No rumo certo - Tribunal Regional Federal da 4ª Região
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Maio de 2010<br />
Aterrissagem cara<br />
Varig terá de pagar R$ 129 milhões para Infraero<br />
Em janeiro, o tribunal negou a apelação<br />
<strong>da</strong> Varig e condenou a empresa a<br />
pagar mais de R$ 129 milhões à Empresa<br />
Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária<br />
(Infraero). A dívi<strong>da</strong> resultou<br />
<strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> infraestrutura aeroportuária<br />
para pouso, permanência e<br />
auxílio à navegação aérea de janeiro a<br />
novembro de 2004. A decisão foi <strong>da</strong> <strong>4ª</strong><br />
Turma.<br />
A Varig recorreu ao TRF4 após a sentença<br />
de 1º grau ser favorável à Infraero. A<br />
empresa aérea alegou ocorrência de erros na<br />
cobrança de tarifas e solicitou o recálculo dos<br />
valores.<br />
O desembargador federal aposentado<br />
Valdemar Capeletti, na época ain<strong>da</strong> em ativi<strong>da</strong>de,<br />
pontuou que as tarifas são cobra<strong>da</strong>s<br />
de acordo com informações presta<strong>da</strong>s pelas<br />
próprias empresas aéreas a partir de suas rotas<br />
de voos e que, ocorrendo alterações, os<br />
novos <strong>da</strong>dos podem ser informados a qualquer<br />
tempo para que a Infraero possa fazer<br />
as modificações.<br />
Em contraparti<strong>da</strong>, a Infraero apresentou<br />
Tempo hábil<br />
A 3 ª Seção do TRF4, especializa<strong>da</strong><br />
em matéria previdenciária<br />
e de assistência social, decidiu,<br />
em abril, por unanimi<strong>da</strong>de, considerar<br />
válido o tempo de serviço<br />
rural desempenhado por menores<br />
de 14 anos em regime de economia<br />
familiar para o cômputo<br />
<strong>da</strong> aposentadoria.<br />
Dessa forma, o tribunal se<br />
alinha à jurisprudência do Supremo<br />
<strong>Tribunal</strong> <strong>Federal</strong>, que en-<br />
Getty Images<br />
Decisões<br />
faturas comprovando<br />
a existência<br />
<strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> e demonstrou<br />
ter realizado<br />
inúmeras tentativas<br />
de cobrança na<br />
via administrativa<br />
sem que a Varig<br />
buscasse formas<br />
para realizar o pagamento.<br />
Quanto ao processo<br />
de recuperação<br />
judicial do patrimônio <strong>da</strong> Varig, que<br />
tramitava na Justiça Estadual do Rio de Janeiro,<br />
a Turma entendeu que a decisão não<br />
prejudica o plano de recuperação e continui-<br />
História no céu<br />
Pele branca<br />
Jornal do TRF4 | 11<br />
Sylvio Sirangelo<br />
A Varig (Viação Aérea Riograndense) foi cria<strong>da</strong> em maio de 1927, sendo a primeira companhia<br />
aérea do Brasil e uma <strong>da</strong>s mais antigas do mundo. Depois de manter-se por mais de 60 anos na<br />
liderança do setor dentro do país, entrou em crise financeira, resultante do acúmulo de dívi<strong>da</strong>s,<br />
de gestões ineficientes e do congelamento <strong>da</strong>s tarifas nas déca<strong>da</strong>s de 80 e 90. Após uma tentativa<br />
de reerguer-se com a aju<strong>da</strong> de um plano de recuperação judicial, acabou sendo vendi<strong>da</strong> em 2007<br />
para a Gol Transportes Aéreos.<br />
tende ser possível o cômputo do<br />
tempo a menor de 14 anos.<br />
Ao julgar ação rescisória ajuiza<strong>da</strong><br />
contra decisão <strong>da</strong> 5ª Turma<br />
<strong>da</strong> corte, que deixou de computar<br />
o período referente ao trabalho<br />
agrícola exercido pelo autor <strong>da</strong><br />
ação entre os 12 e os 14 anos, os<br />
desembargadores que integram a<br />
3ª Seção entenderam que o período<br />
deve ser considerado.<br />
Segundo o relator do recurso,<br />
desembargador federal Celso<br />
Kipper, o tribunal segue assim o<br />
entendimento do Supremo.<br />
Ele aponta que considerar<br />
esse tempo não legitima o trabalho<br />
infantil, pois a norma constitucional<br />
é clara quanto à proibição.<br />
O que faz o STF é tentar<br />
fazer justiça, não desconsiderando<br />
o tempo de trabalho exercido<br />
por menores nessas condições<br />
para obtenção de seus direitos<br />
previdenciários decorrentes do<br />
ato-fato-trabalho.<br />
Em fevereiro, a Corte Especial manteve, por unanimi<strong>da</strong>de, a<br />
proibição do uso de aparelhos de bronzeamento artificial no país. A<br />
decisão é váli<strong>da</strong> até que seja julgado o processo movido pela Associação<br />
Brasileira de Bronzeamento Artificial (ABBA) contra a decisão<br />
<strong>da</strong> Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir o<br />
procedimento estético.<br />
Após ter a prática proibi<strong>da</strong> pela Anvisa, a ABBA ajuizou, no início<br />
de janeiro deste ano, ação na <strong>4ª</strong><br />
Vara <strong>Federal</strong> de Porto Alegre e<br />
obteve liminar que suspendia a<br />
Resolução 56/09 até o trânsito<br />
em julgado do processo.<br />
A Anvisa interpôs recurso<br />
no tribunal e obteve a suspensão<br />
<strong>da</strong> liminar em 22 de janeiro,<br />
em despacho do vice-presidente,<br />
desembargador Élcio<br />
Pinheiro de Castro. A decisão<br />
foi posteriormente ratifica<strong>da</strong><br />
pela Corte Especial.<br />
O presidente do TRF4 e relator<br />
do processo, desembarga-<br />
<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa, já que aquele processo já<br />
tinha sido encerrado em setembro de 2009.<br />
AC 2005.71.00.001164-4/TRF<br />
dor Vilson Darós, reproduziu em seu voto os argumentos de Castro,<br />
segundo o qual “o interesse econômico de uma pessoa não pode prevalecer<br />
sobre a preservação <strong>da</strong> saúde de incontáveis seres humanos,<br />
cuja fragilização seria irreversível”.<br />
AR 2002.04.01.050791-4/TRF SL 0001782-44.2010.404.0000/TRF<br />
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