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Sinfonia crescente<br />
Nenhum fósforo em casa? Logo agora, numa tarde de sábado. Droga, e já deve<br />
estar quase tudo fechado; se já fechou a venda aqui embaixo... nossa, nem quero<br />
pensar... vou lá rapidamente. Hm, devia trocar o short, ou ao menos colocar uma<br />
cueca... nada, melhor eu correr antes que feche, a essa hora não tem ninguém lá, além<br />
do dono. Nossa, a porta da frente já está fechada, melhor correr direto para os fundos,<br />
sem problemas se já está fechando, é só uma caixa de fósforos.<br />
– Uma caixa de fósforos, por favor. Quanto é?<br />
Puxa, o bolso desse short é chatinho, interno e pequeno, difícil retirar as<br />
moedinhas de dentro dele, mas elas saem: dez, quinze... com certeza tem mais.<br />
Droga, não encontro as moedinhas, e a dona da venda já impaciente, suspirando, de<br />
olho no meu bolso conferindo cada níquel que sai, isso aqui já está fechado e eu só<br />
estou atrasando... mais uma, ah, de cinco... melhor desistir de encontrar moedas e dar<br />
logo uma nota. Aqui está.<br />
Ah, o troco, moedinhas... puxa, e ela colocando aqui pertinho de mim... nossa,<br />
meu short... olhando agora, em frente às moedinhas de troco, nunca tinha percebido<br />
que era tão transparente, deve ser efeito da contra-luz vinda da porta, e eu devia<br />
mesmo ter posto uma cueca, dá para ver a coisa aqui, deitada, esparramada no balcão<br />
bem em frente às moedas; nossa, e a dona vem com a mão bem na direção dela,<br />
colocou mais umas moedinhas, bem perto, virando a moedinha para ver o número.<br />
Faltando troco, ela foi pegar mais, mas parece que há algo errado, ela vem e<br />
retorna no meio do caminho, parece atarantada, vasculha o dinheiro, vem, para no<br />
meio, volta... chegou com mais moedinhas, contando, colocando as moedinhas perto<br />
de mim. Essa mão avançando para perto me excita; é involuntário, a coisa começa a<br />
crescer. Puxa, isso é quase engraçado; é o que está atrapalhando, tirando sua<br />
concentração; ela não consegue tirar os olhos da coisa crescendo aqui em frente,<br />
fazendo crescer mais, pulsar. Ela se perdeu quando eu pulsei, perdeu as contas,<br />
recolheu todas as moedinhas e voltou apressada para o fundo da loja, vai pegar mais<br />
troco, ou então contar tudo por lá para manter a atenção. Que interessante ter a<br />
capacidade de controlar sua mente com gesto tão sutil; que estranho poder de<br />
interferência em sua mente, de desconcentrá-la tão prontamente.<br />
Como me estimula a respiração que eu noto daqui de mais de uns três metros de<br />
distância da mulher na penumbra, descompassada e profunda, afetando a minha do<br />
mesmo modo, me forçando a acompanhar seu ritmo. Ela volta a me olhar sem nunca<br />
erguer a vista, não me fita nos olhos, mantém o foco embaixo. Tento um impossível<br />
contato visual, em vão.<br />
Ela inspira profundamente e se dirige a mim novamente, dessa vez com decisão.<br />
Recomeça a contagem das moedas; deposita mais uma vez os cobres sobre o balcão,<br />
mas seus olhos se cravam de novo na coisa que endurece e pulsa instantaneamente,<br />
fazendo a mulher congelar após um suspiro. Sou obrigado a engolir em seco,<br />
simultaneamente ela também o faz, e novamente se desconcentra, volta ao fundo da<br />
loja em busca de mais moedinhas.<br />
Só agora começo a reparar em seu corpo, em suas ancas, em seu vestido<br />
parecendo mais justo que antes, delineando a cintura. Ela solta os cabelos e os agita