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José Penedos vai sair definitivamente da administração<br />
da REN. Depois de ter sido constituído<br />
arguido no caso Face Oculta, Penedos suspendeu<br />
o mandato. Agora, a REN tem uma nova admi-<br />
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www.economico.pt<br />
mobile.economico.pt<br />
TERÇA-FEIRA, 2 DE MARÇO 2010 | Nº 4831<br />
PREÇO (IVA INCLUÍDO): CONTINENTE 1,60 EUROS<br />
Opinião José Eduardo Moniz antecipa<br />
que a situação social e económica do<br />
país vai piorar em 2011. ➥ P4<br />
Economia Dificuldades<br />
financeiras levam câmaras<br />
a vender património. ➥ P12<br />
José Penedos afastado<br />
em definitivo da REN<br />
Após suspender mandato, antigo presidente fica fora da nova administração.<br />
João Jardim<br />
garante mais<br />
verbas do<br />
Governo para<br />
obras na Madeira<br />
As pazes entre José Sócrates e Alberto João<br />
Jardim foram ontem sublinhadas em Lisboa.<br />
A polémica lei das Finanças Regionais vai<br />
ficar suspensa enquanto for preciso dinheiro<br />
para reconstruir a ilha. ➥ P6 A 10<br />
Mau tempo continua<br />
a fazer vítimas em<br />
Portugal e na<br />
Europa. Ontem<br />
ocorreu acidente<br />
mortal nos Açores.<br />
Ventoeachuva<br />
vão manter-se<br />
hoje e amanhã.<br />
A ondulação deverá<br />
continuar forte.<br />
nistração, que vai contar com dois executivos indicados<br />
pelo Estado. Rui Cartaxo, que assumiu<br />
interinamente o lugar de José Penedos, recebeu o<br />
apoio dos privados e vai liderar a REN. ➥ P28<br />
Paulo Figueiredo<br />
Pedro Queiroz Pereira,<br />
líder da Portucel, é um<br />
dos 50 empresários que<br />
acompanha o primeiro-<br />
-ministro a Moçambique.<br />
DIRECTOR ANTÓNIO COSTA DIRECTOR EXECUTIVO BRUNO PROENÇA DIRECTORA-ADJUNTA CATARINA CARVALHO<br />
SUBDIRECTORES FRANCISCO FERREIRA DA SILVA E PEDRO SOUSA CARVALHO<br />
Grupo Portucel<br />
garante vendas<br />
de 578 milhões<br />
em Moçambique<br />
José Sócrates inicia hoje visita a Moçambique. Entre as personalidades<br />
que o acompanham está Manuel Alegre. ➥ P26<br />
Desemprego já atingiu<br />
580 mil portugueses<br />
em Janeiro ➥ P14<br />
Universidades Empresas<br />
aderem aos jogos de gestão para<br />
recrutar talentos. ➥ SUPLEMENTO<br />
FACE OCULTA<br />
Pinto Monteiro<br />
espera apoio<br />
do Ministério<br />
Público<br />
➥ P20<br />
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Novo produto<br />
de poupança<br />
rende mais que<br />
Certificados<br />
de Aforro<br />
As novas Obrigações do Tesouro<br />
para as famílias vão estar à venda<br />
a partir de Junho e serão vendidas<br />
aos balcões dos CTT. ➥ P38<br />
▲ PSI 20<br />
▲ IBEX 35<br />
▲ FTSE 100<br />
▲ Dow Jones<br />
▼ Euro<br />
▼ Brent<br />
1,52%<br />
0,98%<br />
0,96%<br />
0,76%<br />
-0,62%<br />
-0,81%<br />
7.674,33<br />
10.434,90<br />
5.405,94<br />
10.403,79<br />
1,356<br />
76,97
2 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
A NÃO PERDER<br />
02.03.10<br />
■ Câmaras vendem património para<br />
enfrentar dificuldades financeiras. Lisboa,<br />
Porto, Sintra, Oeiras, Setúbal e Faro<br />
aumentaram as suas estimativas para a<br />
venda de património este ano, como forma<br />
de obter receitas extraordinárias. ➥ P12<br />
■ Os líderes parlamentares da oposição<br />
estiveram ontem a ultimar o âmbito da<br />
comissão de inquérito, que se restringirá<br />
ao comportamento do Governo no negócio<br />
PT/TVI e à actuação do primeiro-ministro.<br />
PCP e CDS queriam mais. ➥ P18/19<br />
■ Portucel estima aumentar exportações<br />
de Moçambique em 587 milhões de euros,<br />
com o projecto que está a implementar.<br />
O caso Portucel é emblemático do<br />
investimento português naquele país, que<br />
Sócrates visita a partir de amanhã. ➥ P26/27<br />
■ Maior feira europeia de tecnologia e<br />
telecomunicações arranca hoje em<br />
Hannover, e marca as tendências com a<br />
tridimensionalidade à frente. A CeBIT dura<br />
até sábado e tem a presença da Google e<br />
da Amazon pela primeira vez. ➥ P34/35<br />
■ Preços dos hotéis caíram 15% em<br />
Portugal no ano passado. Seguindo a<br />
tendência mundial os preços dos quartos<br />
baixaram em média para os 82 euros por<br />
noite, segundo o estudo anual Hotel Price<br />
Index, do Hotels.com. ➥ P36<br />
■ Inapa sobe 6,35% na véspera de se<br />
estrear no PSI 20, onde substituirá hoje<br />
a “despromovida” Teixeira Duarte. Ontem<br />
foram transaccionados dois milhões de<br />
acções da Inapa e um milhão de papéis da<br />
construtora, que caíram 1,67%. ➥ P41<br />
■ Como jogo contra a China amanhã,<br />
chegou a hora de Queiroz decidir entre<br />
escolhidos e proscritos. A ausência de<br />
Coentrão e a chamada de Varela foram as<br />
surpresas da convocatória. Ronaldo avisa<br />
que o jogo é para ganhar. ➥ P48/49<br />
■ Espanha investe em comunicação para<br />
sair da crise, com as Câmaras de Comércio<br />
e as principais empresas do IBEX 35 a<br />
lançarem a 360ª campanha publicitária<br />
com vista a mudar o estado de espírito dos<br />
espanhóis eareactivaroconsumo.➥ P52<br />
■ Jornais ‘online’ superam Imprensa em<br />
popularidade nos EUA, segundo um estudo<br />
daBBC.AInternetéaterceiraplataforma<br />
mais utilizada para aceder às notícias,<br />
apenas com a TV â frente (canais locais em<br />
primeiro e nacionais em segundo). ➥ P53<br />
SOCIEDADE ABERTA<br />
Paulo Marcelo<br />
Jurista<br />
PSD na encruzilhada<br />
Enquanto o país se afunda numa grave crise política e<br />
económica, sem que o Governo consiga inverter o plano<br />
inclinado onde se colocou, o maior partido da oposição<br />
vai ter eleições internas dentro de um mês. Nesta conjuntura<br />
pesada, os militantes do PSD ganham um duplo poder.<br />
Não só escolher o seu próprio líder, mas também o<br />
mais que provável próximo primeiro-ministro de Portugal.<br />
Depois de um período de indefinição, numa espera ao<br />
estilo de Godot, como aqui escrevi, existem agora três<br />
fortes candidatos. Antes de continuar, em nome da transparência,<br />
quero aqui fazer o meu registo de interesses.<br />
Vou apoiar Paulo Rangel nestas eleições directas.<br />
A decisão solitária do eurodeputado causou estranheza<br />
em certas pessoas. Alguns esperavam ser informados, ou<br />
mesmo consultados, antes da decisão de avançar. Esse<br />
lado rangeliano independente, quase solitário, foi visto por<br />
alguns inicialmente como uma debilidade. Mas pode vir a<br />
tornar-se uma vantagem. O facto de avançar sem exércitos,<br />
como garante Rangel, nem compromissos com notáveis<br />
ou estruturas partidárias, permite-lhe falar de ruptura<br />
(uma palavra-chave no seu discurso: “não basta mudar é<br />
preciso romper”) com maior coerência. E pode dar-lhe liberdade<br />
para cortar a direito se vier a ganhar. Lembro que<br />
o PSD já teve outros líderes, como Cavaco Silva, que<br />
conquistaram o partido de fora para dentro.<br />
Não sou dos que vêm a juventude, só por si, como uma<br />
vantagem. Mas no actual estado de coisas, prefiro algúem<br />
novo, não tanto em idade, mas sobretudo se estiver menos<br />
comprometido com os interesses e cumplicidades que dominam<br />
os partidos nacionais. O percurso académico e profissional<br />
de Paulo Rangel aumenta-lhe a independência.<br />
Rangel pertence a uma nova geração política emergente.<br />
Uma geração menos marcada pela revolucão e pelos seus<br />
quadros mentais. Essa circunstância permite-lhe avançar<br />
com um processo de clarificação ideológica e programática<br />
que se torna urgente no PSD. Por outro lado, o facto de Rangel<br />
nunca ter trabalhado com Cavaco Silva, nem no governo<br />
nem no partido, dá-lhe uma natural distância do actual<br />
Presidente que pode ser vantajosa.<br />
Rangel tem um discurso vivo<br />
e acutilante, longe do politiquês<br />
habitual. Esse registo diferente<br />
permite-lhe ser ouvido tanto<br />
pelas elites como pelo povo.<br />
Como líder parlamentar e candidato europeu, Rangel<br />
mostrou um discurso vivo e acutilante, longe do politiquês<br />
habitual. Esse registo diferente permite-lhe ser ouvido<br />
com atenção. Apesar de politicamente denso, sem<br />
precisar de exibir erudição ou citar livros que nunca leu,<br />
os “statements” curtos de Rangel parecem chegar tanto<br />
às elites como ao povo. Essa capacidade de comunicação,<br />
sobretudo televisiva, que faltou a Ferreira Leite em<br />
momentos chave, é um trunfo essencial num futuro líder<br />
político, como penso virá a ser Paulo Rangel daqui a pouco<br />
tempo. ■<br />
paulopesmarcelo@gmail.com<br />
AFRASE<br />
“Os efeitos financeiros<br />
da Lei das Finanças Regionais<br />
ficarão suspensos...”<br />
—José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal<br />
O primeiro-ministro anunciou ontem que o Governo<br />
vai apresentar no Parlamento uma “lei extraordinária”<br />
de apoio à reconstrução da Madeira, ficando a lei das<br />
Finanças Regionais, entretanto, suspensa. ➥ P4/10<br />
José Reis Santos<br />
Historiador<br />
O país onde vivemos<br />
Portugal já foi um país com uma imprensa de respeito, livre e<br />
independente. Hoje, por diversas razões, estamos rendidos<br />
ao imediatismo sensacionalista efémero. À parangona fácil e<br />
à desinformação condicionadora. Pouco importa a veracidade<br />
ou a pertinência do objecto noticiado. Pouco importa a<br />
legalidade no acesso à informação ou a verificação dos factos.<br />
Esta reflexão resulta da análise às constantes “notícias” sobre<br />
os apoios que o Simplex (blogue de apoio ao PS nas eleições<br />
legislativas) terá recebido por parte do Governo. Apoios,<br />
entenda-se, financeiros e logísticos. Fui, como sabem, um<br />
dos coordenadores do Simplex. E não recebi nada por isso.<br />
Tive uma participação voluntária num projecto que procurava<br />
apoiar a vitória do PS nas recentes eleições legislativas; projecto<br />
que hoje voltava a liderar. Admito que causámos “estragos”,<br />
não só porque dominámos o debate na blogosfera (mais<br />
de 5000 visitas/dia contra pouco mais de 2000/dia no Jamais),<br />
ou porque escrevíamos no Diário <strong>Económico</strong> todos os<br />
dias (juntamente com o Jamais); mas porque fomos uma voz<br />
socialista – com força e ouvida - num espaço de comunicação<br />
geralmente dominado pela direita e pela extrema-esquerda.<br />
Sobre a questão financeira estamos falados. É mentira que o<br />
Simplex tivesse alguma vez sido apoiado.<br />
A verdade é que hoje vivemos<br />
num país amordaçado.<br />
Novamente amordaçado.<br />
Sobre a questão logística é verdade que as pessoas que escreveram<br />
no Simplex tinham informação política. Informação<br />
pública e publicitada, entenda-se. Afinal estamos a falar<br />
de um blogue político de apoio a um projecto político. Não<br />
seria estranho que tal não acontecesse? Não tem o Pacheco<br />
Pereira, por exemplo, acesso a informação, quando escreve?<br />
Qual é então a notícia? Nenhuma. O interesse jornalístico<br />
deste assunto é, como se vê, zero. Já o interesse político é elevado.<br />
Importa atacar o PS e o governo socialista, e contribuir<br />
para o clima de suspeição e de conspiração. Só assim se entendequeumapráticalegítimaeexpectávelcomoéautilização<br />
de informação pública por parte do Simplex seja motivo<br />
de apreciação tão escandalosa.<br />
A verdade é que hoje vivemos num país amordaçado.<br />
Novamente amordaçado. Já não nos capa a liberdade o ferro<br />
da ditadura ou a guilhotina da censura. Já não nos perseguem<br />
nem nos ameaçam nas ruas ou no trabalho. Tudo é<br />
mais subtil. Disfarçam-se ataques políticos com peças<br />
informativas; e jornalistas e directores de jornais assumem o<br />
papel dos novos censores. Publicam, sob o manto da imparcialidade,<br />
mentiras, meias-verdades e boatos. Tudo que justifique<br />
mais uma venda, mais um ataque ao Governo (que<br />
vende). Tudo o que menospreze ou condicione a governança<br />
do país e os seus principais actores políticos. E queixa-se a<br />
direita (ou alguma desta) que não tem liberdade de expressão?<br />
Pois para mim tenho que só a direita (e a extrema-esquerda)<br />
têm hoje essa liberdade. Liberdade e impunidade.<br />
Ser hoje da esquerda socialista e democrática, do PS, é quase<br />
um crime de lesa-pátria, o que prova o sucesso da campanha<br />
condicionadora do debate público que referi. O exemplo<br />
da perseguição ao Simplex é apenas um, entre muitos. É<br />
apenas mais um exemplo do estado do país onde vivemos. ■<br />
O NÚMERO<br />
580 mil<br />
Em Janeiro, havia 580 mil<br />
desempregados em Portugal,<br />
o equivalente a 10,5% da<br />
população activa - mostram<br />
os dados divulgados ontem<br />
pelo Eurostat. Mas os<br />
economistas acreditam que<br />
o número de pessoas à procura<br />
de trabalho atingia os 600 mil<br />
durante este ano. ➥ P14
João Paulo Dias<br />
A FACE VISÍVEL<br />
Miguel Coutinho<br />
miguel.coutinho@economico.pt<br />
OProcuradornaguerradoPSD<br />
A que ponto chegou a Justiça em Portugal? Ao exacto ponto<br />
em que a demissão do Procurador-Geral da República é um banal assunto<br />
da campanha interna do PSD. Em duas penadas: Pedro Passos Coelho<br />
defendeu a substituição do Procurador e Paulo Rangel diz que pedir<br />
a demissão de Pinto Monteiro é “estar a ajudar o Governo”.<br />
As divergências entre os dois candidatos devem ser lidas à luz de uma<br />
campanha eleitoral que está a subir de tom. Porém, o tacticismo excessivo<br />
de Paulo Rangel não ofusca o que é relevante: a linguagem cifrada de Pinto<br />
Monteiro e as suas contradições permanentes não dignificam o cargo<br />
e fragilizam aquele que deveria ser um dos garantes da aplicação da Justiça<br />
em Portugal. O essencial: Pinto Monteiro é vítima de si próprio<br />
e não de uma batalha no maior partido da Oposição.<br />
Presidente Nuno Vasconcellos<br />
Vice-presidente Rafael Mora<br />
Administradores Paulo Gomes e António Costa<br />
Directora Administrativa e Financeira Elisabete<br />
Seixo Director Geral Comercial Bruno Vasconcelos<br />
Director de Operações e Controlo Pedro Ivo de<br />
Carvalho<br />
RedacçãoRua Vieira da Silva, nº45, 1350-342 Lisboa,<br />
Telf.213236700/213236800-Fax213236801<br />
Delegação Porto Edifício Scala, Rua do Vilar, 235-<br />
4º, 4050-626 Porto, Telf. 22 543 90 20 - Fax 22<br />
609 90 68<br />
deconomico@economico.pt<br />
Director António Costa<br />
Director-executivo Bruno Proença<br />
Directora-adjunta Catarina Carvalho<br />
Subdirectores Francisco Ferreira da Silva<br />
ePedroSousaCarvalho<br />
Editores Executivos Miguel Costa Nunes e Renato Santos<br />
Editora de Fecho Gisa Martinho Grandes Repórteres<br />
Ana Maria Gonçalves, Herminia Saraiva, Ligia<br />
Simões, Luís Rego, Maria Teixeira Alves e Nuno Miguel<br />
Silva Destaque Mónica Silvares (Editora) Economia<br />
Manuel Esteves (editor), Marta Moitinho Oliveira<br />
(coordenadora), Alexandra Ferreira, Cristina Oliveira,<br />
Denise Fernandes, Luis Reis Pires, Margarida Peixoto,<br />
Paula Cravina de Sousa e Pedro Romano Política Francisco<br />
Teixeira (editor), Mariana Adam (coordenadora),<br />
Alda Martins, Catarina Duarte, Catarina Madeira, Márcia<br />
Galrão, Susana Represas, Pedro Quedas e Tatiana<br />
Canas Empresas Filipe Alves (editor), Eduardo Melo<br />
(coordenador), Ana Baptista, Carlos Caldeira, Catia Simões,<br />
Hugo Real, Marina Conceição e Sara Piteira<br />
Mota Finanças Tiago Freire (editor), Alexandra Brito<br />
(coordenadora), Bárbara Barroso, Catarina Melo, Maria<br />
Ana Barroso, Marta Reis, Marta Marques Silva, Rui<br />
Barroso, Sandra Almeida Simões e Tiago Figueiredo<br />
Silva Universidades Madalena Queirós (editora), Andrea<br />
Duarte, Ana Petronilho e Carla Castro Fora de Série<br />
Rita Ibérico Nogueira (editora), Ana Filipa Amaro e<br />
Rita Saldanha da Gama (coordenadoras), Madalena<br />
Haderer, Lurdes Ferreira (secretariado), Paulo Couto<br />
(director de arte), Inês Maia (paginação) Outlook Isabel<br />
Lucas (editora), João Pedro Oliveira (coordenador),<br />
António Sarmento, Angela Marques, Barbara Silva,<br />
Joana Moura e Cristina Borges (assistente) Projectos<br />
Motel não, hotel<br />
Uma lei, que entrará<br />
em vigor em 2011, proíbe<br />
as designações de motel,<br />
albergaria e pensão.<br />
Os proprietários dos motéis<br />
são os mais inconformados<br />
e dizem que o nome só por si<br />
identifica uma área<br />
de mercado. Têm razão:<br />
é totalmente diferente dizer:<br />
“Fui ao Hotel Paraíso”<br />
ou “Fui ao Motel Paraíso”.<br />
É todo um imaginário que se<br />
perde. Mas, o legislador<br />
acha que o hotel é mais fino.<br />
Àporrada<br />
Numa entrevista ao<br />
Diário <strong>Económico</strong>, Carvalho<br />
da Silva diz recear “mais<br />
tentativas de porrada<br />
sobre os trabalhadores”.<br />
E acrescenta que sempre<br />
que os sindicatos “meteram<br />
a cabeça em compromissos<br />
amplos, foi-lhes apertado<br />
o pescoço”. A linguagem<br />
física do líder da CGTP<br />
é deliberada: prepara o<br />
ringue para novos combates.<br />
Aguardam-se tempos<br />
de porrada.<br />
“<br />
A comissão de inquérito<br />
não vai dar em nada”,<br />
ANTÓNIO ALMEIDA<br />
SANTOS,<br />
presidente do PS, sobre<br />
a comissão de inquérito<br />
que investiga o envolvimento<br />
do Governo no caso PT/TVI.<br />
Será um desejo muito forte<br />
ou da falta de fé que o expresidente<br />
da Assembleia<br />
da República tem no<br />
trabalho dos deputados?<br />
Especiais António de Albuquerque e Irina Marcelino<br />
(editores), Ana Cunha Almeida, Dircia Lopes, Inês QueirozeRaquelCarvalhoOpiniãoRicardodaCostaNunes<br />
(editor) e Madalena Leal DE online Pedro Latoeiro<br />
(coordenador) , Rogério Junior (webdesigner), Cristina<br />
Barreto, Eudora Ribeiro, Mafalda Aguilar, Nuno<br />
Barreto, Pedro Duarte e Rita Paz Media Eduarda Carvalho,<br />
Rebeca Venancio (estagiária) e Margarida Henriques<br />
Infografia Susana Lopes (coordenadora), Mário<br />
Malhão e Marta Carvalho Fotografia Paulo Figueiredo<br />
(editor), Cristina Bernardo, João Paulo Dias, Paula Nunes<br />
e Paulo Alexandre Coelho Assistente de Direcção<br />
Rita Rodrigues Secretariado Geral Dulce Costa<br />
Redacção do Porto Elisabete Felismino (coordenadora),<br />
António Freitas de Sousa, Elisabete Soares, SóniaSantosPereiraeMiraFernandes(secretária)Correspondentes<br />
Alfredo Prado (Brasil), Cristina Krippahl<br />
(Colónia) e João Francisco Pinto (Macau) Tradutores<br />
Ana Pina e Carlos Sousa Departamento Gráfico Paulo<br />
Couto (director de arte), Maria de Jesus Correia, Pe-<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 3<br />
EDITORIAL<br />
Desemprego<br />
sem fim à vista<br />
Já não há adjectivos para<br />
classificar o aumento do desemprego<br />
em Portugal. Os<br />
dados divulgados ontem pelo<br />
Eurostat colocam a economia<br />
nacional cada vez mais perto<br />
das 600 mil pessoas sem emprego.<br />
Números que impressionam,<br />
não só pelo drama<br />
individual de cada uma das<br />
pessoas nesta situação, mas<br />
também porque ainda não<br />
passou um ano desde que a<br />
discussão em Portugal se<br />
centrava na possibilidade de<br />
o desemprego poder vir, ou<br />
não, a ultrapassar a barreira<br />
psicológica do meio milhão<br />
de desempregados.<br />
Os números do desemprego<br />
mostram, por outro lado,<br />
uma dura realidade para<br />
Portugal e uma inquietação<br />
em relação ao futuro. A realidadeéadequequalquer<br />
discurso sobre a recuperação<br />
da economia não passa, na<br />
melhor das hipóteses, de<br />
uma força de expressão ou<br />
de uma manifestação de<br />
vontade. Por mais positiva<br />
quesejaaintençãodequem<br />
diz que estamos em retoma<br />
económica, não está a dizer<br />
verdade. Não há retoma da<br />
economia sem que esteja estancado<br />
o crescimento do<br />
desemprego. E em Portugal,<br />
bem como na generalidade<br />
do mundo, o desemprego<br />
continua a aumentar.<br />
A inquietação resulta do<br />
facto de os números do desemprego<br />
mostrarem que<br />
ainda é cedo, muito cedo,<br />
para retirar os estímulos à<br />
economia. Mas para Portugal,<br />
com uma urgente necessidade<br />
de diminuir a<br />
despesa pública, poderá não<br />
haver outro caminho o que,<br />
inevitavelmente, não permitirá<br />
que haja um fim à<br />
vista para a subida do desemprego.<br />
■<br />
dro Fernandes e Rute Marcelino (coordenadores), Ana<br />
Antunes, Carla Carvalho, Jaime Ribeiro, Patricia Castro,<br />
Sandra Costa e Vanda Clemente Exclusivos Corriere<br />
della Sera, El Mundo, Expansión e Financial Times<br />
Colunistas António Carrapatoso, António Correia de<br />
Campos, António Bagão Félix, Bruno Valverde Cota,<br />
Carlos Marques de Almeida, Fernando Gabriel, João<br />
Adelino Faria, João de Almeida Santos, João Duque,<br />
João Marques de Almeida, João Paulo Guerra, João<br />
Santos Lucas, João Vieira da Cunha, Joel Hasse Ferreira,<br />
Francisco Murteira Nabo, Luís Mira Amaral, Luís<br />
Morais, Maria Manuel Leitão Marques, Miguel Castro<br />
Coelho, Miguel Mendes Pereira, Nuno Cintra Torres, Nuno<br />
Fernandes Thomaz, Nuno Sampaio, Paulo Gonçalves<br />
Marcos, Paulo Kuteev-Moreira, Paulo Lopes Marcelo,<br />
Paulo Soares de Pinho, Pedro Adão e Silva, Pedro<br />
Lomba, Rita Marques Guedes, Rui Grilo, Tiago Caiado<br />
Guerreiro, Vítor da Conceição Gonçalves, Vital Moreira,<br />
Vítor Bento e Vítor Neto; Centro de Documentação<br />
Manuela Rainho<br />
Membro da<br />
Tiragem media<br />
em Fevereiro<br />
24.843<br />
Exemplares
4 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
OPINIÃO<br />
ATAQUE DIRECTO<br />
Exportar<br />
os portugueses<br />
Tudo parece conjugar-se para voltarmos a ser um País exportador,<br />
mas de... pessoas. Perdendo talento e conhecimento.<br />
JOSÉ EDUARDO MONIZ<br />
Desdeoiníciodoano,maisde<br />
setecentas empresas faliram. O<br />
número é impressionante, mas<br />
ganha ainda maior expressão<br />
quando se conclui que superou<br />
mesmoodoanopassado,em<br />
período idêntico. A fragilidade<br />
da nossa economia está a ser<br />
postaanú,acadadiaquepassa,<br />
não havendo forma de disfarçar<br />
as vulnerabilidades de que enferma.<br />
Os próximos tempos não<br />
irão trazer diferenças substanciais<br />
ao quadro actual. A necessidade<br />
de apertar o cinto, dada a<br />
inevitabilidade da adopção de<br />
medidas que permitam reduzir o<br />
enorme défice português, vai<br />
agravar ainda mais a situação.<br />
Nesse aspecto, a expectativa<br />
à volta do Programa de Estabilidade<br />
e Crescimento avolumase,<br />
uma vez que que funcionará<br />
como uma espécie de quadro de<br />
referência para os próximos<br />
anos. Congelamento de salários<br />
na função pública, corte de benefícios<br />
fiscais e de outros incentivos,<br />
além de dispositivos<br />
de contenção nas lógicas de<br />
gestão e endividamento das<br />
empresas ligadas ao Estado,<br />
constituirão o prato forte das<br />
políticas económicas dos meses<br />
que temos pela frente.<br />
2010nãoseráopiorano.Ode<br />
2011 adivinha-se bem mais dramático.<br />
O discurso do realismo<br />
vai ter de substituir o da propaganda,<br />
pondo fim a longo período<br />
de demagogia. Portugal é um<br />
local onde viver será cada vez<br />
mais difícil.<br />
1.<br />
A contestação social estará na<br />
rua, com a intensidade que se<br />
conhece e a capacidade mobilizadora<br />
de que as centrais sindicais<br />
já deram mostras. As<br />
manifestações já anunciadas e<br />
as greves que se perfilam deixam<br />
transparecer a agitação que<br />
se avizinha, perante o panoramageraldecontençãoqueas<br />
nuvens pairando no horizonte<br />
adensam.<br />
Tempos amargos vão testar<br />
as capacidades de quem é poder<br />
e de quem está na oposição e<br />
deixar perceber se há projectos<br />
“ 2010 não será<br />
opiorano.Ode2011<br />
adivinha-se bem<br />
mais dramático.<br />
O discurso do<br />
realismo vai ter<br />
de substituir o da<br />
propaganda, pondo<br />
fim a longo período<br />
de demagogia.”<br />
de relançamento e de recuperação<br />
efectivos que extravasem o<br />
mero combate circunstancial a<br />
esta crise. Até agora, aquilo que<br />
se tem sabido, por parte do Governo,<br />
não indicia grandes novidades<br />
na metodologia de ataque<br />
aos problemas. Trata-se de<br />
um conjunto de respostas clássicas,<br />
consagradas nos compêndios<br />
e manuais, assentes em<br />
mecanismos que provocam<br />
contracção e que adiam a recuperação<br />
para altura mais favorável,<br />
à espera que a economia<br />
mundial, melhorando, nos ofereça<br />
boleia.<br />
2.<br />
Do lado da Oposição, nomeadamente,<br />
do PSD, ainda nada<br />
é, em substância, visível. Manuela<br />
Ferreira Leite está de<br />
saída e dos três candidatos à<br />
liderança social-democrata<br />
ainda não se ouviu o suficiente<br />
para se descortinar se o que<br />
surgirá assumirá contornos<br />
inovadores ou se se assemelhará<br />
a mais do mesmo, apenas<br />
com outros protagonistas e outro<br />
tipo de discurso.<br />
A voz mais relevante que<br />
apareceu, nessa área, a abordar<br />
o assunto foi Marcelo Rebelo de<br />
Sousa, o qual recomendou um<br />
consenso amplo sobre o PEC<br />
perante as circunstâncias que o<br />
País enfrenta. Mas a verdade é<br />
que ele não é líder e autoexcluise<br />
como candidato à chefia do<br />
partido. Embora, possa acrescentar-se,<br />
que até ao lavar dos<br />
cestos é vindima...<br />
3.<br />
Quanto ao CDS, o seu líder, Paulo<br />
Portas, já fez saber que também<br />
quer conhecer o PEC que o Governo<br />
prepara, inclusive, para<br />
definir o sentido de voto centrista<br />
em relação ao Orçamento de<br />
Estado. Já defendeu a diminuição<br />
do número de administradores<br />
nas empresas públicas, como<br />
sinal de que a contenção a todos<br />
tem de chegar e que o esforço de<br />
recuperaçãodeveser,defacto,<br />
colectivo. Não é má a ideia, mas<br />
afigura-se-me insuficiente, até<br />
porque se revela relativamente<br />
pequeno o universo a abranger .<br />
Por que não, já agora, em linha<br />
com o que argumenta, começar<br />
a pugnar pela redução do número<br />
de deputados?<br />
Além, de exemplar, tal permitiria<br />
ao País poupar bastante<br />
dinheiro, atendendo ao contributo<br />
real que muitos dos eleitos<br />
têm dado, ao longo dos tempos.<br />
A catástrofe serviu,<br />
pelo menos, para amainar<br />
o diferendo entre<br />
Jardim e Sócrates.<br />
Um e outro viram-se<br />
obrigados, em nome<br />
do interesse<br />
das populações,<br />
asentar-seàmesa.<br />
Por outro lado, com menos representantes<br />
no hemiciclo, as<br />
estatíscas nacionais de produtividade<br />
talvez se traduzissem em<br />
números mais animadores.<br />
4.<br />
De qualquer modo, os diversos<br />
ângulos de abordagem observados<br />
até agora, provenientes dos<br />
vários quadrantes políticos,<br />
com as excepções naturais do<br />
Partido Comunista e do Bloco de<br />
Esquerda, não indiciam perspectivas<br />
que acabem por sustentar<br />
modelos de desenvolvimento<br />
susceptíveis de entrarem<br />
em ruptura com o que actualmente<br />
existe.<br />
A lógica é, sobretudo, a da<br />
aplicação de remédios ao paciente<br />
e pouco mais.<br />
Confesso que me faz alguma<br />
aflição a facilidade com que<br />
Portugal vai, aos poucos, dei-<br />
xando de ser dono de si próprio.<br />
Embora vivamos num<br />
mundo em que os capitais circulam<br />
e as fronteiras se esbatem,<br />
a perda de controlo de alguns<br />
dos mecanismos essenciais<br />
da actividade económica<br />
põe em causa a própria independência<br />
nacional.<br />
A naturalidade e mesmo indiferençacomqueseassisteà<br />
passagem para mãos estrangeiras<br />
do controlo de grandes empresas<br />
portuguesas insere-se já<br />
no espírito acomodado e fatalista<br />
que, cada vez mais, toma<br />
conta da nossa sociedade.<br />
A baixo preço ou não, Portugal<br />
vai perdendo capacidade de<br />
afirmação. Não admira, pois,<br />
que haja uma tendência crescente<br />
para os portugueses olharemparaoexteriorcomoajanela<br />
certa para o seu futuro e<br />
baixem os braços cansados de<br />
alimentar esperanças cá dentro.
Se isso é válido para os mais novos,<br />
não deixa também de o ser<br />
para gente mais velha, mesmo<br />
para quadros qualificados que<br />
buscam noutros países o emprego,<br />
a motivação e as condições<br />
de vida com que aqui apenas<br />
podem sonhar.<br />
Tudo parece conjugar-se<br />
para voltarmos a ser um País<br />
exportador, mas de... pessoas.<br />
Perdendo talento, qualificação e<br />
conhecimento fundamentais<br />
para a recuperação de atrasos<br />
crónicos.<br />
5.<br />
E há momentos em que nada<br />
parece ajudar. Nem mesmo o<br />
tempo. A tragédia que se abateu<br />
sobre a Madeira é um<br />
exemplo. Valha a verdade, no<br />
entanto, que a catástrofe serviu,<br />
pelo menos, para amainar<br />
o diferendo entre Jardim e Só-<br />
crates. Um e outro viram-se<br />
obrigados, em nome do interesse<br />
das populações, a sentarseàmesaparaseencontrarem<br />
formas de minorar os danos<br />
causados à Região.<br />
Portugaléumtodoeasolidariedade<br />
não pode ser um valor<br />
sem conteúdo. Hipocritamenteounão,ambostêmdefazer<br />
o que deles se espera, i.e., que<br />
governem pensando nas pessoas<br />
e descobrindo soluções para os<br />
seus problemas e anseios.<br />
Pressionado pelas inquirições<br />
no Parlamento, a propósito<br />
dos dados facultados pelas escutas<br />
do caso “Face Oculta”, José<br />
Sócrates percebeu ter aqui<br />
uma oportunidade para tentar<br />
sacudir a imagem de primeiroministro<br />
enredado em situações<br />
delicadas e que põem em<br />
causa o seu carácter. Ao menos,<br />
que a população madeirense<br />
ganhe alguma coisa com<br />
“ Tempos amargos<br />
vãotestaras<br />
capacidades de quem<br />
époderedequem<br />
está na oposição<br />
e deixar perceber<br />
se há projectos<br />
de relançamento<br />
e de recuperação<br />
efectivos.”<br />
isso e descubra motivos para<br />
nãoolharparaoabandonoda<br />
ilha, para a emigração, como o<br />
único recurso que lhe resta.<br />
No imediato, um resultado<br />
concreto: os efeitos financeiros<br />
da Lei das Finanças Regionais,<br />
que tanta divergência provocou<br />
entreLisboaeoFunchal,serão<br />
suspensos por uma lei extraordinária.<br />
Foi precisa muita destruição<br />
e mais de quarenta vidas<br />
ceifadas por uma intempérie<br />
para políticos se porem de acordo.<br />
Triste ironia...<br />
6.<br />
Num País abalado pelos escândalos<br />
que enchem páginas de<br />
jornais, seria bom que começassem<br />
a surgir situações que<br />
devolvessem alguma confiança<br />
aos cidadãos. Infelizmente,<br />
realidade e desejos não são miscigenáveis<br />
nos dias de hoje.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 5<br />
Duarte Sá/Stringer/Reuters<br />
Pouco antes de me debruçar<br />
sobre estas linhas, ao tomar um<br />
café numa pastelaria da baixa<br />
lisboeta, não pude deixar de<br />
surpreender um desabafo do<br />
pai de uma aluna do 9º ano da<br />
Escola Secundária Passos Manuel<br />
para o empregado que o<br />
atendia. O homem queixava-se<br />
de que a filha, daqui a poucos<br />
meses, vai submeter-se a exames<br />
nacionais, mal preparada a<br />
Matemática, Português e Tecnologias<br />
de Informação e Comunicação,<br />
simplesmente porque,<br />
durante todo o primeiro<br />
período, não houve aulas nestas<br />
disciplinas. O empregado ouvia-o,<br />
meneando a cabeça em<br />
sinal de acordo com ele, mas<br />
com ar que mal disfarçava a falta<br />
de interesse no assunto. No<br />
fundo, fazendo aquilo a que o<br />
País já se habituou: a ouvir e a<br />
calar. Indiferente. Como se<br />
tudo fosse normal. ■
6 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
DESTAQUE MAU TEMPO<br />
Reconstrução da<br />
Madeira suspende Lei<br />
das Finanças Regionais<br />
Efeitos financeiros da alteração à lei ficam anulados durante dois a três anos.<br />
Governo vai criar linha de crédito para ajudar os empresários da região.<br />
Luís Reis Pires<br />
luis.pires@economico.pt<br />
O que o Governo falhou em travar,<br />
o mau tempo conseguiu<br />
suspender. A recuperação da<br />
Madeira vai implicar a suspensão<br />
da Lei das Finanças Regionais<br />
durante dois ou três anos. O<br />
Executivo vai apresentar à Assembleia<br />
da República (AR) uma<br />
“lei extraordinária de meios<br />
para a reconstrução da Madeira”,<br />
disse ontem José Sócrates,<br />
que “vai substituir os efeitos financeiros<br />
da Lei das Finanças<br />
Regionais (LFR) durante o tempo<br />
de reconstrução” da ilha,<br />
queseestimademorardoisa<br />
três anos. O primeiro-ministro<br />
frisou que a lei - que já foi aprovada<br />
na AR e aguarda a decisão<br />
de Cavaco Silva - não vai ser extinta,<br />
apenas serão suspensos os<br />
seus efeitos financeiros.<br />
“A reconstrução poderá durar<br />
dois ou três anos e definiremos<br />
nessa legislação específica<br />
eespecialumquadrodecooperação<br />
para que nesse período<br />
possa ser reposta a qualidade<br />
das infra-estruturas, seja dado o<br />
apoio aos desalojados e apoios<br />
ao sector privado da economia<br />
regional para que rapidamente<br />
possa restabelecer a sua actividade<br />
económica”, explicou ontem<br />
o primeiro-ministro, depois<br />
da reunião com Alberto<br />
João Jardim, onde acertaram a<br />
estrutura em que vai assentar a<br />
recuperação da catástrofe. Lisboa<br />
e Funchal definiram três<br />
prioridades: ajudar as vítimas<br />
das cheias, reconstruir as infraestruturas<br />
afectadas e estimular<br />
a economia madeirense.<br />
Os encargos que resultem da<br />
reconstrução serão inscritos<br />
numa lei extraordinária criada<br />
para o efeito, a apresentar no<br />
Parlamento até final de Abril,<br />
que vai implicar a suspensão<br />
“dos efeitos financeiros” da<br />
LFR, “durante o período de reconstrução”<br />
- o impacto orçamental<br />
da alteração à LFR, estimado<br />
pela Unidade Técnica de<br />
Apoio Orçamental (UTAO) era<br />
de 82 milhões de euros este ano,<br />
mais o limite de endividamento<br />
de 50 milhões para a Madeira e<br />
50 milhões para os Açores.<br />
O primeiro-ministro frisou<br />
que as verbas resultantes da<br />
mudança na lei não eram suficientes<br />
para reconstruir a ilha,<br />
justificando assim a criação da<br />
lei extraordinária. Mas o politólogo<br />
Carlos Jalali lembra que<br />
esta é também uma forma de<br />
resolver “uma questão [das Finanças<br />
Regionais] que ameaçava<br />
voltar mais cedo ou mais tarde”.<br />
“A polémica das Finanças<br />
Regionais morre aqui”, diz,<br />
porqueaquestãoéadiada“para<br />
o longo prazo, quando já não tiver<br />
relevância política”.<br />
Tanto mais que, até ver, a<br />
oposição dá sinais de abertura<br />
para aprovar a lei extraordinária.<br />
“Ainda não conhecemos a<br />
lei, mas deve ser adequada ao<br />
enquadramento extraordinário<br />
queaMadeiraestáaviver.O<br />
PSD está disponível para votar a<br />
favor”, disse ao Diário Econó-<br />
BANCO EUROPEU<br />
DE INVESTIMENTO<br />
180 milhões<br />
É este o valor que Banco Europeu<br />
de Investimento vai financiar à<br />
Madeira, para ajudar na<br />
reconstrução da ilha. O BEI vai<br />
comparticipar 75% dum<br />
empréstimo total de 240 milhões<br />
de euros.<br />
LIMITE DE ENDIVIDAMENTO<br />
50 milhões<br />
A alteração à lei das Finanças<br />
Regionais previa o aumento<br />
do limite de endividamento<br />
das regiões autónomas. O limite<br />
era semelhante para a Madeira<br />
e para os Açores: 50 milhões<br />
de euros.<br />
micoodeputadosocial-democrata<br />
Miguel Frasquilho. Posição<br />
semelhante tem Assunção Cristas,<br />
do CDS, para quem a solução<br />
de Sócrates e Jardim parece<br />
“razoável”. José Gusmão, do<br />
Bloco de Esquerda, diz que, “à<br />
partida”, o Bloco tem “uma posição<br />
de abertura” perante a<br />
proposta. O PCP ainda não quis<br />
comentar ainda.<br />
Criada linha de crédito para<br />
ajudar empresas madeirenses<br />
Vai ser criada uma linha de crédito<br />
própria para ajudar as empresas<br />
da região autónoma afectadas<br />
pelo mau tempo, revelou<br />
Sócrates. O primeiro-ministro<br />
não deu pormenores sobre valores,<br />
mas Jardim adiantou que<br />
as candidaturas à linha de crédito<br />
vão ser analisadas ao pormenor.<br />
“Não vamos estar só a<br />
distribuir cheques”, ironizou.<br />
Numa altura conturbada para<br />
as contas públicas do país, a tónica<br />
da reconstrução da Madeira<br />
parece assentar precisamente<br />
na ideia de não desperdiçar nem<br />
um cêntimo dos cofres do Estado.<br />
Vai ser criada “uma comissão<br />
peritária mista”, disse Sócrates,<br />
para avaliar “as obras<br />
necessárias e a sua dimensão financeira”.<br />
A comissão será<br />
composta por três técnicos, um<br />
secretário de Estado e um secretário<br />
regional e, de acordo com<br />
Jardim, “vai fundamentar, obra<br />
por obra, o seu custo e a sua necessidade”.<br />
No final da reunião de ontem,<br />
o primeiro-ministro lembrou<br />
também que “o Banco Europeu<br />
de Investimento já aprovou<br />
um empréstimo quadro”<br />
para “investimentos públicos<br />
[na Madeira] até 240 milhões de<br />
euros, sendo que a comparticipação<br />
é de 75%” 180 milhões de<br />
euros. E confirmou que Portugal<br />
vai candidatar-se ao Fundo<br />
Social Europeu, estando a candidatura<br />
já “muito avançada”.<br />
Jardim, por seu lado, destacou<br />
que “a ajuda da população<br />
[portuguesa] em geral”, bem<br />
como das organizações não governamentais<br />
e das instituições<br />
religiosas será canalizada para<br />
ajudarasvítimasdascheiasa<br />
substituir parte dos seus bens<br />
móveis. ■ com C.D. e C.M.<br />
Turismo interno pode<br />
cresceresteano<br />
As campanhas de solidariedade<br />
que têm sido lançadas para<br />
mobilizar os portugueses a ajudar<br />
na recuperação da Madeira<br />
chegou ao ponto de pedir para<br />
quesepassefériasnaRegião<br />
Autónoma. Ontem a Associação<br />
Portuguesa de Agências de<br />
Viagens e Turismo (APAVT) em<br />
conjunto com a secretaria de<br />
Estado de Turismo da Madeira e<br />
com a TAP lançaram uma<br />
campanha publicitária. “Criámos<br />
uma campanha e estamos a pedir<br />
aos meios de comunicação que<br />
cedam páginas gratuitamente<br />
para as publicidades”, afirmou, ao<br />
Diário <strong>Económico</strong>, Pedro Costa<br />
Ferreira, vice-presidente da<br />
APAVT. A campanha é feita perto<br />
das agências de viagens e perto<br />
do publico, mas segundo o<br />
responsável da APAVT “não é<br />
preciso mendigar para vender a<br />
Madeira porque continua a ser um<br />
destino turístico consolidado”.<br />
Além disso, com esta campanha, a<br />
APAVT acredita que “é expectável<br />
que o turismo interno cresça na<br />
Madeira este ano” porque os<br />
portugueses têm um<br />
conhecimento mais profundo da<br />
evolução da situação da ilha, o<br />
que não chega com tanta<br />
proximidade de rapidez aos<br />
mercados estrangeiros. Além<br />
disso, a escolha por fazer férias lá<br />
pode ser encarado como um acto<br />
de solidariedade. M.C.<br />
A TAP vai oferecer<br />
viagens a crianças até<br />
aos12anosde12de<br />
Abril até 31 de Maio.<br />
Alberto João Jardim esteve ontem<br />
reunido com o primeiro-ministro,<br />
(ao centro), onde acertaram a<br />
estrutura em que vai assentar<br />
a recuperação da catástrofe. Foram<br />
definidas três prioridades: ajudar<br />
as vítimas das cheias, reconstruir<br />
as infra-estruturas afectadas e<br />
estimular a economia madeirense.<br />
Valor dos<br />
Seguradoras estão a recolher<br />
dados para entregar ao ISP.<br />
Filipe Alves<br />
filipe.alves@economico.pt<br />
As seguradoras nacionais estão<br />
neste momento a contabilizar os<br />
prejuízos causados pelo mau<br />
tempo que assolou a Madeira e<br />
Portugal Continental durante os<br />
últimos dias. Ao que o Diário<br />
<strong>Económico</strong> apurou, o valor total<br />
dos estragos na Madeira deverá<br />
ser conhecido até sexta-feira,<br />
enquanto o do Continente será<br />
divulgado na próxima semana.<br />
O Instituto de Seguros de Portugal<br />
(ISP) solicitou às seguradoras<br />
a entrega de estimativas para<br />
os prejuízos causados pelo mau
PONTOS-CHAVE<br />
A recuperação da Madeira vai<br />
implicar a suspensão da Lei das<br />
Finanças Regionais durante dois ou<br />
três anos. O Executivo vai apresentar<br />
ao Parlamento uma lei extraordinária<br />
para a reconstruir a ilha.<br />
As rajadas vento de 130 Km/h<br />
e as chuvas intensas que<br />
fustigaram o arquipélago dos<br />
Açores provocaram uma enxurrada<br />
que varreu um autocarro de<br />
passageiros, em S. Miguel.<br />
O Presidente francês, Nicolas<br />
Sarkozy, vai dar um pacote<br />
de ajuda de três milhões de euros<br />
às vítimas do mau tempo que<br />
matou mais de 60 pessoas em<br />
toda a Europa.<br />
estragos será conhecido até sexta-feira<br />
tempo. Neste momento, as seguradoras<br />
estão a reunir dados, à<br />
medida que os clientes vão accionando<br />
os seguros.<br />
Em causa estão prejuízos de<br />
empresas dos mais variados sectores,<br />
da energia à agricultura. E,<br />
no caso do desastre no Funchal,<br />
de 42 vidas humanas perdidas e<br />
de avultados prejuízos em habitações,<br />
carros, lojas, escritórios e<br />
infra-estruturas.<br />
No continente, a EDP será uma<br />
das empresas mais afectadas pelos<br />
temporais, com alguns postes derrubados<br />
e centenas de linhas cortadas.<br />
“Estamos ainda a contabilizar<br />
os estragos”, disse ao Diário<br />
<strong>Económico</strong> fonte oficial da eléctrica<br />
liderada por António Mexia, que<br />
nãoadiantouumprazoparaacon-<br />
Muitos agricultores,<br />
ao contrário das<br />
grandes empresas,<br />
não têm seguros para<br />
cobrir os prejuízos,<br />
devido ao elevado<br />
custo das apólices.<br />
clusão da avaliação dos prejuízos.<br />
No total, cerca de um milhão<br />
de clientes da EDP foram afectados<br />
por falhas de energia causadas<br />
pelas intempéries. As zonas<br />
mais afectadas foram os distritos<br />
de Viseu, Leiria, Aveiro, Castelo<br />
Branco, Porto e Braga, sendo que<br />
só a queda de árvores danificou<br />
720 linhas eléctricas. A empresa<br />
mobilizou cinco mil técnicos para<br />
resolver estes problemas - o que<br />
também implicará custos acrescidos<br />
com pessoal - tendo a normalidade<br />
sido reposta até ontem.<br />
Tal como a eléctrica, também<br />
a Portugal Telecom sofreu prejuízos<br />
com o mau tempo, devido à<br />
destruição de linhas e ao derrube<br />
de postes telefónicos. Contactada<br />
pelo Diário <strong>Económico</strong>, fonte ofi-<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 7<br />
Paula Nunes<br />
cial da operadora não quis avançar<br />
uma estimativa para o prejuízo.<br />
Igualmente, a REN, que gere<br />
as redes energéticas nacionais,<br />
não tem ainda um valor para os<br />
danos sofridos.<br />
Menos sorte terão muitos<br />
agricultores que, ao contrário das<br />
grandes empresas, não têm seguros<br />
para cobrir estes prejuízos,<br />
devido aos elevados prémios das<br />
apólices. O temporal terá causado<br />
estragos no valor de largas centenas<br />
de milhar de euros em dezenas<br />
de estufas no Norte do país.<br />
Ontem, o ministro da Agricultura,<br />
António Serrano, garantiu que<br />
o Governo vai ser parceiro dos<br />
horticultores na procura de apólices<br />
de seguros a preços viáveis<br />
para o sector. ■<br />
QUATRO PERGUNTAS A...<br />
VÂNIA LOPES<br />
Instituto de Meteorologia<br />
“Fenómenos<br />
extremos vão<br />
aumentar”<br />
O mau tempo na Madeira, e<br />
noutrasregiõesdopaís,estáde<br />
relacionado com os efeitos das<br />
alterações climáticas?<br />
OclimaemPortugaléuma<br />
combinação de variabilidade<br />
décadal e tendências ou variações<br />
seculares. Na última década<br />
estivemos numa fase positiva da<br />
Oscilação do Atlântico Norte<br />
(NAO) com precipitação abaixo do<br />
normal, este ano o Anticiclone<br />
dos Açores encontra-se<br />
enfraquecido e localizado a Sul da<br />
sua posição normal o que<br />
favorece a geração e propagação<br />
de depressões que condicionam o<br />
tempo nas regiões autónomas e<br />
no território do continente. A<br />
ocorrência de casos isolados não<br />
pode ser atribuída às alterações<br />
climáticas, o que poderá ser<br />
atribuídoaestaséaalteraçãode<br />
frequência de ocorrência dos<br />
mesmos.<br />
É expectável que se verifiquem<br />
acontecimentos semelhantes<br />
nos próximos meses? Ou vamos<br />
assistir a um desagravamento<br />
das condições climatéricas<br />
daqui para a frente?<br />
As limitações dos modelos actuais<br />
de previsão sazonal não<br />
permitem que se possa prever a<br />
ocorrência de fenómenos<br />
semelhantes durante os próximos<br />
meses. De acordo com o<br />
conhecimento de clima e da sua<br />
variabilidade, durante este<br />
período, certamente que ainda<br />
durante este Inverno e a próxima<br />
Primavera, ocorrerão situações<br />
de tempo com precipitação e<br />
vento por vezes forte no território<br />
Continental e nas regiões<br />
autónomas.<br />
Esta onda de mau tempo é uma<br />
coisa isolada ou, por exemplo,<br />
nos próximos Invernos podemos<br />
esperar situações semelhantes?<br />
No âmbito das alterações<br />
climáticasedeacordocomo<br />
IPCC é de esperar um aumento da<br />
frequência de fenómenos<br />
extremos, pelo que a frequência<br />
de ocorrência de situações de<br />
tempo severo poderá vir a<br />
aumentar.<br />
É de esperar, no Verão, um<br />
período de seca?<br />
A quantidade de precipitação acumuladanesteInvernoemtodooterritório<br />
nacional dá-nos perspectivas<br />
que uma situação de seca não se venha<br />
a verificar este ano. ■ L.R.P.
8 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
DESTAQUE<br />
DESTAQUE MAU TEMPO<br />
Mau tempo faz vítimas nos Açores<br />
Protecção civil procurava ainda o corpo de uma criança desaparecida na ilha de S. Miguel.<br />
Mónica Silvares<br />
monica.silvares@economico.pt<br />
As rajadas de vento superiores a<br />
130 quilómetros/hora e as chuvas<br />
intensas que ontem fustigaram o<br />
arquipélago dos Açores provocaram<br />
uma forte enxurrada que<br />
varreu um autocarro de passageiros,<br />
em S. Miguel. O motorista<br />
morreu e uma criança continua<br />
desaparecida.<br />
O acidente, que ocorreu logo<br />
de manhã, entre Feteira e Algarvia,<br />
além da morte do motorista<br />
provocou ferimentos em duas<br />
crianças, que foram transportadas<br />
para o centro de saúde do<br />
Nordeste. Uma das crianças sofria<br />
de hipotermia e a outra uma fractura<br />
numa perna. O autocarro,<br />
propriedade de uma empresa privada<br />
de transporte de passageiros,<br />
levava crianças para a Escola<br />
Básica e Integrada do Nordeste.<br />
O difícil acesso do local onde<br />
ocorreu o acidente – o fundo de<br />
uma ribanceira com várias dezenasdemetrosdeprofundidade–<br />
A operação de resgate esteve<br />
centrada no autocarro que caiu<br />
no fundo de uma ravina,<br />
arrastado por uma enxurrada.<br />
complicou o trabalho dos bombeiros<br />
que acabaram por descobriu<br />
o corpo do motorista já a<br />
meio da tarde. Até à hora de fecho<br />
desta edição, continuava desaparecida<br />
uma menina de dez anos,<br />
irmã gémea do rapaz que fracturouapernaequeapresentavaum<br />
quadro clínico mais grave. Apesar<br />
de inicialmente estar previsto<br />
que os trabalhos de busca se prolongassem,omautempoeachuva<br />
intensa obrigaram à suspensão<br />
dos trabalhos. Segundo Rodrigo<br />
Mira,doServiçoRegionaldeProtecção<br />
Civil dos Açores, as operações<br />
no local envolveram cerca<br />
de 120 elementos da PSP, GNR,<br />
bombeiros, serviços florestais,<br />
Direcção Regional de Obras Públicas<br />
e Polícia Marítima. As operações<br />
começaram centradas no<br />
autocarro, para remover o tejadilho,<br />
que se separou do veículo<br />
durante a queda pela ravina, para<br />
verificar o terreno por baixo.<br />
O presidente do Governo Regional<br />
dos Açores deslocou-se ao<br />
local do acidente durante a tarde<br />
MAU TEMPO AFECTA PORTUGAL DE NORTE A SUL<br />
1 2<br />
Alentejo com prejuízos<br />
de 500 mil euros<br />
A destruição de estufas em Castelo<br />
de Vide, estradas e caminhos municipais<br />
danificados são alguns dos<br />
prejuízos do mau tempo, que chegam<br />
às centenas de milhares de<br />
euros no Alentejo. O presidente de<br />
Montemor-o-Novo, Carlos Pinto de<br />
Sá, por exemplo disse à Lusa que<br />
as obras de reparação dos danos<br />
no concelho deverão custar “cerca<br />
de 500 mil euros”.<br />
Algarve dispensa<br />
ajuda extraordinária<br />
O presidente da Área Metropolitana<br />
do Algarve, Macário Correia, lamentou<br />
os prejuízos causados pelas intempéries,<br />
mas admite que o volume<br />
dos danos não é suficiente para solicitar<br />
medidas de apoio extraordinárias<br />
ao Governo. A destruição de estufaseperdasde15milhõesdeeuros<br />
na produção de citrinos, e o mini<br />
tornado na Praia do Vau (Portimão),<br />
foram as situações mais graves.<br />
Circulação na ilha de<br />
S. Miguel está cortada<br />
em alguns pontos<br />
e foram cancelados<br />
vários voos.<br />
3 4<br />
Viana do Castelo<br />
já em reparações<br />
O mau tempo do fim-de-semana<br />
danificou escolas, estradas e um<br />
cemitério no concelho de Viana do<br />
Castelo, provocando prejuízos que<br />
ascendem a 100 mil euros, revelou<br />
fonte municipal. Ontem arrancaram<br />
as empreitadas de colocação<br />
de coberturas e reparação total dos<br />
telhados dos estabelecimentos escolares<br />
afectados. Estão também<br />
a ser avaliadas outras situações.<br />
depois de ter participado numa<br />
reunião de emergência com os<br />
secretários regionais para analisar<br />
as consequências do mau<br />
tempo que está a afectar a ilha de<br />
S. Miguel. Numa declaração no<br />
final do encontro, Carlos César<br />
anunciou que o Governo decidiu<br />
interditar aos transportes colectivosostroçosdeestradaentre<br />
Maia e Nordeste, na costa Norte, e<br />
entre Furnas e Povoação, na costa<br />
Sul, devido às consequências do<br />
mau tempo, que arrastaram pedras,<br />
lama e árvores para a via.<br />
O vento forte que se fez sentir<br />
durante o dia obrigou ainda que<br />
ao cancelamento e adiamento de<br />
vários voos da SATA e o voo Lisboa/Ponta<br />
Delgada da manhã de<br />
ontem foi obrigado a divergir<br />
para as Lages, na Terceira, aguardando<br />
a melhoria das condições<br />
meteorológicas. O mau tempo<br />
provocou ainda derrocadas de<br />
terras que causaram danos em<br />
quatro barcos de pesca no Porto<br />
da Caloura, na costa Sul da ilha de<br />
S. Miguel. ■ com Lusa<br />
Cruz Quebrada<br />
em risco de inundar<br />
A forte ondulação no estuário do<br />
Tejo no fim de semana fez com que<br />
a muralha de contenção da ribeira<br />
do Jamor caísse ontem junto<br />
à estação ferroviária da Cruz<br />
Quebrada, impedido o acesso<br />
ao local. Há agora receios de que<br />
possa cair a segunda muralha,<br />
mais próxima das habitações da<br />
povoação e da Estrada Marginal,<br />
provocando fortes inundações.<br />
PREVISÕES HOJE E AMANHÃ<br />
Aguaceiros fracos e vento forte<br />
com tendência a acalmar durante<br />
a tarde. Prevê-se ainda ondas de<br />
quatro metros de altura.<br />
Períodos de chuva fraca e vento<br />
moderado. O mar deverá ter ondas<br />
de três metros. O tempo deverá<br />
piorar no próximo domingo.<br />
5<br />
Eduardo Costa/Lusa<br />
Derrocada corta<br />
Estrada Nacional 114<br />
A estrada nacional 114, entre<br />
Santarém e a Ponte D. Luís, esteve<br />
cortada ao trânsito devido à<br />
queda de pedras das barreiras de<br />
Santarém durante a madrugada. A<br />
derrocada afectou algumas<br />
habitações devolutas e obrigou à<br />
retirada de uma idosa. A autarquia<br />
vai recorrer a fundos comunitários<br />
para a intervenção necessária,<br />
querondaos25milhõesdeeuros.
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10 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
DESTAQUE MAU TEMPO<br />
OS EFEITOS DA TEMPESTADE PERFEITA<br />
Espanha<br />
Tempestade faz três mortos<br />
Em Espanha, a tempestade Xynthia fez três mortos.<br />
Apesar do pior já ter passado, há ainda 16<br />
províncias em alerta amarelo devido ao vento, à<br />
neve e às ondas. As ilhas Canárias é onde se esperam<br />
as mais fortes rajadas de vento, enquanto<br />
na costa da Corunha, em Lugo e na ilha de Palmas<br />
são as ondas que representam, o maior perigo.<br />
Madrid, Segóvia, Navarra são algumas das<br />
zonas onde o alerta é justificado pela queda de<br />
neve. A tempestade que já fez três mortos – uma<br />
mulher de 82 anos, que faleceu no sábado ao<br />
cair de um, na Galiza, e dois homens, de 51 e 41<br />
anos, em Burgos ao bater de carro contra uma<br />
árvore que caiu na estrada – obrigou ao cancelamento<br />
de centenas de voos.<br />
Alemanha<br />
O lento regresso à normalidade<br />
A Alemanha voltou ontem a funcionar depois de<br />
uma paralisação quase completa no fim-de-semana<br />
devido ao mau tempo, que matou seis pessoas.<br />
Com os trabalhos de limpeza em curso, nomeadamente<br />
para retirar árvores das estradas e<br />
dos caminhos-de-ferro, a circulação foi restabelecida<br />
ao longo do dia de ontem. A companhia<br />
ferroviária alemã Deutsche Bahn justificou a paragem<br />
completa no Norte de Renânia Westphalia,<br />
Saarland e zonas florestais com a necessidade<br />
de garantir a segurança dos passageiros.<br />
Também o aeroporto de Frankfurt depois de no<br />
domingo ter cancelado 250 dos 1.270 voos diários<br />
devido às rajadas de vento.<br />
Reino Unido<br />
Alerta de cheias em todo o país<br />
A quase totalidade do Reino Unido está sob o<br />
alerta de cheia. Com a tempestade Xynthia a<br />
deslocar-se para a costa britânica as vagas<br />
assumem proporções gigantes e os britânicos<br />
preparam-se para o pior. As ligações<br />
ferroviárias com Londres já estavam a sofrer<br />
várias perturbações. Estatísticas ontem<br />
publicadas revelam que o Reino Unido teve o<br />
Inverno mais frio desde 1978-79 e que a queda<br />
de chuva foi 20% superior à média na<br />
Inglaterra, País de Gales e Escócia.<br />
Estados Unidos<br />
Mau tempo noutros pontos do globo<br />
A Europa não é a única fustigada pelo mau tempo. A electricidade<br />
está praticamente restabelecida em todo o Estado de Massachusetts<br />
depois da forte tempestade de vento da semana passada. Mas uma<br />
nova tempestade atingiu a zona costeira com fortes ondas que<br />
acabaram por alagar as ruas desta zona. A polícia foi mesmo forçada<br />
a fechar ao trânsito o Sul de Boston. Do outro lado do mundo, em<br />
Taipé, o gabinete de meteorologia alertou o público face aos riscos de<br />
fortes chuvas que podem provocar derrocadas de terras. Os receios<br />
de uma repetição dos efeitos do El Niño levam a todas as cautelas.<br />
França dá três<br />
milhões para<br />
ajudar vítimas<br />
O Governo francês decretou o estado de calamidade<br />
nacional. Bruxelas prometeu ajuda para todos.<br />
Mónica Silvares<br />
monica.silvares@economico.pt<br />
A tempestade perfeita que<br />
custouavidaamaisde60<br />
pessoas, em toda a Europa,<br />
obrigou o Presidente francês,<br />
Nicolas Sarkozy, a desbloquear<br />
um pacote de ajuda de<br />
três milhões de euros para a<br />
região mais afectada pelo pior<br />
tempestade dos últimos dez<br />
anos, que obrigou o Executivo<br />
a declarar que “se trata de<br />
uma catástrofe nacional”,<br />
para assim libertar fundos<br />
para ajudar à reconstrução<br />
das comunidades.<br />
O temporal, baptizado de<br />
Xynthia, afectou Portugal,<br />
Espanha, França e Alemanha<br />
eestáagoraadeslocar-se<br />
para Norte, para o Reino<br />
Unido e Suécia. O presidente<br />
da Comissão Europeia, Durão<br />
Barroso, prometeu ontem<br />
que apoio aos países<br />
mais afectados pela tempestade<br />
que atravessou a Europa.<br />
O apoio será prestado,<br />
em primeiro lugar, a França<br />
o país mais afectado pelos<br />
ventos ciclónicos, as chuvas<br />
torrenciais e pelas ondas.<br />
Cerca de 900 mil pessoas ficaram<br />
sem electricidade e<br />
172 mil sem telecomunicações.<br />
As equipas da protecção<br />
civil tentavam minimizar os<br />
estragos provocados pela<br />
tempestade, mas, ao final do<br />
dia, ainda havia 30 pessoas<br />
desaparecidas e várias centenas<br />
ficaram desalojados. O<br />
facto de as barreiras marítimas<br />
não terem sido capazes<br />
de conter a força das ondas<br />
que arrastaram várias casas e<br />
pessoas. Sarkozy prometeu<br />
ontem investigar como as<br />
barreiras se quebraram tão<br />
facilmente. O Chefe de Estado<br />
visitou ontem as zonas mais<br />
afectadas junto à costa Atlântica<br />
onde morreram pelo menos<br />
50 pessoas.<br />
“É um desastre nacional,<br />
um drama humano terrível”,<br />
disse Sarkozy, sublinhando<br />
que “o mais urgente é apoiar<br />
as famílias com elementos<br />
mortos ou desaparecidos”. O<br />
número de mortos deverá<br />
ainda aumentar sendo que<br />
esta é já considerada a pior<br />
tempestade em França desde<br />
1999, que matou 90 pessoas.<br />
Xynthia promete continuar<br />
o rasto de destruição<br />
com ameaça de fortes nevões,<br />
chuva intensa e ventos<br />
ciclónicos. ■<br />
Suécia<br />
Xynthia<br />
Neve e vento força estado de alerta<br />
A Suécia está em estado de alerta. A agência de meteorologia<br />
prevê que as partes Sul e Leste do país possam ficar<br />
cobertas com um manto de neve que pode chegar a um<br />
metro de altura para além dos ventos gélidos que atravessam<br />
o país. Assim, com um alerta um (numa escala que<br />
até quatro), as autoridades alertam para a possibilidade<br />
de os transportes ferroviários serem afectados ao longo<br />
dos próximos dias, sendo que o comboio de alta-velocidade<br />
está totalmente suspenso. O fim-de-semana já foi de<br />
muita neve e gelo, com alguns carros danificados, mas a<br />
agência de meteorologia garante que, para o final da semana<br />
a temperatura passará a ser positiva ajudando assim<br />
a derreter a neve e o gelo.<br />
Uma depressão por 199 euros<br />
Tal como os ciclones tropicais Katrina ou Gustavo,<br />
as grandes tempestades na Europa também recebem<br />
um nome atribuído pelo Instituto de Meteorologia<br />
da Universidade Livre de Berlim. Assim, nos<br />
anos pares, as depressões recebem um nome feminino,<br />
enquanto nos ímpares o nome é masculino. Já<br />
os anticiclones são baptizados de acordo com a lógica<br />
inversa. Inicialmente o instituto seguia uma lista<br />
pré-estabelecida de nomes, mas desde 2002 é possível<br />
comprar o nome de uma futura tempestade. Ao<br />
comprador basta desembolsar 199 euros para uma<br />
depressão ou 299 para um anticiclone. Wolfgang<br />
Schütte foi o responsável pelo nome Xynthia. As<br />
próximas tempestades serão Yves e Zana.<br />
Bélgica<br />
Mais de 4.000 pedidos de ajuda<br />
Os bombeiros belgas receberam mais de quatro<br />
mil pedidos de ajuda: telhados que voaram, árvores<br />
caídas sobre casas, carros ou estradas. As<br />
províncias de Liège, Hainaut e Luxemburgo foram<br />
as mais afectadas e um houve mesmo uma<br />
vítima mortal, que morreu esmagado por uma<br />
árvore no seu jardim. Ontem os trabalhos concentravam-se<br />
na tentativa de restabelecer a<br />
normalidade, nomeadamente a rede eléctrica já<br />
que muitas casas continuavam sem luz. As reparações<br />
na rede eléctrica vão prolongar-se por<br />
toda a semana.
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12 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
ECONOMIA<br />
Dificuldades<br />
financeiras levam<br />
câmaras a vender<br />
património<br />
Com as receitas a cair, os municípios tentam obter<br />
receitas extraordinárias por outras vias.<br />
Paula Cravina de Sousa<br />
paula.cravina@economico.pt<br />
Depois de um ano de crise e de<br />
quebra das receitas fiscais para a<br />
generalidade das autarquias, estas<br />
estão a acautelar outras vias<br />
de obter receita em 2010. Das<br />
dez câmaras analisadas pelo<br />
Diário <strong>Económico</strong>, seis aumentaram<br />
as suas estimativas para a<br />
venda de património para este<br />
ano, mecanismo que é normalmente<br />
utilizado como forma de<br />
obter receitas extraordinárias. É<br />
o caso de Lisboa, Porto, Sintra,<br />
Oeiras, Setúbal e Faro.<br />
Este é aliás um instrumento<br />
queoGovernotambémvaiaplicar<br />
na Administração Central. O Ministério<br />
da Saúde, por exemplo,<br />
quer vender imóveis num total de<br />
70 milhões de euros este ano.<br />
Quanto às autarquias, entre<br />
as mais representativas estão<br />
Lisboa e Faro, mas por motivos<br />
diferentes. Lisboa prevê arrecadar<br />
81,8 milhões de euros<br />
com a venda de prédios e terrenos<br />
como o terreno do Hospital<br />
de Todos os Santos, por<br />
12,6 milhões de euros, os terrenos<br />
da EPUL em Entrecampos,<br />
por 25,2 milhões e o edifício<br />
da embaixada da Rússia,<br />
por 522,5 mil euros. No ano<br />
passado, o município não pode<br />
recorrer a este instrumento e<br />
deixou de encaixar cerca de 91<br />
milhões de euros, segundo as<br />
estimativas do presidente da<br />
Câmara, António Costa. Isto<br />
porque a Assembleia Municipal<br />
–demaioriaPSD–vetouo<br />
plano de venda de património.<br />
O caso de Faro é diferente,<br />
mas igualmente representativo.<br />
No total, a autarquia prevê arrecadar<br />
44,6 milhões de euros, o<br />
que corresponde a quase metade<br />
dos 98,1 milhões de euros orçamentados<br />
para este ano para o<br />
município. O presidente da autarquia,<br />
Macário Correia, justifica<br />
a opção com a situação orçamental<br />
do município: “A Câ-<br />
Lisboa, Porto, Sintra,<br />
Oeiras, Setúbal e Faro<br />
prevêem aumentar<br />
as receitas com a<br />
venda de património.<br />
VENDA DE PATRIMÓNIO<br />
Quase todas as Câmaras querem<br />
encaixar mais este ano.<br />
Valor Var. (%)<br />
Lisboa 81 *<br />
Porto 20,5 64,8<br />
Sintra 43,4 4,6<br />
Oeiras 55,8 13,6<br />
Gaia 38,3 -41,8<br />
Almada 2 -91,8<br />
Faro 44,6 9,6<br />
Coimbra 28,6 -10,9<br />
Setúbal 29,1 79,6<br />
Vila Real 5,4 0<br />
Fonte: Orçamentos das Câmaras<br />
* Lisboa quase não vendeu património em 2009.<br />
mara tem grandes dívidas de<br />
anos anteriores que foram<br />
transpostas para este ano”. No<br />
entanto, Macário Correia reconhece<br />
que os terrenos e edifícios<br />
não vão ser todos vendidos,<br />
porque “o mercado não tem capacidade<br />
para vender tanto património”.<br />
Em Oeiras, a venda de terrenos<br />
e prédios também representa<br />
uma fatia elevada do total<br />
do orçamento - quase 30% dos<br />
193,7 milhões de euros que a<br />
Câmara tem para gastar este<br />
ano. Dos casos analisados apenas<br />
Gaia, Almada e Coimbra prevêem<br />
encaixar menos do que no<br />
ano passado. Vila Real manteve a<br />
perspectiva de conseguir 5,4 milhões<br />
com aquele instrumento.<br />
A Associação Nacional de<br />
Municípios Portugueses<br />
(ANMP) afirma que a opção<br />
pela venda de património depende<br />
das escolhas de gestão<br />
de cada câmara. Por detrás<br />
destas opções podem não estar<br />
só dificuldades financeiras<br />
que necessitem de receita extraordinária<br />
como forma de<br />
compensar, mas a venda de<br />
terrenos para construção ou a<br />
venda de casas depois da<br />
construção de bairros novos,<br />
explicou a ANMP.<br />
No entanto, um dos coordenadores<br />
do Anuário Financeiro<br />
dos Municípios Portugueses,<br />
João Carvalho, os<br />
principais motivos para o recurso<br />
a este instrumento tem<br />
a ver com a necessidade de receitas.<br />
“Está provado que os<br />
anos eleitorais são anos despesistas<br />
e portanto agora são<br />
precisas receitas para cobrir<br />
as despesas”. A preocupação<br />
com a venda de património é<br />
também reflexo da crise económica,<br />
que fez as receitas<br />
caírem, “sobretudo ao nível<br />
dos impostos que estão ligados<br />
à construção, de forma<br />
directa ou indirecta”, explicou<br />
(ver página ao lado). ■<br />
Durão Barroso apresenta “Europa 2020”<br />
José Manuel Durão Barroso apresenta amanhã, em Bruxelas, as<br />
propostas da Comissão Europeia para a futura estratégia “Europa 2020”,<br />
o plano de relançamento da economia europeia, sucessor da “Estratégia<br />
de Lisboa”, que expirou este ano, sem grandes resultados. A nova<br />
estratégia, que visa melhorar a coordenação das políticas económicas<br />
dos 27 para a saída da crise, gira em torno de três prioridades: a<br />
investigação e inovação, o crescimento verde e o emprego.<br />
LISBOA QUER ENCAIXAR 25,2 MILHÕES DE EUROS COM A VEN<br />
Municípios terão<br />
Paula Cravina de Sousa<br />
paula.cravina@economico.pt<br />
As autarquias deverão receber<br />
no próximo ano menos dinheiro<br />
do Estado quando<br />
comparado com este ano. É<br />
que as transferências de verbas<br />
que o Estado faz para os municípios<br />
têm como base a cobrança<br />
dos três principais impostos<br />
– IRS, IRC e IVA – dois<br />
anos antes. Ou seja, serão as<br />
receitas de 2009, ano de crise<br />
económica, que determinarão<br />
as transferências de 2011.<br />
Ora, no ano passado, as receitas<br />
daqueles impostos caíram<br />
15%, para os 24,3 mil milhões<br />
de euros face a 2008. No entanto,<br />
a Lei das Finanças Locais<br />
prevêumaregratravãoqueimpede<br />
que as transferências sofram<br />
quedas ou subidas superiores<br />
a 5%. Isto significa que,<br />
apesar de as receitas com os<br />
principais impostos terem caído<br />
15%, a quebra no dinheiro recebido<br />
pelas autarquias será no<br />
máximo de 5%. Ainda assim<br />
trata-se de uma quebra importante<br />
e que os municípios terão
EURO<br />
face ao dólar<br />
1,3561<br />
de enfrentar, tendo em conta<br />
que esta é uma importante fonte<br />
de receita das autarquias, especialmente<br />
no caso das câmaras<br />
do interior do país, que não podem<br />
contar tanto com a arrecadação<br />
dos impostos locais.<br />
Se para 2011, as autarquias<br />
não poderão contar com a ajuda<br />
do Estado, já em 2010, o problema<br />
é outro. Com a construção à<br />
espera da retoma económica, as<br />
receitas próprias das autarquias<br />
(Imposto Municipal sobre Imóveis<br />
- IMI e Imposto Municipal<br />
sobre Transmissões - IMT) estão<br />
PETRÓLEO<br />
valor em dólares<br />
76,93<br />
DA DOS TERRENOS DA EPUL DE ENTRECAMPOS<br />
TAXA EURIBOR<br />
a seis meses<br />
0,959<br />
menos dinheiro em 2011<br />
O presidente<br />
da Câmara de<br />
Lisboa, António<br />
Costa, prevê<br />
umaquebrade<br />
8% nas receitas<br />
de IMI para<br />
este ano, para<br />
os 101 milhões<br />
de euros.<br />
ainda comprometidas. A Câmara<br />
de Lisboa, por exemplo, prevêparaesteanoumaquebrade<br />
8,1% nas receitas de IMT, para<br />
os 101 milhões de euros.<br />
Perante este cenário, o coordenador<br />
do Anuário Financeiros<br />
dos Municípios Portugueses,<br />
João Carvalho, afirma que<br />
os autarcas poderão vir a vender<br />
mais património para fazer<br />
face à falta de receita. No entanto,<br />
dada a incerteza daquele<br />
instrumento, já que muitas vezesasvendasnãochegama<br />
concretizar-se, o professor da<br />
AGENDA DO DIA<br />
● INE divulga índice de volume<br />
de negócios no comércio a retalho<br />
e índice de produção industrial.<br />
● Eurostat divulga flash<br />
da estimativa de inflação para<br />
a zona euro em Fevereiro e índice<br />
de preços do produtor em Janeiro.<br />
Paulo Figueiredo<br />
A Câmara de Lisboa<br />
quer vender este ano os<br />
terrenos de Entrecampos<br />
da Empresa Pública de<br />
Urbanização de Lisboa<br />
(EPUL) e, assim, pretende<br />
conseguir 25,2 milhões<br />
de euros com a alienação.<br />
A construção do<br />
empreendimento esteve<br />
envolta em alguma<br />
polémica. É que houve<br />
atrasos na construção<br />
de alguns lotes, o<br />
que levou a entidade<br />
a devolver dinheiro<br />
aos compradores<br />
e a renegociar<br />
as modalidades<br />
de pagamento. O<br />
empreendimento da<br />
EPUL Jovem foi lançado<br />
em 2005, com Carmona<br />
Rodrigues como<br />
presidente da Câmara<br />
de Lisboa.<br />
Universidade do Minho refere<br />
que a melhor solução passaria<br />
por um aumento excepcional<br />
dos limites de endividamento e<br />
com os devidos mecanismos de<br />
controlo.<br />
As autarquias deverão ter<br />
fechado 2009 com uma derrapagem<br />
significativa nas contas.<br />
Segundo o Boletim Estatístico<br />
do Banco de Portugal,<br />
no ano passado as autarquias<br />
financiaram-se em 736 milhões,<br />
o que compara com um<br />
endividamento de 277 milhões<br />
um ano antes. ■<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 13<br />
TRÊS PERGUNTAS A...<br />
JOÃO CARVALHO<br />
Coordenador do Anuário Financeiro<br />
dos Municípios Portugueses<br />
“Governo deveria<br />
ponderar aumento<br />
excepcional<br />
do endividamento”<br />
O professor da Universidade<br />
do Minho, João Carvalho, refere<br />
que os municípios podem encontrar<br />
dificuldades na venda de património.<br />
As grandes câmaras estão<br />
aaumentarorecursoàvenda<br />
de património. Que motivos<br />
estão por detrás desta opção?<br />
Está provado que os anos eleitorais<br />
são despesistas e portanto agora é<br />
preciso receitas para cobrir estas<br />
despesas. Também se deve à crise<br />
económica, que provocou uma redução<br />
das receitas, sobretudo ao nível<br />
dos impostos que estão ligados com<br />
a construção de forma directa ou indirecta.<br />
Estas são as duas grandes<br />
razões que estão a levar as autarquias<br />
a vender mais património.<br />
Uma terceira razão são os limites<br />
do endividamento impostos pela Lei<br />
das Finanças Locais, uma vez<br />
que algumas autarquias estão<br />
a atingir esse limite.<br />
É expectável que no próximo<br />
ano este instrumento seja ainda<br />
mais utilizado, na medida em<br />
que as transferências do Estado<br />
vão descer?<br />
Claro.Essaéasolução.Oueventualmente<br />
o Governo permitir<br />
um aumento excepcional do<br />
endividamento, com as consequências<br />
que poderemos depois<br />
ter no aumento da dívida pública<br />
geral. Mas com algum controlo<br />
seria a medida mais acertada.<br />
As câmaras não poderão<br />
confrontar-se com dificuldade<br />
na venda do património<br />
em ano de crise?<br />
Por isso é que seria melhor<br />
o aumento excepcional do endividamento.<br />
Isso até ficou visível nos orçamentos<br />
passados, em que estava<br />
prevista a venda de determinados<br />
bens e que no final do ano não<br />
foram executados porque não conseguiram<br />
vender. Ou então corre-se<br />
o risco de vender a preços mais baixos<br />
que o desejado, pelo que o aumento<br />
excepcional do endividamento<br />
deveria talvez ser uma medida<br />
a pensar pelo Governo. ■
14 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
ECONOMIA<br />
INE<br />
Prestação média da casa caiu para<br />
252 euros em Janeiro, o valor mais baixo<br />
Ataxadejuroimplícitanoscontratosdecréditoàhabitaçãofixou-se,<br />
em Janeiro, no valor médio de 1,9%, atingindo “um novo mínimo de<br />
toda a série”, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). A<br />
prestação média vencida situou-se em 252 euros, valor inferior em 117<br />
euros ao de Dezembro de 2008, também valor mínimo da série. Face<br />
ao mês anterior, a redução foi de 0,067 pontos percentuais. A redução<br />
acumulada foi de 4,057 pontos percentuais desde Dezembro de 2008.<br />
Margarida Peixoto<br />
margarida.peixoto@economico.pt<br />
Em Janeiro, havia 580 mil desempregados<br />
em Portugal, o<br />
equivalente a 10,5% da população<br />
activa – mostram os dados<br />
divulgados ontem pelo Eurostat.<br />
Depois da barreira psicológica do<br />
meio milhão de desempregados<br />
ter sido ultrapassada na Primavera<br />
de 2009, os economistas esperamagoraqueonúmerode<br />
pessoas à procura de trabalho<br />
atinja os 600 mil.<br />
“Épossívelqueonúmerode<br />
desempregados atinja os 600 mil<br />
porque, com o Programa de Estabilidade<br />
e Crescimento teremos<br />
mais cortes da despesa pública”,<br />
antecipa João Cerejeira, professor<br />
da Universidade do Minho. “O<br />
número de desempregados deverá<br />
ficar no limiar dos 600 mil”,<br />
admite também Pedro Adão e Silva,<br />
sociólogo.<br />
Segundo as estimativas do Eurostat,<br />
a barreira psicológica dos<br />
500 mil desempregados foi ultrapassada<br />
em Março de 2009, há<br />
menos de um ano. Com a forte<br />
destruição de empregos dos últimos<br />
meses, a estatística aproxima-se<br />
agora do patamar dos 600<br />
mil e marca uma nova taxa recorde.<br />
A taxa de desemprego entre os<br />
jovens subiu para 21,7%, a dos<br />
Domingues Azevedo eleito para<br />
um novo mandato na OTOC.<br />
homens atingiu o patamar dos<br />
10% e a das mulheres disparou<br />
para 11,2% – valores que batem<br />
recordes sucessivos.<br />
Tendo em conta as expectativas<br />
para o mercado de trabalho,<br />
os 600 mil desempregados poderão<br />
não ser uma realidade longínqua.<br />
João Cerejeira espera que a<br />
taxa de desemprego em Portugal<br />
continue a subir até ao final deste<br />
ano. “Só podemos esperar uma<br />
descida a partir de 2011”, diz o<br />
professor. Primeiro, é preciso que<br />
a economia retome o crescimento,<br />
depois, os efeitos no mercado<br />
de trabalho só se fazem sentir<br />
cerca de seis meses mais tarde.<br />
A dificultar uma retoma rápida<br />
estará a obrigação de voltar a reduzir<br />
o défice orçamental para o<br />
limite de 3% do PIB, até 2013. O<br />
economista explica que a contenção<br />
de despesas limitará a possibilidade<br />
de criação de emprego<br />
através do investimento público.<br />
“O crescimento da economia terá<br />
de ser feito pelas exportações,<br />
porque as restantes vias estão esgotadas”,<br />
acrescenta, sublinhandoque“teremosdeficaràespera<br />
da retoma na Alemanha”.<br />
Já Adão e Silva está ligeiramente<br />
mais optimista, sublinhando<br />
que o número de desempregados<br />
não deverá ultrapassar<br />
significativamente o li-<br />
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS<br />
Domingues Azevedo eleito bastonário<br />
para mandato de 2010 a 2013<br />
Eurostat estima 580 mil<br />
desempregados em Portugal<br />
Domingues de Azevedo foi eleito o primeiro bastonário da Ordem dos<br />
TécnicosOficiaisdeContas(OTOC)paraomandatode2010a2013,<br />
apesar de estar à frente daquele organismo desde 1996, como<br />
presidente da Câmara de Técnicos Oficiais de Contas. Domingues<br />
de Azevedo obteve 78,2% dos votos. A Lista B obteve 1.151 votos (7,7%)<br />
e a Lista C, 2.100 votos (14, 1%). No total votaram 16.780 técnicos<br />
oficiais de contas, do total de 75 mil inscritos na ordem.<br />
Taxa de desemprego voltou a subir em Janeiro estando um ponto acima da média da zona euro.<br />
“É possível que<br />
onúmerode<br />
desempregados atinja<br />
os 600 mil porque,<br />
com o Programa de<br />
Estabilidade e<br />
Crescimento, teremos<br />
mais cortes da<br />
despesa pública”,<br />
antecipa o<br />
economista João<br />
Cerejeira.<br />
miar dos 600 mil. “A tendência<br />
paraesteanoédecongelamento<br />
das condições do mercado de<br />
trabalho”, defende, sublinhando<br />
no entanto que “não haverá<br />
criação de emprego”.<br />
Maioria dos desempregados<br />
da zona euro está em Espanha<br />
Apesar da ligeira diminuição da<br />
taxa de desemprego espanhola –<br />
que passou de 18,9% em Novembro<br />
e Dezembro de 2009, para<br />
18,8% em Janeiro –, Espanha<br />
continua a ser o país da zona euro<br />
que contribui com mais desempregados.<br />
Feitas as contas, 27,5%<br />
dos 15,7 milhões de pessoas à procura<br />
de emprego na zona euro estavam<br />
em Espanha (ver gráfico).<br />
Em Agosto de 2008, antes da<br />
falência do Lehman Brothers, o<br />
peso de Espanha no total de desempregados<br />
da zona euro era de<br />
22,6%, abaixo do peso da Alemanha<br />
– um país que tem também<br />
mais população activa.<br />
Portugal contribui com 3,7%<br />
do total de desempregados, um<br />
valor que aumentou apenas ligeiramentefaceaoperíodopré-crise<br />
(era 3,6%). A tendência também<br />
é visível no aumento da taxa de<br />
desemprego portuguesa, que já<br />
está um ponto percentual acima<br />
da média dos países da moeda<br />
única, (9,9%). ■<br />
PORTUGAL DESTACA-SE<br />
A taxa de desemprego em<br />
Portugal fica acima da zona euro.<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
Ago 2008<br />
Fonte: Eurostat<br />
Portugal<br />
ESPANHA PESA MAIS<br />
Zona euro<br />
Jan 2010<br />
Perto de 30% dos<br />
desempregados são de Espanha.<br />
Outros<br />
Alemanha<br />
15,82 20,56<br />
Portugal<br />
3,69<br />
Itália<br />
13,67<br />
França<br />
18,72<br />
Fonte: Eurostat<br />
Espanha<br />
27,53
ESTADO<br />
Trabalhadores dos impostos desligam<br />
computadores em forma de protesto<br />
Os trabalhadores dos impostos estão durante esta semana a desligar os<br />
computadores no final do expediente, recusando-se a trabalhar além do<br />
horário, em protesto contra o actual sistema de avaliação e progressão<br />
de carreiras. “Não vamos dar nem mais um minuto esta semana<br />
em forma de protesto com as medidas que a administração tomou<br />
e prometeu perante os trabalhadores e que não está a cumprir”, disse<br />
à Lusa Marcelo Castro, do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.<br />
PUB<br />
Susana Vera/Reuters<br />
Perto de 30% dos desempregados<br />
da zona euro são de Espanha.<br />
Portugal contribui com 4%.<br />
O gabinete sueco de estatísticas<br />
divulgou uma queda do PIB de 4,9%.<br />
SUÉCIA<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 15<br />
Economia regista maior contracção<br />
desdehámaisdemeioséculo<br />
A economia sueca contraiu 4,9% em 2009, face ao ano anterior,<br />
a maior queda da riqueza criada anualmente no país desde há mais<br />
de meio século, anunciou ontem a Agência de Estatística Nacional<br />
da Suécia. Atingida pela crise económica global, a evolução do PIB<br />
sueco registou “o seu maior revés anual”, com o produto a “contrair-se<br />
4,5% em 2009, a maior queda anual desde a II Grande Guerra Mundial”,<br />
indicou a agência em comunicado.<br />
Patrões já podem pedir novos apoios<br />
Publicadas mais quatro medidas<br />
da Iniciativa Emprego 2010.<br />
Cristina Oliveira da Silva<br />
cristina.silva@economico.pt<br />
As empresas já podem contar<br />
com o novo ciclo de apoios ao<br />
emprego, mais generoso do que<br />
as medidas criadas em 2009.<br />
1<br />
QUEM PODE<br />
DESCONTAR MENOS?<br />
Continua a haver apoios, com<br />
efeitos a 1 de Janeiro, para<br />
quem contrate certos segmentos,<br />
como jovens ou desempregados<br />
inscritos há mais de seis<br />
meses (antes era nove meses).<br />
Neste caso, aplica-se a isenção<br />
de descontos por três anos ou,<br />
em alternativa, isenção por<br />
dois anos e direito a 2.500 euros.<br />
A contratação de grupos<br />
mais frágeis (como pessoas<br />
com rendimento social de inserção)<br />
dá apoios mais elevados<br />
etambéméfavorecidaacontratação<br />
a termo. Ao contrário<br />
do que acontecia em 2009, as<br />
empresas podem beneficiar<br />
destes apoios se estiver em<br />
causa um trabalhador que já<br />
tenha mantido uma relação de<br />
trabalho com a empresa nos<br />
três anos anteriores. Esta opção<br />
continua a não se colocar no<br />
caso de contratação a termo de<br />
desempregados com mais de<br />
40 anos. Também são favorecidas<br />
as conversões de contratos<br />
de jovens – mas a empresa já<br />
não pode ir buscar antigos empregados<br />
a termo. Há mais incentivos<br />
para estágios (apesar<br />
Apesar do novo leque<br />
de medidas ser mais<br />
vantajoso, as<br />
empresas que já<br />
estejam a beneficiar –<br />
ou a aguardar<br />
aprovação – dos<br />
apoios criados em<br />
2009 não transitam<br />
para o novo regime.<br />
de descer o valor do subsídio<br />
de alimentação) .<br />
2<br />
AINDA HÁ APOIOS PARA<br />
EMPRESAS EM ‘LAY-OFF’?<br />
Sim. Foram alargados a outros<br />
sectores (como o têxtil) os incentivos<br />
à qualificação e também<br />
foi agora criada uma comissão<br />
de acompanhamento<br />
que reúne trimestralmente. O<br />
trabalho intermitente passa a<br />
contar com as mesmas ajudas<br />
3<br />
HÁ CONTRAPARTIDAS?<br />
As empresas têm de ter a sua situação<br />
regularizada para ter<br />
acesso aos apoios e devem prestar<br />
outras garantias. Em certos<br />
casos, exige-se que não façam<br />
despedimentos. ■
16 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
ECONOMIA<br />
BRUXELAS<br />
União Europeia chega a acordo<br />
com Peru e Colômbia para comércio livre<br />
A União Europeia (UE) chegou a acordo com o Peru e a Colômbia para a<br />
assinatura de um tratado de comércio livre, afirmou ontem um portavoz<br />
da Comissão Europeia. Segundo a mesma fonte, citada pela France<br />
Press e que não deu mais pormenores, os negociadores da UE e dos<br />
dois países andinos chegaram a um entendimento no fim da nona ronda<br />
de negociações. “Os pormenores serão divulgados oficialmente pela<br />
Comissão Europeia“, disse a fonte.<br />
Europa ameaça<br />
travar especulação<br />
sobre dívida<br />
Ministros querem tirar lições da crise grega<br />
e apertar regulação aos ‘especuladores’.<br />
Luís Rego<br />
luis.rego@economico.pt<br />
Os ataques especulativos à dívida<br />
soberana grega, portuguesa e espanhola,<br />
que vêm ameaçando a<br />
estabilidade do euro, estão a levar<br />
vários ministros europeus a ponderar<br />
uma resposta. Paris quer<br />
regular ou banir os instrumentos<br />
demercadoqueestãonaorigem<br />
destes ataques, nomeadamente<br />
os CDS (credit default swaps) e<br />
outros produtos derivados. Berlim,<br />
segundo fontes, está por<br />
agora empenhada em identificar<br />
a origem os ‘especuladores’. O<br />
G20, a nível de representantes<br />
nacionais, discutiu-o recentemente<br />
ainda que “de forma geral,<br />
no contexto do processo de reforma<br />
do sistema financeiro”, confessou<br />
o director geral adjunto do<br />
FMI, John Lipsky.<br />
O assunto promete subir à<br />
mesa no próximo Ecofin de 16 de<br />
Março em Bruxelas. A Comissão<br />
Europeia está a ponderar os apelos<br />
feitos pelas capitais para explorar<br />
formas de apertar a regulação<br />
a estes mecanismos que<br />
funcionam como seguro contra<br />
risco de incumprimento da dívida,<br />
mas que através de operações<br />
de simples compra e venda, sem<br />
ser preciso deter títulos da dívida,<br />
influenciam as condições de<br />
financiamento no mercado. O<br />
assunto é delicado sobretudo<br />
para o Reino Unido, mais sensível<br />
ao ‘laissez faire’ nesta fase<br />
para revitalizar a City.<br />
Ontem Jean Claude Juncker,<br />
presidente do Eurogrupo - con-<br />
Olli Rehn, comissário<br />
para assuntos<br />
económicos, foi<br />
ontem a Atenas<br />
exortar as<br />
autoridades<br />
nacionais a tomas<br />
medidas adicionais<br />
nos “próximos dias”<br />
para baixar o défice.<br />
selho de ministros de finanças da<br />
zona euro – disse que “temos um<br />
equipamento de tortura na cave<br />
e vamos mostrá-lo se isso for necessário”.<br />
Mais objectiva, a ministra<br />
das finanças francesa, diz<br />
que “os produtos derivados, os<br />
CDS, devem ser, pelo menos,<br />
muito regulamentados, limitados<br />
ou então banidos”. Christine<br />
Lagarde explica que já propôs<br />
esta ideia ao comissário europeu<br />
para o mercado interno, o francês,<br />
Michel Barnier. Além disso,<br />
com a iniciativa da Goldman<br />
Sachs para mascarar o défice<br />
gregoemmente,aFrançaquer<br />
um “código de boa conduta à<br />
disposição dos Estados na sua relação<br />
com os bancos e com as<br />
instituições financeiras, que fazemporvezespropostasdelimite,<br />
por vezes excessivas”.<br />
Fontes citadas pela Reuters<br />
junto da autoridade de regulação<br />
financeira em Berlim dão conta de<br />
um processo de identificação dos<br />
especuladores que têm explorado<br />
nos mercados as dificuldades financeiras<br />
da Grécia, para garantir<br />
quenofuturonãovenhamatirar<br />
proveito de um eventual resgate.<br />
Grécia tem de merecer um resgate<br />
Este cenário de resgate, alimentado<br />
por ecos que surgem das capitais<br />
e da própria banca alemã, que<br />
estáaserapresentadocomoo<br />
veículo principal, continua a animar<br />
os mercados, tendo baixado<br />
ontem o risco de incumprimento<br />
dadívidagregafaceaoreferente<br />
alemão. Angela Merkel, chanceler<br />
alemã, continua a rejeitar a<br />
ideia de um auxílio financeiro<br />
mas não afasta a opção de usar<br />
instituições financeiras públicas<br />
para comprar ou dar cobro às<br />
emissões de dívida grega.<br />
O comissário Olli Rehn foi<br />
ontem a Atenas para exortar as<br />
autoridades locais a apresentarem<br />
medidas adicionais nos<br />
“próximos dias” de forma a garantir<br />
a redução prometida de<br />
4% do PIB ao défice de 2009,<br />
avaliado provisoriamente em<br />
12,7%. Fontes comunitárias garantem<br />
que Atenas acedeu a<br />
avançar com medidas até meados<br />
da próxima semana, a tempo<br />
de Bruxelas as incluir no relatório<br />
que deverá apresentar aos<br />
ministros no próximo Ecofin. ■<br />
Na Finlândia, a actividade económica<br />
teve a maior quebra da história.<br />
A ministra francesa<br />
das Finanças,<br />
Christine Lagarde,<br />
defende que se acabe<br />
comosCDS.<br />
FINLÂNDIA<br />
PIB regista em 2009<br />
a maior queda da história<br />
O PIB da Finlândia contraiu-se 7,8% em 2009, face ao ano anterior, o<br />
que constitui a maior quebra da história do país nórdico, indicam dados<br />
preliminares do departamento de estatística finlandês divulgados<br />
ontem. O PIB finlandês ascendeu a 171 mil milhões de euros em 2009,<br />
contra 185 mil milhões de euros observados em 2008. Já o défice das<br />
contas públicas ascendeu a 8,6 mil milhões de euros em 2009,<br />
correspondendo a cerca de 2,2% do PIB do país.<br />
Sebastien Pirlet / Reuters<br />
Investidores menos receosos sobre as contas públicas nacionais<br />
Os investidores parecem estar<br />
cada vez menos receosos quanto<br />
ao estado das contas públicas<br />
portuguesas e ao risco da dívida<br />
nacional. Os juros das obrigações<br />
do tesouro portuguesas a dez<br />
anos registaram ontem uma forte<br />
quebra, colocando o ‘spread’ face<br />
à dívida alemã abaixo da barreira<br />
psicológica dos 100 pontos.<br />
Contas feitas, a ‘yield’ das<br />
obrigações recuou para os<br />
4,094%, colocando o ‘spread’ nos<br />
98 pontos. Para encontrar um<br />
valor igualmente inferior é<br />
necessário recuar até ao final do<br />
passado mês de Janeiro, altura<br />
em que começaram a surgir os<br />
primeiros indícios de preocupação<br />
dos investidores quanto à crise<br />
dos défices orçamentais na<br />
Europa e em que o ‘spread’ se<br />
encontrava abaixo desta fasquia.<br />
A somar a isto, a percepção de<br />
diminuição do risco da República<br />
Portuguesa foi visível no mercado<br />
dos ‘credit default swaps’ sobre<br />
obrigações do tesouro a 5 anos,<br />
que seguiam ontem a recuar<br />
para os 151,71 pontos. O optimismo<br />
nos mercado de dívida reflecte<br />
a expectativa dos investidores<br />
de que a União Europeia vai<br />
conceder uma ajuda financeira à<br />
Grécia, através da compra de 25<br />
mil milhões de euros em dívida.<br />
As atenções dos investidores vão<br />
estar centradas na apresentação,<br />
que deverá acontecer esta<br />
semana, do Programa de<br />
Estabilidade e Crescimento<br />
por parte de Portugal. ■ T.F.S.
CRISE<br />
Indústria na zona euro expande ao ritmo<br />
mais acelerado dos últimos dois anos<br />
A indústria europeia acelerou, em Fevereiro, ao ritmo mais rápido dos<br />
últimos dois anos. O índice para os 16 países da zona euro subiu de 52,4,<br />
em Janeiro, para 54,2 em Fevereiro, avançou a Markit Economics, citada<br />
pela agência Bloomberg. O registo fica acima das estimativas de 19<br />
de Fevereiro, que apontavam para 54,1. E também atinge o valor mais<br />
elevado desde Agosto de 2007. Recorde-se que a indústria representa<br />
um quarto da economia e uma leitura superior a 50 indica expansão.<br />
PUB<br />
Os grandes comerciantes nos EUA<br />
prevêem o aumento das vendas.<br />
ESTADOS UNIDOS<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 17<br />
Gastos dos consumidores aumentam<br />
em Janeiro pelo quarto mês consecutivo<br />
Os gastos dos consumidores norte-americanos aumentaram em Janeiro<br />
pelo quarto mês consecutivo, avançam os dados divulgados ontem pelo<br />
Departamento do Comércio. A subida de 0,5% superou o crescimento<br />
de 0,3% registado em Dezembro e ultrapassa as estimativas dos<br />
analistas. Os rendimentos aumentaram 0,1%, avança ainda a agência<br />
Bloomberg, que cita grandes comerciantes (como a Home Depot Inc.)<br />
que perspectivam um aumento das vendas este ano.<br />
Investimentos antigos sem benefícios<br />
Fisco diz que novo código fiscal de investimento não se aplica aos benefícios anteriores a 2009.<br />
Lígia Simões<br />
ligia.simoes@economico.pt<br />
Os contratos de investimento<br />
celebrados com o Estado português<br />
em 2007 e 2008 com benefícios<br />
fiscais contratualizados,<br />
ainda que não consumados, não<br />
podem beneficiar dos novos benefícios,<br />
que são mais favoráveis,noâmbitodonovoCódigo<br />
Fiscal do Investimento.<br />
O esclarecimento é do directorgeraldosImpostosque,numa<br />
recente informação vinculativa<br />
enviada aos serviços, clarifica o<br />
âmbito temporal das vantagens<br />
fiscais concedidas às empresas<br />
que queiram investir em Portugal.<br />
Azevedo Pereira reitera que o<br />
novo regime de benefícios apenas<br />
se aplica a investimentos<br />
efectuados a partir de 1 de Janeiro<br />
desde 2009. Em marcha estão<br />
já 70 contratos fiscais, envolvendo<br />
investimentos superiores a<br />
1.900 milhões de euros.<br />
“A referida informação vinculativaédeâmbitomuitorestritivoeapenasserefereaos<br />
contratos celebrados em 2007 e<br />
2008, pelo que foi necessário<br />
clarificar o âmbito temporal dos<br />
benefícios fiscais constantes do<br />
Novo Código Fiscal”, afirmou ao<br />
Diário <strong>Económico</strong> fonte oficial<br />
do Ministério das Finanças. Este<br />
esclarecimento surge após dúvidas<br />
colocadas por várias entidades<br />
junto da administração<br />
José Azevedo<br />
Pereira<br />
Director-geral<br />
dos Impostos<br />
“A nova lei, ainda que mais<br />
favorável ao contribuinte,<br />
não pode incidir sobre o benefício<br />
já contratualizado, pois<br />
configuraria uma situação<br />
de concessão de privilégios<br />
arbitrários e discriminatórios”,<br />
esclarece Azevedo Pereira numa<br />
informação vinculativa.<br />
fiscal que argumentavam ter<br />
benefícios fiscais contratualizados<br />
ao abrigo da anterior lei,<br />
mas ainda não consumados.<br />
Algumas empresas pretendiam<br />
abandonar o anterior<br />
método de cálculo de benefícios<br />
fiscais, por forma a poderem<br />
usufruir de uma dedução<br />
anual máxima do crédito fiscal<br />
de25%dototaldobenefícios<br />
fiscal concedido, prevista no<br />
novo Código, em vigor desde<br />
Setembro do ano passado. A<br />
informação vinculativa da<br />
DGCI é clara: a nova lei retroage<br />
a 1 de Janeiro de 2009. E é<br />
distribuída numa altura em que<br />
as Finanças dão conta que teve<br />
já lugar a primeira reunião do<br />
Conselho Interministerial de<br />
Coordenação dos Incentivos<br />
Fiscais ao Investimento.<br />
O objectivo deste Conselho é<br />
concluir, até ao final do primeiro<br />
semestre de 2010, os<br />
processos negociais pendentes<br />
numtotaldemaisde70contratos<br />
que envolvem 1,9 mil<br />
milhões de euros de investimentos.<br />
E ainda a celebração<br />
de novos contratos fiscais, tendo<br />
sido apresentados mais de<br />
umadezenadesdeoiníciodo<br />
ano. Estes investimentos serão<br />
realizados nos sectores de metalomecânico<br />
ou o têxtil, fabrico<br />
de componentes para veículos<br />
automóveis e na área da hotelaria,<br />
entre outros. ■
18 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
POLÍTICA<br />
Normas parlamentares<br />
atrasam arranque do<br />
inquérito ao caso PT/TVI<br />
Proposta do BE e PSD é hoje debatida na conferência de líderes. PCP queria<br />
âmbito mais alargado. Regras atiram início dos trabalhos para fim de Março.<br />
Catarina Madeira<br />
catarina.madeira@economico.pt<br />
Os procedimentos da Assembleia<br />
da República podem atirar<br />
a comissão de inquérito, sobre a<br />
actuação do Governo na tentativa<br />
compra da TVI, para final de<br />
Março. Mesmo que a proposta<br />
seja discutida esta tarde, na<br />
conferência de líderes, o PS tem<br />
oito dias para requerer o seu debate<br />
em plenário, o que é provável<br />
que aconteça.<br />
Mas, antes disso, o Presidente<br />
da Assembleia terá de verificar se<br />
o requerimento que PSD e BE entregam<br />
hoje cumpre as regras sobre<br />
o objecto eofundamentoda<br />
comissão. Além disso, qualquer<br />
deputado pode recorrer do requerimento.<br />
“Se o objecto não for<br />
especificado, qualquer deputado<br />
pode apresentar recurso”, explicou<br />
ao Diário <strong>Económico</strong> o deputado<br />
socialista Osvaldo de Castro,<br />
para quem os trabalhos da comissão<br />
de inquérito não deverão<br />
ter início antes “do final de Março”.<br />
Até porque, defende Osvaldo<br />
de Castro – que é também<br />
presidentedaComissãodeAssuntos<br />
Constitucionais –, a haver<br />
debate em plenário proposto pelo<br />
PS só se deverá realizar após a votação<br />
final do Orçamento do Estado<br />
(12 de Março).<br />
Ontem, Francisco Louçã disse<br />
esperar que a comissão de inquérito<br />
comece a funcionar dentro<br />
de “oito dias”, para que chegue a<br />
conclusões aproximadamente<br />
num mês e meio. Mas o regime<br />
dos inquéritos permite que se estendam<br />
por 180 dias.<br />
BE e PSD chegam a acordo sobre<br />
âmbito da comissão<br />
Houve interferência do Governo<br />
natentativadecompradaTVI<br />
pela PT? O primeiro-ministro<br />
disse a verdade ou não quando<br />
afirmou, a 24 de Junho do ano<br />
passado, não ter conhecimento<br />
da operação? São estas as perguntas<br />
que BE e PSD querem ver<br />
respondidas na comissão de inquérito<br />
e que constam no requerimento<br />
que será entregue<br />
ao presidente da Assembleia da<br />
República.<br />
OPStemoito<br />
dias para requerer<br />
a discussão da<br />
comissão de inquérito<br />
em plenário,<br />
o que é provável<br />
que aconteça.<br />
AUDIÇÕES NA ÉTICA<br />
● Hoje é ouvido João Palmeiro,<br />
presidente da Confederação<br />
Portuguesa de Meios de<br />
Comunicação Social, e Bernardo<br />
Bairrão, administrador delegado<br />
da Media Capital.<br />
● Amanhã a Comissão de Ética<br />
ouve a jornalista da TVI Manuela<br />
Moura Guedes e o presidente da<br />
Impresa Francisco Pinto<br />
Balsemão.<br />
● Na quinta-feira, é a vez de<br />
José Eduardo Moniz, ex-director<br />
geral da TVI e vice-presidente<br />
do grupo Ongoing, e Henrique<br />
Granadeiro, presidente do<br />
conselho de administração da PT.<br />
Durante o dia de ontem, os líderes<br />
parlamentares da oposição<br />
estiveram em contacto para ultimar<br />
o âmbito da comissão de inquérito<br />
e acabaram por decidir<br />
pela restrição ao negócio PT/TVI.<br />
“Decidimos que a comissão deve<br />
estar centrada no essencial: o<br />
comportamento do Governo no<br />
negóciodaPTeaactuaçãodo<br />
primeiro-ministro”, esclareceu o<br />
líder parlamentar do BE, José<br />
Manuel Pureza.<br />
O objecto da comissão não obteve<br />
consenso junto de toda a oposição,<br />
o PCP defendia um âmbito<br />
mais largo, que também incluísse<br />
a utilização de grupos económicos<br />
para condicionar os órgãos de comunicação<br />
social, nomeadamente<br />
através da colocação de publicidade.<br />
O grupo parlamentar do PCP<br />
decidiu não subscrever a proposta,<br />
que mesmo assim, contará com os<br />
votos dos deputados comunistas<br />
caso seja votada em plenário. Ao<br />
Diário <strong>Económico</strong>, o líder parlamentar<br />
do CDS-PP, Mota Soares,<br />
garantiu que os democratas-cristãos<br />
estão de acordo com o objecto<br />
restrito da comissão proposto pelo<br />
BE e PSD, mas, até ao fecho desta<br />
edição, não comunicou se apoiará<br />
o requerimento.<br />
A lista de personalidades a serem<br />
ouvidas nas audições da comissão<br />
de inquérito ainda não é<br />
conhecida, mas tudo indica que<br />
José Sócrates será uma das figuras<br />
chamadas (ver texto ao lado).<br />
Entretanto, os trabalhos na comissão<br />
parlamentar de Ética são<br />
retomados hoje, com as audições<br />
de João Palmeiro, presidente da<br />
Confederação Portuguesa de<br />
Meios de Comunicação Social, e<br />
Bernardo Bairrão, administrador<br />
delegado da Media Capital. AmanhãéavezdeManuelaMoura<br />
Guedes e Francisco Pinto Balsemão<br />
responderem às questões.<br />
Se a comissão de inquérito tiver<br />
início na sequência do requerimento<br />
conjunto do BE e do<br />
PSD, tratar-se-á de uma comissão<br />
potestativa, o que implica que<br />
seja instituída de forma obrigatória,<br />
bastando para isso que 46 deputados<br />
a subscrevam, o que não<br />
evitaquetenhadeserdiscutida<br />
em plenário. ■<br />
REGRAS E CONTORNOS<br />
1<br />
Que poderes tem<br />
um inquérito?<br />
As comissões parlamentares<br />
de inquéritos “gozam de poderes<br />
de investigação próprios<br />
das autoridades judiciais”, como<br />
consagra a própria Constituição.<br />
Podem pedir ao Governo<br />
e autoridades judiciárias<br />
os documentos que entenderem<br />
necessários e as personalidades<br />
convocados não podem recusarse<br />
a ser ouvidas no Parlamento.<br />
2<br />
Quanto tempo pode<br />
durar a comissão?<br />
O tempo máximo para<br />
a realização de um inquérito<br />
parlamentar é de 180 dias. Há,<br />
no entanto, a possibilidade de<br />
pedir ao plenário a prorrogação<br />
do prazo por mais 90 dias. Finda<br />
a comissão, é redigido um<br />
relatório, que pode ou não dar<br />
lugar a uma investigação judicial<br />
(inquérito). Camarate, Fundação<br />
para a Prevenção e queda da<br />
ponte de Entre-os-Rios seguiram,<br />
por exemplo, para investigação.<br />
3<br />
Qualquer cidadão<br />
pode ser chamado?<br />
Sim. De acordo com<br />
a Constituição, qualquer pessoa<br />
pode ser chamada a uma<br />
comissão de inquérito. Quem não<br />
comparecer será punido segundo<br />
as normas da lei processual penal.<br />
No entanto, o regimento da AR<br />
dá prerrogativas ao Presidente<br />
da República e ex-presidentes,<br />
ao presidente da AR<br />
e ao primeiro-ministro (bem como<br />
ex-chefes do Executivo),<br />
que podem optar por responder<br />
por escrito.<br />
PSD e BE avançam hoje com<br />
requerimento para criar comissão<br />
de inquérito ao caso PT/TVI.
Cavaco Silva visita Catalunha e Andorra<br />
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vai realizar visitas oficiais<br />
à Comunidade Autónoma da Catalunhaeàcomunidade portuguesa<br />
residente no Principado de Andorra, nos próximos dias 4 a 7 de Março.<br />
O Presidente estará na Catalunha nos dias 4 e 5 e em Andorra nos<br />
dias 5 a 7. No primeiro daqueles dias, Cavaco Silva encontrar-se-á em<br />
Barcelona com a comunidade portuguesa residente da Catalunha<br />
e o presidente da Generalitat, José Montilla.<br />
AGENDA DO DIA<br />
● Primeiro frente-a-frente entre os<br />
candidatos Paulo Rangel e Passos<br />
Coelho, na SIC-Notícias.<br />
● Comissão de Ética ouve<br />
administrador delegado da Media<br />
Capital, Bernardo Bairrão.<br />
● Comissão de Inquérito sobre<br />
“Magalhães” ouve Mário Franco.<br />
Paulo Figueiuredo<br />
Primeiro-ministro questionado<br />
sobre o negócio da TVI.<br />
Susana Represas<br />
susana.represas@economico.pt<br />
A comissão de inquérito sobre a<br />
actuação do Governo na compra<br />
da TVI começa hoje a dar os primeiros<br />
passos e já se debatem as<br />
consequências sobre uma eventual<br />
ida do primeiro-ministro ao<br />
Parlamento. A lista de audições<br />
nãoestáfechada,masédado<br />
como certo que José Sócrates<br />
será um dos inquiridos pelos deputados,<br />
uma vez que outro dos<br />
objectivos desta comissão é apurarseochefedoGovernomentiu<br />
ao Parlamento, quando negou ter<br />
conhecimento sobre o interesse<br />
da PT na compra da TVI.<br />
Mas as consequências de um<br />
depoimento do primeiro-ministroperanteoParlamentodivide<br />
os especialistas. O politólogo<br />
António Costa Pinto considera<br />
que “é um jogo muito arriscado<br />
para o primeiro-ministro”, porque<br />
Sócrates vai depor sobre uma<br />
comissão de inquérito que “tem<br />
capacidade para provocar um<br />
impacto político significativo”.<br />
Neste caso, essas consequências<br />
“apontam para uma fragilidade<br />
do primeiro-ministro”. Uma situação<br />
“relativamente inédita<br />
em Portugal”, sublinha o especialista<br />
do Instituto de Ciências<br />
Sociais. “Os primeiros-ministros<br />
sempre cultivaram uma relação<br />
de relativa distância em relação<br />
ao Parlamento”, recorda o politólogo,<br />
e caso Sócrates seja ouvido<br />
pela comissão de inquérito, os<br />
deputados terão mais poderes do<br />
que os que têm habitualmente<br />
quando recebem membros do<br />
Governo na assembleia da República.Eestaéaprimeiravezque<br />
um chefe de Governo responde<br />
numa comissão de inquérito.<br />
Manuel Meirinho é mais cauteloso<br />
quanto ao desenrolar deste<br />
processo. Para o professor do Ins-<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 19<br />
Ida de Sócrates ao<br />
Parlamento é um<br />
“jogo arriscado”<br />
tituto Superior de Ciências Sociais<br />
e Políticas (ISCSP) “só no final<br />
desta comissão é que será<br />
possível avaliar o seu impacto “.<br />
Contudo, o professor de Ciência<br />
Política destaca que este exemplo<br />
reflecte que “o papel de fiscalização<br />
exercido pelas comissões de<br />
inquérito está a funcionar”, e<br />
mesmo que o primeiro-ministro<br />
venha a ser chamado para estas<br />
audições, “não significa que isso<br />
se traduza num desfecho negativo”.<br />
No entanto, Meirinho admite<br />
que “do ponto de vista político<br />
introduz maior pressão”, mas insiste<br />
que qualquer debate sobre as<br />
suas consequências “é demasiado<br />
especulativo”.<br />
Seja qual for o resultado, os<br />
especialistas não rejeitam que o<br />
caso chamado Face Oculta fez<br />
transpirar para a opinião pública<br />
o sentimento de que o caso<br />
não está bem esclarecido, e isso<br />
já fragilizou o Governo. ■<br />
Outros casos que envolveram políticos<br />
A ida de um alto responsável<br />
político ao Parlamento para<br />
responder no âmbito de uma<br />
comissão de inquérito é inédita em<br />
Portugal, mas há vários exemplos<br />
internacionais de casos em que<br />
chefesdeEstadoedeGoverno<br />
foram confrontados com acusações<br />
de mentira ou falsas declarações. O<br />
mais recente foi o ex primeiroministro<br />
britânico, Tony Blair,<br />
António Costa<br />
Pinto considera<br />
que esta comissão<br />
de inquérito “é um<br />
jogo arriscado<br />
para o primeiroministro”,<br />
do qual<br />
Sócrates pode sair<br />
“fragilizado”.<br />
Manuel Meirinho<br />
defende que “só<br />
no final desta<br />
comissão é que<br />
será possível<br />
avaliar o seu<br />
impacto“ e<br />
diz que estas<br />
comissões “são<br />
fiscalizadoras”.<br />
acusado de mentir sobre a<br />
informação que tinha sobre as<br />
armas de destruição maciça no<br />
Iraque. Mais antigo e polémico, foi o<br />
caso de Bill Clinton e da estagiária<br />
da Casa Branca, quase fez cair o<br />
presidente dos Estados Unidos da<br />
América. Mas o mais mediático foi o<br />
caso Watergate, na sequência do<br />
qual, outro ex-presidente americano,<br />
Nixon, foi destituído. S.R.
20 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
POLÍTICA<br />
FISCALIZAÇÃO<br />
Infarmed realizou 1.500 inspecções em 2009<br />
e retirou do mercado 25 medicamentos<br />
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) realizou 1.500<br />
inspecções em 2009, das quais resultaram 160 processos de contraordenarão<br />
e a retirada de 25 medicamentos do mercado. A maioria<br />
dessas inspecções (47%) ocorreu em farmácias e locais de venda<br />
de medicamentos não sujeitos a receita médica, segundo dados<br />
do Infarmed avançados à Lusa. Em 2008, o Infarmed tinha feito 424<br />
inspecções a estes dois tipos de estabelecimentos.<br />
Pinto Monteiro<br />
quer travar a nuvem<br />
de suspeição que<br />
se abateu sobre<br />
a sua intervenção<br />
no caso Face Oculta.<br />
Ministro Santos Silva (na foto) deu<br />
ontem posse ao director do IND.<br />
TOMADA DE POSSE<br />
Procurador espera receber<br />
apoio dos conselheiros<br />
Susana Represas<br />
susana.represas@economico.pt<br />
O Procurador Geral da República<br />
espera obter hoje o apoio dos<br />
seus conselheiros para ultrapassar<br />
o momento mais sensível<br />
que enfrenta desde que assumiu<br />
o cargo em 2006, na sequência<br />
do processo Face Oculta. Para<br />
que esse apoio se torne oficial, a<br />
Procuradoria admitiu ontem<br />
que os membros do Conselho<br />
Superior do Ministério Público<br />
(CSMP) deverão aprovar um comunicado<br />
conjunto no final da<br />
reunião de hoje.<br />
O consenso não será fácil, tal<br />
como em anteriores reuniões do<br />
CSMP, em que se discutiram temas<br />
delicados. No entanto, o<br />
Diário <strong>Económico</strong> apurou que<br />
nãoéintençãodoCSMPdramatizaroassuntonemtãopouco<br />
deixar Pinto Monteiro fragilizado.<br />
A reunião servirá para esclarecer<br />
todas as dúvidas em torno<br />
do processo Face Oculta e “emitir<br />
uma opinião geral e abstracta<br />
sobre este episódio”, garantem<br />
alguns conselheiros ouvidos<br />
pelo Diário <strong>Económico</strong>. Esclarecimentos<br />
que não deverão, no<br />
entanto, ultrapassar as questões<br />
formais, já que o CSMP não tem<br />
competência para se pronunciar<br />
sobre casos concretos.<br />
Em causa estão decisões do<br />
Procurador-Geral sobre escutas<br />
telefónicas extraídas do processo<br />
Face Oculta, e que, segundo<br />
um magistrado de Aveiro, indiciam<br />
que o primeiro-ministro<br />
cometeuumcrime.JáPinto<br />
Monteiro entendeu que não<br />
contém indícios criminais, rejeitandoaaberturadeuminquérito.<br />
O caso obrigou o PGR a<br />
Santos Silva quer Instituto de Defesa<br />
Nacional como “casa de janelas abertas”<br />
No final da reunião, o Conselho Superior do Ministério Público deverá emitir<br />
um comunicado oficial que traduza uma posição de consenso dos conselheiros.<br />
NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO<br />
● De acordo com a alínea m) do<br />
artigo 133º da Constituição cabe<br />
ao Presidente da República<br />
nomear e exonerar o PGR sob<br />
proposta do Governo.<br />
● Caso não seja exonerado antes<br />
de terminado o prazo (e sempre<br />
perante acordo entre PR e<br />
Governo), o mandato do PGR<br />
prolonga-se por seis anos<br />
● O Conselho Superior do<br />
Ministério Público, presidido pelo<br />
PGR, não tem competência para<br />
avaliar o trabalho do procurador,<br />
nem para o destituir, mas pode<br />
fragilizá-lo ou fortalecê-lo.<br />
O ministro da Defesa, Santos Silva, exortou ontem o novo director do<br />
Instituto de Defesa Nacional (IND) a manter este organismo “uma casa de<br />
janelas abertas”, considerando-o um instrumento importante para criar<br />
uma “consciência nacional” para a SegurançaeaDefesa.Discursandona<br />
tomada de posse do major-general Rodrigues Viana como director do IDN,<br />
o ministro da Defesa apontou o militar como a “melhor escolha possível”<br />
para “um dos lugares chave na estrutura” do seu Ministério.<br />
João Paulo Dias<br />
decisões e despachos por muitos<br />
considerados “nebulosos” e as<br />
criticas à sua actuação atingiram<br />
o seu máximo no passado<br />
fim-de-semana, quando o candidato<br />
a líder do PSD, Passos<br />
Coelho, defendeu a sua substituição<br />
e o semanário Sol sugeriu<br />
que as fugas de informação que<br />
terão levado os arguidos a trocar<br />
de telemóvel poderiam ter saído<br />
da Procuradoria.<br />
O encontro começa às 10h30<br />
e pode prolongar-se por várias<br />
horas. No final espera-se que<br />
saia um consenso possível que<br />
não fragilize mais o chefe máximo<br />
do Ministério Público. O<br />
CSMP é composto por 18 membros,<br />
cinco eleitos pelo Parlamento,<br />
dois do Ministério da<br />
Justiça e 11 procuradores, incluindo<br />
Braga Temido, procurador<br />
geral distrital de Coimbra. ■<br />
COLUNA VERTEBRAL<br />
Apesar de tudo<br />
JOÃO PAULO GUERRA<br />
Um estudo de investigadores<br />
do ISCTE, com base em inquéritos<br />
à população e aos deputados,<br />
conclui que a confiança<br />
dos portugueses na democraciaestáabaternofundo.As<br />
conclusões do estudo revelam<br />
que os portugueses são democratas<br />
insatisfeitos. Mas, apesar<br />
de tudo, são democratas e<br />
não procuram alternativas<br />
musculadas ou populistas.<br />
A insatisfação com a democracia,<br />
tal como se exerce em<br />
Portugal, é a mais baixa desde<br />
1985. Mas claro que este facto<br />
não vai tirar o sono a qualquer<br />
um dos governantes que não só<br />
conduziram o País à beira da<br />
falência, como afundaram a<br />
democracia no abismo do descrédito.<br />
Estão todos bem na<br />
vidaenodiaemquelargarem<br />
o poder ainda ficarão melhor.<br />
E estão, acima de tudo, muito<br />
convencidos das suas pessoas.<br />
Ninguém tem razão, para além<br />
deles próprios, as críticas são<br />
sintomas de má-fé e os maus<br />
resultados são importados do<br />
exterior. Já Salazar falava da<br />
“guerra que nos era imposta do<br />
exterior”.<br />
De opinião contrária à da<br />
conclusão geral do estudo devem<br />
ser os ‘meninós’ das ‘jotas’,<br />
que saltam à vara para administrações<br />
de empresas, enquanto<br />
uma geração se perde no<br />
desemprego e nas saídas profissionais<br />
frustradas. Os ‘boysinhos’<br />
devem entender que esta<br />
democracia é de sucesso: uma<br />
simples e venal traficância de<br />
poderes. Mas a generalidade<br />
dos portugueses entende que os<br />
carreiristas da política se apoderaram<br />
da democracia e sugam<br />
até ao tutano os benefícios<br />
do poder. Nunca como hoje é<br />
tão oportuno o refrão de Os<br />
Vampiros, do José Afonso.<br />
Um dia, por alturas de um 25<br />
de Abril, na brincadeira, mandei<br />
um SMS ao Joaquim Furtado:<br />
“Tens que voltar ao estúdio<br />
da Emissora da Liberdade que<br />
este 25 já deu o que tinha a<br />
dar”. Resposta sincera do Furtado:<br />
“Não posso. Roubaram o<br />
microfone”. ■<br />
joaopaulo.guerra@ecnomico.pt
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22 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
MUNDO<br />
Só 6% das casas<br />
chilenas têm<br />
seguro anti-sismo<br />
As seguradoras do país estimam custos com o sismo<br />
na ordem dos 1,9 mil milhões de euros.<br />
Pedro Duarte<br />
pedro.duarte@economico.pt<br />
Àmedidaqueaeconomiachilena<br />
volta, pouco a pouco, à normalidade,<br />
começam a surgir os<br />
números mais apurados do custo<br />
do sismo que devastou o país<br />
latino americano na madrugada<br />
de sábado. A associação das seguradoras,<br />
a operar no país, estima<br />
pagamentos na ordem dos<br />
1,9 mil milhões de euros, embora<br />
apenas 6% das casas do país<br />
tivessem cobertura contra sismos.Antesasagênciasdeavaliação<br />
já tinham estimado perdasnaordemdos11eos22mil<br />
milhões de euros, ou seja, entre<br />
10 e 20% do Produto Interno<br />
Bruto (PIB) da nação.<br />
Embora o Chile tenha sido um<br />
país pouco afectado pela crise financeira<br />
global – a economia<br />
contraiu-se 1,7% no ano passado<br />
–, os especialistas consideram<br />
que a moeda do país, o peso chileno,<br />
está vulnerável aos ataques<br />
dos especuladores. Para impedir<br />
uma queda forte da divisa nacional,<br />
o banco Goldman Sachs considera<br />
que o governo de Santiago<br />
vai recorrer ao fundo de poupanças<br />
do país, que tem activos no<br />
valor de 8,38 mil milhões de euros.<br />
Além disso, tanto o Goldman<br />
Cobre bate máximo de sete semanas<br />
O sismo que abalou o Chile teve efeitos<br />
também nos mercados financeiros.<br />
O preço do cobre chegou a disparar<br />
mais de 6%, naquela que foi a<br />
maior subida das últimas sete semanas.<br />
A contribuir para esta tendência<br />
estiveram notícias dando conta que<br />
empresas mineiras do país como a<br />
Codelco, Anglo American Plc e Antofagasta<br />
suspenderam a produção de<br />
cobre em várias minas do país. Recorde-se<br />
que o Chile é o maior produtor<br />
mundial desta matéria-prima, com<br />
uma quota de 36% das exportações<br />
mundiais de cobre. Apesar disso, ao<br />
final do dia, a subida deste metal foise<br />
atenuando com notícias dando<br />
conta que a Codelco já terá começado<br />
a retomar gradualmente as operações<br />
na mina de El Tieniente. Ao final<br />
A devastação que<br />
se seguiu ao sismo<br />
está a levar as<br />
pessoas a procurarem<br />
saquear lojas e<br />
supermercados,<br />
ao mesmo tempo<br />
que as autoridades<br />
prometem<br />
concentrar-se na<br />
reconstrução do país.<br />
do dia, o contrato de futuros sobre<br />
o cobre com entrega em Maio estava<br />
a subir 2%. ■ A.F.B.<br />
360<br />
335<br />
310<br />
285<br />
260<br />
31-12-2009<br />
Fonte: Bloomberg<br />
01-03-2010<br />
como a agência de notação<br />
Moody’s acreditam que o banco<br />
central do Chile vai adiar um aumento<br />
das taxas directoras, uma<br />
vez que a recuperação económica<br />
do país vai indubitavelmente<br />
ressentir-se do cataclismo.<br />
No terreno, as pilhagens<br />
continuam nas cidades mais devastadas<br />
pelo sismo que causou<br />
atéagora723mortosde19desaparecidos.<br />
Cerca de nove hospitais<br />
no país estão inoperacionais,<br />
mas os bancos confirmam<br />
a abertura de mais de 70% das<br />
suas sucursais.<br />
Asituaçãomaisdifícilestáa<br />
ser vivida na segunda maior cidade<br />
do país, Concepción, onde a<br />
maior parte dos habitantes tem<br />
pouca comida e continua sem<br />
água e electricidade. O Exército<br />
foi forçado a intervir, disparando<br />
gás lacrimogéneo e fez mais de 30<br />
detenções entre os saqueadores,<br />
alguns dos quais estavam a tentar<br />
fugir das lojas com televisões de<br />
plasma. Na madrugada de segunda-feira,<br />
o governo declarou o<br />
recolher obrigatório nas áreas<br />
mais atingidas do país, o qual tem<br />
sido cumprido, apesar do grande<br />
número de réplicas que se têm<br />
feito sentir ter levado dezenas de<br />
milhares de pessoas a voltar a fugir<br />
para as ruas.<br />
Transição política<br />
O tremor de terra do fim-de-semana<br />
aconteceu precisamente<br />
na altura em que o Chile se encontrava<br />
em processo de transição<br />
de poder. Para o próximo dia<br />
11, está prevista a toma de posse<br />
do conservador Sebastian Piñera<br />
– o primeiro presidente que não é<br />
de esquerda desde 1990, ano em<br />
que o ditador Augusto Pinochet<br />
passou o poder para a oposição.<br />
Piñera, que já prometeu que vai<br />
“levantar novamente o Chile”,<br />
anunciou também que vai “dar<br />
prioridade à tarefa da reconstrução,<br />
e isto significa mudar os ênfases,<br />
alterar as prioridades e<br />
tambémamudarosprazosdo<br />
nosso programa de governo. É<br />
absolutamente impossível pretender<br />
ignorar este terramoto”,<br />
anunciou o presidente eleito.■<br />
1<br />
Clinton adianta-<br />
A governante chega ao país<br />
apenas três dias após o sismo.<br />
Pedro Duarte<br />
pedro.duarte@economico.pt<br />
A reacção dos EUA ao sismo no<br />
Chile foi rápida. A secretária de<br />
Estado norte-americana,<br />
Hillary Clinton, chega hoje à<br />
capital chilena de Santiago, no<br />
âmbito de uma ‘tour’ pelos países<br />
latino-americanos. “Queremos<br />
mostrar o apoio da América<br />
ao povo do Chile, ao mesmo<br />
tempo que estamos atentos às<br />
realidades da situação”, declarou<br />
Philippe Reines, adjunto de<br />
Hillary Clinton.<br />
Na sua visita à capital devastada<br />
do Chile, Hillary vai encontrar-se<br />
tanto com a actual<br />
presidente Michelle Bachelet<br />
como com o presidente eleito do<br />
país, Sebastián Piñera. A rapidez<br />
com que uma responsável<br />
dos EUA chegou ao Chile contrasta<br />
fortemente com a atitude<br />
da União Europeia, onde a nova<br />
comissária para as Relações Externas,<br />
Catherine Ashton, ainda<br />
não tem planos para visitar o<br />
país, participando entre hoje e<br />
quarta-feira na cimeira de reconstrução<br />
do Haiti, país que<br />
também foi devastado por um<br />
terramoto no passado dia 12 de<br />
Janeiro. Contactada pelo Diário<br />
<strong>Económico</strong>, fonte da Comissão<br />
Europeia disse que “não está<br />
prevista qualquer alteração à<br />
agenda” de Ashton nos próximos<br />
dias, embora tenha sublinhado<br />
que “podem sempre<br />
ocorrer alterações”.<br />
Já começou entrentanto a<br />
chegar ajuda internacional ao<br />
país, em resposta ao pedido ofi-
Buffet critica elevados custos com a saúde<br />
O investidor Warren Buffet disse ontem que os custos com a saúde<br />
nos EUA estão “fora de controlo” e que são uma “ténia” que limita<br />
o crescimento económico. É uma “emergência nacional”, disse o segundo<br />
homem mais rico do mundo, enquanto apelava a Washington para que<br />
reformasse o sistema. A saúde consome cerca de 17% do PIB dos EUA,<br />
contra os 9-10% em outros países que por seu turno tem mais médicos,<br />
enfermeiros e camas de hospitais per capita.<br />
se na ajuda ao Chile<br />
Hillary Clinton,<br />
secretária<br />
de Estado<br />
dos EUA,<br />
está no Chile<br />
etrouxeconsigo<br />
equipamento<br />
de telecomunicações<br />
para ajudar<br />
opaís.<br />
Catherine Ashton,<br />
responsável<br />
das Relações<br />
Externas<br />
da União<br />
Europeia, ainda<br />
não decidiu<br />
se pode alterar<br />
a sua agenda para<br />
visitar o Chile.<br />
Jose Luis Saavedra /Reuters<br />
cial de ajuda da presidente Michelle<br />
Bachelet.<br />
“Enfrentamos uma catástrofe<br />
de magnitude tão impensável<br />
que vai ser preciso um esforço<br />
gigante” para superar a crise,<br />
disse a chefe de Estado. Em resposta<br />
ao pedido de Bachelet, as<br />
Nações Unidas anunciaram que<br />
vão acelerar as entregas de auxílio<br />
humanitário ao país, para<br />
tratar das necessidades das mais<br />
de duas milhões de pessoas que<br />
foram afectadas pela catástrofe.<br />
Já a União Europeia prometeu<br />
enviar três milhões de euros em<br />
ajudas de emergência, a China<br />
cerca de 700 mil euros e Taiwan<br />
mais 150 mil euros, enquanto o<br />
Japão vai enviar 2,22 milhões de<br />
euros, bem como tendas, geradores,<br />
purificadores de água e<br />
outros equipamentos de emergência.<br />
■<br />
AGENDA DO DIA<br />
● Senado dos EUA volta a ter<br />
audições sobre os carros da Toyota.<br />
● Presidente da autoridade<br />
reguladora britânica apresenta ao<br />
Parlamento resultado do inquérito às<br />
instituições financeiras.<br />
● Exposição internacional de<br />
tecnologia CeBIT abre em Hannover.<br />
2<br />
3<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 23<br />
Jose Luis Saavedra/Reuters<br />
Ivan Alvarado/Reuters<br />
1 Os militares vigiam a compra de gasolina directamente dos reservatório de combustível em Concépcion, a cidade mais<br />
afectada pelo sismo da madrugada de sábado. 2 As pilhagens continuam, aqui numa fábrica da Coca-Cola. O exército já deteve<br />
mais 30 pessoas. 3 Mãe e filha procuram familiares desaparecidos no sismo que já causou 723 mortes.<br />
Infografia: Marta Carvalho | marta.carvalho@economico.pt
24 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
MUNDO<br />
RADAR MUNDO<br />
1<br />
Holanda<br />
7<br />
Karadzic diz que causa<br />
Sérvia é “sagrada”<br />
Após mais de quatro meses de<br />
boicotes, o líder dos sérvios da<br />
bósniaduranteaguerranaJugoslávia,<br />
Radovan Karadzic,<br />
apresentou-se perante os juízes<br />
do Tribunal Internacional de<br />
Haia. Declarando-se “inocente”<br />
das onze acusações de genocídio<br />
que pendem contra si, Karadzic,<br />
de 64 anos de idade, afirmou que<br />
se apresenta perante os juízes<br />
“não para defender o mero mortal”<br />
que é, mas sim “para defender<br />
a grandeza de uma pequena<br />
naçãodentrodaBósnia”.<br />
“Vou defender a nossa nação<br />
e a sua causa, que é justa e sagrada”,<br />
afirmou o ex-presidente<br />
da República Sérvia da Bósnia,<br />
notando que tem “um bom<br />
caso, com boas provas” das suas<br />
afirmações.<br />
Duranteoprimeirodiadasua<br />
audição, Radovan Karadzic, que<br />
passou13anosemfugaantesde<br />
ser capturado em 2008, passou<br />
o tempo a explicar detalhadamente<br />
os motivos que levaram<br />
EJUP GANIC DETIDO<br />
3<br />
2<br />
4<br />
ao início da guerra na Bósnia. Os<br />
observadores notam que esta<br />
abordagem tem como objectivo<br />
demonstrar que não existiu um<br />
plano preliminar para levar a<br />
cabo uma limpeza étnica na região,<br />
mas sim que os sérvios estavam<br />
apenas a defender-se dos<br />
muçulmanos.<br />
Múltiplas acusações<br />
Radovan Karadzic responde por<br />
onze acusações de genocídio e<br />
crimes contra a humanidade.<br />
Entre as maiores acusações encontra-seadeserresponsável<br />
pelos bombardeamentos de Serajevo<br />
durante a guerra, que<br />
causaram 12 mil vítimas, e de<br />
ter organizado o massacre de<br />
oito mil muçulmanos bósnios<br />
na cidade de Srebrenica. A sua<br />
presença no Tribunal InternacionaldeHaiaéamaisimportantedesdequeoantigopresidente<br />
da Yugoslávia, Slobodan<br />
Milosevic, também enfrentou o<br />
mesmo tribunal. ■ Pedro Duarte<br />
Radovan Karadzic foi presidente da República Sérvia da Bósnia durante a guerra que matou mais de 100.000 pessoas.<br />
6<br />
O ex-presidente da Bósnia Ejup Ganic<br />
foi ontem preso no aeroporto de<br />
Heathrow, em Londres. Ganic tinha<br />
pendente contra si um mandato de<br />
captura emitido pela Sérvia por crimes<br />
de guerra, pelo alegado envolvimento<br />
numa emboscada efectuada pelas tropas<br />
muçulmanas bósnias a uma coluna<br />
do exército jugoslavo em 1992,<br />
bem como a ataques a hospitais civis.<br />
1<br />
5<br />
Reuters TV<br />
O Tribunal Nacional espanhol diz que Hugo Chávez prestou auxílio à ETA.<br />
3 Espanha<br />
Governo de Chávez ligado à ETA<br />
A Venezuela está a cooperar<br />
com o grupo terrorista basco<br />
ETA e ainda com as forças armadas<br />
revolucionárias da Colômbia<br />
(FARC).<br />
Segundo o juiz Eloy Velasco<br />
do Tribunal Nacional de Espanha,<br />
o segundo mais importante<br />
do país, as FARC pediram ajuda<br />
à ETA para levarem a cabo<br />
atentados contra personalidades<br />
colombianas que estivessem<br />
presentes em solo espanhol, entre<br />
os quais se contou o presidente<br />
colombiano Álvaro Uribe.<br />
No auto do processo contra<br />
seis etarras e sete elementos das<br />
FARC, o juiz afirma que os dados<br />
da investigação indicam a existência<br />
de uma “cooperação go-<br />
2 França<br />
Medvedev debate<br />
cooperação<br />
com Paris<br />
O presidente Dimitry<br />
Medvedev está a tentar<br />
melhorar as relações com<br />
a França. O chefe de Estado<br />
russo iniciou ontem uma visita<br />
oficial à segunda maior<br />
economia europeia, onde vai<br />
realizar encontros com o<br />
presidente Nicolas Sarkozy<br />
e com o primeiro-ministro<br />
François Fillon. Na agenda de<br />
Medvedev estão discussões<br />
sobre a colaboração bilateral<br />
nas áreas económica, militar e<br />
humanitária, bem como o apoio<br />
a uma entrada da Rússia<br />
na Organização Mundial do<br />
Comércio. Será ainda debatida<br />
a crise económica, o novo<br />
tratado de segurança europeu,<br />
a guerra no Afeganistão e o<br />
programa nuclear iraniano. ■<br />
vernamental” por parte da Venezuela<br />
na “colaboração ilícita”<br />
entre as duas organizações.<br />
Segundo o magistrado, Arturo<br />
Cubillas Fontán era, na mesma<br />
altura em que exercia as<br />
funções de director de um gabinete<br />
do ministério do Governo<br />
de Hugo Chávez, também responsáveldaETAnaregiãoeestava<br />
encarregue de coordenar as<br />
relações com as FARC.<br />
“Estão em curso diligências<br />
que demonstram a cooperação<br />
governamental venezuelana na<br />
colaboração ilícita entre as<br />
FARC e a ETA, e em especial a de<br />
Arturo Cubillas Fontán, que tem<br />
ou teve um cargo público neste<br />
país”, diz o juiz Velasco. ■<br />
4 Rússia<br />
Oligarca falha pagamento de casa<br />
Jorge Silva/Reuters<br />
39 milhões<br />
de euros é o valor perdido pelo multimilionário russo Mikhail Prokhorov<br />
por ter falhado a data-limite para o pagamento da totalidade da Villa<br />
Leopolda, no Sul de França. O oligarca pagou 10% dos 390 milhões<br />
de euros do preço da casa em Julho de 2008, mas depois não conseguiu<br />
pagar o resto até ao dia 15 de Dezembro, perdendo por isso o sinal.
ÓPERA DE SIDNEY A NU<br />
A lente do fotógrafo norte-americano Spencer Tunick continua a mobilizar milhares de pessoas. Desta vez, mais<br />
de 5.000 australianos posaram nus na Casa da Ópera de Sidney, um dos símbolos da Austrália. A foto coincidiu<br />
com a parada anual de gay. “Homens e mulheres gay estiveram nus ao lado de vizinhos heteressexuais e isto é<br />
uma mensagem para o mundo que os australianos abraçam uma sociedade livre e igual”, disse Tunick.<br />
A fronteira terrestre reabriu.<br />
5 Geórgia<br />
Aberta fronteira<br />
com a Rússia para<br />
salvar a Arménia<br />
As disputas entre dois países<br />
podem por vezes ter<br />
consequências desastrosas<br />
para outras nações. O posto<br />
fronteiriço de Verkhny Lars<br />
entre a Federação Russa<br />
e a Geórgia, que havia sido<br />
encerrado por Moscovo<br />
em Julho de 2006, devido à<br />
deterioração das relações com<br />
Tblisi, foi ontem reaberto a<br />
pedido da Arménia. Esta<br />
medida tem como objectivo<br />
impedir a nação arménia de<br />
entrar em colapso económico,<br />
já que o país não tem saída<br />
paraomareprecisa<br />
desesperadamente de um meio<br />
de fazer passar as suas<br />
exportações para o<br />
estrangeiro. Como o único país<br />
vizinho da Arménia que<br />
permite a passagem dos seus<br />
bens é a Geórgia, o facto das<br />
fronteiras desta nação estarem<br />
fechadas com a Rússia tem<br />
sido devastador para a<br />
economia arménia, que sofre a<br />
maior contracção económica<br />
de toda a ex-URSS. ■<br />
6 Reino Unido<br />
‘Fuga’ fiscal embaraça conservadores<br />
A política britânica muda todas<br />
as semanas ao som de escândalos.<br />
Depois de uma semana a<br />
examinar a fúria de Gordon<br />
Brown com a sua equipa, é a vez<br />
dos conservadores limitarem<br />
um escandâlo que questiona o<br />
seu patriotismo. Michael<br />
Ashcroft, vice-presidente do<br />
Partido Conservador e principal<br />
doador de dinheiro dos<br />
‘tory’ admitiu que goza dos benefícios<br />
fiscais de um cidadão<br />
‘não residente’ no país há dez<br />
anos, graças aos seus negócios<br />
na antiga colónia britânica de<br />
Belize. O estatuto de “não residente”<br />
isenta a pessoa envolvida<br />
de pagar impostos sobre todososrendimentosganhosno<br />
estrangeiro.<br />
Esta revelação surge numa<br />
altura em que os conservadores<br />
têm vindo a perder a vantagem<br />
que tinham sobre os Trabalhis-<br />
7 EUA<br />
Senador deixa milhares sem ordenado<br />
Os impasses no Congresso estão<br />
a bloquear a governação dos<br />
Estados Unidos. Desde ontem<br />
que milhares de trabalhadores<br />
dos transportes do governo federal<br />
se encontram de licença<br />
sem vencimento, enquanto que<br />
os reembolsos de Washington<br />
aos Estados pelos programas de<br />
auto-estradas, no valor de 140<br />
milhões de euros por dia, também<br />
se encontram suspensos.<br />
Na origem do problema está<br />
a decisão de um único senador<br />
do Partido Republicano, Jim<br />
Bunning, de não aprovar a pas-<br />
O vice-presidente<br />
dos ‘tories’, Michael<br />
Ashcroft doou quatro<br />
milhões ao partido,<br />
ainda que não pague<br />
parte dos impostos<br />
no Reino Unido há<br />
dez anos.<br />
sagem de legislação que teria<br />
estendido os programas federais<br />
sobre estas áreas, bem<br />
como a duração dos subsídios<br />
de desemprego a cerca de 1,2<br />
milhões de cidadãos que vão ficar<br />
sem rendimentos este mês.<br />
Durante toda a semana passada<br />
os seus colegas no Senado<br />
tentaram convencer Bunning a<br />
mudar de posição, mas este argumenta<br />
que os 7,4 mil milhões<br />
de euros que custará a legislação<br />
– que tem que ser aprovada<br />
como um pacote completo – são<br />
um valor demasiado elevado,<br />
Tim Wimborne/Reuters<br />
tas de Gordon Brown, e depois<br />
do líder conservador, David Cameron,<br />
ter afirmado que, se se<br />
tornasse primeiro-ministro, só<br />
contribuintes britânicos deveriam<br />
ter assento no Parlamento.<br />
Questionado sobre o assunto,<br />
Ashcroft disse que assumiria<br />
comprazerumlugarnaCâmara<br />
dos Lordes em caso de vitória<br />
conservadora, dando a entender<br />
queestáprontoaabandonaro<br />
seu estatuto de não residente.<br />
“Cameron tem dito que é seu<br />
dever patriótico substituir Gordon<br />
Brown. Bem, os seus candidatos<br />
estão a ser financiados<br />
por alguém que tem sido basicamente<br />
impatriótico”, disse o<br />
ministro do Interior trabalhista,<br />
Alan Johnson. As mais recentes<br />
sondagens indicam que, em<br />
caso de eleições, o partido de<br />
Gordon Brown voltaria a formar<br />
governo no país. ■<br />
tendo em conta o grande défice<br />
orçamental do país. Este impasse<br />
tem permitido ao Partido Democrata<br />
acusar os Republicanos<br />
de deixar que programas estatais<br />
populares cheguem ao fim,<br />
ainda que por pouco tempo.<br />
“Com as famílias americanas<br />
a enfrentarem tempos difíceis,<br />
estou decepcionado em<br />
ver que os jogos políticos estão<br />
a parar projectos de construção<br />
importantes em todo o<br />
país”, afirmou em comunicado<br />
o secretário dos Transportes,<br />
Ray LaHood. ■<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 25<br />
Eleições “irregulares”<br />
no Tajiquistão<br />
As eleições legislativas<br />
realizadas domingo no<br />
Tajiquistão, que deverão<br />
reforçar os poderes do seu<br />
presidente, foram marcadas<br />
por “numerosas<br />
irregularidades”. Os<br />
observadoresdaOSCE<br />
encontraram casos de votos<br />
por procuração e falsificação<br />
massiva de escrutínios.<br />
China promove<br />
novo Dalai Lama<br />
Panchen Lama faz 20 anos<br />
em2010eéopreferido<br />
de Pequim para se tornar<br />
no próximo Dalai Lama. O<br />
nome do jovem foi escolhido<br />
em 1995 por Pequim e é<br />
um dos 13 escolhidos para<br />
suceder ao actual Dalai Lama,<br />
considerado pela China como<br />
um perigoso separatista.<br />
Novo chefe nuclear<br />
daONUacusaoIrão<br />
O director da agência nuclear<br />
da ONU, Yukiya Amano disse<br />
ontem que Teerão não está a<br />
cooperar suficientemente com<br />
a investigação sobre as<br />
actividades nucleares do país.<br />
Amano não exclui que o Irão<br />
esteja já a trabalhar em armas<br />
nucleares e confirmou que o<br />
país persa está já enriquecer<br />
urânio a altos níveis.<br />
EUA reexaminam lei<br />
de porte de armas<br />
O Supremo Tribunal dos<br />
Estados Unidos reaprecia hoje<br />
a sua decisão de 2008 que<br />
reconhece o direito de todos<br />
os cidadãos a possuírem<br />
armas para a sua defesa<br />
pessoal, de modo a<br />
determinar se o veredicto<br />
também se deve aplicar às leis<br />
locais, para além da legislação<br />
criada pelo governo federal.<br />
Esta análise surge numa altura<br />
em que os oponentes do<br />
presidente Obama estão à<br />
apelar à liberalização das leis<br />
sobre as armas no país.<br />
Petição contra lei<br />
anti-gay recolhe<br />
500 mil assinaturas<br />
No Uganda, um movimento<br />
recolheu 500 mil assinaturas<br />
contra a lei anti-gay que será<br />
apreciada pelo parlamento<br />
do país. A lei, que Obama<br />
diz ser ‘odiosa’, inclui a pena<br />
de morte para alguns actos<br />
homossexuais – por exemplo<br />
se uma das partes for menor<br />
ou HIV positivo.
26 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
DESTAQUE VISITA DE JOSÉ SÓCRATES A MOÇAMBIQUE<br />
Projecto da Portucel<br />
em Moçambique garante<br />
vendas de 587 milhões<br />
José Sócrates inicia hoje visita oficial de três dias a Moçambique. A acompanhá-lo,<br />
leva uma comitiva com mais de meia de centena de empresários.<br />
Hermínia Saraiva<br />
herminia.saraiva@economico.pt<br />
Maputo estendeu uma passadeira<br />
vermelha a Pedro Queiroz Pereira<br />
eopresidentedaPortucelparece<br />
estar disponível para aceitar o<br />
convite para investir em Moçambique.<br />
Tanto que já estima<br />
que “em ano cruzeiro o projecto<br />
[da Portucel] fará crescer as exportações<br />
moçambicanas em<br />
800 milhões de dólares [586,6<br />
milhões de euros]”, diz fonte<br />
oficial da papeleira portuguesa<br />
ao Diário <strong>Económico</strong>.<br />
Queiroz Pereira, que em 2009<br />
criou a Portucel Moçambique,<br />
ainda não anunciou oficialmente o<br />
destino do seu próximo investimento,<br />
que poderá chegar aos dois<br />
mil milhões de euros. Mas à autorização<br />
para a utilização de uma<br />
área de 173.327 hectares na zona<br />
ProvínciadaZambéziaeoesperado<br />
alargamento da mesma autorização<br />
a mais 220 mil hecatres em<br />
Manica, estão a criar as condições<br />
para que a Portucel venha a ser um<br />
dos maiores investidores portugueses<br />
em Moçambique.<br />
OcasodaPortuceléemblemáticoeseráumdosexemplos<br />
apresentados num seminário<br />
económico, a realizar quinta-<br />
-feira em Maputo, e que juntará<br />
na mesma sala empresários portugueses<br />
e moçambicanos.<br />
Exemplos de investimentos<br />
portugueses em Moçambique não<br />
faltam. Quando José Sócrates<br />
chegar à barragem de Cahora<br />
Bassa,naregiãodeTete,emMoçambique,<br />
nessa mesma manhã<br />
terá a recebê-lo os seguranças da<br />
Moseg. Empresa de Jaime Nogueira<br />
Pinto em parceria com o<br />
grupo SGC de João Pereira Couti-<br />
Visabeira, Critical<br />
Software, Bial, Leya,<br />
Porto Editora e<br />
Visabeira são algumas<br />
das empresas<br />
com negócios<br />
já estabelecidos<br />
em Moçambique.<br />
Alegre ao lado de Sócrates na visita<br />
O (pré) candidato presidencial<br />
Manuel Alegre é um dos<br />
convidados de José Sócrates<br />
nesta sua visita oficial a<br />
Moçambique. Oficialmente,<br />
Manuel Alegre integra a comitiva<br />
do primeiro-ministro naquela que<br />
é a sua primeira visita oficial ao<br />
exterior desde que foi reeleito<br />
chefe do Executivo porque é<br />
presidente do júri do prémio Leya,<br />
um galardão que durante a<br />
viagem será entregue por<br />
Sócrates ao escritor<br />
moçambicano Borges Coelho, mas<br />
há já quem veja esta viagem<br />
como o pontapé de saída para a<br />
formalização do apoio do PS à<br />
candidatura de Alegre a Belém. A<br />
decisão sobre o candidato que o<br />
PS apoiará foi atirada para depois<br />
do Orçamento, mas alguns<br />
sectores do PS entendem que<br />
depois de Fernando Nobre ter<br />
avançado na corrida para Belém a<br />
clarificação é mais urgente. I.D.B.<br />
nho, pouco conhecida em território<br />
nacional, mas que é hoje um<br />
dos maiores empregadores portugueses<br />
em Moçambique. A Moseg,<br />
que tem ainda como accionistas<br />
o português Victor Ribeiro e<br />
um grupo de parceiros estratégicos<br />
moçambicanos, é a empresa<br />
responsável pela segurança da<br />
barragem que durante anos foi<br />
uma pedra no sapato das relações<br />
entre Portugal e Moçambique.<br />
Quatro anos depois de ultrapassada<br />
a questão da gestão da<br />
quarta maior barragem africana,<br />
o primeiro-ministro português<br />
aterra hoje ao final da noite no<br />
aeroporto Internacional de Maputoparaumavisitadetrêsdias<br />
que pretende reforçar as relações<br />
com Moçambique nomeadamente<br />
na vertente económica.<br />
“As relações económicas [entre<br />
Portugal e Moçambique] tem estado<br />
sempre a melhorar e são<br />
cada vez mais promissoras”, diz<br />
fonte oficial da S. Bento.<br />
Na agenda, Sócrates leva a assinatura<br />
de acordos de cooperaçãoedeinvestimentonummercado<br />
de que os empresários portugueses<br />
avaliam como sendo um<br />
país de crescimento estável e sustentado.<br />
“Do ponto de vista das<br />
condições de envolventes de negócios<br />
a nossa visão é muito positiva,<br />
é um mercado que se não<br />
temtidograndessurtosdecrescimento,<br />
nas situações mais recessivas,<br />
também não tem tido<br />
decréscimos significativos”, avalia<br />
Pedro Gonçalves, presidente<br />
da Soares da Costa, a empresa<br />
que partilha com a Mota-Engil a<br />
concessão da Ponte de Tete, atribuída<br />
pelo governo de Maputo<br />
por um período de 30 anos. A<br />
contrução desta infra-estrutura<br />
inclui ainda a participação da<br />
também portuguesa Opway.<br />
Faria de Oliveira, presidente da<br />
Caixa Geral de Depósitos, também<br />
terálugarde<strong>destaque</strong>entreacomitiva<br />
de Sócrates, já que a viagem<br />
servirá para dar o ponta de saída ao<br />
banco luso-moçambicano criado<br />
em parceria com a Direcção Geral<br />
de Tesouro de Moçambique.<br />
O primeiro-ministro português<br />
estará em Moçambique<br />
a convite de Armando Guebuza,<br />
o recém-eleito presidente<br />
moçambicano que escolheu<br />
Portugal para a sua primeiravisita<br />
oficial. ■<br />
PONTOS ALTOS DA AGENDA<br />
● Sócrates será recebido<br />
amanhã pelo presidente<br />
moçambicano Armando Guebuza,<br />
estando previsto uma sessão<br />
plenária entre os governos de<br />
Portugal e Moçambique.<br />
● No final do primeiro dia de<br />
visita será formalizada a<br />
constituição do Banco<br />
Luso-Moçambicano, controlado<br />
a 50% pela CGD.<br />
● Quinta-feira de manhã<br />
decorrem em Maputo dois<br />
seminários económicos, um dos<br />
quais ligado à temática das<br />
energias renováveis. Na mesma<br />
altura Sócrates visita Cahora<br />
Bassa, onde será assinado um<br />
documento alusivo à<br />
operacionalização do Fundo de<br />
Investimento Luso-Moçambicano.<br />
● O primeiro-ministro português<br />
visita na sexta-feira, horas antes<br />
de regressar a Lisboa, a Escola<br />
Portuguesa de Maputo.<br />
INVESTIDORES PORTUGUESES<br />
Pedro Cunha Serra<br />
Águas de Portugal<br />
A Águas de Portugal entrou em<br />
Moçambique em 1998. Hoje gere<br />
o abastecimento de água em<br />
Maputo-Matola e tem uma<br />
operação de recolha de resíduos<br />
sólidos na capital. Com um volume<br />
de negócios de 13,5 milhões em<br />
2009, Moçambique representa<br />
2% da facturação do grupo.<br />
Pedro Gonçalves<br />
Soares da Costa<br />
Moçambique é o terceiro principal<br />
mercadoexternodaSoaresda<br />
Costa, respondendo por 4% da<br />
facturação do grupo. Depois da<br />
construção da ponte sobre o rio<br />
Zambezé e da concessão da ponte<br />
de Tete, a Soares da Costa está<br />
agora concentrada nos projectos<br />
de parceria público-privada.
EM MOÇAMBIQUE<br />
Santos Ferreira<br />
Millennium BCP<br />
PONTOS-CHAVE<br />
Com 116 sucursais e quase 2.000<br />
colaboradores, o Millennium bim<br />
é hoje o principal banco em<br />
Moçambique, com 40% do<br />
mercado. Em 2009 o banco<br />
alcançou um lucro de 52 milhões e<br />
euros, mais 1% que no ano anterior.<br />
O BCP tem ainda em Moçambique<br />
uma companhia de seguros.<br />
Ferreira de Oliveira<br />
Galp<br />
Presente em Moçambique desde<br />
2007, através de um contrato para<br />
a exploração nas águas ultraprofundas<br />
de Rovuma, em<br />
consórcio com a Eni e a ENH, a<br />
Galp detém 15% da distribuição<br />
de combustíveis e gere um projecto<br />
agro-industrial para a produção<br />
e venda de biocombustíveis.<br />
José Sócrates visita<br />
Moçambique a convite de<br />
Armando Guebuza. Esta será a<br />
primeira visita oficial do<br />
primeiro-ministro na actual<br />
legislatura.<br />
Faria de Oliveira<br />
Caixa Geral de Depósitos<br />
Faria de Oliveira vai a Maputo<br />
pedir autorização de constituição<br />
do novo banco luso-moçambicano.<br />
Criado numa parceria entre a CGD,<br />
que controla 50% do também<br />
moçambicano BCI, e a Direcção<br />
Nacional do Tesouro de<br />
Moçambique. O banco terá um<br />
capital de 344,5 milhões de euros.<br />
Zeinal Bava<br />
Portugal Telecom<br />
No final de 2009, o Governo de<br />
Maputo lançou o concurso para<br />
a atribuição de uma quarta licença<br />
móvel. A PT não confirma estar<br />
a participar no concurso, mas esta<br />
seria uma oportunidade para<br />
a empresa reforçar a presença no<br />
mercado moçambicano onde está<br />
presente através do portal <strong>Sapo</strong>.<br />
O objectivo da visita<br />
de três dias é aprofundar<br />
as relações bilaterais entre<br />
os dois países com especial<br />
atenção para as ligações<br />
empresariais.<br />
Dionísio Pestana<br />
Grupo Pestana<br />
Moçambique foi, em 2004, o<br />
primeiro destino de<br />
internacionalização do grupo<br />
Pestana. Hoje o grupo originário<br />
da Madeira tem no território três<br />
unidades de quatro estrelas, que no<br />
ano passado responderam por um<br />
volume de negócios de 8,2 milhões<br />
de dólares (seis milhões de euros).<br />
Fernando Pinto<br />
TAP<br />
Com quatro voos semanais entre<br />
Lisboa e Maputo, a TAP transportou<br />
no ano passado 58 mil passageiros<br />
para Moçambique. No total, a<br />
liagação responde por 0,7% da<br />
facturação total, com a empresa a<br />
estimar um crescimento de 7,1%<br />
este ano, o mesmo valor que prevê<br />
para o total a nível global.<br />
Os sectores da construção<br />
e da banca são os mais<br />
representativos da actividade<br />
portuguesa em Moçambique.<br />
Mas também lá estão empresas de<br />
telecomunicações, energia e indústria.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 27<br />
Portugal é o<br />
sétimo destino<br />
das exportações<br />
As vendas de Portugal<br />
a Moçambique totalizaram<br />
os 121,2 milhões.<br />
Hermínia Saraiva<br />
herminia.saraiva@economico.pt<br />
As relações económicas entre<br />
Portugal e Moçambique estão<br />
bem e recomendam-se. A conclusão<br />
de fonte oficial de S. Bento<br />
é corroborada pelos números do<br />
Instituto Nacional de Estatística<br />
que indicam que as exportações<br />
portuguesas para Maputo cresceram<br />
no ano passado 33,3%, totalizando<br />
121,2 milhões de euros. No<br />
sentido inverso, mantém-se a<br />
tendência positiva, com as compras<br />
a Moçambique a crescerem<br />
cerca de 26% no ano passado,<br />
num total de 42,8 milhões de euros.<br />
A valores de 2008, Portugal<br />
era o sétimo mercado de destino<br />
das exportações moçambicanas.<br />
O resultado continua a ser favorável<br />
a Portugal, de acordo com<br />
o último Boletim Mensal da Economia<br />
Portuguesa. “A balança<br />
comercial de Portugal com Moçambique<br />
é favorável a Portugal,<br />
com um elevado grau de cobertura<br />
das importações pelas exportações”,<br />
lê-se no documento divulgado<br />
em Fevereiro.<br />
De Moçambique chega a<br />
Portugal açúcar e camarão, basicamente,<br />
e a Maputo, com<br />
origem em Lisboa, chegam máquinas<br />
e aparelhos, produtos<br />
alimentares e sobretudo livros,<br />
oprincipalprodutoqueMoçambique<br />
compra a Portugal.<br />
Depois de se manter durante<br />
cinco anos como o 35.º cliente<br />
de Portugal, Moçambique passou<br />
no ano passado a 25.º.<br />
Como fornecedor o país tem<br />
vindo também a subir, estando<br />
agora na posição 62, uma posi-<br />
ção acima da verificada em<br />
2008 e sete acima de 2007.<br />
Um lista não exaustiva da presença<br />
portuguesa em Moçambique,<br />
disponibilizada pela AICEP,<br />
aponta para a existência de cerca<br />
de 60 empresas com capitais portugueses.<br />
Empresas que terão sido<br />
em 2009 responsáveis por investimentos<br />
na ordem dos 689 milhões<br />
de euros, verba que faz de<br />
Portugal o segundo maior investidor<br />
em Moçambique, um lugar<br />
atrás da Noruega que investiu naquele<br />
país africano 742 milhões de<br />
dólares (547 milhões de euros). O<br />
Top 3 fica completo com as ilhas<br />
Maurícias que aplicaram no território<br />
moçambicano cerca de 67,7<br />
milhões de dólares. A África do<br />
Sul, vizinha de Moçambique, é<br />
apenas o quinto maior investidor<br />
no território, tendo aplicado no<br />
ano passado 55,5 milhões de dólares,<br />
mas respondendo pelo<br />
maior número de projectos realizados<br />
naquele país, num total de<br />
71 projectos. Portugal surge logo a<br />
seguir com 45 iniciativas de carácter<br />
económico. ■<br />
A sorte e o azar de ser vizinho da África do Sul<br />
Moçambique é um dos países mais<br />
pobres do Mundo, com uma<br />
agricultura considerada prioritária<br />
mas deficiente, onde o orçamento<br />
de Estado é suportado em 50%<br />
pela comunidade internacional.<br />
Com fronteiras com a Tanzânia,<br />
Malawi, Zâmbia, Zimbabué,<br />
Suazilândia e África do Sul, é com<br />
este último país que as relações<br />
económicas são maiores. Na<br />
capital, Maputo, a maior parte dos<br />
produtos consumidos chegam da<br />
África do Sul, o gigante económico<br />
do continente. Para Abdul Magid<br />
Osman, economista e ex-ministro<br />
das Finanças, e Nelson Saúte,<br />
sociólogo, em desclarações à Lusa,<br />
frisam que ainda hoje o país, com<br />
exceção do açúcar, não atingiu os<br />
Portugal pesava,<br />
no início da última<br />
década, 11,6%<br />
do total<br />
de exportações<br />
de Moçambique.<br />
Um valor que sofreu<br />
sucessivas<br />
desvalorizações<br />
até atingir<br />
os 0,8% em 2008.<br />
níveis de produção de bens<br />
tradicionais anteriores à<br />
independência. Moçambique<br />
exporta mão-de-obra e<br />
“sabedoria” mas de resto é<br />
“incapaz de produzir um botão”diz<br />
Momed Yassine, professor e<br />
analista político moçambicano, que<br />
considera que no contexto regional<br />
Moçambique tem alguma<br />
influência política e prestígio mas a<br />
nível económico é quase nulo, e diz<br />
que será assim nos próximos anos.<br />
Os analistas reforçam a<br />
importância e urgências dos laços<br />
económicos com países como a<br />
China, Brasil ou Índia. Neste<br />
contexto, Momed Yassine acredita<br />
Portugal vai nos próximos anos<br />
perder peso económico no país.
28 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
EMPRESAS<br />
REN ganha novos<br />
administradores<br />
da Parpública e da CGD<br />
A administração da REN vai contar com dois executivos indicados pelo Estado.<br />
José Penedos, que ainda é quadro da EDP, pode avançar para a reforma.<br />
Ana Maria Gonçalves<br />
ana.goncalves@economico.pt<br />
José Penedos e Vítor Baptista<br />
são as duas únicas baixas na<br />
comissão executiva da Redes<br />
Energéticas Nacionais (REN)<br />
definida para o período de<br />
2010-2012. A proposta para o<br />
próximo conselho de administração<br />
da empresa, que vai<br />
a votos na assembleia geral<br />
de 15 de Março, mantém os<br />
mesmos elementos que já<br />
hoje integram este órgão social<br />
da empresa.<br />
A palavra de ordem é limitar<br />
os estragos provocados<br />
pelo processo Face Oculta e<br />
segurar as rédeas de uma das<br />
principais empresas energéticas<br />
do país, responsável pelas<br />
infraestruturas de transporte<br />
de electricidade e gás<br />
natural, a braços com um<br />
ambicioso plano de investimentos<br />
na ordem dos 2,5 mil<br />
milhões de euros.<br />
A grande novidade acabou<br />
por ser a indicação de Rui<br />
Cartaxo, que assumiu a presidência<br />
interina em substituição<br />
de José Penedos, envolvido<br />
no processo Face<br />
Oculta. O ex-responsável<br />
máximo pela gestora das infraestruturas<br />
nacionais de<br />
electricidade e gás natural<br />
está com funções suspensas<br />
desde o final do ano passado<br />
e proibido de contactar qualquer<br />
funcionário da empresa.<br />
Já Vítor Baptista, apesar de<br />
nãoestarindiciadodequalquer<br />
crime, acabaria por ver<br />
o seu nome arrastado para a<br />
lista de personalidades que<br />
terão sido escutadas durante<br />
as investigações, factor que<br />
terápesadonahoradadecisão<br />
de afastamento. Vítor<br />
Baptista é um dos quadros<br />
mais antigos da empresa que<br />
tem nas suas mãos o pelouro<br />
da REN Eléctrica e dos recursos<br />
humanos.<br />
Para os seus lugares são<br />
agora apontados João Plácido<br />
Pires, presidente da Parpública,<br />
e João Jorge Palma, que<br />
Apesar do Estado<br />
manter o controlo<br />
da empresa,<br />
com 51% do capital,<br />
a escolha<br />
de Rui Cartaxo<br />
para a liderança<br />
da REN recebeu<br />
luz verde de todos<br />
os privados.<br />
Rui Cartaxo,<br />
que assumiu<br />
interinamente<br />
o lugar de José<br />
Penedosnagestão<br />
da REN, contou<br />
comoapoio<br />
dos privados<br />
para se manter à<br />
frente da empresa.<br />
Suspenso de<br />
funções na REN<br />
devido ao processo<br />
Face Oculta,<br />
José Penedos<br />
está proibido<br />
de contactar<br />
qualquer<br />
funcionário<br />
da empresa.<br />
transita da Caixa Geral de<br />
Depósitos, em Madrid.<br />
À nova equipa de gestão<br />
junta-se Aníbal Santos e João<br />
Conceição, ambos reconduzidos.<br />
O primeiro é actualmente<br />
responsável pelo negócio<br />
de ‘trading’ e o segundo<br />
pelas empresas de gás.<br />
Entre os restantes oito elementos<br />
com funções não executivas,<br />
com <strong>destaque</strong> para<br />
os representantes dos accionistas<br />
privados (Logoenergia,<br />
Oliren, Gestfin, REE e EDP),<br />
não se verifica qualquer alteração.<br />
Apesar do Estado manter o<br />
controlo da empresa, com<br />
51% do capital, o Diário <strong>Económico</strong><br />
sabe que a escolha de<br />
Rui Cartaxo obteve a luz verde<br />
de todos os privados.<br />
Ainda assim chegou a estar<br />
em cima da mesa uma proposta<br />
de alteração do modelo<br />
de governação da empresa<br />
que visava acomodar a entrada<br />
de Mário Lino, ex-ministro<br />
das Obras Públicas,<br />
Transportes e Comunicações<br />
para o cargo de ‘chairman’.<br />
Mas a resistência manifestada<br />
pela maioria dos accionistas<br />
privados, aliada ao aumento<br />
da pressão política em torno<br />
do Executivo, levou o primeiro-ministro<br />
José Sócrates a<br />
recuar.<br />
Além da aprovação das<br />
contas de 2009 – registou um<br />
aumento de 5,2% dos lucros<br />
para 134 milhões de euros -, a<br />
gestão da REN vai propor<br />
ainda, na próxima assembleia<br />
geral, a entrega de um dividendo<br />
de 0,167 euros por acção.<br />
Um valor que corresponde<br />
à distribuição de 67%<br />
dos resultados líquidos, em<br />
linha com a política de dividendos<br />
anunciada em 2009<br />
aos investidores.<br />
A REN assumiu então o<br />
compromisso de manter um<br />
crescimento nominal dos dividendos<br />
até ao ano 2014,<br />
dentro do intervalo dos seus<br />
pares, na ordem dos 50% a<br />
70%. ■<br />
EX-PRESIDENTE DA REN<br />
✽<br />
O futuro de Penedos<br />
Apesar do destino de José<br />
Penedos – suspenso das funções<br />
de presidente da Redes<br />
Energéticas Nacionais – ainda<br />
ser uma incógnita, uma coisa é<br />
certa: o ex-secretário de Estado<br />
da Energia irá manter-se como<br />
funcionário da REN até 15 Março,<br />
data da próxima assembleia<br />
geral em que serão eleitos os<br />
novos gestores da empresa.<br />
Quadro da EDP, José Penedos,<br />
poderá em última instância<br />
transitar para a eléctrica<br />
nacional. O gestor, com 64 anos,<br />
deverá, no entanto, segundo o<br />
Diário <strong>Económico</strong> apurou, pedir a<br />
passagem à reforma.<br />
Atéaofechodestaedição,<br />
não foi possível contactar<br />
José Penedos.<br />
As contas da REN de 2009, já aprovadas,<br />
registam aumento dos lucros e prevêem<br />
dividendos de 0,167 euros por acção.
Alessandro Bianchi / Reuters<br />
PUB<br />
FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS<br />
Seis CFO do PSI 20 ajudam<br />
a definir programas da ISCTE<br />
Business School. P. VI E VII<br />
INVESTIGAÇÃO<br />
Carnegie Mellon quer novo<br />
financiamento do Governo<br />
português depois de 2011. P.VIII<br />
ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 4831 E NÃO<br />
PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE | 02 MARÇO 2010<br />
universidades<br />
EMPREGO<br />
Salsa privilegia cursos<br />
de design, marketing<br />
e gestão. P.XI<br />
Empresas aderem aos jogos de gestão<br />
para recrutar e caçar talentos<br />
Os jogos de gestão são uma prática cada vez mais comum nas empresas para recrutar e avaliar ‘soft skills’ dos<br />
quadros. Também nas universidades, multiplicam-se os jogos para ensinar e avaliar os alunos. Págs. II a IV
II UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
TEMA DE CAPA | JOGOS DE GESTÃO<br />
Jogar aos gestores para<br />
conseguir um emprego<br />
Jogos de gestão são já uma prática comum para recrutamento e não só.<br />
CARLA CASTRO<br />
E ANA PETRONILHO<br />
carla.castro@economico.pt<br />
“O desafio da minha equipa era criar um<br />
perfume para a Maybelline. Desde o<br />
nome à embalagem, até à comunicação”,<br />
conta Raquel Abrantes, vencedora do<br />
jogo de gestão “Brandstorm“ da L’Oréal<br />
do ano passado, que lhe valeu a contratação<br />
pela multinacional. Raquel Abrantes<br />
admitequeojogoeoperfume“Gloss”<br />
que criaram lhe deu a visibilidade “que<br />
facilitou a integração na empresa” quando<br />
entrou no processo de recrutamento,<br />
já lá vão seis meses.<br />
“Este tipo de jogo, é uma boa maneira de<br />
avaliar as ‘soft skills’ dos candidatos.<br />
Percebe-se quem assume a liderança,<br />
quem se fecha, quem amua, foi inflexível,<br />
criativo, etc... Dependendo do perfil que<br />
a empresa está à procura, ajuda a escolher<br />
o candidato”, explica José Bancaleiro,<br />
CEO da ‘executive search’ Humancap International.<br />
A moda foi trazida para Portugal pelas<br />
multinacionais, como éocasodeste<br />
“Brandstorm” da L’Oréal, mas já foi<br />
adoptada pelas grandes empresas nacionais<br />
de vários sectores, sobretudo tecnologias<br />
e banca, mas não só. A EDP, por<br />
exemplo, promove jogos, há dez anos,<br />
para recrutamento e não só, também para<br />
desenvolvimento de jovens colaboradores.<br />
“Valorizamos os jogos pelo seu carácter<br />
pedagógico e pela sua importância<br />
no desenvolvimento de competências estratégicas<br />
e de gestão quer nos estudantes<br />
universitários, potenciais candidatos ao<br />
Grupo EDP, quer nos colaboradores”,<br />
afirma fonte oficial da eléctrica nacional.<br />
Com o recurso a esta ferramenta, a empresa<br />
garante que se consegue detectar<br />
melhor “competências estratégicas e de<br />
gestão fundamentais para as empresas,<br />
como trabalho em equipa, orientação<br />
para os resultados e visão estratégica”.<br />
O que alguns destes jogos<br />
permitem descobrir não é quem<br />
ganha, mas quem tem o<br />
comportamento adequado à<br />
função que a empresa quer<br />
preencher.<br />
António Eloy Valério é, actualmente, director-adjunto<br />
do Departamento de Recursos<br />
Humanos do BES, que recorre a jogos<br />
de gestão desde 2007, e já estava no<br />
banco quando foi seleccionado para participar<br />
num jogo, a nível interno, integrado<br />
num programa de desenvolvimento de<br />
carreira para jovens quadros. “Foi muito<br />
interessantenamedidaemquepotenciouo<br />
desenvolvimento do espírito de grupo das<br />
equipas, situação que é muito valorizada<br />
pelo BES”, afirma António Eloy Valério.<br />
AVALIAR PELAS REACÇÕES<br />
“Hoje em dia, o recurso aos jogos é uma<br />
prática comum tanto para recrutamento<br />
como para formação interna na empresa.<br />
Está a ser muito usado para avaliar a reacção<br />
das pessoas”, confirma Jorge Marques,<br />
presidente da Associação Portuguesa<br />
de Gestores de Recursos Humanos.<br />
“Às vezes, acontece até as empresas terem<br />
questões reais para resolver e levarem<br />
para o ambiente de formação. Encontram-se<br />
soluções mais descontraídas<br />
e descomprometidas”, acrescenta.<br />
O que estes jogos permitem descobrir<br />
não é quem ganha o jogo, mas quem tem<br />
o comportamento adequado à função que<br />
a empresa quer preencher.“Permite perceber<br />
como os candidatos interagem,<br />
quais são os que cooperam,os que arriscam<br />
mais, os que têm mais capacidade de<br />
iniciativa”, salienta José Bancaleiro.<br />
A L’Oréal – com uma longa experiência<br />
de jogos, que data de 1993, com largas<br />
dezenas de milhares de participantes –<br />
considera esta ferramenta fundamental<br />
para encontrar os candidatos ideais. Na<br />
opinião de Filipa Rodrigues, ‘Talent Recruitment<br />
Manager’ da multinacional de<br />
cosmética, é a “oportunidade de revelaremouconfirmaremassuaspreferências<br />
profissionais, permitindo-nos, por outro<br />
lado, ter acesso aos melhores candidatos”<br />
nas várias áreas”. O objectivo é atrair<br />
uma enorme diversidade de perfis de<br />
background, formação, etc... e, simultaneamente,<br />
“ajudá-los, pedagogicamente,<br />
a descobrirem mais sobre si mesmos e<br />
sobre a carreira que um dia querem vir a<br />
desenvolver”, adianta Filipa Rodrigues.<br />
Tiago Gonçalves, responsável pelo controlo<br />
de gestão da EDP Renováveis, aceitou<br />
o desafio da EDP para participar no<br />
‘Global Management Challenge’ (ver caixa<br />
ao lado) e destaca as competências comunicacionais,<br />
bem como as de liderança<br />
e de trabalho em equipa como as ‘soft<br />
skills’ que se destacam no jogo. “Permite-nos<br />
simultaneamente desenvolver o<br />
‘networking’ quer ao nível interno da<br />
própria organização, mas também a nível<br />
externo, levando-nos a contactar com<br />
colegas de áreas profissionais absolutamente<br />
distintas e a enfrentar realidades,<br />
que, pela lógica da própria competição<br />
em si, são diferentes daquelas com que<br />
nos deparamos no dia-a-dia”, afirma<br />
Tiago Gonçalves. ■<br />
EXEMPLOS DE JOGOS<br />
L´OREAL<br />
Desenvolve dois jogos de gestão – o<br />
“Brandstorm”, destinado à área de<br />
marketing, e o “Reveal”, lançado em<br />
Janeiro passado, que funciona ‘online’<br />
e permite aos alunos avaliar e explorar<br />
o seu perfil profissional para conhecer<br />
as suas opções de carreira e ganhar<br />
uma visão de 360 graus sobre as suas<br />
competências.<br />
DANONE<br />
O “Trust”, da Danone, arrancou em<br />
2003 e desafia equipas de estudantes<br />
finalistas da licenciatura ou de<br />
mestrado a assumir a direcção da<br />
empresa e a definir o seu plano<br />
estratégicoatrêsanosdeformaa<br />
garantir um crescimento rentável e a<br />
construir um cenário de confiança para<br />
os accionistas.<br />
GLOBAL MANAGEMENT CHALLENGE<br />
A SDG – Simuladores e Modelos de<br />
Gestão trouxe, há 25 anos, os jogos de<br />
gestão para Portugal. Em 1980, iniciou<br />
o ‘Global Management Challenge’<br />
(GMC), competição de estratégia que<br />
envolve 30 países e que junta gestores<br />
e académicos. No GMC já participaram<br />
estudantes como António Mexia e<br />
António Borges.<br />
PRIMUS INTER PARES<br />
Podem participar finalistas de<br />
mestrado de Gestão, Economia ou<br />
Engenharia. Os dois primeiros<br />
vencedores recebem uma pósgraduação<br />
e uma bolsa numa<br />
prestigiada universidade estrangeira e<br />
o terceiro numa portuguesa. Trata-se<br />
de uma iniciativa do Banco Santander<br />
Totta e do jornal “Expresso”.<br />
MILLENIUM BANKING GAME<br />
“A gestão de uma sucursal nas tuas o<br />
mãos”. É com esta frase que o<br />
Millennium bcp convida os alunos a<br />
candidatarem-se ao ‘Banking Game’.<br />
Onde investir? Em infra-estruturas,<br />
descer o spread? Os alunos têm um<br />
tutor do banco durante a fase de<br />
preparação e uma formação inicial no<br />
Instituto de Formação Bancária.<br />
Raquel Abrantes e José Diogo<br />
Lopes, vencedores do<br />
“Brandstorm” da LÓréal de 2009.<br />
TESTEMUNHOS DE “JOGADORES”<br />
António Eloy Valério,<br />
Director-adjunto<br />
Deptº RH do BES<br />
Participar num jogo deste tipo “foi muito interessante<br />
na medida em que potencia o<br />
desenvolvimento do espírito de grupo das<br />
equipas, situação que é muito valorizada<br />
pelo BES”, diz António Eloy Valério que entrou<br />
no banco, em 1999, como técnico da<br />
área de orçamento e é, hoje, director-adjunto<br />
do Departamento de Recursos Humanos.
Raquel Abrantes,<br />
Divisão de Produtos<br />
de Grande Público da<br />
L’Oréal<br />
“Estes jogos aproximam-nos muito mais<br />
das empresas do que em circunstâncias<br />
normais, já que temos acesso a informação<br />
que, de outra forma, não teríamos”, diz<br />
Raquel Abrantes. “Sentimo-nos com muito<br />
mais responsabilidade, porque estamos a<br />
trabalhar para uma multinacional de renome”,<br />
acrescenta.<br />
Foto cedida por L’Oréal<br />
Tiago Gonçalves,<br />
Responsável pelo<br />
controlo gestão da<br />
EDP Renováveis<br />
Participar no ‘Global Management<br />
Challenge’ “obriga-nos a recorrer e a desenvolver<br />
as nossas diferentes ‘soft skills’, das<br />
quais destacaria as competências com<br />
unicacionais, bem como as de liderança e<br />
trabalho de equipa. Por outro lado, permitenos<br />
desenvolver o ‘networking’ quer ao nível<br />
interno quer externo”, diz Tiago Gonçalves.<br />
O QUE É UM JOGO DE GESTÃO?<br />
É uma simulação de uma empresa<br />
fictícia num mercado virtual ou<br />
apenas uma situação no contexto empresarial.<br />
Os concorrentes são colocados perante<br />
actividades experienciais, o mais<br />
possível, próximas do real. Mas desengane-se<br />
quem pensa que os jogos de gestão<br />
se resumem a jogos de computador, porque<br />
vão muito para além das tecnologias.<br />
Normalmente, jogam-se no computador,<br />
é verdade, mas o jogo pode ser uma apresentação<br />
de um projecto para os responsáveis<br />
da empresa, pode ser de tabuleiro<br />
como os velhinhos “Risco” ou “Monopólioouatéagravaçãodeumareacçãoem<br />
vídeo para ver como a pessoa reage perante<br />
determinada situação no contexto<br />
empresarial, quando está a ser pressionada.<br />
PARA QUE SERVEM OS JOGOS<br />
DE GESTÃO?<br />
Permitem avaliar, desde logo, a<br />
componente comportamental: as chamadas<br />
‘soft skills’. Por exemplo, num<br />
concurso de recrutamento para preenchimento<br />
de vagas numa empresa. Profissionais<br />
especializados, como psicólogos,<br />
avaliam como é que os candidatos<br />
interagemunscomosoutrosequalonível<br />
da sua inteligência emocional. É assim<br />
mais fácil perceber quem são os<br />
candidatos com perfil de liderança, os<br />
mais apagados, os inflexíveis, os que<br />
amuam, os mais criativos, etc... É uma<br />
arma eficaz de caça talentos. Dependendodavagaqueháparapreencheredo<br />
perfil procurado, torna-se mais fácil escolher<br />
o melhor candidato para o lugar<br />
ou o quadro interno com mais perfil de<br />
liderança para ser promovido. No caso<br />
das universidades, os jogos servem para<br />
testar e avaliar conhecimentos.<br />
PARA QUE FINS SÃO USADOS<br />
OS JOGOS?<br />
Para recrutamento de pessoas sem<br />
experiência, normalmente recém-licenciados,<br />
para ‘assessment’ (avaliação de<br />
competências), e descoberta de talentos<br />
dentro da empresa e ainda para formação<br />
tanto nas empresas como nas universidades.<br />
Já no ambiente escolar são testadas,<br />
de forma lúdica e prática, as matérias ensinadas<br />
através dos jogos. Simula-se uma<br />
empresa fictícia, com um orçamento, e o<br />
aluno tem de tomar as decisões como se<br />
fosse o CEO. No final, tem melhor nota<br />
quem valorizar mais a empresa.<br />
ÉPOSSÍVELAPESSOAPREPA-<br />
RAR-SE PARA FAZER MELHOR<br />
FIGURA NESTES JOGOS?<br />
No caso das universidades, sim. Se o aluno<br />
dominar melhor as matérias, consegue<br />
sair-se melhor. De resto, este tipo de<br />
jogos são uma questão de treino e de prática.<br />
Mas quando o objectivo é o recrutamento<br />
ou o ‘assessment’ o que interessa<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES III<br />
Oquesãoeparaque<br />
servem os jogos de gestão<br />
Para escolher o melhor candidato a um<br />
emprego ou o futuro líder da sua empresa.<br />
CARLA CASTRO<br />
carla.castro@economico.pt<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
não é o resultado do jogo, mas avaliação<br />
do comportamento dos candidatos em<br />
interacção com os outros. A pessoa pode<br />
tentar representar um papel políticamente<br />
correcto, antecipando o perfil de<br />
candidato que a empresa procura, mas<br />
um observador experiente detecta essas<br />
manobras e, além do mais, estes jogos<br />
decorrem, normalmente ao longo do dia<br />
e, a dada altura, as pessoas acabam por<br />
deixar cair a “máscara”.<br />
5<br />
QUE EMPRESAS RECORREM<br />
AOS JOGOS DE GESTÃO?<br />
A tradição chegou com as multinacionais,<br />
que ainda hoje são as que mais<br />
usam para escolher os seus futuros colaboradores,<br />
inclusivamente com competições<br />
a nível internacional. Mas este tipo<br />
de jogos já se tornaram uma prática comumemmuitasgrandesempresasnacionais<br />
com politícas estruturadas de recursos<br />
humanos. Principalmente na industria<br />
farmacêutica, tecnologias de informação,<br />
telecomunicações e banca. São<br />
muito úteis, por exemplo, para escolher<br />
candidatos sem experiência para posições<br />
de venda. Ou para descobrir dentro da<br />
empresa qual o colaborador com melhor<br />
perfil para ser promovido. ■<br />
Profissionais especializados,<br />
como psicólogos, avaliam como<br />
é que os candidatos interagem uns<br />
comosoutrosequaloníveldasua<br />
inteligência emocional. É assim<br />
mais fácil perceber qual os que<br />
têm mais perfil de liderança, os<br />
mais apagados, inflexíveis, os que<br />
amuam, os mais criativos, etc...
IV UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
TEMA DE CAPA | JOGOS DE GESTÃO<br />
Com os jogos, os alunos põem<br />
em prática os conhecimentos<br />
adquiridos durante o curso.<br />
A jogar também<br />
se aprende<br />
As universidades estão<br />
a aderir aos jogos para<br />
ensinar e avaliar os alunos.<br />
ANA PETRONILHO<br />
ana.petronilho@economico.pt<br />
Os jogos de gestão estão a ganhar cada<br />
vez mais importância e peso não só nas<br />
empresas, mas também nas universidades.<br />
Para além de serem uma ferramenta<br />
de recrutamento para o mundo empresarial<br />
são também um instrumento de avaliação<br />
no meio académico, acrescentam<br />
valor no currículo dos alunos e são uma<br />
via de aproximação entre os mundos empresarial<br />
e académico.<br />
Com os jogos, os alunos aprendem de<br />
uma forma diferente e mais prática e as<br />
universidades acompanham esta tendência<br />
que se afirma a nível internacional e<br />
estão a aderir a estes jogos lançados e desenhados<br />
pelas empresas.<br />
O jogo de Gestão Global do “Expresso”, o<br />
“Brandstorm” e o “Reveal” da L’Oréal, o<br />
“Trust” da Danone ou o “EDP University<br />
Challenge” são alguns dos jogos que mais<br />
contam com a participação das universidades.<br />
A ISCTE Business School, a Faculdade<br />
de Economia da Nova, o ISEG e a Faculdade<br />
de Ciências Económicas e Empresariais<br />
da Universidade Católica são<br />
algumas das instituições que marcam<br />
presença nestas competições “há bastantes<br />
anos e, nos últimos cinco anos, temse<br />
verificado uma participação crescen-<br />
te”, sublinha Joaquim Vicente Rodrigues,<br />
professor de marketing da ISCTE Business<br />
School.<br />
Ao participar nos jogos desenvolvidos<br />
pelas empresas, os estudantes analisam<br />
casos reais e práticos para apresentar uma<br />
solução. Para além de serem um a oportunidade<br />
de emprego, estes jogos permitem<br />
aos alunos “desenvolver competências<br />
essenciais para a sua vida profissional<br />
no futuro e pôr em prática os conhecimentos<br />
adquiridos durante o curso”, explica<br />
Catherine da Silveira, professora de<br />
marketing da Faculdade de Economia da<br />
Universidade Nova.<br />
Estes jogos permitem aos alunos<br />
“desenvolver competências<br />
essenciais para a sua vida<br />
profissional no futuro e pôr<br />
em prática os conhecimentos<br />
adquiridos durante o curso”,<br />
explica Catherine da Silveira,<br />
professora de marketing da Nova.<br />
Os alunos participam nas competições<br />
acompanhados por professores e estas<br />
funcionam como um elemento de aprendizagem<br />
que facilita a avaliação dos conhecimentos<br />
e das competências adquiridas<br />
durante as aulas. Em algumas universidades<br />
chegam a ter um peso nas notas<br />
dos alunos. É o exemplo do ISCTE em<br />
que os jogos dos CTT, da L’Oréal ou da Associação<br />
de Marketing Directo (AMD)<br />
“têm um peso de ordem dos 20% a 30%<br />
na classificação final de uma disciplina,<br />
ou nos jogos da EDP e da Angelinni que<br />
correspondem à avaliação final da disciplina”,<br />
explica Joaquim Vicente Rodrigues.<br />
Noutras instituições, como no ISEG,<br />
os jogos não têm peso na avaliação, “mas<br />
representam prémios de acesso a pósgraduações<br />
e estágios em insituições financeiras”,<br />
refere Jorge Landeiro de Vaz,<br />
director do ISEG MBA.<br />
Com o sucesso desta ferramenta, algumas<br />
insituições de ensino já desenharam jogos<br />
e simuladores internos, que funcionam<br />
como suporte a algumas disciplinas. É o<br />
exemplo da Nova e do ISEG, que lançou o<br />
“Management Challenge”: um simulador<br />
degestãoglobaledemarketingquevai<br />
arrancar no próximo dia 9 de Março. ■<br />
FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS<br />
Paulo Figueiredo<br />
CASOS PRÁTICOS<br />
Os ‘case studies’ são uma<br />
ferramenta útil de avaliação<br />
de conhecimentos que funcionam<br />
também como um jogo. Nos cursos<br />
de formaçaõ de executivos,<br />
os gestores aprendem recorrendo,<br />
em muitos casos, à análise de ‘case<br />
studies’. Como se comprova pela sua<br />
utilização em escolas como a<br />
Harvard Business School e o IESE,<br />
é uma metodologia “que tem sido<br />
comprovada como a mais eficiente<br />
na formação de decisores”, defende<br />
Jorge Ribeirinho Machado, professor<br />
de operações e inovação da AESE,<br />
uma das escolas que usa este<br />
método como ferramenta essencial<br />
de ensino da gestão. Ao recorrer<br />
a casos práticos, a escola – que usa<br />
o método já desde os anos 80 –<br />
possibilita que os dirigentes<br />
assumam “um papel de decisão<br />
rigorosa, rápida e prudente em<br />
situações concretas, semelhantes<br />
às que enfrentam no seu dia- a-dia”,<br />
sublinha Jorge Ribeirinho Machado.
PUB
VI UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS<br />
CFO do PSI 20<br />
voltam à escola<br />
Primeira reunião do CFO Advisory Board da IBS.<br />
CARLA CASTRO<br />
carla.castro@economico.pt<br />
O que têm em comum António Varela, da<br />
Cimpor, Eduardo Rocha, da Mota Engil,<br />
João Borges de Oliveira, da Altri, João Pereira<br />
Coutinho, da Brisa, Nuno Alves, da<br />
EDP, e Rui Teixeira, da EDP Renováveis?<br />
São todos ‘Chief Financial Officer’ (CFO)<br />
deempresasdoPSI20eestiveramnaprimeira<br />
reunião do CFO Advisory Board da<br />
ISCTE Business School. A escola definiu<br />
dois objectivos principais para este núcleo<br />
de aconselhamento: “permitir aos<br />
CFO darem a sua própria visão e contributo<br />
para o desenvolvimento dos seus<br />
programas na área financeira e contribuir<br />
para dar uma maior visibilidade à própria<br />
função de CFO”, afirma António Gomes<br />
Mota, o presidente da ISCTE Business<br />
School.<br />
António Varela gostou da experiência de<br />
voltar à escola. O CFO da Cimpor já deu<br />
aulas no ISEG, onde fez a licenciatura em<br />
Gestão, e diz que só suspendeu essa actividade<br />
por falta de tempo. Mas sempre<br />
que pode, vai a uma faculdade dar uma<br />
conferência ou uma aula sobre a sua actividade<br />
como CFO de uma das maiores<br />
empresas nacionais. Por isso, respondeu<br />
AS LINHAS DE ORIENTAÇÃO<br />
O que aconselhou<br />
o CFO Advisory Board<br />
Os temas relevantes da área de finanças<br />
que deveriam merecer uma maior<br />
atenção, no entender dos seis CFO<br />
presentes nesta primeira reunião:<br />
● A área de ‘legal documentation’<br />
inerente a operações e instrumentos<br />
financeiros;<br />
● A área de ‘project finance’, em que há<br />
já em Portugal uma relevante<br />
acumulação de experiência e ‘knowhow’<br />
e que importa difundir e ser<br />
trabalhado nos programas das escolas.<br />
com agrado ao convite que lhe foi feito<br />
pela IBS para fazer parte desta primeira<br />
reunião do CFO Advisory Board. “Penso<br />
que o ISCTE fez bem em tentar tirar proveito<br />
de um conjunto de pessoas que podem<br />
ajudar a definir orientações e programas.<br />
Nós sabemos o que os alunos sabem<br />
quando chegam das escolas, o que<br />
não sabem e o que deviam saber”, defende<br />
António Varela.<br />
Ao mesmo tempo que procuram os<br />
‘inputs’ dos CFO sobre quais as necessidades<br />
que as empresas têm, que temas<br />
vale a pena desenvolver nas escolas, a que<br />
questões vale a pena dar resposta, a escola<br />
quer dar maior visibilidade a uma função<br />
“crucialnagestãodaempresaeque<br />
normalmente é pouco falada”, diz Gomes<br />
Mota. “E que não fala a uma só voz”,<br />
acrecenta António Varela, porque os interesses<br />
de cada um são os interesses da<br />
respectiva empresa, mas “temos o interesse<br />
de que as coisas corram bem nesta<br />
área de conhecimento, em que haja boa<br />
formação sobre o mercado financeiro,<br />
boas práticas, bons analistas e que o mercado<br />
de trabalho funcione bem e o ISCTE<br />
fez muito bem em aproveitar isso”.<br />
Numa altura em que a Cimpor enche páginas<br />
de jornais por causa das tomadas de<br />
posições das concorrentes brasileiras, que<br />
se seguiram à OPA da CSN, António Varela<br />
defende que “quem fala pelas empresas<br />
são, normalmente, os CEO, presidentes<br />
ou os comerciais, mas tão ou mais importante<br />
para a comunicação da empresa é a<br />
comunicação específica que é feita com o<br />
segmento específico dos investidores, financiadores<br />
e as agências de rating. E essa<br />
quem a faz pessoalmente ou controlandoaemedindo-acomcuidadoéoCFO”.<br />
Não fosse a falta de tempo, e o CFO da<br />
Cimpor até participaria mais neste tipo<br />
de iniciativas. “Dentro do nosso campo<br />
de actuação, conseguimos com facilidade<br />
ter alguma coisa interessante para dizer,<br />
desde que não tentemos substituirmonosaoquefazemosacadémicos,mas<br />
procurando completar o que estes fazem”,<br />
sublinha.<br />
O CFO Advisory Board do ISCTE voltará a<br />
reunir outra vez ainda em 2010, já que a<br />
ideia é que estes encontros tenham lugar<br />
duas vezes por ano. A ideia é alargar este<br />
núcleo inicial a mais empresas, adianta o<br />
presidente da escola. Primeiro a empresas<br />
apenas do PSI 20, mas depois a mais<br />
companhias. “Queremos reunir regularmente<br />
para desenvolver linhas de actuação<br />
ao longo do tempo”, acrescenta Gomes<br />
Mota.<br />
Uma das iniciativas prevista é montar um<br />
inquéritoregularqueleveosCFOaexpressar<br />
a sua opinião sobre mercados,<br />
preços, informação financeira, etc... Sem<br />
esquecer de tentar dar mais reconhecimento<br />
a uma função essencial na gestão<br />
empresarial e que vive, normalmente,<br />
nos bastidores e longe dos media e das luzes<br />
da ribalta. ■<br />
João Azevedo Coutinho (Brisa), Eduardo Rocha (Mota-Engil), António Varela<br />
(Cimpor), Clara Raposo (Directora do Mestrado em Finanças), Gomes Mota<br />
(Presidente da IBS), João Borges Oliveira (Altri), Nuno Alves (EDP) e João<br />
Pedro Nunes (Dept. de Finanças da IBS) (da esq. para a dir.).<br />
Gomes Mota, presidente da IsCTE<br />
Business School, com o CFO da<br />
Cimpor, António Varela, um dos<br />
elementos do Advisory Board.
Fotos D.R<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES VII<br />
PAULO MODESTO PARDAL<br />
Docente da Formação de Executivos da FCEE-Católica<br />
Performance<br />
e controlo de gestão<br />
A competitividade obriga<br />
os responsáveis a gerir<br />
com rigor para ter êxito.<br />
A competitividade que caracteriza o ambiente em que<br />
as empresas operam,obriga os seus responsáveis a gerir<br />
com rigor para alcançar êxito.<br />
Um dos principais ‘handicap’ que as empresas<br />
portuguesas evidenciam no quadro da economia<br />
global,consiste na inadequação e ineficácia dos seus<br />
modelos de Controlo de Gestão e Avaliação da<br />
Performance.<br />
Acresce que, muitas vezes, tal resulta duma deficiente<br />
contextualização dos problemas radicada em dois<br />
postulados obsoletos:<br />
-O Controlo de Gestão é um domínio da área financeira<br />
das organizações.<br />
-Os problemas de controlo são ultrapassáveis mediante<br />
agilização de sistemas de informação de gestão que são<br />
confundidos com as suas plataformas tecnológicas de<br />
suporte.<br />
Neste domínio, nenhuma organização, hoje escapa à<br />
constatação de sete desafios essenciais, aos quais se terá<br />
de dar resposta:<br />
-Como analisar a performance em contextos de<br />
mudança acelerada?<br />
-Como planear num contexto crescentemente<br />
imprevisível?<br />
-Como compaginar as necessidades, cada vez mais<br />
específicas, de informação para gestão com as<br />
características,cada vez mais normalizadas,da<br />
informação financeira?<br />
-Como assegurar a ponderação adequada,no curto e no<br />
longo prazo, das consequências do processo de tomada<br />
de decisão?<br />
Um dos principais ‘handicap’ das empresas<br />
portuguesas é a inadequação e ineficácia<br />
dos seus modelos de Controlo de Gestão e<br />
Avaliação da Performance.<br />
-Como prevenir,em Instituições descentralizadas,a<br />
conflitualidade entre objectivos individuais e globais?<br />
-Como extrair,num contexto marcado pela<br />
incerteza,conclusões úteis dum controlo orçamental<br />
retrospectivo e financeiro?<br />
-Como intervir,sobre as causas e não sobre as<br />
consequências dos problemas?<br />
A consecução dos objectivos identificados pressupõe a<br />
abordagem da dinâmica cíclica da gestão moderna,<br />
mormente a problemática do estabelecimento de<br />
objectivos individuais, sectoriais e globais,seu<br />
alinhamento e mobilização de recursos para o seu<br />
atingimento.<br />
A abordagem a efectuar permitirá relevar o papel<br />
preponderante dos Sistemas de Informação de Gestão<br />
na concepção de modelos eficientes e eficazes de<br />
Controlo de Gestão, quando adequadamente<br />
focalizados para a avaliação da performance e controlo,<br />
mormente em organizações complexas e<br />
descentralizadas.<br />
A constatação das evidentes limitações dos modelos<br />
tradicionais de controlo de matriz financeira induz a<br />
indispensabilidade da contextualização estratégica do<br />
processo de controlo mediante a abordagem da mais<br />
divulgada “ferramenta” disponível,o ‘Balanced<br />
Scorecard’.<br />
É justamente neste contexto que na FCEE-Católica se<br />
tenta contribuir mediante a realização dum programa<br />
de Formação de Executivos em “Performance e<br />
Controlo de Gestão”, que já vai na sua 10ª edição. ■
VIII UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
INVESTIGAÇAO<br />
Jared Cohon esteve em Coimbra e<br />
Lisboa para lançar três novas redes<br />
temáticas de investigação<br />
Carnegie Mellon quer parceria com Portu<br />
Presidente da universidade faz balanço do programa de cooperação.<br />
BÁRBARA SILVA<br />
dsfdsfsdf@economicasgps.com<br />
Demonstrar grande liderança e coragem<br />
para manter o financiamento público ao<br />
programa Carnegie Mellon-Portugal, depois<br />
de 2011, e depois dos 56 milhões de<br />
euros investidos desde 2006 na criação de<br />
cinco programas doutorais e quatro programas<br />
de mestrado profissional. Foi este<br />
o desafio deixado ao Governo português<br />
por Jared Cohon, presidente da Carnegie<br />
Mellon University, durante a sua última<br />
visita a Coimbra e a Lisboa para participar<br />
no lançamento de três novas redes temáticasdeinvestigaçãonoâmbitodoprograma<br />
Carnegie Mellon-Portugal.<br />
“Todos teremos de nos preocupar se o financiamento<br />
público acabar em definitivo.Aíficariaopontodeinterrogaçãosobre<br />
se os programas poderão ou não continuar,<br />
especialmente a investigação e a<br />
colaboração entre universidades e empresas”,<br />
disse Jared Cohon em entrevista<br />
ao Diário <strong>Económico</strong>. O responsável de<br />
Carnegie Mellon usou o exemplo do Presidente<br />
norte-americano Barack Obama<br />
e das suas propostas para o novo Orçamento<br />
de Estado dos EUA, que prevê um<br />
aumento de verbas para as universidades<br />
e para a investigação científica. “Foi uma<br />
agradável surpresa para a comunidade<br />
académica. Mostrou grande capacidade<br />
de liderança”, sublinhou Jared Cohon.<br />
É isso mesmo que o presidente de Carnegie<br />
Mellon espera do Governo português.<br />
“Há quatro anos não foi uma decisão fácil<br />
de tomar porque estava muito dinheiro<br />
envolvido. Se o repetirem agora, será um<br />
desafio ainda maior. Espero que o Governo<br />
português possa manter o financiamento<br />
e acredito que estão inclinados<br />
para essa opção”, disse, confessando:<br />
“Em conversa com o representante da<br />
Comissão Europeia, falámos sobre a importância<br />
de fazer este tipo de investimentos<br />
a longo prazo, sobretudo numa<br />
época em que a situação económica não é<br />
favorável”.<br />
Do lado português, Mariano Gago, ministro<br />
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,<br />
realçou a importância de apostar em<br />
iniciativas, que permitem “colocar Portugal<br />
como um local atractivo para a investigação<br />
que se faz ao nível mundial”.<br />
“Teremos de nos preocupar<br />
se o financiamento público acabar<br />
em definitivo. Aí ficaria um<br />
grande ponto de interrogação<br />
sobre se os programas poderão<br />
ou não continuar”, prevê<br />
Jared Cohon, presidente da<br />
Universidade de Carnegie Mellon<br />
Durante três dias, mais de 300 investigadores,<br />
académicos e gestores reuniramse<br />
em Portugal para debater as três “áreas<br />
do futuro”: Segurança e Protecção de Infra-Estruturas<br />
Críticas; Novos Produtos e<br />
Serviços para a Internet do Futuro; Tecnologias<br />
para os Novos Media Interactivos<br />
(ver caixas).<br />
Sobre os programas de mestrado e doutoramento,<br />
criados pelo acordo de parceria<br />
estratégica entre nove universidades,<br />
quatro laboratórios, duas agência governamentais,<br />
seis escolas e seis institutos da<br />
Universidade de Carnegie Mellon, Jared<br />
Cohon diz que “ainda são frágeis e baseados<br />
na cooperação entre universidades e<br />
empresas, algo que nunca antes foi feito e<br />
édifícildemanter”.Nestemomento,garante<br />
o responsável norte-americano, os<br />
programas em curso são sustentáveis financeiramente,<br />
com base nas propinas<br />
pagas pelos alunos e pelas empresas que<br />
os enviam, “mas há programas mais sustentáveis<br />
do que outros”.<br />
Um sinal positivo, diz o presidente de<br />
Carnegie Mellon, é o número de empresas
Este suplemento faz parte integrante do Diário <strong>Económico</strong> n.º 4831 e não pode ser vendido separadamente<br />
PROJECTOS<br />
ESPECIAIS<br />
2 de Março de 2010<br />
GESTÃO, RECUPERAÇÃO<br />
DE CRÉDITOS E ‘FACTORING’ Paulo<br />
Os negócios<br />
que vivem<br />
da gestão<br />
de dívidas<br />
● As recuperadoras de créditos em Portugal<br />
● Endividamento de particulares é o maior negócio<br />
das recuperadoras de créditos<br />
● Tudo sobre o negócio crescente do ‘factoring’<br />
em Portugal<br />
A recuperação de créditos em Portugal segue<br />
um código ético e começa por ser feita via telefone.<br />
Na foto, a Intrum Justitia.<br />
Figueiredo
II Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
DESTAQUE<br />
GESTÃO,<br />
RECUPERAÇÃO<br />
DE CRÉDITO<br />
E FACTORING<br />
DE<br />
EMPRESAS<br />
ASSOCIADAS<br />
DA APERC<br />
■ Acticobra<br />
■ Castelo & Duarte<br />
■ Comfira<br />
■ Coface<br />
■ Collections Company<br />
■ Credicontrolo<br />
■ Debtges<br />
■ Domusvenda<br />
■ Effico<br />
■ Ferrolserviços<br />
■ Gescobrofin<br />
■ Gesif Portugal<br />
■ Gesphone<br />
■ IIC<br />
■ Intrum Justitia<br />
■ JJactivos<br />
■ Lamaquina<br />
■ Logicomer<br />
■ Multigestion<br />
■ Objectivo Principal<br />
■ Proactivos<br />
■ Recactiv<br />
■ Reconfinance<br />
■ Redifacto<br />
■ Servicrédito<br />
■ Servesco<br />
■ Sercob<br />
■ S.G.P.U.<br />
CRISE LIMITA<br />
SUCESSO<br />
DO NEGÓCIO<br />
SECTOR FINANCEIRO, grande distribuição<br />
e telecomunicações são os principais clientes do sector.<br />
Dírcia Lopes<br />
dircia.lopes@economico.pt<br />
Contas mal feitas ou pura e simplesmente não<br />
feitas, e os chamados ‘3D’ – desemprego, doença<br />
e divórcio – são os responsáveis pelas situações<br />
que conduzem ao incumprimento contratual<br />
por parte dos particulares e que têm ajudado<br />
ao crescimento do sector da recuperação de<br />
créditos malparados.<br />
Segundo António Gaspar, professor universitário<br />
e director-executivo da Associação Portuguesa<br />
das Empresas de Recuperação de Crédito<br />
(APERC), “o mercado das recuperações de crédito<br />
terá cerca de 50 a 60 empresas (entre as de<br />
boas práticas e as de práticas condenáveis),<br />
onde as empresas de boas práticas representarão<br />
cerca de 95% desse mesmo mercado”.<br />
O especialista em endividamento detecta uma<br />
tendência no que respeita ao incumprimento<br />
contratual, sendo possível estabelecer uma ordem<br />
ou hierarquia para o mesmo. Desde logo,<br />
pela noção de necessidade que cada cidadão<br />
Evolução da actividade<br />
dos associados da APERC<br />
Processos Montante<br />
resolvidos recuperado<br />
2006* 400 mil 350 milhões de euros<br />
2007 692 mil 380 milhões de euros<br />
2008 980 mil 420 milhões de euros<br />
Fonte: Associação de Empresas de Gestão e Recuperação de Créditos<br />
*Só existem dados consolidados desde 2006<br />
O mercado das recuperações<br />
de crédito terá cerca de 50 a 60<br />
empresas, onde as de boas<br />
práticas representam cerca<br />
de 95% do mercado.<br />
confere aos bens alvo de financiamento. António<br />
Gaspar salienta que “na primeira linha do<br />
incumprimento contratual creditício vem o<br />
Crédito Pessoal e os Cartões de Crédito, depois<br />
vem o Crédito Automóvel ou o Leasing com a<br />
mesma finalidade e só no final aparece o Crédito<br />
Hipotecário ou à Habitação”.<br />
O cenário de crise económica e financeira tem<br />
engrossado a lista de pessoas que não conseguem<br />
pagar as dívidas. É aqui que as empresas<br />
representadas pela APERC têm um papel chave:<br />
conseguir negociar e convencer os devedores<br />
a cumprirem o contrato recuperando os valores<br />
em dívida para os clientes. O sector financeiro<br />
– onde se inclui a banca e todas as sociedades<br />
financeiras de aquisição a crédito –, seguradoras,<br />
telecomunicações e grande distribuição<br />
são os sectores que mais recorrem a estes serviços.<br />
O responsável da APERC afirma que ainda não<br />
há dados sobre o volume de crédito recuperado<br />
em 2009. No entanto, avança que “foi um período<br />
com mais processos para recuperar que em<br />
2008, mas que em termos absolutos se terá recuperado<br />
menos, por força das vicissitudes e<br />
das extremas dificuldades que a onda avassaladora<br />
da crise económica, transportou na sua<br />
força de destroços”. Em 2008 o montante recuperado<br />
pela via não judicial ascendeu a 420 milhões<br />
de euros, para um total de 980 mil processos<br />
resolvidos.<br />
Os avultados investimentos das empresas e um<br />
esforço contínuo para a formação e qualificação<br />
dos colaboradores, a par de um elevado<br />
sentido do rigor e da exigência, são os trunfos<br />
utilizados pelo sector para conquistar a credibilidade<br />
junto dos clientes. Este responsável alerta<br />
que o sector da recuperação de crédito é um<br />
mercado difícil e extremamente exigente, onde<br />
ainda proliferam empresas cujas praticas são<br />
condenáveis, mas no qual existem entidades<br />
que fazem do seu ‘modus operandi’ um manual<br />
efectivo de boas práticas (empresas quase todas<br />
representadas pela associação).<br />
António Gaspar explicou que a recuperação de<br />
um crédito depende sobretudo de três factores:<br />
a antiguidade da dívida, do montante em incumprimento<br />
e da situação apresentada pelo<br />
mutuário do crédito, ou seja, que razões o levaram<br />
a deixar de cumprir com as responsabilidades<br />
assumidas. O professor universitário afirma<br />
que “em termos normais, um valor vencido há<br />
menos de 15 dias, recuperar-se-á ainda dentro<br />
desse mesmo mês, em 80% dos casos. Depois<br />
existem, casos mais graves em que o incumprimento<br />
não será recuperável num espaço de<br />
tempo tão curto”.<br />
Em termos das perspectivas para o sector, e perante<br />
o actual cenário macroeconómico, é expectável<br />
que venha a aumentar o volume de<br />
processos nas mãos das empresas de recuperação<br />
de créditos, o que não significa que não significa<br />
que se recupera mais montantes. António<br />
Gaspar estima que “2010 venha a ser um ano<br />
com crescimento do crédito vencido, mas onde<br />
as dificuldades de recuperação serão bem<br />
maiores”. ■<br />
Comfira e Effico:<br />
APENAS 28 EMPRESAS DE<br />
Ana Cunha Almeida<br />
ana.c.almeida@economico.pt<br />
O mercado de gestão e recuperação de crédito é<br />
composto por cerca de 50 a 60 empresas, embora<br />
apenas 28 façam parte da APERC, totalizando<br />
estas cerca de 1000 colaboradores.<br />
A Comfira e a Effico Portugal (Grupo BNP Paribas)<br />
são dois ‘players’ no mercado nacional.<br />
Tanto uma outra são associadas daquela entidade<br />
e viram o seu negócio crescer em 2009. “Angariamos<br />
novos clientes e crescemos cerca de<br />
37% em relação a 2008 no que se refere à carteira<br />
confiada que em 2009 foi superior a 140 milhões”,<br />
avançou João Sobral, administrador da<br />
Comfira. Já em relação ao crédito recuperado, “o<br />
incremento ficou-se pelos 57 milhões de euros, o<br />
que corresponde a um crescimento ligeiramente<br />
superior a 19% face ao montante recuperado<br />
em 2008”, concretizou o mesmo responável.<br />
Também a Effico confirmou, em 2009, “a ten-
duas empresas com desempenho positivo<br />
UM UNIVERSO DE 60 estão inscritas na APERC. Fusões são cenário possível.<br />
dência de crescimento a nível internacional<br />
com a aquisição de novos parceiros nos segmentos<br />
‘target’. Observamos um crescimento<br />
de 58% relativamente ao ano anterior no que diz<br />
respeito ao volume total de créditos recebidos<br />
para recuperação”, afirmou Pedro Parreira de<br />
Almeida, director comercial da Effico Portugal,<br />
empresa criada em 1995,<br />
A Comfira, que nasceu em 1995, tem hoje 72 trabalhadores<br />
e registou uma facturação de 2,6 milhões<br />
de euros no mercado nacional em 2009.<br />
Actualmente, a empresa está a apostar também<br />
no mercado espanhol em parceria com Gesagrupo,<br />
“onde angariamos já uma interessante<br />
carteira de clientes”, afirmou João Sobral.<br />
A Effico é uma empresa multinacional do Grupo<br />
BNP Paribas. O negócio começou em França<br />
há 20 anos e hoje tem mais de 500 colaborado-<br />
res em todos os países onde está presete. Em<br />
Portugal, a Effico começou a sua actividade em<br />
2003, tendo hoje 70 colaboradores.<br />
Futuro do sector passa por fusões<br />
O cenário de crise trouxe a ambas as empresas<br />
mais ‘dossiers’ para trabalhar, mas isso não significa<br />
que a taxa de sucesso seja garantida. Isto porque<br />
é preciso “muito mais em cada um para se<br />
atingir um pouco mais de sucesso”, como sublinhou<br />
João Sobral. E também porque dada actual<br />
conjuntura a probabilidade de recuperação seja<br />
menor”, como disse Pedro Parreira de Almeida.<br />
Durante 2009 surgiram mais algumas empresas<br />
no mercado, umas de raiz outras vindas de Espanha<br />
e que estabeleceram representação em<br />
Portugal. Sobre este aumento do número de<br />
protagonistas, António Gaspar, presidente da<br />
APERC, afirma que “o aparecimento destas empresas<br />
em nada influenciará o mercado. São<br />
empresas sem dimensão crítica, para poderem<br />
ser consideradas verdadeiras “players” no mercado”.<br />
Mas a concentração de empresas nese<br />
sector ganha cafa vez mais sentido, “na medida<br />
em que o nosso mercado é muito exíguo no que<br />
se refere a potenciais clientes e existem empresas<br />
fortemente especializadas que, se unidas da<br />
forma mais correcta, constituiriam im poderosos<br />
instrumento de gestão para os clientes de<br />
ambos, conseguindo significativas reduções de<br />
custos estruturais”, lembra João Sobral da<br />
Comfira. Uma opinião que é partilhada pelo<br />
responsável da Effico quando diz que “como<br />
qualquer negócio o amadurecimento da actividade<br />
trará consigo uma selecção natural dos<br />
‘playes’, com uma natural concentração”. ■<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> III<br />
CRÉDITO AO CONSUMO<br />
É O MAIS PENALIZADO<br />
Apesar de o empréstimo<br />
da casa ser a maior<br />
despesa no orçamento<br />
das famílias, a verdade<br />
é que nas situações<br />
de incumprimento este<br />
é o último bem que fica por<br />
pagar. Segundo<br />
as empresas de gestão<br />
e recuperação de crédito,<br />
quem está em dificuldades<br />
financeiras primeiro deixa<br />
de pagar o crédito pessoal<br />
e os cartões de crédito<br />
esónofimocarro<br />
e a habitação.<br />
Paulo Alexandre Coelho
IV Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
Crédito malparado cai,<br />
mas as famílias<br />
continuam endividadas<br />
DEZEMBRO DE 2009 registou descida de 166 milhões<br />
de euros face a Novembro, mais ainda há muito por fazer.<br />
Dírcia Lopes<br />
dircia.lopes@economico.pt<br />
Os números divulgados recentemente pelo<br />
Banco de Portugal (BdP) dão conta de uma diminuição<br />
do crédito às famílias considerado de<br />
cobrança duvidosa no final de 2009. De acordo<br />
com o Boletim Estatístico do BdP, houve um decréscimo<br />
de 166 milhões de euros no crédito<br />
malparado entre Novembro e Dezembro do<br />
ano passado, passando de 3.827 milhões de euros<br />
para 3.661 milhões.<br />
Se ao valor do crédito malparado das famílias<br />
juntarmos a fatia de 4.594 milhões de euros referentes<br />
às empresas, Portugal totaliza mais de 8,2<br />
mil milhões de euros de incobrváveis em 2009.<br />
De acordo com fontes do sector financeiro, esta<br />
diminuição não significa que os níveis de incumprimento<br />
tanto das famílias como das empresas<br />
terá melhorado. Este comportamento poderá<br />
ser explicado pelo facto de no final dos trimestres<br />
os bancos venderem as carteiras de crédito<br />
malparado a outras instituições, o que terá<br />
contribuído para a descida do incumprimento.<br />
Ainda assim o desempenho deste indicador foi<br />
21,4% acima ao registado em 2008. Nesse ano o<br />
valor do crédito de cobrança duvidosa ascendia<br />
a 2.877 milhões de euros.<br />
Durante o mês de Dezembro<br />
de 2009 o montante emprestado<br />
às famílias cifrou-se em mais<br />
de 137,9 milhões de euros,<br />
mais 1.413 milhões de euros<br />
face a Novembro.<br />
Confrontada com esta diminuição do crédito<br />
malparado, Natália Nunes, coordenadora do<br />
Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da DE-<br />
CO, lembrou que os pedidos de ajuda que têm<br />
chegado à instituição e a previsão de que a taxa<br />
de desemprego irá continuar a crescer deixam<br />
antever que “o número de famílias em dificuldades<br />
venha a aumentar”.<br />
João Sobral, administrador da Comfira, alerta que<br />
“com a precariedade crescente no trabalho e na<br />
economia em geral, todos somos potenciais/efectivos<br />
endividados. Para identificar o português<br />
endividado bastará olhar para o lado no trabalho,<br />
espreitar pela janela e ver quem passa na rua”.<br />
Durante o mês de Dezembro de 2009 o montante<br />
emprestado às famílias cifrouse<br />
em mais de 137,9 milhões<br />
de euros, mais 1.413 milhões<br />
de euros face a Novembro.<br />
Os principais<br />
responsáveis pelo malpa-<br />
Pedro Parreira de Almeida,<br />
director comercial<br />
da Effico Portugal.<br />
rado continuam a ser a habitação e o consumo,<br />
com um peso de 79,2% do total dos incobráveis.<br />
No entanto, o malparado na habitação caiu 57 milhões<br />
de euros para 1.870 milhões de euros, enquanto<br />
que no consumo diminuiu 41 milhões de<br />
euros atingindo os 1.032 milhões de euros.<br />
Construção e imobiliário lideram<br />
no incumprimento das empresas<br />
O Boletim Estatístico do Banco Central revela<br />
ainda que, no período em causa, as entidades financeiras<br />
emprestaram menos mil milhões de<br />
euros às empresas. Aqui o crédito considerado<br />
de cobrança duvidosa registou um decréscimo<br />
de 717 milhões de euros atingindo os 4.594 milhões<br />
de euros contra os 5.311 milhões de euros<br />
de Novembro. Mais uma vez o crédito concedido<br />
aos sectores da construção e ao imobiliário<br />
são responsáveis por metade dos incobráveis<br />
nos empréstimos às empresas, totalizando um<br />
acumulado de 2.382 milhões de euros. ■<br />
Estado continua a pagar<br />
a más horas, mas<br />
equiparado às empresas<br />
■ O Estado continua a ser uma das entidades<br />
que mais tempo demora a pagar as suas<br />
dívidas, embora vá ficando cada vez mais para<br />
trás o tempo em que “o Estado era considerado<br />
incumpridor-mor, não obstante muitas<br />
empresas sentirem diariamente este efeito,<br />
ainda hoje”, diz João Sobral, da Comfira. Isto<br />
porque os atrasos de pagamento do Estado<br />
surgem a par com o nível de incumprimento<br />
das empresas entre si, como explicou o mesmo<br />
responsável. Em Abril de 2009, a Comissão<br />
Europeia propôs que as autoridades públicas<br />
tivessem 30 dias para pagar facturas às<br />
empresas. Terminado esse período, o Estado<br />
seria obrigado a pagar juros e uma<br />
indemnização de 5% do montante em dívida.<br />
Já este mês, o CDS-PP conseguiu levar a<br />
aprovação da proposta que estabelece o<br />
pagamento de juros de mora pelo Estado pelo<br />
atraso nos pagamentos. A.C.A.<br />
Telecomunicações e sector<br />
financeiro são os que têm<br />
mais dívidas a recuperar<br />
■ Os sectores financeiro, telecomunicações,<br />
‘utilities’ e banca especializada no crédito<br />
pessoal são aqueles que mais dinheiro têm a<br />
recuperar, contando para isso com a ajuda das<br />
empresas de gestão e recuperação de créditos.<br />
“Nos últimos anos, o sector que apresenta um<br />
maior nível de crescimento na nossa actividade<br />
é o sector financeiro”, afirmopu Pedro Parreira<br />
de Almeida, director comercial da Effico.<br />
Para recuperar os montantes em dívida, os<br />
devedores demoram, no sector privado, “com<br />
cerca de seis meses de incumprimento, no<br />
mínimo, de oito a doze meses para regularizar<br />
os seus compromissos”. A.C.A.<br />
O número de famílias em dificuldades deverá<br />
continuar a aumentar, a avaliar pelo pedido<br />
de ajudas à DECO e pela contínua subida<br />
do desemprego.
Paulo Alexandre Coelho<br />
Espanha atinge<br />
pior valor<br />
desde 1996<br />
Crédito mal parado é<br />
problema em toda a Europa.<br />
Portugal não está sozinho nesta batalha contra<br />
o crédito malparado. Ao nível da União Europeia<br />
o tema tem sido debatido e foi mesmo alvo<br />
da elaboração de uma proposta que impõe o pagamento<br />
de juros e a aplicação de uma taxa de<br />
5% a todas as entidades públicas que não paguem<br />
as facturas no prazo de 30 dias.<br />
Esta iniciativa de Bruxelas pretende travar os<br />
atrasos de pagamentos de transacções, já que<br />
estes em nada contribuem para o desenvolvimento<br />
económico. O Estado e as restantes entidades<br />
públicas têm de ser os primeiros a dar o<br />
exemplo nos seus respectivos países. A Comissão<br />
alerta para a importância de pagar a 30 dias.<br />
A verdade é que um pouco por toda a Europa há<br />
sinais preocupantes de cada vez mais endividamento<br />
tanto por parte de empresas, como por<br />
parte de particulares.<br />
A Eurofinas, instituição europeia que agrega 17<br />
associações de crédito ao consumo, revela que,<br />
em 2008, os membros concederam um total de<br />
Em Dezembro de 2009, o crédito<br />
malparado em Espanha subiu<br />
5,08%, um valor que é o mais<br />
elevado desde 1996, segundo<br />
o Banco de Espanha.<br />
novos empréstimos no valor superior a 373,1 mil<br />
milhões de euros, tendo a sua carteira de empréstimos<br />
atingido os 745,5 mil milhões de euros<br />
naquele mesmo ano.<br />
E fora desta contabilização de novos empréstimos<br />
ficaram ainda os créditos ao consumidor -<br />
quer seja para consumo pessoal ou financiamento<br />
de veículos para uso privado - que foram<br />
avaliados em 268.2 mil milhões de euros.<br />
Crédito mal parado sobe em Espanha<br />
Em Dezembro de 2009, o crédito malparado<br />
em Espanha voltou a subir, na ordem dos<br />
5,08%, uma valor que segundo o Banco de Espanhaéomaiselevadodesde1996.EmNovembro,<br />
o peso do malparado no crédito total<br />
já tinha superado os 5%, afastando-se, assim,<br />
cada vez mais dos 3,37% verificados em 2008.<br />
O valor total do crédito considerado de cobrança<br />
duvidosa totalizou 93,3 mil milhões de<br />
euros em 2009 contra os 63 mil milhões de euros<br />
verificados em 2008. Já este ano várias vozes<br />
da banca espanhola se fizeram ouvir, como<br />
adeJuanMariaNin,presidentedoLacaixa,a<br />
alertar para uma situação de incumprimento<br />
este ano, tudo devido à incapacidade das PME<br />
pagarem as suas prestações. ■<br />
Os empréstimos mais contraídos<br />
na Europa<br />
Crédito habitação<br />
13%<br />
Crédito automóvel<br />
27%<br />
Crédito para fins<br />
empresariais/industriais<br />
8%<br />
Crédito<br />
ao consumo<br />
52%<br />
Fonte: Eurofinas Dados de 2008<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> V
VI Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
Natália Nunes<br />
Gabinete de Apoio<br />
ao Sobreendividamento da DECO<br />
“Verificamos que<br />
o não pagamento<br />
de horas<br />
extraordinárias,<br />
prémios<br />
e comissões<br />
têm ajudado<br />
ao desequilíbrio<br />
do orçamento<br />
das famílias.”<br />
Cortes no rendimento<br />
engrossa lista<br />
de devedores<br />
90% DOS PEDIDOS DE AJUDA feitosàDECOjáestão<br />
em incumprimento. Endividados continuam a aumentar.<br />
Dírcia Lopes<br />
dircia.lopes@economico.pt<br />
Famílias com três elementos, com idades entre<br />
os 35 e os 45 anos, com um menor a cargo, o nível<br />
escolar entre o ensino secundário e o superior,<br />
um rendimento mensal acima dos 1500 euros<br />
e multi-endividados, ou seja, com mais de<br />
quatro créditos. Em traços gerais esta é a tendência<br />
ou o perfil do devedor português identificado<br />
pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado<br />
(GAS) da DECO.<br />
Natália Nunes, coordenadora do GAS, explicou<br />
que as causas para se chegar às situações de sobreendividamento,<br />
logo deixando-se de cumprir<br />
as obrigações contratuais, têm a ver com a<br />
diminuição do rendimento das famílias provocado<br />
pelo desemprego e doença. Em declarações<br />
ao Diário <strong>Económico</strong>, a responsável alertou<br />
que entre 2009 e o corrente ano “verificamos<br />
que o não pagamento de horas extraordinárias,<br />
prémios e comissões têm ajudado ao desequilíbrio<br />
do orçamento”. No topo das obrigações<br />
que se deixa de cumprir está o pagamento<br />
do cartão de crédito seguido do crédito pessoal,<br />
o automóvel e só no fim a habitação. Dentro do<br />
orçamento das famílias ainda se faz o esforço de<br />
pagar a água, luz e gás para evitar a interrupção<br />
destes serviços. Segundo a DECO começa a verificar-se<br />
casos em que as famílias limitam as<br />
idas ao supermercado e cortam na alimentação<br />
deixando de comprar determinados bens ou<br />
optam pela aquisição de produtos de marca<br />
própria.<br />
Segundo o Boletim Estatístico do GAS de Janeiro<br />
de 2010, Lisboa lidera no número de processos<br />
– 101 – que deram entrada nesta entidade<br />
que procura negociar e reestruturar as dívidas<br />
dos consumidores em incumprimento. Numa<br />
altura em que as notícias de ‘lay-off’ e encerramento<br />
de fábricas fazem parte do dia-a-dia dos<br />
Evolução dos processos<br />
de sobreendividamento<br />
2000<br />
Nº de processos<br />
152<br />
2001 241<br />
2002 379<br />
2003 515<br />
2004 573<br />
2005 737<br />
2006 905<br />
2007 1976<br />
2008 2034<br />
2009 2812<br />
2010<br />
* Processos que deram entrada<br />
até 31 de Janeiro de 2010<br />
227*<br />
Causas das dificuldades das famílias<br />
sobreendividadas<br />
Causa %<br />
Agravamento do custo do crédito 1,8<br />
Deficiente gestão orçamental 5,1<br />
Desemprego 29,6<br />
Deterioração das condições laborais 13,7<br />
Divórcio/Separação 7,6<br />
Doença 16,6<br />
Morte de um elemento do agregado familiar 2,2<br />
Outro 23,4<br />
Fonte: Boletim Estatístico do Gabinete<br />
de Apoio ao Sobreendividado da DECO<br />
Rendimento acima<br />
dos 1500 euros mensais,<br />
com mais de quatro créditos<br />
e com idade entre os 35 e os 45<br />
anos resume o “perfil”<br />
do endividado português.<br />
portugueses, o desemprego continua a ser a<br />
principal causa das dificuldades e para o incumprimento<br />
dos contratos em 39,2% dos pedidos<br />
de ajuda junto da DECO.<br />
Famílias em apuros<br />
Natália Nunes afirmou que, apesar de os dados<br />
do Banco de Portugal indiciarem a estabilização<br />
do crédito malparado, a verdade é que as previsões<br />
em alta da taxa de desemprego e o número<br />
de pedidos de ajuda que estão a chegar ao GAS<br />
não deixam dúvidas de que “o número de famílias<br />
em dificuldades vai aumentar”.<br />
António Gaspar, director-executivo da Associação<br />
Portuguesa das Empresas de Gestão e Recuperação<br />
de Crédito, lembra que 80% dos incumprimentos<br />
contratuais resultam de contas<br />
mal feitas ou pura e simplesmente não feitas e<br />
que os outros 20%, se repartem pelos ‘3D’- Desemprego,<br />
Doença e Divórcio.<br />
A coordenadora do GAS salientou que a média<br />
de crédito existente tenderá a aumentar, sendo<br />
que em Janeiro a média por família situava-se<br />
em seis e para o corrente mês – ainda sem os dados<br />
definitivos – a tendência é para sete créditos.<br />
A mesma responsável adiantou que “90%<br />
das situações que chegam ao gabinete já estão<br />
em incumprimento. A DECO ainda consegue<br />
negociar com as entidades financeiras porque<br />
estas têm interesse na sua resolução e não queremdeixariratribunal”.Sobreasempresasde<br />
recuperação de crédito, a responsável afirma<br />
que “ainda há muito trabalho a fazer, até porque<br />
o sector não está regulamentado”. Este cenário<br />
faz com que a DECO ainda receba” muitas denúncias<br />
dos consumidores devido à agressividade<br />
psicológica” que estas entidades utilizam<br />
para reaver os montantes em dívida, alerta Natália<br />
Nunes. ■<br />
Conheça os novos<br />
Antes de chegar a uma situação<br />
Até há pouco tempo era relativamente fácil obter<br />
crédito. Mas esta facilidade teve como reverso<br />
o sobreendividamento das famílias que, agravado<br />
com o cenário de crise, não conseguem<br />
honrar os compromissos. Esta situação trouxe<br />
para a ordem do dia alguns conceitos pouco comuns<br />
para a maioria dos cidadãos.<br />
1O que significa crédito malparado?<br />
Esta situação surge quando se verifica a impossibilidade<br />
de o devedor cumprir as suas obrigações,<br />
o crédito concedido torna-se incobrável,<br />
ou seja, malparado.<br />
2 Quais as vantagens de uma entidade recorrer<br />
ao ‘outsourcing’ para recuperar créditos?<br />
As empresas que fazem a gestão e recuperação<br />
de créditos garantem que oferecem a eficácia<br />
que os advogados não conseguem. Atra-
conceitos sobre o endividamento<br />
dramática de contencioso, saiba quais as regras a seguir para pagar o que deve.<br />
vés da utilização de novas tecnologias os associados<br />
da APERC conseguem saber ‘just in time’<br />
o que se passa e enviam a informação ao<br />
cliente que gosta de saber, quase numa base<br />
diária, quanto foi recuperado relativamente à<br />
carteira enviada.<br />
3Quais os processos de recuperação?<br />
Numa primeira fase há o processo de recuperação<br />
invisível que não obriga a qualquer tipo de<br />
intervenção humana, uma vez que se baseia no<br />
envio de cartas, SMS ou e-mail aos clientes para<br />
os alertar para a situação de incumprimento.<br />
Numa fase posterior, há lugar para a recuperação<br />
interna, em que há intervenção humana<br />
com a realização de chamadas telefónicas a partir<br />
de ‘call-centers’ para avisar os clientes incumpridores.<br />
Na recuperação externa há contacto<br />
directo com os clientes, no sentido de perceber<br />
o problema e apresentar alternativas já<br />
Há quatro anos era fácil ter<br />
crédito aprovado. Esta foi uma<br />
das razões que fez com que<br />
muitas famílias estejam hoje em<br />
situação de sobreendividamento.<br />
que o incumprimento pode ter sido gerado por<br />
uma situação excepcional, como o desemprego<br />
ou doença do cliente. Numa fase extrema chega-se<br />
ao pré-contencioso em que o cliente é notificado<br />
de que o processo irá seguir os trâmites<br />
legais. Enquanto que o contencioso é a fase final<br />
do processo e pode ser conduzida por advogados<br />
do próprio banco ou externos.<br />
4Como livrar-se do sobreendividamento?<br />
Os especialistas avançam duas regras de ouro.<br />
Em primeiro lugar nada de adiamentos de prazos,<br />
deve iniciar o plano de ataque à divida o<br />
mais rápido possível. Em segundo lugar, não<br />
pode ser complacente com nenhum gasto, por<br />
mais pequeno que seja, sobretudo se for uma<br />
despesa fixa ou recorrente. A DECO sugere<br />
também a consolidação em que se consegue<br />
juntar todos os créditos ficando apenas com<br />
uma prestação e reduz os encargos. ■ D.L.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> VII<br />
A par do aumento do desemprego em Portugal,<br />
a esperança é muito pouca para famílias com<br />
orçamentos reduzidos e dívidas que se arrastam.<br />
Paulo alexandre Coelho
VIII Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
ENTREVISTA ANTÓNIO GASPAR, director-executivo da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e<br />
“O mercado deveria expulsar as<br />
fazem das más práticas o seu ‘mo<br />
A ACTUAL CONJUNTURA ECONÓMICA, a par das contas por fazer, estão entre os factores<br />
Este cenário tem potenciado o recurso cada vez maior às empresas de recuperação de crédito.<br />
Dírcia Lopes<br />
dircia.lopes@economico.pt<br />
Este é um negócio que tem vindo a crescer nos<br />
últimos anos, graças às dificuldades trazidas<br />
pela crise. António Gaspar, director-executivo<br />
da APERC, alerta que apesar do actual cenário<br />
aumentar o volume de incumprimento não significa<br />
mais facilidade na recuperação do crédito<br />
vencido. O sector ainda aguarda a regulamentação<br />
adequada que lhe permitiria avançar,<br />
por exemplo, para a recuperação dos incobráveis<br />
da Segurança Social e dos Impostos. Para<br />
já, o sector financeiro, grande distribuição e telecomunicações<br />
são os principais clientes.<br />
Em que sectores o mercado de recuperação de<br />
crédito actua e qual o volume de crédito a recuperar?<br />
O mercado das recuperações trabalha essencialmente<br />
para todo o universo financeiro (banca,<br />
SFAC, Leasing, ALD, Factoring), assim como<br />
para o sector das telecomunicações, grande distribuição<br />
e seguradoras. Poderão existir empresas<br />
que actuam noutros, mas na sua esmagadora<br />
maioria, trabalham para estes sectores. Quanto<br />
ao volume de crédito vencido e a recuperar que<br />
se encontra espalhado pelos vários sectores,<br />
será seguramente de muitos milhões. Posso referir<br />
os valores de Novembro passado (o último<br />
valor disponível), em que o Banco de Portugal<br />
informou que o valor do crédito em incumprimento<br />
de particulares se situava nos 3.827 milhões<br />
de euros e representava 2,8% do total do<br />
crédito concedido aos particulares e às famílias.<br />
É possível fazer uma comparação entre os devedores<br />
particulares e empresas?<br />
Os associados da APERC trabalham quase ex-<br />
“E o caricato chega a acontecer: o<br />
Estado deve a essas empresas o<br />
dinheiro com que elas lhe irão<br />
pagar os impostos ou a Segurança<br />
Social.”<br />
clusivamente com particulares. São contratados<br />
por empresas credoras, para recuperação de<br />
crédito dos clientes particulares destas últimas.<br />
No entanto, e se estivermos atentos aos Boletins<br />
de Conjuntura do Banco de Portugal, percebemos<br />
que a fatia de incumprimento contratual<br />
por parte dos clientes particulares é muito<br />
grande e vem crescendo de forma contínua há<br />
dois anos. Os incumprimentos de particulares<br />
são diferentes das empresas. Desde logo, de<br />
montantes médios são bem inferiores, mas também<br />
na génese dos produtos contratados. Em<br />
termos absolutos, o número de incumprimentos<br />
de particulares é muito superior ao registado<br />
pelas empresas.<br />
Em quanto tem crescido o incumprimento dos<br />
particulares?<br />
O indicador de endividamento das famílias sobre<br />
o rendimento disponível, esse rácio, em 2008,<br />
quedou-se nuns preocupantes 135%. Acredito<br />
que em 2009 o mesmo tenha sido muito perto<br />
dos 140% (não existem ainda dados disponíveis).<br />
Que outros sectores que registam mais dívidas?<br />
Será importante salientar os milhões que se encontram<br />
em dívida, quer nos impostos quer na<br />
Segurança Social, que por serem oriundos do<br />
sector público administrativo, quase nunca figuram<br />
nas estatísticas dos incumprimentos. E<br />
aqui os montantes serão seguramente bem superiores<br />
aos de outros sectores da economia<br />
real e financeira.<br />
Este é um negócio com potencial para crescer?<br />
Poderá evoluir pelo aparecimento de novas empresas<br />
ou pela concentração?<br />
Há já algum tempo que defendo a consolidação<br />
sectorial. Até ao momento este sector tem passado<br />
ao lado do movimento de consolidação. Parece-me<br />
que a consolidação traria algumas vantagens<br />
assinaláveis, desde logo o ganho de sinergias<br />
e economias de escala. Depois, um ganho relevante<br />
em termos de músculo financeiro, para<br />
projectos mais exigentes sob o ponto de vista dos<br />
investimentos necessários. Estou perfeitamente<br />
convicto que o mercado não necessita de mais<br />
empresas. As que existem são suficientes. Acredito<br />
sim, que o mercado há muito que deveria ter<br />
feito uma seriação dos diversos intervenientes e<br />
“expulsar a má moeda”, que é como quem diz,<br />
expulsar as empresas que fazem das más práticas<br />
o seu ‘modus operandi’ e que conferem ao sector<br />
alguns inconvenientes e mau estar.<br />
O Estado ainda é quem mais demora a pagar?<br />
Os associados da APERC não fazem recupera-
Recuperação de Créditos<br />
empresas que<br />
dus operandi’”<br />
que levaram ao sobreendividamento das famílias.<br />
ções quer para os Impostos quer para a Segurança<br />
Social. No entanto, há muito que é público<br />
que o Estado sempre tem registado uma atitude<br />
conflituosa com o prazo médio de pagamentos<br />
aos seus fornecedores. Apesar de algum<br />
esforço que tem vindo a ser feito nesta matéria<br />
para diminuir o prazo médio de pagamentos,<br />
acredito que o mesmo ainda se encontra<br />
suficientemente dilatado. Sobretudo para as<br />
PME que tendo, por vezes, no Estado o seu único<br />
cliente, acabam por sucumbir ou andarem<br />
moribundas, por escassez de tesouraria para fazer<br />
face a situações imediatas. E o caricato chega<br />
a acontecer: o Estado deve a essas empresas<br />
o dinheiro com que elas lhe irão pagar os Impostos<br />
ou a Segurança Social.<br />
Quais as perspectivas para 2010 em termos de recuperação<br />
de crédito?<br />
A situação de crise económica potencia e efectiva<br />
um maior número de incumprimentos contratuais.<br />
As contas mal feitas ou pura e simplesmente<br />
não feitas (80%) e os 3D (desemprego,<br />
doença e divórcio) (20%), empurram os valores<br />
em incumprimento para cima. No entanto, gostaria<br />
de referenciar, que o facto de existir um<br />
maior volume de incumprimentos, e em particular,<br />
com os contornos macroeconómicos que<br />
conhecemos, não quer dizer que se recupere<br />
mais. Pelo contrário. Este cenário adverso coloca<br />
muitas dificuldades aos nossos associados<br />
para poderem atingir os seus objectivos de recuperação.<br />
Acredito que 2010 venha a ser um<br />
ano com crescimento do crédito vencido, mas<br />
onde as dificuldades de recuperação serão bem<br />
maiores. ■<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> IX<br />
“Os incumprimentos de particulares são diferentes das empresas.<br />
Desde logo, de montantes médios são bem inferiores, mas<br />
também na génese dos produtos contratados. Em termos<br />
absolutos, o número de incumprimentos de particulares é muito<br />
superior ao registado pelas empresas.”<br />
PERFIL<br />
■ António Gaspar<br />
trabalhou cerca de 30 anos<br />
na banca, onde ocupou<br />
vários cargos de direcção.<br />
Mas a tese de Mestrado<br />
apresentada em 2000<br />
sobre “O endividamento<br />
das famílias em Portugal e<br />
a dinâmica da economia<br />
portuguesa” ditou um novo<br />
rumo na sua vida. Hoje o<br />
também professor<br />
universitário, de 52 anos,<br />
assume o cargo de<br />
director-executivo da<br />
Associação Portuguesa de<br />
EmpresasdeGestãoe<br />
Recuperação de Crédito<br />
(APERC) e não deixa de<br />
exercer o papel de ‘opinion<br />
maker’ publicando artigos<br />
em vários jornais<br />
nacionais.<br />
Paulo Alexandre Coelho<br />
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Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> IX<br />
Não espere mais.<br />
POPULAR<br />
FACTORING, S.A.<br />
Facturas ao Estado?<br />
Com o Express Factoring<br />
não espere mais que 48 horas!<br />
Se é fornecedor do Sector Público Administrativo ou equiparado,<br />
o Banco Popular oferece-lhe uma solução de recebimento<br />
das suas facturas com aprovação em 48 horas!<br />
As Soluções Empresa do Banco Popular dispõem agora de<br />
um novo Serviço de Factoring para as empresas fornecedoras<br />
do Estado, que lhes permite aprovar a antecipação dos seus<br />
créditos com total simplicidade de procedimentos.<br />
Adira ao Express Factoring em qualquer Agência do Banco<br />
Popular e tenha a resposta imediata para a liquidez de que<br />
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O Express Factoring desconta as facturas ao Estado,<br />
Administração Central, Autarquias e todas as entidades<br />
públicas equiparadas a estas, em excelentes condições.<br />
www.bancopopular.pt
X Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
■ EMPRESAS<br />
Entidades que se regem<br />
pelo código de conduta<br />
da APERC.<br />
28<br />
■ LEGISLAÇÃO<br />
Data da aprovação da lei<br />
que regula o sector, mas<br />
considerada incompleta.<br />
2004<br />
Como a ética pode<br />
fazer a diferença<br />
O CÓDIGO DE CONDUTA PROÍBE intimidar ou ameaçar<br />
aqueles que não pagam as suas dívidas.<br />
Ana Cunha Almeida<br />
ana.c.almeida@economico.pt<br />
Uma empresa de gestão e recuperação de créditos<br />
jamais estacionará à porta do seu escritório<br />
um carro decorado com letras garrafais a<br />
aludir a dívidas. Jamais encontrará alguém vestido<br />
de fraque para o surpreender à hora de almoço<br />
e lembrá-lo que o melhor é pagar o que<br />
deve. Esta é a grande diferença entre uma empresa<br />
de gestão de créditos e uma de cobranças.<br />
Em boa verdade fala-se do mesmo: de reaver dinheiro<br />
em falta. Mas o estilo é outro.<br />
As empresas associadas da Associação Portuguesa<br />
de Empresas de Recuperação de Crédito<br />
(APERC) respeitam as boas práticas inerentes à<br />
profissão e o código de conduta. Não intimidar<br />
ou ameaçar e respeitar os clientes é uma das regras<br />
de ouro neste negócio.“Sempre existiu<br />
uma conotação negativa com as chamadas empresas<br />
de cobranças de dívidas difícies e por<br />
uma razão: sempre esteve associado a estas empresas<br />
que nós chamamos de más práticas um<br />
conjunto de condutas que ofendem de forma<br />
definitiva, a dignidade, urbanidade e cidadania,<br />
de alguém que num determinado momento difícil<br />
da sua vida, se encontra pertante um incumprimento<br />
contratual creditício”, explica<br />
António Gaspar, presidente da APERC.<br />
Uma pessoa não pode nunca sentir-se ameaçada<br />
quando é abordada, seja através de telefone<br />
ou pessoalmente por um colaborador de uma<br />
destas instituições financeiras.<br />
A confidencialidade dos processos e a privacidade<br />
em que os mesmos são conduzidos é outro<br />
dos princípios prezados pela Associação.<br />
Estes profissionais têm a obrigação de informar<br />
os seus clientes regularmente sobre a situação<br />
dos seus processos e de garantir a integridade<br />
do devedor durante o processo de cobrança.<br />
O código deontológico, que pode ser encontrado<br />
no site www.aperc.pt, alerta ainda para questões<br />
como “dar o exemplo”. Isto é “o associado -<br />
donos de empresa, administradores ou directores<br />
- deverá possuir um histórico crédito limpo<br />
e não deverá ter sido condenado nos últimos<br />
Portugal é o único país da UE sem legislação<br />
■ Até há cerca de duas semanas,<br />
“Portugal e Espanha eram os dois<br />
únicos países da União Europeia que<br />
não tinham enquadramento legal no<br />
que concerne à recuperação<br />
extrajudicial e amigável de créditos. Pois<br />
agora, só resta Portugal”, adiantou ao<br />
Diário <strong>Económico</strong> António Gaspar,<br />
director executivo da Associação<br />
Portuguesa de Empresas de Gestão e<br />
Recuperação de Créditos (APERC). De<br />
acordo com o responsável da APERC, o<br />
partido Socialista no Congresso<br />
Espanhol, deu um passo importante ao<br />
solicitar este mês, ao governo espanhol,<br />
a regulação urgente do sector de<br />
recuperação extrajudicial e amigável de<br />
créditos.<br />
Pelo que, “não entendemos porque<br />
razãooGovernoportuguês,nãotomaa<br />
mesma decisão”. E tão cedo não haverá<br />
uma decisão, já que confrontada com<br />
esta matéria, fonte oficial da secretaria<br />
de Estado do Comércio – que tem o<br />
dossier em mãos – afirmou que “é uma<br />
matéria em estudo, por isso não<br />
podemos acrescentar nada”.<br />
A reivindicação por um quadro legal<br />
adequado para o sector está na agenda<br />
da APERC desde a sua fundação em<br />
2003. António Gaspar explicou que a<br />
aprovação da Lei nº 49/2004 de 24 de<br />
Agosto, ficou incompleta, porque no seu<br />
artigo 1º - nº 7 “esqueceu-se” de definir<br />
quais as empresas cuja a actividade é<br />
regulada por lei. Nos últimos dois anos e<br />
meio, “temos investido fortemente nesta<br />
matéria e feito variadas tentativas para<br />
demonstrar a valia destas empresas,<br />
para a economia real e para os<br />
tribunais”, argumenta o director<br />
executivo da APERC.<br />
Desde então, já foram enviadas cartas<br />
para o Primeiro-ministro, aos Ministros<br />
da Economia (Manuel Pinho e Vieira da<br />
Silva), ao Secretário de Estado do<br />
Comércio, Fernando Serrasqueiro – com<br />
quem está o anteprojecto de Decreto-Lei<br />
há quase dois anos –, aos líderes<br />
parlamentares representados na<br />
Assembleia da República, mas “de<br />
ninguém ouvimos uma palavra de<br />
interesse. Ninguém esteve até ao<br />
momento interessado, em resolver uma<br />
dez anos por qualquer crime directamente relacionado<br />
com a actividade”, pode ler-se no documento.<br />
Hoje, na altura de escolher o parceiro que irá<br />
gerir o portfólio de créditos a recuperar, “o cartão<br />
de associado APERC é um garante das boas<br />
práticas sobre os seus clientes”, salienta António<br />
Gaspar.<br />
E quando não os devedores não pagam?<br />
Uma empresa de gestão e recuperação de crédito<br />
pode apenas, em função do prazo que lhe é<br />
concedido, utilizar todos os recursos para que<br />
as dívidas sejam pagas. Quer seja pelo telefone,<br />
porcarta,pessoalmente,aideiaélevarodevedor<br />
a regularizar o seu processo o mais depressa<br />
possível. Quando não há sucesso na recuperação<br />
e o prazo termina, as empresas dão como<br />
encerrado o processo. Caberá ao cliente decidir<br />
que acções irão tomar a seguir. ■<br />
A confidencialidade dos processos<br />
e a privacidade em que<br />
os mesmos são conduzidos<br />
é outro dos princípios prezados<br />
pela APERC.<br />
situação que é da mais elementar justiça<br />
resolver”.<br />
O responsável da APERC lembra que a<br />
Comissão Europeia, o Parlamento<br />
Europeu (PE), o Conselho da Europa e o<br />
Tribunal de Justiça Europeu, já<br />
reconheceram que as empresas que<br />
fazem a recuperação extrajudicial e<br />
amigável de créditos, contribuem para a<br />
diminuição do prazo médio de<br />
pagamentos nas transacções comerciais.<br />
A Directiva 2000/35/EC do PE e do<br />
Conselho, de 25 de Junho de 2000,<br />
espelha essa necessidade, mas ainda não<br />
foi transposta para a lei nacional,<br />
sobretudo no que respeita à<br />
regulamentação da actividade destas<br />
empresas. Perante este cenário, António<br />
Gaspar afirma que “não sabemos o que<br />
está a travar o enquadramento legal<br />
desta actividade. Provavelmente uma<br />
falta de sensibilidade sobre o sector e um<br />
juízo de valor que de apressado acabou<br />
por sair erróneo”. Garante a<br />
disponibilidade da APERC em prestar os<br />
esclarecimentos necessários a todos os<br />
interlocutores. D.L.<br />
Uma pessoa não deve nunca sentir-se<br />
ameaçada quando é abordada, seja<br />
através de telefone ou pessoalmente,<br />
por um colaborador de uma destas<br />
instituições financeiras.
Paulo Alexandre Coelho<br />
O que diz o código deontológico<br />
na relação com o devedor:<br />
1 O associado não deverá nunca<br />
usar métodos de recuperação que<br />
sejam opressivos ou de intrusão;<br />
2 O associado não deverá utilizar<br />
viaturas identificadas na sua forma<br />
agressiva e que pelo conteúdo<br />
da mensagem, possam induzir<br />
a metodologias de práticas<br />
condenáveis;<br />
3 O associado deverá<br />
apresentar-se com uma conduta<br />
de urbanidade, cívica e eticamente<br />
responsável;<br />
4 O associado nunca deverá agir<br />
em público, de forma intencional<br />
a embaraçar os devedores;<br />
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5 O associado deverá respeitar<br />
a circunspecção e a descrição<br />
no contacto com os devedores;<br />
6 O associado deverá apresentar<br />
sob forma clara o total a ser pago<br />
pelos devedores (i.e. quantia em<br />
débito, juros, compensações, custo<br />
de recuperação), na primeira carta<br />
ou contacto;<br />
7 O associado deverá cooperar<br />
com os representantes nomeados<br />
pelos devedores (i.e. consultor,<br />
empresas de gestão de créditos,<br />
instituições públicas ou privadas<br />
que possam fazer a mediação<br />
de insolvências dos consumidores,<br />
etc), sempre que indicado pelos<br />
devedores ou seus representantes.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> XI
XII Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
FACTORING<br />
De onde vem a palavra<br />
‘factoring’? Do latim<br />
‘factor’. Os romanos<br />
nomeavam um ‘factor’<br />
nas terras<br />
conquistadas como<br />
consultor do negócio,<br />
que normalmente era<br />
um próspero e<br />
conhecido comerciante<br />
da região que fornecia<br />
informações<br />
comerciais,<br />
armazenava<br />
mercadorias e cobrava<br />
a troco de uma<br />
remuneração.<br />
Negócio gere-se entre<br />
o ‘factoring’ doméstico<br />
e o internacional<br />
AS 14 EMPRESAS PORTUGUESAS associadas da ALF<br />
representam 90% do sector e estão ligadas à banca.<br />
Ana Cunha Almeida<br />
ana.c.almeida@economico.pt<br />
Não há comparação possível entre uma empresa<br />
de gestão e recuperação de crédito e uma<br />
empresa de ‘factoring’. A primeira dedica-se a<br />
recuperar crédito malparado. A segunda a adquirir<br />
créditos a curto prazo, “derivado da venda<br />
de produtos ou da prestação de serviços, nos<br />
mercados interno e externo” bem como “estudos<br />
dos riscos de crédito e de apoio jurídico, comercial<br />
e contabilístico à boa gestão dos créditos<br />
transaccionados”, como salientou José Beja<br />
Amaro, presidente da Associação Portuguesa<br />
de Leasing, Factoring e Renting – ALF.<br />
O que significa que, uma vez que recebem os<br />
seus créditos, estão a contribuir para estabilizar<br />
os seus fundos de tesouraria. Estas empresas<br />
dominam a análise de risco e de conhecimentos<br />
dos mercados uma vez que estão ligadas a grupos<br />
bancários.<br />
A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring<br />
e Renting (ALF) representa, hoje em dia, 14 empresas<br />
portuguesas que se dedicam a esta actividade<br />
do ‘factoring’, sendo designadas por<br />
“factors”. São elas: BPI, Banif, Barclays, BBVA<br />
Portugal, BES, BNP Paribas Factor, BPN Crédito,<br />
Caixa Económica Montepio Geral, Caixa<br />
Quando as empresas/clientes<br />
recebem os seus créditos<br />
conseguem estabilizar<br />
os seus fundos de tesouraria.<br />
Leasing e Factoring, Eurofactor, Finanfarma,<br />
Millennium BCP, Popular Factoring e Totta<br />
Crédito Especializado. No início deste ano, a<br />
ALF alargou a sua rede de associadas com a entrada<br />
da Finfarma e da Finicrédito (do grupo Finibanco),<br />
que opera na área do leasing. De acordo<br />
com a ALF, com a adesão destas duas instituições<br />
a associação passa a representar mais<br />
de 90% dos sectores do ‘leasing’, ‘factoring’ e<br />
‘renting’ em Portugal.<br />
Segundo a mesma fonte, as quatro principais<br />
‘factors’ nacionais, com base em dados de 2008,<br />
são as pertencentes ao Millennium BCP, BES,<br />
Totta e Caixa. Estas foram as instituições que<br />
conseguiram o maior volume de créditos tomados,<br />
ao atingirem 30,5%, 15,6%, 15% e 14% respectivamente<br />
do volume total registado em 2008<br />
que se situou nos 23,5 mil milhões de euros. Um<br />
montante que representava um aumento de<br />
14% face a 2007. Neste momento, ainda não foi<br />
feita a análise de dados de 2009, pelo que ainda<br />
não estão apurados quais as ‘factors’ que lideraram<br />
no ano passado e as novas que se apresentaram<br />
ao mercado.<br />
Contudo, este é um negócio que é feito dentro e<br />
fora do terrirório nacional. As ‘factors’ tanto<br />
disponibilizam aos seus clientes o ‘factoring’<br />
doméstico, ou seja, trata de cedências em que<br />
todos os intervenientes estão sedeados no mesmo<br />
país, como também trata de factoring internacional.<br />
Aqui, temos duas diferenças: “sobre a<br />
importação, em que os devedores são nacionais<br />
e os aderentes estrangeiros, e sobre a exportação,<br />
em que os aderentes são nacionais e os devedores<br />
estrangeiros”, explicou Beja Amaro. ■<br />
AS SOCIEDADES ‘FACTORS’ QUE DOMINARAM<br />
O MERCADO EM 2008<br />
1<br />
Millennium<br />
BCP<br />
■ Comumcrédito<br />
tomado<br />
de 30,5% em 2008,<br />
foi a ‘factor’ que mais<br />
contribuiuparaos<br />
resultados atingidos.<br />
2<br />
BES<br />
■ A sociedade do<br />
Banco Espírito Santo<br />
foi responsável por<br />
15,6% do volume total<br />
de créditos tomados<br />
em 2008.<br />
Peso no PIB e quotas de mercado<br />
País Rácio de Penetração Quota de Mercado<br />
no PIB 2008 Europeu 2008<br />
Chipre 17,97% 0,39%<br />
Irlanda 15,28% 2,88%<br />
Portugal 14,10% 2,82%<br />
Reino Unido 10,18% 22,57%<br />
Itália 8,54% 15,39%<br />
Espanha 8,41% 12,01%<br />
Finlândia 8,13% 1,52%<br />
França 7,74% 16,21%<br />
Bélgica 7,03% 2,71%<br />
Lituânia 6,63% 0,40%<br />
Fonte: ALF<br />
3<br />
Totta Crédito<br />
Especializado<br />
■ 15% foi quanto o<br />
Totta conseguiu<br />
arrecadar do volume<br />
de créditos de 23,5 mil<br />
milhões de euros de<br />
2008.<br />
4<br />
Caixa Leasing<br />
e Factoring<br />
■ A ‘factor’ da CGD<br />
contribuiu com 14%<br />
do total de créditos<br />
tomados em 2008.<br />
É no Reino Unido queestáamaiorparte<br />
das empresas de ‘factoring’ na Europa.
Dylan Martinez/Reuters<br />
Como diminuir<br />
custos e optimizar<br />
tesouraria<br />
6 respostas sobre<br />
‘factoring’<br />
É uma das ferramentas financeiras eleitas pelas<br />
empresas portuguesas para fazer face às difculdades,<br />
muitas delas geradas pela falta de pagamentos<br />
de facturas.<br />
1O que é o ‘factoring’?<br />
É a aquisição de créditos a curto prazo que resultaram<br />
da venda de produtos ou da prestação<br />
de serviços nos mercados interno e externo. Assim,<br />
para a prática de ‘factoring’ existem três intervenientes:<br />
a própria sociedade de ‘factoring’,<br />
a empresa cliente do ‘factor’ e o devedor (que se<br />
encontra em dívida para com o cliente).<br />
2Que serviços estão associados ?<br />
Podemos falar de financiamento e adiantamento<br />
sobre facturas, serviços de cobrança, serviços<br />
de informações, apoio jurídico, estudos dos<br />
riscos de crédito e atribuição de limites de crédito<br />
por devedor.<br />
3Quem pode recorrer a estes serviços?<br />
Todas as empresas, tanto PME como grandes<br />
empresas que pretendam agilizar os problemas<br />
derivados das vendas a crédito e dos seus extensos<br />
prazos de pagamento.<br />
4Quais as reais vantagens?<br />
Em primeiro lugar fica com as contas asseguradas,<br />
tendo sempre a garantia de uma optimização<br />
de tesouraria. Pode reduzir os custos administrativos<br />
de pessoal e de comunicações, aumentar<br />
a eficácia da área comercial, já que o<br />
pessoal pode dedicar-se a tarefas técnicas e comerciais.<br />
Transforma custos fixos em variáveis<br />
ao subcontratar a cobrança. Aumento da capacidade<br />
de financiamento e melhoria de rácios e<br />
endividamento.<br />
5Como se estabelece um contrato?<br />
O primeiro passo é fazer uma proposta de adesão,<br />
sendo que a sociedade de ‘factoring’ pode<br />
recusar assumir o risco de crédito. Na fase inicial,<br />
a empresa aderente tem de demonstrar o<br />
histórico e os elementos contabilísticos dos últimos<br />
anos, para provar a boa capacidade económica<br />
e financeira. Convém apresentar a carteira<br />
de clientes com as condições de pagamento<br />
e o limite de crédito de cada um. O segundo<br />
passo é a entrevista que decorre nas instalações<br />
da aderente, com base na qual a ‘factor’ fará um<br />
relatório para avaliar o risco global do negócio e<br />
o risco particular de cada cliente. A terceira etapa<br />
é o estudo dos elementos e a quarta é a fase<br />
de negociações entre as duas entidades. Aqui<br />
são definidas as modalidades do serviço que<br />
será prestado. Por fim, é finalizada a negociação<br />
e assinado o contrato, onde ficará definido a<br />
duração do mesmo, a lista de clientes aprovados,<br />
a percentagem adiantável sobre os créditos<br />
cedidos, a data de entrega da ‘factor’ à empresa<br />
aderente dos valores cobrados na data e a periodicidade<br />
de envio de remessa dos créditos.<br />
6O que são créditos ‘confirming’?<br />
Nesta operação é o cliente enquanto “Devedor”<br />
que contacta a ‘factor’ para que esta passe<br />
a gerir os seus pagamentos. A ‘factor’ efectua o<br />
pagamento aos fornecedores do seu cliente (no<br />
‘factoring’ são pagas as facturas que o seu clientetemarecebereéaempresade‘factoring’<br />
que faz a cobrança das mesmas junto ao devedor).<br />
■ A.C.A.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> XIII
XIV Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
Perfil<br />
■ José Beja Amaro<br />
iniciou a sua carreira<br />
profissional em 1972 no<br />
então Centro de Estudos<br />
da Presidência do<br />
Conselho de Ministros,<br />
tendo passado depois<br />
pelos quadros do Banco<br />
Espírito Santo, Loyds e<br />
BCI. Entre 1990 e 2008<br />
assumiu o cargo de<br />
Presidente da Comissão<br />
Executiva da Besleasing<br />
e Factoring – Instituição<br />
Financeira de Crédito,<br />
empresa que actuava<br />
nos sectores de leasing e<br />
factoring. A partir de<br />
Janeiro de 2009 assumiu<br />
as funções de consultor<br />
para as áreas de leasing e<br />
factoring para os<br />
mercados nacional e<br />
internacional.<br />
ENTREVISTA JOSÉ BEJA AMARO, presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting<br />
“O ‘factoring’ é um bom recurso<br />
registadas ao nível da tesouraria<br />
CONSTRUÇÃO, COMÉRCIO GROSSISTA E ORGANISMOS INTERNACIONAIS E EXTRA<br />
ao ‘factoring’, com um peso total de 40%. Mas o sector público administrativo tem tido um<br />
Ana Cunha Almeida<br />
ana.c.almeida@economico.pt<br />
José Beja Amaro é licenciado em Economia<br />
pelo Instituto Superior de Economia de Lisboa,<br />
tendo sido nomeado, em Maio de 2005, presidente<br />
da direcção da Associação Portuguesa de<br />
Leasing, Factoring e Renting – ALF. O responsável<br />
destaca o papel importante que o ‘factoring’<br />
tem desempenhado no apoio à exportação das<br />
empresas portuguesas que, entre 2001 e 2009,<br />
cresceu 429%. José Beja Amaro reconhece que<br />
este é um sector que anda em contra-ciclo face<br />
aos cenários de crise porque a necessidade das<br />
empresas em obter liquidez faz aumentar a procura<br />
pelo ‘factoring’. A explicação é simples: é<br />
visto como um meio seguro para o financiamento<br />
da tesouraria.<br />
Como tem evoluído o sector do ‘factoring’ nos<br />
últimos anos em Portugal?<br />
O ‘factoring’ tem vivido um considerável crescimento<br />
em Portugal com especial incidência<br />
em 2008 (crescimento de 14%), altura em que<br />
começaram a fazer-se sentir os primeiros sintomas<br />
da crise económica internacional. Em<br />
2009, houve uma certa estabilização com um<br />
crescimento, em termos de créditos tomados,<br />
de 0,5%. Como se sabe, o ‘factoring’ é um bom<br />
recurso para colmatar as falhas registadas ao ní-<br />
“Em 2008 a facturação tomada<br />
atingiu o equivalente a 14,1% do<br />
PIB nacional. Não havendo ainda<br />
dados definitivos para 2009.”<br />
vel da tesouraria das empresas. Mostrando essa<br />
força temos os resultados do ano passado, em<br />
que foi registado um total de 23,56 mil milhões<br />
de euros em créditos tomados: 16 mil milhões<br />
de euros no ‘factoring’ doméstico, 1,56 mil milhões<br />
de euros no ‘factoring’ internacional, e<br />
cerca de 6 mil milhões de euros no ‘confirming’.<br />
Em 2009 o ‘factoring’ de exportação continuou a<br />
crescer e o de importação a descer?<br />
O ‘factoring’ de exportação tem apresentado<br />
sempre uma evolução positiva, enquanto o de<br />
importação apresentou taxas negativas em alguns<br />
anos. 2009, um ano de crise, viu, contudo,<br />
o volume de créditos tomados no ‘factoring’<br />
de exportação crescer 4,2% para 1,26 mil milhões<br />
de euros. O ‘factoring’ de importação registou<br />
uma queda de 6,7% para os 304 milhões<br />
de euros. Se analisarmos a taxa de crescimento<br />
entre 2001 e 2009, o factoring de exportação<br />
cresceu 429% e o de importação 179%. Estes<br />
valores realçam bem o apoio que o factoring<br />
presta à exportação por parte das empresas<br />
portuguesas.<br />
Quanto representa para o PIB?<br />
Em 2008 a facturação tomada atingiu o equivalente<br />
a 14,1% do PIB nacional. Não havendo ainda<br />
dados definitivos para 2009, os indicadores<br />
mais recentes permitem adiantar que este valor<br />
deve manter-se idêntico ou com uma ligeira variação<br />
positiva.<br />
Quais os sectores que mais utilizam o factoring?<br />
Hoje em dia, e muito devido à situação de crise<br />
que o país atravessa, são cada vez mais variados<br />
os sectores de actividade que recorrem a este<br />
produto financeiro. Mas não podemos deixar<br />
de destacar o peso que tem o sector público ad-
(ALF)<br />
para colmatar as falhas<br />
das empresas”<br />
TERRITORIAIS são os sectores que mais recorrem<br />
forte contributo para o crescimento desta actividade.<br />
ministrativo, nomeadamente as autarquias e as<br />
regiões autónomas nos resultados alcançados<br />
pelo factoring. O peso apresentado pelo sector<br />
público administrativo tem, enquanto devedor<br />
para com as empresas nacionais um peso assinalável:<br />
cerca de 30%. Na óptica do aderente, o<br />
sector que mais recorre ao ‘factoring é o da<br />
construção (tanto a engenharia civil como a<br />
promoção imobiliária) seguido do comércio<br />
grossista e os organismos internacionais e extraterritoriais,<br />
representando, em conjunto, cerca<br />
de 40%.<br />
“O ano de 2008 registou um forte<br />
aumento na procura (14%)<br />
quando já se atravessava uma<br />
fase de dificuldades económicas.<br />
O ano de 2009 registou um ligeiro<br />
aumento”.<br />
Quais as maiores dificuldades que as empresas<br />
têm sentido?<br />
De forma geral, o sector financeiro tem sentido<br />
uma maior pressão em termos de ‘funding’ e a<br />
maior dificuldade na análise de risco das empresas.<br />
Não obstante estas dificuldades acrescidas<br />
que a crise económico-financeira trouxe, o<br />
‘factoring’ tem sabido responder às necessidades<br />
do mercado, como as taxas de crescimento<br />
e elevado volume de créditos tomados podem<br />
atestar.<br />
A crise económica despoletou uma maior procura<br />
por esta actividade?<br />
O ‘factoring’ é um produto que geralmente, anda<br />
em contra-ciclo em situações de crise. A necessidade<br />
das empresas em obter liquidez faz aumentar<br />
a procura pelo ‘factoring’, uma vez que<br />
este é visto como um meio seguro de financiamento<br />
da tesouraria. O ano de 2008 registou um<br />
forte aumento na procura (14%) quando já se<br />
atravessava uma fase de dificuldades económicas.<br />
O ano de 2009 registou um ligeiro aumento,<br />
que revela um efectivo crescimento da procura<br />
já que a economia teve um comportamento recessivo<br />
podendo ainda acrescentar-se o já grande<br />
crescimento da procura originada em 2008. ■<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> XV<br />
“O ‘factoring’ é um produto que geralmente, anda em contra-ciclo<br />
em situações de crise. A necessidade das empresas em obter liquidez<br />
faz aumentar a procura pelo ‘factoring’, uma vez que este é visto<br />
como um meio seguro de financiamento da tesouraria”.<br />
Paulo Figueiredo<br />
PUBLIREPORTAGEM<br />
Nuno Francisco<br />
Sales Regional Manager Eurofactor Portugal, S.A.<br />
A gestão<br />
de clientes<br />
no sector<br />
Vivemos actualmente um ciclo económico e<br />
financeiro conturbado e apesar dos esforços<br />
dos diversos governos e bancos centrais, na<br />
tentativa de devolver alguma confiança às<br />
economias, este período avizinha-se mais<br />
longo do que o inicialmente previsto.<br />
É neste ambiente que os agentes económicos,<br />
particularmente as PME’s (que representam<br />
mais de 90% do tecido empresarial<br />
português e 1,6 milhões de empregos) têm<br />
vivido nos últimos anos, com uma contracção<br />
das suas vendas, quebras significativas<br />
das exportações, dificuldades no acesso ao<br />
crédito e aumento do seu custo e prazos<br />
médios de recebimentos cada vez mais alargados.<br />
OFactoringconstituihojeemdia,umdos<br />
produtos financeiros mais eficazes e completos,<br />
no apoio à gestão da conta de Clientes<br />
de uma empresa, sendo cada vez mais<br />
utilizado em organizações com métodos de<br />
gestão mais profissionais, em áreas tão diversas<br />
como a indústria (transformadora,<br />
eléctrica, alimentar), distribuição e serviços<br />
(sector público, área da saúde).<br />
Na sua vertente sem recurso (Full Factoring)<br />
proporciona às empresas uma solu-<br />
O ‘full factoring’ proporciona<br />
às empresas uma solução<br />
à medida das suas<br />
necessidades através<br />
de um financiamento flexível<br />
das suas vendas a crédito,<br />
da cobrança das suas facturas<br />
junto dos clientes.<br />
ção à medida das suas necessidades, através<br />
de um financiamento flexível das suas<br />
vendas a crédito, da cobrança das suas facturas<br />
junto dos clientes por equipas especializadas<br />
(redução de prazos de recebimento,<br />
significa uma melhoria da tesouraria<br />
e maior controle dos custos financeiros),<br />
sendo também possível beneficiar de uma<br />
garantia para o risco de crédito dos seus<br />
clientes (risco de não pagamento por atraso<br />
ou falência/insolvência).<br />
Com esta solução, seguramente que os empresários<br />
nacionais se poderão dedicar inteiramente<br />
ao desenvolvimento e crescimento<br />
das suas empresas, com a entrega<br />
da gestão dos sues clientes a uma instituição<br />
especializada. ■
PUB
galdepoisde2011<br />
envolvidas no programa: além dos grandes<br />
investimentos iniciais da Portugal Telecom<br />
(um milhão de euros por ano), Nokia<br />
Siemens Networks (200 mil euros por<br />
ano) e Novabase (100 mil euros por ano),<br />
neste momento há 39 empresas envolvidas<br />
no programa, como a Ndrive, Bio-devices,<br />
Outsystems, Critical Software,<br />
Ydreams, Electricidade da Madeira, ISA,<br />
entre outras.<br />
Além disso, “as candidaturas e inscrições<br />
não param de aumentar, bem como a alta<br />
qualidade dos alunos portugueses e também<br />
internacionais”, refere Jared Cohon.<br />
As estatísticas do programa Carnegie<br />
Mellon Portugal mostram que até agora<br />
existem 168 pós-graduados nos programas<br />
de mestrado profissional e doutoramento,<br />
em áreas chave das Tecnologias<br />
de Informação e Comunicação, sendo que<br />
18 alunos já terminaram o mestrado e regressaram<br />
à indústria. No total, o programa<br />
contabiliza 35 alunos matriculados<br />
em doutoramentos, 100 alunos nos mestrados<br />
profissionais (em 2009) e 77 doutoramentos<br />
previstos até 2011. ■<br />
Paulo Alexandre Coelho<br />
NOVAS REDES DE INVESTIGAÇÃO<br />
NET-SCIP<br />
A rede “Innovation Network on<br />
Security and Critical Infrastructure<br />
Protection” centra-se na segurança<br />
das redes e do utilizador, como a prevenção<br />
de ciber-ataques e a protecção<br />
de dados informáticos.<br />
NET-FIT<br />
A rede temática “Innovation Network<br />
for Future Internet Technologies and<br />
Services” tem como base estudar o<br />
papel da Internet na economia nacional,<br />
para desenvolver e maximizar as<br />
redes de nova geração.<br />
NET-STIM<br />
A rede “Innovation Network on<br />
Services and Technologies for<br />
Interactive Media” visa a criação de<br />
um ‘cluster’ de inovação em serviços<br />
e tecnologias para media interactivos.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES IX<br />
ENTREVISTA JARED COHON presidente da Carnegie Mellon University<br />
“Espero que o Governo<br />
mantenha o financiamento<br />
Jard Cohon afirma acreditar que o Executivo português<br />
“está inclinado para essa opção”.<br />
BÁRBARA SILVA<br />
barbara.silva@economico.pt<br />
Para Jared Cohon, ser presidente da Carnegie<br />
Mellon University, nos Estados<br />
Unidos,nãoésinónimodeestarsentado<br />
à secretária. Desde que assinou o acordo<br />
de parceria estratégica entre a sua universidade<br />
e o Estado português, em 2006,<br />
já viajou para Portugal várias vezes, para<br />
verdepertoaevoluçãodosprogramasde<br />
doutoramento e mestrado profissional.<br />
Na semana passada esteve em Lisboa e<br />
Coimbra para lançar três novas redes temáticas<br />
de investigação no âmbito do<br />
programa Carnegie Mellon Portugal.<br />
Que balanço faz até agora?<br />
Realizámos em Coimbra a primeira cerimónia<br />
de formatura. É um bom indicador<br />
decomooprogramaestáacorrerbem.<br />
Formaram-se 60 pessoas, de todo o país,<br />
as primeiras duas turmas de ‘masters’. É<br />
um número considerável se tivermos em<br />
conta que estes programas apenas começaram<br />
em 2006. As universidades levam<br />
algum tempo a implementar novos programas<br />
e têm um ritmo mais lento que o<br />
mundo empresarial.<br />
Que ‘feedback’ teve dos graduados?<br />
Tive oportunidade de conversar com alguns<br />
e fiquei muito impressionado com<br />
os relatos sobre o seu percurso profissional<br />
e sobre o que estão a fazer agora. Fixei<br />
sobretudo o caso de duas mulheres, algo<br />
raro nestes programas: uma formada em<br />
Psicologia e outra em Design, que tiraram<br />
oprogramade‘master’em‘Computer<br />
Interaction’ e agora trabalham para a<br />
Portugal Telecom. Estão muito entusiasmadascomoqueestãoafazer.Ambas<br />
disseram que apenas conseguiram chegar<br />
aqui através destes programas de mestrado<br />
profissional. Acreditamos que estes<br />
graduados serão os futuros líderes de Portugal.<br />
Mas isso levará tempo a acontecer.<br />
O que acontecerá depois de 2011, quando<br />
oprogramaterminar?<br />
Espero que o Governo português possa<br />
manter o financiamento e acredito que<br />
estão inclinados para essa opção. Em<br />
conversa com o representante da Comissão<br />
Europeia, falámos sobre o que representa<br />
fazer este tipo de investimento a<br />
longo prazo, sobretudo numa época em<br />
queaeconomianãoéfavorável.Éuma<br />
decisão que demonstra grande liderança<br />
e coragem por parte dos governos. Foi<br />
isso que Portugal demonstrou há quatro<br />
anos quando o governo autorizou o programa.<br />
Não foi uma decisão fácil nessa altura,<br />
porque estava muito dinheiro envolvido.<br />
Se o repetirem agora, será um<br />
desafio ainda maior.<br />
Sem esse financiamento, os mestrados e<br />
doutoramentos poderão continuar?<br />
Essaéagrandedúvida.Nestemomento,<br />
os programas são sustentáveis financeiramente,<br />
com base nas propinas pagas<br />
pelos alunos e pelas empresas. Há pro-<br />
gramas mais sustentáveis do que outros.<br />
Esteéograndetópicodediscussãoentre<br />
todasaspartesenvolvidas.Faleicomresponsáveis<br />
das universidades portuguesas<br />
e eles também se questionam sobre este<br />
assunto. O sentimento geral é que já conseguimos<br />
fazer muita coisa, os programas<br />
estão a correr bem e todos os envolvidos<br />
querem continuar. Mas os programas<br />
ainda são frágeis, são novos, baseados na<br />
cooperação entre universidades e empresas,<br />
algo que nunca antes foi feito, e não<br />
são parcerias fáceis de manter, porque<br />
cada instituição é única, as pessoas estão<br />
focadas no seu trabalho e a colaboração<br />
entre universidades às vezes torna-se<br />
complicada. Teremos de nos preocupar se<br />
o financiamento público acabar em definitivo.<br />
Aí ficaria um grande ponto de interrogação<br />
sobre se os programas poderão<br />
ou não continuar, especialmente a investigação<br />
e a colaboração entre universidades<br />
e empresas.<br />
Como avalia a participação das empresas<br />
envolvidas?<br />
Estamos muito satisfeitos com os progressos<br />
feitos até agora. Está a correr<br />
bem, até melhor do que esperava. Uma<br />
das mais impressionantes medidas do sucessodoprogramaéonúmerodeempresas<br />
envolvidas, que passou de quatro para<br />
39 em dois anos. Nas novas redes temáticas<br />
de investigação, os proponentes têm<br />
de estar ligados a duas universidades e<br />
uma empresa portuguesa. Isso ajuda a<br />
envolver mais empresas.<br />
Que importância têm estas novas redes<br />
de investigação?<br />
É uma tentativa do programa em focarse.<br />
Os três temas foram determinados por<br />
um plano estratégico criado no ano passado<br />
com ‘input’ das empresas e das universidades.<br />
Os três temas foram escolhidos<br />
porque são um desafio técnico e porque<br />
representam áreas onde Portugal<br />
pode melhorar, fazer a diferença, dar<br />
contribuições e destacar-se, ter impacto<br />
na criação de riqueza, de empregos. A<br />
Universidade de Carnegie Mellon é muito<br />
activa na investigação das três áreas: segurança<br />
e protecção; internet de nova geração;<br />
interacção entre humanos e computadores.<br />
São áreas “quentes” e representam<br />
problemáticas do presente e do<br />
futuro. A ideia é posicionar Portugal nesta<br />
áreas. ■<br />
“Tive oportunidade de conversar<br />
com alguns graduados e fiquei<br />
muito impressionado com<br />
os relatos sobre o seu percurso<br />
profissional e sobre o que estão<br />
a fazer agora”.
X UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
ESTRATÉGIA<br />
O professor da AESE diz que os executivos<br />
portugueses “valorizam a formação avançada”<br />
PERFIL<br />
Paula Nunes<br />
ADRIÁN CALDART, PROFESSOR DA AESE - ESCOLA DE DIRECÇÃO E NEGÓCIOS<br />
No final de 2009, o professor argentino<br />
Adrián Caldart foi contratado pela AESE<br />
como coordenador da área pedagógica de<br />
Política de Empresa e professor de<br />
Estratégia, para formação de quadros<br />
superiores. É doutorado em Gestão pela<br />
IESE Business School (Espanha) e possui<br />
um MBA do ESEADE (Argentina). É<br />
licenciado em Administração de Empresas<br />
pela Universidade Católica da Argentina.<br />
Além das aulas para dirigentes e executivos<br />
na AESE e no IESE (professor visitante),<br />
desempenha um papel activo na<br />
investigação na área estratégica da<br />
Warwick Business School (Reino Unido),<br />
onde é ‘associate fellow’ em Gestão<br />
Estratégica. Entre 2004 e 2009 foi<br />
professor desta escola britânica. Antes de<br />
ingressar no mundo académico, trabalhou<br />
como executivo do Grupo Pérez Companc e<br />
da Organización Techint, entre 1992 e 1999.<br />
É co-autor do livro “Dynamics of Strategy”.<br />
“Portugueses são<br />
reflexivos e formais”<br />
AdriánCaldartéonovoprofessordeEstratégiadaAESE<br />
BÁRBARA SILVA<br />
barbara.silva@economico.pt<br />
Os executivos portugueses podem orgulhar-se:<br />
além de investirem em formação<br />
pós-graduada, dominam várias línguas e<br />
não ficam a dever nada aos altos quadros<br />
de países como a Argentina, Espanha ou<br />
ReinoUnido.Agarantiaédadapeloargentino<br />
Adrián Caldart, o novo professor<br />
de Estratégia e coordenador da área pedagógica<br />
de Política de Empresa na AESE<br />
– Escola de Direcção e Negócios, desde o<br />
final do ano passado. Antes disso, deu<br />
aulas na espanhola IESE Business School<br />
(a que continua ligado como professor visitante)<br />
e trabalhou nos últimos cinco<br />
anos na britânica Warwick Business<br />
School, onde mantém um papel activo na<br />
investigação na área estratégica.<br />
Quanto ao desafio de se tornar professor<br />
em ‘full-time’ da AESE, e mudar-se de<br />
armas e bagagens para Lisboa, Adrián<br />
Caldart diz que é uma nova etapa que encara<br />
“com muita expectativa”. “Há sete<br />
anos que venho a esta escola de negócios<br />
como professor visitante, já conhecia<br />
bastantebemoestilodecasaeodosparticipantes<br />
nos diversos programas”, conta<br />
o professor, sublinhando: “A proximidade<br />
da AESE com o mundo empresarial<br />
português dá-me muitas oportunidades<br />
de trabalhar com as empresas e organizações<br />
sociais em diferentes iniciativas.<br />
Além disso, conto com o tempo e os recursos<br />
necessários para continuar a desenvolver<br />
as mesmas linhas de investigação<br />
com colegas de outras escolas, como<br />
a Warwick Business School, Universidade<br />
de Glasgow, ESSEC de Paris, IESE e o IAE<br />
de Buenos Aires”.<br />
A opinião sobre os executivos portugueses<br />
não podia ser melhor. O professor diz<br />
que “valorizam altamente a formação<br />
avançada”. “São pessoas sofisticadas,<br />
muito conhecedoras e interessadas na<br />
realidade nacional e internacional, capazesdeentenderefalaremcastelhanoe<br />
inglês”, explica Adrián Caldart, sublinhando<br />
que se trata de uma vantagem<br />
única: “Discutir casos de empresas em<br />
três idiomas diferentes, como acontece<br />
na AESE, é impossível noutros países<br />
onde trabalho, como Espanha, Reino<br />
Unido ou Argentina”. Por comparação,<br />
Caldart diz que ao nível das capacidades,<br />
experiência e conhecimentos os portugueses<br />
são iguais aos espanhóis e britânicos,<br />
mas em termos de “estilo”, os espanhóis<br />
são mais agressivos e “pensam mais<br />
em grande”, enquanto os portugueses<br />
são reflexivos e formais.<br />
Especialista em estratégia empresarial,<br />
Adrián Caldart também tem conselhos a<br />
dar às empresas portuguesas com ambições<br />
de crescimento e expansão internacional:<br />
“Uma empresa deve clarificar<br />
quais são os seus objectivos a longo prazo<br />
e as políticas para os alcançar. Se uma<br />
avaliação realista mostrar a necessidade<br />
de crescer internacionalmente e diversificar,<br />
então deve-se avançar. Caso contrário,<br />
não vale a pena arriscar. A realida-<br />
de mostra que os processos de crescimento<br />
rápido são mais arriscados que os<br />
levados a cabo passo a passo”. E avisa:<br />
“Em 2010, as possibilidades de levar a<br />
cabo uma estratégia de crescimento arrojada<br />
são muito limitadas”.<br />
Anos de investigação em vários países levaram<br />
o professor a concluir que as opções<br />
estratégicas mudam muito de empresa<br />
para empresa. “É difícil generalizar.<br />
Em todos os países há empresas com melhores<br />
e piores lideranças. No meu dia-adia,<br />
como professor de escolas de negócios,<br />
estou em contacto com empresas<br />
que dão muita importância à formação<br />
dos seus executivos e essas não normalmente<br />
empresas com estratégias muito<br />
consistentes”, disse Adrián Caldart em<br />
entrevista ao Diário <strong>Económico</strong>, no âmbitodasuaúltimaconferêncianaAESE<br />
sobre o tema “Crescimento e Internacionalização<br />
de uma empresa portuguesa: o<br />
caso Martifer”. Hoje, 2 de Março, Adrián<br />
Caldart é o protagonista de um seminário<br />
na AESE, com o tema “O Papel Estratégico<br />
das Subsidiárias Locais”, no qual desafia<br />
os executivos portugueses a pensar<br />
nos ganhos das multinacionais com as<br />
boas práticas das suas filiais.<br />
O interesse pela área de estratégia empresarial<br />
surgiu quando ainda não era<br />
professor e trabalhava como executivo no<br />
Grupo Pérez Companc e Organización<br />
Techint, os dois maiores grupos industriais<br />
na Argentina, nos anos 90, na área<br />
de Finanças e Planeamento Corporativo.<br />
Aí assistiu de perto às estratégias empresariais<br />
de um grupo muito diversificado,<br />
num tempo de grandes mudanças para a<br />
empresa, o que o levou a decidir fazer um<br />
doutoramento em Gestão no IESE. ■<br />
Por comparação, Adrián Caldart<br />
diz que ao nível das capacidades,<br />
experiência e conhecimentos os<br />
portugueses são iguais aos<br />
espanhóis e britânicos, mas em<br />
termos de “estilo”, os espanhóis<br />
são mais agressivos e “pensam<br />
mais em grande”, enquanto<br />
os portugueses são reflexivos<br />
eformais.
EMPREGO<br />
O responsável de capital humano<br />
da Salsa Jeans, Paulo Pereira (ao<br />
centro) e sete estagiários que<br />
integraram o programa “Iniciar”.<br />
Entrar no mercado de trabalho<br />
com os jeans da Salsa<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES XI<br />
A empresa internacional portuguesa arrancou, o ano passado, com o programa de estágios “Iniciar”.<br />
ANA PETRONILHO<br />
ana.petronilho@economico.pt<br />
Para Nádia Souto, a vantagem da Salsa<br />
“estar num patamar elevado de internacionalização”<br />
é o desafio que torna o seu<br />
estágio “mais aliciante”.<br />
Esta recém-licenciada em recursos humanos<br />
pelo Instituto Politécnico do Porto<br />
está no departamento de Recursos Humanos<br />
e Comunicação da empresa integrada<br />
no seu programa de estágios, o Iniciar”,<br />
que arrancou o ano passado, com<br />
vários objectivos definidos: aproximação<br />
da empresa à comunidade académica,<br />
atracçãodetalentoserenovaçãodequadros.<br />
Para além de proporcionar aos jovens<br />
finalistas uma experiência profissional,<br />
esta é uma forma de a empresa apostar<br />
no “contínuo rejuvenescimento das<br />
suas equipas com talento, potencial e<br />
‘know-how’, afirma Paulo Pereira, responsável<br />
da direcção de capital humano<br />
da Salsa Jeans.<br />
Carla Ferreira é outra das estagiárias do<br />
“Iniciar”. Licenciada em Gestão pela<br />
Universidade do Porto, há cinco meses<br />
que a jovem está no departamento de comunicação<br />
e imagem. Uma experiência<br />
em que já aprendeu muito e ganhou “maturidade,<br />
autonomia em decisões, mais<br />
responsabilidade e sentido de organização”,<br />
refere.<br />
A Salsa aceita estagiários de todas as áreas<br />
de licenciatura. Mas as licenciaturas nas<br />
áreas de design, marketing, gestão de<br />
produto e investigação são as mais procuradas<br />
na hora de recrutar.<br />
Opinião idêntica à das colegas tem Sofia<br />
Costa, licenciada em Gestão pela Universidade<br />
do Minho. Entrou para o departamento<br />
de Gestão de Inventário de Lojas,<br />
também há cinco meses. “Sinto-me muito<br />
mais preparada para o mundo profissional<br />
e a Salsa é uma grande escola para<br />
quem está a começar o seu percurso profissional”.<br />
Segundo o responsável da direcção de capital<br />
humano da empresa, este programa<br />
é “um processo-chave para recrutar e escolher<br />
os melhores nesse universo de recrutamento”.<br />
Dos oito jovens seleccionados<br />
e que ainda não terminaram o seu estágio,<br />
as expectativa da empresa “são as<br />
melhores” para que integrem os quadros<br />
da Salsa Jeans.<br />
Os estágios são anuais e remunerados de<br />
acordo com os valores praticados pelo<br />
Instituto de Emprego e Formação Profissional<br />
(IEFP) e com as habilitações académicas.<br />
Durante esta edição, a empresa<br />
recebeu 277 candidaturas que foram avaliadas<br />
através de um processo de recrutamento<br />
e selecção que é composto por várias<br />
fases que passam pela avaliação curricular,<br />
cognitiva e análise comportamental.<br />
Para seguir o exemplo destas três estagiárias<br />
e entrar para uma empresa que conta<br />
com uma equipa de mais de 900 colaboradores<br />
e com um volume de negócios<br />
que ascende a cerca de 88 milhões de euros,<br />
os jovens podem entregar a sua candidatura<br />
através da internet, no IEFP ou<br />
do gabinete de estágios da sua universidade.<br />
“Os recém-licenciados têm um papel<br />
importante na Salsa Jeans e no futuro que<br />
estamos a construir”, conclui Paulo Pereira,<br />
responsável da direcção de capital<br />
humano da Salsa Jeans. ■<br />
SAIBA SE TEM CONDIÇÕES<br />
PARA CONCORRER<br />
Proactividade<br />
Capacidade de<br />
inovação<br />
Flexibilidade<br />
Adaptação à<br />
mudança<br />
Orientação<br />
paraocliente<br />
Bruno Barbosa<br />
SIM NÃO<br />
SIM NÃO<br />
SIM NÃO<br />
SIM NÃO<br />
SIM NÃO<br />
Se respondeu sim a mais de metade destas perguntas tem condições para<br />
concorrer a vagas ou estágios na Salsa Jeans. (Grelha da responsabilidade<br />
do Diário <strong>Económico</strong>).
XII UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
UNIVERSIDADE VISTA DE FORA<br />
O ex-presidente da Escola de Gestão do Porto<br />
manteve-se 39 anos como docente na FEP<br />
DANIEL BESSA, DIRECTOR GERAL DA COTEC PORTUGAL<br />
O meu curso<br />
Corria o ano de 1963 quando Daniel Bessa,<br />
nascido e criado no Porto, foi obrigado a<br />
fazer “uma grande escolha” entre Letras e<br />
Ciências, no momento de decidir o curso<br />
universitário. Por exclusão de partes – não<br />
tinha apetência nem para uma área nem<br />
paraoutraeocurso de Direito também não<br />
eraumaopçãoporquenãoexistianoPorto<br />
e ir estudar para Coimbra ou Lisboa estava<br />
fora das “posses da família” – só restava<br />
Economia: “Uma coisa que não sabia bem<br />
o que era (era o curso de Salazar), na<br />
certeza de que não era nem Letras nem<br />
Ciências”, lembra Daniel Bessa, expresidentedaEscoladeGestãodoPortoe<br />
director-geral da Cotec Portugal. No dia<br />
em que entrou na Faculdade de Economia<br />
da Universidade do Porto (FEP) conheceu<br />
alguém muito especial: “Maria de Fátima,<br />
que hoje, 45 anos depois, é mãe da minha<br />
filha e continua a ser minha mulher”.<br />
Das aulas, lembra-se bem dos professores<br />
Alberto Pedroso, um referencial de rigor e<br />
de exigência, sobretudo nas questões de<br />
pendor mais analítico, e Manuel Baganha,<br />
dotado de um enorme sentido de justiça e<br />
generosidade. Entre os colegas, destaca<br />
José Fernando Carneiro, com quem<br />
estudou no liceu e durante os cinco anos na<br />
FEP, e que ainda hoje é um dos maiores<br />
amigos. Mais tarde, já como professor,<br />
conheceu José Madureira Pinto, uma das<br />
pessoas de maior consistência política e<br />
ideológica que conheceu. Daniel Bessa<br />
1970<br />
Ano em que Daniel Bessa<br />
terminou a sua licenciatura em<br />
Economia, na Universidade do Porto<br />
Bruno Barbosa<br />
terminou a licenciatura em 1970 com<br />
média de 16 valores. Para fugir a um<br />
destino certo de serviço militar e guerra<br />
colonial em África, manteve-se na FEP e<br />
seguiu uma carreira docente universitária,<br />
até 2009. Ao longo dos últimos 44 anos, 5<br />
como aluno e 39 como docente, Daniel<br />
Bessa doutorou-se em Economia pelo<br />
Instituto Superior de Economia da<br />
Universidade Técnica de Lisboa, em 1996<br />
foi ministro da Economia, Indústria,<br />
ComércioeTurismodeAntónioGuterrese,<br />
a partir do ano 2000, esteve à frente da<br />
EGP, tendo saído para assumir o cargo de<br />
director-geral da COTEC Portugal. É<br />
administrador e consultor de várias<br />
empresas. Sobre os universitários e as<br />
universidades de hoje, diz que “há alunos<br />
melhores do que no meu tempo”, mas que<br />
“a universidade dos nossos dias tornou-se<br />
menos rigorosa, e menos exigente, incapaz<br />
de expurgar o que não se caracteriza por<br />
mínimos de qualidade”. “Vendo bem o que<br />
avidameensinou,sópossochegarauma<br />
conclusão: à saída de uma licenciatura<br />
nunca estamos muito preparados”. ■ B.S.<br />
“A universidade dos nossos<br />
dias tornou-se menos rigorosa,<br />
e menos exigente”<br />
16<br />
Média final da licenciatura<br />
do professor e ex-ministro<br />
de António Guterres.<br />
EMPREGO<br />
Curso com saída<br />
A licenciatura de Gestão de Informação da<br />
Universidade Nova de Lisboa é um dos cursos<br />
com a taxa de empregabilidade mais alta,<br />
desta instituição. Cerca de 75% dos<br />
diplomados deste curso têm trabalho passado<br />
um mês de conclusão da sua licenciatura. Esta<br />
taxa sobe para os 100% de recém-licenciados<br />
que encontram o seu primeiro emprego<br />
passado seis meses de conclusão da<br />
licenciatura. A remuneração média mensal<br />
do primeiro emprego destes licenciados é<br />
de cerca de 900 euros líquidos. A banca e as<br />
insituições financeiras, a consultoria na área<br />
dos sistemas e tecnologias de informação, as<br />
telecomunicações, os seguros e a distribuição<br />
são os principais sectores que dão emprego<br />
a estes jovens recém-licenciados. A.P.<br />
75% Taxa<br />
100% Taxa<br />
900€<br />
LIVRO: “ELES VÊM AÍ – O PODER DE ORGANIZAR SEM ORGANIZAÇÕES”<br />
Leituras<br />
A Internet permite a realização de<br />
iniciativas em conjunto sem a<br />
necessidade das estruturas<br />
organizacionais tradicionais. É<br />
neste contexto que o autor Clay<br />
Shirky lança o livro que explora o<br />
efeito da Internet, na<br />
dinâmica moderna de<br />
grupos. Da mesma<br />
forma que a imprensa<br />
dinamizou a expressão<br />
individual, e o telefone<br />
a comunicação entre<br />
indivíduos, o autor<br />
argumenta que com o<br />
aparecimento das<br />
novas ferramentas<br />
sociais, os grupos<br />
formam-se sem<br />
restrições de tempo<br />
ou de custo. Como<br />
consequência, os<br />
modelos de negócio<br />
de empregabilidade dos<br />
diplomados em Gestão de Informação<br />
pela Universidade Nova de Lisboa,<br />
após um mês de conclusão do curso.<br />
de empregabilidade destes<br />
jovens diplomados, um ano depois<br />
de terminarem a licenciatura.<br />
Estes diploamdos recebem cerca<br />
de 900 euros líquidos como<br />
remuneração média mensal,<br />
no seu primeiro emprego.<br />
estão a ser transformados a uma<br />
velocidade vertiginosa. O impacto<br />
social é tão profundo que qualquer<br />
pessoa com um computador portátil<br />
pode iniciar um movimento<br />
revolucionário. Hoje, as coisas<br />
acontecem porque os<br />
próprios interessados se<br />
reúnem, constroem<br />
estratégias ‘online’ e, às<br />
vezes, contra todas as<br />
expectativas,<br />
conquistam os seus<br />
objectivos. Esta obra dá<br />
a conhecer novas<br />
tendências nesta área.<br />
Obra:“Elesvêmaí-O<br />
Poder de Organizar sem<br />
Organizações” / Autor:<br />
Clay Shirky / Editora :<br />
Actual/Preço:22<br />
euros
INVESTIGAÇÃO<br />
Magnetismo vence prémio<br />
”Magnetismo e biomimetismo<br />
em processos de separação” é o<br />
projecto de investigação<br />
vencedor do prémio Santander<br />
Totta/Universidade de Lisboa. O<br />
projecto, que se destacou nesta<br />
quefoia3ªediçãodesta<br />
iniciativa, é da autoria de Ana<br />
Cecília Roque, de 34 anos, e Olga<br />
Iranzo com 43 anos (na foto), que<br />
vão receber um prémio no valor<br />
de 25 mil euros. A investigação<br />
visa desenvolver estruturas de<br />
NÚMEROS<br />
Ana Cecília Roque e Olga Iranzo<br />
distinguidas pela iniciativa Santander<br />
Totta/Universidade Nova de Lisboa.<br />
25<br />
Valor do prémio em<br />
milhares de euros. As<br />
duas investigadoras<br />
receberam este valor, a<br />
dividir pelas duas, nesta<br />
3ª edição desta<br />
iniciativa.<br />
TESTEMUNHO ERASMUS<br />
muito pequena dimensão (nanoestruturas),<br />
que possam vir a ser<br />
utilizadas na purificação de<br />
moléculas biológicas. Esta<br />
inovação permitirá à indústria<br />
reduziroscustosde<br />
processamento e de<br />
comercialização de fármacos de<br />
elevado valor acrescentado,<br />
como por exemplo para<br />
diagnósticos e terapias biológicas<br />
contra cancro e outras doenças<br />
inflamatórias. A excelência<br />
7<br />
Número de candidaturas<br />
que concorreram ao<br />
prémio e que preenchiam<br />
os requisitos: ser<br />
investigador doutorado<br />
da UNL e estar<br />
envolvidos em duas das<br />
unidades orgânicas da<br />
universidade.<br />
Os nossos embaixadores<br />
“Uma experiência que sem dúvida voltaria a<br />
repetir”. Quem o diz é a jovem diplomada Bárbara<br />
Fonseca sobre o programa Erasmus, que<br />
“aconselha viviamente” a todos os estudantes que<br />
estão indecisos. A licenciada em Economia pela<br />
Universidade de Aveiro frequentou as aulas da<br />
Karol Adamiecki University, na cidade de<br />
Katowice na Polónia, durante um semestre.<br />
Bárbara Fonseca decidiu fazer Erasmus para ter a<br />
“oportunidade de conhecer novas pessoas e<br />
culturas, para ganhar mais independência e<br />
também poder viajar por diversos países”. Para<br />
além disso, com esta experiência a jovem aprendeu<br />
uma nova língua fez novas amizades e ganhou<br />
autonomia. Em Katowice, o processo de adaptação<br />
foi “bastante rápido” e facilitado “por todas as<br />
científica, o carácter inovador,<br />
a interdisciplinaridade e impacto<br />
para o avanço da área científica<br />
em que se insere foram os<br />
factores que garantiram a vitória<br />
desta investigação. Este prémio<br />
visa distinguir projectos<br />
de investigação desenvolvidos<br />
por jovens investigadores<br />
e fomentar colaborações<br />
entre as várias áreas, dentro<br />
da Universidade Nova<br />
de Lisboa. ■ A.P.<br />
43<br />
Número de convénios<br />
celebrados entre o<br />
Santander e as<br />
universidades e<br />
politécnicos<br />
portugueses. Em 2009, o<br />
banco investiu mais de 3<br />
milhões de euros em<br />
projectos universitários.<br />
pessoas envolvidas no programa”, justifica.<br />
“Os quatro meses em que estive na Polónia<br />
passaram a correr e lamento não poder ter<br />
permanecido mais um semestre”, recorda a jovem<br />
diplomada. Mas nem tudo foi positivo. A língua e a<br />
mentalidade polaca foram um desafio. “São<br />
pessoas muito frias e antipáticas, que apenas falam<br />
alínguanativaeacomunicaçãotornou-semuito<br />
difícil”, salienta Bárbara Fonseca. Uma barreira<br />
que ultrapassou através da linguagem gestual e o<br />
dicionário “passou a ser uma presença constante<br />
na minha carteira”, explica. Durante a sua<br />
estadiana Polónia, a jovem não recebeu qualquer<br />
bolsa e foi necessário contar com o apoio<br />
financeiro dos pais para arcar com todas as<br />
despesas. ■ A.P.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES XIII<br />
3ª<br />
VAI ACONTECER<br />
Termina hoje a 6ª edição do iWAT’2010 (’International<br />
Workshop on Antenna Technology’) organizado pelo Instituto<br />
Superior Técnico (IST), em colaboração com o Instituto de<br />
Telecomunicações. O evento consiste numa conferência<br />
mundial sobre antenas e apresenta mais de 150<br />
comunicações. Aborda temas que vão desde os telemóveis à<br />
eficiência energética, passando pelas aplicações espaciais,<br />
redes corporais e de sensores, aplicações médicas, radiações<br />
electromagnéticas e novos materiais. É considerado uma das<br />
mais conceituadas conferências técnico-científicas a nível<br />
mundial, nesta área, e realiza-se em três grandes regiões do<br />
globo – Europa, Ásia/Pacífico e Américas. Em Lisboa, o<br />
evento decorre no centro de congressos do IST.<br />
4ª<br />
Termina hoje a iniciativa “Profissões & Profissionais do<br />
Direito” organizada pela Escola de Direito da<br />
Universidade Católica do Porto. A decorrer no Campus<br />
da Foz, o evento visa incentivar a aproximação e<br />
interacção entre os alunos da instituição e as diferentes<br />
actividades jurídicas e respectivos contextos:<br />
empresarial, da administração pública e de profissões<br />
que contribuem para o exercício da Justiça.<br />
5ª<br />
Estão a decorrer as primeiras jornadas de Economia,<br />
Gestão e Ciência Política organizadas pela Universidade<br />
Lusófona. «Portugal: Um debate rumo ao futuro» é o<br />
mote da iniciativa que surge num momento marcado<br />
negativamente pela palavra crise. O objectivo da<br />
jornada passa por constituir um fórum alargado de<br />
discussão construtiva das oportunidades que se<br />
apresentam ao desenvolvimento de Portugal. Pedro<br />
Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa ou Rui Oliveira<br />
Costa são algumas das personalidades dos meios<br />
político, empresarial e académico que vão marcar<br />
presença no evento. As conferências vão ter lugar no<br />
Auditório Agostinho da Silva, na Universidade Lusófona<br />
de Humanidades e Tecnologias no campus do Campo<br />
Grande, em Lisboa. A entrada é livre.<br />
6ª<br />
Termina hoje a III Conferência Nacional «Da Segurança<br />
Alimentar», organizada pela APDC (Associação Portuguesa<br />
de Direito do Consumo). Cooperaram ainda na iniciativa a<br />
Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e o Instituto<br />
Politécnico de Coimbra. É necessária incrição prévia e o<br />
evento realiza-se no auditório da ESAC.
XIV UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
EMPREENDEDORISMO<br />
A Universidade do Porto quer estimular<br />
o empreendedorismo e apoiar a criação<br />
de novas empresas.<br />
Quanto vale<br />
uma boa ideia<br />
A Universidade do Porto lançou um concurso<br />
de ideias de negócio. O prémio é de 25 mil euros.<br />
ANA PETRONILHO<br />
ana.petronilho@economico.pt<br />
É criativo e inovador?Tem boas ideias para<br />
gerar negócio? Se tem até 35 anos e frequenta<br />
a Universidade do Porto (UP), saiba<br />
que pode ganhar um prémio com essa ideia<br />
quehátantotempoguardasóparasi.Basta<br />
participar no novo concurso iUP25K. Uma<br />
iniciativa da UP que consiste num concurso<br />
de ideias de negócio que vai distribuir 25 mil<br />
euros entre aqueles que, dentro da instituição,<br />
“conseguirem gerar as ideias com<br />
maior potencial de negócio”, diz Maria Oliveira,<br />
coordenadora do gabinete de inovaçãodaUP.<br />
Deste incentivo destaca-se o prémio de 15<br />
mil euros para o autor da melhor ideia e dois<br />
prémios de cinco mil euros: um para a melhor<br />
ideia de uma equipa feminina e outro<br />
para uma equipa de estudantes de licenciatura.<br />
Para além disso, o projecto mais votado<br />
via Internet vai ser distinguido com uma<br />
menção honrosa. “O que estamos a pôr em<br />
EmPortugal,háboasideiasenão<br />
nos faltam exemplos, mas “há<br />
ainda um caminho longo a<br />
percorrer para ficarmos ao nível<br />
dos melhores países, diz Maria<br />
Oliveira, coordenadora do<br />
gabinete de inovação da UP.<br />
prática é a abertura de oportunidades para<br />
quem tem boas ideias e as pode pôr em prática”,<br />
reforça Maria Oliveira.<br />
Estimular o empreendedorismo na UP e<br />
apoiar a criação de novas empresas que são<br />
produzidas na insituição, com base no conhecimento<br />
e na inovação, é a principal<br />
meta do iUP25K. A responsável pelo gabinete<br />
de inovação explica que a instituição<br />
“tem um potencial enorme de produção<br />
científica e tecnológica, que pode ser traduzido<br />
em vantagens competitivas para as<br />
empresas e para o país e é essa dinâmica que<br />
pretendemos promover”.<br />
Na opinião de Maria Oliveira, em Portugal,<br />
há boas ideias e não nos faltam<br />
exemplos, mas “há ainda um caminho<br />
longo a percorrer para ficarmos ao nível<br />
dos melhores países”.<br />
Esta iniciativa é dinamizada pelo Clube de<br />
Empreendedorismo da UP, o CEdUP, uma<br />
Bruno Barbosa<br />
estrutura criada e gerida por estudantes,<br />
pelo gabinete de inovação da UP – o UPIN –<br />
e conta com o patrocínio oficial do banco<br />
Santander Totta.<br />
Até ao momento, já foram recebidas entre<br />
20 a 25 candidaturas que vão ser avaliadas<br />
pelo grau de inovação da ideia, pelo potencial<br />
de crescimento e plano de implementação<br />
e pela capacidade e adequação da equipa<br />
para desenvolver um negócio, a partir da<br />
ideia. O júri ainda não está definido mas vai<br />
ser composto por elementos da UP e dos<br />
principais patrocinadores.<br />
Para concorrer, pode apresentar uma candidatura<br />
individual ou em equipa até quatro<br />
elementos. Tem até dia oito de Março para<br />
pensar numa boa ideia e para se inscrever.<br />
Daí vai sair um conjunto de dez ideias finalistas<br />
e que vão ser apresentadas a 31 de<br />
Março, no mesmo dia em que vai ser conhecida<br />
a ideia vencedora. ■
Graus e diplomas<br />
A primeira instituição de ensino<br />
superior deste Estado foi a<br />
Universidade da Carolina do Sul,<br />
fundada no ano de 1801. Hoje, este<br />
Estado tem 66 instituições de<br />
ensino superior, dos quais 33 são<br />
públicas e 30 são privadas. Destas<br />
insituições cerca de 15 são<br />
universidades e cerca de 81% dos<br />
habitantes deste Estado com mais<br />
de 25 anos de idade tem um<br />
diploma de 2º grau. Ao entrar para<br />
a universidade, o aluno começa por<br />
frequentar os cursos com grau de<br />
‘undergraduate’ para depois poder<br />
prosseguir os estudos para o grau<br />
UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO SUL<br />
Passaporte<br />
A Universidade da Carolina do<br />
Sul é uma instituição pública. Foi<br />
a primeira insituição de ensino<br />
superior fundada neste Estado,<br />
no ano de 1801 na cidade de<br />
Columbia. Hoje, a universidade<br />
conta com 14 faculdades que<br />
oferecem mais de 350 programas<br />
de estudos com os graus de<br />
bacharelato, mestrado e<br />
doutoramento e tem polos em<br />
diversas cidades da Carolina do<br />
Sul. São mais de 28 mil os<br />
estudantes que frequentam os<br />
cursos de diversas áreas como<br />
gestão, engenharia, direito,<br />
medicina ou farmácia. A maioria<br />
dosestudantes(55%)édosexo<br />
feminino, 84% frequentam<br />
cursos a ‘full-time’ e cerca de<br />
72% residem no alojamento da<br />
universidade. Destes estudantes<br />
existe uma grande percentagem<br />
de estudantes estrangeiros que<br />
vem de mais de 100 países. É<br />
uma universidade selectiva nas<br />
A CAMINHO DO ESPAÇO AMERICANO DO ENSINO SUPERIOR<br />
CAROLINA DO SUL<br />
As primeiras escolas da Carolina do Sul eram privadas e só nelas estudavam<br />
os filhos de famílias com condições financeiras para pagar pelos serviços<br />
fornecidos nas escolas. A primeira universidade deste Estado foi fundada no<br />
ano de 1805 e hoje, na Carolina do Sul, existem 66 instituições de ensino<br />
superior das quais 33 são públicas e 30 são privadas. Um estudante<br />
internacional que tenha dificuldades económicas e que queira frequentar<br />
alguma das universidades deste Estado pode concorrer a bolsas de mérito ou a<br />
empréstimos para conseguir apoio financeiro.<br />
de ‘bachelor’ que tem a duração de<br />
quatro anos. Se o diplomado optar<br />
por seguir os estudos para o 2º<br />
ciclo, obtém o grau de ‘master’que<br />
tem a duração de dois anos.<br />
Alguns ‘master’ podem conduzir a<br />
estudos de doutoramento - os<br />
chamados Ph.D. - que têm a<br />
duração de três anos. Para os<br />
alunos internacionais este período<br />
pode estender-se até aos cinco ou<br />
seis anos.<br />
Créditos<br />
O ensino superior dos EUA também<br />
adoptou um sistema de créditos.<br />
Cada disciplina equivale entre três<br />
suas candidaturas e só aceita<br />
cercade60%dosestudantes<br />
que entregam a sua préinscrição.<br />
São valorizadas as<br />
actividades extra-curriculares e<br />
a média de ‘Scholastic<br />
Assessment Test’ (SAT) para<br />
conseguir ser aceite é de 1.194<br />
valores. Para um estudante<br />
português apresentar a<br />
candidatura a esta universidade é<br />
necessário que tenha o 12º ano<br />
completo. Para além disso, tem de<br />
realizar o ‘Test of English as a<br />
Foreign Language’ (TOEFL), um<br />
exame pedido a quase todos os<br />
estudantes internacionais, e o<br />
SAT, o exame norte-americano de<br />
Uma grande percentagem<br />
do total de 28 mil alunos<br />
desta universidade<br />
vem de mais de 100 países.<br />
a cinco créditos e para transitar de<br />
ano é necessário que o estudante<br />
tenha entre 12 a 15 créditos.<br />
Apoios Sociais<br />
As universidades da Carolina do<br />
Sul oferecem programas de apoio<br />
financeiro, para os estudantes que<br />
tenham dificuldades. Nestes<br />
programas estão incluídas bolsas<br />
de estudo ou de mérito e<br />
empréstimos. Estes programas de<br />
apoio financeiro são fornecidos<br />
pelos governos federal e estatal,<br />
pelas insituições de ensino<br />
superior e pelas organizações<br />
públicas e privadas. ■ A.P.<br />
Wikimedia Foundation<br />
acesso à universidade. Estes<br />
exames podem ser feitos em<br />
Portugal e há escolas com cursos<br />
de preparação. Para frequentar<br />
esta universidade, um estudante<br />
internacional vai pagar cerca de<br />
17.400 euros de propinas, por ano,<br />
mais taxa para aceder aos<br />
aparelhos tecnológicos. O<br />
alojamento na residência<br />
universitária tem o valor entre<br />
2.800 euros e 3.200 euros anuais<br />
e a alimentação entre os 1.700 e<br />
os 2.000 euros. Este valor<br />
depende da quantidade de<br />
refeições (entre dez e 21<br />
refeições) que o aluno pretende.<br />
Para os livros, o estudante deverá<br />
contar com uma despesa que<br />
rondaos700euros.Paraos<br />
estudantes com dificuldades<br />
financeiras, a universidade<br />
oferece vários programas de apoio<br />
financeiro, que passam por bolsas<br />
de estudo e de mérito ou<br />
empréstimos. ■ A.P.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES XV<br />
PEDRO LOURTIE<br />
Professor do Instituto Superior Técnico.<br />
Os estudantes perante<br />
a mobilidade<br />
Estaremos a preparar uma geração que<br />
temmedodecorrerriscos?<br />
Esta semana dei voltas à cabeça para acertar no tema.<br />
Por vezes, tenho vários temas com interesse potencial<br />
para os leitores e que me apetece tratar. Outras vezes há<br />
temas que me interessam, mas que penso não serem<br />
adequados para o Universidades. E ainda se dá o caso de<br />
haver temas em que gostava de pegar, mas que, para<br />
não escrever só banalidades, me obrigariam a um<br />
trabalho para o qual o tempo escasseia.<br />
É a situação desta semana. Depois de ter estado<br />
recentemente numa reunião em que estavam<br />
representantes da Universidade Aalto, resultante da<br />
fusão de três instituições universitárias finlandesas,<br />
concretizada em Janeiro deste ano, um tema possível<br />
era o das fusões, associações ou consórcios de<br />
instituições de ensino superior. Mas não é um tema<br />
para se tratar de forma ligeira.<br />
Outra hipótese era explorar os dados da Pordata (Base<br />
de Dados Portugal Contemporâneo, www.pordata.pt),<br />
disponibilizada publicamente na semana passada. É<br />
especialmente útil ter no mesmo site todo um conjunto<br />
de dados que normalmente se teriam de ir buscar a<br />
várias fontes, para além da possibilidade de os<br />
descarregar e trabalhar. Mas implicava tempo para a<br />
explorar e o acesso estava lento.<br />
Assim, acabei por pegar num relatório, da série ‘Flash<br />
Eurobarometer’, encomendado pela Comissão<br />
Europeia, publicado há cerca de uma ano, e intitulado<br />
‘Students and Higher Education Reform: Special Target<br />
Survey’. Dá conta da opinião dos estudantes de 31<br />
países sobre temas que vão do acesso e dos custos do<br />
ensino superior, à mobilidade e às perspectivas de<br />
continuação de estudos.<br />
Foram as respostas dos estudantes portugueses sobre os<br />
obstáculos à mobilidade que me chamaram a atenção.<br />
As respostas organizam-se em quatro categorias,<br />
“muito grande obstáculo”, “grande obstáculo”,<br />
“pequeno obstáculo” ou “não é obstáculo”, para além<br />
de “não sabe” ou “não aplicável”. Foram inquiridos os<br />
estudantes que nunca pensaram em estudar no<br />
estrangeiro ou que, tendo pensado, desistiram. Sobre se<br />
a falta de dinheiro é um obstáculo à mobilidade, são os<br />
portugueses que ficam em primeiro lugar na categoria<br />
“muito grande obstáculo”, ex-aequo com os búlgaros,<br />
ou em quarto, se juntarmos a segunda categoria,<br />
“grande obstáculo”.<br />
Se não considero este resultado muito surpreendente, o<br />
mesmo não direi da resposta sobre as barreiras<br />
linguísticas. Considerando em conjunto as duas<br />
primeiras categorias, os portugueses ficam em terceiro<br />
lugar, só ultrapassados por turcos e espanhóis. Mas o<br />
que para mim é ainda mais espantoso é que são os<br />
portugueses os que mais identificam a língua como<br />
“muito grande obstáculo”. Bem mais do que os nossos<br />
vizinhos espanhóis, 32% contra 22%, resultado que<br />
parece sugerir que o nosso ensino das línguas está mal.<br />
No entanto, ao analisar as outras questões – dificuldade<br />
em obter reconhecimento dos estudos feitos, falta de<br />
informação, diferente qualidade da educação no<br />
estrangeiro e falta de encorajamento por parte dos<br />
professores – constata-se que os portugueses estão<br />
sempre entre os que mais as consideram um obstáculo,<br />
estando no máximo em sexto lugar e, em dois casos, em<br />
segundo. O que me leva a pensar que, ao identificar<br />
tudo como obstáculo, se esconde falta de confiança<br />
para enfrentar ambientes diferentes. A ser verdade, isto<br />
significa que estamos a preparar uma geração que tem<br />
medo de correr riscos, exactamente o contrário do<br />
empreendorismo que tanto se procura promover. Não<br />
acreditando em justificações genéticas, penso que será<br />
de procurar as causas e as soluções na nossa educação.■
PUB
Mercado liberalizado de electricidade cai<br />
O mercado liberalizado de electricidade tinha, em Janeiro, um peso de<br />
40,6% do total de electricidade consumida em Portugal, abaixo dos 43%<br />
em Dezembro. Esta é, segundo dados da Entidade Reguladora do Sector<br />
Eléctrico (ERSE), a primeira quebra no crescimento deste mercado.<br />
O consumo no mês de Janeiro de 2010 (considerado isoladamente e não<br />
de forma anualizada) foi de 4.914 gigawatt/hora (GWh), com aumentos de<br />
13% face a Dezembro e de 1% face a Janeiro do ano passado.<br />
AGENDA DO DIA<br />
● Zon Multimédia e Inapa<br />
apresentam resultados anuais.<br />
● Comissão de Inquérito<br />
Parlamentar à actuação do Governo<br />
em relação à Fundação para<br />
as Comunicações Móveis.<br />
● Estradas de Portugal fazem<br />
balanço da Gestão de Obras de Arte.<br />
Paula Nunes<br />
A REN é a única empresa que<br />
admite recuar face aos acordos.<br />
Ana Maria Gonçalves<br />
ana.goncalves@economico.pt<br />
A Redes Energéticas Nacionais<br />
(REN) continua a ser, até ao<br />
momento, uma excepção no<br />
âmbito das negociações salariais<br />
das empresas de capitais<br />
públicos, depois da ordem do<br />
Governo para um congelamento<br />
generalizado.<br />
A TAP e a Caixa Geral de Depósitos,<br />
que à semelhança da<br />
gestora das redes de infra-estruturas<br />
de transporte de gás e<br />
electricidade, também já tinham<br />
fixados aumentos salariais<br />
para 2010, não querem<br />
abrir mão dos acordos fechados<br />
com os sindicatos.<br />
Um sentimento que é extensível<br />
à EDP, com quem a REN fechou<br />
em simultâneo, a 10 de Fevereiro,<br />
o acordo colectivo de<br />
trabalho, fruto da ligação histórica<br />
entre as duas empresas. Em<br />
cima da mesa estão aumentos<br />
de ordenado de 1,5%.<br />
Em contrapartida, a gestão<br />
da REN admite agora recuar.<br />
Depois de ter anunciado na<br />
passada sexta-feira, dia 26,<br />
em conferência de impresa<br />
que os acordos estavam encerrados,<br />
durante o fim-de-semana<br />
a empresa mudou de<br />
tom. Em comunicado, esclareceu<br />
que está a “estudar as<br />
medidas a adoptar com vista a<br />
garantir o cumprimento das<br />
orientações do governo quanto<br />
à política salarial das empresas<br />
do Estado e participadas”.<br />
A medida abrange 700<br />
trabalhadores.<br />
Sem admitir verbalmente o<br />
recurso a um regime de excepção,<br />
como pretende a TAP e a<br />
CGD. Argumento que a transportadora<br />
aérea nacional justifica<br />
com a assinatura prévia dos<br />
acordos com seis dos sete sindicatos<br />
para aumentos de 1,8%.<br />
Um cenário que deixou apenas<br />
de fora os pilotos.<br />
Com aumentos salariais congelados<br />
desde 2007, a TAP procura<br />
agora, a todo o custo, manter<br />
a paz social na empresa. Razão<br />
pela qual pretende ficar de<br />
fora do espartilho imposto pelo<br />
Executivo.<br />
Por outro lado, para além dos<br />
aumentos já acordados, a TAP<br />
está ainda a negociar com os pilotos<br />
a revisão do acordo de empresa<br />
que deverá desembocar<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 29<br />
Empresas do<br />
Estado divergem<br />
na política salarial<br />
em novos aumentos salariais<br />
(ver texto pág. 32).<br />
NosCTT,comumdosquadros<br />
de pessoal mais expressivo<br />
do sector empresarial do Estado,<br />
mais de 15 mil funcionários,<br />
o cenário é de apreensão. A proposta<br />
entregue, a 15 de Fevereiro,<br />
pelos sindicatos é de até<br />
3,5%.Aempresatemagora30<br />
dias para responder.<br />
Mais taxativa é a posição da<br />
CP, que emprega 4.200 pessoas.<br />
Fonte oficial da empresa afirmou<br />
ao Diário <strong>Económico</strong> que<br />
“as orientações do accionista<br />
são para cumprir”. A seu favor<br />
joga o facto de as negociações<br />
com as associações sindicais<br />
ainda não terem arrancado. A<br />
última actualização salarial foi<br />
de 2,9% em 2009. Um cenário<br />
que não deve divergir muito na<br />
Refer, já que as condições são<br />
normalmente similares, também<br />
devido às ligações que existiram<br />
no passado entre as duas sociedades.<br />
■ Com N.M.S., C.S., H.S.<br />
ACÇÕES DA REN<br />
A REN encerrou a sessão de<br />
ontem a cotar a 2,99 euros,<br />
o que face à véspera erpresentou<br />
uma valorização de 1,36%.<br />
3,00<br />
2,85<br />
2,70<br />
01 Fev 2010<br />
Fonte: Bloomberg.<br />
01 Mar 2010
30 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
EMPRESAS<br />
TÊXTIL<br />
Trabalhadores da ex-Maconde<br />
preparam-se para rescindir contratos<br />
Os trabalhadores da Mactrading (ex-Maconde) devem “rescindir os<br />
contratos de trabalho no final deste mês”, garantiu à Lusa, fonte da<br />
Comissão de Trabalhadores. Ontem estava marcado um plenário, mas os<br />
funcionários optaram por “reclamar os créditos em dívida”, explicou<br />
Lurdes Macieira. A Mactrading tem 187 pessoas a laborar e apresentouse<br />
à insolvência por dívidas de três milhões de euros. A Macvila tinha<br />
221 trabalhadores que já rescindiram contrato por justa causa<br />
ALGUMAS DAS NOVIDADES ESPERADAS NESTE EVENTO<br />
Aiptek D25<br />
Mobile Cinema<br />
e se puder levar o cinema 3D<br />
consigo para onde quiser? É esta<br />
a solução oferecida pela Aiptek,<br />
que combina um projector com<br />
um receptor DVB-T, um leitor de<br />
DVD e um rádio portátil. Tudo<br />
isto numa solução compacta e<br />
transportável. Pode ainda ler<br />
CDs e ficheiros MP3.<br />
Cátia Simões<br />
catia.simoes@economico.pt<br />
É a maior feira europeia de tecnologia<br />
e telecomunicações e<br />
onde se revelam as principais<br />
novidades que os gigantes do<br />
sector desenvolveram nos últimos<br />
meses. A CeBIT, feira tecnológica<br />
que arranca hoje em<br />
Hannover, na Alemanha, dá o<br />
passo à frente e marca as tendências<br />
do sector.<br />
E este ano a tendência é, sem<br />
dúvida, a tridimensionalidade,<br />
que vai saltar do ecrã da televisão,<br />
onde só agora está a dar os<br />
primeiros passos, para o computador<br />
e até para máquinas fo-<br />
Archos 7<br />
Android ‘tablet’<br />
Este é o segundo ‘tablet’ Android<br />
da Archos, depois da primeira<br />
versão ter ficado aquém do<br />
esperado. O ecrã ‘touch’ terá<br />
sete polegadas e estará à venda<br />
a partir de Março por 242 euros.<br />
Vai ter ‘webcam’ integrada,<br />
capacidade de armazenamento<br />
de 8GB.<br />
Este ano a tendência<br />
mais forte é a<br />
tridimensionalidade,<br />
que vai saltar<br />
do ecrã de televisão,<br />
onde só agora<br />
está a dar os<br />
primeiros passos,<br />
para o computador<br />
e até para máquinas<br />
fotográficas.<br />
A marca centenária entra pela primeira<br />
vez no mercado da América Latina.<br />
ASUSEeePC1015P,<br />
1016P e 1018P<br />
Desconhecem-se ainda grandes<br />
pormenores dos novos mini computadores<br />
da Asus mas sabe-se<br />
que o 1016P terá bateria com autonomia<br />
de 14 horas, com o ‘wi-fi’<br />
desligado, sobretudo para uso profissional.<br />
Os três modelos vão ter<br />
ecrãs de 10,1 polegadas e vão trabalhar<br />
na nova plataforma Atom.<br />
tográficas. Sempre com óculos<br />
‘wireless’ incluídos, claro. Novos<br />
equipamentos ‘touch’ (que<br />
funcionam ao toque), computadores<br />
inovadores e uma série<br />
de aplicações úteis para telemóveis<br />
são algumas das novidades<br />
que se aguardam na edição<br />
deste ano (ver caixas).<br />
Até sábado, 6 de Março, empresascomoaGoogleeaAmazon<br />
– presentes pela primeira<br />
vez no evento –, a Microsoft, a<br />
Nokia, a Dell, a Motorola e até a<br />
Telefónica estarão espalhadas<br />
por 4.150 expositores a revelar<br />
ao mundo o que estiveram a<br />
desenvolver nos últimos meses.<br />
O evento vai contar com<br />
CERÂMICA<br />
Visabeira inaugura loja Vista Alegre no<br />
México e prepara outra no Brasil<br />
A Vista Alegre Atlantis, empresa que tem como accionista maioritário o<br />
grupo Visabeira, inaugurou recentemente uma loja na Cidade do<br />
México. Esta loja marca a entrada da marca na América Latina, à qual se<br />
vai seguir ainda este ano a abertura de uma segunda loja na mesma<br />
cidade mexicana e outra no Brasil. Para Paulo Varela, CEO da Visabeira,<br />
“a abertura deste espaço representa um importante marco na<br />
internacionalização e no reconhecimento da marca no mundo”.<br />
Computador<br />
Asus NX90<br />
Este computador é um estranho<br />
híbrido entre ‘netbook’ e sistema<br />
de som, com acabamentos em alumínio,<br />
colunas integradas cerca de<br />
vez vezes maiores que o normal. A<br />
marca promete gráficos poderosos<br />
no ecrã de 17 polegadas embora,<br />
para já, o equipamento não passe<br />
de um conceito.<br />
Google e Amazon estreiam-se na<br />
A maior feira europeia de tecnologias começa hoje e vai revelar as grandes tendências nos computado<br />
mais de 360 empresas de 68<br />
países, entre elas 20 portuguesas<br />
(ver texto ao lado).<br />
Apesar do grande número de<br />
expositores, espalhados por<br />
vários pavilhões, a crise afectou<br />
a adesão ao evento: o ano<br />
passado a CeBIT recebeu 400<br />
mil visitantes e contou com<br />
4.300 expositores. Nada que se<br />
compareàediçãode2001do<br />
certame,noaugedabolhatecnológica:<br />
mais de oito mil empresas<br />
estiveram presentes no<br />
evento.<br />
Otemadesta25ªediçãoé<br />
“Mundos Ligados”, por isso é<br />
expectável que, a nível de<br />
‘software’ o <strong>destaque</strong> passe<br />
Várias aplicações<br />
para telemóveis<br />
A CeBIT vai estar recheada de novidades<br />
no que toca a aplicações<br />
para telemóveis. Por exemplo, se<br />
perder as chaves de casa já existe<br />
uma aplicação que, com uma fechadura<br />
específica, permite criar<br />
códigos que servem como “chave”<br />
de casa durante um determinado<br />
período de tempo.<br />
EVENTOS PARALELOS<br />
Música online<br />
Além de receber os expositores a<br />
CeBIT organiza uma série de<br />
eventos paralelos. Um deles é o<br />
@music, um evento dedicado a<br />
editoras, distribuidoras de<br />
música online e artistas, para<br />
discutir a integração da música<br />
com a internet e o tema da<br />
pirataria.
TURISMO<br />
Turismo Porto e Norte de Portugal lança<br />
caixa de experiências UAAUU<br />
A Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal lança<br />
hoje a UAAUU, uma caixa de experiências que aposta nos produtos<br />
estratégicos Natureza, Gastronomia & Vinhos e Saúde & Bem-estar.<br />
Melchior Moreira, presidente da entidade, disse ao Diário <strong>Económico</strong><br />
que é este um serviço “diferenciador, focado no Porto e no Norte de<br />
Portugal” e que visa “a afirmação do destino e a sua notoriedade”.<br />
Numa primeira fase, a UAAUU só estará à venda no mercado nacional.<br />
Fujifilm FinePix<br />
REAL 3D W1<br />
A nova máquina fotográfica da<br />
Fujifilm com 10 megapixéis<br />
permite tirar fotografias a três<br />
dimensões, devido à câmara e, a<br />
duas dimensões,<br />
simultaneamente a cores e a<br />
preto e branco e com zoon e<br />
grande plano, fotografando de<br />
modo independente.<br />
CeBIT<br />
pelo ‘cloud computing’ – uma<br />
tendência que cresceu no último<br />
ano e que consiste em armazenar<br />
a informação dos<br />
computadores em ‘data centers’<br />
e usar programas remotos<br />
para manipular essa informação<br />
– e várias soluções de conectividade<br />
e interactividade.<br />
No que toca a produtos e<br />
inovação, haverá novidades<br />
para todos os gostos. Os ‘sites’<br />
especializados dão como certa<br />
a apresentação da série C de telemóveis<br />
Nokia ou três novas<br />
versões do computador pessoal<br />
Eee, da Asus, com uma bateria<br />
com 14 horas de autonomia.<br />
Ainda assim, e apesar do<br />
SAP disponível para<br />
o iPhone da Apple<br />
As aplicações SAP passarão a estar<br />
disponíveis directamente no<br />
telemóvel da Apple. Por outro lado,<br />
o iPhone também vai receber um<br />
novo programa, o ImageVis3D e<br />
‘woftware’ HybridTerrain, que permite<br />
transformar imagens da Google<br />
Maps ou feitas por computador<br />
no iPhone a qualquer momenot.<br />
burburinho em torno do evento,<br />
alguns ‘sites’ especializados<br />
apontam que não deverá haver,<br />
este ano, nenhum lançamento<br />
que marque uma ruptura tecnológica,<br />
já que muitas das novidades<br />
deste ano foram apresentadas<br />
no CES, feira tecnológica<br />
de Las Vegas,em Janeiro.<br />
FoiocasodoNexusOne,o<br />
tão aguardado telemóvel da<br />
Google. As últimas novidades<br />
em telemóveis – como o Windows<br />
7 Series, sistema operativo<br />
da Microsoft – para telemóvel<br />
foram também reveladas no<br />
Mobile World Congress de Barcelona,<br />
que ocorreu em meados<br />
de Fevereiro. ■<br />
O grupo Changi está interessado no<br />
novo aeroporto de Lisboa.<br />
CEBIT EM NÚMEROS<br />
Ralph Orlowski/Bloomberg<br />
Smartbook Logo com<br />
tecnologia 3G<br />
É outro produto confuso que<br />
será apresentado na CeBIT. O<br />
equipamento é um mix entre<br />
‘smartbook’ e computador<br />
portátil com processador Intel,<br />
ecrã de 11,6 polegadas, já vem<br />
equipado com Windows 7 e<br />
custará cerca de 699 euros.<br />
Entre as 360 empresas<br />
presentes em Hannover,<br />
20 são portuguesas.<br />
res e aplicações. A tecnologia de três dimensões é a estrela.<br />
● Vão estar presentes 360<br />
empresas de 68 países e a feira<br />
contará com 4.150 expositores.<br />
● Cerca de 400 mil pessoas<br />
visitaram o certame em 2009.<br />
Este ano espera-se uma ligeira<br />
quebra na afluência devido<br />
à crise, mas a redução de<br />
visitantes não será significativa.<br />
● Este ano a feira vai contar<br />
com a presença de 20 empresas<br />
portuguesas, o mesmo número<br />
do ano passado.<br />
TRANSPORTES<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 31<br />
Grupo Changi compra 5% do operador<br />
aeroportuária italiano Gemina<br />
O grupo Changi, que gere o aeroporto de Changi (Singapura) e que é<br />
candidato à gestão do novo Aeroporto de Lisboa, anunciou ontem a<br />
compra de 5% do operador aeroportuário italiano Gemina. A Gemina<br />
gere os aeroportos romanos de Fiumicino e Ciampino, com 38,6 milhões<br />
de passageiros em 2009. A Changi Airport Consultants faz parte do<br />
consórcio Asterion, liderado pela Mota-Engil e Brisa, para concorrer<br />
àgestãodonovoaeroportodeLisboaeàprivatizaçãodaANA.<br />
Portugueses<br />
levam ‘estante<br />
inteligente’<br />
As 20 empresas portuguesas<br />
não terão um stand no evento,<br />
mas vão reforçar os contactos<br />
para futuros negócios.<br />
Cátia Simões<br />
catia.simoes@economico.pt<br />
Fazer contactos e reforçar o<br />
‘networking’ são os principais<br />
objectivos das empresas portuguesas<br />
que estarão presentes na<br />
CeBIT, como avançaram as<br />
companhias contactadas pelo<br />
Diário <strong>Económico</strong>.<br />
As 20 empresas portuguesas<br />
não terão um ‘stand’ no evento<br />
e ocuparão o tempo sobretudo a<br />
visitar as outras empresas presentes<br />
– é a oportunidade para<br />
“um primeiro contacto que depois<br />
se pode materializar em<br />
negócio”, como diz Carlos Graça,<br />
da Buglos, empresa fornecedora<br />
de serviços.<br />
As empresas nacionais estão<br />
num evento promovido pela<br />
AgênciadaInovação(ADI),o<br />
“Future Match, onde são organizadas<br />
reuniões de duração<br />
máxima de 30 minutos, aumentandodrasticamenteonúmero<br />
de contactos entre as empresas<br />
participantes que possam representar<br />
potenciais parcerias”,<br />
explica Luís Moreira, director<br />
comercial da Bullet Solutions,<br />
empresa de soluções informáticas<br />
com o foco na investigação<br />
operacional. Segundo dados da<br />
ADI, no Future Match as empresas<br />
portuguesas poderão contactar<br />
“com participantes de 45<br />
países”.<br />
A Softi9, especializada no<br />
desenvolvimento de ‘software’<br />
e soluções para a gestão empresarial,<br />
já esteve presente na feira<br />
em anos anteriores e, este ano,<br />
Jorge Serrano Pinto, directorgeral,<br />
espera a “assinar acordos<br />
de distribuição em três novos<br />
mercados: um da União EuropeiaeoutrosdoisforadaEuropa”.<br />
Até porque, garante,<br />
“como concorremos a nível global<br />
com o que de melhor se produz<br />
nos EUA, Japão ou Alemanha,<br />
a presença internacional<br />
sempre foi vista como natural e<br />
desejável”.<br />
Mesmoquenãoseproporcionem<br />
oportunidades de negócio,<br />
como foi o caso da<br />
Dev2com, que desenvolve soluções<br />
de comunicação de dados<br />
‘wireless’, as empresas ficam<br />
“com uma boa carteira de fornecedores”,<br />
diz Telmo Silva, sócio-gerente<br />
da empresa. Ainda<br />
assim, o responsável avança que<br />
“o panorama actual obriga as<br />
empresas a estar em contenção,<br />
pelo que não vale a pena ter expectativas<br />
elevadas”.<br />
Mais optimista está Manuel<br />
Custódio Lopes, responsável da<br />
Globalsoft BSC, que implementa<br />
projectos tecnológicos para, por<br />
exemplo, a área da saúde.<br />
“Existem algumas expectativas<br />
positivas no sentido de desenvolver<br />
novos contactos e impulsionar<br />
os já existentes”.,<br />
Apesar da maior parte das<br />
empresas portuguesas apresentar<br />
soluções de ‘software’, há<br />
quem leve um produto à CeBIT:<br />
uma parceria entre a Vicaima e a<br />
Creativesystems deu origem à<br />
Surfaceslab, uma “solução de<br />
superfícies inteligentes que têm<br />
a capacidade de leitura e identificação<br />
de objectos através de<br />
tecnologia RFID”, explica fonte<br />
oficial (ver imagem). Ou seja, o<br />
sistema identifica o ‘stock’ em<br />
falta nas prateleiras e envia a<br />
informação para que se proceda<br />
à reposição. ■<br />
PRATELEIRAS INTELIGENTES<br />
O SurfacesLab é uma solução de superfícies<br />
inteligentes que consegue ler<br />
e identificar objectos, abrindo novas<br />
perspectivas à gestão de ‘stocks’.<br />
É desenvolvido em parceria pela<br />
Vicaima e Creativesystems.
32 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
EMPRESAS<br />
TELECOMUNICAÇÕES<br />
Operadoras móveis obrigadas a oferecer<br />
limite de custos com ‘roaming’ na internet<br />
As operadoras de telemóveis europeias passaram a ser obrigadas a<br />
oferecer o limite de custos com ‘roaming’ com a net, estabelecendo um<br />
mecanismo de corte da ligação quando for atingido determinado valor,<br />
avança a Lusa. Os operadores passam a oferecer, a título gratuito, um<br />
limite máximo mensal de 50 euros (podendo os clientes optar por outro<br />
valor), devendo informá-los quando for atingido 80% do limite e<br />
“cortar” o acesso quando o valor for esgotado.<br />
Os pilotos da TAP convocaram nova assembleia-geral<br />
para 10 de Março com um único ponto na agenda,<br />
a discussão do impasse negocial e a discussão das<br />
medidas a adoptar, incluindo recurso à greve.<br />
Hermínia Saraiva<br />
herminia.saraiva@economico.pt<br />
A administração da TAP e o Sindicato<br />
dos Pilotos da Aviação<br />
Civil (SPAC) estão separados<br />
por 15 milhões de euros. Este é,<br />
ao que o Diário <strong>Económico</strong> apurou,<br />
o diferencial entre a contabilização<br />
dos ganhos de produtividade<br />
conseguidos na negociação<br />
do Acordo de Empresa<br />
(AE) e reconhecidos por cada<br />
uma das partes.<br />
ParaoSPAC,queestefimde-semana<br />
convocou uma<br />
nova assembleia-geral com o<br />
objectivo de discutir o impasse<br />
nas negociações, os ganhos de<br />
produtividade conseguidos<br />
valerão cerca de 20 milhões de<br />
euros. Para a TAP, que já reconheceu<br />
que todos os ganhos alcançados<br />
na revisão dos AE serão<br />
repartidos em partes iguais<br />
entre a empresa e os trabalhadores,<br />
os mesmos ganhos rondam<br />
os cinco milhões de euros.<br />
Contactados pelo Diário<br />
<strong>Económico</strong>, nem a TAP nem o<br />
SPAC quiseram comentar estes<br />
valores. Os pilotos reconhecem,<br />
no entanto, que “há uma<br />
discrepância” nos valores que<br />
estão em discussão e acusaram<br />
a administração da TAP, em<br />
comunicado divulgado no domingo,<br />
de “desvalorizar o produto<br />
desta negociação”. O<br />
mesmo documento diz que as<br />
negociações já permitiram<br />
chegar a “um consenso preliminaro”<br />
relativamente ao regulamento<br />
de utilização e<br />
prestação de trabalho dos pilotos<br />
que permitirá à “empresa<br />
encaixar muitos milhões de euros/ano”.<br />
Além dos ganhos de produtividade<br />
conseguidos com a<br />
recente negociação, os pilotos<br />
revelam ainda conceder “do<br />
seu bolso nove milhões de euros/ano<br />
ao abdicaremdo crédito<br />
para férias e muitos milhões<br />
de euros mais com a adopção<br />
de procedimentos operacionais<br />
que permitem uma redu-<br />
O consórcio quer comercializar o robot<br />
vigilante no mercado internacional.<br />
TECNOLOGIA<br />
Consórcio português quer lançar<br />
primeiro ‘robot’ inteligente em 2012<br />
Um consórcio português pretende lançar no mercado em 2012 os<br />
primeiros ‘robots’ vigilantes “inteligentes” do Mundo, anunciou o<br />
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (Inesc<br />
Porto). “Dotados de uma capacidade de visão de 360 graus, estes robots<br />
vigilantes deverão também conseguir detectar gases, incêndios, fumo e<br />
água no chão, e comunicar através de tele e videoconferência, quer com<br />
outros robots quer com humanos”, avança o Inesc, em comunicado.<br />
Administração da TAP e pilotos<br />
separados por 15 milhões de euros<br />
Valorização dos ganhos de produtividade deverá traduzir-se em aumentos salariais.<br />
Fernando Pinto,<br />
presidente da TAP,<br />
disseemSetembro<br />
que a TAP “não<br />
deve, nem pode<br />
‘comprar’ o<br />
diálogo“ com os<br />
pilotos. Agora<br />
poderá enfrentar<br />
nova greve.<br />
Hélder Silva,<br />
presidente do<br />
SPAC, diz que o<br />
transporte aéreo é<br />
aáreamais<br />
lucrativa da TAP e<br />
recusa continuar a<br />
subsidiar as opções<br />
estratégicas da<br />
adminsitração.<br />
ção efectiva de custos com<br />
consumo de combustível”.<br />
Revisão salarial depende<br />
da valorização da produtividade<br />
Dos ganhos de produtividade que<br />
forem conseguidos na negociação<br />
está dependente a revisão salarial<br />
exigida pelos pilotos desde a greve<br />
de dois dias no final de Setembro<br />
de 2009. Na altura, a equipa de<br />
Fernando Pinto afirmou que as<br />
exigências dos pilotos iriam custar<br />
à empresa cerca de 11 milhões de<br />
euros por ano, o equivalente a um<br />
aumento médio de 1.000 euros<br />
por piloto. A valorização defendida<br />
pelo SPAC de cerca de 21 milhões<br />
permitiria, por isso, à empresa<br />
suportar a revisão salarial a<br />
custo zero, já que seria feita à custa<br />
dos ganhos alcançados com o trabalho<br />
dos pilotos. Mas na mesa das<br />
negociações a TAP diz que estes<br />
ganhos não valem mais do que<br />
cinco milhões de euros.<br />
Poresclarecerestáseospilotos<br />
vão exigir que à partilha de<br />
ganhos de produtividade seja<br />
João Paulo Dias<br />
acrescentado o aumento de 9%<br />
exigido no protocolo entregue<br />
em Setembro à adminsitração da<br />
TAPequeera,deacordocom<br />
declarações do presidente do<br />
SPAC na altura, o ponto de partida<br />
para qualquer negociação.<br />
Para já, os pilotos recusaram o<br />
aumento de 1,8% assinado entre<br />
a administração da TAP e os restantes<br />
sindicatos representados<br />
na companhia aérea. Hélder Silva,<br />
presidente do SPAC, disse que<br />
esse valor deveria ser equacionado<br />
no âmbito do processo negocial<br />
em curso.<br />
O aumento salarial de 1,8%<br />
acordado entre a administração<br />
da TAP e os sindicatos vai custar à<br />
transportadora aérea portuguesa<br />
cerca de 4,275 milhões de euros.<br />
Esta acordo acontece quatro anos<br />
depois da última actualização de<br />
remunerações e num ano em que<br />
se estima que a TAP tenha permanecido<br />
no vermelho - além<br />
disso, não estão confirmados os<br />
sinais de recuperação do sector<br />
da aviação a nível mundial. ■
CONSTRUÇÃO<br />
Somague regressa aos lucros com<br />
resultado líquido de 7,5 milhões de euros<br />
A Somague regressou aos lucros em 2009, com um resultado líquido<br />
de 7,5 milhões de euros, valor que compara com prejuízos de 8,9<br />
milhões de euros em 2008, segundo o comunicado enviado pela Sacyr<br />
Vallehermoso, que detém a construtora, à CMVM. As receitas da<br />
Somague cresceram 4,68% para 796,96 milhões de euros.<br />
ASacyrtambémpassoudeumprejuízode256,02milhõesdeeuros,<br />
em 2008, para um lucro de 505,96 milhões de euros em 2009.<br />
PUB<br />
A Orange e a T-Mobile dão origem ao<br />
maior operador móvel do Reino Unido.<br />
TELECOMUNICAÇÕES<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 33<br />
Comissão Europeia aprova fusão<br />
da Orange e T-Mobile no Reino Unido<br />
As autoridades europeias da concorrência aprovaram ontem a fusão<br />
entreaOrangeUKeaT-MobileUK,doisgigantesdastelecomunicações<br />
do Reino Unido, dando luz verde à criação da maior operadora de<br />
comunicações móveis do país. A Comissão Europeia aprova a fusão<br />
desdequeaOrange(daFranceTelecom)eaT-Mobile(daDeutsche<br />
Telekom) aceitem corrigir um “acordo existente de partilha de rede com<br />
a Hutchison 3G UK (3UK)”, para assegurar a concorrência.<br />
Cimpor garante concorrência no Brasil<br />
O CADE assinou um acordo com a Votorantim e vai assinar esta semana com a Camargo Corrêa.<br />
Maria Teixeira Alves<br />
maria.alves@economico.pt<br />
A autoridade da concorrência<br />
brasileira, CADE, tem estado em<br />
contacto com a Cimpor, para que<br />
esta dê garantias que se vai manter<br />
concorrente, no Brasil, da<br />
Votorantim e da Camargo Corrêa.<br />
A Cimpor deverá assinar um<br />
compromisso nesse sentido.<br />
A Cimpor Brasil tem cerca de<br />
10% da quota de mercado brasileiro,eoCADEquergarantirque<br />
os novos accionistas da Cimpor<br />
não irão usufruir desta subsidiária<br />
para perverter as regras de<br />
boa concorrência. Isto até à decisão<br />
final do CADE sobre o impacto<br />
concorrencial no Brasil<br />
desta aquisição em Portugal.<br />
O Ministério da Justiça brasi-<br />
leiro, através da Secretaria de Direito<br />
<strong>Económico</strong> (SDE), pediu ao<br />
CADE para interpor uma medida<br />
cautelar à compra da Cimpor,<br />
porque “receia que tais aquisições<br />
possam culminar na elevação<br />
de custos de rival não alinhado<br />
ao suposto cartel”, matéria de<br />
fundo que está a ser analisada<br />
num processo administrativo que<br />
decorre naquela SDE. Com a finalidade<br />
de salvaguardar que não<br />
fica em causa a eficácia da decisão<br />
final, a tomar pelo CADE, a<br />
SDE requereu a adopção de uma<br />
medida cautelar para “proibir as<br />
empresas Votorantim, Lafarge,<br />
Camargo e Cimpor de realizar<br />
qualquer transferência de activos<br />
relacionados com os negócios<br />
que desenvolvem no Brasil” e<br />
ainda de “proibir a Votorantim e a<br />
A Camargo Corrêa,<br />
liderada por José<br />
Edison, tal como<br />
a Votorantim,<br />
também vai<br />
chegar a acordo<br />
comoCADE,<br />
garantindo a<br />
reversibilidade da<br />
compra da Cimpor.<br />
Camargo de exercer qualquer ingerência<br />
ou influência na Cimpor<br />
em relação a quaisquer das suas<br />
unidades no Brasil, inclusive abstendo-se<br />
de participar em reuniões<br />
da Administração que tratem<br />
de decisões ou informações<br />
sensíveis nessa matéria”.<br />
Em resposta, o CADE aceitou<br />
assinar, quer com a Votorantim,<br />
quer com a Camargo, um acordo<br />
em que ambas se comprometem<br />
a não interferir na gestão de activos<br />
brasileiros da Cimpor. A<br />
Votorantim já tem o acordo<br />
prontoeaCamargoiráassiná-lo<br />
esta semana. De qualquer maneira,<br />
parece estar já claro que o<br />
CADE não pode impor a reversibilidade<br />
do negócio em Portugal.<br />
Pode, quanto muito, forçar a<br />
vender activos no Brasil, ou<br />
aplicar uma multa que pode ir<br />
até 30% da facturação.<br />
Os responsáveis da Camargo<br />
e da Votorantim estão em Portugal<br />
para negociarem a lista<br />
única de administradores, com<br />
os accionistas e também para se<br />
reunirem, com a CMVM e com a<br />
administração da Cimpor. Por<br />
causa das suspeitas de concertação<br />
entre os dois accionistas<br />
brasileiros da Cimpor, com posições<br />
equivalentes.<br />
A Cimpor deverá adoptar um<br />
modelo de ‘governance’ e de<br />
equilíbrio accionista semelhante<br />
ao que existe no BPI. Ou seja,<br />
onde dois grandes blocos accionistas<br />
se comprometem em<br />
apoiar uma estratégia para a<br />
Cimpor, sem interferir na comissão<br />
executiva. ■
34 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
EMPRESAS<br />
TURISMO<br />
Sonae cria nova empresa para fazer<br />
a gestão dos hotéis do grupo<br />
A Sonae Turismo Hotéis vai juntar competências para a gestão<br />
transversal dos hotéis que integram a Sonae Capital. Esta nova<br />
empresa, que passa por um novo modelo estrutural central do negócio<br />
hoteleiro, junta o Porto Palácio Congress Hotel, as unidades Aqualuz<br />
na Península de Tróia e o empreendimento de Lagos. Assim, a Sonae<br />
Turismo Hotéis faz um “aproveitamento sinérgico de custos,<br />
e é encabeçada por Miguel Velez, antigo director-geral do Porto Palácio.<br />
Mota e FCC<br />
agravam<br />
guerra no TGV<br />
Consórcio da Mota-Engil acusa a FCC de não<br />
cumprir as horas de manutenção exigidas.<br />
Nuno Miguel Silva<br />
nuno.silva@economico.pt<br />
O processo para decidir o vencedor<br />
do concurso público internacional<br />
para a construção do troço<br />
de AltaVelocidade ferroviária entre<br />
Lisboa e o Poceirão, incluindo<br />
a terceira ponte sobre o Tejo, está<br />
cada vez mais agitado. Os consórcios<br />
concorrentes do Tavetejo,<br />
agrupamento liderado pelos espanhóis<br />
da FCC, já protestaram a<br />
classificação provisória do concurso<br />
definida pelo júri de avaliação<br />
das propostas, ameaçam ir<br />
para tribunais cíveis em Portugal<br />
enaUniãoEuropeiaseojúrinão<br />
afastar a proposta da FCC e continuam<br />
a detectar defeitos incontornáveis<br />
no projecto do grupo<br />
espanhol .<br />
Fonte do consórcio da Mota-<br />
Engil adiantou ao Diário <strong>Económico</strong><br />
que – após as questões técnicas<br />
e de segurança da nova<br />
ponte, alegadamente detectadas<br />
no projecto da FCC –, estão agora<br />
em cima da mesa eventuais incumprimentos<br />
do consórcio espanhol<br />
no que toca aos mínimos<br />
de taxa de disponibilidade que a<br />
Rave, empresa responsável pelo<br />
concurso, exige.<br />
“Estes níveis muito elevados<br />
de disponibilidade exigem que os<br />
concorrentes mobilizem e dimensionem<br />
meios de monitorização<br />
em tempo real, meios humanos,<br />
de organização e de<br />
equipamento de manutenção e<br />
António Mendonça,<br />
ministro das Obras<br />
Públicas, quer<br />
acelerar o projecto<br />
do TGV, mas<br />
oconcurso<br />
da nova ponte<br />
(troço Caia-<br />
Poceirão), ameaça<br />
complicar-se.<br />
de reparação de avarias que assegurem<br />
aqueles níveis dentro do<br />
único período autorizado de<br />
quatro horas nocturnas”, explica<br />
a referida fonte do agrupamento<br />
comandado pela Mota.<br />
A razão desta nova queixa em<br />
relaçãoàFCC,équeaproposta<br />
do grupo espanhol exige a interrupção<br />
da circulação da linha de<br />
alta velocidade durante uma<br />
hora por dia, para além da janela<br />
autorizada das quatro horas durante<br />
a noite. Com efeito, a proposta-base<br />
do Tavetejo no que<br />
respeita à “estratégia de manutenção”,<br />
a que o Diário <strong>Económico</strong><br />
teve acesso, especifica, na<br />
página 3 desta secção, que a linha<br />
[de TGV] fica dedicada à<br />
manutenção durante as inspecções<br />
periódicas (em média uma<br />
horapordiadasemana)etambém<br />
durante os períodos de manutenção<br />
programados”, acrescentando<br />
“geralmente em média<br />
3 a 4 horas de trabalho por dia”.<br />
Segundo os responsáveis do<br />
consórcio da Mota-Engil, mesmo<br />
que considerado em apenas<br />
uma secção da via, esta imposição<br />
leva a que “a disponibilidade<br />
da infraestrutura da proposta<br />
seja de 97,66% a 99, 87%, dependente<br />
da secção encerrada,<br />
mas sempre inferior aos mínimos<br />
exigidos”. Para o consórcio<br />
Altavia, esta situação é tanto<br />
mais grave quanto a alta velocidade<br />
é muito rigorosa em termos<br />
de atrasos, exigindo o ressarcimento<br />
aos clientes quando tal<br />
sucede.<br />
“A Tavetejo mantém a posição<br />
que sempre assumiu neste processo<br />
de não fazer comentários<br />
às propostas apresentadas pelos<br />
concorrentes e reafirma que está<br />
totalmente posta fora de causa<br />
tentar influenciar a comissão.<br />
Não nos manifestámos à comissão<br />
e não vamos fazê-lo. Mais<br />
uma vez, os nossos concorrentes<br />
dão sinais de desespero perante<br />
uma proposta já classificada pelo<br />
júri em primeiro lugar”.<br />
Até ao fecho da edição não foi<br />
possível obter informações junto<br />
da Rave em relação à data provável<br />
para o júri se pronunciar sobre<br />
estas queixas. ■<br />
A Galp Energia poderá vir a explorar<br />
petróleo em São Tomé e Príncipe.<br />
PETRÓLEO<br />
IBERIA COBRA MAIS PELA BAGAGEM<br />
Galp, Sonangol e Petrogás podem formar<br />
consórcio para operar em São Tomé<br />
A Galp Energia, a Sonangol e a Petrogás poderão formar um consórcio<br />
para exploração de petróleo na zona económica exclusiva de São Tomé<br />
e Príncipe, garantiu ontem à Lusa o director administrativo<br />
e de relações públicas da Agência Nacional de Petróleos. “As altas<br />
instâncias políticas do país têm manifestado esse interesse e parece-me<br />
ter havido um acolhimento positivo quer por parte da Galp, quer por<br />
parte da Sonangol, disse Carlos Neves. A decisão é política, adiantou.<br />
Dani Cardona/Reuters<br />
A companhia aérea espanhola começou ontem a cobrar aos passageiros que viajem<br />
em classe turística, nos voos nacionais e europeus, uma taxa pela segunda mala:<br />
60 euros se pagarem no aeroporto e 50 euros se o ‘check-in’ for feito na internet.<br />
A medida da Iberia visa reduzir a carga dos aviões para poupar combustível.<br />
Os limites de peso mantêm-se: 23 quilos é o limite da primeira bagagem.
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36 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
EMPRESAS<br />
Coluna do sector corticeiro<br />
Cincork envolveu<br />
8.000 pessoas na sua<br />
actividade em 2009<br />
No último ano, o centro foi frequentado potr 8.000 pessoas,<br />
o que corresponde a 300 mil horas de formação.<br />
O Centro Profissional da Indústria da Cortiça (Cincork) tem<br />
vindo a desenvolver uma oferta formativa de valor acrescentado,<br />
essencial ao desenvolvimento sustentável não só da indústria<br />
da cortiça, mas também do concelho de Santa Maria<br />
da Feira e da região do Entre Douro e Vouga.<br />
No que concerne ao ano 2009, frequentaram o Centro<br />
cerca de 8.000 mil pessoas, em acções de formação e em<br />
processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de<br />
Competências (RVCC), perfazendo um total de 300 mil<br />
horas de volume de formação. Na verdade, temos vindo a<br />
assistir, ao longo dos últimos anos, a uma tendência crescente<br />
da actividade do Cincork, sendo de relevar que relativamente<br />
ao ano de 2007, observa-se uma duplicação do<br />
número de pessoas e um aumento substancial do volume<br />
de formação.<br />
Por detrás destes resultados, consideramos que o esforço<br />
empreendido pelas empresas e a confiança depositada pelos<br />
diferentes intervenientes na acção implementada pelo<br />
Cincork, combinam-se para criar contextos propícios ao<br />
desenvolvimento da iniciativa, cooperação e aprendizagem<br />
permanente.<br />
Nesta perspectiva, parece-nos oportuno salientar que existe<br />
da parte do Centro um empenho acrescido para responder às<br />
expectativas dos diferentes públicos-alvo (jovens, desempregados<br />
e activos), traduzido no desenvolvimento de acções<br />
de formação que incidem na Aprendizagem, na Educação e<br />
Formação de Adultos e na Formação Modular, atendendo às<br />
exigências requeridas de polivalência, responsabilização,<br />
comunicação e trabalho em equipa.<br />
Os Centros Novas Oportunidades<br />
do Cincork certificaram 938 adultos<br />
de nível básico e secundário no ano<br />
de 2009, representando um aumento<br />
de cerca de 50 por cento face<br />
ao ano anterior.<br />
Vale a pena destacar que a formação profissional não é<br />
uma simples transmissão de conhecimentos, desfasada da<br />
realidade quotidiana e sócio-profissional das empresas, mas<br />
sim um meio de criar sinergias que permitam acompanhar e<br />
responder às solicitações da envolvente.<br />
Paralelamente, relevamos que o processo de RVCC, corporizado<br />
na Iniciativa Novas Oportunidades, tem vindo a<br />
constituir uma “porta de entrada” dirigida a todos aqueles<br />
que pretendem melhorar as suas qualificações escolares e<br />
profissionais. Dentro deste quadro, os Centros Novas Oportunidades<br />
do Cincork certificaram 938 adultos de nível básico<br />
e secundário no ano de 2009, representando um aumento<br />
decercade50porcentofaceaoanoanterior.<br />
Com efeito, é opinião alargada das empresas que uma<br />
parte significativa dos activos que frequentaram acções de<br />
formação e/ou concluíram o processo de RVCC revelam<br />
uma maior abertura ao conhecimento e uma maior disponibilidade<br />
para aprender, a par de uma maior auto-estima<br />
e auto-confiança que marcam positivamente a sua atitude<br />
no trabalho.<br />
Efectivamente, as empresas necessitam cada vez mais,<br />
de profissionais qualificados, com atitudes renovadas, ganhando<br />
em dinamismo, em capacidade de adaptação e de<br />
resposta ao ambiente competitivo. Certo é que a aprendizagem<br />
permanente representa uma possibilidade objectiva<br />
para lidar com os processos de mudança e conduzir a novas<br />
oportunidades de negócio. ■<br />
Colaboração de Silvério Cordeiro, Director do Cincork<br />
info@apcor.pt<br />
A IDC estima um crescimento de 66%<br />
no ‘software’ disponível pela internet.<br />
Marina Conceição<br />
marina.conceicao@economico.pt<br />
Ficar hospedado num hotel em<br />
qualquer parte do mundo foi,<br />
em média, 14% mais barato o<br />
ano passado. Portugal não foi<br />
excepção e os preços dos quartos<br />
nas unidades portuguesas<br />
caíram 15%, em média, para os<br />
82 euros por noite, segundo o<br />
estudo anual Hotel Price Index,<br />
do Hotels.com, maior ‘site’ de<br />
reservas ‘online’ do mundo.<br />
Em Lisboa, o preço médio ficou<br />
nos 84 euros, uma quebra<br />
na ordem dos 15% enquanto que<br />
a cidade de Portimão, no Algarve,<br />
registou a maior queda de<br />
preços em territíorio nacional:<br />
menos 49% para os 62 euros.<br />
A única região portuguesa<br />
com uma ligeira subida dos<br />
preços médios foi o Alvor, com<br />
os hotéis a cobrarem uma mé-<br />
TECNOLOGIA<br />
Investimento nacional em ‘software’<br />
vai ultrapassar os 17 milhões de euros<br />
O investimento do mercado nacional em ‘software’ como serviço deverá<br />
atingir os 17,6 milhões de euros em 2010, um crescimento de 66% face<br />
a 2009, segundo o relatório “Western European Software-as-a-Service<br />
Forecast, 2009-2013” da IDC. A utilização de ‘software’ disponibilizado<br />
pela internet está a aumentar, estimando que o investimento neste<br />
mercado irá apresentar uma taxa de crescimento anual de 47,9%<br />
de 2009 a 2013.<br />
Preços dos hotéis em<br />
Portugal caíram 15%<br />
Os hotéis portugueses de cinco estrelas estão também<br />
entre os mais baratos do mundo.<br />
dia de 111 euros, mais 2% do<br />
que em 2008.<br />
O presidente da Associação<br />
Hotéis de Portugal (AHP), Henrique<br />
Veiga, explicou ao Diário<br />
<strong>Económico</strong> que os 15% de queda<br />
nos preços em relação a 2008 não<br />
o surpreendem e vão ao encontro<br />
das conclusões a que a AHP chegouaolongodoanopassado.No<br />
A cidade de Portimão<br />
foi a que registou<br />
a maior queda no<br />
preço médio em<br />
Portugal: menos 49%<br />
por quarto em 2009,<br />
o que representa<br />
62 euros por noite.<br />
Infografia: Marta Carvalho | marta.carvalho@economico.pt<br />
entanto, este movimento descendente<br />
teve duas fases. Segundo<br />
Henrique veiga “até Junho era<br />
a taxa de ocupação que caía sem<br />
se alterar o preço médio. Só no<br />
segundo semestre é que se ajustou<br />
o preço médio dos hotéis”.<br />
Portugal entre os países com<br />
cinco estrelas mais baratos<br />
Do total da amostra – 94 mil<br />
unidades em 16 mil países, que é<br />
a base da amostra do Hotels.com<br />
– há 27 capitais em que<br />
é possível pernoitar num hotel<br />
de cinco estrelas por menos de<br />
150 euros por noite. Lisboa é<br />
uma delas, o que “é mau” para o<br />
destino, refere Henrique Veiga.<br />
“Os hotéis não têm a rentabilidade<br />
que precisam e mostra que<br />
há uma segmentação muito<br />
próxima e não há uma diferença<br />
entre estrelas muito significativa”,<br />
afirmou o responsável. ■
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38 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
FINANÇAS<br />
Obrigações do Tesouro<br />
para as famílias à venda<br />
nos CTT em Junho<br />
Secretário de Estado do Tesouro garante que novo instrumento de dívida<br />
pública terá uma remuneração mais elevada que os certificados de aforro.<br />
Sandra Almeida Simões<br />
sandra.simoes@economico.pt<br />
A emissão de Obrigações do Tesouro<br />
direccionada para o mercado<br />
de retalho está a ser ultimadaeasuasubscriçãopoderáser<br />
efectuada a partir de Junho em<br />
qualquer estação dos Correios.<br />
Embora, as condições não estejam<br />
ainda totalmente definidas,<br />
há já uma certeza: a remuneração<br />
deste novo instrumento financeiro<br />
será mais elevada do<br />
que a actual rendibilidade dos<br />
certificados de aforro.<br />
A garantia foi dada ao Diário<br />
<strong>Económico</strong> pelo secretário do Estado<br />
do Tesouro e das Finanças.<br />
Para Carlos Costa Pina, a criação<br />
deste novo produto, “mais do que<br />
fomentar a poupança dos portugueses,<br />
pretende democratizar o<br />
mercado de dívida pública, ao<br />
permitir o acesso dos pequenos<br />
investidores a instrumentos actualmente<br />
reservados a institucionais”,<br />
ao mesmo tempo que<br />
funcionará como uma nova forma<br />
de financiamento do Estado.<br />
Actualmente, o investimento<br />
em dívida do Estado português<br />
pode ser realizado através das<br />
Obrigações (OT) e os Bilhetes do<br />
Tesouro (BT), por via directa, e<br />
através dos certificados de aforro<br />
ou fundos de investimento, de<br />
forma indirecta. As subscrições<br />
dos certificados podem ser efectuadas<br />
nos correios. Quanto às OT<br />
e BT, tendo em conta que são<br />
transaccionados em pequenos lotesnosegmentoderetalhoda<br />
bolsa nacional e os custos de negociação<br />
associados, podem ser<br />
adquiridas através de instituições<br />
financeiras ou através de fundos<br />
de investimento.<br />
“Independentemente de haver<br />
canais de distribuição a funcionar<br />
junto de entidades especializadas<br />
que pretendam vender<br />
oprodutoaoretalho,queremos<br />
queanovaaplicaçãopossater<br />
também um mecanismo de<br />
subscrição directa junto do próprio<br />
Estado, através do IGCP e<br />
CTT, tal como os certificados.”<br />
Até Junho, Governo e IGCP<br />
têm ainda outras características<br />
para definir, como o prazo de ma-<br />
“Nesta nova<br />
aplicação, o período<br />
de imobilização<br />
do capital mais longo<br />
é a contrapartida<br />
de uma remuneração<br />
mais elevada”,<br />
justifica Carlos<br />
Costa Pina.<br />
RENTABILIDADE<br />
4,094%<br />
As Obrigações do Tesouro para<br />
retalho terão juros equivalentes à<br />
‘yield’ das OT com maturidade<br />
equivalente. Ontem a ‘yield’ das<br />
OT a 10 anos seguia nos 4,094%.<br />
0,812%<br />
Quem subscrever certificados de<br />
aforro este mês terá um juro<br />
anual bruto de 0,812%. Em<br />
termos líquidos (após impostos),<br />
a taxa não irá além dos 0,649%.<br />
turidade, montante da emissão e<br />
liquidez. Para já, está estipulada a<br />
rendibilidade do produto: “As OT<br />
destinadas aos aforradores terão<br />
como referência os juros (‘yields’)<br />
das OT destinadas aos institucionais<br />
para a maturidade equivalente,<br />
como o prazo de 10 anos”,<br />
avança Costa Pina. Ontem, a<br />
‘yield’ das OT a 10 anos situava-se<br />
nos 4,094%.<br />
Certificados, rivais ou aliados?<br />
No entender de Costa Pina serão<br />
mais as diferenças do que as semelhanças<br />
entre as OT para retalho<br />
e os Certificados de Aforro<br />
(CA). A remuneração é a primeira<br />
e a mais significativa dessas divergências.<br />
Os CA, em queda há<br />
12 meses, vão pagar em Março jurosde0,812%.Noentanto,Costa<br />
Pina frisa que este valor se refere<br />
“apenas à taxa de entrada nos CA<br />
que, além de capitalizarem trimestralmente,<br />
oferecem crescentes<br />
prémios de permanência”.<br />
De qualquer forma, “o período<br />
de imobilização mais longo é a<br />
contrapartida de uma remuneração<br />
mais elevada da nova aplicação”.<br />
E é precisamente a maturidade<br />
a segunda característica que<br />
afasta o novo instrumento dos<br />
CA. Apesar dos certificados terem<br />
um prazo de 10 anos, o aforrador<br />
pode investir e passado três meses<br />
desinvestir. “Perante esta permanente<br />
liberdade de saída, a remuneração<br />
dos certificados tem de<br />
ser mais baixa. Daí que para uma<br />
taxa de juro mais interessante e<br />
elevada, a subscrição terá uma<br />
um período de imobilização mais<br />
longo”. Diogo Teixeira, administrador<br />
da Optimize, diz que este<br />
instrumento “não irá rivalizar<br />
com os certificados, pois são produtos<br />
totalmente diferentes” e<br />
acredita no sucesso desta emissão,<br />
já que “os aforradores procuram<br />
soluções de investimento, alternativas<br />
aos depósitos, mas com<br />
o carimbo da garantia do Estado”.<br />
De qualquer forma, o administrador<br />
alerta para o risco de vender<br />
produtos de taxa fixa no retalho.<br />
“Tem de ser feita uma comunicação<br />
clara deste produto, para que<br />
o aforrador tenha percepção dos<br />
benefícios e riscos”. ■<br />
DESCUBRA AS DIFERENÇAS<br />
1<br />
Obrigações<br />
do Tesouro<br />
Sãooprincipalveículode<br />
financiamento do Estado. São<br />
emitidas através de operações<br />
sindicadas, leilões ou subscrição<br />
limitada e têm um prazo que varia<br />
entreume50anos,comousem<br />
cupão, taxa de juro fixa, amortizáveis<br />
no vencimento pelo valor nominal.<br />
2<br />
Bilhetes do Tesouro<br />
São valores mobiliários de curto<br />
prazo. Os Bilhetes de Tesouro têm<br />
o valor unitário de um euro,<br />
podendo ser emitidos com prazos<br />
até um ano. A aquisição de OT e<br />
os BT está reservada a<br />
investidores institucionais.<br />
3<br />
Certificados<br />
de aforro<br />
Têm como principal característica<br />
a distribuição a retalho, tal como<br />
ocorrerá com o novo instrumento.<br />
O lançamento da série C e a<br />
alteração no cálculo dos juros<br />
ditou a queda na remuneração e<br />
um ritmo de fuga elevado de<br />
investidores.<br />
4<br />
Obrigações do<br />
Tesouro para retalho<br />
As OT para pequenos aforradores<br />
será lançada a partir de Junho.<br />
Sabe-se para já que terão juros<br />
equivalentes à ‘yield’ das OT com<br />
maturidade equivalente, 10 anos.<br />
Estes títulos poderão ter risco de<br />
perda de capital se forem<br />
vendidos antes da maturidade.<br />
As obrigações do tesouro para<br />
particulares serão vendidas<br />
nos Correios, tal como os<br />
certificados de aforro.
CGD lucra menos 11% em Espanha<br />
O Banco Caixa Geral, da Caixa Geral de Depósitos, lucrou no ano passado<br />
9,54 milhões de euros, menos 11,2% que em 2008, noticiou ontem a<br />
imprensa espanhola. O reforço de provisões em 75% justificam em parte<br />
esta queda. A margem bruta subiu 11,1%. Nos dados de balanço, o banco<br />
espanhol registou um aumento de 24,3% na captação de depósitos,<br />
enquanto no crédito a clientes, que atingiu os 4,73 mil milhões de euros,<br />
houve um crescimento de 24,2% nos empréstimos à habitação.<br />
AGENDA DO DIA<br />
● O grupo britânico Provident<br />
Financial divulga hoje os seus<br />
números preliminares<br />
● O Allied Irish Banks informa<br />
igualmente o mercado das suas<br />
contas preliminares<br />
● A Inapa estreia-se no PSI 20<br />
Paulo Alexandre Coelho<br />
Governo e IGCP estão a ultimar<br />
os detalhes da emissão de OT<br />
para retalho.<br />
Sandra Almeida Simões<br />
sandra.simoes@economico.pt<br />
OsecretáriodeEstadodoTesouro<br />
e das Finanças desvendou<br />
alguns dos detalhes da emissão<br />
de Obrigações do Tesouro para<br />
pequenos aforradores. Em entrevista<br />
telefónica ao Diário<br />
<strong>Económico</strong>, Carlos Costa Pina<br />
adiantou que este novo produto<br />
não terá novidades em matéria<br />
de fiscalidade. O membro do<br />
Executivo revelou ainda que a<br />
Conta Poupança-Futuro (para<br />
bebés) será idêntica ao novo<br />
instrumento de dívida pública.<br />
A emissão de Obrigações do Tesouro<br />
para o retalho pretende<br />
fomentar a poupança, ao mesmo<br />
tempo que irá contribuir<br />
para o financiamento do Estado.<br />
Qualéomontanteprevistopara<br />
a emissão?<br />
Ainda estamos a trabalhar na<br />
proposta. De qualquer forma, o<br />
montante da emissão não é<br />
prioritário, já que o financiamento<br />
do Estado português estará<br />
assegurado pelas vias tradicionais,<br />
através do mercado<br />
especializado de OT e BT. A<br />
ideia de base deste produto,<br />
mais do que fomentar a poupança,<br />
é democratizar as Obrigações<br />
de Tesouro. Não consideramos<br />
o fomento da poupança<br />
como um aspecto urgente<br />
que carece de resolução, já que<br />
a taxa de poupança dos portugueses<br />
tem vindo a crescer e<br />
acreditamos que em 2010 continue<br />
essa trajectória.<br />
E em termos fiscais, haverá alguma<br />
novidade neste produto?<br />
Não estamos a pensar nisso. Os<br />
cenários, em cima da mesa neste<br />
momento, não prevêem um<br />
regime fiscal específico. Será<br />
atribuída a fiscalidade normal.<br />
Este instrumento vai competir<br />
com os certificados?<br />
Não, porque são produtos diferentes.<br />
Nos certificados, os portugueses<br />
podem investir e desinvestir<br />
trimestralmente e os<br />
juros são os que conhecemos.<br />
Para uma remuneração mais interessante<br />
e elevada, a subscrição<br />
da nova aplicação terá um<br />
período de imobilização do capital<br />
mais longo. No fundo, es-<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 39<br />
ENTREVISTA COSTA PINA Secretário do Estado do Tesouro e das Finanças<br />
“O objectivo do<br />
novo produto é<br />
democratizar as OT”<br />
tas são as condições actuais para<br />
qualquer investidor de dívida<br />
pública em Portugal. Institucionais<br />
ou financeiros que comprem<br />
as OT no mercado internacional<br />
só terão reembolso na<br />
maturidade, a menos que efectuem<br />
transacções em mercado<br />
secundário e aí correm risco de<br />
preço e perda de capital.<br />
Esta será a lógica aplicada também<br />
à Conta Poupança-Futuro?<br />
Esse ‘dossier’ ainda está a ser<br />
trabalhado. De qualquer forma,<br />
a lógica dessa conta, destinada a<br />
crianças e jovens até à maturidade<br />
dos seus titulares, é muito<br />
semelhante às OT para retalho.<br />
Permitir, para um período de<br />
aplicação da poupança e imobilização<br />
de longo prazo, uma remuneração<br />
idêntica às OT. ■<br />
Carlos Costa Pina<br />
diz que está<br />
optimista no<br />
sucesso desta<br />
emissão. “É um<br />
instrumento de<br />
poupança<br />
interessante e<br />
apelativo para os<br />
investidores.”
40 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
FINANÇAS<br />
SEGUROS<br />
AIG vende filial asiática<br />
por 26 mil milhões de euros<br />
O Prudential, maior grupo de seguros britânico, acordou com a AIG<br />
adquirir a sua unidade asiática por 35,5 mil milhões de dólares (cerca de<br />
26 mil milhões de euros). Com esta aquisição, este grupo do Reino<br />
Unido passa a ser líder nos mercados de Hong Kong, Singapura, Malásia,<br />
Indonésia, Vietname, Tailândia e Filipinas. A AIG, que agora vendeu o<br />
seu negócio na Ásia, foi uma das principais vítimas da crise financeira e<br />
teve de ser salva em 2008 pelo Tesouro norte-americano.<br />
Na sessão de ontem, a Galp<br />
foi a empresa que liderou<br />
os ganhos do índice.<br />
Tiago Figueiredo Silva<br />
tiago.silva@economico.pt<br />
A bolsa de Lisboa está cada vez<br />
com mais energia. Depois de na<br />
passada sexta-feira ter destronado<br />
a EDP como a maior empresa<br />
do PSI 20, a Galp reforçou<br />
ontem este estatuto e já vale<br />
mais de 10 mil milhões de euros.<br />
A petrolífera presidida por<br />
Ferreira de Oliveira liderou os<br />
ganhos da sessão, com as acções<br />
a dispararem 3,86% para os<br />
12,385 euros. Além de ter regressado<br />
aos níveis de Janeiro -<br />
última vez que fechou acima dos<br />
12 euros por acção - a cotação<br />
de ontem conferiu-lhe uma capitalização<br />
bolsista de 10,27 mil<br />
milhões euros. Contas feitas,<br />
são já 277 milhões que separam<br />
as duas maiores empresas da<br />
praça lisboeta. A dimensão da<br />
petrolíferaécadavezmaiore<br />
supera em 32 vezes o valor de<br />
mercado, de 314 milhões de eu-<br />
Os resultados do HSBC desiludiram as<br />
expectativas dos analistas.<br />
ros, da cotada menos valiosa do<br />
índice, a Sonae Indústria.<br />
“Os motivos para os ganhos<br />
recentes da Galp são as revisões<br />
em alta feitas por várias casas<br />
de investimento e o facto do<br />
mercado ter gostado das contas<br />
anuais”, justificou o analista da<br />
Intervalores, Marco Franco. Já<br />
o gestor de activos do Banco<br />
Carregosa, Tiago Ribeiro Pereira,<br />
salientou que o “anunciado<br />
interesse da Sonangol em entrar<br />
directamente no capital da<br />
petrolífera é um facto que<br />
pode claramente influenciar a<br />
evolução da cotação”. Face ao<br />
recente “apetite” investidor, o<br />
título acumula ganhos próximos<br />
de 8% nas últimas duas<br />
sessões e já apresenta um saldo<br />
positivo desde o arranque do<br />
ano, de 2,5%.<br />
Questionados sobre o facto<br />
da liderança da Galp como<br />
maior cotada do PSI 20 poder<br />
ser apenas pontual ou dura-<br />
BANCA<br />
Lucros do HSBC sobem 1,9%<br />
para os 4,31 mil milhões de euros<br />
Galp supera os 10 mil milhões<br />
e reforça liderança na bolsa<br />
O banco HSBC lucrou 5,83 mil milhões de dólares (cerca de 4,31 mil<br />
milhões de euros) em 2009, mais 1,9% do que no anterior. Os resultados<br />
deste gigante britânico desiludiram consideravelmente os analistas que<br />
estimavam um lucro de 6,4 mil milhões de dólares (4,73 mil milhões de<br />
euros). A necessidade de reforçar provisões para fazer face ao crédito<br />
malparado justifica os menores resultados. No total do ano, o banco<br />
constituiu provisões de 26,49 mil milhões de euros.<br />
Petrolífera está a 522 milhões de se tornar na quarta maior empresa do sector da zona euro.<br />
A petrolífera<br />
liderada por Ferreira<br />
de Oliveira estava<br />
ontem avaliada<br />
pelo mercado em<br />
10,27 mil milhões<br />
de euros,<br />
reforçando o<br />
estatuto de maior<br />
cotada do PSI 20.<br />
doura, os analistas são cautelosos.<br />
Se para Marco Franco é<br />
necessário ter em atenção não<br />
só os ‘drivers’ da petrolífera<br />
como das rivais perseguidoras,<br />
um outro analista considerou<br />
que“ahipótesedaGalppermanecer<br />
na liderança são significativas”.<br />
A caminho do pódio da zona euro<br />
O ganho de peso da petrolífera<br />
não se confina apenas à bolsa de<br />
Lisboa. Ao superar a barreira<br />
dos 10 mil milhões de euros em<br />
capitalização, a Galp Energia<br />
aproxima-se a passos largos do<br />
pódio das maiores empresas do<br />
sector na zona euro. A petrolífera<br />
nacional ocupa hoje o<br />
quinto lugar entre as maiores<br />
cotadas do índice Euro Stoxx<br />
Oil & Gas, estando a 522 milhões<br />
de euros de distância de<br />
destronar a congénere italiana,<br />
Saipem,comoaquartamaior<br />
petrolífera da zona euro. ■<br />
Paulo Figueiredo<br />
GALP SOBE 2,5% EM 2010<br />
Evolução diária dos títulos<br />
da petrolífera nacional desde<br />
o arranque do ano.<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
04-01-2010<br />
Fonte: Bloomberg<br />
01-03-2010
ANÁLISE<br />
Banif revê em alta avaliação da Zon<br />
Multimédia após correcção das acções<br />
Os analistas do Banif Investment Banking elevaram para “acumular” a<br />
anterior recomendação de “vender” para as acções da Zon Multimédia,<br />
mantendo o respectivo preço-alvo nos 4,07 euros. Esta revisão em alta<br />
de avaliação surge depois de uma penalização de mais de 14% sofrida<br />
pelas acções. O título terminou a sessão de ontem a valorizar 0,56%<br />
para os 3,75 euros, o que significa um potencial de subida de 8,5% face<br />
à avaliação atribuída pelo banco de investimento.<br />
Inapa estreia-se<br />
hoje no PSI 20<br />
Empresa, que substitui Teixeira Duarte, subiu ontem<br />
6% em antecipação à revisão anual do índice.<br />
Marta Reis<br />
marta.reis@economico.pt<br />
Dois caminhos distintos, reacções<br />
opostas. Ontem, na véspera<br />
de se concretizar a revisão<br />
anual do PSI 20, a Inapa, que<br />
vaiestrear-senoíndicedereferência<br />
da bolsa portuguesa,<br />
subiu 6,35%, enquanto a Teixeira<br />
Duarte, que é “despromovida”,<br />
mais uma vez, fechou em<br />
queda de 1,67%.<br />
Ambos os títulos registaram<br />
forte volume. Na segunda-feira<br />
foram transaccionadas dois milhões<br />
de acções da Inapa e cerca<br />
de 1,06 milhões de papéis da<br />
construtora liderada por Pedro<br />
Maria Teixeira Duarte.<br />
Já tinha sido assim, aliás,<br />
quando a probabilidade de ser<br />
esteodesfechonarevisãode<br />
2010 foi avançada pelo Millennium<br />
investment banking,<br />
a23deDezembrode2009.<br />
Nessa sessão, a empresa-mãe<br />
do grupo Inapa, um dos maiores<br />
distribuidores de papel da<br />
Europa, valorizou 8,06% para<br />
67 cêntimos e com 3,5 milhões<br />
de acções negociadas. Já<br />
aTeixeiraDuartefoifortemente<br />
penalizada em bolsa<br />
nessa sessão tendo encerrado<br />
a cair 9,25% para 1,03 euros,<br />
também com forte volume -<br />
2,8 milhões de acções transaccionadas.<br />
Quando a confirmação oficial<br />
da NYSE Euronext foi conhecida,<br />
o mercado já tinha descontadooefeitodarevisãonostítulos.<br />
A 28 de Janeiro, a Inapa<br />
fechou inalterada, enquanto a<br />
Teixeira Duarte caiu 1,03%,<br />
com normal liquidez.<br />
O volume negociado é o critério<br />
mais importante para a revisão<br />
do PSI 20, embora entrem<br />
também em consideração factorescomoadispersãoeasexpectativas<br />
para o comportamento<br />
da empresa em bolsa.<br />
Nos últimos meses, a Inapa tinha<br />
estado em <strong>destaque</strong>, com<br />
forte liquidez e valorizações<br />
acentuadas. Em 2009 reforços<br />
accionistas, resultados e investimentos<br />
animaram o papel, suportado<br />
ainda por um ângulo<br />
especulativo. A empresa liderada<br />
por José Felix Morgado fechou<br />
o ano passado com uma<br />
valorização de 88,24%, a oitava<br />
maior subida da bolsa portuguesa<br />
em 2009.<br />
CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA<br />
100,5 milhões<br />
A capitalização bolsista da Inapa<br />
era ontem de 100,5 milhões de<br />
euros. Um valor que é superior<br />
em seis milhões ao de sexta-feira<br />
e que resulta da subida de 6,35%<br />
que as acções da empresa<br />
registaram segunda-feira.<br />
No caso da Teixeira Duarte, de<br />
referir a influência que, nos últimosdoismeses,aOPAdaCSN<br />
sobre a Cimpor teve influência<br />
na cotação e na liquidez do título.<br />
Um facto que acabou por ter<br />
pouco impacto na contagem<br />
para a revisão do índice.<br />
Integrar o PSI 20 traz vantagens<br />
às empresas, quer em visibilidade,<br />
quer em termos procura<br />
por parte dos investidores<br />
e liquidez. Como índice de referência,<br />
o PSI 20 concentra as<br />
atenções dos investidores internacionais,<br />
havendo ainda<br />
fundos que replicam a carteira<br />
do índice. A Teixeira Duarte,<br />
que tem alternado entre o PSI<br />
20 e o PSI geral, estava ontem<br />
com uma capitalização bolsista<br />
de 345,7 milhões de euros. A<br />
Inapa, que se estreia hoje no índice<br />
de referência da bolsa portuguesa<br />
- onde permanecerá<br />
pelo menos durante um ano<br />
(caso não haja revisões extraordinárias),<br />
chega ao PSI 20 com<br />
uma capitalização de 100,5 milhões<br />
de euros. ■<br />
INAPA DISPARA<br />
As acções da empresa subiram<br />
mais de 6% durante o dia de<br />
ontem.<br />
0,70<br />
0,65<br />
0,60<br />
0,55<br />
31-12-2009<br />
Fonte: Bloomberg.<br />
01-03-2010<br />
Jean-Claude Juncker quer sancionar<br />
os investimentos especulativos.<br />
FUNDOS QUE OFERECEM JOGOS DE FUTEBOL<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 41<br />
BANCA<br />
Bruxelas ameaça bancos e fundos de alto<br />
risco e especulativos com sanções estatais<br />
Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo e presidente do<br />
Eurogrupo, numa entrevista ao jornal alemão Handelblatt, admitiu vir a<br />
sancionar as instituições financeiras e os fundos de alto risco e especulativos.<br />
“Temos os instrumentos de tortura no sótão e vamos mostrá-los se for<br />
necessário”, afirmou o presidente do Eurogrupo, o fórum que reúne os<br />
ministros das Finanças da zona euro. Acrescentando que “Devemos<br />
fortalecer a primazia da política para poder travar os mercados financeiros”.<br />
Santiago Ferrero/Reuters<br />
É certo que não é a possibilidade de ir ver o jogo Real Madrid - Valência que torna<br />
um fundo mais ou menos rentável. Mas se é daqueles para quem o futebol é uma<br />
religião ou se o seu lema é viver um dia de cada vez, a proposta do BBVA pode bem<br />
interessar-lhe. Se investir um mínimo de mil euros em fundos, habilita-se a um dos<br />
40 bilhetes que o banco vai sortear, com viagem a Madrid e estadia incluídas.
42 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
BOLSA DE VALORES<br />
Eurolist by Euronext Lisbon. Acções<br />
Última Var. Var. Máx. Mín. Quant. Máx. Mín. Divid. Data Divid. Comport.<br />
Valor Mobiliário<br />
Compartimento A<br />
Data cotação % sessão sessão transcc. do ano do ano Ex-dív yeld% anual%<br />
B.COM.PORTUGUES 01-03-2010 0.75 0.01 0.67 0.76 0.7415,292,500 1.08 0.56 0.02 16-04-2009 2.29 -12.88<br />
B.ESPIRITO SANTO 01-03-2010 3.66 0.00 0.03 3.74 3.662,780,191 5.34 2.65 0.16 26-03-2009 4.37 -20.08<br />
BANCO BPI SA 01-03-2010 1.93 -0.01 -0.41 1.96 1.93 765,664 2.57 1.34 0.07 04-05-2009 3.45 -8.95<br />
BRISA 01-03-2010 6.04 0.16 2.67 6.07 5.93 802,841 7.59 4.26 0.31 30-04-2009 5.27 -18.49<br />
CIMPOR SGPS 01-03-2010 5.40 -0.03 -0.50 5.50 5.33 461,479 6.55 3.00 0.19 12-06-2009 3.41 -15.76<br />
EDP 01-03-2010 2.73 0.04 1.41 2.74 2.708,031,956 3.22 2.34 0.14 14-05-2009 5.20 -13.99<br />
EDP RENOVAVEIS 01-03-2010 5.95 0.03 0.44 6.00 5.90 627,449 7.83 5.52 0.00 0.00 -10.82<br />
GALP ENERGIA 01-03-2010 12.39 0.46 3.86 12.39 11.971,620,909 12.99 8.07 0.23 22-10-2009 1.93 -0.44<br />
J MARTINS SGPS 01-03-2010 7.26 0.21 3.01 7.26 7.05 991,255 7.53 3.01 0.11 06-05-2009 1.56 0.78<br />
PORTUCEL 01-03-2010 1.87 0.03 1.41 1.87 1.84 196,017 2.13 1.31 0.10 06-04-2009 5.71 -7.37<br />
PORTUGAL TELECOM 01-03-2010 7.83 0.10 1.24 7.83 7.711,641,849 8.69 5.48 0.57 24-04-2009 7.44 -10.06<br />
SONAE 01-03-2010 0.83 0.01 1.72 0.83 0.822,834,888 0.98 0.43 0.03 20-05-2009 3.68 -6.77<br />
ZON MULTIMEDIA<br />
Compartimento B<br />
01-03-2010 3.75 0.02 0.56 3.79 3.74 569,668 5.01 3.58 0.16 27-05-2009 4.29 -14.49<br />
IMPRESA SGPS 01-03-2010 1.39 - - 1.41 1.37 12,492 2.30 0.56 0.00 0.00 -22.91<br />
S.COSTA-PREF 22-02-2010 1.20 - - - - - 1.20 1.16 0.15 27-05-2009 12.50 3.45<br />
S.COSTA 01-03-2010 0.95 0.02 2.15 0.95 0.92 109,907 1.34 0.48 0.03 27-05-2009 3.33 -21.85<br />
IBERSOL SGPS 01-03-2010 8.20 0.20 2.50 8.20 8.00 600 10.00 5.51 0.05 22-05-2009 0.69 -13.14<br />
SONAE INDUSTRIA 01-03-2010 2.24 0.05 2.42 2.24 2.20 78,381 2.86 1.15 0.00 16.61 -15.41<br />
SONAECOM SGPS 01-03-2010 1.60 0.01 0.63 1.63 1.59 187,678 2.15 1.04 0.00 0.00 -18.68<br />
MOTA ENGIL 01-03-2010 3.22 0.07 2.12 3.24 3.15 658,840 4.53 2.10 0.11 15-05-2009 3.49 -19.28<br />
SEMAPA 01-03-2010 7.33 0.26 3.65 7.40 7.09 92,100 8.95 5.71 0.25 23-04-2009 3.61 -8.93<br />
BANIF-SGPS 01-03-2010 1.14 - - 1.14 1.13 63,692 1.54 0.95 0.06 22-04-2009 5.37 -9.60<br />
SONAE CAPITAL 01-03-2010 0.61 0.01 1.67 0.61 0.59 639,042 1.00 0.41 0.00 0.00 -26.58<br />
REN 01-03-2010 2.99 0.04 1.36 2.99 2.91 143,169 3.25 2.73 0.17 27-04-2009 5.59 -0.91<br />
MARTIFER 01-03-2010 2.93 -0.02 -0.68 3.01 2.90 113,785 4.59 2.53 0.00 0.00 -11.68<br />
GRUPO MEDIA CAP 16-02-2010 4.00 - - - - - 5.00 2.88 0.23 09-04-2009 5.75 -4.08<br />
SAG GEST 01-03-2010 1.23 - - 1.25 1.23 3,705 1.59 0.90 0.02 10-11-2008 1.64 -5.38<br />
TEIXEIRA DUARTE 01-03-2010 0.82 -0.01 -1.67 0.86 0.801,058,123 1.26 0.41 0.00 1.71 -21.38<br />
FINIBANCO SGPS 01-03-2010 1.42 0.02 1.43 1.44 1.38 3,895 2.14 1.36 0.00 4.29 -8.50<br />
ALTRI SGPS SA 01-03-2010 4.29 0.12 2.88 4.30 4.17 230,263 4.39 1.50 0.00 2.00 5.18<br />
Compartimento C 01-03-2010 3.41 -0.79 -18.81 3.41 3.41 100 6.80 3.36 0.07 26-05-2009 1.67 0.96<br />
BENFICA-FUTEBOL 01-03-2010 2.69 0.19 7.60 2.69 2.50 11,420 3.42 1.64 0.00 0.00 1.64<br />
COFINA SGPS 01-03-2010 1.04 - - 1.04 1.04 1,000 1.26 0.47 0.00 4.21 -1.89<br />
COMPTA 01-03-2010 0.37 - - 0.37 0.37 200 0.46 0.36 0.00 0.00 -7.50<br />
CORTICEIRA AMORI 01-03-2010 0.94 - - 0.94 0.92 10,874 1.05 0.54 0.00 6.74 3.23<br />
ESTORIL SOL N 22-09-1998 8.91 - - - - - 0.00 0.00 0.22 16-05-2007 2.47 0.00<br />
ESTORIL SOL P 01-03-2010 5.38 0.15 2.87 5.38 5.38 10 9.88 5.23 0.00 4.54 -29.13<br />
F RAMADA INVEST 01-03-2010 0.84 - - 0.84 0.84 51 0.98 0.57 0.00 0.00 -3.29<br />
FISIPE 24-02-2010 0.14 - - - - - 0.20 0.09 0.00 0.00 -12.50<br />
FUT.CLUBE PORTO 01-03-2010 1.09 - - 1.09 1.09 250 1.75 0.75 0.00 0.00 -24.31<br />
GLINTT 01-03-2010 0.69 - - 0.69 0.69 27,111 1.03 0.60 0.00 0.00 -23.58<br />
IMOB GRAO PARA 25-02-2010 3.60 - - - - - 4.81 2.33 0.00 0.00 -1.37<br />
INAPA-INV.P.GEST 01-03-2010 0.67 0.04 6.35 0.67 0.632,055,679 0.73 0.23 0.00 0.00 -1.56<br />
LISGRAFICA 01-03-2010 0.08 - - 0.09 0.07 210,889 0.12 0.06 0.00 0.00 0.00<br />
NOVABASE SGPS 01-03-2010 4.50 0.05 1.12 4.50 4.47 12,467 5.06 3.50 0.00 0.00 -2.71<br />
OREY ANTUNES 26-02-2010 1.70 - - - - - 2.90 1.64 0.11 30-04-2009 6.47 -0.58<br />
PAP.FERNANDES 28-01-2009 2.66 - - - - - 2.66 2.66 0.00 0.00 0.00<br />
REDITUS SGPS 22-02-2010 7.30 - - - - - 8.00 5.83 0.00 0.00 -0.54<br />
SPORTING 01-03-2010 1.11 0.03 2.78 1.25 1.11 5,540 1.52 1.01 0.00 0.00 -16.28<br />
SUMOL COMPAL 26-02-2010 1.52 - - - - - 1.52 1.26 0.00 0.00 3.40<br />
VAA VISTA ALEGRE 26-02-2010 0.09 - - - - - 0.14 0.09 0.00 0.00 -18.18<br />
VAA-V.ALEGRE-FUS 26-02-2010 0.08 - - - - - 0.10 0.06 0.00 0.00 30.61<br />
SPORTING 01-03-2010 1.11 0.03 2.78 1.25 1.11 5,540 1.52 1.01 0.00 0.00 -16.28<br />
SUMOL COMPAL 26-02-2010 1.52 - - - - - 1.52 1.26 0.00 0.00 3.40<br />
VAA VISTA ALEGRE 26-02-2010 0.09 - - - - - 0.14 0.09 0.00 0.00 -18.18<br />
VAA-V.ALEGRE-FUS 26-02-2010 0.08 - - - - - 0.10 0.06 0.00 0.00 30.61<br />
VAA-V.ALEGRE-FUS 26-02-2010 0.08 - - - - - 0.10 0.06 0.00 0.00 30.61<br />
Compartimento Estrangeiras<br />
BANCO POPULAR 26-02-2010 0.00 - - - - - 7.58 3.23 0.46 12-01-2009 9.51 -6.41<br />
BANCO SANTANDER 01-03-2010 0.00 0.12 1.26 9.66 9.48 7,186 12.13 3.94 0.60 01-05-2010 6.29 -18.76<br />
E.SANTO FINANC N 12-02-2010 0.00 - - - - - 15.50 9.01 0.25 25-05-2009 1.69 -2.63<br />
E.SANTO FINANCIA 01-03-2010 0.00 - - 15.00 14.90 5,400 15.49 9.92 0.25 25-05-2009 1.70 1.15<br />
PAPELES Y CARTON 23-02-2010 0.00 - - - - - 4.25 2.45 0.03 16-01-2009 0.79 15.15<br />
SACYR VALLEHERM 06-05-2009 0.00 - - - - - 7.95 7.55 0.57 31-10-2008 7.17 0.00<br />
As cotações do PSI 20, dos índices internacionais e dos seus respectivos componentes podem ser acompanhadas em: www.diarioeconomico.com<br />
Última cotação – Corresponde na grande maioria dos títulos, à cotação de fecho da última sessão, a menos que seja indicada outra data. Preços indicados em euros; Variação absoluta e percentual<br />
– diferença entre a última cotação e o fecho da sessão imediatamente anterior em que o título transaccionou; Dividendo – valor bruto, indicado em euros e respectiva data a partir da qual<br />
a aquisição do título deixou de dar direito ao pagamento do dividendo; Dividend Yield – Rendimento do dividendo, que resulta da divisão do último dividendo pago pela cotação; Comportamento<br />
anual – variação percentual da cotação em relação ao último preço do ano anterior. Compartimento A – Capitalização bolsista superior a 1.000 milhões de euros; Compartimento B – Capitalização<br />
bolsista entre 150 milhões e 1.000 milhões de euros; Compartimento C – Capitalização bolsista inferior a 150 milhões de euros; Compartimento Estrangeiras – Emitentes estrangeiras.<br />
As últimas RECOMENDAÇÕES<br />
Galp<br />
PREÇO-ALVO<br />
17,00€<br />
Galp<br />
PREÇO-ALVO<br />
15,00€<br />
BES<br />
PREÇO-ALVO<br />
5,50€<br />
COTAÇÃO ACTUAL<br />
12,39€<br />
POTENCIAL<br />
37%<br />
COMPRAR Os analistas do Nomura subiram o preço-alvo<br />
dos 16,5 euros para os 17 euros e mantiveram a<br />
recomendação de ‘comprar’.<br />
COTAÇÃO ACTUAL<br />
12,39€<br />
POTENCIAL<br />
21%<br />
COMPRAR O Bank of America- Merrill Lynch reviu em alta<br />
a recomendação para a petrolífera de ‘neutral’ para<br />
‘comprar’ e subiu o preço-alvo para os 15 euros.<br />
COTAÇÃO ACTUAL<br />
3,66€<br />
POTENCIAL<br />
50%<br />
MANTER Os analistas do Deutsche Bank reduziram o<br />
preço-alvo do banco dos 7,5 euros para os 5,5 euros e<br />
reiteraram a recomendação de ‘manter’.<br />
Média dos PREÇOS-ALVO<br />
EMPRESAS ‘TARGET’<br />
ALTRI 3,54<br />
BANCO BPI 2,49<br />
BCP 1,29<br />
BES 9,37<br />
BRISA 7,76<br />
CIMPOR 4,76<br />
EDP 3,89<br />
GALP ENERGIA 13,94<br />
EDP RENOVÁVEIS 7,37<br />
J. MARTINS 5,43<br />
MOTA-ENGIL 4,23<br />
PORTUCEL 2,47<br />
PT 7,38<br />
REN 3,24<br />
SEMAPA 11,03<br />
S. INDÚSTRIA 3,01<br />
SONAE SGPS 1,31<br />
SONAECOM 3,38<br />
T. DUARTE -<br />
ZON MULTIMÉDIA 8,05<br />
Metodologia: O preço-alvo médio é<br />
calculado tendo em conta as avaliações de<br />
sete casas de investimento: BPI, CaixaBI,<br />
ESR, BCP, Lisbon Brokers, Banif e UBS.<br />
COMENTÁRIO<br />
DE BOLSA<br />
Hot Stock TEIXEIRA DUARTE<br />
Sandra Almeida Simões<br />
sandra.simoes@economico.pt<br />
Galp dá energia<br />
à praça nacional<br />
A praça bolsista nacional encerrou ontem em<br />
terreno positivo, a acompanhar o sentimento das<br />
congéneres europeias. O PSI 20 somou 1,52%<br />
para 7.674,33 pontos, com apenas duas cotadas a<br />
registarem desvalorizações, a Cimpor e o banco<br />
BPI. Já com sinal verde, o <strong>destaque</strong> recaiu na Galp<br />
e Jerónimo Martins.<br />
A petrolífera, liderada por Ferreira de Oliveira,<br />
escalou 3,86% para 12,38 euros, uma cotação que<br />
avalia a empresa em 10,26 mil milhões de euros.<br />
A Galp reforça assim o estatuto de maior cotada<br />
da bolsa nacional, depois de na passada sextafeira<br />
ter destronado a EDP<br />
(Ver página 41). A empresa<br />
está a beneficiar dos<br />
ganhos do sector a nível<br />
internacional, ao mesmo<br />
tempo que ganha com a<br />
escalada dos preços do petróleo.<br />
As bolsas<br />
ao minuto em<br />
www.economico.pt<br />
Com os investidores na expectativa em relação<br />
às contas anuais, que serão apresentadas amanhã,<br />
a Jerónimo Martins avançou 3,01% para<br />
7,26 euros. Já a Semapa subiu 3,65% para 7,32<br />
euros, enquanto a Altri ganhou 2,88%, no dia em<br />
que comemorou o quinto aniversário em bolsa.<br />
NasuaúltimasessãonoPSI,aTeixeiraDuarte<br />
caiu 1,67% para 0,82 euros. Por sua vez, a Inapa,<br />
que a partir de hoje substitui a construtora no<br />
principal índice bolsista, disparou 6,35%. ■<br />
PSI 20 EM TERRENO VERMELHO EM 2010<br />
O índice de referência cai mais de 9% desde que o<br />
ano começou.<br />
9000<br />
8500<br />
8000<br />
7500<br />
7000<br />
31-12-2009<br />
Pedro Maria Teixeira Duarte<br />
CEOdaTeixeiraDuarte<br />
Teixeira Duarte despede-se do PSI a cair<br />
01-03-2010<br />
Não foi uma despedida muito feliz. A construtora portuguesa, que<br />
hoje cede o seu lugar à Inapa no índice de referência da bolsa<br />
portuguesa, terminou o dia de ontem a cair 1,67%. Tratou-se da<br />
pior performance do índice da sessão. A Teixeira Duarte foi mesmo<br />
uma das poucas empresas a resvalar no dia de ontem, já que a<br />
generalidade dos títulos terminou a sessão com ganhos. A<br />
performance foi afectada pela antecipação dos investidores à saída<br />
da construtora do PSI 20. Pelos mesmos motivos, mas em direcção<br />
oposta, os títulos da Inapa brilharam ontem, ao avançarem mais de<br />
6% na sessão. A construtora despede-se do PSI com um<br />
desempenho em 2010 de -21%. A Teixeira Duarte era, até ontem, a<br />
empresadoíndicecomapiorevoluçãodesdeoiníciodoano.A<br />
mover os títulos esteve sobretudo a OPA lançada pela brasileira<br />
CSN à Cimpor– empresa onde a Teixeira Duarte detinha uma<br />
posição de 22% e que, entretanto, vendeu à Camargo Corrêa. ■
EUA - Dow Jones Industrial Indices Internacionais<br />
Título Última Var.<br />
Cot. $ %<br />
ALCOA INC 13.39 0.68<br />
WALT DISNEY CO 31.59 1.12<br />
KRAFT FOODS INC 28.67 0.84<br />
PROCTER & GAMBLE 63.56 0.44<br />
AMER EXPRESS CO 38.1 -0.24<br />
GENERAL ELEC CO 15.99 -0.44<br />
COCA-COLA CO 52.85 0.25<br />
AT&T 24.98 0.69<br />
BOEING CO 64.07 1.44<br />
HOME DEPOT INC 31.3 0.32<br />
MCDONALD'S CORP 63.76 -0.14<br />
THE TRAVELERS CO 53.3 1.35<br />
BANK OF AMERICA 16.65 -0.06<br />
HEWLETT-PACKARD 51.6 1.59<br />
3M COMPANY 80.83 0.85<br />
EUA - Nasdaq<br />
Título Última Var.<br />
Cot. $ %<br />
APPLE INC 208.76 2.02<br />
COGNIZANT TECH 49.96 3.8<br />
INTUIT INC 32.87 1.58<br />
PRICELINE COM 237.97 4.94<br />
ADOBE SYS 34.88 0.66<br />
CITRIX SYSTEMS 43.67 1.53<br />
INTUITIVE SURG 356.82 2.79<br />
PATTERSON COS 30.22 1.82<br />
AUTOMATIC DATA 41.88 0.65<br />
DELL INC 13.5 2.04<br />
J.B. HUNT TRAN 35.21 -0.76<br />
QUALCOMM INC 35.98 -1.94<br />
AUTODESK INC 28.3 1.51<br />
DISH NETWORK A 21.08 5.56<br />
JOY GLOBAL INC 51.82 2.01<br />
QIAGEN N.V. 22.02 0.96<br />
ALTERA CORP 24.98 2.25<br />
DIRECTV A 34.46 1.8<br />
KLA TENCOR 29.94 2.78<br />
RSCH IN MOTION 71.45 0.8<br />
APPLIED MATL 12.42 1.47<br />
EBAY INC 23.76 3.21<br />
LIFE TECH CORP 51.99 2.42<br />
ROSS STORES 49.16 0.51<br />
AMGEN 56.99 0.67<br />
ELECTRONIC ART 16.69 0.66<br />
LIBERTY INTER A 12.96 2.94<br />
STARBUCKS CORP 23.2 1.27<br />
AMAZON COM 121.72 2.8<br />
EXPRESS SCRIPTS 96.99 1.02<br />
LINEAR TECH 27.58 1.51<br />
SEARS HOLDING 95.72 0.05<br />
APOLLO GROUP 60.22 0.57<br />
EXPEDITORS 36.49 0.05<br />
LOGITECH INTL 15.59 0.06<br />
SIGMA ALDRICH 49.18 3.12<br />
ACTIVISIN BLIZRD 10.9 2.54<br />
EXPEDIA 22.95 3.19<br />
LAM RESEARCH 35.09 3.48<br />
SANDISK CORP 31.9 9.51<br />
BED BATH BEYOND 41.97 0.87<br />
FASTENAL CO 44.92 1.24<br />
MATTEL INC 22 0.05<br />
STAPLES INC 25.9 0.54<br />
BAIDU INC ADS 519.95 0.24<br />
FISERV INC 48.92 1.43<br />
MICROCHIP TECH 27.44 1.4<br />
STERICYCLE INC 55.45 0.49<br />
BIOGEN IDEC 56.62 2.93<br />
FLEXTRONICS 7.18 3.16<br />
EUA - Standard & Poors 100<br />
Título Última Var.<br />
Cot. $ %<br />
ALCOA INC 13.39 0.68<br />
CVS CAREMARK CRP 34.08 0.98<br />
JOHNSON&JOHNSON 63.3 0.48<br />
PROCTER & GAMBLE 63.56 0.44<br />
APPLE INC 208.76 2.02<br />
CHEVRON 73.15 1.18<br />
JPMORGAN CHASE 41.67 -0.71<br />
PHILIP MORRIS 48.81 -0.35<br />
ABBOTT LABS 54.3 0.04<br />
DU PONT CO 34.17 1.33<br />
KRAFT FOODS INC 28.67 0.84<br />
QUALCOMM INC 35.98 -1.94<br />
AMER ELEC PWR 34.06 1.31<br />
DELL INC 13.5 2.04<br />
COCA-COLA CO 52.85 0.25<br />
REGIONS FINANCL 6.6 -2.22<br />
ALLSTATE CP 31.61 1.15<br />
WALT DISNEY CO 31.59 1.12<br />
LOCKHEED MARTIN 78.88 1.44<br />
RAYTHEON CO 57 1.35<br />
AMGEN 56.99 0.67<br />
DOW CHEMICAL CO 28.72 1.45<br />
LOWES COMPANIES 23.9 0.8<br />
SPRINT NEXTEL 3.36 0.9<br />
AMAZON COM 121.72 2.8<br />
DEVON ENERGY 69.47 0.89<br />
MASTERCARD CL A 229.25 2.17<br />
SCHLUMBERGER LTD 61.34 0.39<br />
AVON PRODUCTS 30.96 1.71<br />
EMC CORP 17.67 1.03<br />
MCDONALD'S CORP 63.76 -0.14<br />
SARA LEE CORP 13.75 1.4<br />
AMER EXPRESS CO 38.1 -0.24<br />
ENTERGY CP 77.64 2.2<br />
MEDTRONIC INC 44 1.38<br />
SOUTHERN 32.04 0.85<br />
BOEING CO 64.07 1.44<br />
EXELON CORP 44.56 2.91<br />
METLIFE INC 36.56 0.47<br />
AT&T 24.98 0.69<br />
BANK OF AMERICA 16.65 -0.06<br />
FORD MOTOR CO 12.3 4.77<br />
3M COMPANY 80.83 0.85<br />
TARGET CORP 52 0.93<br />
BAXTER INTL INC 57.11 0.32<br />
FRPRT-MCM GD 76.61 1.93<br />
ALTRIA GROUP 20.23 0.55<br />
TIME WARNER INC 29.54 1.72<br />
BAKER HUGHES INC 48.5 1.21<br />
FEDEX CORP 86.2 1.7<br />
Reino Unido - Footsie 100<br />
Título Última Var.<br />
Cot. £ %<br />
ANGLO AMERICAN 2449.65 2.51<br />
B SKY B 554 1.84<br />
3I GROUP 259.7794 -1.41<br />
PETROFAC 1065 3.7<br />
SHIRE 1434.2837 2.56<br />
ASSOC.BR.FOODS 970 2.11<br />
BT GROUP 114.4235 -1.22<br />
IMPERIAL TOBACCO 2103 2.79<br />
PRUDENTIAL 529 -12.03<br />
STANDARD LIFE 193.346 -1.18<br />
ADMIRAL GROUP 1265 2.02<br />
Título Última Var.<br />
Cot. $ %<br />
UNITED TECH CP 69.6 1.38<br />
CATERPILLAR INC 58.05 1.75<br />
INTL BUS MACHINE 128.48 1.04<br />
MERCK & CO 37.36 1.3<br />
VERIZON COMMS 29.07 0.48<br />
CISCO SYSTEMS 24.55 0.9<br />
INTEL CORP 20.82 1.41<br />
MICROSOFT CP 28.85 0.66<br />
WAL-MART STORES 53.8 -0.5<br />
CHEVRON 73.15 1.18<br />
JOHNSON&JOHNSON 63.3 0.48<br />
PFIZER INC 17.79 1.37<br />
EXXON MOBIL 65.4 0.62<br />
DU PONT CO 34.17 1.33<br />
JPMORGAN CHASE 41.67 -0.71<br />
Título Última Var.<br />
Cot. $ %<br />
MILLICOM INTL 85.99 1.48<br />
SEAGATE TECH 20.89 4.92<br />
BMC SOFTWARE 37.23 1.06<br />
FLIR SYSTEMS 26.96 0.56<br />
MARVELL TECH GP 20.02 3.62<br />
SYMANTEC CORP 16.71 0.97<br />
BROADCOM CORP 32.03 2.27<br />
FIRST SOLAR 104.98 -0.87<br />
MICROSOFT CP 28.85 0.66<br />
TEVA PHARM 60.54 0.88<br />
CA IN 22.88 1.69<br />
FOSTER WHEELR AG 24.87 1.06<br />
MAXIM INTEGRATED 18.86 1.84<br />
URBAN OUTFITTER 32.88 2.08<br />
CELGENE CORP 61.4 3.16<br />
GENZYME 57.8 1.05<br />
MYLAN INC 21.33 -0.05<br />
VIRGIN MEDIA 16.86 4.07<br />
CEPHALON INC 69.29 0.9<br />
GILEAD SCI 47.65 0.08<br />
NII HOLDINGS 37.84 1.12<br />
VODAFONE GROUP 21.5 -1.24<br />
CERNER CORP 84.6 1.99<br />
GOOGLE 531.78 0.95<br />
NETAPP INC 31.14 3.77<br />
VERISIGN INC 25.52 2.41<br />
CHECK PT SFTWRE 32.9 0.92<br />
GARMIN LTD 32 0.16<br />
NVIDIA CORP 16.79 3.64<br />
VERTEX PHARM 41.63 2.51<br />
CH ROBINSON WW 53.84 0.96<br />
HOLOGIC INC 17.5 1.45<br />
NEWS CORP A 13.77 2.99<br />
WRNER CHIL PLC A 26.21 -3.71<br />
COMCAST CORP A 16.85 2.49<br />
HENRY SCHEIN 56.79 -0.07<br />
ORACLE CORP 24.77 0.49<br />
WYNN RESORTS 66.41 4.47<br />
COSTCO WHOLESAL 61.47 0.82<br />
ILLUMINA INC 37.45 3.11<br />
O REILLY AUTO 39.36 0.15<br />
XILINX INC 26.38 2.13<br />
CISCO SYSTEMS 24.55 0.9<br />
INFOSY TECH ADR 58.4 2.64<br />
PAYCHEX INC 30.32 1.27<br />
DENTSPLY INTL 33.61 1.57<br />
CINTAS CORP 25.04 1.01<br />
INTEL CORP 20.82 1.41<br />
PACCAR INC 36.2 2.4<br />
YAHOO! INC 15.64 2.16<br />
Título Última Var.<br />
Cot. $ %<br />
MONSANTO CO 70.62 -0.04<br />
TEXAS INSTRUMENT 24.76 1.56<br />
BANK NY MELLON 28.36 -0.56<br />
GENERAL DYNAMICS 73.89 1.85<br />
MERCK & CO 37.36 1.3<br />
UNITEDHEALTH GP 34.69 2.45<br />
BRISTOL MYERS SQ 24.4 -0.45<br />
GENERAL ELEC CO 15.99 -0.44<br />
MORGAN STANLEY 28.26 0.28<br />
UNITED PARCEL B 59.23 0.83<br />
BERKSHIRE CL B 79.69 -0.55<br />
GILEAD SCI 47.65 0.08<br />
MICROSOFT CP 28.85 0.66<br />
US BANCORP 24.49 -0.49<br />
CITIGROUP 3.4 0<br />
GOOGLE 531.78 0.95<br />
NIKE INC CL B 68.22 0.92<br />
UNITED TECH CP 69.6 1.38<br />
CATERPILLAR INC 58.05 1.75<br />
GOLDM SACHS GRP 156.98 0.4<br />
NTL OILWELL VARC 43.59 0.28<br />
VERIZON COMMS 29.07 0.48<br />
COLGATE PALMOLIV 83.69 0.9<br />
HALLIBURTON CO 30.77 2.06<br />
NORFOLK SOUTHERN 52.79 2.64<br />
WALGREEN CO 35.26 0.06<br />
COMCAST CORP A 16.85 2.49<br />
HOME DEPOT INC 31.3 0.32<br />
NEWS CORP A 13.77 2.99<br />
WELLS FARGO & CO 27.38 0.15<br />
CAP ONE FINAN 37.56 -0.5<br />
H J HEINZ CO 46.01 0.24<br />
NYSE EURONEXT 26.86 1.82<br />
WILLIAMS COMPS 21.82 1.3<br />
CONOCOPHILLIPS 48.96 2<br />
HONEYWELL INTL 40.75 1.47<br />
ORACLE CORP 24.77 0.49<br />
WAL-MART STORES 53.8 -0.5<br />
COSTCO WHOLESAL 61.47 0.82<br />
HEWLETT-PACKARD 51.6 1.59<br />
OCCIDENTAL PETE 80.94 1.37<br />
WEYERHAEUSER CO 41.51 2.75<br />
CAMPBELL SOUP CO 33.35 0.06<br />
INTL BUS MACHINE 128.48 1.04<br />
PEPSICO INC 63.21 1.18<br />
EXXON MOBIL 65.4 0.62<br />
CISCO SYSTEMS 24.55 0.9<br />
INTEL CORP 20.82 1.41<br />
PFIZER INC 17.79 1.37<br />
XEROX CORP 9.55 1.92<br />
Título Última Var.<br />
Cot. £ %<br />
CARNIVAL 2543 2.5<br />
INTL POWER 329.56 1.63<br />
PEARSON 955.68 4.82<br />
SMITHS GROUP 1060 2.02<br />
AGGREKO 1034 6.05<br />
CENTRICA 282.434 1.11<br />
INMARSAT 743.11 1.36<br />
RECKIT BNCSR GRP 3497.18 1.42<br />
SMITH&NEPHEW 685.654 2<br />
AMEC 808.95 2.66<br />
CAIRN ENERGY 346 3.47<br />
Último Var. Var. Máx. Mín. Fecho Var. VS Máx. Data Mín. Data<br />
Índice Mercado valor pontos % ano ano ano ant. ano ant.% hist. máx. hist. histór. Mín. hist.<br />
PSI 20 Portugal 7674.33 115.16 1.52 8877.6 7151.12 8463.85 -9.32814263 15080.99 09 MAR 2000 2910.63 14 JAN 1993<br />
PSI Geral Portugal 2647.05 36.75 1.41 3020.92 2537.45 2902.26 -8.793491968 4419 17 JUL 2007 842.31 22 NOV 1995<br />
PSI 20 Total Return Portugal 12719.06 190.86 1.52 14713.3 11851.92 14027.58 -9.328194885 21023.84 17 JUL 2007 6673.98 23 OCT 2002<br />
Dow Jones Ind. Ave. EUA 10399.18 73.92 0.72 10729.89 6469.95 10428.05 -0.276849459 14164.53 09 OCT 2007 388.2 17 JAN 1955<br />
Nasdaq Composite EUA 2269.16 30.9 1.38 2326.28 1265.52 2269.15 0.000440694 5132.52 10 MAR 2000 276.6 01 OCT 1985<br />
FTSE 100 R. Unido 5405.94 51.42 0.96 5600.48 5033.01 5412.88 -0.128212707 6950.6 30 DEC 1999 986.9 23 JUL 1984<br />
Xetra-Dax Alemanha 5713.51 115.05 2.06 6094.26 5433.02 5957.43 -4.094382981 8151.57 13 JUL 2007 931.18 29 JAN 1988<br />
CAC 40 França 3769.54 60.74 1.64 4088.18 3545.91 3936.33 -4.23719556 6944.77 04 SEP 2000 893.82 29 JAN 1988<br />
IBEX 35 Espanha 10434.9 101.3 0.98 12240.5 6702.6 11940 -12.60552764 16040.4 09 NOV 2007 1861.9 05 OCT 1992<br />
AEX Holanda 324.37 6.63 2.09 345.56 311.53 335.33 -3.268422151 703.18 05 SEP 2000 69.14 10 NOV 1987<br />
BEL 20 Bélgica 2543.41 28.54 1.13 2610.41 2375.72 2511.62 1.265716948 4759.01 23 MAY 2007 1039 02 SEP 1992<br />
Nikkei 225 Japão 10172.06 46.03 0.45 10982.1 9867.39 0 0 38915.87 29 DEC 1989 85.25 06 JUL 1950<br />
Hang Seng Hong Kong 21056.93 448.23 2.17 22671.92 19423.05 21872.5 -3.728746142 31958.41 30 OCT 2007 58.61 31 AUG 1967<br />
DJ Stoxx 50 Pan-europeu 2496.06 25.88 1.05 2652.64 2359.4 2578.92 -3.212972872 5219.96 28 MAR 2000 925.95 05 OCT 1992<br />
DJ Euro Stoxx 50 Pan-europeu 2772.7 44.23 1.62 3044.37 2617.77 2966.24 -6.524758617 5522.42 07 MAR 2000 920.65 05 OCT 1992<br />
FTSE Eurotop 300 Pan-europeu 1018.78 11.27 1.12 1074.5 964.22 1045.76 -2.57994186 1709.12 05 SEP 2000 645.5 09 MAR 2009<br />
FTSE Eurotop 100 Pan-europeu 2170.42 23.76 1.11 2288.01 2050.97 2233.67 -2.83166269 3969.76 05 SEP 2000 1384.52 09 MAR 2009<br />
Euronext 100 Pan-europeu 662.86 10.89 1.67 708.11 625.53 683.76 -3.056628057 1147.84 12 OCT 2000 419.49 12 MAR 2003<br />
Next 150 Pan-europeu 1396.65 16.62 1.2 1469.57 1332.39 1386.24 0.750952216 2028.18 19 JUL 2007 514.28 12 MAR 2003<br />
S&P 500 EUA 1114.8 10.31 0.93 1149.47 666.92 1115.1 -0.026903417 1576.06 11 OCT 2007 132.93 23 NOV 1982<br />
Bovespa Brasil 67226.43 723.16 1.09 71068.05 61341.11 68588.41 -1.985729076 73920.38 29 MAY 2008 4575.69 11 SEP 1998<br />
Índices Sectoriais - Dow Jones Stoxx Europa<br />
Último Var. Var. Máx. Mín. Fecho Var. VS Máx. Data Mín. Data<br />
Índice valor pontos % ano ano ano ant. ano ant.% hist. máx. hist. histór. Mín. hist.<br />
Automovel 207.38 4.05 1.99 248.50 199.72 235.83 -12.06 433.20 01 NOV 2007 83.34 07 OCT 1992<br />
Banca 204.96 -0.79 -0.38 237.52 189.30 221.27 -7.37 541.27 20 APR 2007 86.87 26 AUG 1992<br />
Recursos Básicos 484.69 10.98 2.32 546.94 443.65 497.98 -2.67 836.75 19 MAY 2008 84.85 19 OCT 1992<br />
Ind. Quimica 448.55 10.47 2.39 471.15 421.30 463.06 -3.13 530.59 06 JUN 2008 95.76 05 OCT 1992<br />
Construção 257.28 4.65 1.84 289.47 247.35 277.56 -7.31 481.57 04 JUN 2007 77.54 19 OCT 1992<br />
Energia 317.87 5.02 1.60 347.13 304.14 330.54 -3.83 472.65 13 JUL 2007 85.58 25 AUG 1992<br />
Serviços Financeiros 219.90 1.51 0.69 241.47 207.22 232.87 -5.57 508.91 21 FEB 2007 80.51 01 SEP 1992<br />
Alimentação e bebidas 317.00 5.33 1.71 314.53 292.06 304.28 4.18 337.56 01 NOV 2007 92.66 05 OCT 1992<br />
Bens e serviços Industriais 253.24 4.30 1.73 259.14 235.82 246.69 2.66 416.99 11 FEB 2000 92.1 05 OCT 1992<br />
Seguros 149.16 0.01 0.01 158.45 137.86 151.43 -1.50 473.67 27 NOV 2000 73.76 09 MAR 2009<br />
Media 158.11 3.22 2.08 163.94 149.82 159.15 -0.65 783.64 10 MAR 2000 99.98 08 JAN 1992<br />
Cuidados Médicos 377.70 4.46 1.19 383.65 360.02 366.09 3.17 523.48 27 NOV 2000 87.97 14 APR 1993<br />
Tecnologia 195.20 1.98 1.02 200.68 185.07 184.35 5.89 1230.61 06 MAR 2000 88.2 05 OCT 1992<br />
Telecomunicações 248.68 2.24 0.91 264.30 242.26 260.93 -4.69 1062.85 06 MAR 2000 79.37 05 OCT 1992<br />
Fornecedores de serv. Públicos 322.69 2.89 0.90 347.15 313.02 342.49 -5.78 563.68 08 JAN 2008 89.88 05 OCT 1992<br />
Reino Unido - Footsie 100<br />
Título Última Var. Título Última Var.<br />
Cot. £ %<br />
Cot. £ %<br />
INVENSYS 320.5 1.81<br />
ROYAL BANK SCOT 35.9929 -2.6<br />
SERCO GROUP 566.95 2.44<br />
ANTOFAGASTA 915.58 3.68<br />
COBHAM 246.6726 1.9<br />
INTERTEK GROUP 1312 2.34<br />
ROYAL DTCH SHL A 1840.1805 2.43<br />
SCOT & STH ENRGY 1128.1 0.62<br />
ARM HOLDINGS 206.2653 2.6<br />
COMPASS GROUP 500 2.54<br />
JOHNSON MATTHEY 1617.8828 2.08<br />
ROYAL DTCH SHL B 1760.34 2.59<br />
STANDRD CHART BK 1518.09 -2.34<br />
ALLIANCE TRUST 322.5 1.74<br />
CAPITA GROUP 722.54 0.91<br />
KAZAKHMYS 1410 5.15<br />
REED ELSEVIER 498.0199 1.22<br />
SEVERN TRENT 1170.4843 0.77<br />
AUTONOMY CORP 1555 2.75<br />
CABLE & WIRELESS 137.4698 0.59<br />
KINGFISHER 218.88 1.81<br />
REXAM PLC 281.8 0.97<br />
THOMAS COOK GRP 234.7588 -0.81<br />
AVIVA 375.19 -3.87<br />
DIAGEO 1075.92 2.82<br />
LAND SECS GROUP 639.54 1.11<br />
RIO TINTO 3482 3.11<br />
TULLOW OIL 1198.2048 0.84<br />
ASTRAZENECA 2928.157 1.58<br />
MAN GROUP 225.2 0.22<br />
LEGAL & GENERAL 73.21 -5.12<br />
ROLLS ROYCE GP 562.0993 0.72<br />
TESCO 433.05 3.18<br />
BAE SYSTEMS 379 1.26<br />
EURASIAN 1042 3.8<br />
LIBERTY INTL 485.5 2.71<br />
RANDGOLD RES. 4830 3.27<br />
TUI TRAVEL 278.4415 1.46<br />
BARCLAYS 315.65 -0.11<br />
EXPERIAN 615 1.32<br />
Espanha - IBEX 35<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
ABERTIS 13.985 1.05<br />
ABENGOA 18.7 0.7<br />
ACS CONS Y SERV 33.35 2.18<br />
ACERINOX 12.715 1.36<br />
ACCIONA SA 83.3 2.05<br />
BBVA 9.583 0.35<br />
BANKINTER 6.012 0.28<br />
BOLSAS Y MER ESP 19.08 -1.32<br />
BANESTO 7.365 -0.38<br />
CRITERIA CAIXA 3.37 0.3<br />
ENDESA 21.345 0.73<br />
ENAGAS 15.34 0.13<br />
EBRO PULEVA 14.5 0.21<br />
FOMENTO DE CONST 24.55 -0.37<br />
FERROVIAL 6.494 0.37<br />
GAMESA 8.9 -2.63<br />
GAS NATURAL 13.595 0.93<br />
GRIFOLS 11.235 1.22<br />
Suíça - SMI<br />
Título Última Var.<br />
Cot. CHF %<br />
ABB LTD N 22.09 1.66<br />
ACTELION HLDG 45.9 -16.16<br />
ADECCO N 54.1 1.31<br />
CS GROUP AG 49.1 2.94<br />
HOLCIM N 72.25 1.69<br />
JULIUS BAER N 33.9 1.44<br />
LONZA GRP AG N 86.05 1.71<br />
NESTLE SA 53.95 0.94<br />
NOVARTIS N 60.25 0.84<br />
RICHEMONT I 37.81 4.39<br />
ROCHE HOLDING AG 182 1.45<br />
SGS N 1459 1.46<br />
SWATCH GROUP I 306.4 2.58<br />
LLOYDS BNK GRP 50.28 -4.27<br />
RSA INSRANCE GRP 128.32 -1<br />
UNILEVER 1973.03 2.44<br />
BRIT AM TOBACCO 2269.9214 2.65<br />
FRESNILLO 776.6702 4.26<br />
LONMIN PLC 1832 1.94<br />
RESOLUTION 72.2 -0.07<br />
UNITED UTIL GRP 552.58 1.66<br />
BRITISH AIRWAYS 211.2928 0.57<br />
G4S 275.889 1.81<br />
LOND STOCK EXCH 680 2.26<br />
SABMILLER 1787.62 4.48<br />
VEDANTA RES 2650 3.65<br />
BG GROUP 1153.5 0.74<br />
GLAXOSMITHKLINE 1223.8158 1.28<br />
MARKS & SP. 330.5132 0.21<br />
SAINSBURY(J) 337.0869 2.42<br />
VODAFONE GROUP 142.4531 0.95<br />
BR LAND CO 444.38 1<br />
HAMMERSON 389.5 1.72<br />
MORRISON SUPMKT 304.7 2.08<br />
SCHRODERS 1220 2.01<br />
WOLSELEY 1589.9 2.58<br />
BHP BILLITON 2071.5 3.24<br />
HOME RETAIL 256.8103 0.82<br />
NATIONAL GRID 656 0.61<br />
SCHRODERS NV 1007 2.34<br />
WPP PLC 618.9072 2.9<br />
BUNZL 696.5 2.35<br />
HSBC HOLDINGS 679.3995 -5.23<br />
NEXT 1856 -1.01<br />
SAGE GROUP 237.1095 0.17<br />
WHITBREAD 1442.95 2.46<br />
BP 596 2.99<br />
ICAP PLC 328.5905 0.61<br />
OLD MUTUAL 113.4014 0.53<br />
SEGRO 323.1 1.38<br />
XSTRATA 1064.399 3.64<br />
BURBERRY GRP 637.5 1.92<br />
INTERCONT HOTEL 946 2.83<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
IBERDROLA 5.955 0.69<br />
IBERIA LIN AER 2.221 0.18<br />
IBR RENOVABLES 3.098 0.65<br />
INDRA SISTEMAS 14.805 -1.5<br />
INDITEX 44.31 2.31<br />
MAPFRE 2.665 0.76<br />
ARCELORMITTAL 28.225 1<br />
OBR HUARTE LAIN 16.54 1.72<br />
BK POPULAR 4.868 0.16<br />
RED ELECTR CORP 36.875 -0.23<br />
REPSOL YPF 16.84 1.23<br />
BCO DE SABADELL 3.569 0.48<br />
BANCO SANTANDER 9.658 1.14<br />
SACYR-VALLE 6.1 2.16<br />
TELEFONICA 17.47 1.3<br />
GEST TELECINCO 9.83 1.23<br />
TECNICAS REUN 41.81 1.23<br />
Título Última Var.<br />
Cot. CHF %<br />
SWISS LIFE HLDG 137.9 1.85<br />
SWISS REINSUR N 48.15 -0.27<br />
SWISSCOM N 371.8 0.73<br />
SYNGENTA N 284.1 2.19<br />
SYNTHES 129.5 1.09<br />
UBS AG N 14.98 1.15<br />
ZURICH FIN N 261.3 0.89<br />
ZURICH FIN N 261.3 0.89<br />
SYNGENTA N 284.1 2.19<br />
SYNTHES 129.5 1.09<br />
UBS AG N 14.98 1.15<br />
ZURICH FIN N 261.3 0.89<br />
ZURICH FIN N 261.3 0.89<br />
Alemanha - Dax<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
ADIDAS AG 38.1 4.7<br />
FRESENIUS SE VZ 53.53 3.64<br />
ALLIANZ SE 86.2 1.65<br />
HENKEL AG&CO VZ 38.61 2.05<br />
BASF SE 42.105 2.1<br />
INFINEON TECH N 4.08 1.82<br />
BAY MOT WERKE 30.445 2.22<br />
K+S AG 45.4 1.75<br />
BAYER N AG 50.51 3.78<br />
LINDE 84.48 2.16<br />
BEIERSDORF 46.055 2.29<br />
MAN SE 53.73 2.32<br />
COMMERZBANK 5.479 0.04<br />
MERCK KGAA 59.5 2.94<br />
DAIMLER AG N 31.345 2.23<br />
Itália - Mibtel<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
GENERALI ASS 16.64 -0.12<br />
MEDIASET 5.675 -0.61<br />
MEDIOBANCA 7.69 0.07<br />
MEDIOLANUM 0 0<br />
SAIPEM 24.48 0.12<br />
SNAM RETE GAS 3.5025 -0.21<br />
STMICROELEC.N.V 6.53 -0.15<br />
Holanda - AEX<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
ESTX 50 PR 2772.7 1.62<br />
AEX-Index 324.37 2.09<br />
AEGON 4.717 1.88<br />
AHOLD KON 9.14 1.56<br />
AIR FRANCE - KLM 9.811 0.04<br />
AKZO NOBEL 37.9 1.49<br />
ARCELORMITTAL 28.21 0.86<br />
ASML HOLDING 23.21 3.11<br />
BAM GROEP KON 5.814 -0.03<br />
BOSKALIS WESTMIN 24.365 3.09<br />
CORIO 45.795 0.78<br />
FUGRO 43.37 1.64<br />
França - CAC 40<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
ACCOR 38.35 3.24<br />
AIR LIQUIDE 88.97 1.44<br />
ALCATEL-LUCENT 2.308 3.5<br />
ALSTOM 47.855 1.83<br />
ARCELORMITTAL 28.21 0.86<br />
AXA 14.81 0.17<br />
BNP PARIBAS 54.3 2.2<br />
BOUYGUES 35.2 4.14<br />
CAP GEMINI 34.34 1.49<br />
CARREFOUR 35.12 3.64<br />
CREDIT AGRICOLE 11.05 1.19<br />
DANONE 43.355 0.94<br />
DEXIA 3.95 -0.55<br />
EADS 15.365 1.39<br />
EDF 37.01 0.54<br />
ESSILOR INTERNAT 45.21 2.07<br />
FRANCE TELECOM 17.36 0.78<br />
GDF SUEZ 27.17 0.74<br />
L OREAL 77.58 2.05<br />
L.V.M.H. 81.74 2.69<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
METRO AG 38.185 1.41<br />
DEUTSCHE BANK N 47.6 2.07<br />
MUENCH. RUECK N 114.55 0.79<br />
DEUTSCHE POST NA 12.08 1.13<br />
RWE AG 62.93 1.04<br />
DT BOERSE N 51.39 0.61<br />
SALZGITTER 66.01 1.85<br />
DT LUFTHANSA AG 11.1 1.28<br />
SAP AG 33.445 2.09<br />
DT TELEKOM N 9.573 1.3<br />
SIEMENS N 64.77 2.83<br />
E.ON AG NA 26.59 1.66<br />
THYSSEN KRUPP 23.535 1.23<br />
FRESENIUS MEDI 39.795 3.77<br />
VOLKSWAGEN VZ 60.3 0.84<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
UNICREDIT 1.855 -0.11<br />
TENARIS 15.75 -0.32<br />
TERNA 3.0625 0.08<br />
UBI BANCA 9.01 -1.85<br />
UNICREDIT 1.855 -0.11<br />
UNICREDIT 1.855 -0.11<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
HEINEKEN 37.065 2.76<br />
ING GROEP 6.95 5.86<br />
KONINKLIJKE DSM 31.195 1.73<br />
KPN KON 11.83 1.11<br />
PHILIPS KON 22.26 3.68<br />
R.DUTCH SHELL A 20.435 2.1<br />
RANDSTAD 31.365 2.02<br />
REED ELSEVIER 8.465 0.58<br />
SBM OFFSHORE 13.215 1.42<br />
TNT 19.26 1.32<br />
TOMTOM N.V. 5.778 0.68<br />
UNIBAIL RODAMCO 148.5 2.41<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
LAFARGE 48.085 0.96<br />
LAGARDERE S.C.A. 27.49 2.52<br />
MICHELIN 52.14 1.78<br />
PERNOD RICARD 56.98 2.98<br />
PEUGEOT 19.54 0.8<br />
PPR 86.04 2.08<br />
RENAULT 30.265 0.22<br />
SAINT-GOBAIN 35.075 1.61<br />
SANOFI-AVENTIS 54.82 2.05<br />
SCHNEIDER ELECTR 80.23 2.3<br />
SOCIETE GENERALE 41.275 2.17<br />
STMICROELECTRONI 6.528 2.64<br />
SUEZ ENV 16.3 0.77<br />
TECHNIP 53.08 1.49<br />
TOTAL 41.36 0.93<br />
UNIBAIL RODAMCO 148.5 2.41<br />
VALLOUREC 141.05 0.5<br />
VEOLIA ENVIRON 24.195 1.62<br />
VINCI 39.62 3.04<br />
VIVENDI 18.81 1.68<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 43<br />
BOLSAS INTERNACIONAIS<br />
Bélgica - Bel 20<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
ESTX 50 PR 2772.7 1.62<br />
BEL20 2543.41 1.13<br />
ACKERMANS V.HAAR 49.52 0.82<br />
BEKAERT 120 0.97<br />
BELGACOM 27.56 0.24<br />
COFINIMMO-SICAFI 98.63 -0.92<br />
COLRUYT 183.5 -0.03<br />
DELHAIZE GROUP 57.93 1.86<br />
DEXIA 3.95 -0.55<br />
FORTIS 2.557 1.67<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
GBL 64.17 -0.2<br />
GDF SUEZ 27.17 0.74<br />
AB INBEV 37.705 2.57<br />
KBC GROEP 33.62 1.23<br />
MOBISTAR 43.515 0.2<br />
NAT PORTEFEUIL D 36.81 0.38<br />
OMEGA PHARMA 36.755 1.65<br />
SOLVAY 71.15 1.31<br />
UCB 32.57 0.22<br />
Euronext - Euronext 100<br />
Título Última Var. Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
Cot. € %<br />
ACCOR 38.35 3.24<br />
ADP 58.2 0.34<br />
AEGON 4.717 1.88<br />
AHOLD KON 9.14 1.56<br />
AIR FRANCE - KLM 9.811 0.04<br />
AIR LIQUIDE 88.97 1.44<br />
AKZO NOBEL 37.9 1.49<br />
ALSTOM 47.855 1.83<br />
ALCATEL-LUCENT 2.308 3.5<br />
ASML HOLDING 23.21 3.11<br />
AXA 14.81 0.17<br />
BELGACOM 27.56 0.24<br />
B.COM.PORTUGUES 0.749 0.67<br />
B.ESPIRITO SANTO 3.66 0.03<br />
BNP PARIBAS 54.3 2.2<br />
BOUYGUES 35.2 4.14<br />
BRISA 6.042 2.67<br />
BUREAU VERITAS 37.755 1.41<br />
CREDIT AGRICOLE 11.05 1.19<br />
CAP GEMINI 34.34 1.49<br />
CARREFOUR 35.12 3.64<br />
CASINO GUICHARD 60.02 1.54<br />
CIMENTS FRANCAIS 64.7 0.7<br />
NATIXIS 3.59 -0.97<br />
CNP ASSURANCES 65.1 -1.15<br />
COLRUYT 183.5 -0.03<br />
CORIO 45.795 0.78<br />
DANONE 43.355 0.94<br />
DASSAULT SYSTEM 43.085 1.86<br />
DELHAIZE GROUP 57.93 1.86<br />
DEXIA 3.95 -0.55<br />
CHRISTIAN DIOR 73.89 2.68<br />
KONINKLIJKE DSM 31.195 1.73<br />
EADS 15.365 1.39<br />
EDF 37.01 0.54<br />
EDP 2.733 1.41<br />
EDP RENOVAVEIS 5.945 0.44<br />
REED ELSEVIER 8.465 0.58<br />
ERAMET 224.25 1.65<br />
ESSILOR INTERNAT 45.21 2.07<br />
EUTELSAT COMM. 24.865 1.95<br />
SODEXO 45 3.26<br />
FORTIS 2.557 1.67<br />
EIFFAGE 33.6 -1.75<br />
FRANCE TELECOM 17.36 0.78<br />
GALP ENERGIA 12.385 3.86<br />
GBL 64.17 -0.2<br />
GDF SUEZ 27.17 0.74<br />
HEINEKEN 37.065 2.76<br />
HERMES INTL 100.05 1.07<br />
Euronext - Next 150<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
BAM GROEP KON 5.814 -0.03<br />
DIETEREN 320 0.13<br />
SONAE 0.829 1.72<br />
BEFIMMO-SICAFI 58.5 -2.4<br />
IMPRESA SGPS 1.39 0<br />
PORTUCEL 1.866 1.41<br />
RHODIA 14.76 5.69<br />
VILMORIN & Cie 73.21 -0.91<br />
FAURECIA 12.785 0<br />
ARKEMA 25.62 3.14<br />
RALLYE 23.79 0.32<br />
VALEO 22.565 0.67<br />
NEXITY 27.46 1.84<br />
NUTRECO 44.825 3.02<br />
ORPEA 31.06 2.19<br />
HAVAS 3.072 2.2<br />
IMTECH 23.125 3.12<br />
EUROCOMMERCIAL 28.175 0.48<br />
BULL 3.39 0.59<br />
SMIT INTERNA 62.25 0<br />
ARCADIS 16.91 4.06<br />
TOMTOM N.V. 5.778 0.68<br />
HEIJMANS 12.37 1.19<br />
CSM 19.76 1.31<br />
LOGICA 1.325 -0.38<br />
ALTEN 20.13 1.03<br />
MANITOU BF 9.205 0.15<br />
MARTIFER 2.93 -0.68<br />
MAUREL ET PROM 11.28 3.87<br />
AALBERTS INDUSTR 10.35 1.37<br />
ACKERMANS V.HAAR 49.52 0.82<br />
AGFA-GEVAERT 6.66 2.94<br />
ALTRI SGPS SA 4.29 2.88<br />
APRIL GROUP 23.53 1.42<br />
ASM INTERNATIONA 17.72 2.72<br />
ATOS ORIGIN 34.57 1.01<br />
BARCO 28.86 -0.93<br />
BANCO BPI SA 1.93 -0.41<br />
BEKAERT 120 0.97<br />
BIC 52.91 1.75<br />
BINCKBANK 13.26 0.61<br />
BIOMERIEUX 81.66 1.62<br />
BANIF-SGPS 1.14 0<br />
BONDUELLE 81.8 0.62<br />
BOSKALIS WESTMIN 24.365 3.09<br />
WESSANEN KON 2.904 4.12<br />
CARBONE-LORRAINE 24.195 1.79<br />
SECHE ENVIRONNEM 54.05 1.41<br />
AREVA CI 347.1 1.68<br />
C F E 35.8 0.99<br />
BENETEAU 12.21 0.87<br />
CMB 22.1 0.14<br />
CLUB MEDITERRANE 11.995 4.26<br />
COFINIMMO-SICAFI 98.63 -0.92<br />
CIMPOR SGPS 5.4 -0.5<br />
CRUCELL 14.23 1.28<br />
DERICHEBOURG 2.884 -0.48<br />
DRAKA HOLDING 11.95 -1.44<br />
EDF ENERG NOUV 38.05 0.74<br />
EULER HERMES 52.21 -0.31<br />
EURONAV 14.82 -0.6<br />
EUROFINS SCIENT 32.62 2.58<br />
EURAZEO 47 0.78<br />
EVS BROADC.EQUIP 39.5 0.41<br />
EXACT HOLDING 18.435 1.35<br />
FAIVELEY 60.94 0.89<br />
FONC DES REGIONS 73.47 0.33<br />
FUGRO 43.37 1.64<br />
STALLERGENES 58.73 -0.27<br />
CGG VERITAS 18.5 4.88<br />
GROUP EUROTUNNEL 7.444 -0.2<br />
LISI 36.9 1.1<br />
GIMV 36.7 0.14<br />
GL EVENTS 16.69 0.91<br />
BOURBON 25.475 2.68<br />
ICADE 74.18 0.71<br />
ILIAD 77.93 0.18<br />
IMERYS 38.2 0.82<br />
ING GROEP 6.95 5.86<br />
ARCELORMITTAL 28.21 0.86<br />
JC DECAUX SA 18.9 3.11<br />
KBC GROEP 33.62 1.23<br />
KPN KON 11.83 1.11<br />
LAFARGE 48.085 0.96<br />
LAGARDERE S.C.A. 27.49 2.52<br />
LEGRAND 23.91 3.98<br />
KLEPIERRE 27.65 1.1<br />
L.V.M.H. 81.74 2.69<br />
MICHELIN 52.14 1.78<br />
MOBISTAR 43.515 0.2<br />
L OREAL 77.58 2.05<br />
PAGES JAUNES 8.47 2.93<br />
PERNOD RICARD 56.98 2.98<br />
PEUGEOT 19.54 0.8<br />
PHILIPS KON 22.26 3.68<br />
PPR 86.04 2.08<br />
PORTUGAL TELECOM 7.826 1.24<br />
PUBLICIS GROUPE 29.81 2.9<br />
RANDSTAD 31.365 2.02<br />
R.DUTCH SHELL A 20.435 2.1<br />
RENAULT 30.265 0.22<br />
SAFRAN 17.315 0.2<br />
SANOFI-AVENTIS 54.82 2.05<br />
SCHNEIDER ELECTR 80.23 2.3<br />
SCOR SE 18.09 0.81<br />
SES 18.34 3.06<br />
SUEZ ENV 16.3 0.77<br />
VINCI 39.62 3.04<br />
SAINT-GOBAIN 35.075 1.61<br />
SOCIETE GENERALE 41.275 2.17<br />
SOLVAY 71.15 1.31<br />
STMICROELECTRONI 6.528 2.64<br />
THALES 29.19 -0.53<br />
TECHNIP 53.08 1.49<br />
TF1 12 1.91<br />
TNT 19.26 1.32<br />
TOTAL 41.36 0.93<br />
UCB 32.57 0.22<br />
UNIBAIL RODAMCO 148.5 2.41<br />
UNILEVER CERT 22.45 1.58<br />
VEOLIA ENVIRON 24.195 1.62<br />
VIVENDI 18.81 1.68<br />
VALLOUREC 141.05 0.5<br />
WOLTERS KLUWER 15.09 1.93<br />
WOLTERS KLUWER 15.09 1.93<br />
Título Última Var.<br />
Cot. € %<br />
GRONTMIJ 16.475 0.58<br />
GEMALTO 30.32 0.71<br />
GUYENNE GASCOGNE 65.48 3.59<br />
INGENICO 17.605 0.6<br />
IPSEN 37.37 0.21<br />
IPSOS 26.19 2.71<br />
J MARTINS SGPS 7.26 3.01<br />
KARDAN NV 4.455 -0.11<br />
MEETIC 21.78 1.3<br />
NEOPOST 60.8 2.06<br />
MERCIALYS 26.33 0<br />
M6-METROPOLE TV 18.34 0.94<br />
MOTA ENGIL 3.22 2.12<br />
WENDEL 42.465 3.23<br />
NICOX 5.1 -1.37<br />
NEXANS 54.04 4.22<br />
NIEUWE STEEN INV 14.5 -2.03<br />
TEN CATE KON 18.85 -2.08<br />
NYRSTAR (D) 10.06 5.89<br />
OCE 8.415 -1.79<br />
OMEGA PHARMA 36.755 1.65<br />
MEDIQ 12.76 1.63<br />
PROLOGIS EUR PRP 4.81 -3.51<br />
PIERRE &VACANCES 51.5 3.17<br />
HAULOTTE GROUP 6.15 3.36<br />
REMY COINTREAU 35.18 0.51<br />
REN 2.99 1.36<br />
RHJ INTERN. 6.1 0.49<br />
TELEPERFORMANCE 24.075 2.84<br />
RUBIS 59.06 1.53<br />
REXEL 9.535 0.37<br />
SAFT 27.21 1.3<br />
SBM OFFSHORE 13.215 1.42<br />
SEB 47.965 1.56<br />
SECHILIENNE SIDE 23.05 2.9<br />
SEMAPA 7.327 3.65<br />
SILIC 83.94 -0.66<br />
SELOGER.COM 25.4 -0.94<br />
SLIGRO FOOD GP 23.58 0.3<br />
SONAECOM SGPS 1.6 0.63<br />
SOITEC 9.75 1.04<br />
SONAE INDUSTRIA 2.244 2.42<br />
SOPRA GROUP 52.8 0.57<br />
SPERIAN PROTEC 48.6 2.64<br />
SNS REAAL 3.77 0.86<br />
TEIXEIRA DUARTE 0.823 -1.67<br />
GROUPE STERIA 21.045 1.96<br />
TESSENDERLO 21.92 0.37<br />
TECHNICOLOR 0.98 0.82<br />
TELENET GRP HLDG 21.8 -0.23<br />
TRANSGENE 21.52 2.09<br />
TKH GROUP NV 13.81 2.3<br />
UBISOFT ENTERT. 8.801 -1.93<br />
UMICORE 22.62 2.77<br />
USG PEOPLE N.V. 12.3 3.32<br />
VASTNED RETAIL 46.51 -0.3<br />
VIRBAC 73.99 0.76<br />
VOPAK 55.44 2.65<br />
SEQUANA 7.1 0.64<br />
WAVIN NV 1.386 -2.39<br />
WDP-SICAFI 33.15 0.27<br />
WERELDHAVE 66.76 0.95<br />
ZODIAC AEROSPACE 34.21 2.24<br />
ZON MULTIMEDIA 3.75 0.56<br />
AMG 7.916 0.33<br />
PLASTIC OMNIUM 23.48 3.44<br />
BETER BED 18.66 1.41<br />
ACCELL GROUP 36.445 2.14<br />
BRUNEL INTERNAT 28.29 0.35<br />
E.SANTO FINANCIA 15 0<br />
SIPEF 44.72 9.07<br />
THROMBOGENICS 15.76 2.67<br />
UNIT 4 AGRESSO 17.58 -0.03<br />
ALTRAN TECHN. 3.481 1.31<br />
AREVA CI 347.1 1.68
44 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
FUNDOS DE INVESTIMENTO NACIONAIS<br />
BANIF EURO-TESOURARIA 7.2803 7.2803 Z<br />
BANIF PPA 5.9131 5.997 L<br />
BANIF EURO OBRIGAÇÕES TAXA FIXA 6.7702 6.7841 S<br />
BANIF ACÇÕES PORTUGAL 4.5371 4.6003 A<br />
BANIF EURO ACÇÕES 1.7771 1.8061 P<br />
BANIF EURO OBRIGAÇÕES TAXA VAR 4.3765 4.3785 U<br />
BANIF IMOPREDIAL 7.3825 7.382<br />
BANIF GESTÃO PATRIMONIAL 3.7394 3.733 J<br />
BANIF GESTÃO ACTIVA 3.2521 3.2392 J<br />
BANIF EUROPA DE LESTE 3.8822 3.896 F.Fundos<br />
BANIF AMÉRICA LATINA 4.3375 4.3306<br />
BANIF ÁSIA 3.9829 3.9746<br />
BANIF PROPERTY 1004.164 1004.006<br />
www.montepio.pt<br />
Informações 808 20 26 26<br />
Montepio Gestão de Activos Financeiros<br />
Montepio Accoes 97.572 97.8212 -<br />
Montepio Accoes Europa 33.2128 33.3124 -<br />
Montepio Euro Telcos 49.2111 49.3619 -<br />
Montepio Euro Utilities 60.9627 61.467 -<br />
Montepio Monetario 66.8797 66.8775 -<br />
Montepio Obrigacoes 83.9763 83.9342 -<br />
Montepio Taxa Fixa 68.4009 68.3813 -<br />
Montepio Tesouraria 87.4849 87.4833 -<br />
Multi Gestao Mercados Emergentes 43.0819 43.8068 -<br />
Multi Gestao Equilibrada 42.9004 43.2276 -<br />
Multi Gestao Dinamica 28.6126 28.9484 -<br />
Multi Gestao Prudente 49.0147 49.2098 -<br />
imorendimento@imorendimento.pt Telef: 226 07 56 60<br />
Imorendimento II - FIIF 6,1729<br />
Gestimo - FIIF 8,6223<br />
Continental Retail - FIIF 5,0979<br />
Multipark - FIIF 4,4044<br />
Prime Value - FEIIF 5,9096<br />
Natura - FIIF 5,0475<br />
Historic Lodges - FIIF 4,927<br />
Fundos de investimento<br />
Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />
valor € ant. €<br />
BARCLAYS GLOBAL CONSERVADOR 7.8888 7.9116 F.Fundos<br />
BARCLAYS GLOBAL MODERADO 10.9426 11.0084 J<br />
BARCLAYS FPR/E RENDIMENTO 12.2135 12.1862 X<br />
BARCLAYS PREMIER TESOURARIA 9.9367 9.9358 Z<br />
BARCLAYS FPR/E 13.1026 13.1155 X<br />
BARCLAYS PREMIER OBRG EURO 10.4887 10.4343 S<br />
BARCLAYS PREMIER ACÇÕES PORTUG 11.6288 11.8519 A<br />
BARCLAYS FPA 14.9303 15.2231 L<br />
BARCLAYS GLOBAL ACÇÕES 10.2892 10.4265 F.Fundos<br />
BARCLAYS GESTÃO DINÂMICA 100 - 4.9585 4.9591 F.Fundos<br />
BARCLAYS GESTÃO DINÂMICA 300 - 5.0834 5.0839 F.Fundos<br />
BARCLAYS GLOBAL DEFENSIVO 10.483 10.468 F.Fundos<br />
MILLENNIUM ACÇÕES AMERICA 2.3853 2.3765<br />
MILLENNIUM ACÇÕES JAPÃO 2.4658 2.4462<br />
MILLENNIUM AFORRO PPR 5.5638 5.5689<br />
MILLENNIUM DISPONIVEL 49.2617 49.2657<br />
MILLENNIUM EURO TAXA FIXA 11.4063 11.4204<br />
MILLENNIUM EUROCARTEIRA 9.1593 9.2963<br />
MILLENNIUM EUROFINANCEIRAS 2.8601 2.9044<br />
MILLENNIUM EUROPDUP OPORT - FEI 5.2288 5.2293<br />
MILLENNIUM EXTRATESO 5512.5732 5512.373<br />
MILLENNIUM EXTRATESO II 5470.2178 5470.0659<br />
MILLENNIUM GESTÃO DINAMICA 43.8808 43.9699<br />
MILLENNIUM GLOBAL UTILITIES 5.2896 5.3136<br />
MILLENNIUM INVEST PPR ACES 4.8587 4.8823<br />
MILLENNIUM MERCADOS EMERGENTES 7.855 7.8915<br />
MILLENNIUM MONETSEMES 5299.606 5299.4771<br />
MILLENNIUM OBRIGAÇÕES 5.3347 5.3344<br />
MILLENNIUM OBRIGAÇÕES EUROPA 4.9929 4.9883<br />
MILLENNIUM OBRIGAÇÕES MUNDAIS 10.7019 10.7022<br />
MILLENNIUM POUPANA PPR 6.1105 6.1349<br />
MILLENNIUM PPA 23.468 23.8565<br />
MILLENNIUM PREMIUM 5.0488 5.0485<br />
MILLENNIUM PRESTIGE CONSERVADO 7.2274 7.2358<br />
MILLENNIUM PRESTIGE MODERADO 6.8522 6.8733<br />
MILLENNIUM PRESTIGE VALORIZADO 6.9304 6.9656<br />
MILLENNIUM RENDIMENTO MENSAL 3.7719 3.7717<br />
POPULAR VALOR 3.056 3.0586 B<br />
POPULAR PPA 5.0879 5.1085 L<br />
POPULAR GLOBAL 25 5.1425 5.1474 J<br />
POPULAR GLOBAL 50 4.0763 4.0899 J<br />
POPULAR GLOBAL 75 3.2334 3.2515 J<br />
POPULAR ACÇÕES 2.9268 2.9319 P<br />
POPULAR EURO TAXA FIXA 6.3859 6.3828 S<br />
POPULAR TESOURARIA 5.4232 5.4228 Z<br />
POPULAR IMOBILIÁRIO 5.6932 5.6925 F.Fundos<br />
POPULAR PREDIFUNDO 11.4317 11.4308 F.Fundos<br />
ALVES RIBEIRO - MÉDIAS EMPRESAS 63.1707 62.3305<br />
ALVES RIBEIRO - FPR/E 7.4594 7.4236<br />
BBVA BOLSA EURO 2.3305 2.3769<br />
BBVA CASH 9.1899 9.1904<br />
BBVA EUROPA MXIMO 5.0706 5.0708<br />
BBVA GEST FLEX TODO-0-TERRENO 5.1804 5.2152<br />
BBVA IMOBILIARIO 6.1336 6.1535<br />
BBVA OBRIGAÇÕES 4.9977 4.9974<br />
BBVA OBRIGAÇÕES GOVERNOS 5.0356 5.0326<br />
BBVA PPA INDICE PSI20 5.5452 5.6707<br />
FUNDO CAPIT GAR EUR CONS BBVA 5.3334 5.3324<br />
Fundos de investimento<br />
Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />
valor € ant. €<br />
FUNDO GARANT BBVA 100 IBEX PROS 5.6305 5.6345<br />
FUNDO GARANT BBVA RANKING PLUS 6.0482 6.0427<br />
FUNDO GARANT TOPDIVID BBVA 5.6121 5.6112<br />
FUNDO GARANT TOPDIVID II BBVA 5.305 5.3038<br />
BPI BRASIL 9.1248 9.0904<br />
BPI CAP CI AGRESSIVO 0 0<br />
BPI CAP CI CONSERVADOR 0 0<br />
BPI CAP CI EQUILIBRADO 0 0<br />
BPI CAP CI ULTRACONSERVADOR 0 0<br />
BPI EURO TAXA FIXA 12.6571 12.6662<br />
BPI EUROPA CRESCIMENTO 10.3862 10.5798<br />
BPI EUROPA VALOR 16.1841 16.4412<br />
BPI GLOBAL 5.8305 5.8431<br />
BPI LIQUIDEZ 6.9495 6.9491<br />
BPI OBRIGAÇÕES A.R.A.R 7.5444 7.5551<br />
BPI PERPETUAS FEI 5.6447 5.6553<br />
BPI PORTUGAL 13.107 13.3198<br />
BPI POUPANCA ACÇÕES 14.2126 14.4444<br />
BPI REESTRUCTURAÇÕES 6.7196 6.7276<br />
BPI REFORMA ACÇÕES PPR 6.619 6.6207<br />
BPI REFORMA INVEST PPR 13.1054 13.1128<br />
BPI REFORMA SEGURA PPR 12.667 12.6727<br />
BPI SELECO 4.4059 4.4303<br />
BPI TAXA VARIAVEL 6.4044 6.4043<br />
BPI TAXA VARIAVEL PPR 5.6884 5.6888<br />
BPI TECNOLOGIAS 1.012 1.0108<br />
BPI TESOURARIA 7.1609 7.1609<br />
BPI UNIVERSAL 6.2784 6.2782<br />
BPN ACÇÕES PORTUGAL 4.1496 4.2043<br />
BPN ACÇÕES GLOBAL 4.8222 4.8936<br />
BPN CONSERVADOR 4.3929 4.3906<br />
BPN DIVERSIFICAÇÃO 3.696 3.698<br />
BPN OPTIMIZADO 5.4349 5.4619<br />
BPN TAXA FIXA EURO 5.924 5.9211<br />
BPN TESOURARIA 5.5014 5.4984<br />
BPN VALORIZAÇÃO 5.474 5.5315<br />
BPN IMONEGOCIOS 5.6875 5.6871 BPN IMOFUNDOS<br />
BPN REAL ESTATE 452.3239 452.0126 BPN IMOFUNDOS<br />
BPN IMOGLOBAL 476.8443 400.1469 BPN IMOFUNDOS<br />
BPN IMOMARINAS 106.7527 106.8016 BPN IMOFUNDOS<br />
EUROREAL 212.5192 212.1257 BPN IMOFUNDOS<br />
CAIXAGEST CURTO 9.3405 9.3414<br />
CAIXAGEST RENDIM 3.6386 3.6378<br />
CAIXAGEST TESOUR 9.9697 9.9712<br />
CAIXAGEST ACCOES EUROPA 6.8517 6.9878<br />
CAIXAGEST ACCOES PORTUGAL 13.038 13.2424<br />
CAIXAGEST OBRIGACOES EURO 9.6703 9.6796<br />
CAIXAGEST RENDA MENSAL 3.8808 3.8817<br />
CAIXAGEST ACCOES EUA 2.8513 2.8788<br />
CAIXAGEST ACCOES ORIENTE 5.5267 5.5779<br />
CAIXAGEST MOEDA 6.9359 6.9366<br />
CAIXAGEST ESTRATEGIA EQUILIBRADA 5.7223 5.7315<br />
CAIXAGEST PPA 12.2479 12.4412<br />
CAIXAGEST OPTIMIZER 5.6243 6.0028<br />
CAIXAGEST MAXI SELECCAO 5.1689 5.1673<br />
CAIXAGEST MAXIPREM 2010 6.4474 6.4457<br />
POSTAL ACCOES 8.3795 8.5401<br />
POSTAL CAPITALIZ 13.3242 13.3228<br />
POSTAL TESOURARI 9.7449 9.7441<br />
RAIZ CONSERVADOR 5.3415 5.3441<br />
RAIZ EUROPA 3.506 3.5685<br />
RAIZ GLOBAL 4.6868 4.7024<br />
RAIZ POUPANCA ACÇÕES 18.4902 18.7633<br />
RAIZ RENDIMENTO 6.1954 6.1952<br />
RAIZ TESOURARIA 7.6962 7.6962<br />
RAIZ TOP CAPITAL 10.0231 10.0243<br />
RAIZ VALOR ACUMULADO 10.1724 10.1697<br />
FINIPREDIAL 8.9048 8.9032<br />
FINICAPITAL 5.5187 5.5515<br />
FINIRENDIMENTO 5.0733 5.0734<br />
FINIGLOBAL 6.1725 6.1855<br />
FINIBOND - MARCADOS EMERGENTES 11.7612 11.7624<br />
FINIFUNDO - ACÇÕES INTERNACIONAL 3.2075 3.2242<br />
PPA FINIBANCO 8.0256 8.0663<br />
ES ABS OPPORTUNITY 90.36 90.21<br />
ES ACÇÕES AMERICA 6.6851 6.7793<br />
ES ACÇÕES EUROPA 9.6141 9.7784<br />
ES ACÇÕES GLOBAL 5.6597 5.7318<br />
ES AFRICA 4.2714 4.2794<br />
ES ALPHA 3 5.0374 5.047<br />
ES AMERICAN GROWTH 120.02 120.07<br />
ES ARRENDAMENTO 1000.239 1000.771<br />
ES BRASIL 5.1215 5.1896<br />
ES CAPITALIZAÇÃO 9.0054 9.0017<br />
ES CAPITALIZAÇÃO DINAMICA 4.5053 4.4989<br />
ES EMERGING MARKETS 119.14 119.35<br />
ES ESTRATEGIA ACTIVA 5.127 5.144<br />
ES ESTRATEGIA ACTIVA II 4.6145 4.6284<br />
ES EURO BOND 1066.96 1065.3101<br />
ES EUROPEAN EQUITY 73.26 74.49<br />
ES EUROPEAN RESPEQ FUND 12.4401 12.6037<br />
ES GLOBAL BOND 163.78 163.45<br />
ES GLOBAL ENHANCED 601.08 600.69<br />
ES GLOBAL EQUITY 77.9 77.89<br />
ES MERCADOS EMERGENTES 6.3791 6.4342<br />
ES MOMENTUM 3.6381 3.6714<br />
ES MONETARIO 6.807 6.8065<br />
ES OBRIGAÇÕES EUROPA 11.4097 11.3969<br />
ES OBRIGAÇÕES GLOBAL 10.2274 10.2186<br />
ES PORTUGAL ACÇÕES 6.056 6.149<br />
ES PPA 14.3243 14.5384<br />
ES PPR 14.9253 14.9499<br />
ES RECONVERSÃO URBANA 999.2037 999.6536<br />
ES RECONVERSÃO URBANA II 1001.98 1002.816<br />
ES REND FIXO FEI 5.0412 5.0412<br />
ES REND FIXO II FEI 5.0343 5.0343<br />
ES SHORT BOND EURO DIS 522.68 522.86<br />
ESPIRITO SANTO ALTA VISTA 910.654 911.9289<br />
ESPIRITO SANTO LOGISTICA 5.0189 5<br />
ESPIRITO SANTO PLANO CRESCIMENTO 5.4022 5.4022<br />
ESPIRITO SANTO PLANO DINAMICO 3.9807 4.0008<br />
ESPIRITO SANTO PLANO PRUDENTE 5.4581 5.4559<br />
ESPIRITO SANTO RENDIMENTO 5.3394 5.3371<br />
ESPIRITO SANTO EST ACES 5.2816 5.2795<br />
ESPIRITO SANTO PREMIUM 5.2517 5.2719<br />
ESPIRITO SANTO REND DINAMICO 6.5203 6.5863<br />
ESPIRITO SANTO REND PLUS 5.4493 5.443<br />
Seguros de Investimento<br />
Seguro Gestora Valor patrimonial 01/03/10<br />
VICTORIA INVEST VICTORIA - SEGUROS DE VIDA 126,27903<br />
VICTORIA REFORMA VALOR VICTORIA - SEGUROS DE VIDA 96,26533<br />
ACÇÕES DINÂMICO EUROVIDA 50,1957<br />
IMOBILIÁRIO EUROVIDA 79,2324<br />
INTERNACIONAL ACÇÕES EUROVIDA 51,3562<br />
POUPANÇA EUROVIDA 82,0362<br />
PPR ACTIVO EUROVIDA 78,607<br />
PPR ACTIVO ACÇÕES EUROVIDA 61,3096<br />
PPR AFORRO EUROVIDA 53,3796<br />
PPR GARANTIA EUROVIDA 66,9269<br />
PPR SEGURANÇA EUROVIDA 77,8884<br />
PPR 25% (2012) EUROVIDA 59,7392<br />
PPR/E VALOR REAL EUROVIDA 80,7237<br />
PPR/E 4,50% (2008) EUROVIDA 66,1099<br />
PPR/E 61% EUROVIDA 76,0412<br />
SELECÇÃO EUROVIDA 74,4713<br />
Fundos PPR/PPE<br />
Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />
valor € ant. €<br />
PPR BBVA 10,2429 10,2447 BBVA FUNDOS<br />
BBVA SOLIDEZ PPR 5,5051 5,5012 BBVA FUNDOS<br />
BBVA PROTECÇÃO 2015 5,4178 5,4161 BBVA FUNDOS<br />
BBVA PROTECÇÃO 2020 5,1097 5,1045 BBVA FUNDOS<br />
PPR/E -PATRIM.REFORMA PRUDENTE 1,3442 1,3441 S.G.F.<br />
PPR-PATRIM.REFORMA CONSERVADOR 6,5894 6,5908 S.G.F.<br />
PPR/E -PATRIM.REFORMA EQUILIBR 6,1598 6,1581 S.G.F.<br />
PPR/E -PATRIM.REFORMA ACÇÕES 5,3395 5,3374 S.G.F.<br />
F.P. SGF - EMPRESAS 9,3618 9,3613 S.G.F.<br />
SGF EMPRESAS PRUDENTE 5,6554 5,6567 S.G.F.<br />
F.P. PPR ACÇÕES DINÂMICO 5,1783 5,1796 S.G.F.<br />
F.P. PPR GARANTIDO 5,479 5,4801 S.G.F.<br />
PPR VINTAGE 9,5701 9,5672 ESAF-ESFP<br />
MULTIREFORMA 9,7728 9,7711 ESAF-ESFP<br />
F.P. ESAF - PPA 7,2537 7,2564 ESAF-ESFP<br />
MULTIREFORMA PLUS 5,5125 5,5077 ESAF-ESFP<br />
MULTIREFORMA ACÇÕES 5,9283 5,9027 ESAF-ESFP<br />
ES-MULTIREFORMA CAPITAL GARANT 5,133 5,134 ESAF-ESFP<br />
REFORMA EMPRESA 8,8397 9,2186 SANTANDER PENSÕES<br />
PPA VALORIS 8,2104 8,1874 AXA PORTUGAL<br />
MAXIMUS ACTIVUS 4,2528 4,2482 AXA PORTUGAL<br />
MAXIMUS MÉDIUS 4,7495 4,7303 AXA PORTUGAL<br />
MAXIMUS STABILIS 6,261 6,2679 AXA PORTUGAL<br />
PPR/E EUROPA 8,4804 8,4762 PENSÕESGERE<br />
VANGUARDA PPR 6,6417 6,6421 PENSÕESGERE<br />
HORIZONTE VALORIZAÇÃO 10,1745 10,1698 PENSÕESGERE<br />
PPR BNU/VANGUARDA 14,1631 14,1716 PENSÕESGERE<br />
PRAEMIUM "S" 14,2043 14,2069 PENSÕESGERE<br />
PRAEMIUM "V" 16,8857 16,8845 PENSÕESGERE<br />
HORIZONTE VALORIZAÇÃO MAIS 8,2053 8,1997 PENSÕESGERE<br />
HORIZONTE SEGURANÇA 8,7259 8,7311 PENSÕESGERE<br />
TURISMO PENSÕES 6,4021 6,8993 PENSÕESGERE<br />
CAIXA REFORMA ACTIVA 11,3546 11,3844 CGD PENSÕES<br />
CAIXA REFORMA VALOR 4,9153 4,9091 CGD PENSÕES<br />
REFORMA + 6,6624 6,2713 ALLIANZ-SGFP, SA<br />
Rentabilidades<br />
Fundos do mercado monetário euro<br />
Ult 12 meses<br />
rend. anualizada<br />
Classe<br />
de risco<br />
Valor da UP **<br />
(Euro)<br />
F.I.M. Caixagest Liquidez * 4,9999<br />
F.I.M. CA Monetário 0,99 * 5,1034<br />
F.I.M. Montepio Monetário 0,43 1 66,8736<br />
Fundos de tesouraria Euro<br />
F.I.M. Banif Euro Tesouraria 3,61 1 7,2759<br />
F.I.M. Barclays Tesouraria Plus 3,42 * 5,2535<br />
F.I.M. BBVA Cash 3,63 2 9,1886<br />
F.I.M. BPI Liquidez 1,95 1 6,9424<br />
F.I.M. BPI Tesouraria<br />
F.I.M. BPN Tesouraria<br />
1,28<br />
5,94<br />
1<br />
2<br />
7,1577<br />
5,4936<br />
F.I.M. Caixagest Curto Prazo -2,25 2 9,3290<br />
F.I.M. Caixagest Moeda -0,04 1 6,9305<br />
F.I.M. Caixagest Tesouraria -2,09 2 9,9607<br />
F.I.M. Postal Tesouraria 1,55 1 9,7371<br />
F.I.M. Raiz Tesouraria<br />
F.I.M. Millennium Disponível<br />
0,70 1<br />
*<br />
7,6960<br />
49,2470<br />
F.I.M. MNF Euro Tesouraria 4,19 * 5,3144<br />
F.I.M. Montepio Tesouraria 1,59 1 87,4653<br />
F.I.M. Popular Tesouraria 1,49 1 5,4208<br />
F.I.M. Santander MultiTesouraria 1,72 1 10,8418<br />
Fundos de obrigações taxa indexada euro<br />
Rend. anualizada Risco Classe<br />
Últimos<br />
12 meses<br />
Últimos<br />
24 meses<br />
últimos<br />
2 anos<br />
de<br />
risco<br />
F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Variável 11,66 -6,11 5,24 3<br />
F.I.M. Barclays Obrigações Taxa Variável Euro* 5,80 *<br />
F.I.M. BPI Taxa Variável 8,64 -8,23 6,18 3<br />
F.I.M. BPN Conservador 21,02 -15,81 12,31 4<br />
F.I.M. Caixagest Obrigações Mais<br />
F.I.M. Caixagest Renda Mensal<br />
14,47<br />
2,18<br />
-0,09<br />
-7,64<br />
3,88<br />
4,02<br />
2<br />
2<br />
F.I.M. Caixagest Rendimento -5,41 -10,32 4,80 2<br />
F.I.M. Postal Capitalização 8,01 -1,14 3,30 2<br />
F.I.M. Raiz Rendimento 2,67 1,52 0,47 1<br />
F.I.M. Esp. Santo Capitalização -5,42 -2,82 2,37 2<br />
F.I.M. Esp. Santo Capitalização Dinâmica<br />
F.I.M. Esp. Santo Renda Mensal*<br />
-15,42<br />
-3,01<br />
-8,16<br />
-1,30<br />
4,49<br />
1,94<br />
2<br />
1<br />
F.I.M. Finirendimento 5,61 1,94 1,62 2<br />
F.I.M. Millennium Obrigações 1,38 -10,22 6,63 3<br />
F.I.M. Millennium Obrigações Mundiais -3,98 -11,97 7,75 3<br />
F.I.M. Millennium Premium 4,97 -1,54 5,07 2<br />
F.I.M. Millennium Rendimento Mensal<br />
F.I.M. Montepio Obrigações<br />
6,75<br />
16,08<br />
-7,53<br />
0,96<br />
6,46<br />
5,04<br />
3<br />
2<br />
F.I.M. Santander MultiCrédito* 2,98 -1,04 2,56 2<br />
F.I.M. Santander MultiObrigações* 1,83 -5,98 4,48 2<br />
* - O Fundo Barclays Obrigações Taxa Variável Euro incorporou por fusão o Fundo Barclays Renda Mensal<br />
* - O Fundo Esp. Santo Renda Mensal incorporou por fusão o Fundo Esp. Santo Renda Trimestral<br />
* - O Fundo Santander MultiCurto Prazo passou a designar-se por Santander MultiCrédito<br />
* - O Fundo Santander MultiObrigações incorporou por fusão o Fundo Santander Multibond Premium<br />
Fundos de obrigações taxa fixa euro<br />
F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Fixa 4,54 4,32 4,79 2<br />
F.I.M. Barclays Premier Obrig. Euro 7,31 6,42 5,08 3<br />
F.I.M. BPI Euro Taxa Fixa 1,14 4,48 5,48 3<br />
F.I.M. BPN Taxa Fixa Euro 3,71 4,29 5,03 3<br />
F.I.M. Caixagest Obrigações Euro 2,49 3,38 4,94 3<br />
F.I.M. Esp. Santo Obrigações Europa 5,11 6,95 5,39 3<br />
F.I.M. Finifundo Taxa Fixa Euro 7,04 5,46 4,14 2<br />
F.I.M. Millennium Euro Taxa Fixa 5,12 4,17 5,14 3<br />
F.I.M. Millennium Obrigações Europa 24,39 -6,13 10,09 4<br />
F.I.M. Montepio Taxa Fixa 2,02 3,63 3,29 2<br />
F.I.M. Santander Multi Taxa Fixa 6,90 6,82 3,92 2<br />
Fundos de obrigações taxa fixa Intern.<br />
F.I.M. BPI Obrigações A.R.A.R. 33,59 2,96 8,55 3<br />
F.I.M. Esp. Santo Obrig. Global 0,76 4,90 6,03 3<br />
Fundos de acções nacionais<br />
F.I.M. Banif Acções Portugal 30,89 -16,38 30,07 6<br />
F.I.M. Barclays Premier Acc. Portugal 35,64 -15,34 28,77 6<br />
F.I.M. BPI Portugal 29,27 -10,99 25,84 6<br />
F.I.M. Caixagest Accões Portugal 27,02 -20,22 25,44 6<br />
F.I.M. Esp. Santo Portugal Accões 34,22 -10,09 27,93 6<br />
F.I.M. Millennium Acções Portugal 27,17 -14,37 24,92 6<br />
F.I.M. Santander Accões Portugal 37,02 -12,33 28,67 6<br />
Fundos de acções da UE, Suíça e Noruega<br />
F.I.M. Banif Euro Acções 30,07 -18,93 36,87 6<br />
F.I.M. BBVA Bolsa Euro 36,88 -11,00 33,25 6<br />
F.I.M. BPI Euro Grandes Capitalizações* 27,85 -10,00 29,18 6<br />
F.I.M. BPI Europa Valor 32,58 -14,83 33,74 6<br />
F.I.M. BPN Acções Europa 38,13 -6,65 29,23 6<br />
F.I.M. Caixagest Acções Europa 27,99 -16,62 29,76 6<br />
F.I.M. Postal Acções 28,49 -16,84 29,11 6<br />
F.I.M. Raiz Europa 28,52 -8,37 27,87 6<br />
F.I.M. Esp. Santo Accões Europa 36,84 -9,90 28,47 6<br />
F.I.M. Finicapital 22,18 -16,07 26,31 6<br />
F.I.M. Millennium Eurocarteira 42,54 -13,88 32,56 6<br />
F.I.M. Montepio Acções 33,92 -12,38 28,04 6<br />
F.I.M. Montepio Acções Europa 34,32 -11,61 31,83 6<br />
F.I.M. Popular Acções 32,27 -12,72 31,36 6<br />
F.I.M. Santander Accões Europa 44,26 -13,42 35,17 6<br />
*-OFundo BPI Europa Crescimento passou a designar-se por BPI Euro Grandes Capitalizações<br />
Fundos de acções da América do Norte<br />
F.I.M. BPI América 29,12 -6,59 28,46 6<br />
F.I.M. Caixagest Acções EUA 27,69 -5,03 31,42 6<br />
F.I.M. Esp. Santo Acções América 37,64 -10,28 31,66 6<br />
F.I.M. Millennium Acções América 38,40 -1,67 28,86 6<br />
F.I.M. Santander Acções América 25,07 -8,39 32,56 6<br />
F.I.M. Santander Acções USA 35,89 -8,98 32,84 6<br />
Fundos de acções sectoriais<br />
Rend. anualizada Risco Classe<br />
Últimos Últimos últimos de<br />
12 meses 24 meses 2 anos risco<br />
F.I.M. BPI Tecnologias 30,81 -1,54 27,21 6<br />
F.I.M. Millennium Euro Financeiras 68,98 -20,82 49,46 6<br />
F.I.M. Millennium Global Utilities 10,22 -13,23 25,67 6<br />
F.I.M. Montepio Euro Energy 25,32 -11,50 33,10 6<br />
F.I.M. Montepio Euro Financial Service 60,88 -19,14 48,60 6<br />
F.I.M. Montepio Euro Healhcare 22,40 2,26 21,65 6<br />
F.I.M. Montepio Euro Telcos 19,88 -8,65 23,63 6<br />
F.I.M. Montepio Euro Utilities 17,14 -14,56 28,61 6<br />
F.I.M. Santander Euro Fut. Telecomunicações 20,74 -10,12 26,16 6<br />
F.I.M. Santander Euro Futuro Acções Defensivo 20,67 -2,22 26,72 6<br />
F.I.M. Santander Euro Futuro Banca e Seguros 68,72 -19,93 48,02 6<br />
F.I.M. Santander Euro Futuro Ciclico 34,67 -8,54 35,12 6<br />
Outros fundos de acções internacionais<br />
F.I.M. BPI África 28,41 *<br />
F.I.M. BPI Reestruturações 21,73 -3,00 19,32 5<br />
F.I.M. BPN Acções Global 52,01 -7,86 33,97 6<br />
F.I.M. Caixagest Acções Emergentes 56,88 -11,86 33,99 6<br />
F.I.M. Caixagest Acções Japão 17,12 -11,23 21,51 6<br />
F.I.M. Caixagest Acções Oriente 58,18 -2,06 31,27 6<br />
F.I.M. Esp. Santo Acções Global 30,35 -16,13 31,49 6<br />
F.I.M. Esp. Santo Mercados Emerg. 69,29 -11,19 34,65 6<br />
F.I.M. Esp. Santo Momentum 29,61 -11,07 26,16 6<br />
F.I.M. Finifundo Acções Internacionais 31,52 -16,70 28,87 6<br />
F.I.M. Millennium Acções Japão 15,58 -8,83 21,16 6<br />
F.I.M. Millennium Mercados Emergentes 63,83 -8,18 33,66 6<br />
Fundos mistos predom. obrigações<br />
F.I.M. BPN Optimização 23,17 -5,32 11,27 4<br />
F.I.M. Caixagest Estratégia Equilibrada 9,87 0,45 2,99 2<br />
F.I.M. Santander Multinvest 11,68 -9,03 10,25 4<br />
Fundos mistos predominantemente acções<br />
F.I.M. BPN Valorização 38,73 -7,37 23,23 6<br />
F.I.M. Caixagest Estratégia Arrojada 14,99 -3,68 10,19 4<br />
F.I.M. Finiglobal 15,05 -5,15 11,04 4<br />
F.I.M. Popular Valor 21,16 -11,45 21,71 6<br />
Fundos poupança acções<br />
F.I.M. Banif PPA 31,55 -17,06 30,38 6<br />
F.I.M. Barclays FPA 37,17 -15,23 29,37 6<br />
F.I.M. BPI PPA 28,32 -11,53 26,13 6<br />
F.I.M. Caixagest PPA 28,84 -20,71 25,57 6<br />
F.I.M. Raiz Poupança Acções 31,89 -9,75 24,07 6<br />
F.I.M. Esp. Santo PPA 37,11 -9,35 28,20 6<br />
F.P. ESAF PPA 36,52 -9,42 26,57 6<br />
F.I.M. PPA Finibanco 26,92 -14,61 25,36 6<br />
F.P. PPA Acção Futuro 34,19 -13,64 26,84 6<br />
F.I.M. Millennium PPA 28,95 -13,85 24,81 6<br />
F.I.M. Popular PPA 37,07 -14,87 27,64 6<br />
F.I.M. Santander PPA 33,41 -14,91 28,63 6<br />
Fundos de fundos predominantem. obrig.<br />
F.I.M. Barclays Global Conservador 19,71 3,29 6,68 3<br />
F.I.M. Barclays Global Defensivo 1,37 0,67 1,35 1<br />
F.I.M. Caixagest Estratégia Dinâmica 0,13 -3,15 1,92 2<br />
F.I.M. Raiz Conservador 3,19 -1,14 2,22 2<br />
F.I.M. Finifundo Conservador 11,01 *<br />
F.I.M. Millennium Prestige Conservador 9,34 -2,95 6,56 3<br />
F.I.M. Multi Gestão Prudente 13,30 -1,62 6,47 3<br />
F.I.M. Popular Global 25 12,91 -2,99 6,54 3<br />
Fundos de fundos predominantem. acções<br />
F.I.M. Barclays Global Acções 42,13 -11,54 23,68 6<br />
F.I.M. Multi Gestão Dinâmica 27,35 -14,18 20,15 6<br />
F.I.M. Multi Gestão Mercados Emergentes 53,80 -12,84 25,97 6<br />
F.I.M. Popular Global 75 26,36 -9,25 17,69 5<br />
Fundos poupança reforma/educação<br />
CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de Acções<br />
F.I.M. Barclays PPR Rendimento 8,95 0,43 4,03 2<br />
F.P. Solidez PPR 5,20 1,11 1,64 2<br />
F.I.M. BPI Reforma Segura PPR 6,11 -2,02 2,48 2<br />
F.I.M. BPI Taxa Variável PPR 2,64 -1,69 2,86 2<br />
F.P. PPR Garantia de Futuro 7,73 2,17 2,18 2<br />
F.P. PPR Praemium S 5,93 -1,23 3,01 2<br />
F.I.M. Santander Poupança Futura FPR* 6,39 -1,09 3,00 2<br />
F.P. SGF Patr. Ref. Conservador PPR 7,83 4,18 2,26 2<br />
CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções<br />
F.I.M. Millennium Aforro PPR 5,75 1,63 3,08 2<br />
F.P. PPR SGF Garantido 8,58 *<br />
CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções<br />
F.I.M. Barclays PPR 10,66 -0,27 5,17 3<br />
F.P. CVI PPR/E 13,69 1,55 8,79 3<br />
F.P. PPR BBVA 12,52 0,32 8,20 3<br />
F.I.M. Esp. Santo PPR 3,65 1,37 4,67 2<br />
F.P. PPR 5 Estrelas 10,47 1,50 3,71 2<br />
F.P. PPR Geração Activa 12,23 *<br />
F.P. PPR Platinium 13,78 -1,40 7,01 3<br />
F.I.M. Millennium Poupança PPR 7,53 -2,23 5,31 3<br />
F.P. PPR BNU Vanguarda 7,75 -4,38 6,97 3<br />
F.P. PPR Europa 10,52 2,75 5,93 3<br />
F.P. Vanguarda PPR 7,55 -2,63 5,57 3<br />
F.I.M. Santander Poupança Investimento FPR 11,16<br />
CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções<br />
-5,65 7,43 3<br />
F.I.M. Barclays PPR Acções Life Path 2020 20,31 -6,04 12,90 4<br />
F.I.M. Barclays PPR Acções Life Path 2025 21,90 -6,23 13,92 4<br />
F.I.M. Millennium Investimento PPR Acções 8,30 -5,85 8,25 3<br />
F.P. PPR Praemium V<br />
Outros fundos<br />
9,15 -4,72 8,79 3<br />
F.I.M. Barclays Premier Tesouraria 2,41 2,33 0,40 1<br />
F.I.M. Raiz Global 16,59 -1,51 11,38 4<br />
F.I.M. Esp. Santo Monetário 1,40 2,09 0,28 1<br />
F.I.M. Finifundo Agressivo 23,29 *<br />
F.I.M. Finifundo Moderado<br />
F.I.M. Millennium Prestige Valorização<br />
14,67<br />
25,88 -4,06 16,94<br />
*<br />
5<br />
F.I.M. Popular Euro Obrigações* 10,65 3,41 3,24 2<br />
*-OFundo Popular Euro Taxa Fixa incorporou por fusão o Fundo Popoular Rendimento e passou<br />
a designar-se por Popular Euro Obrigações<br />
Fundos diversos<br />
F.I.M. Orey Acções Europa -22,23 -38,08 34,81 6<br />
Fundos de pensões abertos<br />
CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de Acções<br />
F.P. Banif Reforma Sénior 1,45 *<br />
F.P. Aberto Caixa Reforma Garantida 2022 -2,62 -3,37 10,00 4<br />
F.P. Aberto Caixa Reforma Prudente 2,10 *<br />
F.P. Aberto Horizonte Segurança<br />
F.P. Aberto SGF Empresas Prudente<br />
5,16<br />
4,97<br />
2,36<br />
4,40<br />
3,24<br />
2,65<br />
2<br />
2<br />
CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções<br />
F.P. Banif Reforma Activa 6,10 *<br />
F.P. Aberto Protecção 2015 0,57 -0,11 5,95 3<br />
F.P. Aberto Caixa Reforma Activa 2,13 -3,43 3,44 2<br />
F.P. Aberto Esp.Sto Multireforma<br />
F.P. Aberto Futuro Clássico<br />
13,58<br />
6,57<br />
2,95<br />
1,81<br />
3,86<br />
2,50<br />
2<br />
2<br />
CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções<br />
F.P. Aberto BBVA PME’s 13,07 1,91 7,76 3<br />
F.P. Aberto Protecção 2020 2,35 -2,79 9,71 3<br />
F.P. Aberto Caixa Reforma Valor 10,28 -5,38 8,62 3<br />
F.P. Aberto Esp.Santo Multireforma Plus<br />
F.P. Aberto VIVA<br />
14,53<br />
10,63<br />
0,03<br />
-1,21<br />
6,38<br />
5,30<br />
3<br />
3<br />
F.P. Aberto Horizonte Valorização 11,77 -0,83 7,35 3<br />
F.P. Aberto Turismo Pensões 13,09 0,83 7,09 3<br />
CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções<br />
F.P. Banif Reforma Jovem 1,21 *<br />
F.P. Aberto Esp.Santo Multireforma Acções 46,99<br />
F.P. Aberto Horizonte Valorização Mais 16,47 -0,92 11,46<br />
*<br />
4<br />
Fonte: Euronext Lisboa e APFIPP<br />
Nota 1: As rentabilidades são as calculadas e divulgadas semanalmente pela<br />
Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios<br />
(APFIPP). Esta informação é actualizada nesta página na edição de cada quarta-feira,<br />
excepto quando seja especificado o contrário.
Fundos Internacionais<br />
Fundo Último<br />
valor€<br />
Divisa<br />
PARVEST<br />
www.bnpparibas-am.com<br />
Número Verde 800 844 109<br />
PARVEST EURO PREMIUM EUR 104.58<br />
PARVEST ABS EUR 68.33<br />
PARVEST ABS RET CURR. 10 EUR 101.95<br />
PARVEST ABS RET EUROPE LS EUR 97.67<br />
PARVEST ABS RET EUROPEAN BOND EUR 107.66<br />
PARVEST ABSOLUTE RETURN<br />
GLOBAL BOND (USD) USD 104.58<br />
PARVEST ABS RET MULTI ASS. 4 EUR 103.05<br />
PARVEST ABS RET MULTI ASS. 4 (USD) USD 102.74<br />
PARVEST AGRICULTURE EUR 85.16<br />
PARVEST ASIA USD 274.53<br />
PARVEST ASIAN CONVERTIBLE BOND USD 330.86<br />
PARVEST AUSTRALIA AUD 677.8<br />
PARVEST DIVERSIFIED (DYNAMIC) EUR 181.77<br />
PARVEST BRAZIL USD 150.54<br />
PARVEST BRIC USD 142.55<br />
PARVEST CHINA USD 285.48<br />
PARVEST DIVERSIFIED (PRUDENT) EUR 126.9<br />
PARVEST CONVERGING EUROPE EUR 108.99<br />
PARVEST CREDIT STRATEGIES EUR 37.88<br />
PARVEST EMERGING MARKETS USD 317.73<br />
PARVEST EMERGING MARKETS BOND USD 306.84<br />
PARVEST EMERGING MKTS EUROPE EUR 145.37<br />
PARVEST ENHANCED EONIA 1 YEAR EUR 107.12<br />
PARVEST ENHANCED EONIA 6 MONTHS EUR 106.98<br />
PARVEST ENHANCED EONIA EUR 116.88<br />
PARVEST EONIA PREMIUM EUR 113.34<br />
PARVEST EURO BOND EUR 177.62<br />
PARVEST EURO CORP BD SUST DVP EUR 113.08<br />
PARVEST EURO CORPORATE BOND EUR 139.56<br />
PARVEST EURO EQUITIES EUR 108.13<br />
PARVEST EURO GOVERNMENT BOND EUR 304.08<br />
PARVEST EURO INFLATION-LINKED BD EUR 121.58<br />
PARVEST EURO LONG TERM BOND EUR 114.71<br />
PARVEST EURO MEDIUM TERM BOND EUR 159.56<br />
PARVEST EURO SHORT TERM BOND EUR 117.43<br />
PARVEST EURO SMALL CAP EUR 173.43<br />
PARVEST EUROPE ALPHA EUR 95.83<br />
PARVEST EUROPE DIVIDEND EUR 61.94<br />
PARVEST EUROPE FINANCIALS EUR 65.96<br />
PARVEST EUROPE GROWTH EUR 164.85<br />
PARVEST EUROPE LS30 EUR 62.34<br />
PARVEST EUROPE MID CAP EUR 362.52<br />
PARVEST EUROPE REAL ESTATE SEC. EUR 56.79<br />
PARVEST EUROPE SMALL CAP EUR 75.73<br />
PARVEST EUROPE SUSTAINABLE DVPT EUR 74.92<br />
PARVEST EUROPE VALUE EUR 110.17<br />
PARVEST CORP BOND OPPORTUNITIES EUR 106.92<br />
PARVEST ENVIRONM OPPORTUNITIES EUR 93.02<br />
PARVEST EUROPEAN BOND EUR 297.54<br />
PARVEST EUROPEAN CONVERT BOND EUR 119.24<br />
PARVEST EUROPEAN HIGH YIELD BD EUR 103.77<br />
PARVEST EUROPEAN SM CONVERT BD EUR 106.38<br />
PARVEST FRANCE EUR 360.85<br />
PARVEST GERMAN EQUITIES EUR 76.13<br />
PARVEST GLOBAL BOND USD 42.51<br />
PARVEST GLOBAL BRANDS USD 241.42<br />
PARVEST GLOBAL CORPORATE BOND USD 117.93<br />
PARVEST GLOBAL ENVIRONNEMENT EUR 91.58<br />
PARVEST GLOBAL EQUITIES USD 114.22<br />
PARVEST GLOBAL HIGH YIELD BOND USD 114.64<br />
PARVEST GLOBAL INFL LKD BD EUR 114.29<br />
PARVEST GLOBAL RESOURCES USD 218.16<br />
PARVEST GLOBAL TECHNOLOGY USD 83.96<br />
PARVEST INDIA USD 155.11<br />
PARVEST JAPAN JPY 2958<br />
PARVEST JAPAN SMALL CAP JPY 3038<br />
PARVEST JAPAN YEN BOND JPY 20581<br />
PARVEST LATIN AMERICA USD 776.88<br />
PARVEST NEXT GENERATION EUR 108.85<br />
PARVEST RUSSIA USD 71.5<br />
PARVEST SHORT TERM (CHF) CHF 307.672<br />
PARVEST SHORT TERM (DOLLAR) USD 203.246<br />
PARVEST SHORT TERM (EURO) EUR 206.86<br />
PARVEST SHORT TERM (STERLING) GBP 195.398<br />
PARVEST SOUTH KOREA USD 79.05<br />
PARVEST STEP 90 EURO EUR 1277.48<br />
PARVEST SWITZERLAND CHF 550.89<br />
PARVEST TARGET RETURN PLUS (EURO) EUR 109.29<br />
PARVEST TARGET RETURN PLUS (USD) USD 209.74<br />
PARVEST TURKEY EUR 120.33<br />
PARVEST UK GBP 115.48<br />
PARVEST US DOLLAR BOND USD 401.25<br />
PARVEST US HIGH YIELD BOND USD 161.87<br />
PARVEST US MID CAP USD 107.11<br />
PARVEST US SMALL CAP USD 391.07<br />
PARVEST US VALUE USD 76.23<br />
PARVEST USA USD 67.76<br />
PARVEST USA LS30 USD 70.36<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
BNP PARIBAS INSTICASH<br />
BNP PARIBAS INSTICASH CHF CHF 106.788<br />
BNP PARIBAS INSTICASH EUR EUR 115.443<br />
BNP PARIBAS INSTICASH GBP GBP 127.201<br />
BNP PARIBAS INSTICASH USD USD 116.88<br />
PARWORLD<br />
PARWORLD DYNALLOCATION EUR 103.1<br />
PARWORLD EMERGING STEP 80 (EURO) EUR 113.29<br />
PARWORLD QUAM 10 EUR 113.41<br />
PARWORLD QUAM 15 EUR 108.92<br />
PARWORLD TRACK COMMODITIES EUR 54.1<br />
PARWORLD TRACK CONTINENT EUROPE EUR 67.06<br />
PARWORLD TRACK JAPAN EUR 72.25<br />
PARWORLD TRACK NORTH AMERICA EUR 75.94<br />
PARWORLD TRACK UK EUR 67.2<br />
PARWORLD TRACK UK EUR 62.44<br />
www.bnymellonam.com<br />
Fundo Divisa Valor<br />
BNY Mellon Global Funds, plc<br />
BNY MELLON ASIAN EQUITY FUND A USD 2.6588<br />
BNY MELLON BRAZIL EQ FUND A USD 1.1451<br />
BNY MELLON CONT. EUROP. EQ. FUND A EUR 1.0919<br />
BNY MELLON EMRG. MKTS DBT LCL CUR A EUR 1.0152<br />
BNY MELLON EMRG. MKTS DEBT A USD 1.4454<br />
BNY MELLON EURO GVT BOND INDEX A EUR 1.3958<br />
BNY MELLON EVOL. CURR.OPTION A EUR 80.668<br />
BNY MELLON EVOL. GLB ALPHA A EUR 86.306<br />
BNY MELLON GL. BOND EUR HEDGED H EUR 1.1917<br />
BNY MELLON GLB EMERG. MKTS FUND A USD 3.3543<br />
BNY MELLON GLB H.YLD BOND FUND A EUR 1.2141<br />
BNY MELLON GLOBAL BOND FUND A USD 1.9798<br />
BNY MELLON GLOBAL EQUITY FUND A USD 1.3020<br />
BNY MELLON GLOBAL INTREPID FUND A USD 1.4362<br />
BNY MELLON JAPAN EQUITY FUND A EUR 0.5964<br />
BNY MELLON JAPAN EQ. VALUE FUND A EUR 44.729<br />
BNY MELLON PAN EUROP EQ. FUND A USD 1.5167<br />
BNY MELLON S&P 500 INDEX A USD 0.9791<br />
BNY MELLON SMALL CAP EURO. FUND A EUR 1.9376<br />
BNY MELLON STERLING BOND FUND A EUR 0.9692<br />
BNY MELLON UK EQUITY FUND A EUR 0.8652<br />
BNY MELLON US DYN. VALUE FUND A USD 1.3336<br />
BNY MELLON US EQUITY FUND A USD 0.8208<br />
WestLB Mellon Compass Funds<br />
Fundo<br />
COMPASS FUND - EMERGING MARKETS<br />
Divisa Valor<br />
BOND FUND C EUR 15.65<br />
COMPASS FUND - LATIN AMERICA FUND C<br />
COMPASS FUND - GLOBAL EMERGING<br />
EUR 27.56<br />
MARKETS FUND C EUR 15.41<br />
COMPASS FUND - EURO BALANCED FUND C EUR 9.07<br />
COMPASS FUND - EURO BOND FUND C EUR 13.97<br />
COMPASS FUND - EURO EQUITY FUND C EUR 5.24<br />
COMPASS FUND - GLOBAL BOND FUND C EUR 12.67<br />
COMPASS FUND - EURO LIQUIDITY FUND C EUR 131.253<br />
COMPASS FUND - EUROPEAN CONVERTIBLE FUND CEUR<br />
COMPASS FUND - EASTERN EUROPE<br />
8.82<br />
DIVERSIFIED FUND C EUR 16.45<br />
COMPASS FUND - JAPANESE EQUITY FUND C EUR 3.83<br />
COMPASS FUND - GLOBAL HIGH YIELD BOND FUND CEUR 12.93<br />
COMPASS FUND - EURO HIGH YIELD BOND FUND CEUR 16.2<br />
COMPASS FUND - EURO CORPORATE BOND FUND CEUR 13.76<br />
COMPASS FUND - ABS FUND C EUR 102.793<br />
COMPASS FUND - QUANDUS EURO BOND FUND CEUR 11.17<br />
COMPASS FUND - EURO SMALL CAP EQUITY FUND CEUR 8.09<br />
CAAM Funds Class Classic S<br />
ARBITRAGE INFLATION EUR 107.33<br />
ASIAN GROWTH USD 21.06<br />
DYNARBITRAGE FOREX EUR 109.14<br />
DYNARBITRAGE VAR 4 (EUR) EUR 111.06<br />
DYNARBITRAGE VOLATILITY EUR 115.63<br />
EMERGING MARKETS USD 27.15<br />
EURO CORPORATE BOND EUR 14.68<br />
EURO QUANT EUR 6.01<br />
EUROPEAN BOND EUR 140.98<br />
GREATER CHINA USD 23.54<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
Dexia Bonds Fundo Divisa Valor<br />
DB EMERGING MARKETS CCAP USD 1476.19<br />
DB EMERGING MARKETS ICAP USD 1539.68<br />
DB EMERGING MARKETS NCAP USD 1357.21<br />
DB EURO CCAP EUR 908.76<br />
DB EURO ICAP EUR 938.53<br />
DB EURO NCAP EUR 886.07<br />
DB EURO CONVERGENCE CCAP EUR 2538.93<br />
DB EURO CONVERGENCE ICAP EUR 2608.12<br />
DB EURO CONVERGENCE NCAP EUR 2477.58<br />
DB EURO CORPORATE CCAP EUR 5506.51<br />
DB EURO CORPORATE ICAP EUR 5606.18<br />
DB EURO CORPORATE NCAP EUR 109.43<br />
DB EURO GOVERNMENT CCAP EUR 1795.9<br />
DB EURO GOVERNMENT ICAP EUR 1848.79<br />
DB EURO GOVERNMENT NCAP EUR 1752.8<br />
DB EURO GOVERNMENT PLUS CCAP EUR 777.09<br />
DB EURO GOVERNMENT PLUS ICAP EUR 803.52<br />
DB EURO GOVERNMENT PLUS NCAP EUR 761.24<br />
DB EURO HIGH YIELD CCAP EUR 606.26<br />
DB EURO HIGH YIELD ICAP EUR 625.92<br />
DB EURO HIGH YIELD NCAP EUR 572.72<br />
DB EURO INFLATION LINKED CCAP EUR 128.82<br />
DB EURO INFLATION LINKED ICAP EUR 132.12<br />
DB EURO INFLATION LINKED NCAP EUR 126.41<br />
DB EURO LONG TERM CCAP EUR 5343.88<br />
DB EURO LONG TERM ICAP EUR 5542.69<br />
DB EURO LONG TERM NCAP EUR 5215.15<br />
DB EURO SHORT TERM CCAP EUR 1909.35<br />
DB EURO SHORT TERM ICAP EUR 1948.77<br />
DB EURO SHORT TERM NCAP EUR 1842.41<br />
DB EUROPE CCAP EUR 4507.27<br />
DB EUROPE ICAP EUR 4605.12<br />
DB EUROPE NCAP EUR 4426.08<br />
DB EUROPE CONVERTIBLE CCAP EUR 290.36<br />
DB EUROPE CONVERTIBLE ICAP EUR 298.61<br />
DB EUROPE CONVERTIBLE NCAP EUR 275.37<br />
DB EUROPE GOVERNMENT PLUS CCAP EUR 760.38<br />
DB EUROPE GOVERNMENT PLUS NCAP EUR 738.07<br />
DB GLOBAL HIGH YIELD CCAP EUR 120.9<br />
DB GLOBAL HIGH YIELD ICAP EUR 123.06<br />
DB GLOBAL HIGH YIELD NCAP EUR 117.42<br />
DB INTERNATIONAL CCAP EUR 825.8<br />
DB INTERNATIONAL ICAP EUR 854.21<br />
DB INTERNATIONAL NCAP EUR 792.16<br />
DB MORTGAGES CCAP EUR 129.49<br />
DB MORTGAGES ICAP EUR 133.24<br />
DB MORTGAGES NCAP EUR 124.97<br />
DB TOTAL RETURN CCAP EUR 112.71<br />
DB TOTAL RETURN ICAP EUR 1144.92<br />
DB TOTAL RETURN NCAP EUR 108.86<br />
DB TREASURY MANAGEMENT CCAP EUR 3651.27<br />
DB TREASURY MANAGEMENT ICAP EUR 3693.53<br />
DB TREASURY MANAGEMENT NCAP EUR 3603.79<br />
DB USD CCAP USD 780.45<br />
DB USD ICAP USD 808.25<br />
DB USD NCAP USD 760.58<br />
DB USD GOVERNMENT CCAP USD 2922.55<br />
DB USD GOVERNMENT ICAP USD 3018.1<br />
DB USD GOVERNMENT NCAP USD 2850.76<br />
DB WORLD GOV PL CCAP EUR 106.85<br />
DB WORLD GOV PL ICAP EUR 109.18<br />
DB WORLD GOV PL NCAP EUR 104.76<br />
D EQ L ASIA PREM USD 15.41<br />
D EQ L AUSTRALIA AUD 702.75<br />
D EQ L BIOTECH USD 114.85<br />
D EQ L EMERG EUROPE EUR 60.39<br />
D EQ L EMERG MKTS EUR 467.69<br />
D EQ L EMU EUR 63.43<br />
D EQ L EUR 50 EUR 408.37<br />
D EQ L EUROP EUR 591.08<br />
D EQ L EUROPE VALUE EUR 74.98<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 45<br />
FUNDOS DE INVESTIMENTO INTERNACIONAIS<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
D EQ L EURP ENG SECT EUR 135.87<br />
D EQ L EURP FIN SECT EUR 72.68<br />
D EQ L EURP HIGH DIV EUR 69.38<br />
D EQ L JAPAN JPY 11894<br />
D EQ L SPAIN EUR 75.79<br />
D EQ L SUST GREEN PLANET EUR 55.81<br />
D EQ L SUST WORLD EUR 141.42<br />
D EQ L UNITED KINGDOM GBP 224.76<br />
D EQ L WORLD USD 34.95<br />
Fundo Classe Valor<br />
ABS ATTIVO EUR 106.04<br />
ABS PRUDENTE EUR 107.91<br />
BOND CHF EUR 123.25<br />
BOND CHF EUR 135.91<br />
BOND CONVERTIBLE EUR 60.04<br />
BOND EMERGING MARKETS EUR 201.87<br />
BOND EMERGING MARKETS EUR 254.48<br />
BOND EUR LONG TERM EUR 161.3<br />
BOND EUR MEDIUM TERM EUR 297.18<br />
BOND EUR SHORT TERM EUR 137.66<br />
BOND GBP EUR 132.99<br />
BOND GBP EUR 109.12<br />
BOND HIGH YIELD EUR 138.8<br />
BOND INFLATION LINKED EUR 119.42<br />
BOND JPY EUR 108.62<br />
BOND JPY EUR 147.93<br />
BOND USD EUR 128.57<br />
BOND USD EUR 189.93<br />
CASH EUR EUR 110.88<br />
CASH USD EUR 95.19<br />
EQUITY BANKS EUR 44.29<br />
EQUITY CHINA EUR 86.82<br />
EQUITY CONSUMER DISCRETIONARY EUR 117.74<br />
EQUITY CONSUMER STAPLES EUR 118.15<br />
EQUITY CONSUMER STAPLES EUR 132.93<br />
EQUITY DURABLE GOODS EUR 111.76<br />
EQUITY EM.MKT EUR MID.EAST&AFRICA EUR 143.5<br />
EQUITY EMERGING MARKETS ASIA EUR 133.38<br />
EQUITY ENERGY & MATERIALS EUR 119.75<br />
EQUITY ENERGY & MATERIALS EUR 125.01<br />
EQUITY EURO EUR 75.46<br />
EQUITY EUROPE EUR 77.24<br />
EQUITY FINANCIAL EUR 47.1<br />
EQUITY GREAT BRITAIN EUR 50.57<br />
EQUITY GREAT BRITAIN EUR 64.96<br />
EQUITY HIGH TECH EUR 54.4<br />
EQUITY HIGH TECH EUR 48.41<br />
EQUITY INDUSTRIALS EUR 131.25<br />
EQUITY INDUSTRIALS EUR 119.74<br />
EQUITY ITALY EUR 69.87<br />
EQUITY JAPAN EUR 70.75<br />
EQUITY JAPAN EUR 54.51<br />
EQUITY LATIN AMERICA EUR 351.36<br />
EQUITY NORTH AMERICA EUR 55.59<br />
EQUITY NORTH AMERICA EUR 83.27<br />
EQUITY OCEANIA EUR 149.52<br />
EQUITY OCEANIA EUR 163.91<br />
EQUITY PHARMA EUR 73.01<br />
EQUITY PHARMA EUR 63.3<br />
EQUITY SMALL CAP EUROPE EUR 352.92<br />
EQUITY TELECOMMUNICATION EUR 47.61<br />
EQUITY TELECOMMUNICATION EUR 44.25<br />
EQUITY UTILITIES EUR 100.26<br />
EQUITY UTILITIES EUR 91.42<br />
OBIETTIVO BILANCIATO EUR 221.71<br />
ORIZZONTE PROTETTO 12 EUR 113.51<br />
ORIZZONTE PROTETTO 24 EUR 117.13<br />
ORIZZONTE PROTETTO 6 EUR 110.21<br />
VALORE EQUILIBRIO EUR 106.58<br />
VALORE EQUILIBRIO EUR 114.62<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
www.franklintempleton.com.pt<br />
Tel: +34 91 426 3600<br />
FRANKLIN BIOTECH DISCOVERY FD N (ACC) USD 8.33<br />
FRANKLIN EUROPEAN GRTH FD N (ACC) EUR 7.82<br />
FRANKLIN EUROPEAN S-M CAP GRTH FD N (ACC) EUR 17.43<br />
FRANKLIN GLOBAL GRTH FD N (ACC) USD 9.05<br />
FRANKLIN GLOBAL S-M CAP GRTH FD N (ACC) USD 17.09<br />
FRANKLIN HIGH YIELD (EURO) FD N (ACC) EUR 11<br />
FRANKLIN HIGH YIELD FD N (ACC) USD 12.79<br />
FRANKLIN INCOME FD N (ACC) USD 14.89<br />
FRANKLIN MUTUAL BEACON FD N (ACC) EUR 16.09<br />
FRANKLIN MUTUAL BEACON FD N (ACC) USD 21.95<br />
FRANKLIN MUTUAL EUROPEAN FD N (ACC) EUR 13<br />
FRANKLIN MUTUAL EUROPEAN FD N (ACC) USD 17.62<br />
FRANKLIN TECHNOLOGY FD N (ACC) USD 5.06<br />
FRANKLIN TECHNOLOGY FD N (ACC) EUR 3.72<br />
FRANKLIN TEMPLETON GB GRTH & VA FD N (ACC) USD 15.65<br />
FRANKLIN TEMPLETON JAPAN FD N (ACC) EUR 3.69<br />
FRANKLIN US EQUITY FD N (ACC) EUR 9.66<br />
FRANKLIN US EQUITY FD N (ACC) USD 13.17<br />
FRANKLIN US GOVERNMENT FD N (ACC) USD 12.98<br />
FRANKLIN US GOVERNMENT FD N (DIS) USD 9.54<br />
FRANKLIN US OPPORTUNITIES N (ACC) USD 12.8<br />
FRANKLIN US S-M CAP GRTH FD N (ACC) USD 9.28<br />
FRANKLIN US TOTAL RET FD N (DIS) USD 9.99<br />
FRANKLIN US ULT SHT TR BD FD N (DIS) USD 9.59<br />
TEMPLETON ASIAN GRTH FD N (ACC) USD 37.24<br />
TEMPLETON CHINA FD N (ACC) USD 21.18<br />
TEMPLETON EASTERN EUROPE FD N (ACC) EUR 24.23<br />
TEMPLETON EMERGING MARKETS BD FD N (ACC) USD 26.51<br />
TEMPLETON EMERGING MARKETS FD N (ACC) EUR 13<br />
TEMPLETON EMERGING MARKETS FD N (ACC) USD 17.68<br />
TEMPLETON EURO LIQ RES FD N (ACC) EUR 10.76<br />
TEMPLETON EUROLAND BD FD N (ACC) EUR 11.19<br />
TEMPLETON EUROLAND FD N (ACC) EUR 7.25<br />
TEMPLETON EUROPEAN FD N (ACC) USD 16.58<br />
TEMPLETON EUROPEAN FD N (ACC) EUR 12.15<br />
TEMPLETON EUROPEAN TOTAL RET FD N (ACC) EUR 10.45<br />
TEMPLETON GLOBAL BD FD N (ACC) EUR 11.71<br />
TEMPLETON GLOBAL (EURO) FD N (ACC) EUR 9.84<br />
TEMPLETON GLOBAL BALANCED FD N (ACC) EUR 10.57<br />
TEMPLETON GLOBAL BD (EURO) FD N (ACC) EUR 12.15<br />
TEMPLETON GLOBAL BD FD N (ACC) USD 23.28<br />
TEMPLETON GLOBAL EQUITY INCOME FD N (ACC) USD 9.43<br />
TEMPLETON GLOBAL FD N (ACC) USD 16.48<br />
TEMPLETON GLOBAL INCOME FD N (ACC) USD 12.79<br />
TEMPLETON GLOBAL SMLL COMPANIES FD N (ACC) USD 19.19<br />
TEMPLETON GLOBAL TOTAL RET FD N (ACC) USD 20.32<br />
TEMPLETON GRTH (EURO) FD N (ACC) EUR 7.93<br />
TEMPLETON KOREA FD N (ACC) USD 13.8<br />
TEMPLETON LATIN AMERICA FD N (ACC) USD 42.76<br />
TEMPLETON THAILAND FD N (ACC) USD 13.49<br />
TEMPLETON US DOLLAR LIQ RES FD N (ACC) USD 11.17<br />
TEMPLETON US VALUE FD N (ACC) USD 9.93<br />
01-03-2010<br />
JF ASIA DI V.D USD USD 219.75<br />
JF ASIA EQ D USD USD 19.68<br />
JF ASIA PAC EX-JAP EQ DAAC EUR EUR 8.77<br />
JF CHINA D USD USD 34.29<br />
JF GR CH D USD USD 28.83<br />
JF HG KG D USD USD 25.89<br />
JF INDIA D USD USD 44.16<br />
JF JAP EQ DACC EUR EUR 3.69<br />
JF JAP EQ D USD USD 6.06<br />
JFPACEQDACCEUR EUR 6.17<br />
JF PAC EQ DACC USD USD 12.51<br />
JF SINGA D USD USD 35.28<br />
JF TAIWAN D USD USD 11.63<br />
JPM AME EQ DACC EUR EUR 6.5<br />
JPM AME EQ DACC EUR (HDG) EUR 6<br />
JPM EM MK DBT DACC EUR EUR 11.33<br />
JPMEMMKEQDACCEUR EUR 8.25<br />
JPM EMER MIDDLE EAST EQ D USD USD 18.6<br />
JPM EURO DY DACC USD USD 15.91<br />
JPM EURO LIQ RES DACC EUR EUR 108.59<br />
JPM EURO DY MEGA C DACC EUR EUR 7.76<br />
JPM EURO DY MEGA C DACC USD USD 8.59<br />
JPM EUROP EQ DACC USD USD 9.35
46 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
FUNDOS DE INVESTIMENTO INTERNACIONAIS<br />
Fundos Internacionais<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
JPM EUROP FOC DACC EUR EUR 7.6<br />
JPM EUROP FOC DACC USD USD 9.65<br />
JPM EUROP RECOV DACC EUR EUR 165.6<br />
JPM EUROP SEL EQ DACC EUR EUR 66.31<br />
JPM EUROP SEL EQ DACC USD USD 98.18<br />
JPM EUROP ST DIV DACC EUR EUR 90.9<br />
JPM GB BAL USD DACC USD USD 138.78<br />
JPM GB CAP APP DACC EUR EUR 96.95<br />
JPM GB CAP PRE DACC USD USD 112.88<br />
JPM GB CAP PRE EUR DACC EUR EUR 122.45<br />
JPM GB CAP PRE EUR DACC SEK (HDG) SEK 957.22<br />
JPM GB CONVS USD D USD USD 124.38<br />
JPM GB CONVS FUND EUR DACC EUR EUR 10.06<br />
JPM GB DY DACC EUR EUR 5.74<br />
JPM GB DY DACC EUR (HDG) EUR 4.7<br />
JPM GB EQ USD DACC EUR (HDG) EUR 5.65<br />
JPM GB FOC DACC EUR EUR 17.71<br />
JPM GB FOC DACC EUR (HDG) EUR 7.55<br />
JPM GB HY BD DACC EUR EUR 133.54<br />
JPM GB NAT RE DACC USD USD 10.28<br />
JPM GB T RE DACC EUR EUR 102.44<br />
JPM HIGH STAT MKT NT DACC EUR EUR 108.85<br />
JPM HIGH STAT MKT NT DACC USD (HDG) USD 146.19<br />
JPM HIGH US STEEP DACC EUR (HDG) EUR 8.16<br />
JPM JAP 50 EQ DACC JPY JPY 6154<br />
JPM JAP SEL EQ DACC JPY JPY 8388<br />
JPM RUSSIA DACC USD USD 10.42<br />
JPM US AG BD DACC USD USD 14.69<br />
JPMUSDYDACCEUR EUR 5.12<br />
JPM US DY DACC USD USD 11.4<br />
JPM US EQ DACC EUR (HDG) EUR 57.62<br />
JPM US EQ DACC USD USD 78.54<br />
JPM US SEL EQ DACC EUR (HDG) EUR 65.42<br />
JPM US SEL 130/30 DACC EUR (HDG) EUR 5.89<br />
JPM US SEL 130/30 DACC USD USD 8.32<br />
JPM US STRATEGIC GR DACC EUR (HDG) EUR 5.83<br />
JPM US VAL DACC EUR (HDG) EUR 5.86<br />
JPMF AME EQ D USD USD 9.19<br />
JPMF AME LC D USD USD 8.24<br />
JPMF EAST EUR EQ D EUR EUR 29.36<br />
JPMF EM EUR EQ D USD USD 37.82<br />
JPMF EM MKT EQ D USD USD 30.64<br />
JPMF EUR GB BAL FUND D EUR EUR 120.4<br />
JPMF EUROL EQ D EUR EUR 7.17<br />
JPMF EUROP CONVERG EQ D EUR EUR 23.35<br />
JPMF EUROP DY D EUR EUR 10.58<br />
JPMF EUROP EQ D EUR EUR 7.1<br />
JPMF EUROP SM CAP D EUR EUR 8.28<br />
JPMF EUROP STRAT GR D EUR EUR 6.57<br />
JPMF EUROP STRAT VAL D EUR EUR 10.26<br />
JPMF GERM EQ D-EUR EUR 2.32<br />
JPMF GB DY D USD USD 11.97<br />
JPMF GB EQ D USD USD 8.79<br />
JPMF GLB NA RE DACC EUR EUR 12.23<br />
JPMF LAT AM EQ D USD USD 42.7<br />
JPMF US ST GR D USD USD 5.11<br />
JPMF US ST VAL D USD USD 11.73<br />
JPM US TECH D EUR EUR 7.47<br />
Fundo Divisa Valor<br />
ALPHA ADV. EUROPE FIXED INCOME B EUR 29.69<br />
ASIAN EQUITY B EUR 22.89<br />
ASIAN PROPERTY B EUR 9.71<br />
COMMODITIES ACTIVE GSLE B EUR 13.33<br />
DIVERSIFIED ALPHA PLUS B EUR 25.06<br />
EMERG EUROP, M-EAST & AFRICA EQ B EUR 48.92<br />
EMERGING MARKETS DEBT B EUR 40.03<br />
EMERGING MARKETS DOMESTIC DEBT B EUR 22.76<br />
EMERGING MARKETS EQUITY B EUR 21.34<br />
EURO BOND B EUR 10.85<br />
EURO CORPORATE BOND B EUR 32.88<br />
EURO LIQUIDITY B EUR 11.8964<br />
EURO STRATEGIC BOND B EUR 29.08<br />
EUROPEAN CURR. HIGH YIELD BOND B EUR 12.57<br />
EUROPEAN EQUITY ALPHA B EUR 22.33<br />
EUROPEAN PROPERTY B EUR 15.61<br />
EUROPEAN SMALL CAP VALUE B EUR 30.43<br />
EUROZONE EQUITY ALPHA B EUR 6.11<br />
FX ALPHA PLUS RC 200 B EUR 25.13<br />
FX ALPHA PLUS RC 400 B EUR 24.57<br />
FX ALPHA PLUS RC 800 B EUR 23.4<br />
GLOBAL BOND B EUR 22.44<br />
GLOBAL BRANDS B EUR 37.04<br />
GLOBAL CONVERTIBLE BOND B EUR 22.29<br />
GLOBAL PROPERTY B EUR 12.56<br />
GLOBAL SMALL CAP VALUE B EUR 20.98<br />
GLOBAL VALUE EQUITY B EUR 22.1<br />
INDIAN EQUITY B EUR 18.69<br />
JAPANESE EQUITY ADVANTAGE B EUR 13.95<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
JAPANESE VALUE EQUITY B EUR 5.7<br />
LATIN AMERICAN EQUITY B EUR 41.45<br />
SHORT MATURITY EURO BOND B EUR 16.96<br />
US ADVANTAGE B EUR 18.56<br />
US GROWTH B EUR 20.08<br />
US PROPERTY B EUR 22.83<br />
US SMALL CAP GROWTH B EUR 22.57<br />
US VALUE EQUITY B EUR 11.83<br />
USD LIQUIDITY B USD 12.5468<br />
+34 91 538 25 00<br />
www.pictetfunds.pt<br />
Fundo Divisa Valor<br />
PF(LUX)-ABSL RTN GLO DIV-R EUR 104.82<br />
PF(LUX)-AGRICULTURE-R EUR 124.69<br />
PF(LUX)-ASN EQ (EXJPN)-HR-EUR EUR 111.44<br />
PF(LUX)-ASN EQ (EXJPN)-R USD 143.87<br />
PF(LUX)-ASIAN EQ (EX-JAPAN)-R EUR 105.69<br />
PF(LUX)-ASN LCL CCY DBT-R USD 123.51<br />
PF(LUX)-BIOTECH-HR-R EUR 206<br />
PF(LUX)-BIOTECH-R USD 270.22<br />
PF(LUX)-BIOTECH-R EUR 198.01<br />
PF(LUX)-EASTERN EU-R EUR 310.17<br />
PF(LUX)-EM LCL CCY DBT-HR-EUR EUR 105.98<br />
PF(LUX)-EM LCL CCY DBT-R USD 157.65<br />
PF(LUX)-EM MKTS-HR-R EUR 330.15<br />
PF(LUX)-EM MKTS LDX-R USD 208.95<br />
PF(LUX)-EM MKTS-R USD 474.25<br />
PF(LUX)-EUR BDS-R EUR 381.02<br />
PF(LUX)-EUR CORP BDS-R EUR 148.34<br />
PF(LUX)-EUR GVT BDS-R EUR 116.58<br />
PF(LUX)-EUR HY-R EUR 145.84<br />
PF(LUX)-EUR INFL LK BDS-R EUR 108.76<br />
PF(LUX)-EUR LIQ-R EUR 133.54<br />
PF(LUX)-EUR SMT BDS-R EUR 120.51<br />
PF(LUX)-EUROLAND LDX-R EUR 82.06<br />
PF(LUX)-EU SUST EQ-R EUR 127.13<br />
PF(LUX)-EU LDX-R EUR 95.48<br />
PF(LUX)-EU EQ SEL-R EUR 382.81<br />
PF(LUX)-(EUR) SOV LIQ-R EUR 102.16<br />
PF(LUX)-GENERICS-HR-EUR EUR 97.31<br />
PF(LUX)-GENERICS-R USD 122.66<br />
PF(LUX)-GLO EM CCY-HR-EUR EUR 64.95<br />
PF(LUX)-GLO EM CCY-R USD 101.62<br />
PF(LUX)-GLO MEGATR SEL-R USD 127.65<br />
PF(LUX)-GLO EM DBT-HR-R EUR 181.27<br />
PF(LUX)-GLO EM DBT-R USD 238.13<br />
PF(LUX)-GLO MEGATREND SEL-R EUR 93.77<br />
PF(LUX)-GREATER CHINA-R USD 312.2<br />
PF(LUX)-INDIAN EQ-R USD 333.25<br />
PF(LUX)-JPNL LDX-R JPY 8592.63<br />
PF(LUX)-JPN EQ SEL-HR-EUR EUR 50.43<br />
PF(LUX)-JPN EQ SEL-R JPY 7146.99<br />
PF(LUX)-JAPANESE EQ SELECTION-R EUR 58.8<br />
PF(LUX)-JPN EQ 130/30-R JPY 4178.43<br />
PF(LUX)-JAPANESE EQUITIES 130/30-R EUR 34.38<br />
PF(LUX)-JAPANESE MID-SMALL CAP-R EUR 60.43<br />
PF(LUX)-JPN SMID CAP-R JPY 7344.15<br />
PF(LUX)-LATAM LCL CCY DBT-R USD 118.78<br />
PF(LUX)-MID EAST AND NTH AFR-HR-R EUR 28.96<br />
PF(LUX)-MID EAST AND NTH AFR-R USD 46.25<br />
PF(LUX)-PAC (EXJPN) LDX-R USD 257.08<br />
PF(LUX)-PREMIUM BRANDS-R EUR 62.71<br />
PF(LUX)-RUSSIAN EQ-R USD 63.11<br />
PF(LUX)-SECURITY-R USD 94.31<br />
PF(LUX)-SMALL CAP EU-R EUR 429.12<br />
PF(LUX)-TIMBER-R USD 101.27<br />
PF(LUX)-US EQ-R USD 95.99<br />
PF(LUX)-US EQ GWTH SEL-HR-EUR EUR 73.31<br />
PF(LUX)-US EQ GWTH SEL-R USD 96.63<br />
PF(LUX)-USA LDX-R USD 87.94<br />
PF(LUX)-USD GVT BDS-R USD 503.82<br />
PF(LUX)-USD LIQ-R USD 128.64<br />
PF(LUX)-USD SMT BDS-R USD 120.76<br />
PF(LUX)-(USD) SOV LIQ-R USD 101.3<br />
PF(LUX)-TIMBER-R EUR 74.44<br />
PF(LUX)-US EQ VALUE SEL HR-R EUR 82.06<br />
PF(LUX)-US EQ VALUE SEL-R USD 115.98<br />
PF(LUX)-WATER-R EUR 119.15<br />
PF(LUX)-WORLD GOV BONDS-R EUR 119.77<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
Pioneer P.F. - Global Changes EUR 44.08<br />
Pioneer P.F. - Global Changes EUR 1034.93<br />
Pioneer P.F. - Global Changes EUR 1000<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 48.22<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive CZK 899.12<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 5.87<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive USD 8.01<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 5.58<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 6.115<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 5.726<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.6<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive Plus USD 6.27<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.34<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.728<br />
Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.448<br />
Pioneer P.F. - Global Dynamic CZK 760.02<br />
Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 43.93<br />
Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 4.211<br />
Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 4.117<br />
Pioneer P.F. - Global Progressive CZK 579.11<br />
Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 32.57<br />
Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 3.253<br />
Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 3.183<br />
www.schroders.pt<br />
SISF Swiss Equity A Acc 26.57 CHF<br />
SISF Taiwanese Equity A Acc 9.57 USD<br />
SISF US Dollar Bond A Acc 17.67 USD<br />
SISF UK Equity A Acc 2.59 GBP<br />
SISF US All Cap A Acc 90.09 USD<br />
SISF US Small & Mid-Cap Eq A Acc 130.77 USD<br />
SISF US Smaller Companies A Acc 64.7 USD<br />
SISF US Large Cap A Acc 60.79 USD<br />
SISF US Dollar Liquidity A Acc 105.4 USD<br />
SISF World Def 3 Monthly A Acc 79.05 EUR<br />
SISF EURO Government Liquidity A Acc 100.24 EUR<br />
SISF Global Managed Currency A Acc 101.61 USD<br />
SISF China Opps HKD A Acc 9.47 HKD<br />
SISF Glob Tact Asset Alloc A Acc 99.36 USD<br />
SISF Glob Mgd Ccy EUR A Acc 106.95 EUR<br />
SISF Glob Mgd Ccy GBP A Acc 111.98 GBP<br />
SISF Em Mk Dt Abs Ret CHF Hdg A Acc 24.67 CHF<br />
SISF Global Conv Bd CHF Hdg A Acc 99.86 CHF<br />
SISF Asian Tot Ret EUR Hdg A Acc 112 EUR<br />
SISF Asian Conv Bd EUR Hdg A Acc 97.15 EUR<br />
SISF Asian Bond EUR Hg A Acc 99.56 EUR<br />
SISF Em Mk Dt Abs Ret EUR Hg A Acc 28.23 EUR<br />
SISF QEP Glb Act Val EUR Hdg A Acc 70.16 EUR<br />
SISF Global Conv Bd EUR Hdg A Acc 95.41 EUR<br />
SISF Glb Clim Chge Eq EUR Hg A Acc 7.64 EUR<br />
SISF Glbl High Yld EUR Hdg A Acc 25.97 EUR<br />
SISF Glbl Propty Sec EUR Hdg A Acc 90.91 EUR<br />
SISF Global Corporate Bond EUR Hdg A Acc121.4 EUR<br />
SISF Japanese Equity EUR Hdg A Acc 57.07 EUR<br />
SISF Strategic Bond EUR Hdg A Acc 118.37 EUR<br />
SISF US Dollar Bond EUR Hdg A Acc 119.97 EUR<br />
SISF US Small & Mid EUR Hg A Acc 86.55 EUR<br />
SISF US Large Cap EUR Hedged A Acc 81.48 EUR<br />
SISF Glob Mgd Ccy EUR Hdg A Acc 96.93 EUR<br />
SISF BRIC (Braz Ru In Ch) EUR A Acc 137.82 EUR<br />
SISF Emerging Asia EUR A Acc 15.54 EUR<br />
SISF Emerging Markets EUR A Acc 8.41 EUR<br />
SISF QEP Glob Act Value EUR A Acc 89.46 EUR<br />
SISF Glbl Clim Chge Eqty EUR A Acc 8.02 EUR<br />
SISF Global Equity Alpha EUR A Acc 82.83 EUR<br />
SISF Glbl Emgng Mkt Opps EUR A Acc 12.21 EUR<br />
SISF Global Energy EUR A Acc 23.85 EUR<br />
SISF Global Equity Yield EUR A Acc 69.56 EUR<br />
SISF QEP Global Quality EUR A Acc 83.34 EUR<br />
SISF Greater China EUR A Acc 24.78 EUR<br />
SISF Latin American EUR A Acc 34.85 EUR<br />
SISF Middle East EUR A Acc 7.34 EUR<br />
SISF Pacific Equity EUR A Acc 6.81 EUR<br />
SISF US Sml & Mid-Cap Eq EUR A Acc 96.06 EUR<br />
SISF US Large Cap EUR A Acc 44.83 EUR<br />
SISF Asian Conv Bd GBP Hdg A Acc 101.79 GBP<br />
SISF Global Conv Bd GBP Hdg A Acc 102.09 GBP<br />
SISF Asian Local Ccy Bd SGD Hg A Acc 10.02 SGD<br />
SISF Asian Bond SGD Hg A Acc 9.48 SGD<br />
SISF China Opps SGD Hg A Acc 6.99 SGD<br />
SISF Glbl Clim Chge Eqty SGD A Acc 7.66 SGD<br />
SISF Glb Div Maximsr SGD A Acc 6.49 SGD<br />
SISF Glbl Emgng Mkt Opps SGD A Acc 11.85 SGD<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
SISF Latin American SGD A Acc 66.71 SGD<br />
SISF Middle East SGD A Acc 6.33 SGD<br />
SISF Pacific Equity SGD A Acc 8.53 SGD<br />
SISF Glbl Inf Lkd Bd USD Hdg A Acc 24.52 USD<br />
SISF EURO Corporate Bd USD Hd A Acc 111.28 USD<br />
SISF Japanese Equity Alpha USD A Acc 9.47 USD<br />
SISF Japanese Large Cap USD A Acc 8.36 USD<br />
SISF Asian Equity Yield A Dis 13.14 USD<br />
SISF Asian Local Currency Bond A Dis 96.47 USD<br />
SISF Asian Bond A Dis 7.09 USD<br />
SISF Em Europe Debt Abs Ret A Dis 14.9 EUR<br />
SISF EURO Bond A Dis 7.98 EUR<br />
SISF European Div Maxmsr A Dis 56.64 EUR<br />
SISF European Equity Alpha A Dis 34.03 EUR<br />
SISF European Large Cap A Dis 120.06 EUR<br />
SISF European Equity Yield A Dis 8.53 EUR<br />
SISF EURO Equity A Dis 17.57 EUR<br />
SISF Emer Mkts Debt Abs Ret A Dis 14.08 USD<br />
SISF Emerging Europe A Dis 18.12 EUR<br />
SISF Emerging Markets A Dis 10.94 USD<br />
SISF European Smaller Companies A Dis 16.56 EUR<br />
SISF EURO Short Term Bond A Dis 4.52 EUR<br />
SISF EURO Government Bond A Dis 5.97 EUR<br />
SISF European Defensive A Dis 9.63 EUR<br />
SISF EURO Dynamic Growth A Dis 2.59 EUR<br />
SISF QEP Global Act Value A Dis 106.96 USD<br />
SISF Global Div Maximiser A Dis 5.33 USD<br />
SISF Global Equity A Dis 12.87 USD<br />
SISF Global Equity Yield A Dis 82.38 USD<br />
SISF Glbl High Yld A Dis 19.48 USD<br />
SISF Global Bond A Dis 7.44 USD<br />
STS Growth Schdr Multi-Mgr C Acc 116.4 USD<br />
SAS Agriculture Fund EUR Hdg A Acc 98.86 EUR<br />
SAS Commodity Fund GBP Hdg C Dis 103.51 GBP<br />
Fundo Divisa Valor<br />
SKANDIA GREATER CHINA EQUITY FUND USD 29.6815<br />
SKANDIA GREATER CHINA EQUITY FUND USD 15.2014<br />
SKANDIA GLOBAL BOND FUND EUR 11.719<br />
SKANDIA GLOBAL BOND FUND USD 10.3337<br />
SKANDIA GLOBAL BOND FUND USD 14.6922<br />
SKANDIA GLOBAL EQUITY FUND USD 13.3313<br />
SKANDIA GLOBAL EQUITY FUND USD 12.7424<br />
SKANDIA US LARGE CAP GROWTH FUND USD 10.8945<br />
SKANDIA US LARGE CAP GROWTH FUND USD 10.2722<br />
SKANDIA PACIFIC EQUITY FUND USD 27.5061<br />
SKANDIA PACIFIC EQUITY FUND USD 26.4222<br />
SKANDIA EUROPEAN EQUITY FUND USD 13.259<br />
SKANDIA EUROPEAN EQUITY FUND USD 12.6653<br />
SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND EUR 10.5849<br />
SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND USD 9.7895<br />
SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND USD 9.4815<br />
SKANDIA SWEDISH EQUITY FUND SEK 11.7688<br />
SKANDIA SWEDISH BOND FUND SEK 15.4693<br />
SKANDIA EUROPEAN OPPORTUNITIES FUND USD 13.482<br />
SKANDIA EUROPEAN OPPORTUNITIES FUND USD 11.3181<br />
SKANDIA US ALL CAP VALUE FUND EUR 9.4818<br />
SKANDIA US ALL CAP VALUE FUND USD 11.8378<br />
SKANDIA US VALUE FUND USD 9.6324<br />
SKANDIA US VALUE FUND EUR 7.4886<br />
SKANDIA US CAPITAL GROWTH FUND EUR 7.8474<br />
SKANDIA US CAPITAL GROWTH FUND USD 10.0334<br />
SKANDIA TOTAL RETURN USD BOND FUND USD 10.9911<br />
SKANDIA TOTAL RETURN USD BOND FUND USD 10.5497<br />
SKANDIA USD RESERVE FUND USD 1.1112<br />
SKANDIA USD RESERVE FUND USD 1.1094<br />
SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND EUR 11.8276<br />
SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND EUR 11.4834<br />
SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 14.6381<br />
SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 14.629<br />
SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 9.3857<br />
SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 11.9286<br />
SKANDIA SWISS EQUITY FUND CHF 13.8807<br />
SKANDIA HEALTHCARE FUND USD 8.9866<br />
SKANDIA TECHNOLOGY FUND USD 8.5696<br />
www.sgam.com<br />
distribution@sggestion.fr<br />
A company of Amundi Group<br />
SGAM Fund - EQUITIES / CHINA EUR 16.35<br />
SGAM Fund - EQUITIES JAPAN SMALL CAP JPY 1046.21<br />
SGAM Fund - EQUITIES / CONCENTRATED EUROPEUSD 35.18<br />
SGAM Fund - EQUITIES / LATIN AMERICA EUR 79.75<br />
SGAM Fund - EQUITIES / EMERGING EUROPE USD 32.55<br />
SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND USD 13.90<br />
SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND CYCLICALS USD 23.78<br />
Fundo Último Divisa<br />
valor€<br />
SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND FINANCIAL USD 13.81<br />
SGAM Fund - EQUITIES US MID CAP GROWTH EUR 22.33<br />
SGAM Fund - EQUITIES / EUROPE OPPORTUNITIESUSD 138.49<br />
SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL RESOURCES EUR 75.70<br />
SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL<br />
EMERGING COUNTRIES EUR 6.41<br />
SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL EUR 19.92<br />
SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL ENERGY EUR 12.53<br />
SGAM Fund - ABSOLUTE RETURN FOREX USD 146.38<br />
SGAM Fund - EQUITIES / US SMALL CAP VALUE EUR 11.64<br />
SGAM Fund - EQUITIES / GOLD MINES EUR 20.85<br />
SGAM Fund - EQUITIES / ASIA<br />
PAC DUAL STRATEGIES EUR 7.25<br />
SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN CONCENTRATEDUSD 73.85<br />
SGAM Fund - EQUITIES JAPAN SMALL CAP USD 11.72<br />
SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN TARGET USD 18.00<br />
SGAM Fund-EQUITIES MENA EUR 37.09<br />
SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN COREALPHA USD 83.18<br />
SGAM Fund-EQUITIES GLOBAL<br />
ENVIRONMENT OPPORTUNITIE EUR 40.98<br />
SGAM Fund - EQUITIES EUROPE EXPANSION USD 94.33<br />
SGAM Fund - BONDS EURO CORPORATE USD 31.85<br />
SGAM Fund - EQUITIES / US LARGE CAP GROWTHEUR 10.87<br />
SGAM Fund - EQUITIES /US FOCUSED EUR 11.59<br />
SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND SMALL CAPUSD 188.87<br />
SGAM Fund - INDEX EUROLAND USD 1607.16<br />
SGAM Fund - EQUITIES / US RELATIVE VALUE EUR 14.95<br />
SGAM Fund - INDEX EUROLAND USD 157.25<br />
SGAM Fund - EQUITIES US CONCENTRATED COREEUR 16.12<br />
SGAM Fund - BONDS / EUROPE EUR 39.58<br />
SGAM Fund - EQUITIES CONCENTRATED<br />
EUROLAND USD 119.19<br />
SGAM Fund - INDEX US EUR 75.88<br />
SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND VALUE USD 135.66<br />
SGAM Fund - BONDS/ OPPORTUNITIES USD 144.44<br />
SGAM Fund - BONDS / WORLD USD 41.79<br />
SGAM Fund - BONDS / EUROPE HIGH YIELD USD 28.87<br />
SGAM Fund - EQUITIES US MULTI STRATEGIES EUR 15.42<br />
SGAM Fund - BONDS / EURO EUR 41.58<br />
SGAM Fund - BONDS / WORLD SGD 58.74<br />
SGAM Fund - MONEY MARKET / EURO USD 37.41<br />
SGAM Fund - MONEY MARKET / USD EUR 11.60<br />
SGAM Fund - EQUITIES / EUROPE OPPORTUNITIESEUR 101.48<br />
SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN COREALPHA EUR 60.99<br />
SGAM Fund - EQUITIES / LATIN AMERICA EUR 79.75<br />
SGAM Fund - EQUITIES US CONCENTRATED COREEUR 886.60<br />
SGAM Fund - BONDS / EURO INFLATION LINKED EUR 113.22<br />
Fundo Divisa Valor<br />
AMERICAN SELECT-DEH EUR 9.45<br />
AMERICAN SELECT-DU USD 9.57<br />
EMERGING MARKET DEBT-DEH EUR 15.56<br />
EM MKT LOW DUR-DEH EUR 11.83<br />
EM MKT LOW DUR-DU USD 11.23<br />
EUROP BONDS-DE EUR 21.83<br />
EUROP SHORT-TERM BONDS-DE EUR 13.91<br />
EUROP SMALL CAP EQUITIES-DE EUR 10.64<br />
GLOBAL ASS.ALL.-DEH EUR 15.05<br />
GLOBAL ASS.ALL.-DU USD 17.72<br />
GLOBAL BONDS (EURO)-DE EUR 19.93<br />
GLOBAL BONDS (USD)-DU USD 26.64<br />
GLOBAL EM MKT EQUITIES-DEH EUR 20.80<br />
GLOBAL EM MKT EQUITIES-DU USD 28.25<br />
GLOBAL EM MKT SH-TERM BDS-DEH EUR 9.12<br />
GLOBAL EM MKT SH-TERM BDS-DU USD 9.75<br />
GLOBAL ENERGY EQUITIES-DEH EUR 18.36<br />
GLOBAL ENERGY EQUITIES-DU USD 23.40<br />
GLOBAL HGH YLD&EM-MKT EUR-DE EUR 17.75<br />
GLOBAL INNOVATION-DEH EUR 14.46<br />
GLOBAL INNOVATION-DU USD 9.77<br />
GREATER CHINA EQUITIES-DEH EUR 17.85<br />
GREATER CHINA EQUITIES-DU USD 25.68<br />
JAPANESE EQUITIES-DEH EUR 9.65<br />
JAPANESE EQUITIES-DJ EUR 6.98<br />
JAPANESE EQUITIES-DJ JPY 846.00<br />
NEW ASIA-PACIFIC DEH EUR 18.64<br />
NEW ASIA-PACIFIC DU USD 27.43<br />
PAN EUROP EQUITIES-DE EUR 11.20<br />
US EQUITIES-DEH EUR 14.22<br />
US EQUITIES-DU USD 11.24<br />
US MID AND SML CAP EQUITIES-DEH EUR 10.12<br />
US MID AND SML CAP EQUITIES-DU USD 13.91<br />
USD HIGH INCOME BONDS-DEH EUR 15.26<br />
USD HIGH INCOME BONDS-DU USD 15.77<br />
USD SHORT-TERM BONDS-DU USD 18.76<br />
WORLD EQUITIES-DEH EUR 13.72<br />
WORLD EQUITIES-DU USD 14.31<br />
A informação nos fundos WestLB Mellon<br />
Compass Funds é indicada sob<br />
“BNY Mellon Asset Management<br />
Fonte: Euronext Lisboa / Clientes<br />
Nota 1: Segundo a fiscalidade portuguesa, os fundos de investimento<br />
mobiliário nacionais são tributados na fonte. Por essa razão,<br />
as rentabilidades apresentadas são líquidas de impostos para<br />
participantes singulares. Inversamente, os fundos estrangeiros comercializados<br />
em Portugal não estão sujeitos à retenção na fonte,<br />
e portanto as rentabilidades apresentadas são brutas. Nestes fundos,<br />
é da responsabilidade dos participantes declarar à autoridade<br />
fiscal os rendimentos obtidos, que serão assim englobados na<br />
sua declaração de rendimentos.<br />
Nota 2: Os fundos internacionais estão ordenados por ordem alfabética,<br />
sem identificar se se trata de fundos de acções, obrigações<br />
ou outros.
Câmbios e taxas de juro<br />
Euro perde terreno perante<br />
‘sell-off’ da libra<br />
O euro negociava ontem<br />
no vermelho, a perder<br />
0,89% face ao dólar, para<br />
os 1,3513 dólares. A moeda<br />
únicadazonaeuroestava<br />
a ser penalizada, quer pela<br />
incerteza que persiste em<br />
relação à eventual eficácia<br />
de um plano de ajuda financeira<br />
à Grécia quer<br />
pelo ‘sell-off’ que atingiu<br />
a libra esterlina.<br />
A moeda britânica<br />
atingiu um mínimo de dez<br />
meses face ao dólar, depois<br />
de uma ‘poll’ ter revelado<br />
que as eleições gerais<br />
locais poderão não resultar<br />
na maioria de um<br />
partido, o que poderá dificultar<br />
a redução da dívida<br />
do país. ■<br />
LIBOR<br />
Prazo USD EUR GBP JPY CHF<br />
Overnight 0.175 0.28125 0.53125 0.1175 0.04833<br />
1 semana 0.2075 0.30875 0.52938 0.12875 0.06167<br />
2 semanas 0.2175 0.3275 0.53 0.13875 0.07167<br />
1 mês 0.22813 0.3825 0.54 0.15688 0.09167<br />
2 meses 0.23938 0.46813 0.57 0.19563 0.16833<br />
3 meses 0.25169 0.6 0.6425 0.25313 0.25<br />
4 meses 0.28563 0.70813 0.71438 0.33688 0.27167<br />
5 meses 0.32669 0.80125 0.79063 0.38813 0.29667<br />
6 meses 0.38375 0.91125 0.8675 0.45438 0.3175<br />
7 meses 0.45481 0.9625 0.94438 0.51125 0.37083<br />
8 meses 0.5275 1.015 1.02375 0.55188 0.42667<br />
9 meses 0.60138 1.06875 1.09875 0.60125 0.47167<br />
10 meses 0.67931 1.10875 1.16688 0.62813 0.52667<br />
11 meses 0.75938 1.1525 1.2325 0.65563 0.56917<br />
1 ano 0.83938 1.1975 1.2975 0.68063 0.6175<br />
Rentabilidades Internacionais<br />
Matérias-primas<br />
Brent* (USD/Barril) Londres<br />
Últimas 6 sessões 77.59<br />
Petrolíferas Londres<br />
BRENT Máx. Min. Fecho<br />
APR0 78.47 77.28 77.59<br />
MAY0 78.85 77.62 77.97<br />
JUN0 79.34 78.16 78.49<br />
JUL0 79.85 78.74 79<br />
AUG0 80.22 79.36 79.48<br />
SEP0 80.63 79.6 79.89<br />
OCT0 81.02 79.96 80.28<br />
GASOLEO Máx. Min. Fecho<br />
JUL2 0 0 84.6<br />
AUG2 0 0 84.73<br />
SEP2 0 0 84.86<br />
OCT2 0 0 84.98<br />
NOV2 0 0 85.1<br />
DEC2 84.91 84.91 85.22<br />
JAN3 0 0 85.3<br />
Petrolíferas Nova Iorque<br />
CRUDE Máx. Min. Fecho<br />
JAN7 63.00 61.70 61.55<br />
FEB7 64.20 62.95 62.77<br />
MAR7 65.05 63.84 63.71<br />
APR7 65.72 64.59 64.45<br />
MAY7 66.35 65.98 65.06<br />
JUN7 66.55 65.81 65.56<br />
JUL7 0.00 0.00 66.00<br />
GASOLEO Máx. Min. Fecho<br />
JUN0 0 0 65.99<br />
JUL0 0 0 65.87<br />
AUG0 0 0 65.75<br />
SEP0 0 0 65.63<br />
OCT0 0 0 65.51<br />
NOV0 0 0 65.39<br />
DEC0 65.9 65.6 65.26<br />
JAN1 0 0 65.15<br />
1130,200001<br />
Base metal laminados<br />
Cobre<br />
26/02/10 01/03/10<br />
1120,400001<br />
6,406 6,654<br />
Latão 63/37<br />
Latão 67/33<br />
4,948 1110,600000 5,113<br />
5,105 5,280<br />
Latão 70/30<br />
Latão 85/15<br />
5,224 1100,800000 5,405<br />
5,815 6,029<br />
Bronze 6,905 1091,000000 7,160<br />
Euribor 3 meses<br />
Últimas 30 sessões<br />
Euribor 6 meses<br />
Últimas 30 sessões<br />
Euribor 12 meses<br />
EUA Japão R. Unido Alemanha França Itália<br />
O/N 5.23 0.45 5.17 -- -- --<br />
3 Meses 5.05 0.56 5.49 -- 3.81 --<br />
1 Ano -- 0.67 5.59 4.08 4.04 --<br />
2 Anos 4.59 0.83 5.46 4.04 4.06 4.1<br />
5 Anos 4.54 1.21 5.24 4.05 4.07 4.14<br />
10 Anos 4.65 1.66 4.97 4.08 4.13 4.3<br />
30 Anos 4.84 2.36 4.43 4.26 4.31 4.61<br />
Tx. desconto 6.25 0.75 .... .... .... ....<br />
Prime-rates 8.25 2.2 5.25 .... .... 7.125<br />
Metais não ferrosos<br />
0.656<br />
Metais Londres<br />
Fixing<br />
manhã<br />
Fixing<br />
Tarde<br />
Fecho<br />
OURO 1114 1117.25 1108.2<br />
PRATA 1650 1612 1612<br />
PLATINA 1548 1554 1533<br />
PALADIO 437 438 430<br />
Metais LME Por Tonelada<br />
BID ASK<br />
COBRE 7071.0 72.0<br />
ALUMINIO 2050.0 50.5<br />
ZINCO 2157.0 57.5<br />
NIQUEL 20490 20495<br />
CHUMBO 16650/ 6675<br />
ESTANHO 1930.0 35.0<br />
ALUM. ALLOY 2000.0 05.0<br />
Oleaginosas Roterdão<br />
Produto Entrega Ontem Véspera<br />
SOJA<br />
contrato venda venda<br />
Apr10 395.6 396.2<br />
May10 395 395.4<br />
COLZA<br />
Jun10 392 392.5<br />
May10/Jul10 665 658<br />
Aug10/Oct10 673 670<br />
GIRASSOL<br />
Nov10/Jan11 680 680<br />
Apr10/Jun10 950 945<br />
Jul10/Sep10 980 970<br />
COCO<br />
Oct10/Dec10 970 965<br />
MAR10 2304 36<br />
JUL10 2330 8<br />
PALMA BRUTA<br />
SEP10 2348 0.5<br />
Apr10/Jun10 820 800<br />
Jul10/Sep10 815 802.5<br />
Oct10/Dec10 815 802.5<br />
Ouro* (USD/Onça) Londres<br />
0,959<br />
Últimas 30 sessões<br />
1,216<br />
EURIBOR<br />
Prazo Última Anterior<br />
1 Semana 0,344 0,341<br />
1 Mês 0,415 0,416<br />
2 Meses 0,516 0,516<br />
3 Meses 0,655 0,656<br />
4 Meses 0,757 0,756<br />
5 Meses 0,847 0,847<br />
6 Meses 0,959 0,958<br />
7 Meses 0,994 0,995<br />
8 Meses 1,043 1,043<br />
9 Meses 1,092 1,092<br />
10 Meses 1,129 1,129<br />
11 Meses 1,168 1,167<br />
12 Meses 1,216 1,215<br />
Últimas 6 sessões 1108.25<br />
Euro dólar<br />
Últimas 30 sessões<br />
Câmbios<br />
Agrícolas Londres<br />
CACAU Máx. Min. Fecho<br />
MAR0 2190 2148 2155<br />
MAY0 2204 2157 2170<br />
JUL0 2193 2149 2162<br />
SEP0 2170 2125 2139<br />
DEC0 2155 2116 2127<br />
MAR1 2119 2096 2108<br />
MAY1 2117 2098 2103<br />
AÇUCAR Máx. Min. Fecho<br />
MAY0 671.6 628 669.9<br />
AUG0 642.3 602.8 642.1<br />
OCT0 590.9 557.3 586.8<br />
DEC0 556 531.3 552.5<br />
MAR1 540.9 520 535.7<br />
MAY1 0 0 521.1<br />
AUG1 0 0 501.2<br />
Agrícolas Chicago<br />
1.352<br />
Taxas do euro<br />
Taxas irrevog. Taxas bilat.<br />
Moeda do euro indic. esc.<br />
Franco belga 40.3399 4.96982<br />
Marco alemão 1.95583 102.505<br />
Peseta 166.386 1.20492<br />
Franco francês 6.55957 30.5633<br />
Libra irlandesa 0.787564 254.560<br />
Lira italiana 1936.27 0.10354<br />
Franco luxemburguês 40.3399 4.96982<br />
Florim 2.20371 90.9748<br />
Xelim austríaco 13.7603 14.5696<br />
Escudo 200.482 –<br />
Markka finlandesa 5.94573 33.7187<br />
Dracma 340.750 0.588355<br />
X por Cross<br />
Moeda 1 euro dólar<br />
Dólar dos EUA 1.3525 ---<br />
Dólar australiano 1.5105 1.116820702<br />
Lev da Bulgária 1.9558 1.446062847<br />
Dólar canadiano 1.4266 1.054787431<br />
Franco suíço 1.4644 1.082735675<br />
Coroa checa 25.933 19.174122<br />
Coroa dinamarquesa 7.4427 5.502920518<br />
Coroa da Estónia 15.6466 11.56865065<br />
Libra esterlina 0.9067 0.67038817<br />
Dólar de Hong-Kong 10.5007 7.763918669<br />
Forint da Hungria 269.45 199.2236599<br />
Coroa da Islândia 290 214.4177449<br />
Iene do Japão 120.67 89.21996303<br />
Won da Coreia do Sul 1562.24 1155.075786<br />
Litas da Lituânia 3.4528 2.552902033<br />
Lats da Letónia 0.7092 0.524362292<br />
Coroa norueguesa 8.057 5.957116451<br />
Dólar da N. Zelândia 1.9442 1.437486137<br />
Zloty da Polónia 3.94 2.913123845<br />
Coroa sueca 9.7649 7.219889094<br />
Dólar de Singapura 1.9026 1.406728281<br />
Coroa da Eslováquia 30.126 22.27430684<br />
Lira turca 2.0826 1.539815157<br />
Rand da África do Sul 10.3907 7.6825878<br />
Real brasileiro 2.4471 1.809316081<br />
Nota: Taxas de câmbio de referência do Banco<br />
Central Europeu, de cerca das 12:30 horas<br />
OT/Benchmark/MEDIP<br />
Prazo Cupão Maturidade Fecho Yield<br />
1 Ano 3.25 39644 99.002 4.045<br />
2 Anos 3.95 40009 99.922 3.979<br />
4 Anos 3.2 40648 97.007 4.015<br />
5 Anos 5 41075 104.46 4.031<br />
6 Anos 5.45 41540 107.96 4.027<br />
7 Anos 4.375 41806 101.88 4.067<br />
8 Anos 3.35 42292 94.67 4.099<br />
9 Anos 4.2 42658 100.255 4.161<br />
MILHO Máx. Min. Fecho<br />
MAR0 381 369.25 378<br />
MAY0 392 380.25 389<br />
JUL0 402.25 391 399.75<br />
SEP0 409 398.25 406<br />
DEC0 415.5 404.5 413<br />
MAR1 425 415 423<br />
MAY1 432 421.5 430<br />
TRIGO Máx. Min. Fecho<br />
MAR0 513 485 506.5<br />
MAY0 526 496.25 519.25<br />
JUL0 536.75 508.5 531.25<br />
SEP0 550 522.25 545<br />
DEC0 573 545.75 568.5<br />
MAR1 596 569.75 593.25<br />
MAY1 586.25 586.25 605.25<br />
SOJA Máx. Min. Fecho<br />
MAR0 959 944 951<br />
MAY0 968 953.5 961<br />
JUL0 976 962 969<br />
Agrícolas Nova Iorque<br />
ALGODÃO Máx. Min. Fecho<br />
MAY0 94 51.38 82.46<br />
JUL0 100 51.72 81.93<br />
OCT0 91.75 64.73 76.28<br />
DEC0 100.5 53.87 74.42<br />
MAR1 94.5 61.89 75.57<br />
MAY1 78.02 68.05 76.09<br />
JUL1 80 73.25 76.4<br />
Eurolist Dívida Pública<br />
Valor Taxa Maturid. Últ. Data Mont. Cot. Yeld<br />
mobiliário juro % cot. últ. cot. negoc. ant.<br />
OT-MAIO 5.85%10 5.85 20 MAY 2010 0 20 NOV 2009 0 105.8 0<br />
OT-JUN 5 1/7%11 5.15 15 JUN 2011 0 10 OCT 2008 0 104.48 0<br />
OT-SET 5 4/9%13 5.45 23 SEP 2013 0 25 FEB 2010 0 109.2 0<br />
Eurolist Outros fundos públicos<br />
Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />
neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />
CMOEIRAS93 4,375 41 99,11 2003-02-25 99,00<br />
CMSINTRA97 3,375 0<br />
CP-T.VR.95 2,795 0 2003-03-05 99,40<br />
EXPO9897.2 3,146 0 2001-07-12 99,90<br />
G.R.M...94 2,6875 0 2003-02-14 99,50<br />
GRA..1A.92 3,5625 0 2003-02-21 99,90<br />
GRA..1A.93 4,15 0 2002-11-06 100,00<br />
LISBOA.99 2,708 0<br />
LISNA.91-A 2,875 0 2003-03-06 97,00<br />
LISNA.91-B 2,875 0 2003-03-06 97,00<br />
LISNAVE.92 2,844 0 2003-03-07 96,92<br />
P.EXPO9897 2,739 0 2002-12-04 100,00<br />
RAA.96 3,0 0 2001-02-09 100,17<br />
RAM..96/06 2,656 0 1996-11-04 100,60<br />
RAM.01/16 3,381 0 2002-09-17 100,20<br />
RAM.1.S.97 2,713 0 1997-12-31 100,00<br />
RAM.2E 96 2,748 0 1997-12-31 100,00<br />
RAM.98 2,755 0 1999-06-30 100,00<br />
RAM.99 2,913 0<br />
SINTRA2S97 3,375 0<br />
SINTRA3S97 3,375 0<br />
Eurolist/Obrigações Diversas<br />
Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />
neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />
BCPIEM0405 2,0 110 98,65 2003-03-07 98,59<br />
J.MART.W96 2,40625 72 97,76 2003-03-07 96,32<br />
CONTIN..95 3,5625 65 99,89 2003-03-06 99,91<br />
BCPICG1005 0,0 57 91,95 2003-02-26 91,68<br />
BCPA TEL00 0,0 49 93,72 2003-03-07 93,65<br />
BCPI7%1003 7,0 45 100,56 2003-02-21 100,80<br />
BCPICG33PL 0,0 37 93,56 2003-03-07 93,49<br />
BCPI IDJ04 6,25 25 103,47 2003-03-07 103,44<br />
BCPA TM 00 0,0 25 92,00 2003-03-07 91,92<br />
BPICSSEU00 0,0 19 98,86 2003-02-28 98,81<br />
BCPI IM 05 0,0 16 95,92 2003-02-27 96,08<br />
BPI CM1E00 0,0 15 95,40 2003-03-07 95,34<br />
BPI.CAZE01 0,0 15 100,95 2003-03-07 100,81<br />
BCPIEGLB01 0,0 13 93,50 2003-02-28 93,20<br />
BPI.CS2.01 0,0 13 100,74 2003-03-06 100,42<br />
BCPIAP0703 7,25 11 99,50 2003-03-07 99,47<br />
BCPIEUR.01 0,0 11 101,11 2003-03-07 101,07<br />
TOTMUND02 0,0 10 94,41 2003-03-07 94,35<br />
BPI.CSZE00 0,0 10 107,27 2003-03-07 107,27<br />
BPI.OBCS01 3,65 9 100,01 2003-03-06 100,00<br />
BPI CM4E00 0,0 6 95,01 2003-03-07 94,94<br />
CGDVERAC00 0,0 5 98,40 2003-03-05 98,40<br />
BPI.CSQ01 0,0 5 102,73 2003-03-07 102,66<br />
BCPIAP0803 7,25 5 99,91 2003-03-06 100,01<br />
BPI.CSRM02 0,0 5 100,02 2003-03-06 100,01<br />
BCPAISTX00 0,0 5 94,88 2003-03-03 94,69<br />
BCPA CGI99 0,0 5 94,21 2003-03-07 94,21<br />
BCPIAP0804 0,0 5 94,81 2003-03-07 94,76<br />
BCPIAP0704 0,0 3 94,99 2003-03-06 94,97<br />
SCP.RF0205 6,45 3 92,00 2003-03-06 92,00<br />
BSPPNI9M00 3,0 3 98,91 2003-02-28 98,81<br />
BCPA MED00 0,0 2 91,79 2003-02-27 91,54<br />
BPI.CSIM01 0,0 2 92,25 2003-03-07 92,12<br />
BPICSZE200 0,0 2 92,20 2003-03-07 91,10<br />
BCPIAP09037 7,25 1 100,28 2003-03-06 100,29<br />
BCPIAP0904 0,0 1 94,22 2003-03-06 94,24<br />
INPAR.9804 3,138 1 95,02 2003-03-06 95,50<br />
BPI CM3E00 0,0 1 95,18 2003-03-06 95,02<br />
BPIRF30003 4,0 1 99,78 2003-02-25 99,83<br />
CPPEUR.+01 0,0 1 102,50 2003-03-07 102,48<br />
ENG.WARR98 1,555 0 95,00 2003-02-26 92,75<br />
BCPI IDJ05 0,0 0 92,41 2003-03-07 92,38<br />
BSPBEURP01<br />
PUB<br />
0,0 0 102,81 2003-02-21 102,66<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 47<br />
OUTROS MERCADOS<br />
Eurolist Unidades de Participação<br />
Título Quant. Fecho Fecho<br />
transac. E Esc.<br />
EUROSUL 0 0<br />
M.ACC.EURO 0 0<br />
N.ECONOMIA 51 46,15 9252<br />
REDES C.98 100 49,01 9826<br />
SAUDELAZER 678 48,01 9625<br />
VALFUT2005 488 46,41 9304<br />
Eurolist - Titulos de Participação<br />
Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />
neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />
B.MELLO.87 3,652 0 2003-03-07 95,00<br />
BFN.....87 3,564 0 2003-03-07 100,00<br />
BFN.2...87 2,958 0 2003-03-06 100,00<br />
BTA ....87 2,42559 0 2003-02-14 61,52<br />
CPP.....88 2,56908 0 2003-02-10 53,41<br />
CPP.....89 2,92688 0 58,51 2003-02-28 60,00<br />
PETROGAL93 3,9 0 2002-03-15 101,25<br />
Mercado s/ Cotações<br />
Título Data Últim. Var. Var % Quant. Máx. Mín. Comp.<br />
cot. ant. transac. ano ano anual<br />
Norvalor 27 OCT 2009 0 0 0 0 1.23 0.54<br />
Oliveira e Irmão 19 JUN 2001 0 0 0 0 0 0<br />
R.P. Centro Sul 07 DEC 2009 0 0 0 0 3.5 3.5<br />
Sopragol 16 AUG 2006 0 0 0 0 2.3 2.3<br />
Transinsular 18 AUG 2009 0 0 0 0 15.5 15.5<br />
Vista Alegre 14 OCT 1998 0 0 0 0 0 0<br />
Eurolist/Obrigações Diversas<br />
Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />
neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />
SAL.CAE.99 3,233 69 97,41 2002-12-06 99,90<br />
BPI.CSP.99 0,0 47 97,25 2003-03-07 97,22<br />
BPSM-2E.95 3,5625 33 99,87 2003-03-06 99,87<br />
BFBCSFR.98 0,0 12 102,60 2003-03-07 102,60<br />
BSMTOP97.1 3,418 5 78,20 2003-03-07 78,20<br />
CISF.PSI99 0,0 4 95,59 2003-03-05 95,56<br />
BPIEURO04 0,0 3 96,68 2003-03-03 96,55<br />
BPICSBRA99 0,0 3 111,20 2003-02-28 110,35<br />
BPI-MULTI. 0,0 1 97,95 2003-03-07 97,90<br />
CIN...9904 3,444 0<br />
ADP.98.05 3,101 0 2003-03-05 100,00<br />
BPA.SUB.96 3,0625 0<br />
BTA.TOPS97 3,418 0 2003-02-17 80,00<br />
M.LEA.1E98 3,25 0<br />
M.LEA.2E98 3,125 0<br />
DBLEASIN94 3,0625 0 2003-02-27 99,00<br />
BCP.SUB.95 3,5 0 2003-02-27 98,50<br />
CR.1E.1S98 3,6875 0 2000-02-14 100,00<br />
V.ALEGRE05 3,291 0<br />
CCCAM...96 3,2738 0 2003-02-28 99,00<br />
B.MELLO95S 3,3125 0 2002-09-13 99,10<br />
BNC.SUB.97 3,5 0 2002-09-16 97,00<br />
BNCTXVAR99 3,343 0 2003-01-28 100,00<br />
FINANTIA95 3,1875 0 2002-11-18 98,50<br />
CHE.RM1.98 0,0 0 2002-11-12 100,62<br />
CHE.CG1.98 0,0 0 2000-03-24 103,80<br />
TECN.J/SUP 9,75 0 1996-02-27 100,00<br />
M.COMPA.98 3,337 0<br />
SODIM-TV97 3,5 0 2001-08-17 100,00<br />
GDL.TX.V98 2,731 0 2001-04-10 99,97<br />
SACOR M.97 3,125 0 2003-02-10 98,79<br />
CPP.TOPS97 3,418 0 2003-01-22 75,00<br />
IMO.98-1.E 2,9192 0 2001-01-11 99,90<br />
IMO.98-2.E 3,311 0 2002-01-25 97,02<br />
SECI/CMP95 2,75 0 2003-03-06 99,85<br />
BNU.SUB.98 3,375 0 2003-02-25 93,90<br />
HELLER981E 2,75 0<br />
BNU.1.E.9 0,0 0<br />
BSPE.EQU99 0,0 0 2003-03-07 101,37<br />
BSP.E.FU99 3,752 0 2003-02-28 82,78<br />
BII-1.S.95 2,875 0 2000-05-02 100,00<br />
CMP/97 2,932 0 1998-07-16 99,50<br />
CHE.CG2.98 0,0 0 2001-05-31 101,25<br />
MOT.COMP04 3,487 0<br />
BNUCXSUB97 3,3125 0 2002-12-31 97,61<br />
SONAEIM/98 3,049 0 2002-02-25 98,50<br />
BES.SUB.98 3,494 0 2001-11-16 99,58<br />
BFB-SUB.97 2,9375 0 2000-06-29 100,00<br />
BPI-O.C.94 3,909 0 2002-12-18 100,00<br />
BPI-C.Z.95 0,0 0<br />
BPI-C.Z.96 0,0 0<br />
BPI.PERP96 3,683 0 2003-01-07 99,00<br />
BPI.SUB.96 3,1875 0 2003-02-17 99,10<br />
BPIRF.5.00 4,4 0 2001-10-26 101,16<br />
MUNDICEN97 3,5625 0 2002-02-11 99,90<br />
BPIZEURO07 0,0 0 2003-03-05 101,09<br />
SOMAGUE/97 3,75 0 2003-03-06 100,00<br />
SOMA.WA.98 2,591 0 2003-01-15 67,25<br />
GAS POR.97 3,0 0 2001-11-12 99,60
48 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
DESPORTO<br />
Entre escolhidos<br />
e proscritos, chegou<br />
a hora de Queiroz decidir<br />
Futebol A 100 dias do Mundial, Ronaldo diz que o jogo “não conta para nada”,<br />
mas alguns dos seus colegas ainda correm por um lugar nos escolhidos.<br />
Filipe Garcia<br />
filipe.garcia@economico.pt<br />
Fábio Coentrão “estava à espera<br />
de ser chamado” e Varela ficou<br />
“extremamente feliz” com a<br />
primeira convocatória para o<br />
jogo de amanhã, frente à China<br />
(20h45, RTP1), no Estádio Municipal<br />
de Coimbra.<br />
Os dois extremos não podiam<br />
ter reacções mais díspares à última<br />
convocatória. Cada vez que<br />
o seleccionador nacional divulga<br />
uma lista são tantos os desiludidos<br />
como os jogadores que<br />
celebram o lugar conquistado.<br />
Mesmo com sortes distintas, o<br />
discurso nem varia muito.<br />
Coentrão garante que irá trabalhar,<br />
na selecção de Sub-23,<br />
para “mostrar a Queiroz que<br />
merece estar na selecção AA”;<br />
Varela promete “dar tudo” para<br />
ir à África do Sul.<br />
Cristiano Ronaldo opina que<br />
este jogo “não conta para nada”<br />
eaúnicaideiaéenfrentaruma<br />
equipa “com um jogo parecido<br />
ao da Coreia do Norte”, adversária<br />
de Portugal no Mundial.<br />
Todavia, a 100 dias do pontapé<br />
de saída mais importante do<br />
ano, ficar fora da convocatória<br />
para um particular é mau sinal.<br />
E os ausentes sabem-no melhor<br />
queninguém–chegouahorade<br />
Carlos Queiroz decidir os 23 escolhidos<br />
para a viagem à África<br />
do Sul.<br />
As dúvidas começam logo na<br />
baliza com um ausente de peso.<br />
Quim, titular no Benfica e numa<br />
época em que o clube da Luz<br />
mantém a melhor defesa dos<br />
campeonatos europeus - com<br />
apenas 11 golos sofridos em 21<br />
jogos -, não entra nos escolhidos<br />
do seleccionador. Eduardo<br />
(Sp. Braga), Rui Patricío (Sporting)<br />
e agora Hilário, que passou<br />
a titular com a lesão de Cech no<br />
Chelsea, parecem ser os homens<br />
de confiança do técnico.<br />
Nas laterais, as dúvidas continuam.<br />
Jorge Jesus até vaticinou<br />
que o lateral-esquerdo da<br />
selecção sairia do plantel do<br />
Benfica, mas até agora nem Fábio<br />
Coentrão, nem César Peixoto<br />
parecem ter lugar entre os 23<br />
As ausências<br />
de Fábio Coentrão<br />
e de Ruben Micael,<br />
que entretanto<br />
se lesionou, foram<br />
as maiores surpresas.<br />
O extremo Varela<br />
foi o felizardo<br />
e irá estrear-se<br />
pela selecção.<br />
A LISTA DO SELECCIONADOR<br />
PORTUGAL-CHINA EM COIMBRA<br />
Jogador Clube Posição<br />
Eduardo Sp. Braga Guarda-redes<br />
Hilário Chelsea Guarda-redes<br />
Paulo Ferreira Chelsea Defesa<br />
Miguel Valência Defesa<br />
Ricardo Carvalho Chelsea Defesa<br />
Rolando FC Porto Defesa<br />
Bruno Alves FC Porto Defesa<br />
Duda Málaga Defesa<br />
Pedro Mendes Sporting Médio<br />
João Moutinho Sporting Médio<br />
Raul Meireles FC Porto Médio<br />
Tiago Atlético Madrid Médio<br />
Nani Man. United Médio<br />
Varela FC Porto Avançado<br />
Simão Atlético Madrid Avançado<br />
Cristiano Ronaldo Real Madrid Avançado<br />
Liedson Sporting Avançado<br />
Hugo Almeida Werder Bremen Avançado<br />
BENFICA SAD<br />
7,6%<br />
2,69 euros<br />
queestarãonaÁfricadoSuleo<br />
Benfica corre o risco de ser o<br />
único dos quatro primeiros<br />
classificados no campeonato<br />
nacional sem qualquer representante<br />
na selecção.<br />
As certezas a meio-campo<br />
É no meio-campo e nas alas do<br />
ataque que Carlos Queiroz parece<br />
ter o plano mais definido. E<br />
as possibilidades de uma surpresa<br />
são cada vez mais pequenas.<br />
Pedro Mendes, Raul Meireles<br />
e Deco têm lugar quase certo.<br />
E Tiago também está confiante.<br />
“Tenho jogado, as coisas<br />
estão a correr bem e estar outra<br />
vez reunido com a selecção é<br />
sempre bom”, disse. Na próxima<br />
eliminatória da Liga Europa,<br />
o médio do Atlético Madrid deverá<br />
mesmo enfrentar dois dos<br />
seus rivais pelo lugar: João<br />
Moutinho e Miguel Veloso, este<br />
com a vantagem de poder jogar<br />
a defesa esquerdo.<br />
Quem também se intrometeu<br />
recentemente na luta por um<br />
lugar foi Varela. Mesmo jogando<br />
na zona do terreno mais concorrida<br />
na selecção, o extremo<br />
do FC Porto conseguiu um lugar<br />
na convocatória e diz-se pronto<br />
para a luta. “Nas alas o problema<br />
do seleccionador é a fartura de<br />
opções”, diz, ao Diário <strong>Económico</strong>,<br />
Rui Moreira, Presidente<br />
da Associação Comercial do<br />
Porto e comentador desportivo.<br />
Na frente, o dilema é bem<br />
mais complicado de resolver.<br />
Desde a naturalização, Liedson<br />
não falhou qualquer convocatóriaeolugardeponta-de-lança<br />
parece-lhe reservado. No entanto,<br />
Carlos Queiroz deverá, pelo<br />
menos, convocar mais um avançado<br />
e nenhum dos candidatos o<br />
parece ter convencido completamente.<br />
Hugo Almeida tem sido<br />
chamado com regularidade e<br />
parte em vantagem sobre Ariza<br />
Makukula - que este ano já marcou<br />
15 golos no Kayserispor da<br />
primeiradivisãoturca-eemrelação<br />
a Nuno Gomes, que a comemorar<br />
dez anos da estreia em<br />
fases finais, parece cada vez mais<br />
longe do Mundial. Sem jogar no<br />
Benfica é complicado. ■<br />
FC PORTO SAD SPORTING SAD<br />
0,0%<br />
1,09 euros<br />
Os restantes jogos<br />
de aquecimento<br />
No dia 24 de Maio, já em pleno<br />
estágio de preparação para o<br />
Mundial na África do Sul, Portugal<br />
irá enfrentar, na Covilhã, a<br />
selecção de Cabo Verde. No dia 1<br />
de Junho, o último jogo no<br />
Estádio Municipal da Covilhã, o<br />
adversário será a selecção dos<br />
Camarões – também apurada para<br />
a fase final do Mundial -, naquele<br />
que será o último jogo antes de<br />
a comitiva portuguesa rumar<br />
ao continente africano. A 8<br />
de Junho, já em Joanesburgo,<br />
seráavezdeaselecçãonacional<br />
enfrentar a congénere de<br />
Moçambique para o último jogo<br />
de preparação em relação ao<br />
Campeonato do Mundo. A 15 de<br />
Junho, face à Costa do Marfim, no<br />
primeiro jogo do Grupo G, já não<br />
se aceitam experiências.<br />
2,8%<br />
1,11 euros<br />
AFINAL, QUEM PODE VIR A FAZER<br />
Vitor Paneira<br />
“No Benfica não há<br />
portugueses seleccionáveis.<br />
Só o Quim tem hipóteses<br />
de ir ao Mundial”.
FALTA?<br />
Carlos Queiroz deixou de lado os<br />
jogadores do Benfica e Vítor<br />
Paneira até compreende: “Não<br />
há portugueses seleccionáveis.<br />
Só o Quim tem hipóteses de ir<br />
ao Mundial, pois joga com<br />
regularidade. Já Carlos Martins,<br />
Fábio Coentrão e César Peixoto<br />
nem tanto porque jogam num<br />
sistema rotativo”. O técnico do<br />
Boavista acredita que Portugal<br />
“tem muitas soluções no ataque”<br />
e que disfarçam a lacuna do<br />
ponta-de-lança. A posição mais<br />
débil “é a de lateral-esquerdo”.<br />
DESTAQUE DO DIA<br />
Carlos Carvalhal<br />
Superou com distinção o exame mais<br />
complicado como treinador em<br />
Alvalade: há 33 anos que o Sporting<br />
não derrotava o FC Porto por 3-0. A<br />
continuidade de Carvalhal continua a<br />
ser um assunto tabu, mas o registo<br />
melhorou significativamente.<br />
José Couceiro<br />
“Queiroz vai tentar resolver<br />
erros do apuramento, por<br />
isso não fará alterações<br />
ao modelo de jogo”.<br />
No entender do técnico José<br />
Couceiro (Gaziantepspor), Carlos<br />
Queiroz vai querer dissipar as<br />
suas dúvidas e aumentar o leque<br />
de opções para o África do Sul no<br />
particular ante a China. “Queiroz<br />
vai tentar resolver alguns erros<br />
que a equipa denotou no<br />
apuramento. Por isso, não irá<br />
alterar o sistema de jogo com o<br />
qual apurou Portugal para o<br />
Mundial. Mas, ao mesmo tempo,<br />
vai introduzir novas caras nesse<br />
modelo”, admite o antigo<br />
seleccionador da Lituânia.<br />
AGENDA DO DIA<br />
Futebol<br />
Jogos de preparação: Portugal-<br />
Suécia em Sub-21, (18h15, TVI);<br />
Irlanda-Brasil (20h05, Sport TV1);<br />
Fórum Europeu Soccerex: em<br />
Manchester, com o presidente do<br />
Sporting, José Eduardo Bettencourt,<br />
e o director marketing, Pedro Afra.<br />
Rui Moreira<br />
“Se o Ruben Micael continuar<br />
a jogar como tem feito será<br />
o substituto natural de Deco”.<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 49<br />
Basquetebol<br />
NBA: Detroit Pistons-Boston Celtics<br />
(madrugada de 4ª feira, às 00h30,<br />
Sport TV1).<br />
Surf<br />
ASP World Tour (1ª etapa do<br />
Mundial): Gold Coast, em<br />
Queensland, Austrália, com a<br />
participação do português Tiago<br />
Pires.<br />
Infografia: Mário Malhão | mario.malhao@economico.pt<br />
Para Rui Moreira, duas ausências<br />
são de notar. “O Ruben Micael<br />
pode ser para rodar nos Sub-23,<br />
mas se continuar a jogar como<br />
temfeitoseráosubstitutonatural<br />
de Deco”, diz. “O Quim merecia<br />
estar convocado. Tem jogado bem<br />
e, não querendo questionar a<br />
opção por Eduardo, a experiência<br />
que tem podia ser importante”,<br />
conclui. Para Rui Moreira, a<br />
contrastar com a fartura de<br />
extremos, o maior problema está<br />
na lateral esquerda: “Não saberia<br />
quem convocar”.
50 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
DESPORTO<br />
FUTEBOL<br />
Benfica-FC Porto jogam final da Taça da Liga<br />
a 21 de Março no Algarve (19h15)<br />
A final da Taça da Liga entre Benfica e FC Porto ficou ontem<br />
definitivamente marcada para o Estádio do Algarve, no domingo, dia 21 de<br />
Março, às 19h15. O encontro terá transmissão directa na SIC e realiza-se<br />
três dias depois de os encarnados visitarem o Marselha, em partida<br />
relativa à 2ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. O FC Porto joga<br />
com o Arsenal a 2ª mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões no dia<br />
9 de Março.<br />
EVOLUÇÃO DO ÚLTIMO MÊS<br />
Os títulos das SAD de Benfica, FC<br />
Porto e Sporting registam fraca<br />
liquidez diária e estão vários dias<br />
ao mesmo preço.<br />
3,0 SLB SCP FCP<br />
2,5<br />
2,0<br />
1,5<br />
1,0<br />
0,5<br />
01-02-2010<br />
Fonte: Bloomberg<br />
Eduardo Melo<br />
eduardo.melo@economico.pt<br />
01-03-2010<br />
O desempenho desportivo dos<br />
três grandes do futebol nacional<br />
não confere com os resultados<br />
das Sociedades Anónimas Desportivas<br />
(SAD) no segundo semestre<br />
de 2009. Nesse período,<br />
apenas o FC Porto, actual terceiro<br />
da Liga, obteve lucros<br />
(19,6 milhões de euros), enquanto<br />
o Benfica (que lidera o<br />
campeonato) e Sporting (quarta<br />
posição) atingiram prejuízos de<br />
13,8 e 7,8 milhões de euros, respectivamente,<br />
segundo anunciaramosdoisclubes.<br />
As contas do tetracampeão<br />
beneficiaram da venda de jogadores<br />
do plantel, que atingiram<br />
31,8 milhões de euros até Dezembro<br />
de 2009 [ver quadro],<br />
alguns deles decisivos para a<br />
desempenho do clube, como<br />
foram os casos de Lisandro<br />
López e de Cissokho.<br />
A presença, quase constante,<br />
na Liga dos Campeões tem sido<br />
uma montra para o plantel azul e<br />
branco, com efeitos directos nas<br />
Ex-médio da selecção francesa não<br />
quer aproximar-se do central italiano.<br />
contas do clube. “Os jogadores<br />
têm uma exposição maior e,<br />
como tal, o plantel fica mais valorizado<br />
quando comparado<br />
com as outras SAD”, nota Pedro<br />
Lino, presidente executivo da<br />
corretora Dif.<br />
AocontráriodoFCPorto,<br />
Benfica e Sporting estão menos<br />
vezes presentes na Liga milionáriaeaactualpresençanaLiga<br />
Europa só terá repercussões nos<br />
cofres de ambos mais para diante.<br />
As suas estratégias são orientadas<br />
para a valorização dos<br />
plantéis e não para a venda de<br />
jogadores.<br />
No Benfica, até Dezembro de<br />
2009, entraram o brasileiro Ramirez,<br />
o espanhol Javi García e o<br />
argentino Saviola, enquanto as<br />
jovens promessas Nélson Oliveira<br />
e Roderick Miranda “são já atletas<br />
que despertam a cobiça dos<br />
maiores emblemas europeus”,<br />
conta o relatório.<br />
Já quanto ao Sporting, as contratações<br />
de João Pereira (ex-Sp.<br />
Braga) e Sinama Pongolle (ex-<br />
Atlético Madrid) fizeram disparar<br />
o valor do plantel, que subiu<br />
FUTEBOL<br />
FC Porto perde em Alvalade<br />
mas lidera nas contas das SAD<br />
Futebol Benfica e Sporting reforçaram plantéis em 2009. FC Porto subiu com venda de jogadores.<br />
DADOS FINANCEIROS DAS SAD<br />
2º SEMESTRE DE 2009<br />
FC Porto Benfica Sporting<br />
Resultados Líquidos 19,6 -13,8 -7,8<br />
Resultados operacionais 21,2 -11 -5,7<br />
Prov. passes atletas 31,8 1,25 0,34<br />
Total activo 169,3 355 119<br />
Total passivo 152,9 340,7 142,9<br />
Fonte: Relatórios das SAD Valores em milhões de euros<br />
Zinedine Zidane ainda recusa pedir desculpa<br />
a Materazzi pela cabeçada no Mundial<br />
A imagem correu Mundo e continua a dar que falar: o francês Zinedine<br />
Zidane deu uma cabeçada ao italiano Marco Materazzi, durante a final do<br />
Mundial de 2006, alegando que o defesa ofendera a honra da sua irmã.<br />
Agora, em declarações ao diário “El País”, o gaulês reafirma não ter<br />
intenções de pedir desculpa. “Prefiro morrer a desculpar-me perante um<br />
energúmeno como ele. Claro que lamento a minha atitude, mas pedir<br />
desculpa seria reconhecer que aquilo que fez é normal”, sublinhou.<br />
Hugo Correia / Reuters<br />
Javier Saviola no chão:<br />
a SAD benfiquista foi a<br />
que apresentou números<br />
mais negativos nos<br />
últimos seis meses.<br />
46%, para 38,4 milhões de euros,<br />
face ao mesmo período de 2008.<br />
Tanto em relação às receitas<br />
de bilheteira como aos direitos<br />
televisivos,o Sporting aponta<br />
para quebra em torno de 20%,<br />
mas o Benfica reconhece um<br />
comportamento díspare neste<br />
capítulo, com um acréscimo de<br />
37% na venda de bilhetes e uma<br />
quebra de 19% nos direitos televisivos.<br />
O FC Porto estabilizou a<br />
bilheteira nos 5,9 milhões de<br />
euros e subiu um milhão de euros<br />
nas transmissões televisivas para<br />
4,1 milhões.<br />
Mundo ao contrário<br />
Apesar disto, no campeonato dos<br />
títulos cotados em bolsa, o dia de<br />
ontem foi marcado por subidas<br />
acentuadas de Benfica (7,6%) e<br />
Sporting (2,8%) e manutenção<br />
do FC Porto. Os investidores valorizaram<br />
os títulos das SAD que<br />
agravaram prejuízos no semestre.<br />
“As acções das SAD são investimentos<br />
que têm muito mais a ver<br />
com o coração do que com uma<br />
decisão de investimento racional”,<br />
conclui Pedro Lino. ■<br />
O gigante<br />
afastado<br />
por causa<br />
de um<br />
polegar<br />
Shaquille O’Neal (Cleveland)<br />
vai ser operado ao dedo da mão<br />
direita para jogar no playoff.<br />
Paulo Jorge Pereira<br />
paulo.pereira@economico.pt<br />
Tendo sido importante para que<br />
os Cleveland Cavaliers dominassem<br />
a maior parte dos duelos<br />
com Los Angeles Lakers e Orlando<br />
Magic, outros candidatos<br />
ao título da NBA, durante esta<br />
época, o gigante Shaquille<br />
O’Neal (2,16 m e 147 kg) vai fazer<br />
falta a LeBron James e companhia.<br />
Tudo porque se lesionou<br />
no polegar da mão direita e será<br />
obrigado a uma intervenção cirúrgica<br />
que pode afastá-lo até<br />
oito semanas – faltam sete para<br />
terminar a época regular e Shaq<br />
só regressaria para o playoff, a<br />
partir de Abril.<br />
O poste sofreu problema semelhante<br />
em 1995, quando representava<br />
os Orlando Magic. Os<br />
Cavaliers poderiam optar pelo<br />
regresso de Zydrunas Ilgauskas,<br />
trocado com Washington por<br />
Antawn Jamison, mas, pelos regulamentos<br />
da NBA, isso tambémsóserápossívelapartirde21<br />
de Março. “Penso que seremos<br />
capazes de sobreviver sem ele”,<br />
comentou o base Mo Williams.<br />
Resultados de ontem: San<br />
Antonio-Phoenix, 110-103; LA<br />
Lakers-Denver, 95-89; Atlanta-<br />
Milwaukee, 106-102 (a.p.); New<br />
Jersey-Washington, 85-89; Orlando-Miami,<br />
96-80; Oklahoma-Toronto,<br />
119-99; Sacramento-LA<br />
Clippers, 97-92 e<br />
Dallas-New Orleans, 108-100. ■<br />
O’Neal pode ficar<br />
afastado até<br />
oito semanas,<br />
devendo regressar<br />
a tempo de participar<br />
nos jogos decisivos<br />
do playoff ao lado<br />
de LeBron James.
ATLETISMO<br />
Cubano Ivan Pedroso volta a competir<br />
após dois anos fora do salto em comprimento<br />
Aos 37 anos, o cubano Ivan Pedroso, quatro vezes campeão do Mundo de<br />
salto em comprimento ao ar livre, cinco em pista coberta e campeão<br />
olímpico em Sydney no ano 2000, vai voltar à actividade. Em entrevista<br />
ao diário “El País”, Pedroso, radicado em Espanha, confessa que o salto é<br />
a sua vida e que o regresso fica a dever-se ao facto de “não ter ficado<br />
satisfeito com os últimos tempos de competição”, marcados por lesões e<br />
outros problemas.<br />
‘ILDOTTORE’DOCOSTUME<br />
Governo, Câmara e João Lagos<br />
em parceria para a prova de 2011-2012.<br />
Stringer Malaysia / Reuters<br />
A alcunha podia ter chegado pelo número de títulos - nove no total -, mas foi o<br />
estilo que lhe valeu o cognome de ‘Il Dottore’. O campeão do Mundo de MotoGP,<br />
Valentino Rossi, voltou em grande: nos treinos em Sepang não só foi o mais rápido<br />
como melhorou o tempo com que conquistara a pole position da corrida de 2009.<br />
VELA<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 51<br />
Mais de 50 milhões de euros de retorno para<br />
investimento de dez na Volvo Ocean Race<br />
Portugal é uma das três cidades europeias que irá receber uma etapa<br />
da Volvo Ocean Race de 2011-2012, uma prova de vela que faz a volta<br />
ao Mundo em nove meses. Para receber a competição, em Junho de 2012,<br />
Câmara de Lisboa, Governo e João Lagos Sports vão investir entre 8<br />
e 10 milhões de euros. O retorno deste investimento será “muito superior<br />
a cinco vezes”, assegurou ontem João Lagos ao Diário <strong>Económico</strong>, face<br />
aos números gerados na etapa da prova na Irlanda (Galway), em 2009.<br />
Canadá satisfeito<br />
com Jogos<br />
pouco seguros<br />
Jogos Olímpicos de Inverno Edição de 2010<br />
sob signo dos acidentes. Russos insatisfeitos.<br />
Paulo Jorge Pereira<br />
paulo.pereira@economico.pt<br />
Jacques Rogge, líder do Comité<br />
Olímpico Internacional (COI),<br />
até pode dizer que houve “um<br />
esforço enorme para que tudo<br />
corresse bem” nos Jogos de Inverno<br />
que terminaram no domingo<br />
em Vancouver, mas nem<br />
assim apaga a imagem dos acidentes<br />
associada a esta edição.<br />
O próprio Rogge lamenta a<br />
mortedogeorgianoNodarKumaritashvili,<br />
de 21 anos, após os<br />
graves ferimentos sofridos<br />
quando treinava para a prova de<br />
trenó na pista de Whistler. Só<br />
que o dirigente não mencionou<br />
outras situações que poderiam<br />
ter acabado mal como o acidente<br />
que enviou o australiano<br />
Duncan Harvey para o hospital<br />
já depois de alterações na fatídica<br />
pista. Favorito à conquista da<br />
medalha de ouro no trenó, o italiano<br />
Armin Zoeggeler também<br />
não evitou ser um dos acidentados,<br />
tal como a romena Violeta<br />
Stramaturaru que chegou a perder<br />
a consciência. Outra romena,<br />
Edith Miklos, caiu na prova<br />
de downhill e teve de ser evacuada<br />
de helicóptero depois de<br />
ser socorrida ainda na pista.<br />
A imprensa canadiana, entusiasmada<br />
com o triunfo sobre os<br />
Estados Unidos na final de hóqueisobreogeloaterminar,<br />
classificaoeventocomo“um<br />
momento definidor para a história<br />
do país”. Não surpreende:<br />
o Canadá terminou a classificação<br />
de medalhas com mais galardões<br />
de ouro (14) do que<br />
qualquer outro concorrente<br />
para um total de 26 prémios<br />
(Alemanha, com 30, e EUA, que<br />
chegou às 37, obtiveram mais,<br />
mas quedaram-se pelas 10 e 9<br />
de ouro, respectivamente).<br />
Até Joe Biden, vice-presidente<br />
dos EUA, acrescentou o seu<br />
nome à lista de casos insólitos:<br />
no dia 15, o carro da sua comitiva<br />
sofreu um acidente, ferindo<br />
duas atletas olímpicas: Peggy<br />
Fleming e Vonetta Flowers<br />
A pior Rússia de sempre<br />
Enquanto uns se congratulam,<br />
também há quem não esconda o<br />
tom crítico. É o caso das autoridades<br />
russas, que organizam a<br />
próxima edição em Sochi<br />
(2014), descontentes com o 11º<br />
lugar global (15 medalhas, pior<br />
desempennho de sempre nos<br />
Jogos Olímpicos de Inverno). O<br />
presidente, Dmitry Medvedev,<br />
exigiu mesmo que os responsáveis<br />
da equipa olímpica se demitissem.<br />
“Se não forem capazes<br />
terão a nossa ajuda. Temos<br />
de mudar de forma drástica os<br />
nossos métodos de treino, a julgar<br />
pelo sucedido em Vancouver”,<br />
criticou. “Está perdida a<br />
escola soviética de formação<br />
dos atletas e, pelos vistos, não<br />
fomos capazes de formar a nossa<br />
própria escola”, concluiu o<br />
presidente russo.<br />
Na edição de 2006, realizada<br />
em Turim, a Rússia ficara entre<br />
os cinco primeiros com um total<br />
de 22 medalhas (oito de ouro). O<br />
alarme chegou mesmo ao primeiro-ministro,<br />
Vladimir Putin,<br />
que reconheceu que se “esperava<br />
mais dos atletas e técnicos”,<br />
apontando para a necessidade<br />
de “analisar erros e derrotas<br />
e melhorar já em 2014”. ■<br />
NÚMEROS DE VANCOUVER<br />
● As transmissões televisivas<br />
foram seguidas, entre os dias 12<br />
e28deFevereiro,porcercade<br />
3,5 mil milhões de espectadores.<br />
● Somando todas as plataformas<br />
de transmissão houve seis mil<br />
horas de cobertura.<br />
● Ositedaprovateve275<br />
milhões de visitantes, superando<br />
o recorde dos Jogos de Verão em<br />
2008 (105 milhões).<br />
● Houve 10.800 jornalistas<br />
acreditados para as provas e<br />
foram entregues 615 medalhas<br />
em 15 disciplinas diferentes.
52 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
PUBLICIDADE & MEDIA<br />
TELEVISÃO<br />
SIC acaba Fevereiro a subir com 25%<br />
do ‘share’ mas lidera com 27%<br />
A SIC fechou o mês de Fevereiro a subir, com 28.7% do ‘share’, contra<br />
23% da RTP1 e 22.6% da TVI . O programa ‘Uma Flor para a Madeira’,<br />
foi o mais visto de domingo, com 1.134.000 espectadores. No decorrer<br />
do mês, a SIC terminou em 2º lugar com 25.3% de ‘share’ contra os<br />
24.7% da RTP1 e 27.5% da TVI, que se mantém líder apesar da quebra<br />
nas audiências. As novas apostas do canal de Balsemão como ‘Noticias<br />
em 2ª Mão’ ou Lua Vermelha contribuíram para a maior subida do mês.<br />
Comércio espanhol investe em<br />
comunicação para sair da crise<br />
O objectivo é gerar a “maior terapia social da história”, recorrendo a figuras públicas e anónimos.<br />
Margarida Henriques<br />
margarida.henriques@economico.pt<br />
Mudar o estado de espírito dos<br />
espanhóis e reactivar o consumo<br />
privado para incentivar o país a<br />
sair da crise são os principais objectivos<br />
de uma campanha publicitária<br />
a 360º lançada pelas<br />
Câmaras de Comércio espanholas,<br />
em conjunto com as principais<br />
empresas do IBEX 35 (o índice<br />
bolsista de referência em<br />
Espanha).<br />
Como explica Susana Diaz,<br />
assessora do projecto, “pretendemos<br />
levantar a confiança dos<br />
cidadãos de todo o país e gerar a<br />
maior terapia social da história.<br />
No centro desta campanha está o<br />
‘site’ www.estosololoarreglamosentretodos.org,<br />
que deverá<br />
funcionar como o foco e o motor<br />
de todo o movimento social.<br />
A acção arrancou na semana<br />
passada,emexterioreimprensa,<br />
com uma peça de comunicação<br />
minimalista onde apenas era indicadoodapáginadeInternet,<br />
para despertar a atenção. Este<br />
‘teaser’ foi revelado mais tarde<br />
com a emissão de um filme de<br />
televisão de um minuto, protagonizado<br />
por famosos e anónimos,<br />
e com a activação do ‘site’,<br />
que até então apenas mostrava<br />
um ‘countdown’.<br />
Neste filme é apresentado um<br />
manifesto recheado de mensagens<br />
de optimismo e ânimo dei-<br />
Campanha segue a estratégia “A Vida<br />
é mais fácil com Visa”.<br />
TURISMO DE PORTUGAL INVESTE 5,5 MILHÕES NA IMAGEM PARA O EXTERIOR<br />
PATROCÍNIO<br />
Visa lança primeira campanha<br />
para o Mundial de Futebol<br />
Arrancou ontem em Portugal a primeira campanha que envolve<br />
o patrocínio mundial da Visa à FIFA. Trata-se de uma promoção em que,<br />
por cada compra com cartão Visa, o utilizador do cartão e um amigo<br />
habilitam-se a ganhar uma viagem ao campeonato do Mundo, na África<br />
do Sul. Esta campanha inclui promoções de consumo e outras iniciativas<br />
de envolvimento com os consumidores, que representa a terceira fase<br />
da estratégia “A vida é mais fácil com Visa”.<br />
O Turismo de Portugal (TdP) anunciou ontem que vai investir 5,5 milhões de euros em 2010 na promoção do país no estrangeiro. Espanha e<br />
França serão os mercados privilegiados nesta campanha que passa pela renovação dos ‘stands’ para as feiras internacionais. Segundo Frederico<br />
Costa, vice-presidente do TdP, a nova estrutura pretende projectar uma imagem moderna e dinâmica de Portugal enquanto destino turístico”.<br />
PROTAGONISTAS<br />
O ‘chef’ Ferrán Adriá e o piloto<br />
de ‘rally’ Carlos Sainz são, juntamente<br />
com outras figuras anónimas,<br />
os protagonistas da campanha.<br />
xadas por celebridades como o<br />
‘chef’ Ferrán Adriá e o piloto<br />
Carlos Sainz, mas também por<br />
uma série de pessoas anónimas.<br />
“A ideia é contribuir para que<br />
os cidadãos pensem e reflictam<br />
senãovaleapenaumpouco<br />
mais de esforço”, disse ao ‘site’<br />
www.marketingnews.es José<br />
Maria Piera, director de planeamento<br />
e desenvolvimento na<br />
SCPF, a agência de publicidade<br />
responsável pela campanha.<br />
No final das filmagens o material<br />
produzido era tanto que foi<br />
possível criar cerca de 20 versões<br />
mais curtas com os testemunhos<br />
de várias personagens, que se podem<br />
ver na Internet ou na televisão.<br />
E foram ainda gravadas mais<br />
DR<br />
de 30 histórias onde tanto personagens<br />
conhecidas como anónimas<br />
dão os seus testemunhos e<br />
experiências pessoais para serem<br />
inspiradores e mostrarem como<br />
se pode sair do túnel. Estes materiais<br />
são cedidos gratuitamente<br />
aos meios para que os possam<br />
transmitir directamente ou ajudar<br />
na produção de conteúdos.<br />
Para reunir as várias peças de<br />
comunicação foi criado um logótipo<br />
formado pela palavra “OK”,<br />
o qual será também utilizado nos<br />
vários materiais de ‘merchandising’.<br />
No entanto, e para marcar<br />
o interesse social deste projecto,<br />
nunca aparece o logótipo ou é<br />
feita alguma referência às empresas<br />
que nele estão envolvidas. ■
‘ENDORSEMENT’<br />
Gatorade também acaba<br />
acordo com Tiger Woods<br />
A Gatorade anunciou o fim da sua parceria com Tiger Woods,<br />
juntando-se assim a marcas como a AT&T, Accenture, Gillette, Tag Heuer<br />
e General Motors que já tinham posto fim ao acordo de patrocínio com<br />
o jogador de golfe depois da revelação dos alegados escândalos sexuais<br />
no final de 2009. No entanto, a Gatorade anunciou que vão continuar<br />
a parceria com a fundação de caridade do jogador, a Tiger Woods<br />
Foundation.<br />
Jornais ‘online’<br />
nos EUA já são<br />
mais populares<br />
do que em papel<br />
Estudo confirma receios da imprensa e pode<br />
levar mais títulos a cobrar por conteúdos na ‘net’.<br />
Rebeca Venâncio<br />
rebeca.venancio@economico.pt<br />
Parece ser, cada vez mais, uma<br />
luta inglória para os jornais: as<br />
notícias ‘online’ já superaram a<br />
imprensa em popularidade,<br />
nos Estados Unidos da América<br />
(EUA), segundo um estudo<br />
avançado pela BBC. A Internet<br />
éagoraaterceiraplataforma<br />
mais popular para ter acesso às<br />
notícias, superada apenas pela<br />
televisão (canais locais ou nacionais),<br />
segundo avançou o<br />
“Pew Research Center”.<br />
“A preocupação com as notícias<br />
está a assumir-se, cada<br />
vezmais–emtodoolado,a<br />
qualquer hora e através de<br />
qualquer dispositivo. É esta a<br />
política de quem quer estar<br />
sempre informado”, disse fonte<br />
responsável responsável pela<br />
investigação.<br />
O estudo revelou ainda que<br />
os agregadores de conteúdos<br />
como Google News ou AOL são<br />
os mais procurados na busca<br />
noticiosa, encaminhando depois<br />
os leitores para sites com<br />
CNN ou BBC.<br />
Cercade60%dosleitores<br />
afirmaram que era no ciberespaço<br />
que conheciam as notícias<br />
do dia, contra os 78% que disse<br />
informar-se através de canais<br />
de televisão local; 71% dos inquiridos<br />
afirmou preferir os canais<br />
de informação nacional<br />
como a NBC ou ainda os canais<br />
do cabo, como CNN e Fox<br />
News. E 54% dos norte-americanos<br />
escolhem ainda os blocos<br />
informativos na rádio, em casa<br />
ou no carro.<br />
Dados como estes renovam<br />
os receios dos proprietários de<br />
jornais que, um pouco por<br />
todo o mundo, procuram modelos<br />
na internet que respondam<br />
às necessidades crescentes<br />
de lucro na rede virtual. O<br />
estudo revelou ainda que mais<br />
de 90% das pessoas não se limita<br />
a um método para aceder<br />
a notícias e 57% consulta en-<br />
tre dois a cinco ‘sites’ para<br />
reunir toda a informação pretendida.<br />
“Os americanos tornaramse<br />
ruminantes on e offline,<br />
apesar de continuarem a impor<br />
limites. Apesar de não teremum‘site’favorito,não<br />
procuram também sem objectivo”,<br />
avançou Amy Mitchell,<br />
directora do projecto do “Pew<br />
Research Center”. O estudo<br />
revela ainda que o clássico e<br />
regular leitor de jornais como<br />
“The New York Times”, caíu<br />
para os 50%.<br />
Entre muitos outros empresários,<br />
os dados revelados pelo<br />
estudo deverão preocupar o<br />
magnata Rupert Murdoch, que<br />
encetou uma batalha contra os<br />
conteúdos noticiosos gratuitos<br />
na internet e acusa o Google<br />
de lucrar com o jornalismo<br />
sem o merecer. Murdoch é actualmente<br />
dono de jornais<br />
como “The Sun”, “The Times”,<br />
“The Wall Street Journal”e“TheNewYorkPost”,<br />
além da Fox e da Sky. ■<br />
PERDASNOSECTOR<br />
1.000 pessoas<br />
foi o número dos dispensados<br />
pelo Daily Mail em 2009, além<br />
de muitos jornais que fecharam<br />
portas. Para fugir a este drama,<br />
o“TheNewYorkTimes”já<br />
confirmou que irá cobrar por<br />
conteúdos na Internet.<br />
TBWA e Fullsix são as responsáveis<br />
pela campanha desta versão do jogo.<br />
Vários estudos dão força<br />
aos argumentos que levam<br />
o New York Times a cobrar por<br />
conteúdosnainternetem2011.<br />
PUBLICIDADE<br />
Monopoly da McDonald’s<br />
regressa com Volta ao Mundo<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 53<br />
Dirigida aos jovens adultos e famílias, a campanha “Monopoly – Volta<br />
ao mundo” vai estar no ar até ao início de Abril, oferecendo vários<br />
prémios, entre os quais um automóvel. Os participantes só têm<br />
de coleccionar as vinhetas disponíveis nos produtos da marca.<br />
A criatividade de todas as peças ‘offline’ – imprensa e televisão<br />
– é da responsabilidade da TBWA, enquanto a Fullsix foi a responsável<br />
pela campanha de Internet. O plano de meios ficou a cargo da OMD.<br />
Financial Times anuncia lucros na Internet perto dos 50%<br />
O grupo Pearson, proprietário do<br />
jornal Financial Times e da editora<br />
Penguin, adiantou ontem que os<br />
lucros na Internet subiram quase<br />
50% no último ano, impulsionados<br />
pela divisão educativa do Governo<br />
norte-americano. Assim, os lucros<br />
ficaram nos 472 milhões de euros.<br />
“Aproveitámos a oportunidade<br />
para ganhar terreno numa altura<br />
difícil, aumentámos as nossas<br />
vendas e lucros ao investirmos<br />
fortemente no futuro”, avançou<br />
Marjorie Scardino, directora<br />
executiva, em comunicado.<br />
“Estamos prontos para continuar a<br />
crescer, porque somos líderes nos<br />
mercados dinâmicos onde<br />
há uma grande procura<br />
de informação”, acrescentou.<br />
A revista Newsweek foi outro<br />
nome que já se rendeu<br />
às evidências e actuou de<br />
imediato. No final de 2009, lançou<br />
uma série de medidas para<br />
relançar o seu nome junto de um<br />
público mais intelectual. Até agora,<br />
o esforço não compensou.<br />
Daniel Acker/Bloomberg<br />
A Washington Post Co.,<br />
proprietária da Newsweek, já fez<br />
saber que os números do último<br />
trimestre revelam uma perda de<br />
28,1 milhões de dólares (20,7<br />
milhões de euros). Os responsáveis<br />
esperam, no entanto, que o<br />
investimento feito no ambicioso<br />
plano da corporação se pague em<br />
2011.ANewsweekpassoudeuma<br />
circulação de 2,6 para os 1,5<br />
milhões, uma quebra que levou<br />
ao despedimento de quase<br />
50 pessoas.
PUB
1<br />
1<br />
Paulo Maria,<br />
Ricardo Megre<br />
e João Pedro Tavares<br />
apresentaram o livro.<br />
2<br />
A ex-piloto Joana Lemos<br />
com Jaime Santos,<br />
do ACP.<br />
3<br />
Carlos Barbosa,<br />
presidente do ACP,<br />
cumprimenta<br />
Isabel Megre, irmã<br />
de José Megre.<br />
OHotel Altis de Belém, a<br />
escassos metros do Padrão<br />
dos Descobrimentos,<br />
foi o local escolhido para o<br />
lançamento do livro de José<br />
Megre, intitulado “Como eu vi<br />
todos os países do mundo (menos<br />
um)”.<br />
O livro, publicado a título<br />
póstumo - já que José Megre<br />
morreu há um ano, em Fevereiro<br />
de 2009 -, foi apresentado<br />
pelo filho do aventureiro, Ricardo<br />
Megre, pelo fotógrafo Paulo<br />
Maria, que ajudou na selecção<br />
das fotografias, e por João Pedro<br />
2<br />
Tavares, da Accenture, empresa<br />
que patrocinou a publicação. O<br />
espaço foi pequeno para os muitos<br />
convidados que quiseram<br />
estar presentes neste evento que<br />
também serviu de homenagem<br />
àquele que muitos entendem ser<br />
“o pai do todo-o-terreno em<br />
Portugal”.<br />
Responsável pelo Rali TransIbérico<br />
– a mais importante<br />
competição europeia da modalidade<br />
–, integrando a Taça do<br />
Mundo de Todo-o-Terreno e<br />
ainda as 24 Horas de TT e o<br />
TransPortugal, fundador do Clu-<br />
LIFESTYLE<br />
As Aventuras de José Megre<br />
Centenas de pessoas marcaram presença no lançamento póstumo do livro do “pai” do todo-o-terreno em Portugal.<br />
4<br />
3<br />
LANÇAMENTO<br />
be Todo-o-Terreno e do Clube<br />
Aventura, José Megre era um<br />
viajante fora do vulgar. Depois<br />
do Dakar, das grandes travessias<br />
do deserdo do Sahara e os<br />
‘rallies’ na década de 80, nos<br />
anos 90 aceitou o desafio de conhecer<br />
todos os países do mundo.<br />
Para este viajante para quem<br />
viajar não era “fazer uma colecção<br />
de carimbos no passaporte,<br />
mas sim uma experiência de<br />
descoberta do país de fio a pavio”,<br />
os quilómetros eram um<br />
modo de vida: contabilizou mais<br />
de três milhões.<br />
5<br />
4<br />
A piloto profissional<br />
Elisabete Jacinto.<br />
5<br />
O advogado Pedro<br />
Rebelo de Sousa.<br />
6<br />
Uma fotografia<br />
de arquivo do autor<br />
do livro, num dos ‘rallies’<br />
em que participou.<br />
O livro, que foi escrevendo,<br />
revela o seu mundo. Sem jogos<br />
de palavras, apenas com as histórias<br />
de quem o escreveu: um<br />
viajante de olhar profundo, destemidoemovidoporumacuriosidade<br />
inigualável. No Kuwait,<br />
ficou a escassos metros do Iraque<br />
sem conseguir entrar, o que<br />
fez deste o país que faltou na lista<br />
dos 193 países por ele explorados.<br />
“Como eu vi todos os países<br />
do mundo (menos um)” reúne<br />
544 páginas ilustradas por magníficas<br />
fotografias, numa linguagem<br />
intimista e simples. ■<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 55<br />
6<br />
Por Marta Cardoso Lemos<br />
BREVES<br />
Castilho sai à rua<br />
A Rua Castilho celebra a<br />
Primavera em Abril, com o<br />
projecto artístico “Spring Art -<br />
Castilho Fashion Street”. Este<br />
evento, conta com trabalhos<br />
de jovens talentos na área<br />
da pintura, vídeo, fotografia,<br />
gravura e stencil.<br />
Hermés volta<br />
ao Algarve<br />
AHermésvoltaaabrirasua<br />
loja sazonal da Quinta do<br />
Lago, no Algarve, já no final<br />
de Março, para a Páscoa. A<br />
loja, criada no Verão passado,<br />
ficará assim aberta até<br />
Outubro e a marca espera que<br />
a aposta se revele novamente<br />
um sucesso de vendas.<br />
Luxo no FaceBook<br />
Segundo um novo relatório<br />
da Unity marketing, 80% dos<br />
clientes habituais das marcas<br />
de luxo estão ligados a elas<br />
através de redes sociais como<br />
o Twitter e o Facebook. É o<br />
caso de marcas como a<br />
Burberry, que tem mais de<br />
900.000 fãs, que aposta cada<br />
vez mais neste segmento.<br />
Lady Gaga vestida<br />
por Armani e Prada<br />
Os italianos Armani e Prada<br />
vão vestir a cantora Lady Gaga<br />
no ‘tour’ Monster Ball. Para a<br />
cantora – que usou um vestido<br />
seu nos Grammy’s –, Armani<br />
desenhou quatro ‘looks’ com<br />
óculos e sapatos a condizer.<br />
Já Prada inspirou-se nos<br />
espartilhos do séc. XVIII.
56 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />
ÚLTIMA HORA<br />
O ministro da Economia, Vieira da Silva,<br />
considera a Autoeuropa “uma das<br />
melhores fábricas do grupo”.<br />
www.economico.pt<br />
Propriedade S.T. & S. F., Sociedade de Publicações Lda, Registo Comercial de Lisboa n.º 02958911033.<br />
Registo Diário <strong>Económico</strong> nº 112 371 Administração Rua Vítor Cordon, n.º 19, 1º, 1200 - 482 Lisboa Telefones 213 236 700<br />
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Sogapal, Estrada de São Marcos, 27B São Marcos 2735-521 Agualva - Cacém Distribuição Logista Portugal, Distribuição<br />
de Publicações, S.A. Edifício Logista Expansão da Área Industrial do Passil Lote 1 – A Palhavã 2894 002 Alcochete<br />
Volkswagen anuncia quarto modelo<br />
para a Autoeuropa ainda este ano<br />
O director da fábrica acredita que a fábrica poderá produzir o novo modelo em 2013.<br />
A fábrica da Volkswagen (VW), em<br />
Palmela, vai finalmente conhecer o<br />
quarto modelo automóvel, tão necessário<br />
à sua sobrevivência.<br />
À margem da apresentação de<br />
sete novos modelos do grupo VW,<br />
que se realizou ontem ao final da<br />
tardenoSalãoAutomóveldeGenebra,<br />
Andreas Heinrichs, director-<br />
-geral da Autoeuropa, disse que “a<br />
decisão será tomada ainda este<br />
ano”, acrescentando que “em 2013 o<br />
novo carro poderá começar a ser<br />
produzido na Autoeuropa”.<br />
MAIS LIDAS ONTEM<br />
● Governo prepara corte nos benefícios<br />
fiscais para reduzir o défice<br />
● Bruxelas ameça especuladores<br />
com “instrumentos de tortura”<br />
● Nova VW Sharan é hoje<br />
apresentada<br />
● Escolha o cartão que mais se<br />
adequa ao seu perfil<br />
● Desemprego em Portugal sobe<br />
para 10,5%<br />
Leia versão completa em<br />
www.economico.pt<br />
“O Governo vai<br />
fazer todos os esforços<br />
para trazer o quarto<br />
modelo para a fábrica<br />
de Palmela”, disse<br />
o ministro da Economia,<br />
Vieira da Silva.<br />
Acompanhe a estreia da Inapa no índice PSI 20.<br />
DESTAQUE<br />
Zon levanta o véu sobre os<br />
resultados do ano passado<br />
Serão hoje conhecidos os<br />
resultados de 2009 da operadora<br />
que resultou da cisão da PT<br />
Multimédia do Grupo PT. Os<br />
analistas apontam para uma<br />
quebra de 9% dos lucros da Zon no<br />
ano passado, que se terão cifrado<br />
em 43,6 milhões de euros. Confira<br />
os números no ‘site’ e acompanhe a<br />
reacção da bolsa às contas da<br />
empresa de Rodrigo Costa.<br />
Acompanhe ao minuto em<br />
www.economico.pt<br />
Paulo Figueiredo<br />
Uma notícia bem recebida pelo<br />
ministro da Economia, Vieira da Silva.<br />
“Estou convencido que o Governo<br />
em conjunto com a Autoeuropa<br />
vai fazer todos os esforços para trazer<br />
o quarto modelo para a fábrica<br />
de Palmela”, avançou Vieira da Silva<br />
que esteve ontem presente na cerimóniadaVWemGenebra.Nestesalão<br />
foram ainda o novo Sharan, que<br />
conta com um ‘design’ todo reformulado,<br />
modelo que começará a ser<br />
produzido na Autoeuropa em Junho<br />
deste ano. ■ S.P.M.<br />
Investidores da City estudam compra do Manchester<br />
O grupo de adeptos do Manchester<br />
United conhecido como “Red<br />
Knights” terá realizado ontem uma<br />
reunião para a compra do clube<br />
controlado pelos irmãos norteamericanos<br />
Glazer. Segundo a Sky<br />
News, o grupo, que integrará representantes<br />
da Goldman Sachs (banco<br />
de investimentos) e da Freshfields<br />
(advogados), organizou um primeiro<br />
encontro formal, estudando a<br />
viabilidade de apresentar uma ofer-<br />
ta nunca inferior a mil milhões de libras<br />
(1.105 milhões de euros). O<br />
Manchester, de onde Cristiano Ronaldo<br />
saiu para o Real Madrid, tem<br />
uma dívida superior a 800 milhões<br />
de euros. ■<br />
AGENDA PARA HOJE<br />
● Parlamento: Bernardo Bairrão<br />
ouvido na Comissão de Ética<br />
● Zon apresenta os resultados de<br />
2009<br />
● Reunião extraordinária do<br />
Conselho Superior do Ministério<br />
Público<br />
● Eurostat: Estimativa rápida da<br />
inflação na zona euro em Fevereiro<br />
● Início da CEBIT na Alemanha<br />
Siga a informação em<br />
www.economico.pt<br />
OPINIÃO<br />
O exemplo de Sócrates<br />
e Alberto João Jardim<br />
O mau tempo continua a fazer estragos na Europa.<br />
Todo o território nacional foi atingido pela tempestade<br />
dos últimos dias. Mas, com 42 mortes a lamentar e<br />
prejuízos estimados em cerca de 1,4 mil milhões de<br />
euros,aMadeiraéazonamaisatingida.Porisso,era<br />
necessário accionar meios que permitissem a reparação<br />
de estruturas como estradas e pontes, canalizações<br />
de água ou redes de comunicações e de energia,<br />
mas também responder ao problema dos desalojados e<br />
apoiar a economía local. Os Governos da República e<br />
da Região Autónoma da Madeira esqueceram as antigas<br />
querelas e procuraram em conjunto encontrar uma<br />
solução para o problema.<br />
Ontem, primeiro-ministro, ministro das Finanças e<br />
presidente do Governo da Madeira encontraram-se em<br />
São Bento para discutir as soluções possíveis. No final,<br />
José Sócrates anunciou que vai apresentar ao Parlamento<br />
uma “lei extraordinária” que irá substituir os<br />
“efeitos financeiros” da Lei das Finanças Regionais durante<br />
o período da reconstrução, por um período máximo<br />
de três anos. O Governo deverá, assim, apresentar<br />
à votação, até Abril, legislação específica e especial.<br />
“Uma lei extraordinária, porque o apoio que a Região<br />
Autónoma da Madeira precisa é também extraordinário”,<br />
afirmou o primeiro-ministro.<br />
A sintonia entre as autoridades da ilha e do continente<br />
foi saudada por muitos dos deputados com assento<br />
no Parlamento, entre os quais Guilherme Silva,<br />
deputado do PSD pelo círculo da Madeira, que elogiou<br />
a “maturidade” e a forma “exemplar” como José Sócrates<br />
e Alberto João Jardim se entenderam. A solução<br />
encontrada prevê a constituição de uma comissão paritária<br />
mista que irá avaliar os estragos e os meios financeiros<br />
necessários. Além do Governo da República,<br />
Bruxelas também deverá avançar com apoios e o Banco<br />
Europeu de Investimentos vai conceder um empréstimo<br />
de 245 milhões de euros.<br />
Entretanto, a Lei das Finanças Regionais já foi aprovada<br />
em votação final no Parlamento e deve seguir em<br />
breve para promulgação pelo Presidente da República. O<br />
impacte financeiro dessa lei, de acordo com a estimativa<br />
da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), seria<br />
este ano de 74,6 milhões para a Madeira. Se a lei for promulgada<br />
em Belém, esse impacte será suspenso durante<br />
o período de vigência da lei extraordinária.<br />
O exemplo dado por Alberto João Jardim e José Sócrates<br />
é exemplificativo da forma como as forças políticas<br />
se deveriam entender para ultrapassar a situação<br />
complicada em que se encontram as finanças públicas<br />
nacionais. Os portugueses saberiam, por certo, compreender<br />
que os adversários políticos de sempre e<br />
também os sindicatos unissem esforços que permitissem<br />
fortalecer o país para enfrentar os tempos difíceis<br />
e de aumento do desemprego que atravessamos. ■<br />
PUB<br />
FRANCISCO FERREIRA<br />
DA SILVA<br />
Subdirector<br />
franciscofsilva@economico.pt