Projeto Arara-azul - Viva Marajó
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Casos de Sucesso na Educação Ambiental<br />
WWF: abreviatura de<br />
7World Wildlife Fund,<br />
organização não-governamental<br />
que apóia projetos de<br />
conservação da natureza em<br />
diversas regiões do mundo.<br />
Seu símbolo, um urso-panda,<br />
é bastante conhecido e tornou-se<br />
uma “marca” da conservação<br />
da biodiversidade.<br />
8 Biometria: trabalho de<br />
medição e/ou pesagem<br />
de um animal, que pode ser<br />
feito tanto com o animal vivo<br />
como com ele morto. Em<br />
estudos ecológicos é mais<br />
comum a prática em animais<br />
contidos, com ou sem o uso<br />
de anestésicos, dependendo<br />
da espécie.<br />
própria, e o que era projeto de pesquisa passou a ser um projeto de vida. Em 1994,<br />
a pesquisadora ingressou no Centro de Ensino Superior de Campo Grande, instituição<br />
pela qual passou a desenvolver o projeto. Ao longo de toda a história do projeto<br />
foram vários apoios, como da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e da<br />
Toyota do Brasil, e atualmente Neiva é professora na Universidade para o Desenvolvimento<br />
do Estado e Região do Pantanal (Uniderp), onde coordena o projeto. O<br />
projeto ainda mantém as parcerias com a WWF-Brasil e com a Toyota, contando<br />
ainda com o apoio da Pousada Caiman e patrocínio da Fundação Manoel de Barros,<br />
da Brasil Telecom, da Vanzin Escapamentos, da BR Tintas, do Criadouro Asas<br />
do Brasil, da Ecotrópica Alemanha / GNF e da Bradesco Capitalização.<br />
As principais metas e atividades<br />
do <strong>Projeto</strong> <strong>Arara</strong>-<strong>azul</strong><br />
Atualmente, as principais metas a serem atingidas pelo projeto são a manutenção<br />
de uma população viável de araras-azuis na natureza a médio e longo prazo<br />
e a conservação da biodiversidade. O <strong>Projeto</strong> <strong>Arara</strong>-<strong>azul</strong> desenvolve atividades de<br />
pesquisa, manejo e conservação da espécie, que vão desde o trabalho técnico de<br />
pesquisa sobre seus hábitos até atividades de educação ambiental para diferentes<br />
públicos.<br />
Participam do projeto biólogos, veterinários, assistentes, auxiliares de campo,<br />
fazendeiros e estudantes universitários, em um dia-a-dia que envolve um conjunto<br />
diverso de atividades. Podem ser citados a recuperação de ninhos naturais e<br />
artificiais; o monitoramento de ovos e filhotes; a biometria8; a coleta de material<br />
biológico; a marcação de filhotes (anilhas ou microchips); o monitoramento dos<br />
filhotes após deixarem os ninhos; a realização de palestras para hóspedes do Refúgio<br />
Ecológico (R.E.) Caiman e da Pousada <strong>Arara</strong>úna, locais onde o projeto é<br />
desenvolvido; o atendimento no Centro de Visitantes do projeto, localizado no<br />
R.E. Caiman; o trabalho de educação voltado para a conservação com fazendeiros<br />
e peões; o trabalho de educação e de resgate da cultura pantaneira; o artesanato<br />
com crianças no R.E. Caiman; a realização de visitas monitoradas de turistas nos<br />
locais de realização do projeto.<br />
Na época da reprodução, de julho a março, os ninhos são monitorados mais<br />
intensamente para garantir que os filhotes cheguem com saúde à vida adulta. Os<br />
ninhos que não estão em condições para abrigar o casal e seus filhotes são consertados<br />
conforme as suas respectivas necessidades; se o oco é muito grande,<br />
facilitando a entrada de predadores, a equipe diminui; se entra água, conserta-se;<br />
se é muito raso, aprofunda-se; ou seja, é um trabalho constante em prol da sobrevivência<br />
da maior arara do mundo. Além disso, há os ninhos artificiais, que não<br />
foram bem aceitos de início pelas araras-azuis.<br />
Em 1997, foram instalados os primeiros ninhos artificiais em fazendas do<br />
pantanal sul-mato-grossense. Mesmo não sendo muito bem aceitos pelas ararasazuis,<br />
esses ninhos foram ocupados pelas espécies que disputam o manduvi com<br />
a arara-<strong>azul</strong>, como os tucanos, as araras-vermelhas, gaviões, corujas, patos e urubus,<br />
colaborando indiretamente com a arara-<strong>azul</strong>, pois aumentou suas chances de<br />
conseguir um tronco de manduvi para fazer seu ninho.