido ao reino<br />
<strong>de</strong> Espanha por união<br />
dinástica. Filipe I<br />
(Filipe II <strong>de</strong> Espanha)<br />
jurou, nas Cortes <strong>de</strong><br />
Tomar (1581),<br />
respeitar as leis e os<br />
costumes <strong>de</strong><br />
Portugal, entre os<br />
quais a manutenção<br />
da língua portuguesa<br />
como única língua<br />
oficial. Inicialmente,<br />
esta união era<br />
<strong>de</strong>sejada pela nobreza<br />
e pela burguesia que assim tinham ao<br />
seu alcance o alargamento do<br />
protagonismo político e comercial,<br />
uma vez que a Espanha era na altura<br />
um dos reinos mais po<strong>de</strong>rosos e<br />
influentes<br />
d a<br />
Europa.<br />
Este<br />
optimismo<br />
f o i<br />
<strong>de</strong>fraudado<br />
n o<br />
reinado<br />
d e<br />
Filipe<br />
I I I<br />
(Filipe<br />
IV <strong>de</strong><br />
Espanha).<br />
O Feriado Histórico:<br />
Este monarca, mais arrogante<br />
em relação aos direitos dos<br />
portugueses, optou por não<br />
respeitar o juramento das<br />
Cortes <strong>de</strong> Tomar e unificou<br />
institucionalmente as duas<br />
coroas. Por outro lado,<br />
verificou-se um certo<br />
<strong>de</strong>scontentamento por parte<br />
<strong>de</strong> alguns nobres que por<br />
razões <strong>de</strong> distância se viram<br />
afastados da Corte, situada em<br />
Madrid. Por seu turno, a<br />
burguesia viu-se afastada dos<br />
negócios ultramarinos da<br />
Espanha e assistiu à progressiva<br />
perda das possessões<br />
portuguesas no ultramar:<br />
holan<strong>de</strong>ses e ingleses atacavam<br />
as colónias portuguesas, sem<br />
que Madrid tomasse alguma<br />
iniciativa para as <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.<br />
A este clima <strong>de</strong> insatisfação veio<br />
juntar-se o <strong>de</strong>scontentamento do<br />
povo, que, nas “Alterações <strong>de</strong> Évora e<br />
do Algarve”, em 1637, se manifestou<br />
contra a fome e a subida do preço do<br />
trigo.<br />
Porém, o povo não participou no<br />
golpe palaciano que, a 1 <strong>de</strong> <strong>Dezembro</strong><br />
<strong>de</strong> 1640, restituiu o governo à Casa<br />
<strong>de</strong> Bragança. A Restauração ficava a<br />
<strong>de</strong>ver-se a um grupo <strong>de</strong> nobres e <strong>de</strong><br />
letrados, e nem mesmo o oitavo<br />
duque <strong>de</strong> Bragança teria participado.<br />
O oitavo duque <strong>de</strong> Bragança,<br />
influenciado por Richelieu, que lhe<br />
havia prometido apoio militar caso ele<br />
se revoltasse contra a Espanha, acabou<br />
por acudir aos <strong>de</strong>sejos dos<br />
organizadores do golpe <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong><br />
<strong>Dezembro</strong> e foi coroado a 15 <strong>de</strong><br />
<strong>Dezembro</strong> <strong>de</strong> 1640. D. João IV, no<br />
sentido <strong>de</strong> consolidar a Restauração,<br />
<strong>de</strong>senvolveu a diplomacia e organizou<br />
o exército.<br />
D. João IV enviou diplomatas às<br />
principais cortes europeias com o<br />
objectivo <strong>de</strong> conseguir o<br />
reconhecimento da in<strong>de</strong>pendência e<br />
<strong>de</strong> obter apoios financeiros e militares.<br />
Foi necessário justificar que D.<br />
Jornal “Florescer do Neiva” <strong>Dezembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2001</strong>