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Prosa romântica: Bernardo Guimarães e Visconde ... - marcelo::frizon

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No final do relato, contudo, esta crítica amena e humorística transforma-se<br />

quase em um panfleto contra o domínio absoluto que, dentro do código<br />

patriarcalista, os pais tinham sobre os filhos.<br />

5) Importante ressaltar que o simplório Pereira, além de possuir boa<br />

índole, ama desesperadamente a filha. Portanto, também ele nos é mostrado<br />

como vítima dos costumes patriarcais.<br />

6) Meyer, o naturalista alemão, sábio das coisas da ciência, porém incapaz<br />

de perceber a estreiteza moral do mundo em que está metido, é um dos<br />

protagonistas mais engraçados da ficção brasileira do século XIX. Suas<br />

trapalhadas são impagáveis.<br />

7) O romance apresenta uma curiosa mescla de linguagem culta urbana e<br />

termos regionais (arcaísmos, corruptelas, provérbios, expressões típicas).<br />

Estes "regionalismos", na sua maioria, são explicados pelo próprio autor, em<br />

notas ao pé das páginas. O resultado dessa junção é uma prosa bastante viva,<br />

colorida e com acentos humorísticos na sua formulação. Veja-se um exemplo:<br />

E mulher, prosseguiu o mineiro (Pereira) com raivosa volubilidade, é<br />

gente tão levada da breca, que se lambe toda de gosto com ditinhos e<br />

requebros desta súcia de embromadores. Com elas, digo eu sempre, não há<br />

que fiar...Má hora me trouxe este alamão...Mil raios o rachem!...Tenho<br />

agora que ficar de alcatéia...meter-se em tocaia e fazer fogos para que o<br />

braicá não me entre no galinheiro. Ora que tal! (...) Já estou enfernizado<br />

com o tal homem...

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