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destaque - Económico - Sapo

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José Penedos vai sair definitivamente da administração<br />

da REN. Depois de ter sido constituído<br />

arguido no caso Face Oculta, Penedos suspendeu<br />

o mandato. Agora, a REN tem uma nova admi-<br />

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www.economico.pt<br />

mobile.economico.pt<br />

TERÇA-FEIRA, 2 DE MARÇO 2010 | Nº 4831<br />

PREÇO (IVA INCLUÍDO): CONTINENTE 1,60 EUROS<br />

Opinião José Eduardo Moniz antecipa<br />

que a situação social e económica do<br />

país vai piorar em 2011. ➥ P4<br />

Economia Dificuldades<br />

financeiras levam câmaras<br />

a vender património. ➥ P12<br />

José Penedos afastado<br />

em definitivo da REN<br />

Após suspender mandato, antigo presidente fica fora da nova administração.<br />

João Jardim<br />

garante mais<br />

verbas do<br />

Governo para<br />

obras na Madeira<br />

As pazes entre José Sócrates e Alberto João<br />

Jardim foram ontem sublinhadas em Lisboa.<br />

A polémica lei das Finanças Regionais vai<br />

ficar suspensa enquanto for preciso dinheiro<br />

para reconstruir a ilha. ➥ P6 A 10<br />

Mau tempo continua<br />

a fazer vítimas em<br />

Portugal e na<br />

Europa. Ontem<br />

ocorreu acidente<br />

mortal nos Açores.<br />

Ventoeachuva<br />

vão manter-se<br />

hoje e amanhã.<br />

A ondulação deverá<br />

continuar forte.<br />

nistração, que vai contar com dois executivos indicados<br />

pelo Estado. Rui Cartaxo, que assumiu<br />

interinamente o lugar de José Penedos, recebeu o<br />

apoio dos privados e vai liderar a REN. ➥ P28<br />

Paulo Figueiredo<br />

Pedro Queiroz Pereira,<br />

líder da Portucel, é um<br />

dos 50 empresários que<br />

acompanha o primeiro-<br />

-ministro a Moçambique.<br />

DIRECTOR ANTÓNIO COSTA DIRECTOR EXECUTIVO BRUNO PROENÇA DIRECTORA-ADJUNTA CATARINA CARVALHO<br />

SUBDIRECTORES FRANCISCO FERREIRA DA SILVA E PEDRO SOUSA CARVALHO<br />

Grupo Portucel<br />

garante vendas<br />

de 578 milhões<br />

em Moçambique<br />

José Sócrates inicia hoje visita a Moçambique. Entre as personalidades<br />

que o acompanham está Manuel Alegre. ➥ P26<br />

Desemprego já atingiu<br />

580 mil portugueses<br />

em Janeiro ➥ P14<br />

Universidades Empresas<br />

aderem aos jogos de gestão para<br />

recrutar talentos. ➥ SUPLEMENTO<br />

FACE OCULTA<br />

Pinto Monteiro<br />

espera apoio<br />

do Ministério<br />

Público<br />

➥ P20<br />

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Novo produto<br />

de poupança<br />

rende mais que<br />

Certificados<br />

de Aforro<br />

As novas Obrigações do Tesouro<br />

para as famílias vão estar à venda<br />

a partir de Junho e serão vendidas<br />

aos balcões dos CTT. ➥ P38<br />

▲ PSI 20<br />

▲ IBEX 35<br />

▲ FTSE 100<br />

▲ Dow Jones<br />

▼ Euro<br />

▼ Brent<br />

1,52%<br />

0,98%<br />

0,96%<br />

0,76%<br />

-0,62%<br />

-0,81%<br />

7.674,33<br />

10.434,90<br />

5.405,94<br />

10.403,79<br />

1,356<br />

76,97


2 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

A NÃO PERDER<br />

02.03.10<br />

■ Câmaras vendem património para<br />

enfrentar dificuldades financeiras. Lisboa,<br />

Porto, Sintra, Oeiras, Setúbal e Faro<br />

aumentaram as suas estimativas para a<br />

venda de património este ano, como forma<br />

de obter receitas extraordinárias. ➥ P12<br />

■ Os líderes parlamentares da oposição<br />

estiveram ontem a ultimar o âmbito da<br />

comissão de inquérito, que se restringirá<br />

ao comportamento do Governo no negócio<br />

PT/TVI e à actuação do primeiro-ministro.<br />

PCP e CDS queriam mais. ➥ P18/19<br />

■ Portucel estima aumentar exportações<br />

de Moçambique em 587 milhões de euros,<br />

com o projecto que está a implementar.<br />

O caso Portucel é emblemático do<br />

investimento português naquele país, que<br />

Sócrates visita a partir de amanhã. ➥ P26/27<br />

■ Maior feira europeia de tecnologia e<br />

telecomunicações arranca hoje em<br />

Hannover, e marca as tendências com a<br />

tridimensionalidade à frente. A CeBIT dura<br />

até sábado e tem a presença da Google e<br />

da Amazon pela primeira vez. ➥ P34/35<br />

■ Preços dos hotéis caíram 15% em<br />

Portugal no ano passado. Seguindo a<br />

tendência mundial os preços dos quartos<br />

baixaram em média para os 82 euros por<br />

noite, segundo o estudo anual Hotel Price<br />

Index, do Hotels.com. ➥ P36<br />

■ Inapa sobe 6,35% na véspera de se<br />

estrear no PSI 20, onde substituirá hoje<br />

a “despromovida” Teixeira Duarte. Ontem<br />

foram transaccionados dois milhões de<br />

acções da Inapa e um milhão de papéis da<br />

construtora, que caíram 1,67%. ➥ P41<br />

■ Como jogo contra a China amanhã,<br />

chegou a hora de Queiroz decidir entre<br />

escolhidos e proscritos. A ausência de<br />

Coentrão e a chamada de Varela foram as<br />

surpresas da convocatória. Ronaldo avisa<br />

que o jogo é para ganhar. ➥ P48/49<br />

■ Espanha investe em comunicação para<br />

sair da crise, com as Câmaras de Comércio<br />

e as principais empresas do IBEX 35 a<br />

lançarem a 360ª campanha publicitária<br />

com vista a mudar o estado de espírito dos<br />

espanhóis eareactivaroconsumo.➥ P52<br />

■ Jornais ‘online’ superam Imprensa em<br />

popularidade nos EUA, segundo um estudo<br />

daBBC.AInternetéaterceiraplataforma<br />

mais utilizada para aceder às notícias,<br />

apenas com a TV â frente (canais locais em<br />

primeiro e nacionais em segundo). ➥ P53<br />

SOCIEDADE ABERTA<br />

Paulo Marcelo<br />

Jurista<br />

PSD na encruzilhada<br />

Enquanto o país se afunda numa grave crise política e<br />

económica, sem que o Governo consiga inverter o plano<br />

inclinado onde se colocou, o maior partido da oposição<br />

vai ter eleições internas dentro de um mês. Nesta conjuntura<br />

pesada, os militantes do PSD ganham um duplo poder.<br />

Não só escolher o seu próprio líder, mas também o<br />

mais que provável próximo primeiro-ministro de Portugal.<br />

Depois de um período de indefinição, numa espera ao<br />

estilo de Godot, como aqui escrevi, existem agora três<br />

fortes candidatos. Antes de continuar, em nome da transparência,<br />

quero aqui fazer o meu registo de interesses.<br />

Vou apoiar Paulo Rangel nestas eleições directas.<br />

A decisão solitária do eurodeputado causou estranheza<br />

em certas pessoas. Alguns esperavam ser informados, ou<br />

mesmo consultados, antes da decisão de avançar. Esse<br />

lado rangeliano independente, quase solitário, foi visto por<br />

alguns inicialmente como uma debilidade. Mas pode vir a<br />

tornar-se uma vantagem. O facto de avançar sem exércitos,<br />

como garante Rangel, nem compromissos com notáveis<br />

ou estruturas partidárias, permite-lhe falar de ruptura<br />

(uma palavra-chave no seu discurso: “não basta mudar é<br />

preciso romper”) com maior coerência. E pode dar-lhe liberdade<br />

para cortar a direito se vier a ganhar. Lembro que<br />

o PSD já teve outros líderes, como Cavaco Silva, que<br />

conquistaram o partido de fora para dentro.<br />

Não sou dos que vêm a juventude, só por si, como uma<br />

vantagem. Mas no actual estado de coisas, prefiro algúem<br />

novo, não tanto em idade, mas sobretudo se estiver menos<br />

comprometido com os interesses e cumplicidades que dominam<br />

os partidos nacionais. O percurso académico e profissional<br />

de Paulo Rangel aumenta-lhe a independência.<br />

Rangel pertence a uma nova geração política emergente.<br />

Uma geração menos marcada pela revolucão e pelos seus<br />

quadros mentais. Essa circunstância permite-lhe avançar<br />

com um processo de clarificação ideológica e programática<br />

que se torna urgente no PSD. Por outro lado, o facto de Rangel<br />

nunca ter trabalhado com Cavaco Silva, nem no governo<br />

nem no partido, dá-lhe uma natural distância do actual<br />

Presidente que pode ser vantajosa.<br />

Rangel tem um discurso vivo<br />

e acutilante, longe do politiquês<br />

habitual. Esse registo diferente<br />

permite-lhe ser ouvido tanto<br />

pelas elites como pelo povo.<br />

Como líder parlamentar e candidato europeu, Rangel<br />

mostrou um discurso vivo e acutilante, longe do politiquês<br />

habitual. Esse registo diferente permite-lhe ser ouvido<br />

com atenção. Apesar de politicamente denso, sem<br />

precisar de exibir erudição ou citar livros que nunca leu,<br />

os “statements” curtos de Rangel parecem chegar tanto<br />

às elites como ao povo. Essa capacidade de comunicação,<br />

sobretudo televisiva, que faltou a Ferreira Leite em<br />

momentos chave, é um trunfo essencial num futuro líder<br />

político, como penso virá a ser Paulo Rangel daqui a pouco<br />

tempo. ■<br />

paulopesmarcelo@gmail.com<br />

AFRASE<br />

“Os efeitos financeiros<br />

da Lei das Finanças Regionais<br />

ficarão suspensos...”<br />

—José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal<br />

O primeiro-ministro anunciou ontem que o Governo<br />

vai apresentar no Parlamento uma “lei extraordinária”<br />

de apoio à reconstrução da Madeira, ficando a lei das<br />

Finanças Regionais, entretanto, suspensa. ➥ P4/10<br />

José Reis Santos<br />

Historiador<br />

O país onde vivemos<br />

Portugal já foi um país com uma imprensa de respeito, livre e<br />

independente. Hoje, por diversas razões, estamos rendidos<br />

ao imediatismo sensacionalista efémero. À parangona fácil e<br />

à desinformação condicionadora. Pouco importa a veracidade<br />

ou a pertinência do objecto noticiado. Pouco importa a<br />

legalidade no acesso à informação ou a verificação dos factos.<br />

Esta reflexão resulta da análise às constantes “notícias” sobre<br />

os apoios que o Simplex (blogue de apoio ao PS nas eleições<br />

legislativas) terá recebido por parte do Governo. Apoios,<br />

entenda-se, financeiros e logísticos. Fui, como sabem, um<br />

dos coordenadores do Simplex. E não recebi nada por isso.<br />

Tive uma participação voluntária num projecto que procurava<br />

apoiar a vitória do PS nas recentes eleições legislativas; projecto<br />

que hoje voltava a liderar. Admito que causámos “estragos”,<br />

não só porque dominámos o debate na blogosfera (mais<br />

de 5000 visitas/dia contra pouco mais de 2000/dia no Jamais),<br />

ou porque escrevíamos no Diário <strong>Económico</strong> todos os<br />

dias (juntamente com o Jamais); mas porque fomos uma voz<br />

socialista – com força e ouvida - num espaço de comunicação<br />

geralmente dominado pela direita e pela extrema-esquerda.<br />

Sobre a questão financeira estamos falados. É mentira que o<br />

Simplex tivesse alguma vez sido apoiado.<br />

A verdade é que hoje vivemos<br />

num país amordaçado.<br />

Novamente amordaçado.<br />

Sobre a questão logística é verdade que as pessoas que escreveram<br />

no Simplex tinham informação política. Informação<br />

pública e publicitada, entenda-se. Afinal estamos a falar<br />

de um blogue político de apoio a um projecto político. Não<br />

seria estranho que tal não acontecesse? Não tem o Pacheco<br />

Pereira, por exemplo, acesso a informação, quando escreve?<br />

Qual é então a notícia? Nenhuma. O interesse jornalístico<br />

deste assunto é, como se vê, zero. Já o interesse político é elevado.<br />

Importa atacar o PS e o governo socialista, e contribuir<br />

para o clima de suspeição e de conspiração. Só assim se entendequeumapráticalegítimaeexpectávelcomoéautilização<br />

de informação pública por parte do Simplex seja motivo<br />

de apreciação tão escandalosa.<br />

A verdade é que hoje vivemos num país amordaçado.<br />

Novamente amordaçado. Já não nos capa a liberdade o ferro<br />

da ditadura ou a guilhotina da censura. Já não nos perseguem<br />

nem nos ameaçam nas ruas ou no trabalho. Tudo é<br />

mais subtil. Disfarçam-se ataques políticos com peças<br />

informativas; e jornalistas e directores de jornais assumem o<br />

papel dos novos censores. Publicam, sob o manto da imparcialidade,<br />

mentiras, meias-verdades e boatos. Tudo que justifique<br />

mais uma venda, mais um ataque ao Governo (que<br />

vende). Tudo o que menospreze ou condicione a governança<br />

do país e os seus principais actores políticos. E queixa-se a<br />

direita (ou alguma desta) que não tem liberdade de expressão?<br />

Pois para mim tenho que só a direita (e a extrema-esquerda)<br />

têm hoje essa liberdade. Liberdade e impunidade.<br />

Ser hoje da esquerda socialista e democrática, do PS, é quase<br />

um crime de lesa-pátria, o que prova o sucesso da campanha<br />

condicionadora do debate público que referi. O exemplo<br />

da perseguição ao Simplex é apenas um, entre muitos. É<br />

apenas mais um exemplo do estado do país onde vivemos. ■<br />

O NÚMERO<br />

580 mil<br />

Em Janeiro, havia 580 mil<br />

desempregados em Portugal,<br />

o equivalente a 10,5% da<br />

população activa - mostram<br />

os dados divulgados ontem<br />

pelo Eurostat. Mas os<br />

economistas acreditam que<br />

o número de pessoas à procura<br />

de trabalho atingia os 600 mil<br />

durante este ano. ➥ P14


João Paulo Dias<br />

A FACE VISÍVEL<br />

Miguel Coutinho<br />

miguel.coutinho@economico.pt<br />

OProcuradornaguerradoPSD<br />

A que ponto chegou a Justiça em Portugal? Ao exacto ponto<br />

em que a demissão do Procurador-Geral da República é um banal assunto<br />

da campanha interna do PSD. Em duas penadas: Pedro Passos Coelho<br />

defendeu a substituição do Procurador e Paulo Rangel diz que pedir<br />

a demissão de Pinto Monteiro é “estar a ajudar o Governo”.<br />

As divergências entre os dois candidatos devem ser lidas à luz de uma<br />

campanha eleitoral que está a subir de tom. Porém, o tacticismo excessivo<br />

de Paulo Rangel não ofusca o que é relevante: a linguagem cifrada de Pinto<br />

Monteiro e as suas contradições permanentes não dignificam o cargo<br />

e fragilizam aquele que deveria ser um dos garantes da aplicação da Justiça<br />

em Portugal. O essencial: Pinto Monteiro é vítima de si próprio<br />

e não de uma batalha no maior partido da Oposição.<br />

Presidente Nuno Vasconcellos<br />

Vice-presidente Rafael Mora<br />

Administradores Paulo Gomes e António Costa<br />

Directora Administrativa e Financeira Elisabete<br />

Seixo Director Geral Comercial Bruno Vasconcelos<br />

Director de Operações e Controlo Pedro Ivo de<br />

Carvalho<br />

RedacçãoRua Vieira da Silva, nº45, 1350-342 Lisboa,<br />

Telf.213236700/213236800-Fax213236801<br />

Delegação Porto Edifício Scala, Rua do Vilar, 235-<br />

4º, 4050-626 Porto, Telf. 22 543 90 20 - Fax 22<br />

609 90 68<br />

deconomico@economico.pt<br />

Director António Costa<br />

Director-executivo Bruno Proença<br />

Directora-adjunta Catarina Carvalho<br />

Subdirectores Francisco Ferreira da Silva<br />

ePedroSousaCarvalho<br />

Editores Executivos Miguel Costa Nunes e Renato Santos<br />

Editora de Fecho Gisa Martinho Grandes Repórteres<br />

Ana Maria Gonçalves, Herminia Saraiva, Ligia<br />

Simões, Luís Rego, Maria Teixeira Alves e Nuno Miguel<br />

Silva Destaque Mónica Silvares (Editora) Economia<br />

Manuel Esteves (editor), Marta Moitinho Oliveira<br />

(coordenadora), Alexandra Ferreira, Cristina Oliveira,<br />

Denise Fernandes, Luis Reis Pires, Margarida Peixoto,<br />

Paula Cravina de Sousa e Pedro Romano Política Francisco<br />

Teixeira (editor), Mariana Adam (coordenadora),<br />

Alda Martins, Catarina Duarte, Catarina Madeira, Márcia<br />

Galrão, Susana Represas, Pedro Quedas e Tatiana<br />

Canas Empresas Filipe Alves (editor), Eduardo Melo<br />

(coordenador), Ana Baptista, Carlos Caldeira, Catia Simões,<br />

Hugo Real, Marina Conceição e Sara Piteira<br />

Mota Finanças Tiago Freire (editor), Alexandra Brito<br />

(coordenadora), Bárbara Barroso, Catarina Melo, Maria<br />

Ana Barroso, Marta Reis, Marta Marques Silva, Rui<br />

Barroso, Sandra Almeida Simões e Tiago Figueiredo<br />

Silva Universidades Madalena Queirós (editora), Andrea<br />

Duarte, Ana Petronilho e Carla Castro Fora de Série<br />

Rita Ibérico Nogueira (editora), Ana Filipa Amaro e<br />

Rita Saldanha da Gama (coordenadoras), Madalena<br />

Haderer, Lurdes Ferreira (secretariado), Paulo Couto<br />

(director de arte), Inês Maia (paginação) Outlook Isabel<br />

Lucas (editora), João Pedro Oliveira (coordenador),<br />

António Sarmento, Angela Marques, Barbara Silva,<br />

Joana Moura e Cristina Borges (assistente) Projectos<br />

Motel não, hotel<br />

Uma lei, que entrará<br />

em vigor em 2011, proíbe<br />

as designações de motel,<br />

albergaria e pensão.<br />

Os proprietários dos motéis<br />

são os mais inconformados<br />

e dizem que o nome só por si<br />

identifica uma área<br />

de mercado. Têm razão:<br />

é totalmente diferente dizer:<br />

“Fui ao Hotel Paraíso”<br />

ou “Fui ao Motel Paraíso”.<br />

É todo um imaginário que se<br />

perde. Mas, o legislador<br />

acha que o hotel é mais fino.<br />

Àporrada<br />

Numa entrevista ao<br />

Diário <strong>Económico</strong>, Carvalho<br />

da Silva diz recear “mais<br />

tentativas de porrada<br />

sobre os trabalhadores”.<br />

E acrescenta que sempre<br />

que os sindicatos “meteram<br />

a cabeça em compromissos<br />

amplos, foi-lhes apertado<br />

o pescoço”. A linguagem<br />

física do líder da CGTP<br />

é deliberada: prepara o<br />

ringue para novos combates.<br />

Aguardam-se tempos<br />

de porrada.<br />

“<br />

A comissão de inquérito<br />

não vai dar em nada”,<br />

ANTÓNIO ALMEIDA<br />

SANTOS,<br />

presidente do PS, sobre<br />

a comissão de inquérito<br />

que investiga o envolvimento<br />

do Governo no caso PT/TVI.<br />

Será um desejo muito forte<br />

ou da falta de fé que o expresidente<br />

da Assembleia<br />

da República tem no<br />

trabalho dos deputados?<br />

Especiais António de Albuquerque e Irina Marcelino<br />

(editores), Ana Cunha Almeida, Dircia Lopes, Inês QueirozeRaquelCarvalhoOpiniãoRicardodaCostaNunes<br />

(editor) e Madalena Leal DE online Pedro Latoeiro<br />

(coordenador) , Rogério Junior (webdesigner), Cristina<br />

Barreto, Eudora Ribeiro, Mafalda Aguilar, Nuno<br />

Barreto, Pedro Duarte e Rita Paz Media Eduarda Carvalho,<br />

Rebeca Venancio (estagiária) e Margarida Henriques<br />

Infografia Susana Lopes (coordenadora), Mário<br />

Malhão e Marta Carvalho Fotografia Paulo Figueiredo<br />

(editor), Cristina Bernardo, João Paulo Dias, Paula Nunes<br />

e Paulo Alexandre Coelho Assistente de Direcção<br />

Rita Rodrigues Secretariado Geral Dulce Costa<br />

Redacção do Porto Elisabete Felismino (coordenadora),<br />

António Freitas de Sousa, Elisabete Soares, SóniaSantosPereiraeMiraFernandes(secretária)Correspondentes<br />

Alfredo Prado (Brasil), Cristina Krippahl<br />

(Colónia) e João Francisco Pinto (Macau) Tradutores<br />

Ana Pina e Carlos Sousa Departamento Gráfico Paulo<br />

Couto (director de arte), Maria de Jesus Correia, Pe-<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 3<br />

EDITORIAL<br />

Desemprego<br />

sem fim à vista<br />

Já não há adjectivos para<br />

classificar o aumento do desemprego<br />

em Portugal. Os<br />

dados divulgados ontem pelo<br />

Eurostat colocam a economia<br />

nacional cada vez mais perto<br />

das 600 mil pessoas sem emprego.<br />

Números que impressionam,<br />

não só pelo drama<br />

individual de cada uma das<br />

pessoas nesta situação, mas<br />

também porque ainda não<br />

passou um ano desde que a<br />

discussão em Portugal se<br />

centrava na possibilidade de<br />

o desemprego poder vir, ou<br />

não, a ultrapassar a barreira<br />

psicológica do meio milhão<br />

de desempregados.<br />

Os números do desemprego<br />

mostram, por outro lado,<br />

uma dura realidade para<br />

Portugal e uma inquietação<br />

em relação ao futuro. A realidadeéadequequalquer<br />

discurso sobre a recuperação<br />

da economia não passa, na<br />

melhor das hipóteses, de<br />

uma força de expressão ou<br />

de uma manifestação de<br />

vontade. Por mais positiva<br />

quesejaaintençãodequem<br />

diz que estamos em retoma<br />

económica, não está a dizer<br />

verdade. Não há retoma da<br />

economia sem que esteja estancado<br />

o crescimento do<br />

desemprego. E em Portugal,<br />

bem como na generalidade<br />

do mundo, o desemprego<br />

continua a aumentar.<br />

A inquietação resulta do<br />

facto de os números do desemprego<br />

mostrarem que<br />

ainda é cedo, muito cedo,<br />

para retirar os estímulos à<br />

economia. Mas para Portugal,<br />

com uma urgente necessidade<br />

de diminuir a<br />

despesa pública, poderá não<br />

haver outro caminho o que,<br />

inevitavelmente, não permitirá<br />

que haja um fim à<br />

vista para a subida do desemprego.<br />

■<br />

dro Fernandes e Rute Marcelino (coordenadores), Ana<br />

Antunes, Carla Carvalho, Jaime Ribeiro, Patricia Castro,<br />

Sandra Costa e Vanda Clemente Exclusivos Corriere<br />

della Sera, El Mundo, Expansión e Financial Times<br />

Colunistas António Carrapatoso, António Correia de<br />

Campos, António Bagão Félix, Bruno Valverde Cota,<br />

Carlos Marques de Almeida, Fernando Gabriel, João<br />

Adelino Faria, João de Almeida Santos, João Duque,<br />

João Marques de Almeida, João Paulo Guerra, João<br />

Santos Lucas, João Vieira da Cunha, Joel Hasse Ferreira,<br />

Francisco Murteira Nabo, Luís Mira Amaral, Luís<br />

Morais, Maria Manuel Leitão Marques, Miguel Castro<br />

Coelho, Miguel Mendes Pereira, Nuno Cintra Torres, Nuno<br />

Fernandes Thomaz, Nuno Sampaio, Paulo Gonçalves<br />

Marcos, Paulo Kuteev-Moreira, Paulo Lopes Marcelo,<br />

Paulo Soares de Pinho, Pedro Adão e Silva, Pedro<br />

Lomba, Rita Marques Guedes, Rui Grilo, Tiago Caiado<br />

Guerreiro, Vítor da Conceição Gonçalves, Vital Moreira,<br />

Vítor Bento e Vítor Neto; Centro de Documentação<br />

Manuela Rainho<br />

Membro da<br />

Tiragem media<br />

em Fevereiro<br />

24.843<br />

Exemplares


4 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

OPINIÃO<br />

ATAQUE DIRECTO<br />

Exportar<br />

os portugueses<br />

Tudo parece conjugar-se para voltarmos a ser um País exportador,<br />

mas de... pessoas. Perdendo talento e conhecimento.<br />

JOSÉ EDUARDO MONIZ<br />

Desdeoiníciodoano,maisde<br />

setecentas empresas faliram. O<br />

número é impressionante, mas<br />

ganha ainda maior expressão<br />

quando se conclui que superou<br />

mesmoodoanopassado,em<br />

período idêntico. A fragilidade<br />

da nossa economia está a ser<br />

postaanú,acadadiaquepassa,<br />

não havendo forma de disfarçar<br />

as vulnerabilidades de que enferma.<br />

Os próximos tempos não<br />

irão trazer diferenças substanciais<br />

ao quadro actual. A necessidade<br />

de apertar o cinto, dada a<br />

inevitabilidade da adopção de<br />

medidas que permitam reduzir o<br />

enorme défice português, vai<br />

agravar ainda mais a situação.<br />

Nesse aspecto, a expectativa<br />

à volta do Programa de Estabilidade<br />

e Crescimento avolumase,<br />

uma vez que que funcionará<br />

como uma espécie de quadro de<br />

referência para os próximos<br />

anos. Congelamento de salários<br />

na função pública, corte de benefícios<br />

fiscais e de outros incentivos,<br />

além de dispositivos<br />

de contenção nas lógicas de<br />

gestão e endividamento das<br />

empresas ligadas ao Estado,<br />

constituirão o prato forte das<br />

políticas económicas dos meses<br />

que temos pela frente.<br />

2010nãoseráopiorano.Ode<br />

2011 adivinha-se bem mais dramático.<br />

O discurso do realismo<br />

vai ter de substituir o da propaganda,<br />

pondo fim a longo período<br />

de demagogia. Portugal é um<br />

local onde viver será cada vez<br />

mais difícil.<br />

1.<br />

A contestação social estará na<br />

rua, com a intensidade que se<br />

conhece e a capacidade mobilizadora<br />

de que as centrais sindicais<br />

já deram mostras. As<br />

manifestações já anunciadas e<br />

as greves que se perfilam deixam<br />

transparecer a agitação que<br />

se avizinha, perante o panoramageraldecontençãoqueas<br />

nuvens pairando no horizonte<br />

adensam.<br />

Tempos amargos vão testar<br />

as capacidades de quem é poder<br />

e de quem está na oposição e<br />

deixar perceber se há projectos<br />

“ 2010 não será<br />

opiorano.Ode2011<br />

adivinha-se bem<br />

mais dramático.<br />

O discurso do<br />

realismo vai ter<br />

de substituir o da<br />

propaganda, pondo<br />

fim a longo período<br />

de demagogia.”<br />

de relançamento e de recuperação<br />

efectivos que extravasem o<br />

mero combate circunstancial a<br />

esta crise. Até agora, aquilo que<br />

se tem sabido, por parte do Governo,<br />

não indicia grandes novidades<br />

na metodologia de ataque<br />

aos problemas. Trata-se de<br />

um conjunto de respostas clássicas,<br />

consagradas nos compêndios<br />

e manuais, assentes em<br />

mecanismos que provocam<br />

contracção e que adiam a recuperação<br />

para altura mais favorável,<br />

à espera que a economia<br />

mundial, melhorando, nos ofereça<br />

boleia.<br />

2.<br />

Do lado da Oposição, nomeadamente,<br />

do PSD, ainda nada<br />

é, em substância, visível. Manuela<br />

Ferreira Leite está de<br />

saída e dos três candidatos à<br />

liderança social-democrata<br />

ainda não se ouviu o suficiente<br />

para se descortinar se o que<br />

surgirá assumirá contornos<br />

inovadores ou se se assemelhará<br />

a mais do mesmo, apenas<br />

com outros protagonistas e outro<br />

tipo de discurso.<br />

A voz mais relevante que<br />

apareceu, nessa área, a abordar<br />

o assunto foi Marcelo Rebelo de<br />

Sousa, o qual recomendou um<br />

consenso amplo sobre o PEC<br />

perante as circunstâncias que o<br />

País enfrenta. Mas a verdade é<br />

que ele não é líder e autoexcluise<br />

como candidato à chefia do<br />

partido. Embora, possa acrescentar-se,<br />

que até ao lavar dos<br />

cestos é vindima...<br />

3.<br />

Quanto ao CDS, o seu líder, Paulo<br />

Portas, já fez saber que também<br />

quer conhecer o PEC que o Governo<br />

prepara, inclusive, para<br />

definir o sentido de voto centrista<br />

em relação ao Orçamento de<br />

Estado. Já defendeu a diminuição<br />

do número de administradores<br />

nas empresas públicas, como<br />

sinal de que a contenção a todos<br />

tem de chegar e que o esforço de<br />

recuperaçãodeveser,defacto,<br />

colectivo. Não é má a ideia, mas<br />

afigura-se-me insuficiente, até<br />

porque se revela relativamente<br />

pequeno o universo a abranger .<br />

Por que não, já agora, em linha<br />

com o que argumenta, começar<br />

a pugnar pela redução do número<br />

de deputados?<br />

Além, de exemplar, tal permitiria<br />

ao País poupar bastante<br />

dinheiro, atendendo ao contributo<br />

real que muitos dos eleitos<br />

têm dado, ao longo dos tempos.<br />

A catástrofe serviu,<br />

pelo menos, para amainar<br />

o diferendo entre<br />

Jardim e Sócrates.<br />

Um e outro viram-se<br />

obrigados, em nome<br />

do interesse<br />

das populações,<br />

asentar-seàmesa.<br />

Por outro lado, com menos representantes<br />

no hemiciclo, as<br />

estatíscas nacionais de produtividade<br />

talvez se traduzissem em<br />

números mais animadores.<br />

4.<br />

De qualquer modo, os diversos<br />

ângulos de abordagem observados<br />

até agora, provenientes dos<br />

vários quadrantes políticos,<br />

com as excepções naturais do<br />

Partido Comunista e do Bloco de<br />

Esquerda, não indiciam perspectivas<br />

que acabem por sustentar<br />

modelos de desenvolvimento<br />

susceptíveis de entrarem<br />

em ruptura com o que actualmente<br />

existe.<br />

A lógica é, sobretudo, a da<br />

aplicação de remédios ao paciente<br />

e pouco mais.<br />

Confesso que me faz alguma<br />

aflição a facilidade com que<br />

Portugal vai, aos poucos, dei-<br />

xando de ser dono de si próprio.<br />

Embora vivamos num<br />

mundo em que os capitais circulam<br />

e as fronteiras se esbatem,<br />

a perda de controlo de alguns<br />

dos mecanismos essenciais<br />

da actividade económica<br />

põe em causa a própria independência<br />

nacional.<br />

A naturalidade e mesmo indiferençacomqueseassisteà<br />

passagem para mãos estrangeiras<br />

do controlo de grandes empresas<br />

portuguesas insere-se já<br />

no espírito acomodado e fatalista<br />

que, cada vez mais, toma<br />

conta da nossa sociedade.<br />

A baixo preço ou não, Portugal<br />

vai perdendo capacidade de<br />

afirmação. Não admira, pois,<br />

que haja uma tendência crescente<br />

para os portugueses olharemparaoexteriorcomoajanela<br />

certa para o seu futuro e<br />

baixem os braços cansados de<br />

alimentar esperanças cá dentro.


Se isso é válido para os mais novos,<br />

não deixa também de o ser<br />

para gente mais velha, mesmo<br />

para quadros qualificados que<br />

buscam noutros países o emprego,<br />

a motivação e as condições<br />

de vida com que aqui apenas<br />

podem sonhar.<br />

Tudo parece conjugar-se<br />

para voltarmos a ser um País<br />

exportador, mas de... pessoas.<br />

Perdendo talento, qualificação e<br />

conhecimento fundamentais<br />

para a recuperação de atrasos<br />

crónicos.<br />

5.<br />

E há momentos em que nada<br />

parece ajudar. Nem mesmo o<br />

tempo. A tragédia que se abateu<br />

sobre a Madeira é um<br />

exemplo. Valha a verdade, no<br />

entanto, que a catástrofe serviu,<br />

pelo menos, para amainar<br />

o diferendo entre Jardim e Só-<br />

crates. Um e outro viram-se<br />

obrigados, em nome do interesse<br />

das populações, a sentarseàmesaparaseencontrarem<br />

formas de minorar os danos<br />

causados à Região.<br />

Portugaléumtodoeasolidariedade<br />

não pode ser um valor<br />

sem conteúdo. Hipocritamenteounão,ambostêmdefazer<br />

o que deles se espera, i.e., que<br />

governem pensando nas pessoas<br />

e descobrindo soluções para os<br />

seus problemas e anseios.<br />

Pressionado pelas inquirições<br />

no Parlamento, a propósito<br />

dos dados facultados pelas escutas<br />

do caso “Face Oculta”, José<br />

Sócrates percebeu ter aqui<br />

uma oportunidade para tentar<br />

sacudir a imagem de primeiroministro<br />

enredado em situações<br />

delicadas e que põem em<br />

causa o seu carácter. Ao menos,<br />

que a população madeirense<br />

ganhe alguma coisa com<br />

“ Tempos amargos<br />

vãotestaras<br />

capacidades de quem<br />

époderedequem<br />

está na oposição<br />

e deixar perceber<br />

se há projectos<br />

de relançamento<br />

e de recuperação<br />

efectivos.”<br />

isso e descubra motivos para<br />

nãoolharparaoabandonoda<br />

ilha, para a emigração, como o<br />

único recurso que lhe resta.<br />

No imediato, um resultado<br />

concreto: os efeitos financeiros<br />

da Lei das Finanças Regionais,<br />

que tanta divergência provocou<br />

entreLisboaeoFunchal,serão<br />

suspensos por uma lei extraordinária.<br />

Foi precisa muita destruição<br />

e mais de quarenta vidas<br />

ceifadas por uma intempérie<br />

para políticos se porem de acordo.<br />

Triste ironia...<br />

6.<br />

Num País abalado pelos escândalos<br />

que enchem páginas de<br />

jornais, seria bom que começassem<br />

a surgir situações que<br />

devolvessem alguma confiança<br />

aos cidadãos. Infelizmente,<br />

realidade e desejos não são miscigenáveis<br />

nos dias de hoje.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 5<br />

Duarte Sá/Stringer/Reuters<br />

Pouco antes de me debruçar<br />

sobre estas linhas, ao tomar um<br />

café numa pastelaria da baixa<br />

lisboeta, não pude deixar de<br />

surpreender um desabafo do<br />

pai de uma aluna do 9º ano da<br />

Escola Secundária Passos Manuel<br />

para o empregado que o<br />

atendia. O homem queixava-se<br />

de que a filha, daqui a poucos<br />

meses, vai submeter-se a exames<br />

nacionais, mal preparada a<br />

Matemática, Português e Tecnologias<br />

de Informação e Comunicação,<br />

simplesmente porque,<br />

durante todo o primeiro<br />

período, não houve aulas nestas<br />

disciplinas. O empregado ouvia-o,<br />

meneando a cabeça em<br />

sinal de acordo com ele, mas<br />

com ar que mal disfarçava a falta<br />

de interesse no assunto. No<br />

fundo, fazendo aquilo a que o<br />

País já se habituou: a ouvir e a<br />

calar. Indiferente. Como se<br />

tudo fosse normal. ■


6 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

DESTAQUE MAU TEMPO<br />

Reconstrução da<br />

Madeira suspende Lei<br />

das Finanças Regionais<br />

Efeitos financeiros da alteração à lei ficam anulados durante dois a três anos.<br />

Governo vai criar linha de crédito para ajudar os empresários da região.<br />

Luís Reis Pires<br />

luis.pires@economico.pt<br />

O que o Governo falhou em travar,<br />

o mau tempo conseguiu<br />

suspender. A recuperação da<br />

Madeira vai implicar a suspensão<br />

da Lei das Finanças Regionais<br />

durante dois ou três anos. O<br />

Executivo vai apresentar à Assembleia<br />

da República (AR) uma<br />

“lei extraordinária de meios<br />

para a reconstrução da Madeira”,<br />

disse ontem José Sócrates,<br />

que “vai substituir os efeitos financeiros<br />

da Lei das Finanças<br />

Regionais (LFR) durante o tempo<br />

de reconstrução” da ilha,<br />

queseestimademorardoisa<br />

três anos. O primeiro-ministro<br />

frisou que a lei - que já foi aprovada<br />

na AR e aguarda a decisão<br />

de Cavaco Silva - não vai ser extinta,<br />

apenas serão suspensos os<br />

seus efeitos financeiros.<br />

“A reconstrução poderá durar<br />

dois ou três anos e definiremos<br />

nessa legislação específica<br />

eespecialumquadrodecooperação<br />

para que nesse período<br />

possa ser reposta a qualidade<br />

das infra-estruturas, seja dado o<br />

apoio aos desalojados e apoios<br />

ao sector privado da economia<br />

regional para que rapidamente<br />

possa restabelecer a sua actividade<br />

económica”, explicou ontem<br />

o primeiro-ministro, depois<br />

da reunião com Alberto<br />

João Jardim, onde acertaram a<br />

estrutura em que vai assentar a<br />

recuperação da catástrofe. Lisboa<br />

e Funchal definiram três<br />

prioridades: ajudar as vítimas<br />

das cheias, reconstruir as infraestruturas<br />

afectadas e estimular<br />

a economia madeirense.<br />

Os encargos que resultem da<br />

reconstrução serão inscritos<br />

numa lei extraordinária criada<br />

para o efeito, a apresentar no<br />

Parlamento até final de Abril,<br />

que vai implicar a suspensão<br />

“dos efeitos financeiros” da<br />

LFR, “durante o período de reconstrução”<br />

- o impacto orçamental<br />

da alteração à LFR, estimado<br />

pela Unidade Técnica de<br />

Apoio Orçamental (UTAO) era<br />

de 82 milhões de euros este ano,<br />

mais o limite de endividamento<br />

de 50 milhões para a Madeira e<br />

50 milhões para os Açores.<br />

O primeiro-ministro frisou<br />

que as verbas resultantes da<br />

mudança na lei não eram suficientes<br />

para reconstruir a ilha,<br />

justificando assim a criação da<br />

lei extraordinária. Mas o politólogo<br />

Carlos Jalali lembra que<br />

esta é também uma forma de<br />

resolver “uma questão [das Finanças<br />

Regionais] que ameaçava<br />

voltar mais cedo ou mais tarde”.<br />

“A polémica das Finanças<br />

Regionais morre aqui”, diz,<br />

porqueaquestãoéadiada“para<br />

o longo prazo, quando já não tiver<br />

relevância política”.<br />

Tanto mais que, até ver, a<br />

oposição dá sinais de abertura<br />

para aprovar a lei extraordinária.<br />

“Ainda não conhecemos a<br />

lei, mas deve ser adequada ao<br />

enquadramento extraordinário<br />

queaMadeiraestáaviver.O<br />

PSD está disponível para votar a<br />

favor”, disse ao Diário Econó-<br />

BANCO EUROPEU<br />

DE INVESTIMENTO<br />

180 milhões<br />

É este o valor que Banco Europeu<br />

de Investimento vai financiar à<br />

Madeira, para ajudar na<br />

reconstrução da ilha. O BEI vai<br />

comparticipar 75% dum<br />

empréstimo total de 240 milhões<br />

de euros.<br />

LIMITE DE ENDIVIDAMENTO<br />

50 milhões<br />

A alteração à lei das Finanças<br />

Regionais previa o aumento<br />

do limite de endividamento<br />

das regiões autónomas. O limite<br />

era semelhante para a Madeira<br />

e para os Açores: 50 milhões<br />

de euros.<br />

micoodeputadosocial-democrata<br />

Miguel Frasquilho. Posição<br />

semelhante tem Assunção Cristas,<br />

do CDS, para quem a solução<br />

de Sócrates e Jardim parece<br />

“razoável”. José Gusmão, do<br />

Bloco de Esquerda, diz que, “à<br />

partida”, o Bloco tem “uma posição<br />

de abertura” perante a<br />

proposta. O PCP ainda não quis<br />

comentar ainda.<br />

Criada linha de crédito para<br />

ajudar empresas madeirenses<br />

Vai ser criada uma linha de crédito<br />

própria para ajudar as empresas<br />

da região autónoma afectadas<br />

pelo mau tempo, revelou<br />

Sócrates. O primeiro-ministro<br />

não deu pormenores sobre valores,<br />

mas Jardim adiantou que<br />

as candidaturas à linha de crédito<br />

vão ser analisadas ao pormenor.<br />

“Não vamos estar só a<br />

distribuir cheques”, ironizou.<br />

Numa altura conturbada para<br />

as contas públicas do país, a tónica<br />

da reconstrução da Madeira<br />

parece assentar precisamente<br />

na ideia de não desperdiçar nem<br />

um cêntimo dos cofres do Estado.<br />

Vai ser criada “uma comissão<br />

peritária mista”, disse Sócrates,<br />

para avaliar “as obras<br />

necessárias e a sua dimensão financeira”.<br />

A comissão será<br />

composta por três técnicos, um<br />

secretário de Estado e um secretário<br />

regional e, de acordo com<br />

Jardim, “vai fundamentar, obra<br />

por obra, o seu custo e a sua necessidade”.<br />

No final da reunião de ontem,<br />

o primeiro-ministro lembrou<br />

também que “o Banco Europeu<br />

de Investimento já aprovou<br />

um empréstimo quadro”<br />

para “investimentos públicos<br />

[na Madeira] até 240 milhões de<br />

euros, sendo que a comparticipação<br />

é de 75%” 180 milhões de<br />

euros. E confirmou que Portugal<br />

vai candidatar-se ao Fundo<br />

Social Europeu, estando a candidatura<br />

já “muito avançada”.<br />

Jardim, por seu lado, destacou<br />

que “a ajuda da população<br />

[portuguesa] em geral”, bem<br />

como das organizações não governamentais<br />

e das instituições<br />

religiosas será canalizada para<br />

ajudarasvítimasdascheiasa<br />

substituir parte dos seus bens<br />

móveis. ■ com C.D. e C.M.<br />

Turismo interno pode<br />

cresceresteano<br />

As campanhas de solidariedade<br />

que têm sido lançadas para<br />

mobilizar os portugueses a ajudar<br />

na recuperação da Madeira<br />

chegou ao ponto de pedir para<br />

quesepassefériasnaRegião<br />

Autónoma. Ontem a Associação<br />

Portuguesa de Agências de<br />

Viagens e Turismo (APAVT) em<br />

conjunto com a secretaria de<br />

Estado de Turismo da Madeira e<br />

com a TAP lançaram uma<br />

campanha publicitária. “Criámos<br />

uma campanha e estamos a pedir<br />

aos meios de comunicação que<br />

cedam páginas gratuitamente<br />

para as publicidades”, afirmou, ao<br />

Diário <strong>Económico</strong>, Pedro Costa<br />

Ferreira, vice-presidente da<br />

APAVT. A campanha é feita perto<br />

das agências de viagens e perto<br />

do publico, mas segundo o<br />

responsável da APAVT “não é<br />

preciso mendigar para vender a<br />

Madeira porque continua a ser um<br />

destino turístico consolidado”.<br />

Além disso, com esta campanha, a<br />

APAVT acredita que “é expectável<br />

que o turismo interno cresça na<br />

Madeira este ano” porque os<br />

portugueses têm um<br />

conhecimento mais profundo da<br />

evolução da situação da ilha, o<br />

que não chega com tanta<br />

proximidade de rapidez aos<br />

mercados estrangeiros. Além<br />

disso, a escolha por fazer férias lá<br />

pode ser encarado como um acto<br />

de solidariedade. M.C.<br />

A TAP vai oferecer<br />

viagens a crianças até<br />

aos12anosde12de<br />

Abril até 31 de Maio.<br />

Alberto João Jardim esteve ontem<br />

reunido com o primeiro-ministro,<br />

(ao centro), onde acertaram a<br />

estrutura em que vai assentar<br />

a recuperação da catástrofe. Foram<br />

definidas três prioridades: ajudar<br />

as vítimas das cheias, reconstruir<br />

as infra-estruturas afectadas e<br />

estimular a economia madeirense.<br />

Valor dos<br />

Seguradoras estão a recolher<br />

dados para entregar ao ISP.<br />

Filipe Alves<br />

filipe.alves@economico.pt<br />

As seguradoras nacionais estão<br />

neste momento a contabilizar os<br />

prejuízos causados pelo mau<br />

tempo que assolou a Madeira e<br />

Portugal Continental durante os<br />

últimos dias. Ao que o Diário<br />

<strong>Económico</strong> apurou, o valor total<br />

dos estragos na Madeira deverá<br />

ser conhecido até sexta-feira,<br />

enquanto o do Continente será<br />

divulgado na próxima semana.<br />

O Instituto de Seguros de Portugal<br />

(ISP) solicitou às seguradoras<br />

a entrega de estimativas para<br />

os prejuízos causados pelo mau


PONTOS-CHAVE<br />

A recuperação da Madeira vai<br />

implicar a suspensão da Lei das<br />

Finanças Regionais durante dois ou<br />

três anos. O Executivo vai apresentar<br />

ao Parlamento uma lei extraordinária<br />

para a reconstruir a ilha.<br />

As rajadas vento de 130 Km/h<br />

e as chuvas intensas que<br />

fustigaram o arquipélago dos<br />

Açores provocaram uma enxurrada<br />

que varreu um autocarro de<br />

passageiros, em S. Miguel.<br />

O Presidente francês, Nicolas<br />

Sarkozy, vai dar um pacote<br />

de ajuda de três milhões de euros<br />

às vítimas do mau tempo que<br />

matou mais de 60 pessoas em<br />

toda a Europa.<br />

estragos será conhecido até sexta-feira<br />

tempo. Neste momento, as seguradoras<br />

estão a reunir dados, à<br />

medida que os clientes vão accionando<br />

os seguros.<br />

Em causa estão prejuízos de<br />

empresas dos mais variados sectores,<br />

da energia à agricultura. E,<br />

no caso do desastre no Funchal,<br />

de 42 vidas humanas perdidas e<br />

de avultados prejuízos em habitações,<br />

carros, lojas, escritórios e<br />

infra-estruturas.<br />

No continente, a EDP será uma<br />

das empresas mais afectadas pelos<br />

temporais, com alguns postes derrubados<br />

e centenas de linhas cortadas.<br />

“Estamos ainda a contabilizar<br />

os estragos”, disse ao Diário<br />

<strong>Económico</strong> fonte oficial da eléctrica<br />

liderada por António Mexia, que<br />

nãoadiantouumprazoparaacon-<br />

Muitos agricultores,<br />

ao contrário das<br />

grandes empresas,<br />

não têm seguros para<br />

cobrir os prejuízos,<br />

devido ao elevado<br />

custo das apólices.<br />

clusão da avaliação dos prejuízos.<br />

No total, cerca de um milhão<br />

de clientes da EDP foram afectados<br />

por falhas de energia causadas<br />

pelas intempéries. As zonas<br />

mais afectadas foram os distritos<br />

de Viseu, Leiria, Aveiro, Castelo<br />

Branco, Porto e Braga, sendo que<br />

só a queda de árvores danificou<br />

720 linhas eléctricas. A empresa<br />

mobilizou cinco mil técnicos para<br />

resolver estes problemas - o que<br />

também implicará custos acrescidos<br />

com pessoal - tendo a normalidade<br />

sido reposta até ontem.<br />

Tal como a eléctrica, também<br />

a Portugal Telecom sofreu prejuízos<br />

com o mau tempo, devido à<br />

destruição de linhas e ao derrube<br />

de postes telefónicos. Contactada<br />

pelo Diário <strong>Económico</strong>, fonte ofi-<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 7<br />

Paula Nunes<br />

cial da operadora não quis avançar<br />

uma estimativa para o prejuízo.<br />

Igualmente, a REN, que gere<br />

as redes energéticas nacionais,<br />

não tem ainda um valor para os<br />

danos sofridos.<br />

Menos sorte terão muitos<br />

agricultores que, ao contrário das<br />

grandes empresas, não têm seguros<br />

para cobrir estes prejuízos,<br />

devido aos elevados prémios das<br />

apólices. O temporal terá causado<br />

estragos no valor de largas centenas<br />

de milhar de euros em dezenas<br />

de estufas no Norte do país.<br />

Ontem, o ministro da Agricultura,<br />

António Serrano, garantiu que<br />

o Governo vai ser parceiro dos<br />

horticultores na procura de apólices<br />

de seguros a preços viáveis<br />

para o sector. ■<br />

QUATRO PERGUNTAS A...<br />

VÂNIA LOPES<br />

Instituto de Meteorologia<br />

“Fenómenos<br />

extremos vão<br />

aumentar”<br />

O mau tempo na Madeira, e<br />

noutrasregiõesdopaís,estáde<br />

relacionado com os efeitos das<br />

alterações climáticas?<br />

OclimaemPortugaléuma<br />

combinação de variabilidade<br />

décadal e tendências ou variações<br />

seculares. Na última década<br />

estivemos numa fase positiva da<br />

Oscilação do Atlântico Norte<br />

(NAO) com precipitação abaixo do<br />

normal, este ano o Anticiclone<br />

dos Açores encontra-se<br />

enfraquecido e localizado a Sul da<br />

sua posição normal o que<br />

favorece a geração e propagação<br />

de depressões que condicionam o<br />

tempo nas regiões autónomas e<br />

no território do continente. A<br />

ocorrência de casos isolados não<br />

pode ser atribuída às alterações<br />

climáticas, o que poderá ser<br />

atribuídoaestaséaalteraçãode<br />

frequência de ocorrência dos<br />

mesmos.<br />

É expectável que se verifiquem<br />

acontecimentos semelhantes<br />

nos próximos meses? Ou vamos<br />

assistir a um desagravamento<br />

das condições climatéricas<br />

daqui para a frente?<br />

As limitações dos modelos actuais<br />

de previsão sazonal não<br />

permitem que se possa prever a<br />

ocorrência de fenómenos<br />

semelhantes durante os próximos<br />

meses. De acordo com o<br />

conhecimento de clima e da sua<br />

variabilidade, durante este<br />

período, certamente que ainda<br />

durante este Inverno e a próxima<br />

Primavera, ocorrerão situações<br />

de tempo com precipitação e<br />

vento por vezes forte no território<br />

Continental e nas regiões<br />

autónomas.<br />

Esta onda de mau tempo é uma<br />

coisa isolada ou, por exemplo,<br />

nos próximos Invernos podemos<br />

esperar situações semelhantes?<br />

No âmbito das alterações<br />

climáticasedeacordocomo<br />

IPCC é de esperar um aumento da<br />

frequência de fenómenos<br />

extremos, pelo que a frequência<br />

de ocorrência de situações de<br />

tempo severo poderá vir a<br />

aumentar.<br />

É de esperar, no Verão, um<br />

período de seca?<br />

A quantidade de precipitação acumuladanesteInvernoemtodooterritório<br />

nacional dá-nos perspectivas<br />

que uma situação de seca não se venha<br />

a verificar este ano. ■ L.R.P.


8 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

DESTAQUE<br />

DESTAQUE MAU TEMPO<br />

Mau tempo faz vítimas nos Açores<br />

Protecção civil procurava ainda o corpo de uma criança desaparecida na ilha de S. Miguel.<br />

Mónica Silvares<br />

monica.silvares@economico.pt<br />

As rajadas de vento superiores a<br />

130 quilómetros/hora e as chuvas<br />

intensas que ontem fustigaram o<br />

arquipélago dos Açores provocaram<br />

uma forte enxurrada que<br />

varreu um autocarro de passageiros,<br />

em S. Miguel. O motorista<br />

morreu e uma criança continua<br />

desaparecida.<br />

O acidente, que ocorreu logo<br />

de manhã, entre Feteira e Algarvia,<br />

além da morte do motorista<br />

provocou ferimentos em duas<br />

crianças, que foram transportadas<br />

para o centro de saúde do<br />

Nordeste. Uma das crianças sofria<br />

de hipotermia e a outra uma fractura<br />

numa perna. O autocarro,<br />

propriedade de uma empresa privada<br />

de transporte de passageiros,<br />

levava crianças para a Escola<br />

Básica e Integrada do Nordeste.<br />

O difícil acesso do local onde<br />

ocorreu o acidente – o fundo de<br />

uma ribanceira com várias dezenasdemetrosdeprofundidade–<br />

A operação de resgate esteve<br />

centrada no autocarro que caiu<br />

no fundo de uma ravina,<br />

arrastado por uma enxurrada.<br />

complicou o trabalho dos bombeiros<br />

que acabaram por descobriu<br />

o corpo do motorista já a<br />

meio da tarde. Até à hora de fecho<br />

desta edição, continuava desaparecida<br />

uma menina de dez anos,<br />

irmã gémea do rapaz que fracturouapernaequeapresentavaum<br />

quadro clínico mais grave. Apesar<br />

de inicialmente estar previsto<br />

que os trabalhos de busca se prolongassem,omautempoeachuva<br />

intensa obrigaram à suspensão<br />

dos trabalhos. Segundo Rodrigo<br />

Mira,doServiçoRegionaldeProtecção<br />

Civil dos Açores, as operações<br />

no local envolveram cerca<br />

de 120 elementos da PSP, GNR,<br />

bombeiros, serviços florestais,<br />

Direcção Regional de Obras Públicas<br />

e Polícia Marítima. As operações<br />

começaram centradas no<br />

autocarro, para remover o tejadilho,<br />

que se separou do veículo<br />

durante a queda pela ravina, para<br />

verificar o terreno por baixo.<br />

O presidente do Governo Regional<br />

dos Açores deslocou-se ao<br />

local do acidente durante a tarde<br />

MAU TEMPO AFECTA PORTUGAL DE NORTE A SUL<br />

1 2<br />

Alentejo com prejuízos<br />

de 500 mil euros<br />

A destruição de estufas em Castelo<br />

de Vide, estradas e caminhos municipais<br />

danificados são alguns dos<br />

prejuízos do mau tempo, que chegam<br />

às centenas de milhares de<br />

euros no Alentejo. O presidente de<br />

Montemor-o-Novo, Carlos Pinto de<br />

Sá, por exemplo disse à Lusa que<br />

as obras de reparação dos danos<br />

no concelho deverão custar “cerca<br />

de 500 mil euros”.<br />

Algarve dispensa<br />

ajuda extraordinária<br />

O presidente da Área Metropolitana<br />

do Algarve, Macário Correia, lamentou<br />

os prejuízos causados pelas intempéries,<br />

mas admite que o volume<br />

dos danos não é suficiente para solicitar<br />

medidas de apoio extraordinárias<br />

ao Governo. A destruição de estufaseperdasde15milhõesdeeuros<br />

na produção de citrinos, e o mini<br />

tornado na Praia do Vau (Portimão),<br />

foram as situações mais graves.<br />

Circulação na ilha de<br />

S. Miguel está cortada<br />

em alguns pontos<br />

e foram cancelados<br />

vários voos.<br />

3 4<br />

Viana do Castelo<br />

já em reparações<br />

O mau tempo do fim-de-semana<br />

danificou escolas, estradas e um<br />

cemitério no concelho de Viana do<br />

Castelo, provocando prejuízos que<br />

ascendem a 100 mil euros, revelou<br />

fonte municipal. Ontem arrancaram<br />

as empreitadas de colocação<br />

de coberturas e reparação total dos<br />

telhados dos estabelecimentos escolares<br />

afectados. Estão também<br />

a ser avaliadas outras situações.<br />

depois de ter participado numa<br />

reunião de emergência com os<br />

secretários regionais para analisar<br />

as consequências do mau<br />

tempo que está a afectar a ilha de<br />

S. Miguel. Numa declaração no<br />

final do encontro, Carlos César<br />

anunciou que o Governo decidiu<br />

interditar aos transportes colectivosostroçosdeestradaentre<br />

Maia e Nordeste, na costa Norte, e<br />

entre Furnas e Povoação, na costa<br />

Sul, devido às consequências do<br />

mau tempo, que arrastaram pedras,<br />

lama e árvores para a via.<br />

O vento forte que se fez sentir<br />

durante o dia obrigou ainda que<br />

ao cancelamento e adiamento de<br />

vários voos da SATA e o voo Lisboa/Ponta<br />

Delgada da manhã de<br />

ontem foi obrigado a divergir<br />

para as Lages, na Terceira, aguardando<br />

a melhoria das condições<br />

meteorológicas. O mau tempo<br />

provocou ainda derrocadas de<br />

terras que causaram danos em<br />

quatro barcos de pesca no Porto<br />

da Caloura, na costa Sul da ilha de<br />

S. Miguel. ■ com Lusa<br />

Cruz Quebrada<br />

em risco de inundar<br />

A forte ondulação no estuário do<br />

Tejo no fim de semana fez com que<br />

a muralha de contenção da ribeira<br />

do Jamor caísse ontem junto<br />

à estação ferroviária da Cruz<br />

Quebrada, impedido o acesso<br />

ao local. Há agora receios de que<br />

possa cair a segunda muralha,<br />

mais próxima das habitações da<br />

povoação e da Estrada Marginal,<br />

provocando fortes inundações.<br />

PREVISÕES HOJE E AMANHÃ<br />

Aguaceiros fracos e vento forte<br />

com tendência a acalmar durante<br />

a tarde. Prevê-se ainda ondas de<br />

quatro metros de altura.<br />

Períodos de chuva fraca e vento<br />

moderado. O mar deverá ter ondas<br />

de três metros. O tempo deverá<br />

piorar no próximo domingo.<br />

5<br />

Eduardo Costa/Lusa<br />

Derrocada corta<br />

Estrada Nacional 114<br />

A estrada nacional 114, entre<br />

Santarém e a Ponte D. Luís, esteve<br />

cortada ao trânsito devido à<br />

queda de pedras das barreiras de<br />

Santarém durante a madrugada. A<br />

derrocada afectou algumas<br />

habitações devolutas e obrigou à<br />

retirada de uma idosa. A autarquia<br />

vai recorrer a fundos comunitários<br />

para a intervenção necessária,<br />

querondaos25milhõesdeeuros.


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10 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

DESTAQUE MAU TEMPO<br />

OS EFEITOS DA TEMPESTADE PERFEITA<br />

Espanha<br />

Tempestade faz três mortos<br />

Em Espanha, a tempestade Xynthia fez três mortos.<br />

Apesar do pior já ter passado, há ainda 16<br />

províncias em alerta amarelo devido ao vento, à<br />

neve e às ondas. As ilhas Canárias é onde se esperam<br />

as mais fortes rajadas de vento, enquanto<br />

na costa da Corunha, em Lugo e na ilha de Palmas<br />

são as ondas que representam, o maior perigo.<br />

Madrid, Segóvia, Navarra são algumas das<br />

zonas onde o alerta é justificado pela queda de<br />

neve. A tempestade que já fez três mortos – uma<br />

mulher de 82 anos, que faleceu no sábado ao<br />

cair de um, na Galiza, e dois homens, de 51 e 41<br />

anos, em Burgos ao bater de carro contra uma<br />

árvore que caiu na estrada – obrigou ao cancelamento<br />

de centenas de voos.<br />

Alemanha<br />

O lento regresso à normalidade<br />

A Alemanha voltou ontem a funcionar depois de<br />

uma paralisação quase completa no fim-de-semana<br />

devido ao mau tempo, que matou seis pessoas.<br />

Com os trabalhos de limpeza em curso, nomeadamente<br />

para retirar árvores das estradas e<br />

dos caminhos-de-ferro, a circulação foi restabelecida<br />

ao longo do dia de ontem. A companhia<br />

ferroviária alemã Deutsche Bahn justificou a paragem<br />

completa no Norte de Renânia Westphalia,<br />

Saarland e zonas florestais com a necessidade<br />

de garantir a segurança dos passageiros.<br />

Também o aeroporto de Frankfurt depois de no<br />

domingo ter cancelado 250 dos 1.270 voos diários<br />

devido às rajadas de vento.<br />

Reino Unido<br />

Alerta de cheias em todo o país<br />

A quase totalidade do Reino Unido está sob o<br />

alerta de cheia. Com a tempestade Xynthia a<br />

deslocar-se para a costa britânica as vagas<br />

assumem proporções gigantes e os britânicos<br />

preparam-se para o pior. As ligações<br />

ferroviárias com Londres já estavam a sofrer<br />

várias perturbações. Estatísticas ontem<br />

publicadas revelam que o Reino Unido teve o<br />

Inverno mais frio desde 1978-79 e que a queda<br />

de chuva foi 20% superior à média na<br />

Inglaterra, País de Gales e Escócia.<br />

Estados Unidos<br />

Mau tempo noutros pontos do globo<br />

A Europa não é a única fustigada pelo mau tempo. A electricidade<br />

está praticamente restabelecida em todo o Estado de Massachusetts<br />

depois da forte tempestade de vento da semana passada. Mas uma<br />

nova tempestade atingiu a zona costeira com fortes ondas que<br />

acabaram por alagar as ruas desta zona. A polícia foi mesmo forçada<br />

a fechar ao trânsito o Sul de Boston. Do outro lado do mundo, em<br />

Taipé, o gabinete de meteorologia alertou o público face aos riscos de<br />

fortes chuvas que podem provocar derrocadas de terras. Os receios<br />

de uma repetição dos efeitos do El Niño levam a todas as cautelas.<br />

França dá três<br />

milhões para<br />

ajudar vítimas<br />

O Governo francês decretou o estado de calamidade<br />

nacional. Bruxelas prometeu ajuda para todos.<br />

Mónica Silvares<br />

monica.silvares@economico.pt<br />

A tempestade perfeita que<br />

custouavidaamaisde60<br />

pessoas, em toda a Europa,<br />

obrigou o Presidente francês,<br />

Nicolas Sarkozy, a desbloquear<br />

um pacote de ajuda de<br />

três milhões de euros para a<br />

região mais afectada pelo pior<br />

tempestade dos últimos dez<br />

anos, que obrigou o Executivo<br />

a declarar que “se trata de<br />

uma catástrofe nacional”,<br />

para assim libertar fundos<br />

para ajudar à reconstrução<br />

das comunidades.<br />

O temporal, baptizado de<br />

Xynthia, afectou Portugal,<br />

Espanha, França e Alemanha<br />

eestáagoraadeslocar-se<br />

para Norte, para o Reino<br />

Unido e Suécia. O presidente<br />

da Comissão Europeia, Durão<br />

Barroso, prometeu ontem<br />

que apoio aos países<br />

mais afectados pela tempestade<br />

que atravessou a Europa.<br />

O apoio será prestado,<br />

em primeiro lugar, a França<br />

o país mais afectado pelos<br />

ventos ciclónicos, as chuvas<br />

torrenciais e pelas ondas.<br />

Cerca de 900 mil pessoas ficaram<br />

sem electricidade e<br />

172 mil sem telecomunicações.<br />

As equipas da protecção<br />

civil tentavam minimizar os<br />

estragos provocados pela<br />

tempestade, mas, ao final do<br />

dia, ainda havia 30 pessoas<br />

desaparecidas e várias centenas<br />

ficaram desalojados. O<br />

facto de as barreiras marítimas<br />

não terem sido capazes<br />

de conter a força das ondas<br />

que arrastaram várias casas e<br />

pessoas. Sarkozy prometeu<br />

ontem investigar como as<br />

barreiras se quebraram tão<br />

facilmente. O Chefe de Estado<br />

visitou ontem as zonas mais<br />

afectadas junto à costa Atlântica<br />

onde morreram pelo menos<br />

50 pessoas.<br />

“É um desastre nacional,<br />

um drama humano terrível”,<br />

disse Sarkozy, sublinhando<br />

que “o mais urgente é apoiar<br />

as famílias com elementos<br />

mortos ou desaparecidos”. O<br />

número de mortos deverá<br />

ainda aumentar sendo que<br />

esta é já considerada a pior<br />

tempestade em França desde<br />

1999, que matou 90 pessoas.<br />

Xynthia promete continuar<br />

o rasto de destruição<br />

com ameaça de fortes nevões,<br />

chuva intensa e ventos<br />

ciclónicos. ■<br />

Suécia<br />

Xynthia<br />

Neve e vento força estado de alerta<br />

A Suécia está em estado de alerta. A agência de meteorologia<br />

prevê que as partes Sul e Leste do país possam ficar<br />

cobertas com um manto de neve que pode chegar a um<br />

metro de altura para além dos ventos gélidos que atravessam<br />

o país. Assim, com um alerta um (numa escala que<br />

até quatro), as autoridades alertam para a possibilidade<br />

de os transportes ferroviários serem afectados ao longo<br />

dos próximos dias, sendo que o comboio de alta-velocidade<br />

está totalmente suspenso. O fim-de-semana já foi de<br />

muita neve e gelo, com alguns carros danificados, mas a<br />

agência de meteorologia garante que, para o final da semana<br />

a temperatura passará a ser positiva ajudando assim<br />

a derreter a neve e o gelo.<br />

Uma depressão por 199 euros<br />

Tal como os ciclones tropicais Katrina ou Gustavo,<br />

as grandes tempestades na Europa também recebem<br />

um nome atribuído pelo Instituto de Meteorologia<br />

da Universidade Livre de Berlim. Assim, nos<br />

anos pares, as depressões recebem um nome feminino,<br />

enquanto nos ímpares o nome é masculino. Já<br />

os anticiclones são baptizados de acordo com a lógica<br />

inversa. Inicialmente o instituto seguia uma lista<br />

pré-estabelecida de nomes, mas desde 2002 é possível<br />

comprar o nome de uma futura tempestade. Ao<br />

comprador basta desembolsar 199 euros para uma<br />

depressão ou 299 para um anticiclone. Wolfgang<br />

Schütte foi o responsável pelo nome Xynthia. As<br />

próximas tempestades serão Yves e Zana.<br />

Bélgica<br />

Mais de 4.000 pedidos de ajuda<br />

Os bombeiros belgas receberam mais de quatro<br />

mil pedidos de ajuda: telhados que voaram, árvores<br />

caídas sobre casas, carros ou estradas. As<br />

províncias de Liège, Hainaut e Luxemburgo foram<br />

as mais afectadas e um houve mesmo uma<br />

vítima mortal, que morreu esmagado por uma<br />

árvore no seu jardim. Ontem os trabalhos concentravam-se<br />

na tentativa de restabelecer a<br />

normalidade, nomeadamente a rede eléctrica já<br />

que muitas casas continuavam sem luz. As reparações<br />

na rede eléctrica vão prolongar-se por<br />

toda a semana.


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12 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

ECONOMIA<br />

Dificuldades<br />

financeiras levam<br />

câmaras a vender<br />

património<br />

Com as receitas a cair, os municípios tentam obter<br />

receitas extraordinárias por outras vias.<br />

Paula Cravina de Sousa<br />

paula.cravina@economico.pt<br />

Depois de um ano de crise e de<br />

quebra das receitas fiscais para a<br />

generalidade das autarquias, estas<br />

estão a acautelar outras vias<br />

de obter receita em 2010. Das<br />

dez câmaras analisadas pelo<br />

Diário <strong>Económico</strong>, seis aumentaram<br />

as suas estimativas para a<br />

venda de património para este<br />

ano, mecanismo que é normalmente<br />

utilizado como forma de<br />

obter receitas extraordinárias. É<br />

o caso de Lisboa, Porto, Sintra,<br />

Oeiras, Setúbal e Faro.<br />

Este é aliás um instrumento<br />

queoGovernotambémvaiaplicar<br />

na Administração Central. O Ministério<br />

da Saúde, por exemplo,<br />

quer vender imóveis num total de<br />

70 milhões de euros este ano.<br />

Quanto às autarquias, entre<br />

as mais representativas estão<br />

Lisboa e Faro, mas por motivos<br />

diferentes. Lisboa prevê arrecadar<br />

81,8 milhões de euros<br />

com a venda de prédios e terrenos<br />

como o terreno do Hospital<br />

de Todos os Santos, por<br />

12,6 milhões de euros, os terrenos<br />

da EPUL em Entrecampos,<br />

por 25,2 milhões e o edifício<br />

da embaixada da Rússia,<br />

por 522,5 mil euros. No ano<br />

passado, o município não pode<br />

recorrer a este instrumento e<br />

deixou de encaixar cerca de 91<br />

milhões de euros, segundo as<br />

estimativas do presidente da<br />

Câmara, António Costa. Isto<br />

porque a Assembleia Municipal<br />

–demaioriaPSD–vetouo<br />

plano de venda de património.<br />

O caso de Faro é diferente,<br />

mas igualmente representativo.<br />

No total, a autarquia prevê arrecadar<br />

44,6 milhões de euros, o<br />

que corresponde a quase metade<br />

dos 98,1 milhões de euros orçamentados<br />

para este ano para o<br />

município. O presidente da autarquia,<br />

Macário Correia, justifica<br />

a opção com a situação orçamental<br />

do município: “A Câ-<br />

Lisboa, Porto, Sintra,<br />

Oeiras, Setúbal e Faro<br />

prevêem aumentar<br />

as receitas com a<br />

venda de património.<br />

VENDA DE PATRIMÓNIO<br />

Quase todas as Câmaras querem<br />

encaixar mais este ano.<br />

Valor Var. (%)<br />

Lisboa 81 *<br />

Porto 20,5 64,8<br />

Sintra 43,4 4,6<br />

Oeiras 55,8 13,6<br />

Gaia 38,3 -41,8<br />

Almada 2 -91,8<br />

Faro 44,6 9,6<br />

Coimbra 28,6 -10,9<br />

Setúbal 29,1 79,6<br />

Vila Real 5,4 0<br />

Fonte: Orçamentos das Câmaras<br />

* Lisboa quase não vendeu património em 2009.<br />

mara tem grandes dívidas de<br />

anos anteriores que foram<br />

transpostas para este ano”. No<br />

entanto, Macário Correia reconhece<br />

que os terrenos e edifícios<br />

não vão ser todos vendidos,<br />

porque “o mercado não tem capacidade<br />

para vender tanto património”.<br />

Em Oeiras, a venda de terrenos<br />

e prédios também representa<br />

uma fatia elevada do total<br />

do orçamento - quase 30% dos<br />

193,7 milhões de euros que a<br />

Câmara tem para gastar este<br />

ano. Dos casos analisados apenas<br />

Gaia, Almada e Coimbra prevêem<br />

encaixar menos do que no<br />

ano passado. Vila Real manteve a<br />

perspectiva de conseguir 5,4 milhões<br />

com aquele instrumento.<br />

A Associação Nacional de<br />

Municípios Portugueses<br />

(ANMP) afirma que a opção<br />

pela venda de património depende<br />

das escolhas de gestão<br />

de cada câmara. Por detrás<br />

destas opções podem não estar<br />

só dificuldades financeiras<br />

que necessitem de receita extraordinária<br />

como forma de<br />

compensar, mas a venda de<br />

terrenos para construção ou a<br />

venda de casas depois da<br />

construção de bairros novos,<br />

explicou a ANMP.<br />

No entanto, um dos coordenadores<br />

do Anuário Financeiro<br />

dos Municípios Portugueses,<br />

João Carvalho, os<br />

principais motivos para o recurso<br />

a este instrumento tem<br />

a ver com a necessidade de receitas.<br />

“Está provado que os<br />

anos eleitorais são anos despesistas<br />

e portanto agora são<br />

precisas receitas para cobrir<br />

as despesas”. A preocupação<br />

com a venda de património é<br />

também reflexo da crise económica,<br />

que fez as receitas<br />

caírem, “sobretudo ao nível<br />

dos impostos que estão ligados<br />

à construção, de forma<br />

directa ou indirecta”, explicou<br />

(ver página ao lado). ■<br />

Durão Barroso apresenta “Europa 2020”<br />

José Manuel Durão Barroso apresenta amanhã, em Bruxelas, as<br />

propostas da Comissão Europeia para a futura estratégia “Europa 2020”,<br />

o plano de relançamento da economia europeia, sucessor da “Estratégia<br />

de Lisboa”, que expirou este ano, sem grandes resultados. A nova<br />

estratégia, que visa melhorar a coordenação das políticas económicas<br />

dos 27 para a saída da crise, gira em torno de três prioridades: a<br />

investigação e inovação, o crescimento verde e o emprego.<br />

LISBOA QUER ENCAIXAR 25,2 MILHÕES DE EUROS COM A VEN<br />

Municípios terão<br />

Paula Cravina de Sousa<br />

paula.cravina@economico.pt<br />

As autarquias deverão receber<br />

no próximo ano menos dinheiro<br />

do Estado quando<br />

comparado com este ano. É<br />

que as transferências de verbas<br />

que o Estado faz para os municípios<br />

têm como base a cobrança<br />

dos três principais impostos<br />

– IRS, IRC e IVA – dois<br />

anos antes. Ou seja, serão as<br />

receitas de 2009, ano de crise<br />

económica, que determinarão<br />

as transferências de 2011.<br />

Ora, no ano passado, as receitas<br />

daqueles impostos caíram<br />

15%, para os 24,3 mil milhões<br />

de euros face a 2008. No entanto,<br />

a Lei das Finanças Locais<br />

prevêumaregratravãoqueimpede<br />

que as transferências sofram<br />

quedas ou subidas superiores<br />

a 5%. Isto significa que,<br />

apesar de as receitas com os<br />

principais impostos terem caído<br />

15%, a quebra no dinheiro recebido<br />

pelas autarquias será no<br />

máximo de 5%. Ainda assim<br />

trata-se de uma quebra importante<br />

e que os municípios terão


EURO<br />

face ao dólar<br />

1,3561<br />

de enfrentar, tendo em conta<br />

que esta é uma importante fonte<br />

de receita das autarquias, especialmente<br />

no caso das câmaras<br />

do interior do país, que não podem<br />

contar tanto com a arrecadação<br />

dos impostos locais.<br />

Se para 2011, as autarquias<br />

não poderão contar com a ajuda<br />

do Estado, já em 2010, o problema<br />

é outro. Com a construção à<br />

espera da retoma económica, as<br />

receitas próprias das autarquias<br />

(Imposto Municipal sobre Imóveis<br />

- IMI e Imposto Municipal<br />

sobre Transmissões - IMT) estão<br />

PETRÓLEO<br />

valor em dólares<br />

76,93<br />

DA DOS TERRENOS DA EPUL DE ENTRECAMPOS<br />

TAXA EURIBOR<br />

a seis meses<br />

0,959<br />

menos dinheiro em 2011<br />

O presidente<br />

da Câmara de<br />

Lisboa, António<br />

Costa, prevê<br />

umaquebrade<br />

8% nas receitas<br />

de IMI para<br />

este ano, para<br />

os 101 milhões<br />

de euros.<br />

ainda comprometidas. A Câmara<br />

de Lisboa, por exemplo, prevêparaesteanoumaquebrade<br />

8,1% nas receitas de IMT, para<br />

os 101 milhões de euros.<br />

Perante este cenário, o coordenador<br />

do Anuário Financeiros<br />

dos Municípios Portugueses,<br />

João Carvalho, afirma que<br />

os autarcas poderão vir a vender<br />

mais património para fazer<br />

face à falta de receita. No entanto,<br />

dada a incerteza daquele<br />

instrumento, já que muitas vezesasvendasnãochegama<br />

concretizar-se, o professor da<br />

AGENDA DO DIA<br />

● INE divulga índice de volume<br />

de negócios no comércio a retalho<br />

e índice de produção industrial.<br />

● Eurostat divulga flash<br />

da estimativa de inflação para<br />

a zona euro em Fevereiro e índice<br />

de preços do produtor em Janeiro.<br />

Paulo Figueiredo<br />

A Câmara de Lisboa<br />

quer vender este ano os<br />

terrenos de Entrecampos<br />

da Empresa Pública de<br />

Urbanização de Lisboa<br />

(EPUL) e, assim, pretende<br />

conseguir 25,2 milhões<br />

de euros com a alienação.<br />

A construção do<br />

empreendimento esteve<br />

envolta em alguma<br />

polémica. É que houve<br />

atrasos na construção<br />

de alguns lotes, o<br />

que levou a entidade<br />

a devolver dinheiro<br />

aos compradores<br />

e a renegociar<br />

as modalidades<br />

de pagamento. O<br />

empreendimento da<br />

EPUL Jovem foi lançado<br />

em 2005, com Carmona<br />

Rodrigues como<br />

presidente da Câmara<br />

de Lisboa.<br />

Universidade do Minho refere<br />

que a melhor solução passaria<br />

por um aumento excepcional<br />

dos limites de endividamento e<br />

com os devidos mecanismos de<br />

controlo.<br />

As autarquias deverão ter<br />

fechado 2009 com uma derrapagem<br />

significativa nas contas.<br />

Segundo o Boletim Estatístico<br />

do Banco de Portugal,<br />

no ano passado as autarquias<br />

financiaram-se em 736 milhões,<br />

o que compara com um<br />

endividamento de 277 milhões<br />

um ano antes. ■<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 13<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

JOÃO CARVALHO<br />

Coordenador do Anuário Financeiro<br />

dos Municípios Portugueses<br />

“Governo deveria<br />

ponderar aumento<br />

excepcional<br />

do endividamento”<br />

O professor da Universidade<br />

do Minho, João Carvalho, refere<br />

que os municípios podem encontrar<br />

dificuldades na venda de património.<br />

As grandes câmaras estão<br />

aaumentarorecursoàvenda<br />

de património. Que motivos<br />

estão por detrás desta opção?<br />

Está provado que os anos eleitorais<br />

são despesistas e portanto agora é<br />

preciso receitas para cobrir estas<br />

despesas. Também se deve à crise<br />

económica, que provocou uma redução<br />

das receitas, sobretudo ao nível<br />

dos impostos que estão ligados com<br />

a construção de forma directa ou indirecta.<br />

Estas são as duas grandes<br />

razões que estão a levar as autarquias<br />

a vender mais património.<br />

Uma terceira razão são os limites<br />

do endividamento impostos pela Lei<br />

das Finanças Locais, uma vez<br />

que algumas autarquias estão<br />

a atingir esse limite.<br />

É expectável que no próximo<br />

ano este instrumento seja ainda<br />

mais utilizado, na medida em<br />

que as transferências do Estado<br />

vão descer?<br />

Claro.Essaéasolução.Oueventualmente<br />

o Governo permitir<br />

um aumento excepcional do<br />

endividamento, com as consequências<br />

que poderemos depois<br />

ter no aumento da dívida pública<br />

geral. Mas com algum controlo<br />

seria a medida mais acertada.<br />

As câmaras não poderão<br />

confrontar-se com dificuldade<br />

na venda do património<br />

em ano de crise?<br />

Por isso é que seria melhor<br />

o aumento excepcional do endividamento.<br />

Isso até ficou visível nos orçamentos<br />

passados, em que estava<br />

prevista a venda de determinados<br />

bens e que no final do ano não<br />

foram executados porque não conseguiram<br />

vender. Ou então corre-se<br />

o risco de vender a preços mais baixos<br />

que o desejado, pelo que o aumento<br />

excepcional do endividamento<br />

deveria talvez ser uma medida<br />

a pensar pelo Governo. ■


14 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

ECONOMIA<br />

INE<br />

Prestação média da casa caiu para<br />

252 euros em Janeiro, o valor mais baixo<br />

Ataxadejuroimplícitanoscontratosdecréditoàhabitaçãofixou-se,<br />

em Janeiro, no valor médio de 1,9%, atingindo “um novo mínimo de<br />

toda a série”, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). A<br />

prestação média vencida situou-se em 252 euros, valor inferior em 117<br />

euros ao de Dezembro de 2008, também valor mínimo da série. Face<br />

ao mês anterior, a redução foi de 0,067 pontos percentuais. A redução<br />

acumulada foi de 4,057 pontos percentuais desde Dezembro de 2008.<br />

Margarida Peixoto<br />

margarida.peixoto@economico.pt<br />

Em Janeiro, havia 580 mil desempregados<br />

em Portugal, o<br />

equivalente a 10,5% da população<br />

activa – mostram os dados<br />

divulgados ontem pelo Eurostat.<br />

Depois da barreira psicológica do<br />

meio milhão de desempregados<br />

ter sido ultrapassada na Primavera<br />

de 2009, os economistas esperamagoraqueonúmerode<br />

pessoas à procura de trabalho<br />

atinja os 600 mil.<br />

“Épossívelqueonúmerode<br />

desempregados atinja os 600 mil<br />

porque, com o Programa de Estabilidade<br />

e Crescimento teremos<br />

mais cortes da despesa pública”,<br />

antecipa João Cerejeira, professor<br />

da Universidade do Minho. “O<br />

número de desempregados deverá<br />

ficar no limiar dos 600 mil”,<br />

admite também Pedro Adão e Silva,<br />

sociólogo.<br />

Segundo as estimativas do Eurostat,<br />

a barreira psicológica dos<br />

500 mil desempregados foi ultrapassada<br />

em Março de 2009, há<br />

menos de um ano. Com a forte<br />

destruição de empregos dos últimos<br />

meses, a estatística aproxima-se<br />

agora do patamar dos 600<br />

mil e marca uma nova taxa recorde.<br />

A taxa de desemprego entre os<br />

jovens subiu para 21,7%, a dos<br />

Domingues Azevedo eleito para<br />

um novo mandato na OTOC.<br />

homens atingiu o patamar dos<br />

10% e a das mulheres disparou<br />

para 11,2% – valores que batem<br />

recordes sucessivos.<br />

Tendo em conta as expectativas<br />

para o mercado de trabalho,<br />

os 600 mil desempregados poderão<br />

não ser uma realidade longínqua.<br />

João Cerejeira espera que a<br />

taxa de desemprego em Portugal<br />

continue a subir até ao final deste<br />

ano. “Só podemos esperar uma<br />

descida a partir de 2011”, diz o<br />

professor. Primeiro, é preciso que<br />

a economia retome o crescimento,<br />

depois, os efeitos no mercado<br />

de trabalho só se fazem sentir<br />

cerca de seis meses mais tarde.<br />

A dificultar uma retoma rápida<br />

estará a obrigação de voltar a reduzir<br />

o défice orçamental para o<br />

limite de 3% do PIB, até 2013. O<br />

economista explica que a contenção<br />

de despesas limitará a possibilidade<br />

de criação de emprego<br />

através do investimento público.<br />

“O crescimento da economia terá<br />

de ser feito pelas exportações,<br />

porque as restantes vias estão esgotadas”,<br />

acrescenta, sublinhandoque“teremosdeficaràespera<br />

da retoma na Alemanha”.<br />

Já Adão e Silva está ligeiramente<br />

mais optimista, sublinhando<br />

que o número de desempregados<br />

não deverá ultrapassar<br />

significativamente o li-<br />

ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS<br />

Domingues Azevedo eleito bastonário<br />

para mandato de 2010 a 2013<br />

Eurostat estima 580 mil<br />

desempregados em Portugal<br />

Domingues de Azevedo foi eleito o primeiro bastonário da Ordem dos<br />

TécnicosOficiaisdeContas(OTOC)paraomandatode2010a2013,<br />

apesar de estar à frente daquele organismo desde 1996, como<br />

presidente da Câmara de Técnicos Oficiais de Contas. Domingues<br />

de Azevedo obteve 78,2% dos votos. A Lista B obteve 1.151 votos (7,7%)<br />

e a Lista C, 2.100 votos (14, 1%). No total votaram 16.780 técnicos<br />

oficiais de contas, do total de 75 mil inscritos na ordem.<br />

Taxa de desemprego voltou a subir em Janeiro estando um ponto acima da média da zona euro.<br />

“É possível que<br />

onúmerode<br />

desempregados atinja<br />

os 600 mil porque,<br />

com o Programa de<br />

Estabilidade e<br />

Crescimento, teremos<br />

mais cortes da<br />

despesa pública”,<br />

antecipa o<br />

economista João<br />

Cerejeira.<br />

miar dos 600 mil. “A tendência<br />

paraesteanoédecongelamento<br />

das condições do mercado de<br />

trabalho”, defende, sublinhando<br />

no entanto que “não haverá<br />

criação de emprego”.<br />

Maioria dos desempregados<br />

da zona euro está em Espanha<br />

Apesar da ligeira diminuição da<br />

taxa de desemprego espanhola –<br />

que passou de 18,9% em Novembro<br />

e Dezembro de 2009, para<br />

18,8% em Janeiro –, Espanha<br />

continua a ser o país da zona euro<br />

que contribui com mais desempregados.<br />

Feitas as contas, 27,5%<br />

dos 15,7 milhões de pessoas à procura<br />

de emprego na zona euro estavam<br />

em Espanha (ver gráfico).<br />

Em Agosto de 2008, antes da<br />

falência do Lehman Brothers, o<br />

peso de Espanha no total de desempregados<br />

da zona euro era de<br />

22,6%, abaixo do peso da Alemanha<br />

– um país que tem também<br />

mais população activa.<br />

Portugal contribui com 3,7%<br />

do total de desempregados, um<br />

valor que aumentou apenas ligeiramentefaceaoperíodopré-crise<br />

(era 3,6%). A tendência também<br />

é visível no aumento da taxa de<br />

desemprego portuguesa, que já<br />

está um ponto percentual acima<br />

da média dos países da moeda<br />

única, (9,9%). ■<br />

PORTUGAL DESTACA-SE<br />

A taxa de desemprego em<br />

Portugal fica acima da zona euro.<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

Ago 2008<br />

Fonte: Eurostat<br />

Portugal<br />

ESPANHA PESA MAIS<br />

Zona euro<br />

Jan 2010<br />

Perto de 30% dos<br />

desempregados são de Espanha.<br />

Outros<br />

Alemanha<br />

15,82 20,56<br />

Portugal<br />

3,69<br />

Itália<br />

13,67<br />

França<br />

18,72<br />

Fonte: Eurostat<br />

Espanha<br />

27,53


ESTADO<br />

Trabalhadores dos impostos desligam<br />

computadores em forma de protesto<br />

Os trabalhadores dos impostos estão durante esta semana a desligar os<br />

computadores no final do expediente, recusando-se a trabalhar além do<br />

horário, em protesto contra o actual sistema de avaliação e progressão<br />

de carreiras. “Não vamos dar nem mais um minuto esta semana<br />

em forma de protesto com as medidas que a administração tomou<br />

e prometeu perante os trabalhadores e que não está a cumprir”, disse<br />

à Lusa Marcelo Castro, do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.<br />

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Susana Vera/Reuters<br />

Perto de 30% dos desempregados<br />

da zona euro são de Espanha.<br />

Portugal contribui com 4%.<br />

O gabinete sueco de estatísticas<br />

divulgou uma queda do PIB de 4,9%.<br />

SUÉCIA<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 15<br />

Economia regista maior contracção<br />

desdehámaisdemeioséculo<br />

A economia sueca contraiu 4,9% em 2009, face ao ano anterior,<br />

a maior queda da riqueza criada anualmente no país desde há mais<br />

de meio século, anunciou ontem a Agência de Estatística Nacional<br />

da Suécia. Atingida pela crise económica global, a evolução do PIB<br />

sueco registou “o seu maior revés anual”, com o produto a “contrair-se<br />

4,5% em 2009, a maior queda anual desde a II Grande Guerra Mundial”,<br />

indicou a agência em comunicado.<br />

Patrões já podem pedir novos apoios<br />

Publicadas mais quatro medidas<br />

da Iniciativa Emprego 2010.<br />

Cristina Oliveira da Silva<br />

cristina.silva@economico.pt<br />

As empresas já podem contar<br />

com o novo ciclo de apoios ao<br />

emprego, mais generoso do que<br />

as medidas criadas em 2009.<br />

1<br />

QUEM PODE<br />

DESCONTAR MENOS?<br />

Continua a haver apoios, com<br />

efeitos a 1 de Janeiro, para<br />

quem contrate certos segmentos,<br />

como jovens ou desempregados<br />

inscritos há mais de seis<br />

meses (antes era nove meses).<br />

Neste caso, aplica-se a isenção<br />

de descontos por três anos ou,<br />

em alternativa, isenção por<br />

dois anos e direito a 2.500 euros.<br />

A contratação de grupos<br />

mais frágeis (como pessoas<br />

com rendimento social de inserção)<br />

dá apoios mais elevados<br />

etambéméfavorecidaacontratação<br />

a termo. Ao contrário<br />

do que acontecia em 2009, as<br />

empresas podem beneficiar<br />

destes apoios se estiver em<br />

causa um trabalhador que já<br />

tenha mantido uma relação de<br />

trabalho com a empresa nos<br />

três anos anteriores. Esta opção<br />

continua a não se colocar no<br />

caso de contratação a termo de<br />

desempregados com mais de<br />

40 anos. Também são favorecidas<br />

as conversões de contratos<br />

de jovens – mas a empresa já<br />

não pode ir buscar antigos empregados<br />

a termo. Há mais incentivos<br />

para estágios (apesar<br />

Apesar do novo leque<br />

de medidas ser mais<br />

vantajoso, as<br />

empresas que já<br />

estejam a beneficiar –<br />

ou a aguardar<br />

aprovação – dos<br />

apoios criados em<br />

2009 não transitam<br />

para o novo regime.<br />

de descer o valor do subsídio<br />

de alimentação) .<br />

2<br />

AINDA HÁ APOIOS PARA<br />

EMPRESAS EM ‘LAY-OFF’?<br />

Sim. Foram alargados a outros<br />

sectores (como o têxtil) os incentivos<br />

à qualificação e também<br />

foi agora criada uma comissão<br />

de acompanhamento<br />

que reúne trimestralmente. O<br />

trabalho intermitente passa a<br />

contar com as mesmas ajudas<br />

3<br />

HÁ CONTRAPARTIDAS?<br />

As empresas têm de ter a sua situação<br />

regularizada para ter<br />

acesso aos apoios e devem prestar<br />

outras garantias. Em certos<br />

casos, exige-se que não façam<br />

despedimentos. ■


16 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

ECONOMIA<br />

BRUXELAS<br />

União Europeia chega a acordo<br />

com Peru e Colômbia para comércio livre<br />

A União Europeia (UE) chegou a acordo com o Peru e a Colômbia para a<br />

assinatura de um tratado de comércio livre, afirmou ontem um portavoz<br />

da Comissão Europeia. Segundo a mesma fonte, citada pela France<br />

Press e que não deu mais pormenores, os negociadores da UE e dos<br />

dois países andinos chegaram a um entendimento no fim da nona ronda<br />

de negociações. “Os pormenores serão divulgados oficialmente pela<br />

Comissão Europeia“, disse a fonte.<br />

Europa ameaça<br />

travar especulação<br />

sobre dívida<br />

Ministros querem tirar lições da crise grega<br />

e apertar regulação aos ‘especuladores’.<br />

Luís Rego<br />

luis.rego@economico.pt<br />

Os ataques especulativos à dívida<br />

soberana grega, portuguesa e espanhola,<br />

que vêm ameaçando a<br />

estabilidade do euro, estão a levar<br />

vários ministros europeus a ponderar<br />

uma resposta. Paris quer<br />

regular ou banir os instrumentos<br />

demercadoqueestãonaorigem<br />

destes ataques, nomeadamente<br />

os CDS (credit default swaps) e<br />

outros produtos derivados. Berlim,<br />

segundo fontes, está por<br />

agora empenhada em identificar<br />

a origem os ‘especuladores’. O<br />

G20, a nível de representantes<br />

nacionais, discutiu-o recentemente<br />

ainda que “de forma geral,<br />

no contexto do processo de reforma<br />

do sistema financeiro”, confessou<br />

o director geral adjunto do<br />

FMI, John Lipsky.<br />

O assunto promete subir à<br />

mesa no próximo Ecofin de 16 de<br />

Março em Bruxelas. A Comissão<br />

Europeia está a ponderar os apelos<br />

feitos pelas capitais para explorar<br />

formas de apertar a regulação<br />

a estes mecanismos que<br />

funcionam como seguro contra<br />

risco de incumprimento da dívida,<br />

mas que através de operações<br />

de simples compra e venda, sem<br />

ser preciso deter títulos da dívida,<br />

influenciam as condições de<br />

financiamento no mercado. O<br />

assunto é delicado sobretudo<br />

para o Reino Unido, mais sensível<br />

ao ‘laissez faire’ nesta fase<br />

para revitalizar a City.<br />

Ontem Jean Claude Juncker,<br />

presidente do Eurogrupo - con-<br />

Olli Rehn, comissário<br />

para assuntos<br />

económicos, foi<br />

ontem a Atenas<br />

exortar as<br />

autoridades<br />

nacionais a tomas<br />

medidas adicionais<br />

nos “próximos dias”<br />

para baixar o défice.<br />

selho de ministros de finanças da<br />

zona euro – disse que “temos um<br />

equipamento de tortura na cave<br />

e vamos mostrá-lo se isso for necessário”.<br />

Mais objectiva, a ministra<br />

das finanças francesa, diz<br />

que “os produtos derivados, os<br />

CDS, devem ser, pelo menos,<br />

muito regulamentados, limitados<br />

ou então banidos”. Christine<br />

Lagarde explica que já propôs<br />

esta ideia ao comissário europeu<br />

para o mercado interno, o francês,<br />

Michel Barnier. Além disso,<br />

com a iniciativa da Goldman<br />

Sachs para mascarar o défice<br />

gregoemmente,aFrançaquer<br />

um “código de boa conduta à<br />

disposição dos Estados na sua relação<br />

com os bancos e com as<br />

instituições financeiras, que fazemporvezespropostasdelimite,<br />

por vezes excessivas”.<br />

Fontes citadas pela Reuters<br />

junto da autoridade de regulação<br />

financeira em Berlim dão conta de<br />

um processo de identificação dos<br />

especuladores que têm explorado<br />

nos mercados as dificuldades financeiras<br />

da Grécia, para garantir<br />

quenofuturonãovenhamatirar<br />

proveito de um eventual resgate.<br />

Grécia tem de merecer um resgate<br />

Este cenário de resgate, alimentado<br />

por ecos que surgem das capitais<br />

e da própria banca alemã, que<br />

estáaserapresentadocomoo<br />

veículo principal, continua a animar<br />

os mercados, tendo baixado<br />

ontem o risco de incumprimento<br />

dadívidagregafaceaoreferente<br />

alemão. Angela Merkel, chanceler<br />

alemã, continua a rejeitar a<br />

ideia de um auxílio financeiro<br />

mas não afasta a opção de usar<br />

instituições financeiras públicas<br />

para comprar ou dar cobro às<br />

emissões de dívida grega.<br />

O comissário Olli Rehn foi<br />

ontem a Atenas para exortar as<br />

autoridades locais a apresentarem<br />

medidas adicionais nos<br />

“próximos dias” de forma a garantir<br />

a redução prometida de<br />

4% do PIB ao défice de 2009,<br />

avaliado provisoriamente em<br />

12,7%. Fontes comunitárias garantem<br />

que Atenas acedeu a<br />

avançar com medidas até meados<br />

da próxima semana, a tempo<br />

de Bruxelas as incluir no relatório<br />

que deverá apresentar aos<br />

ministros no próximo Ecofin. ■<br />

Na Finlândia, a actividade económica<br />

teve a maior quebra da história.<br />

A ministra francesa<br />

das Finanças,<br />

Christine Lagarde,<br />

defende que se acabe<br />

comosCDS.<br />

FINLÂNDIA<br />

PIB regista em 2009<br />

a maior queda da história<br />

O PIB da Finlândia contraiu-se 7,8% em 2009, face ao ano anterior, o<br />

que constitui a maior quebra da história do país nórdico, indicam dados<br />

preliminares do departamento de estatística finlandês divulgados<br />

ontem. O PIB finlandês ascendeu a 171 mil milhões de euros em 2009,<br />

contra 185 mil milhões de euros observados em 2008. Já o défice das<br />

contas públicas ascendeu a 8,6 mil milhões de euros em 2009,<br />

correspondendo a cerca de 2,2% do PIB do país.<br />

Sebastien Pirlet / Reuters<br />

Investidores menos receosos sobre as contas públicas nacionais<br />

Os investidores parecem estar<br />

cada vez menos receosos quanto<br />

ao estado das contas públicas<br />

portuguesas e ao risco da dívida<br />

nacional. Os juros das obrigações<br />

do tesouro portuguesas a dez<br />

anos registaram ontem uma forte<br />

quebra, colocando o ‘spread’ face<br />

à dívida alemã abaixo da barreira<br />

psicológica dos 100 pontos.<br />

Contas feitas, a ‘yield’ das<br />

obrigações recuou para os<br />

4,094%, colocando o ‘spread’ nos<br />

98 pontos. Para encontrar um<br />

valor igualmente inferior é<br />

necessário recuar até ao final do<br />

passado mês de Janeiro, altura<br />

em que começaram a surgir os<br />

primeiros indícios de preocupação<br />

dos investidores quanto à crise<br />

dos défices orçamentais na<br />

Europa e em que o ‘spread’ se<br />

encontrava abaixo desta fasquia.<br />

A somar a isto, a percepção de<br />

diminuição do risco da República<br />

Portuguesa foi visível no mercado<br />

dos ‘credit default swaps’ sobre<br />

obrigações do tesouro a 5 anos,<br />

que seguiam ontem a recuar<br />

para os 151,71 pontos. O optimismo<br />

nos mercado de dívida reflecte<br />

a expectativa dos investidores<br />

de que a União Europeia vai<br />

conceder uma ajuda financeira à<br />

Grécia, através da compra de 25<br />

mil milhões de euros em dívida.<br />

As atenções dos investidores vão<br />

estar centradas na apresentação,<br />

que deverá acontecer esta<br />

semana, do Programa de<br />

Estabilidade e Crescimento<br />

por parte de Portugal. ■ T.F.S.


CRISE<br />

Indústria na zona euro expande ao ritmo<br />

mais acelerado dos últimos dois anos<br />

A indústria europeia acelerou, em Fevereiro, ao ritmo mais rápido dos<br />

últimos dois anos. O índice para os 16 países da zona euro subiu de 52,4,<br />

em Janeiro, para 54,2 em Fevereiro, avançou a Markit Economics, citada<br />

pela agência Bloomberg. O registo fica acima das estimativas de 19<br />

de Fevereiro, que apontavam para 54,1. E também atinge o valor mais<br />

elevado desde Agosto de 2007. Recorde-se que a indústria representa<br />

um quarto da economia e uma leitura superior a 50 indica expansão.<br />

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Os grandes comerciantes nos EUA<br />

prevêem o aumento das vendas.<br />

ESTADOS UNIDOS<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 17<br />

Gastos dos consumidores aumentam<br />

em Janeiro pelo quarto mês consecutivo<br />

Os gastos dos consumidores norte-americanos aumentaram em Janeiro<br />

pelo quarto mês consecutivo, avançam os dados divulgados ontem pelo<br />

Departamento do Comércio. A subida de 0,5% superou o crescimento<br />

de 0,3% registado em Dezembro e ultrapassa as estimativas dos<br />

analistas. Os rendimentos aumentaram 0,1%, avança ainda a agência<br />

Bloomberg, que cita grandes comerciantes (como a Home Depot Inc.)<br />

que perspectivam um aumento das vendas este ano.<br />

Investimentos antigos sem benefícios<br />

Fisco diz que novo código fiscal de investimento não se aplica aos benefícios anteriores a 2009.<br />

Lígia Simões<br />

ligia.simoes@economico.pt<br />

Os contratos de investimento<br />

celebrados com o Estado português<br />

em 2007 e 2008 com benefícios<br />

fiscais contratualizados,<br />

ainda que não consumados, não<br />

podem beneficiar dos novos benefícios,<br />

que são mais favoráveis,noâmbitodonovoCódigo<br />

Fiscal do Investimento.<br />

O esclarecimento é do directorgeraldosImpostosque,numa<br />

recente informação vinculativa<br />

enviada aos serviços, clarifica o<br />

âmbito temporal das vantagens<br />

fiscais concedidas às empresas<br />

que queiram investir em Portugal.<br />

Azevedo Pereira reitera que o<br />

novo regime de benefícios apenas<br />

se aplica a investimentos<br />

efectuados a partir de 1 de Janeiro<br />

desde 2009. Em marcha estão<br />

já 70 contratos fiscais, envolvendo<br />

investimentos superiores a<br />

1.900 milhões de euros.<br />

“A referida informação vinculativaédeâmbitomuitorestritivoeapenasserefereaos<br />

contratos celebrados em 2007 e<br />

2008, pelo que foi necessário<br />

clarificar o âmbito temporal dos<br />

benefícios fiscais constantes do<br />

Novo Código Fiscal”, afirmou ao<br />

Diário <strong>Económico</strong> fonte oficial<br />

do Ministério das Finanças. Este<br />

esclarecimento surge após dúvidas<br />

colocadas por várias entidades<br />

junto da administração<br />

José Azevedo<br />

Pereira<br />

Director-geral<br />

dos Impostos<br />

“A nova lei, ainda que mais<br />

favorável ao contribuinte,<br />

não pode incidir sobre o benefício<br />

já contratualizado, pois<br />

configuraria uma situação<br />

de concessão de privilégios<br />

arbitrários e discriminatórios”,<br />

esclarece Azevedo Pereira numa<br />

informação vinculativa.<br />

fiscal que argumentavam ter<br />

benefícios fiscais contratualizados<br />

ao abrigo da anterior lei,<br />

mas ainda não consumados.<br />

Algumas empresas pretendiam<br />

abandonar o anterior<br />

método de cálculo de benefícios<br />

fiscais, por forma a poderem<br />

usufruir de uma dedução<br />

anual máxima do crédito fiscal<br />

de25%dototaldobenefícios<br />

fiscal concedido, prevista no<br />

novo Código, em vigor desde<br />

Setembro do ano passado. A<br />

informação vinculativa da<br />

DGCI é clara: a nova lei retroage<br />

a 1 de Janeiro de 2009. E é<br />

distribuída numa altura em que<br />

as Finanças dão conta que teve<br />

já lugar a primeira reunião do<br />

Conselho Interministerial de<br />

Coordenação dos Incentivos<br />

Fiscais ao Investimento.<br />

O objectivo deste Conselho é<br />

concluir, até ao final do primeiro<br />

semestre de 2010, os<br />

processos negociais pendentes<br />

numtotaldemaisde70contratos<br />

que envolvem 1,9 mil<br />

milhões de euros de investimentos.<br />

E ainda a celebração<br />

de novos contratos fiscais, tendo<br />

sido apresentados mais de<br />

umadezenadesdeoiníciodo<br />

ano. Estes investimentos serão<br />

realizados nos sectores de metalomecânico<br />

ou o têxtil, fabrico<br />

de componentes para veículos<br />

automóveis e na área da hotelaria,<br />

entre outros. ■


18 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

POLÍTICA<br />

Normas parlamentares<br />

atrasam arranque do<br />

inquérito ao caso PT/TVI<br />

Proposta do BE e PSD é hoje debatida na conferência de líderes. PCP queria<br />

âmbito mais alargado. Regras atiram início dos trabalhos para fim de Março.<br />

Catarina Madeira<br />

catarina.madeira@economico.pt<br />

Os procedimentos da Assembleia<br />

da República podem atirar<br />

a comissão de inquérito, sobre a<br />

actuação do Governo na tentativa<br />

compra da TVI, para final de<br />

Março. Mesmo que a proposta<br />

seja discutida esta tarde, na<br />

conferência de líderes, o PS tem<br />

oito dias para requerer o seu debate<br />

em plenário, o que é provável<br />

que aconteça.<br />

Mas, antes disso, o Presidente<br />

da Assembleia terá de verificar se<br />

o requerimento que PSD e BE entregam<br />

hoje cumpre as regras sobre<br />

o objecto eofundamentoda<br />

comissão. Além disso, qualquer<br />

deputado pode recorrer do requerimento.<br />

“Se o objecto não for<br />

especificado, qualquer deputado<br />

pode apresentar recurso”, explicou<br />

ao Diário <strong>Económico</strong> o deputado<br />

socialista Osvaldo de Castro,<br />

para quem os trabalhos da comissão<br />

de inquérito não deverão<br />

ter início antes “do final de Março”.<br />

Até porque, defende Osvaldo<br />

de Castro – que é também<br />

presidentedaComissãodeAssuntos<br />

Constitucionais –, a haver<br />

debate em plenário proposto pelo<br />

PS só se deverá realizar após a votação<br />

final do Orçamento do Estado<br />

(12 de Março).<br />

Ontem, Francisco Louçã disse<br />

esperar que a comissão de inquérito<br />

comece a funcionar dentro<br />

de “oito dias”, para que chegue a<br />

conclusões aproximadamente<br />

num mês e meio. Mas o regime<br />

dos inquéritos permite que se estendam<br />

por 180 dias.<br />

BE e PSD chegam a acordo sobre<br />

âmbito da comissão<br />

Houve interferência do Governo<br />

natentativadecompradaTVI<br />

pela PT? O primeiro-ministro<br />

disse a verdade ou não quando<br />

afirmou, a 24 de Junho do ano<br />

passado, não ter conhecimento<br />

da operação? São estas as perguntas<br />

que BE e PSD querem ver<br />

respondidas na comissão de inquérito<br />

e que constam no requerimento<br />

que será entregue<br />

ao presidente da Assembleia da<br />

República.<br />

OPStemoito<br />

dias para requerer<br />

a discussão da<br />

comissão de inquérito<br />

em plenário,<br />

o que é provável<br />

que aconteça.<br />

AUDIÇÕES NA ÉTICA<br />

● Hoje é ouvido João Palmeiro,<br />

presidente da Confederação<br />

Portuguesa de Meios de<br />

Comunicação Social, e Bernardo<br />

Bairrão, administrador delegado<br />

da Media Capital.<br />

● Amanhã a Comissão de Ética<br />

ouve a jornalista da TVI Manuela<br />

Moura Guedes e o presidente da<br />

Impresa Francisco Pinto<br />

Balsemão.<br />

● Na quinta-feira, é a vez de<br />

José Eduardo Moniz, ex-director<br />

geral da TVI e vice-presidente<br />

do grupo Ongoing, e Henrique<br />

Granadeiro, presidente do<br />

conselho de administração da PT.<br />

Durante o dia de ontem, os líderes<br />

parlamentares da oposição<br />

estiveram em contacto para ultimar<br />

o âmbito da comissão de inquérito<br />

e acabaram por decidir<br />

pela restrição ao negócio PT/TVI.<br />

“Decidimos que a comissão deve<br />

estar centrada no essencial: o<br />

comportamento do Governo no<br />

negóciodaPTeaactuaçãodo<br />

primeiro-ministro”, esclareceu o<br />

líder parlamentar do BE, José<br />

Manuel Pureza.<br />

O objecto da comissão não obteve<br />

consenso junto de toda a oposição,<br />

o PCP defendia um âmbito<br />

mais largo, que também incluísse<br />

a utilização de grupos económicos<br />

para condicionar os órgãos de comunicação<br />

social, nomeadamente<br />

através da colocação de publicidade.<br />

O grupo parlamentar do PCP<br />

decidiu não subscrever a proposta,<br />

que mesmo assim, contará com os<br />

votos dos deputados comunistas<br />

caso seja votada em plenário. Ao<br />

Diário <strong>Económico</strong>, o líder parlamentar<br />

do CDS-PP, Mota Soares,<br />

garantiu que os democratas-cristãos<br />

estão de acordo com o objecto<br />

restrito da comissão proposto pelo<br />

BE e PSD, mas, até ao fecho desta<br />

edição, não comunicou se apoiará<br />

o requerimento.<br />

A lista de personalidades a serem<br />

ouvidas nas audições da comissão<br />

de inquérito ainda não é<br />

conhecida, mas tudo indica que<br />

José Sócrates será uma das figuras<br />

chamadas (ver texto ao lado).<br />

Entretanto, os trabalhos na comissão<br />

parlamentar de Ética são<br />

retomados hoje, com as audições<br />

de João Palmeiro, presidente da<br />

Confederação Portuguesa de<br />

Meios de Comunicação Social, e<br />

Bernardo Bairrão, administrador<br />

delegado da Media Capital. AmanhãéavezdeManuelaMoura<br />

Guedes e Francisco Pinto Balsemão<br />

responderem às questões.<br />

Se a comissão de inquérito tiver<br />

início na sequência do requerimento<br />

conjunto do BE e do<br />

PSD, tratar-se-á de uma comissão<br />

potestativa, o que implica que<br />

seja instituída de forma obrigatória,<br />

bastando para isso que 46 deputados<br />

a subscrevam, o que não<br />

evitaquetenhadeserdiscutida<br />

em plenário. ■<br />

REGRAS E CONTORNOS<br />

1<br />

Que poderes tem<br />

um inquérito?<br />

As comissões parlamentares<br />

de inquéritos “gozam de poderes<br />

de investigação próprios<br />

das autoridades judiciais”, como<br />

consagra a própria Constituição.<br />

Podem pedir ao Governo<br />

e autoridades judiciárias<br />

os documentos que entenderem<br />

necessários e as personalidades<br />

convocados não podem recusarse<br />

a ser ouvidas no Parlamento.<br />

2<br />

Quanto tempo pode<br />

durar a comissão?<br />

O tempo máximo para<br />

a realização de um inquérito<br />

parlamentar é de 180 dias. Há,<br />

no entanto, a possibilidade de<br />

pedir ao plenário a prorrogação<br />

do prazo por mais 90 dias. Finda<br />

a comissão, é redigido um<br />

relatório, que pode ou não dar<br />

lugar a uma investigação judicial<br />

(inquérito). Camarate, Fundação<br />

para a Prevenção e queda da<br />

ponte de Entre-os-Rios seguiram,<br />

por exemplo, para investigação.<br />

3<br />

Qualquer cidadão<br />

pode ser chamado?<br />

Sim. De acordo com<br />

a Constituição, qualquer pessoa<br />

pode ser chamada a uma<br />

comissão de inquérito. Quem não<br />

comparecer será punido segundo<br />

as normas da lei processual penal.<br />

No entanto, o regimento da AR<br />

dá prerrogativas ao Presidente<br />

da República e ex-presidentes,<br />

ao presidente da AR<br />

e ao primeiro-ministro (bem como<br />

ex-chefes do Executivo),<br />

que podem optar por responder<br />

por escrito.<br />

PSD e BE avançam hoje com<br />

requerimento para criar comissão<br />

de inquérito ao caso PT/TVI.


Cavaco Silva visita Catalunha e Andorra<br />

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vai realizar visitas oficiais<br />

à Comunidade Autónoma da Catalunhaeàcomunidade portuguesa<br />

residente no Principado de Andorra, nos próximos dias 4 a 7 de Março.<br />

O Presidente estará na Catalunha nos dias 4 e 5 e em Andorra nos<br />

dias 5 a 7. No primeiro daqueles dias, Cavaco Silva encontrar-se-á em<br />

Barcelona com a comunidade portuguesa residente da Catalunha<br />

e o presidente da Generalitat, José Montilla.<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Primeiro frente-a-frente entre os<br />

candidatos Paulo Rangel e Passos<br />

Coelho, na SIC-Notícias.<br />

● Comissão de Ética ouve<br />

administrador delegado da Media<br />

Capital, Bernardo Bairrão.<br />

● Comissão de Inquérito sobre<br />

“Magalhães” ouve Mário Franco.<br />

Paulo Figueiuredo<br />

Primeiro-ministro questionado<br />

sobre o negócio da TVI.<br />

Susana Represas<br />

susana.represas@economico.pt<br />

A comissão de inquérito sobre a<br />

actuação do Governo na compra<br />

da TVI começa hoje a dar os primeiros<br />

passos e já se debatem as<br />

consequências sobre uma eventual<br />

ida do primeiro-ministro ao<br />

Parlamento. A lista de audições<br />

nãoestáfechada,masédado<br />

como certo que José Sócrates<br />

será um dos inquiridos pelos deputados,<br />

uma vez que outro dos<br />

objectivos desta comissão é apurarseochefedoGovernomentiu<br />

ao Parlamento, quando negou ter<br />

conhecimento sobre o interesse<br />

da PT na compra da TVI.<br />

Mas as consequências de um<br />

depoimento do primeiro-ministroperanteoParlamentodivide<br />

os especialistas. O politólogo<br />

António Costa Pinto considera<br />

que “é um jogo muito arriscado<br />

para o primeiro-ministro”, porque<br />

Sócrates vai depor sobre uma<br />

comissão de inquérito que “tem<br />

capacidade para provocar um<br />

impacto político significativo”.<br />

Neste caso, essas consequências<br />

“apontam para uma fragilidade<br />

do primeiro-ministro”. Uma situação<br />

“relativamente inédita<br />

em Portugal”, sublinha o especialista<br />

do Instituto de Ciências<br />

Sociais. “Os primeiros-ministros<br />

sempre cultivaram uma relação<br />

de relativa distância em relação<br />

ao Parlamento”, recorda o politólogo,<br />

e caso Sócrates seja ouvido<br />

pela comissão de inquérito, os<br />

deputados terão mais poderes do<br />

que os que têm habitualmente<br />

quando recebem membros do<br />

Governo na assembleia da República.Eestaéaprimeiravezque<br />

um chefe de Governo responde<br />

numa comissão de inquérito.<br />

Manuel Meirinho é mais cauteloso<br />

quanto ao desenrolar deste<br />

processo. Para o professor do Ins-<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 19<br />

Ida de Sócrates ao<br />

Parlamento é um<br />

“jogo arriscado”<br />

tituto Superior de Ciências Sociais<br />

e Políticas (ISCSP) “só no final<br />

desta comissão é que será<br />

possível avaliar o seu impacto “.<br />

Contudo, o professor de Ciência<br />

Política destaca que este exemplo<br />

reflecte que “o papel de fiscalização<br />

exercido pelas comissões de<br />

inquérito está a funcionar”, e<br />

mesmo que o primeiro-ministro<br />

venha a ser chamado para estas<br />

audições, “não significa que isso<br />

se traduza num desfecho negativo”.<br />

No entanto, Meirinho admite<br />

que “do ponto de vista político<br />

introduz maior pressão”, mas insiste<br />

que qualquer debate sobre as<br />

suas consequências “é demasiado<br />

especulativo”.<br />

Seja qual for o resultado, os<br />

especialistas não rejeitam que o<br />

caso chamado Face Oculta fez<br />

transpirar para a opinião pública<br />

o sentimento de que o caso<br />

não está bem esclarecido, e isso<br />

já fragilizou o Governo. ■<br />

Outros casos que envolveram políticos<br />

A ida de um alto responsável<br />

político ao Parlamento para<br />

responder no âmbito de uma<br />

comissão de inquérito é inédita em<br />

Portugal, mas há vários exemplos<br />

internacionais de casos em que<br />

chefesdeEstadoedeGoverno<br />

foram confrontados com acusações<br />

de mentira ou falsas declarações. O<br />

mais recente foi o ex primeiroministro<br />

britânico, Tony Blair,<br />

António Costa<br />

Pinto considera<br />

que esta comissão<br />

de inquérito “é um<br />

jogo arriscado<br />

para o primeiroministro”,<br />

do qual<br />

Sócrates pode sair<br />

“fragilizado”.<br />

Manuel Meirinho<br />

defende que “só<br />

no final desta<br />

comissão é que<br />

será possível<br />

avaliar o seu<br />

impacto“ e<br />

diz que estas<br />

comissões “são<br />

fiscalizadoras”.<br />

acusado de mentir sobre a<br />

informação que tinha sobre as<br />

armas de destruição maciça no<br />

Iraque. Mais antigo e polémico, foi o<br />

caso de Bill Clinton e da estagiária<br />

da Casa Branca, quase fez cair o<br />

presidente dos Estados Unidos da<br />

América. Mas o mais mediático foi o<br />

caso Watergate, na sequência do<br />

qual, outro ex-presidente americano,<br />

Nixon, foi destituído. S.R.


20 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

POLÍTICA<br />

FISCALIZAÇÃO<br />

Infarmed realizou 1.500 inspecções em 2009<br />

e retirou do mercado 25 medicamentos<br />

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) realizou 1.500<br />

inspecções em 2009, das quais resultaram 160 processos de contraordenarão<br />

e a retirada de 25 medicamentos do mercado. A maioria<br />

dessas inspecções (47%) ocorreu em farmácias e locais de venda<br />

de medicamentos não sujeitos a receita médica, segundo dados<br />

do Infarmed avançados à Lusa. Em 2008, o Infarmed tinha feito 424<br />

inspecções a estes dois tipos de estabelecimentos.<br />

Pinto Monteiro<br />

quer travar a nuvem<br />

de suspeição que<br />

se abateu sobre<br />

a sua intervenção<br />

no caso Face Oculta.<br />

Ministro Santos Silva (na foto) deu<br />

ontem posse ao director do IND.<br />

TOMADA DE POSSE<br />

Procurador espera receber<br />

apoio dos conselheiros<br />

Susana Represas<br />

susana.represas@economico.pt<br />

O Procurador Geral da República<br />

espera obter hoje o apoio dos<br />

seus conselheiros para ultrapassar<br />

o momento mais sensível<br />

que enfrenta desde que assumiu<br />

o cargo em 2006, na sequência<br />

do processo Face Oculta. Para<br />

que esse apoio se torne oficial, a<br />

Procuradoria admitiu ontem<br />

que os membros do Conselho<br />

Superior do Ministério Público<br />

(CSMP) deverão aprovar um comunicado<br />

conjunto no final da<br />

reunião de hoje.<br />

O consenso não será fácil, tal<br />

como em anteriores reuniões do<br />

CSMP, em que se discutiram temas<br />

delicados. No entanto, o<br />

Diário <strong>Económico</strong> apurou que<br />

nãoéintençãodoCSMPdramatizaroassuntonemtãopouco<br />

deixar Pinto Monteiro fragilizado.<br />

A reunião servirá para esclarecer<br />

todas as dúvidas em torno<br />

do processo Face Oculta e “emitir<br />

uma opinião geral e abstracta<br />

sobre este episódio”, garantem<br />

alguns conselheiros ouvidos<br />

pelo Diário <strong>Económico</strong>. Esclarecimentos<br />

que não deverão, no<br />

entanto, ultrapassar as questões<br />

formais, já que o CSMP não tem<br />

competência para se pronunciar<br />

sobre casos concretos.<br />

Em causa estão decisões do<br />

Procurador-Geral sobre escutas<br />

telefónicas extraídas do processo<br />

Face Oculta, e que, segundo<br />

um magistrado de Aveiro, indiciam<br />

que o primeiro-ministro<br />

cometeuumcrime.JáPinto<br />

Monteiro entendeu que não<br />

contém indícios criminais, rejeitandoaaberturadeuminquérito.<br />

O caso obrigou o PGR a<br />

Santos Silva quer Instituto de Defesa<br />

Nacional como “casa de janelas abertas”<br />

No final da reunião, o Conselho Superior do Ministério Público deverá emitir<br />

um comunicado oficial que traduza uma posição de consenso dos conselheiros.<br />

NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO<br />

● De acordo com a alínea m) do<br />

artigo 133º da Constituição cabe<br />

ao Presidente da República<br />

nomear e exonerar o PGR sob<br />

proposta do Governo.<br />

● Caso não seja exonerado antes<br />

de terminado o prazo (e sempre<br />

perante acordo entre PR e<br />

Governo), o mandato do PGR<br />

prolonga-se por seis anos<br />

● O Conselho Superior do<br />

Ministério Público, presidido pelo<br />

PGR, não tem competência para<br />

avaliar o trabalho do procurador,<br />

nem para o destituir, mas pode<br />

fragilizá-lo ou fortalecê-lo.<br />

O ministro da Defesa, Santos Silva, exortou ontem o novo director do<br />

Instituto de Defesa Nacional (IND) a manter este organismo “uma casa de<br />

janelas abertas”, considerando-o um instrumento importante para criar<br />

uma “consciência nacional” para a SegurançaeaDefesa.Discursandona<br />

tomada de posse do major-general Rodrigues Viana como director do IDN,<br />

o ministro da Defesa apontou o militar como a “melhor escolha possível”<br />

para “um dos lugares chave na estrutura” do seu Ministério.<br />

João Paulo Dias<br />

decisões e despachos por muitos<br />

considerados “nebulosos” e as<br />

criticas à sua actuação atingiram<br />

o seu máximo no passado<br />

fim-de-semana, quando o candidato<br />

a líder do PSD, Passos<br />

Coelho, defendeu a sua substituição<br />

e o semanário Sol sugeriu<br />

que as fugas de informação que<br />

terão levado os arguidos a trocar<br />

de telemóvel poderiam ter saído<br />

da Procuradoria.<br />

O encontro começa às 10h30<br />

e pode prolongar-se por várias<br />

horas. No final espera-se que<br />

saia um consenso possível que<br />

não fragilize mais o chefe máximo<br />

do Ministério Público. O<br />

CSMP é composto por 18 membros,<br />

cinco eleitos pelo Parlamento,<br />

dois do Ministério da<br />

Justiça e 11 procuradores, incluindo<br />

Braga Temido, procurador<br />

geral distrital de Coimbra. ■<br />

COLUNA VERTEBRAL<br />

Apesar de tudo<br />

JOÃO PAULO GUERRA<br />

Um estudo de investigadores<br />

do ISCTE, com base em inquéritos<br />

à população e aos deputados,<br />

conclui que a confiança<br />

dos portugueses na democraciaestáabaternofundo.As<br />

conclusões do estudo revelam<br />

que os portugueses são democratas<br />

insatisfeitos. Mas, apesar<br />

de tudo, são democratas e<br />

não procuram alternativas<br />

musculadas ou populistas.<br />

A insatisfação com a democracia,<br />

tal como se exerce em<br />

Portugal, é a mais baixa desde<br />

1985. Mas claro que este facto<br />

não vai tirar o sono a qualquer<br />

um dos governantes que não só<br />

conduziram o País à beira da<br />

falência, como afundaram a<br />

democracia no abismo do descrédito.<br />

Estão todos bem na<br />

vidaenodiaemquelargarem<br />

o poder ainda ficarão melhor.<br />

E estão, acima de tudo, muito<br />

convencidos das suas pessoas.<br />

Ninguém tem razão, para além<br />

deles próprios, as críticas são<br />

sintomas de má-fé e os maus<br />

resultados são importados do<br />

exterior. Já Salazar falava da<br />

“guerra que nos era imposta do<br />

exterior”.<br />

De opinião contrária à da<br />

conclusão geral do estudo devem<br />

ser os ‘meninós’ das ‘jotas’,<br />

que saltam à vara para administrações<br />

de empresas, enquanto<br />

uma geração se perde no<br />

desemprego e nas saídas profissionais<br />

frustradas. Os ‘boysinhos’<br />

devem entender que esta<br />

democracia é de sucesso: uma<br />

simples e venal traficância de<br />

poderes. Mas a generalidade<br />

dos portugueses entende que os<br />

carreiristas da política se apoderaram<br />

da democracia e sugam<br />

até ao tutano os benefícios<br />

do poder. Nunca como hoje é<br />

tão oportuno o refrão de Os<br />

Vampiros, do José Afonso.<br />

Um dia, por alturas de um 25<br />

de Abril, na brincadeira, mandei<br />

um SMS ao Joaquim Furtado:<br />

“Tens que voltar ao estúdio<br />

da Emissora da Liberdade que<br />

este 25 já deu o que tinha a<br />

dar”. Resposta sincera do Furtado:<br />

“Não posso. Roubaram o<br />

microfone”. ■<br />

joaopaulo.guerra@ecnomico.pt


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22 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

MUNDO<br />

Só 6% das casas<br />

chilenas têm<br />

seguro anti-sismo<br />

As seguradoras do país estimam custos com o sismo<br />

na ordem dos 1,9 mil milhões de euros.<br />

Pedro Duarte<br />

pedro.duarte@economico.pt<br />

Àmedidaqueaeconomiachilena<br />

volta, pouco a pouco, à normalidade,<br />

começam a surgir os<br />

números mais apurados do custo<br />

do sismo que devastou o país<br />

latino americano na madrugada<br />

de sábado. A associação das seguradoras,<br />

a operar no país, estima<br />

pagamentos na ordem dos<br />

1,9 mil milhões de euros, embora<br />

apenas 6% das casas do país<br />

tivessem cobertura contra sismos.Antesasagênciasdeavaliação<br />

já tinham estimado perdasnaordemdos11eos22mil<br />

milhões de euros, ou seja, entre<br />

10 e 20% do Produto Interno<br />

Bruto (PIB) da nação.<br />

Embora o Chile tenha sido um<br />

país pouco afectado pela crise financeira<br />

global – a economia<br />

contraiu-se 1,7% no ano passado<br />

–, os especialistas consideram<br />

que a moeda do país, o peso chileno,<br />

está vulnerável aos ataques<br />

dos especuladores. Para impedir<br />

uma queda forte da divisa nacional,<br />

o banco Goldman Sachs considera<br />

que o governo de Santiago<br />

vai recorrer ao fundo de poupanças<br />

do país, que tem activos no<br />

valor de 8,38 mil milhões de euros.<br />

Além disso, tanto o Goldman<br />

Cobre bate máximo de sete semanas<br />

O sismo que abalou o Chile teve efeitos<br />

também nos mercados financeiros.<br />

O preço do cobre chegou a disparar<br />

mais de 6%, naquela que foi a<br />

maior subida das últimas sete semanas.<br />

A contribuir para esta tendência<br />

estiveram notícias dando conta que<br />

empresas mineiras do país como a<br />

Codelco, Anglo American Plc e Antofagasta<br />

suspenderam a produção de<br />

cobre em várias minas do país. Recorde-se<br />

que o Chile é o maior produtor<br />

mundial desta matéria-prima, com<br />

uma quota de 36% das exportações<br />

mundiais de cobre. Apesar disso, ao<br />

final do dia, a subida deste metal foise<br />

atenuando com notícias dando<br />

conta que a Codelco já terá começado<br />

a retomar gradualmente as operações<br />

na mina de El Tieniente. Ao final<br />

A devastação que<br />

se seguiu ao sismo<br />

está a levar as<br />

pessoas a procurarem<br />

saquear lojas e<br />

supermercados,<br />

ao mesmo tempo<br />

que as autoridades<br />

prometem<br />

concentrar-se na<br />

reconstrução do país.<br />

do dia, o contrato de futuros sobre<br />

o cobre com entrega em Maio estava<br />

a subir 2%. ■ A.F.B.<br />

360<br />

335<br />

310<br />

285<br />

260<br />

31-12-2009<br />

Fonte: Bloomberg<br />

01-03-2010<br />

como a agência de notação<br />

Moody’s acreditam que o banco<br />

central do Chile vai adiar um aumento<br />

das taxas directoras, uma<br />

vez que a recuperação económica<br />

do país vai indubitavelmente<br />

ressentir-se do cataclismo.<br />

No terreno, as pilhagens<br />

continuam nas cidades mais devastadas<br />

pelo sismo que causou<br />

atéagora723mortosde19desaparecidos.<br />

Cerca de nove hospitais<br />

no país estão inoperacionais,<br />

mas os bancos confirmam<br />

a abertura de mais de 70% das<br />

suas sucursais.<br />

Asituaçãomaisdifícilestáa<br />

ser vivida na segunda maior cidade<br />

do país, Concepción, onde a<br />

maior parte dos habitantes tem<br />

pouca comida e continua sem<br />

água e electricidade. O Exército<br />

foi forçado a intervir, disparando<br />

gás lacrimogéneo e fez mais de 30<br />

detenções entre os saqueadores,<br />

alguns dos quais estavam a tentar<br />

fugir das lojas com televisões de<br />

plasma. Na madrugada de segunda-feira,<br />

o governo declarou o<br />

recolher obrigatório nas áreas<br />

mais atingidas do país, o qual tem<br />

sido cumprido, apesar do grande<br />

número de réplicas que se têm<br />

feito sentir ter levado dezenas de<br />

milhares de pessoas a voltar a fugir<br />

para as ruas.<br />

Transição política<br />

O tremor de terra do fim-de-semana<br />

aconteceu precisamente<br />

na altura em que o Chile se encontrava<br />

em processo de transição<br />

de poder. Para o próximo dia<br />

11, está prevista a toma de posse<br />

do conservador Sebastian Piñera<br />

– o primeiro presidente que não é<br />

de esquerda desde 1990, ano em<br />

que o ditador Augusto Pinochet<br />

passou o poder para a oposição.<br />

Piñera, que já prometeu que vai<br />

“levantar novamente o Chile”,<br />

anunciou também que vai “dar<br />

prioridade à tarefa da reconstrução,<br />

e isto significa mudar os ênfases,<br />

alterar as prioridades e<br />

tambémamudarosprazosdo<br />

nosso programa de governo. É<br />

absolutamente impossível pretender<br />

ignorar este terramoto”,<br />

anunciou o presidente eleito.■<br />

1<br />

Clinton adianta-<br />

A governante chega ao país<br />

apenas três dias após o sismo.<br />

Pedro Duarte<br />

pedro.duarte@economico.pt<br />

A reacção dos EUA ao sismo no<br />

Chile foi rápida. A secretária de<br />

Estado norte-americana,<br />

Hillary Clinton, chega hoje à<br />

capital chilena de Santiago, no<br />

âmbito de uma ‘tour’ pelos países<br />

latino-americanos. “Queremos<br />

mostrar o apoio da América<br />

ao povo do Chile, ao mesmo<br />

tempo que estamos atentos às<br />

realidades da situação”, declarou<br />

Philippe Reines, adjunto de<br />

Hillary Clinton.<br />

Na sua visita à capital devastada<br />

do Chile, Hillary vai encontrar-se<br />

tanto com a actual<br />

presidente Michelle Bachelet<br />

como com o presidente eleito do<br />

país, Sebastián Piñera. A rapidez<br />

com que uma responsável<br />

dos EUA chegou ao Chile contrasta<br />

fortemente com a atitude<br />

da União Europeia, onde a nova<br />

comissária para as Relações Externas,<br />

Catherine Ashton, ainda<br />

não tem planos para visitar o<br />

país, participando entre hoje e<br />

quarta-feira na cimeira de reconstrução<br />

do Haiti, país que<br />

também foi devastado por um<br />

terramoto no passado dia 12 de<br />

Janeiro. Contactada pelo Diário<br />

<strong>Económico</strong>, fonte da Comissão<br />

Europeia disse que “não está<br />

prevista qualquer alteração à<br />

agenda” de Ashton nos próximos<br />

dias, embora tenha sublinhado<br />

que “podem sempre<br />

ocorrer alterações”.<br />

Já começou entrentanto a<br />

chegar ajuda internacional ao<br />

país, em resposta ao pedido ofi-


Buffet critica elevados custos com a saúde<br />

O investidor Warren Buffet disse ontem que os custos com a saúde<br />

nos EUA estão “fora de controlo” e que são uma “ténia” que limita<br />

o crescimento económico. É uma “emergência nacional”, disse o segundo<br />

homem mais rico do mundo, enquanto apelava a Washington para que<br />

reformasse o sistema. A saúde consome cerca de 17% do PIB dos EUA,<br />

contra os 9-10% em outros países que por seu turno tem mais médicos,<br />

enfermeiros e camas de hospitais per capita.<br />

se na ajuda ao Chile<br />

Hillary Clinton,<br />

secretária<br />

de Estado<br />

dos EUA,<br />

está no Chile<br />

etrouxeconsigo<br />

equipamento<br />

de telecomunicações<br />

para ajudar<br />

opaís.<br />

Catherine Ashton,<br />

responsável<br />

das Relações<br />

Externas<br />

da União<br />

Europeia, ainda<br />

não decidiu<br />

se pode alterar<br />

a sua agenda para<br />

visitar o Chile.<br />

Jose Luis Saavedra /Reuters<br />

cial de ajuda da presidente Michelle<br />

Bachelet.<br />

“Enfrentamos uma catástrofe<br />

de magnitude tão impensável<br />

que vai ser preciso um esforço<br />

gigante” para superar a crise,<br />

disse a chefe de Estado. Em resposta<br />

ao pedido de Bachelet, as<br />

Nações Unidas anunciaram que<br />

vão acelerar as entregas de auxílio<br />

humanitário ao país, para<br />

tratar das necessidades das mais<br />

de duas milhões de pessoas que<br />

foram afectadas pela catástrofe.<br />

Já a União Europeia prometeu<br />

enviar três milhões de euros em<br />

ajudas de emergência, a China<br />

cerca de 700 mil euros e Taiwan<br />

mais 150 mil euros, enquanto o<br />

Japão vai enviar 2,22 milhões de<br />

euros, bem como tendas, geradores,<br />

purificadores de água e<br />

outros equipamentos de emergência.<br />

■<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Senado dos EUA volta a ter<br />

audições sobre os carros da Toyota.<br />

● Presidente da autoridade<br />

reguladora britânica apresenta ao<br />

Parlamento resultado do inquérito às<br />

instituições financeiras.<br />

● Exposição internacional de<br />

tecnologia CeBIT abre em Hannover.<br />

2<br />

3<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 23<br />

Jose Luis Saavedra/Reuters<br />

Ivan Alvarado/Reuters<br />

1 Os militares vigiam a compra de gasolina directamente dos reservatório de combustível em Concépcion, a cidade mais<br />

afectada pelo sismo da madrugada de sábado. 2 As pilhagens continuam, aqui numa fábrica da Coca-Cola. O exército já deteve<br />

mais 30 pessoas. 3 Mãe e filha procuram familiares desaparecidos no sismo que já causou 723 mortes.<br />

Infografia: Marta Carvalho | marta.carvalho@economico.pt


24 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

MUNDO<br />

RADAR MUNDO<br />

1<br />

Holanda<br />

7<br />

Karadzic diz que causa<br />

Sérvia é “sagrada”<br />

Após mais de quatro meses de<br />

boicotes, o líder dos sérvios da<br />

bósniaduranteaguerranaJugoslávia,<br />

Radovan Karadzic,<br />

apresentou-se perante os juízes<br />

do Tribunal Internacional de<br />

Haia. Declarando-se “inocente”<br />

das onze acusações de genocídio<br />

que pendem contra si, Karadzic,<br />

de 64 anos de idade, afirmou que<br />

se apresenta perante os juízes<br />

“não para defender o mero mortal”<br />

que é, mas sim “para defender<br />

a grandeza de uma pequena<br />

naçãodentrodaBósnia”.<br />

“Vou defender a nossa nação<br />

e a sua causa, que é justa e sagrada”,<br />

afirmou o ex-presidente<br />

da República Sérvia da Bósnia,<br />

notando que tem “um bom<br />

caso, com boas provas” das suas<br />

afirmações.<br />

Duranteoprimeirodiadasua<br />

audição, Radovan Karadzic, que<br />

passou13anosemfugaantesde<br />

ser capturado em 2008, passou<br />

o tempo a explicar detalhadamente<br />

os motivos que levaram<br />

EJUP GANIC DETIDO<br />

3<br />

2<br />

4<br />

ao início da guerra na Bósnia. Os<br />

observadores notam que esta<br />

abordagem tem como objectivo<br />

demonstrar que não existiu um<br />

plano preliminar para levar a<br />

cabo uma limpeza étnica na região,<br />

mas sim que os sérvios estavam<br />

apenas a defender-se dos<br />

muçulmanos.<br />

Múltiplas acusações<br />

Radovan Karadzic responde por<br />

onze acusações de genocídio e<br />

crimes contra a humanidade.<br />

Entre as maiores acusações encontra-seadeserresponsável<br />

pelos bombardeamentos de Serajevo<br />

durante a guerra, que<br />

causaram 12 mil vítimas, e de<br />

ter organizado o massacre de<br />

oito mil muçulmanos bósnios<br />

na cidade de Srebrenica. A sua<br />

presença no Tribunal InternacionaldeHaiaéamaisimportantedesdequeoantigopresidente<br />

da Yugoslávia, Slobodan<br />

Milosevic, também enfrentou o<br />

mesmo tribunal. ■ Pedro Duarte<br />

Radovan Karadzic foi presidente da República Sérvia da Bósnia durante a guerra que matou mais de 100.000 pessoas.<br />

6<br />

O ex-presidente da Bósnia Ejup Ganic<br />

foi ontem preso no aeroporto de<br />

Heathrow, em Londres. Ganic tinha<br />

pendente contra si um mandato de<br />

captura emitido pela Sérvia por crimes<br />

de guerra, pelo alegado envolvimento<br />

numa emboscada efectuada pelas tropas<br />

muçulmanas bósnias a uma coluna<br />

do exército jugoslavo em 1992,<br />

bem como a ataques a hospitais civis.<br />

1<br />

5<br />

Reuters TV<br />

O Tribunal Nacional espanhol diz que Hugo Chávez prestou auxílio à ETA.<br />

3 Espanha<br />

Governo de Chávez ligado à ETA<br />

A Venezuela está a cooperar<br />

com o grupo terrorista basco<br />

ETA e ainda com as forças armadas<br />

revolucionárias da Colômbia<br />

(FARC).<br />

Segundo o juiz Eloy Velasco<br />

do Tribunal Nacional de Espanha,<br />

o segundo mais importante<br />

do país, as FARC pediram ajuda<br />

à ETA para levarem a cabo<br />

atentados contra personalidades<br />

colombianas que estivessem<br />

presentes em solo espanhol, entre<br />

os quais se contou o presidente<br />

colombiano Álvaro Uribe.<br />

No auto do processo contra<br />

seis etarras e sete elementos das<br />

FARC, o juiz afirma que os dados<br />

da investigação indicam a existência<br />

de uma “cooperação go-<br />

2 França<br />

Medvedev debate<br />

cooperação<br />

com Paris<br />

O presidente Dimitry<br />

Medvedev está a tentar<br />

melhorar as relações com<br />

a França. O chefe de Estado<br />

russo iniciou ontem uma visita<br />

oficial à segunda maior<br />

economia europeia, onde vai<br />

realizar encontros com o<br />

presidente Nicolas Sarkozy<br />

e com o primeiro-ministro<br />

François Fillon. Na agenda de<br />

Medvedev estão discussões<br />

sobre a colaboração bilateral<br />

nas áreas económica, militar e<br />

humanitária, bem como o apoio<br />

a uma entrada da Rússia<br />

na Organização Mundial do<br />

Comércio. Será ainda debatida<br />

a crise económica, o novo<br />

tratado de segurança europeu,<br />

a guerra no Afeganistão e o<br />

programa nuclear iraniano. ■<br />

vernamental” por parte da Venezuela<br />

na “colaboração ilícita”<br />

entre as duas organizações.<br />

Segundo o magistrado, Arturo<br />

Cubillas Fontán era, na mesma<br />

altura em que exercia as<br />

funções de director de um gabinete<br />

do ministério do Governo<br />

de Hugo Chávez, também responsáveldaETAnaregiãoeestava<br />

encarregue de coordenar as<br />

relações com as FARC.<br />

“Estão em curso diligências<br />

que demonstram a cooperação<br />

governamental venezuelana na<br />

colaboração ilícita entre as<br />

FARC e a ETA, e em especial a de<br />

Arturo Cubillas Fontán, que tem<br />

ou teve um cargo público neste<br />

país”, diz o juiz Velasco. ■<br />

4 Rússia<br />

Oligarca falha pagamento de casa<br />

Jorge Silva/Reuters<br />

39 milhões<br />

de euros é o valor perdido pelo multimilionário russo Mikhail Prokhorov<br />

por ter falhado a data-limite para o pagamento da totalidade da Villa<br />

Leopolda, no Sul de França. O oligarca pagou 10% dos 390 milhões<br />

de euros do preço da casa em Julho de 2008, mas depois não conseguiu<br />

pagar o resto até ao dia 15 de Dezembro, perdendo por isso o sinal.


ÓPERA DE SIDNEY A NU<br />

A lente do fotógrafo norte-americano Spencer Tunick continua a mobilizar milhares de pessoas. Desta vez, mais<br />

de 5.000 australianos posaram nus na Casa da Ópera de Sidney, um dos símbolos da Austrália. A foto coincidiu<br />

com a parada anual de gay. “Homens e mulheres gay estiveram nus ao lado de vizinhos heteressexuais e isto é<br />

uma mensagem para o mundo que os australianos abraçam uma sociedade livre e igual”, disse Tunick.<br />

A fronteira terrestre reabriu.<br />

5 Geórgia<br />

Aberta fronteira<br />

com a Rússia para<br />

salvar a Arménia<br />

As disputas entre dois países<br />

podem por vezes ter<br />

consequências desastrosas<br />

para outras nações. O posto<br />

fronteiriço de Verkhny Lars<br />

entre a Federação Russa<br />

e a Geórgia, que havia sido<br />

encerrado por Moscovo<br />

em Julho de 2006, devido à<br />

deterioração das relações com<br />

Tblisi, foi ontem reaberto a<br />

pedido da Arménia. Esta<br />

medida tem como objectivo<br />

impedir a nação arménia de<br />

entrar em colapso económico,<br />

já que o país não tem saída<br />

paraomareprecisa<br />

desesperadamente de um meio<br />

de fazer passar as suas<br />

exportações para o<br />

estrangeiro. Como o único país<br />

vizinho da Arménia que<br />

permite a passagem dos seus<br />

bens é a Geórgia, o facto das<br />

fronteiras desta nação estarem<br />

fechadas com a Rússia tem<br />

sido devastador para a<br />

economia arménia, que sofre a<br />

maior contracção económica<br />

de toda a ex-URSS. ■<br />

6 Reino Unido<br />

‘Fuga’ fiscal embaraça conservadores<br />

A política britânica muda todas<br />

as semanas ao som de escândalos.<br />

Depois de uma semana a<br />

examinar a fúria de Gordon<br />

Brown com a sua equipa, é a vez<br />

dos conservadores limitarem<br />

um escandâlo que questiona o<br />

seu patriotismo. Michael<br />

Ashcroft, vice-presidente do<br />

Partido Conservador e principal<br />

doador de dinheiro dos<br />

‘tory’ admitiu que goza dos benefícios<br />

fiscais de um cidadão<br />

‘não residente’ no país há dez<br />

anos, graças aos seus negócios<br />

na antiga colónia britânica de<br />

Belize. O estatuto de “não residente”<br />

isenta a pessoa envolvida<br />

de pagar impostos sobre todososrendimentosganhosno<br />

estrangeiro.<br />

Esta revelação surge numa<br />

altura em que os conservadores<br />

têm vindo a perder a vantagem<br />

que tinham sobre os Trabalhis-<br />

7 EUA<br />

Senador deixa milhares sem ordenado<br />

Os impasses no Congresso estão<br />

a bloquear a governação dos<br />

Estados Unidos. Desde ontem<br />

que milhares de trabalhadores<br />

dos transportes do governo federal<br />

se encontram de licença<br />

sem vencimento, enquanto que<br />

os reembolsos de Washington<br />

aos Estados pelos programas de<br />

auto-estradas, no valor de 140<br />

milhões de euros por dia, também<br />

se encontram suspensos.<br />

Na origem do problema está<br />

a decisão de um único senador<br />

do Partido Republicano, Jim<br />

Bunning, de não aprovar a pas-<br />

O vice-presidente<br />

dos ‘tories’, Michael<br />

Ashcroft doou quatro<br />

milhões ao partido,<br />

ainda que não pague<br />

parte dos impostos<br />

no Reino Unido há<br />

dez anos.<br />

sagem de legislação que teria<br />

estendido os programas federais<br />

sobre estas áreas, bem<br />

como a duração dos subsídios<br />

de desemprego a cerca de 1,2<br />

milhões de cidadãos que vão ficar<br />

sem rendimentos este mês.<br />

Durante toda a semana passada<br />

os seus colegas no Senado<br />

tentaram convencer Bunning a<br />

mudar de posição, mas este argumenta<br />

que os 7,4 mil milhões<br />

de euros que custará a legislação<br />

– que tem que ser aprovada<br />

como um pacote completo – são<br />

um valor demasiado elevado,<br />

Tim Wimborne/Reuters<br />

tas de Gordon Brown, e depois<br />

do líder conservador, David Cameron,<br />

ter afirmado que, se se<br />

tornasse primeiro-ministro, só<br />

contribuintes britânicos deveriam<br />

ter assento no Parlamento.<br />

Questionado sobre o assunto,<br />

Ashcroft disse que assumiria<br />

comprazerumlugarnaCâmara<br />

dos Lordes em caso de vitória<br />

conservadora, dando a entender<br />

queestáprontoaabandonaro<br />

seu estatuto de não residente.<br />

“Cameron tem dito que é seu<br />

dever patriótico substituir Gordon<br />

Brown. Bem, os seus candidatos<br />

estão a ser financiados<br />

por alguém que tem sido basicamente<br />

impatriótico”, disse o<br />

ministro do Interior trabalhista,<br />

Alan Johnson. As mais recentes<br />

sondagens indicam que, em<br />

caso de eleições, o partido de<br />

Gordon Brown voltaria a formar<br />

governo no país. ■<br />

tendo em conta o grande défice<br />

orçamental do país. Este impasse<br />

tem permitido ao Partido Democrata<br />

acusar os Republicanos<br />

de deixar que programas estatais<br />

populares cheguem ao fim,<br />

ainda que por pouco tempo.<br />

“Com as famílias americanas<br />

a enfrentarem tempos difíceis,<br />

estou decepcionado em<br />

ver que os jogos políticos estão<br />

a parar projectos de construção<br />

importantes em todo o<br />

país”, afirmou em comunicado<br />

o secretário dos Transportes,<br />

Ray LaHood. ■<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 25<br />

Eleições “irregulares”<br />

no Tajiquistão<br />

As eleições legislativas<br />

realizadas domingo no<br />

Tajiquistão, que deverão<br />

reforçar os poderes do seu<br />

presidente, foram marcadas<br />

por “numerosas<br />

irregularidades”. Os<br />

observadoresdaOSCE<br />

encontraram casos de votos<br />

por procuração e falsificação<br />

massiva de escrutínios.<br />

China promove<br />

novo Dalai Lama<br />

Panchen Lama faz 20 anos<br />

em2010eéopreferido<br />

de Pequim para se tornar<br />

no próximo Dalai Lama. O<br />

nome do jovem foi escolhido<br />

em 1995 por Pequim e é<br />

um dos 13 escolhidos para<br />

suceder ao actual Dalai Lama,<br />

considerado pela China como<br />

um perigoso separatista.<br />

Novo chefe nuclear<br />

daONUacusaoIrão<br />

O director da agência nuclear<br />

da ONU, Yukiya Amano disse<br />

ontem que Teerão não está a<br />

cooperar suficientemente com<br />

a investigação sobre as<br />

actividades nucleares do país.<br />

Amano não exclui que o Irão<br />

esteja já a trabalhar em armas<br />

nucleares e confirmou que o<br />

país persa está já enriquecer<br />

urânio a altos níveis.<br />

EUA reexaminam lei<br />

de porte de armas<br />

O Supremo Tribunal dos<br />

Estados Unidos reaprecia hoje<br />

a sua decisão de 2008 que<br />

reconhece o direito de todos<br />

os cidadãos a possuírem<br />

armas para a sua defesa<br />

pessoal, de modo a<br />

determinar se o veredicto<br />

também se deve aplicar às leis<br />

locais, para além da legislação<br />

criada pelo governo federal.<br />

Esta análise surge numa altura<br />

em que os oponentes do<br />

presidente Obama estão à<br />

apelar à liberalização das leis<br />

sobre as armas no país.<br />

Petição contra lei<br />

anti-gay recolhe<br />

500 mil assinaturas<br />

No Uganda, um movimento<br />

recolheu 500 mil assinaturas<br />

contra a lei anti-gay que será<br />

apreciada pelo parlamento<br />

do país. A lei, que Obama<br />

diz ser ‘odiosa’, inclui a pena<br />

de morte para alguns actos<br />

homossexuais – por exemplo<br />

se uma das partes for menor<br />

ou HIV positivo.


26 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

DESTAQUE VISITA DE JOSÉ SÓCRATES A MOÇAMBIQUE<br />

Projecto da Portucel<br />

em Moçambique garante<br />

vendas de 587 milhões<br />

José Sócrates inicia hoje visita oficial de três dias a Moçambique. A acompanhá-lo,<br />

leva uma comitiva com mais de meia de centena de empresários.<br />

Hermínia Saraiva<br />

herminia.saraiva@economico.pt<br />

Maputo estendeu uma passadeira<br />

vermelha a Pedro Queiroz Pereira<br />

eopresidentedaPortucelparece<br />

estar disponível para aceitar o<br />

convite para investir em Moçambique.<br />

Tanto que já estima<br />

que “em ano cruzeiro o projecto<br />

[da Portucel] fará crescer as exportações<br />

moçambicanas em<br />

800 milhões de dólares [586,6<br />

milhões de euros]”, diz fonte<br />

oficial da papeleira portuguesa<br />

ao Diário <strong>Económico</strong>.<br />

Queiroz Pereira, que em 2009<br />

criou a Portucel Moçambique,<br />

ainda não anunciou oficialmente o<br />

destino do seu próximo investimento,<br />

que poderá chegar aos dois<br />

mil milhões de euros. Mas à autorização<br />

para a utilização de uma<br />

área de 173.327 hectares na zona<br />

ProvínciadaZambéziaeoesperado<br />

alargamento da mesma autorização<br />

a mais 220 mil hecatres em<br />

Manica, estão a criar as condições<br />

para que a Portucel venha a ser um<br />

dos maiores investidores portugueses<br />

em Moçambique.<br />

OcasodaPortuceléemblemáticoeseráumdosexemplos<br />

apresentados num seminário<br />

económico, a realizar quinta-<br />

-feira em Maputo, e que juntará<br />

na mesma sala empresários portugueses<br />

e moçambicanos.<br />

Exemplos de investimentos<br />

portugueses em Moçambique não<br />

faltam. Quando José Sócrates<br />

chegar à barragem de Cahora<br />

Bassa,naregiãodeTete,emMoçambique,<br />

nessa mesma manhã<br />

terá a recebê-lo os seguranças da<br />

Moseg. Empresa de Jaime Nogueira<br />

Pinto em parceria com o<br />

grupo SGC de João Pereira Couti-<br />

Visabeira, Critical<br />

Software, Bial, Leya,<br />

Porto Editora e<br />

Visabeira são algumas<br />

das empresas<br />

com negócios<br />

já estabelecidos<br />

em Moçambique.<br />

Alegre ao lado de Sócrates na visita<br />

O (pré) candidato presidencial<br />

Manuel Alegre é um dos<br />

convidados de José Sócrates<br />

nesta sua visita oficial a<br />

Moçambique. Oficialmente,<br />

Manuel Alegre integra a comitiva<br />

do primeiro-ministro naquela que<br />

é a sua primeira visita oficial ao<br />

exterior desde que foi reeleito<br />

chefe do Executivo porque é<br />

presidente do júri do prémio Leya,<br />

um galardão que durante a<br />

viagem será entregue por<br />

Sócrates ao escritor<br />

moçambicano Borges Coelho, mas<br />

há já quem veja esta viagem<br />

como o pontapé de saída para a<br />

formalização do apoio do PS à<br />

candidatura de Alegre a Belém. A<br />

decisão sobre o candidato que o<br />

PS apoiará foi atirada para depois<br />

do Orçamento, mas alguns<br />

sectores do PS entendem que<br />

depois de Fernando Nobre ter<br />

avançado na corrida para Belém a<br />

clarificação é mais urgente. I.D.B.<br />

nho, pouco conhecida em território<br />

nacional, mas que é hoje um<br />

dos maiores empregadores portugueses<br />

em Moçambique. A Moseg,<br />

que tem ainda como accionistas<br />

o português Victor Ribeiro e<br />

um grupo de parceiros estratégicos<br />

moçambicanos, é a empresa<br />

responsável pela segurança da<br />

barragem que durante anos foi<br />

uma pedra no sapato das relações<br />

entre Portugal e Moçambique.<br />

Quatro anos depois de ultrapassada<br />

a questão da gestão da<br />

quarta maior barragem africana,<br />

o primeiro-ministro português<br />

aterra hoje ao final da noite no<br />

aeroporto Internacional de Maputoparaumavisitadetrêsdias<br />

que pretende reforçar as relações<br />

com Moçambique nomeadamente<br />

na vertente económica.<br />

“As relações económicas [entre<br />

Portugal e Moçambique] tem estado<br />

sempre a melhorar e são<br />

cada vez mais promissoras”, diz<br />

fonte oficial da S. Bento.<br />

Na agenda, Sócrates leva a assinatura<br />

de acordos de cooperaçãoedeinvestimentonummercado<br />

de que os empresários portugueses<br />

avaliam como sendo um<br />

país de crescimento estável e sustentado.<br />

“Do ponto de vista das<br />

condições de envolventes de negócios<br />

a nossa visão é muito positiva,<br />

é um mercado que se não<br />

temtidograndessurtosdecrescimento,<br />

nas situações mais recessivas,<br />

também não tem tido<br />

decréscimos significativos”, avalia<br />

Pedro Gonçalves, presidente<br />

da Soares da Costa, a empresa<br />

que partilha com a Mota-Engil a<br />

concessão da Ponte de Tete, atribuída<br />

pelo governo de Maputo<br />

por um período de 30 anos. A<br />

contrução desta infra-estrutura<br />

inclui ainda a participação da<br />

também portuguesa Opway.<br />

Faria de Oliveira, presidente da<br />

Caixa Geral de Depósitos, também<br />

terálugarde<strong>destaque</strong>entreacomitiva<br />

de Sócrates, já que a viagem<br />

servirá para dar o ponta de saída ao<br />

banco luso-moçambicano criado<br />

em parceria com a Direcção Geral<br />

de Tesouro de Moçambique.<br />

O primeiro-ministro português<br />

estará em Moçambique<br />

a convite de Armando Guebuza,<br />

o recém-eleito presidente<br />

moçambicano que escolheu<br />

Portugal para a sua primeiravisita<br />

oficial. ■<br />

PONTOS ALTOS DA AGENDA<br />

● Sócrates será recebido<br />

amanhã pelo presidente<br />

moçambicano Armando Guebuza,<br />

estando previsto uma sessão<br />

plenária entre os governos de<br />

Portugal e Moçambique.<br />

● No final do primeiro dia de<br />

visita será formalizada a<br />

constituição do Banco<br />

Luso-Moçambicano, controlado<br />

a 50% pela CGD.<br />

● Quinta-feira de manhã<br />

decorrem em Maputo dois<br />

seminários económicos, um dos<br />

quais ligado à temática das<br />

energias renováveis. Na mesma<br />

altura Sócrates visita Cahora<br />

Bassa, onde será assinado um<br />

documento alusivo à<br />

operacionalização do Fundo de<br />

Investimento Luso-Moçambicano.<br />

● O primeiro-ministro português<br />

visita na sexta-feira, horas antes<br />

de regressar a Lisboa, a Escola<br />

Portuguesa de Maputo.<br />

INVESTIDORES PORTUGUESES<br />

Pedro Cunha Serra<br />

Águas de Portugal<br />

A Águas de Portugal entrou em<br />

Moçambique em 1998. Hoje gere<br />

o abastecimento de água em<br />

Maputo-Matola e tem uma<br />

operação de recolha de resíduos<br />

sólidos na capital. Com um volume<br />

de negócios de 13,5 milhões em<br />

2009, Moçambique representa<br />

2% da facturação do grupo.<br />

Pedro Gonçalves<br />

Soares da Costa<br />

Moçambique é o terceiro principal<br />

mercadoexternodaSoaresda<br />

Costa, respondendo por 4% da<br />

facturação do grupo. Depois da<br />

construção da ponte sobre o rio<br />

Zambezé e da concessão da ponte<br />

de Tete, a Soares da Costa está<br />

agora concentrada nos projectos<br />

de parceria público-privada.


EM MOÇAMBIQUE<br />

Santos Ferreira<br />

Millennium BCP<br />

PONTOS-CHAVE<br />

Com 116 sucursais e quase 2.000<br />

colaboradores, o Millennium bim<br />

é hoje o principal banco em<br />

Moçambique, com 40% do<br />

mercado. Em 2009 o banco<br />

alcançou um lucro de 52 milhões e<br />

euros, mais 1% que no ano anterior.<br />

O BCP tem ainda em Moçambique<br />

uma companhia de seguros.<br />

Ferreira de Oliveira<br />

Galp<br />

Presente em Moçambique desde<br />

2007, através de um contrato para<br />

a exploração nas águas ultraprofundas<br />

de Rovuma, em<br />

consórcio com a Eni e a ENH, a<br />

Galp detém 15% da distribuição<br />

de combustíveis e gere um projecto<br />

agro-industrial para a produção<br />

e venda de biocombustíveis.<br />

José Sócrates visita<br />

Moçambique a convite de<br />

Armando Guebuza. Esta será a<br />

primeira visita oficial do<br />

primeiro-ministro na actual<br />

legislatura.<br />

Faria de Oliveira<br />

Caixa Geral de Depósitos<br />

Faria de Oliveira vai a Maputo<br />

pedir autorização de constituição<br />

do novo banco luso-moçambicano.<br />

Criado numa parceria entre a CGD,<br />

que controla 50% do também<br />

moçambicano BCI, e a Direcção<br />

Nacional do Tesouro de<br />

Moçambique. O banco terá um<br />

capital de 344,5 milhões de euros.<br />

Zeinal Bava<br />

Portugal Telecom<br />

No final de 2009, o Governo de<br />

Maputo lançou o concurso para<br />

a atribuição de uma quarta licença<br />

móvel. A PT não confirma estar<br />

a participar no concurso, mas esta<br />

seria uma oportunidade para<br />

a empresa reforçar a presença no<br />

mercado moçambicano onde está<br />

presente através do portal <strong>Sapo</strong>.<br />

O objectivo da visita<br />

de três dias é aprofundar<br />

as relações bilaterais entre<br />

os dois países com especial<br />

atenção para as ligações<br />

empresariais.<br />

Dionísio Pestana<br />

Grupo Pestana<br />

Moçambique foi, em 2004, o<br />

primeiro destino de<br />

internacionalização do grupo<br />

Pestana. Hoje o grupo originário<br />

da Madeira tem no território três<br />

unidades de quatro estrelas, que no<br />

ano passado responderam por um<br />

volume de negócios de 8,2 milhões<br />

de dólares (seis milhões de euros).<br />

Fernando Pinto<br />

TAP<br />

Com quatro voos semanais entre<br />

Lisboa e Maputo, a TAP transportou<br />

no ano passado 58 mil passageiros<br />

para Moçambique. No total, a<br />

liagação responde por 0,7% da<br />

facturação total, com a empresa a<br />

estimar um crescimento de 7,1%<br />

este ano, o mesmo valor que prevê<br />

para o total a nível global.<br />

Os sectores da construção<br />

e da banca são os mais<br />

representativos da actividade<br />

portuguesa em Moçambique.<br />

Mas também lá estão empresas de<br />

telecomunicações, energia e indústria.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 27<br />

Portugal é o<br />

sétimo destino<br />

das exportações<br />

As vendas de Portugal<br />

a Moçambique totalizaram<br />

os 121,2 milhões.<br />

Hermínia Saraiva<br />

herminia.saraiva@economico.pt<br />

As relações económicas entre<br />

Portugal e Moçambique estão<br />

bem e recomendam-se. A conclusão<br />

de fonte oficial de S. Bento<br />

é corroborada pelos números do<br />

Instituto Nacional de Estatística<br />

que indicam que as exportações<br />

portuguesas para Maputo cresceram<br />

no ano passado 33,3%, totalizando<br />

121,2 milhões de euros. No<br />

sentido inverso, mantém-se a<br />

tendência positiva, com as compras<br />

a Moçambique a crescerem<br />

cerca de 26% no ano passado,<br />

num total de 42,8 milhões de euros.<br />

A valores de 2008, Portugal<br />

era o sétimo mercado de destino<br />

das exportações moçambicanas.<br />

O resultado continua a ser favorável<br />

a Portugal, de acordo com<br />

o último Boletim Mensal da Economia<br />

Portuguesa. “A balança<br />

comercial de Portugal com Moçambique<br />

é favorável a Portugal,<br />

com um elevado grau de cobertura<br />

das importações pelas exportações”,<br />

lê-se no documento divulgado<br />

em Fevereiro.<br />

De Moçambique chega a<br />

Portugal açúcar e camarão, basicamente,<br />

e a Maputo, com<br />

origem em Lisboa, chegam máquinas<br />

e aparelhos, produtos<br />

alimentares e sobretudo livros,<br />

oprincipalprodutoqueMoçambique<br />

compra a Portugal.<br />

Depois de se manter durante<br />

cinco anos como o 35.º cliente<br />

de Portugal, Moçambique passou<br />

no ano passado a 25.º.<br />

Como fornecedor o país tem<br />

vindo também a subir, estando<br />

agora na posição 62, uma posi-<br />

ção acima da verificada em<br />

2008 e sete acima de 2007.<br />

Um lista não exaustiva da presença<br />

portuguesa em Moçambique,<br />

disponibilizada pela AICEP,<br />

aponta para a existência de cerca<br />

de 60 empresas com capitais portugueses.<br />

Empresas que terão sido<br />

em 2009 responsáveis por investimentos<br />

na ordem dos 689 milhões<br />

de euros, verba que faz de<br />

Portugal o segundo maior investidor<br />

em Moçambique, um lugar<br />

atrás da Noruega que investiu naquele<br />

país africano 742 milhões de<br />

dólares (547 milhões de euros). O<br />

Top 3 fica completo com as ilhas<br />

Maurícias que aplicaram no território<br />

moçambicano cerca de 67,7<br />

milhões de dólares. A África do<br />

Sul, vizinha de Moçambique, é<br />

apenas o quinto maior investidor<br />

no território, tendo aplicado no<br />

ano passado 55,5 milhões de dólares,<br />

mas respondendo pelo<br />

maior número de projectos realizados<br />

naquele país, num total de<br />

71 projectos. Portugal surge logo a<br />

seguir com 45 iniciativas de carácter<br />

económico. ■<br />

A sorte e o azar de ser vizinho da África do Sul<br />

Moçambique é um dos países mais<br />

pobres do Mundo, com uma<br />

agricultura considerada prioritária<br />

mas deficiente, onde o orçamento<br />

de Estado é suportado em 50%<br />

pela comunidade internacional.<br />

Com fronteiras com a Tanzânia,<br />

Malawi, Zâmbia, Zimbabué,<br />

Suazilândia e África do Sul, é com<br />

este último país que as relações<br />

económicas são maiores. Na<br />

capital, Maputo, a maior parte dos<br />

produtos consumidos chegam da<br />

África do Sul, o gigante económico<br />

do continente. Para Abdul Magid<br />

Osman, economista e ex-ministro<br />

das Finanças, e Nelson Saúte,<br />

sociólogo, em desclarações à Lusa,<br />

frisam que ainda hoje o país, com<br />

exceção do açúcar, não atingiu os<br />

Portugal pesava,<br />

no início da última<br />

década, 11,6%<br />

do total<br />

de exportações<br />

de Moçambique.<br />

Um valor que sofreu<br />

sucessivas<br />

desvalorizações<br />

até atingir<br />

os 0,8% em 2008.<br />

níveis de produção de bens<br />

tradicionais anteriores à<br />

independência. Moçambique<br />

exporta mão-de-obra e<br />

“sabedoria” mas de resto é<br />

“incapaz de produzir um botão”diz<br />

Momed Yassine, professor e<br />

analista político moçambicano, que<br />

considera que no contexto regional<br />

Moçambique tem alguma<br />

influência política e prestígio mas a<br />

nível económico é quase nulo, e diz<br />

que será assim nos próximos anos.<br />

Os analistas reforçam a<br />

importância e urgências dos laços<br />

económicos com países como a<br />

China, Brasil ou Índia. Neste<br />

contexto, Momed Yassine acredita<br />

Portugal vai nos próximos anos<br />

perder peso económico no país.


28 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

EMPRESAS<br />

REN ganha novos<br />

administradores<br />

da Parpública e da CGD<br />

A administração da REN vai contar com dois executivos indicados pelo Estado.<br />

José Penedos, que ainda é quadro da EDP, pode avançar para a reforma.<br />

Ana Maria Gonçalves<br />

ana.goncalves@economico.pt<br />

José Penedos e Vítor Baptista<br />

são as duas únicas baixas na<br />

comissão executiva da Redes<br />

Energéticas Nacionais (REN)<br />

definida para o período de<br />

2010-2012. A proposta para o<br />

próximo conselho de administração<br />

da empresa, que vai<br />

a votos na assembleia geral<br />

de 15 de Março, mantém os<br />

mesmos elementos que já<br />

hoje integram este órgão social<br />

da empresa.<br />

A palavra de ordem é limitar<br />

os estragos provocados<br />

pelo processo Face Oculta e<br />

segurar as rédeas de uma das<br />

principais empresas energéticas<br />

do país, responsável pelas<br />

infraestruturas de transporte<br />

de electricidade e gás<br />

natural, a braços com um<br />

ambicioso plano de investimentos<br />

na ordem dos 2,5 mil<br />

milhões de euros.<br />

A grande novidade acabou<br />

por ser a indicação de Rui<br />

Cartaxo, que assumiu a presidência<br />

interina em substituição<br />

de José Penedos, envolvido<br />

no processo Face<br />

Oculta. O ex-responsável<br />

máximo pela gestora das infraestruturas<br />

nacionais de<br />

electricidade e gás natural<br />

está com funções suspensas<br />

desde o final do ano passado<br />

e proibido de contactar qualquer<br />

funcionário da empresa.<br />

Já Vítor Baptista, apesar de<br />

nãoestarindiciadodequalquer<br />

crime, acabaria por ver<br />

o seu nome arrastado para a<br />

lista de personalidades que<br />

terão sido escutadas durante<br />

as investigações, factor que<br />

terápesadonahoradadecisão<br />

de afastamento. Vítor<br />

Baptista é um dos quadros<br />

mais antigos da empresa que<br />

tem nas suas mãos o pelouro<br />

da REN Eléctrica e dos recursos<br />

humanos.<br />

Para os seus lugares são<br />

agora apontados João Plácido<br />

Pires, presidente da Parpública,<br />

e João Jorge Palma, que<br />

Apesar do Estado<br />

manter o controlo<br />

da empresa,<br />

com 51% do capital,<br />

a escolha<br />

de Rui Cartaxo<br />

para a liderança<br />

da REN recebeu<br />

luz verde de todos<br />

os privados.<br />

Rui Cartaxo,<br />

que assumiu<br />

interinamente<br />

o lugar de José<br />

Penedosnagestão<br />

da REN, contou<br />

comoapoio<br />

dos privados<br />

para se manter à<br />

frente da empresa.<br />

Suspenso de<br />

funções na REN<br />

devido ao processo<br />

Face Oculta,<br />

José Penedos<br />

está proibido<br />

de contactar<br />

qualquer<br />

funcionário<br />

da empresa.<br />

transita da Caixa Geral de<br />

Depósitos, em Madrid.<br />

À nova equipa de gestão<br />

junta-se Aníbal Santos e João<br />

Conceição, ambos reconduzidos.<br />

O primeiro é actualmente<br />

responsável pelo negócio<br />

de ‘trading’ e o segundo<br />

pelas empresas de gás.<br />

Entre os restantes oito elementos<br />

com funções não executivas,<br />

com <strong>destaque</strong> para<br />

os representantes dos accionistas<br />

privados (Logoenergia,<br />

Oliren, Gestfin, REE e EDP),<br />

não se verifica qualquer alteração.<br />

Apesar do Estado manter o<br />

controlo da empresa, com<br />

51% do capital, o Diário <strong>Económico</strong><br />

sabe que a escolha de<br />

Rui Cartaxo obteve a luz verde<br />

de todos os privados.<br />

Ainda assim chegou a estar<br />

em cima da mesa uma proposta<br />

de alteração do modelo<br />

de governação da empresa<br />

que visava acomodar a entrada<br />

de Mário Lino, ex-ministro<br />

das Obras Públicas,<br />

Transportes e Comunicações<br />

para o cargo de ‘chairman’.<br />

Mas a resistência manifestada<br />

pela maioria dos accionistas<br />

privados, aliada ao aumento<br />

da pressão política em torno<br />

do Executivo, levou o primeiro-ministro<br />

José Sócrates a<br />

recuar.<br />

Além da aprovação das<br />

contas de 2009 – registou um<br />

aumento de 5,2% dos lucros<br />

para 134 milhões de euros -, a<br />

gestão da REN vai propor<br />

ainda, na próxima assembleia<br />

geral, a entrega de um dividendo<br />

de 0,167 euros por acção.<br />

Um valor que corresponde<br />

à distribuição de 67%<br />

dos resultados líquidos, em<br />

linha com a política de dividendos<br />

anunciada em 2009<br />

aos investidores.<br />

A REN assumiu então o<br />

compromisso de manter um<br />

crescimento nominal dos dividendos<br />

até ao ano 2014,<br />

dentro do intervalo dos seus<br />

pares, na ordem dos 50% a<br />

70%. ■<br />

EX-PRESIDENTE DA REN<br />

✽<br />

O futuro de Penedos<br />

Apesar do destino de José<br />

Penedos – suspenso das funções<br />

de presidente da Redes<br />

Energéticas Nacionais – ainda<br />

ser uma incógnita, uma coisa é<br />

certa: o ex-secretário de Estado<br />

da Energia irá manter-se como<br />

funcionário da REN até 15 Março,<br />

data da próxima assembleia<br />

geral em que serão eleitos os<br />

novos gestores da empresa.<br />

Quadro da EDP, José Penedos,<br />

poderá em última instância<br />

transitar para a eléctrica<br />

nacional. O gestor, com 64 anos,<br />

deverá, no entanto, segundo o<br />

Diário <strong>Económico</strong> apurou, pedir a<br />

passagem à reforma.<br />

Atéaofechodestaedição,<br />

não foi possível contactar<br />

José Penedos.<br />

As contas da REN de 2009, já aprovadas,<br />

registam aumento dos lucros e prevêem<br />

dividendos de 0,167 euros por acção.


Alessandro Bianchi / Reuters<br />

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FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS<br />

Seis CFO do PSI 20 ajudam<br />

a definir programas da ISCTE<br />

Business School. P. VI E VII<br />

INVESTIGAÇÃO<br />

Carnegie Mellon quer novo<br />

financiamento do Governo<br />

português depois de 2011. P.VIII<br />

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 4831 E NÃO<br />

PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE | 02 MARÇO 2010<br />

universidades<br />

EMPREGO<br />

Salsa privilegia cursos<br />

de design, marketing<br />

e gestão. P.XI<br />

Empresas aderem aos jogos de gestão<br />

para recrutar e caçar talentos<br />

Os jogos de gestão são uma prática cada vez mais comum nas empresas para recrutar e avaliar ‘soft skills’ dos<br />

quadros. Também nas universidades, multiplicam-se os jogos para ensinar e avaliar os alunos. Págs. II a IV


II UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

TEMA DE CAPA | JOGOS DE GESTÃO<br />

Jogar aos gestores para<br />

conseguir um emprego<br />

Jogos de gestão são já uma prática comum para recrutamento e não só.<br />

CARLA CASTRO<br />

E ANA PETRONILHO<br />

carla.castro@economico.pt<br />

“O desafio da minha equipa era criar um<br />

perfume para a Maybelline. Desde o<br />

nome à embalagem, até à comunicação”,<br />

conta Raquel Abrantes, vencedora do<br />

jogo de gestão “Brandstorm“ da L’Oréal<br />

do ano passado, que lhe valeu a contratação<br />

pela multinacional. Raquel Abrantes<br />

admitequeojogoeoperfume“Gloss”<br />

que criaram lhe deu a visibilidade “que<br />

facilitou a integração na empresa” quando<br />

entrou no processo de recrutamento,<br />

já lá vão seis meses.<br />

“Este tipo de jogo, é uma boa maneira de<br />

avaliar as ‘soft skills’ dos candidatos.<br />

Percebe-se quem assume a liderança,<br />

quem se fecha, quem amua, foi inflexível,<br />

criativo, etc... Dependendo do perfil que<br />

a empresa está à procura, ajuda a escolher<br />

o candidato”, explica José Bancaleiro,<br />

CEO da ‘executive search’ Humancap International.<br />

A moda foi trazida para Portugal pelas<br />

multinacionais, como éocasodeste<br />

“Brandstorm” da L’Oréal, mas já foi<br />

adoptada pelas grandes empresas nacionais<br />

de vários sectores, sobretudo tecnologias<br />

e banca, mas não só. A EDP, por<br />

exemplo, promove jogos, há dez anos,<br />

para recrutamento e não só, também para<br />

desenvolvimento de jovens colaboradores.<br />

“Valorizamos os jogos pelo seu carácter<br />

pedagógico e pela sua importância<br />

no desenvolvimento de competências estratégicas<br />

e de gestão quer nos estudantes<br />

universitários, potenciais candidatos ao<br />

Grupo EDP, quer nos colaboradores”,<br />

afirma fonte oficial da eléctrica nacional.<br />

Com o recurso a esta ferramenta, a empresa<br />

garante que se consegue detectar<br />

melhor “competências estratégicas e de<br />

gestão fundamentais para as empresas,<br />

como trabalho em equipa, orientação<br />

para os resultados e visão estratégica”.<br />

O que alguns destes jogos<br />

permitem descobrir não é quem<br />

ganha, mas quem tem o<br />

comportamento adequado à<br />

função que a empresa quer<br />

preencher.<br />

António Eloy Valério é, actualmente, director-adjunto<br />

do Departamento de Recursos<br />

Humanos do BES, que recorre a jogos<br />

de gestão desde 2007, e já estava no<br />

banco quando foi seleccionado para participar<br />

num jogo, a nível interno, integrado<br />

num programa de desenvolvimento de<br />

carreira para jovens quadros. “Foi muito<br />

interessantenamedidaemquepotenciouo<br />

desenvolvimento do espírito de grupo das<br />

equipas, situação que é muito valorizada<br />

pelo BES”, afirma António Eloy Valério.<br />

AVALIAR PELAS REACÇÕES<br />

“Hoje em dia, o recurso aos jogos é uma<br />

prática comum tanto para recrutamento<br />

como para formação interna na empresa.<br />

Está a ser muito usado para avaliar a reacção<br />

das pessoas”, confirma Jorge Marques,<br />

presidente da Associação Portuguesa<br />

de Gestores de Recursos Humanos.<br />

“Às vezes, acontece até as empresas terem<br />

questões reais para resolver e levarem<br />

para o ambiente de formação. Encontram-se<br />

soluções mais descontraídas<br />

e descomprometidas”, acrescenta.<br />

O que estes jogos permitem descobrir<br />

não é quem ganha o jogo, mas quem tem<br />

o comportamento adequado à função que<br />

a empresa quer preencher.“Permite perceber<br />

como os candidatos interagem,<br />

quais são os que cooperam,os que arriscam<br />

mais, os que têm mais capacidade de<br />

iniciativa”, salienta José Bancaleiro.<br />

A L’Oréal – com uma longa experiência<br />

de jogos, que data de 1993, com largas<br />

dezenas de milhares de participantes –<br />

considera esta ferramenta fundamental<br />

para encontrar os candidatos ideais. Na<br />

opinião de Filipa Rodrigues, ‘Talent Recruitment<br />

Manager’ da multinacional de<br />

cosmética, é a “oportunidade de revelaremouconfirmaremassuaspreferências<br />

profissionais, permitindo-nos, por outro<br />

lado, ter acesso aos melhores candidatos”<br />

nas várias áreas”. O objectivo é atrair<br />

uma enorme diversidade de perfis de<br />

background, formação, etc... e, simultaneamente,<br />

“ajudá-los, pedagogicamente,<br />

a descobrirem mais sobre si mesmos e<br />

sobre a carreira que um dia querem vir a<br />

desenvolver”, adianta Filipa Rodrigues.<br />

Tiago Gonçalves, responsável pelo controlo<br />

de gestão da EDP Renováveis, aceitou<br />

o desafio da EDP para participar no<br />

‘Global Management Challenge’ (ver caixa<br />

ao lado) e destaca as competências comunicacionais,<br />

bem como as de liderança<br />

e de trabalho em equipa como as ‘soft<br />

skills’ que se destacam no jogo. “Permite-nos<br />

simultaneamente desenvolver o<br />

‘networking’ quer ao nível interno da<br />

própria organização, mas também a nível<br />

externo, levando-nos a contactar com<br />

colegas de áreas profissionais absolutamente<br />

distintas e a enfrentar realidades,<br />

que, pela lógica da própria competição<br />

em si, são diferentes daquelas com que<br />

nos deparamos no dia-a-dia”, afirma<br />

Tiago Gonçalves. ■<br />

EXEMPLOS DE JOGOS<br />

L´OREAL<br />

Desenvolve dois jogos de gestão – o<br />

“Brandstorm”, destinado à área de<br />

marketing, e o “Reveal”, lançado em<br />

Janeiro passado, que funciona ‘online’<br />

e permite aos alunos avaliar e explorar<br />

o seu perfil profissional para conhecer<br />

as suas opções de carreira e ganhar<br />

uma visão de 360 graus sobre as suas<br />

competências.<br />

DANONE<br />

O “Trust”, da Danone, arrancou em<br />

2003 e desafia equipas de estudantes<br />

finalistas da licenciatura ou de<br />

mestrado a assumir a direcção da<br />

empresa e a definir o seu plano<br />

estratégicoatrêsanosdeformaa<br />

garantir um crescimento rentável e a<br />

construir um cenário de confiança para<br />

os accionistas.<br />

GLOBAL MANAGEMENT CHALLENGE<br />

A SDG – Simuladores e Modelos de<br />

Gestão trouxe, há 25 anos, os jogos de<br />

gestão para Portugal. Em 1980, iniciou<br />

o ‘Global Management Challenge’<br />

(GMC), competição de estratégia que<br />

envolve 30 países e que junta gestores<br />

e académicos. No GMC já participaram<br />

estudantes como António Mexia e<br />

António Borges.<br />

PRIMUS INTER PARES<br />

Podem participar finalistas de<br />

mestrado de Gestão, Economia ou<br />

Engenharia. Os dois primeiros<br />

vencedores recebem uma pósgraduação<br />

e uma bolsa numa<br />

prestigiada universidade estrangeira e<br />

o terceiro numa portuguesa. Trata-se<br />

de uma iniciativa do Banco Santander<br />

Totta e do jornal “Expresso”.<br />

MILLENIUM BANKING GAME<br />

“A gestão de uma sucursal nas tuas o<br />

mãos”. É com esta frase que o<br />

Millennium bcp convida os alunos a<br />

candidatarem-se ao ‘Banking Game’.<br />

Onde investir? Em infra-estruturas,<br />

descer o spread? Os alunos têm um<br />

tutor do banco durante a fase de<br />

preparação e uma formação inicial no<br />

Instituto de Formação Bancária.<br />

Raquel Abrantes e José Diogo<br />

Lopes, vencedores do<br />

“Brandstorm” da LÓréal de 2009.<br />

TESTEMUNHOS DE “JOGADORES”<br />

António Eloy Valério,<br />

Director-adjunto<br />

Deptº RH do BES<br />

Participar num jogo deste tipo “foi muito interessante<br />

na medida em que potencia o<br />

desenvolvimento do espírito de grupo das<br />

equipas, situação que é muito valorizada<br />

pelo BES”, diz António Eloy Valério que entrou<br />

no banco, em 1999, como técnico da<br />

área de orçamento e é, hoje, director-adjunto<br />

do Departamento de Recursos Humanos.


Raquel Abrantes,<br />

Divisão de Produtos<br />

de Grande Público da<br />

L’Oréal<br />

“Estes jogos aproximam-nos muito mais<br />

das empresas do que em circunstâncias<br />

normais, já que temos acesso a informação<br />

que, de outra forma, não teríamos”, diz<br />

Raquel Abrantes. “Sentimo-nos com muito<br />

mais responsabilidade, porque estamos a<br />

trabalhar para uma multinacional de renome”,<br />

acrescenta.<br />

Foto cedida por L’Oréal<br />

Tiago Gonçalves,<br />

Responsável pelo<br />

controlo gestão da<br />

EDP Renováveis<br />

Participar no ‘Global Management<br />

Challenge’ “obriga-nos a recorrer e a desenvolver<br />

as nossas diferentes ‘soft skills’, das<br />

quais destacaria as competências com<br />

unicacionais, bem como as de liderança e<br />

trabalho de equipa. Por outro lado, permitenos<br />

desenvolver o ‘networking’ quer ao nível<br />

interno quer externo”, diz Tiago Gonçalves.<br />

O QUE É UM JOGO DE GESTÃO?<br />

É uma simulação de uma empresa<br />

fictícia num mercado virtual ou<br />

apenas uma situação no contexto empresarial.<br />

Os concorrentes são colocados perante<br />

actividades experienciais, o mais<br />

possível, próximas do real. Mas desengane-se<br />

quem pensa que os jogos de gestão<br />

se resumem a jogos de computador, porque<br />

vão muito para além das tecnologias.<br />

Normalmente, jogam-se no computador,<br />

é verdade, mas o jogo pode ser uma apresentação<br />

de um projecto para os responsáveis<br />

da empresa, pode ser de tabuleiro<br />

como os velhinhos “Risco” ou “Monopólioouatéagravaçãodeumareacçãoem<br />

vídeo para ver como a pessoa reage perante<br />

determinada situação no contexto<br />

empresarial, quando está a ser pressionada.<br />

PARA QUE SERVEM OS JOGOS<br />

DE GESTÃO?<br />

Permitem avaliar, desde logo, a<br />

componente comportamental: as chamadas<br />

‘soft skills’. Por exemplo, num<br />

concurso de recrutamento para preenchimento<br />

de vagas numa empresa. Profissionais<br />

especializados, como psicólogos,<br />

avaliam como é que os candidatos<br />

interagemunscomosoutrosequalonível<br />

da sua inteligência emocional. É assim<br />

mais fácil perceber quem são os<br />

candidatos com perfil de liderança, os<br />

mais apagados, os inflexíveis, os que<br />

amuam, os mais criativos, etc... É uma<br />

arma eficaz de caça talentos. Dependendodavagaqueháparapreencheredo<br />

perfil procurado, torna-se mais fácil escolher<br />

o melhor candidato para o lugar<br />

ou o quadro interno com mais perfil de<br />

liderança para ser promovido. No caso<br />

das universidades, os jogos servem para<br />

testar e avaliar conhecimentos.<br />

PARA QUE FINS SÃO USADOS<br />

OS JOGOS?<br />

Para recrutamento de pessoas sem<br />

experiência, normalmente recém-licenciados,<br />

para ‘assessment’ (avaliação de<br />

competências), e descoberta de talentos<br />

dentro da empresa e ainda para formação<br />

tanto nas empresas como nas universidades.<br />

Já no ambiente escolar são testadas,<br />

de forma lúdica e prática, as matérias ensinadas<br />

através dos jogos. Simula-se uma<br />

empresa fictícia, com um orçamento, e o<br />

aluno tem de tomar as decisões como se<br />

fosse o CEO. No final, tem melhor nota<br />

quem valorizar mais a empresa.<br />

ÉPOSSÍVELAPESSOAPREPA-<br />

RAR-SE PARA FAZER MELHOR<br />

FIGURA NESTES JOGOS?<br />

No caso das universidades, sim. Se o aluno<br />

dominar melhor as matérias, consegue<br />

sair-se melhor. De resto, este tipo de<br />

jogos são uma questão de treino e de prática.<br />

Mas quando o objectivo é o recrutamento<br />

ou o ‘assessment’ o que interessa<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES III<br />

Oquesãoeparaque<br />

servem os jogos de gestão<br />

Para escolher o melhor candidato a um<br />

emprego ou o futuro líder da sua empresa.<br />

CARLA CASTRO<br />

carla.castro@economico.pt<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

não é o resultado do jogo, mas avaliação<br />

do comportamento dos candidatos em<br />

interacção com os outros. A pessoa pode<br />

tentar representar um papel políticamente<br />

correcto, antecipando o perfil de<br />

candidato que a empresa procura, mas<br />

um observador experiente detecta essas<br />

manobras e, além do mais, estes jogos<br />

decorrem, normalmente ao longo do dia<br />

e, a dada altura, as pessoas acabam por<br />

deixar cair a “máscara”.<br />

5<br />

QUE EMPRESAS RECORREM<br />

AOS JOGOS DE GESTÃO?<br />

A tradição chegou com as multinacionais,<br />

que ainda hoje são as que mais<br />

usam para escolher os seus futuros colaboradores,<br />

inclusivamente com competições<br />

a nível internacional. Mas este tipo<br />

de jogos já se tornaram uma prática comumemmuitasgrandesempresasnacionais<br />

com politícas estruturadas de recursos<br />

humanos. Principalmente na industria<br />

farmacêutica, tecnologias de informação,<br />

telecomunicações e banca. São<br />

muito úteis, por exemplo, para escolher<br />

candidatos sem experiência para posições<br />

de venda. Ou para descobrir dentro da<br />

empresa qual o colaborador com melhor<br />

perfil para ser promovido. ■<br />

Profissionais especializados,<br />

como psicólogos, avaliam como<br />

é que os candidatos interagem uns<br />

comosoutrosequaloníveldasua<br />

inteligência emocional. É assim<br />

mais fácil perceber qual os que<br />

têm mais perfil de liderança, os<br />

mais apagados, inflexíveis, os que<br />

amuam, os mais criativos, etc...


IV UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

TEMA DE CAPA | JOGOS DE GESTÃO<br />

Com os jogos, os alunos põem<br />

em prática os conhecimentos<br />

adquiridos durante o curso.<br />

A jogar também<br />

se aprende<br />

As universidades estão<br />

a aderir aos jogos para<br />

ensinar e avaliar os alunos.<br />

ANA PETRONILHO<br />

ana.petronilho@economico.pt<br />

Os jogos de gestão estão a ganhar cada<br />

vez mais importância e peso não só nas<br />

empresas, mas também nas universidades.<br />

Para além de serem uma ferramenta<br />

de recrutamento para o mundo empresarial<br />

são também um instrumento de avaliação<br />

no meio académico, acrescentam<br />

valor no currículo dos alunos e são uma<br />

via de aproximação entre os mundos empresarial<br />

e académico.<br />

Com os jogos, os alunos aprendem de<br />

uma forma diferente e mais prática e as<br />

universidades acompanham esta tendência<br />

que se afirma a nível internacional e<br />

estão a aderir a estes jogos lançados e desenhados<br />

pelas empresas.<br />

O jogo de Gestão Global do “Expresso”, o<br />

“Brandstorm” e o “Reveal” da L’Oréal, o<br />

“Trust” da Danone ou o “EDP University<br />

Challenge” são alguns dos jogos que mais<br />

contam com a participação das universidades.<br />

A ISCTE Business School, a Faculdade<br />

de Economia da Nova, o ISEG e a Faculdade<br />

de Ciências Económicas e Empresariais<br />

da Universidade Católica são<br />

algumas das instituições que marcam<br />

presença nestas competições “há bastantes<br />

anos e, nos últimos cinco anos, temse<br />

verificado uma participação crescen-<br />

te”, sublinha Joaquim Vicente Rodrigues,<br />

professor de marketing da ISCTE Business<br />

School.<br />

Ao participar nos jogos desenvolvidos<br />

pelas empresas, os estudantes analisam<br />

casos reais e práticos para apresentar uma<br />

solução. Para além de serem um a oportunidade<br />

de emprego, estes jogos permitem<br />

aos alunos “desenvolver competências<br />

essenciais para a sua vida profissional<br />

no futuro e pôr em prática os conhecimentos<br />

adquiridos durante o curso”, explica<br />

Catherine da Silveira, professora de<br />

marketing da Faculdade de Economia da<br />

Universidade Nova.<br />

Estes jogos permitem aos alunos<br />

“desenvolver competências<br />

essenciais para a sua vida<br />

profissional no futuro e pôr<br />

em prática os conhecimentos<br />

adquiridos durante o curso”,<br />

explica Catherine da Silveira,<br />

professora de marketing da Nova.<br />

Os alunos participam nas competições<br />

acompanhados por professores e estas<br />

funcionam como um elemento de aprendizagem<br />

que facilita a avaliação dos conhecimentos<br />

e das competências adquiridas<br />

durante as aulas. Em algumas universidades<br />

chegam a ter um peso nas notas<br />

dos alunos. É o exemplo do ISCTE em<br />

que os jogos dos CTT, da L’Oréal ou da Associação<br />

de Marketing Directo (AMD)<br />

“têm um peso de ordem dos 20% a 30%<br />

na classificação final de uma disciplina,<br />

ou nos jogos da EDP e da Angelinni que<br />

correspondem à avaliação final da disciplina”,<br />

explica Joaquim Vicente Rodrigues.<br />

Noutras instituições, como no ISEG,<br />

os jogos não têm peso na avaliação, “mas<br />

representam prémios de acesso a pósgraduações<br />

e estágios em insituições financeiras”,<br />

refere Jorge Landeiro de Vaz,<br />

director do ISEG MBA.<br />

Com o sucesso desta ferramenta, algumas<br />

insituições de ensino já desenharam jogos<br />

e simuladores internos, que funcionam<br />

como suporte a algumas disciplinas. É o<br />

exemplo da Nova e do ISEG, que lançou o<br />

“Management Challenge”: um simulador<br />

degestãoglobaledemarketingquevai<br />

arrancar no próximo dia 9 de Março. ■<br />

FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS<br />

Paulo Figueiredo<br />

CASOS PRÁTICOS<br />

Os ‘case studies’ são uma<br />

ferramenta útil de avaliação<br />

de conhecimentos que funcionam<br />

também como um jogo. Nos cursos<br />

de formaçaõ de executivos,<br />

os gestores aprendem recorrendo,<br />

em muitos casos, à análise de ‘case<br />

studies’. Como se comprova pela sua<br />

utilização em escolas como a<br />

Harvard Business School e o IESE,<br />

é uma metodologia “que tem sido<br />

comprovada como a mais eficiente<br />

na formação de decisores”, defende<br />

Jorge Ribeirinho Machado, professor<br />

de operações e inovação da AESE,<br />

uma das escolas que usa este<br />

método como ferramenta essencial<br />

de ensino da gestão. Ao recorrer<br />

a casos práticos, a escola – que usa<br />

o método já desde os anos 80 –<br />

possibilita que os dirigentes<br />

assumam “um papel de decisão<br />

rigorosa, rápida e prudente em<br />

situações concretas, semelhantes<br />

às que enfrentam no seu dia- a-dia”,<br />

sublinha Jorge Ribeirinho Machado.


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VI UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS<br />

CFO do PSI 20<br />

voltam à escola<br />

Primeira reunião do CFO Advisory Board da IBS.<br />

CARLA CASTRO<br />

carla.castro@economico.pt<br />

O que têm em comum António Varela, da<br />

Cimpor, Eduardo Rocha, da Mota Engil,<br />

João Borges de Oliveira, da Altri, João Pereira<br />

Coutinho, da Brisa, Nuno Alves, da<br />

EDP, e Rui Teixeira, da EDP Renováveis?<br />

São todos ‘Chief Financial Officer’ (CFO)<br />

deempresasdoPSI20eestiveramnaprimeira<br />

reunião do CFO Advisory Board da<br />

ISCTE Business School. A escola definiu<br />

dois objectivos principais para este núcleo<br />

de aconselhamento: “permitir aos<br />

CFO darem a sua própria visão e contributo<br />

para o desenvolvimento dos seus<br />

programas na área financeira e contribuir<br />

para dar uma maior visibilidade à própria<br />

função de CFO”, afirma António Gomes<br />

Mota, o presidente da ISCTE Business<br />

School.<br />

António Varela gostou da experiência de<br />

voltar à escola. O CFO da Cimpor já deu<br />

aulas no ISEG, onde fez a licenciatura em<br />

Gestão, e diz que só suspendeu essa actividade<br />

por falta de tempo. Mas sempre<br />

que pode, vai a uma faculdade dar uma<br />

conferência ou uma aula sobre a sua actividade<br />

como CFO de uma das maiores<br />

empresas nacionais. Por isso, respondeu<br />

AS LINHAS DE ORIENTAÇÃO<br />

O que aconselhou<br />

o CFO Advisory Board<br />

Os temas relevantes da área de finanças<br />

que deveriam merecer uma maior<br />

atenção, no entender dos seis CFO<br />

presentes nesta primeira reunião:<br />

● A área de ‘legal documentation’<br />

inerente a operações e instrumentos<br />

financeiros;<br />

● A área de ‘project finance’, em que há<br />

já em Portugal uma relevante<br />

acumulação de experiência e ‘knowhow’<br />

e que importa difundir e ser<br />

trabalhado nos programas das escolas.<br />

com agrado ao convite que lhe foi feito<br />

pela IBS para fazer parte desta primeira<br />

reunião do CFO Advisory Board. “Penso<br />

que o ISCTE fez bem em tentar tirar proveito<br />

de um conjunto de pessoas que podem<br />

ajudar a definir orientações e programas.<br />

Nós sabemos o que os alunos sabem<br />

quando chegam das escolas, o que<br />

não sabem e o que deviam saber”, defende<br />

António Varela.<br />

Ao mesmo tempo que procuram os<br />

‘inputs’ dos CFO sobre quais as necessidades<br />

que as empresas têm, que temas<br />

vale a pena desenvolver nas escolas, a que<br />

questões vale a pena dar resposta, a escola<br />

quer dar maior visibilidade a uma função<br />

“crucialnagestãodaempresaeque<br />

normalmente é pouco falada”, diz Gomes<br />

Mota. “E que não fala a uma só voz”,<br />

acrecenta António Varela, porque os interesses<br />

de cada um são os interesses da<br />

respectiva empresa, mas “temos o interesse<br />

de que as coisas corram bem nesta<br />

área de conhecimento, em que haja boa<br />

formação sobre o mercado financeiro,<br />

boas práticas, bons analistas e que o mercado<br />

de trabalho funcione bem e o ISCTE<br />

fez muito bem em aproveitar isso”.<br />

Numa altura em que a Cimpor enche páginas<br />

de jornais por causa das tomadas de<br />

posições das concorrentes brasileiras, que<br />

se seguiram à OPA da CSN, António Varela<br />

defende que “quem fala pelas empresas<br />

são, normalmente, os CEO, presidentes<br />

ou os comerciais, mas tão ou mais importante<br />

para a comunicação da empresa é a<br />

comunicação específica que é feita com o<br />

segmento específico dos investidores, financiadores<br />

e as agências de rating. E essa<br />

quem a faz pessoalmente ou controlandoaemedindo-acomcuidadoéoCFO”.<br />

Não fosse a falta de tempo, e o CFO da<br />

Cimpor até participaria mais neste tipo<br />

de iniciativas. “Dentro do nosso campo<br />

de actuação, conseguimos com facilidade<br />

ter alguma coisa interessante para dizer,<br />

desde que não tentemos substituirmonosaoquefazemosacadémicos,mas<br />

procurando completar o que estes fazem”,<br />

sublinha.<br />

O CFO Advisory Board do ISCTE voltará a<br />

reunir outra vez ainda em 2010, já que a<br />

ideia é que estes encontros tenham lugar<br />

duas vezes por ano. A ideia é alargar este<br />

núcleo inicial a mais empresas, adianta o<br />

presidente da escola. Primeiro a empresas<br />

apenas do PSI 20, mas depois a mais<br />

companhias. “Queremos reunir regularmente<br />

para desenvolver linhas de actuação<br />

ao longo do tempo”, acrescenta Gomes<br />

Mota.<br />

Uma das iniciativas prevista é montar um<br />

inquéritoregularqueleveosCFOaexpressar<br />

a sua opinião sobre mercados,<br />

preços, informação financeira, etc... Sem<br />

esquecer de tentar dar mais reconhecimento<br />

a uma função essencial na gestão<br />

empresarial e que vive, normalmente,<br />

nos bastidores e longe dos media e das luzes<br />

da ribalta. ■<br />

João Azevedo Coutinho (Brisa), Eduardo Rocha (Mota-Engil), António Varela<br />

(Cimpor), Clara Raposo (Directora do Mestrado em Finanças), Gomes Mota<br />

(Presidente da IBS), João Borges Oliveira (Altri), Nuno Alves (EDP) e João<br />

Pedro Nunes (Dept. de Finanças da IBS) (da esq. para a dir.).<br />

Gomes Mota, presidente da IsCTE<br />

Business School, com o CFO da<br />

Cimpor, António Varela, um dos<br />

elementos do Advisory Board.


Fotos D.R<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES VII<br />

PAULO MODESTO PARDAL<br />

Docente da Formação de Executivos da FCEE-Católica<br />

Performance<br />

e controlo de gestão<br />

A competitividade obriga<br />

os responsáveis a gerir<br />

com rigor para ter êxito.<br />

A competitividade que caracteriza o ambiente em que<br />

as empresas operam,obriga os seus responsáveis a gerir<br />

com rigor para alcançar êxito.<br />

Um dos principais ‘handicap’ que as empresas<br />

portuguesas evidenciam no quadro da economia<br />

global,consiste na inadequação e ineficácia dos seus<br />

modelos de Controlo de Gestão e Avaliação da<br />

Performance.<br />

Acresce que, muitas vezes, tal resulta duma deficiente<br />

contextualização dos problemas radicada em dois<br />

postulados obsoletos:<br />

-O Controlo de Gestão é um domínio da área financeira<br />

das organizações.<br />

-Os problemas de controlo são ultrapassáveis mediante<br />

agilização de sistemas de informação de gestão que são<br />

confundidos com as suas plataformas tecnológicas de<br />

suporte.<br />

Neste domínio, nenhuma organização, hoje escapa à<br />

constatação de sete desafios essenciais, aos quais se terá<br />

de dar resposta:<br />

-Como analisar a performance em contextos de<br />

mudança acelerada?<br />

-Como planear num contexto crescentemente<br />

imprevisível?<br />

-Como compaginar as necessidades, cada vez mais<br />

específicas, de informação para gestão com as<br />

características,cada vez mais normalizadas,da<br />

informação financeira?<br />

-Como assegurar a ponderação adequada,no curto e no<br />

longo prazo, das consequências do processo de tomada<br />

de decisão?<br />

Um dos principais ‘handicap’ das empresas<br />

portuguesas é a inadequação e ineficácia<br />

dos seus modelos de Controlo de Gestão e<br />

Avaliação da Performance.<br />

-Como prevenir,em Instituições descentralizadas,a<br />

conflitualidade entre objectivos individuais e globais?<br />

-Como extrair,num contexto marcado pela<br />

incerteza,conclusões úteis dum controlo orçamental<br />

retrospectivo e financeiro?<br />

-Como intervir,sobre as causas e não sobre as<br />

consequências dos problemas?<br />

A consecução dos objectivos identificados pressupõe a<br />

abordagem da dinâmica cíclica da gestão moderna,<br />

mormente a problemática do estabelecimento de<br />

objectivos individuais, sectoriais e globais,seu<br />

alinhamento e mobilização de recursos para o seu<br />

atingimento.<br />

A abordagem a efectuar permitirá relevar o papel<br />

preponderante dos Sistemas de Informação de Gestão<br />

na concepção de modelos eficientes e eficazes de<br />

Controlo de Gestão, quando adequadamente<br />

focalizados para a avaliação da performance e controlo,<br />

mormente em organizações complexas e<br />

descentralizadas.<br />

A constatação das evidentes limitações dos modelos<br />

tradicionais de controlo de matriz financeira induz a<br />

indispensabilidade da contextualização estratégica do<br />

processo de controlo mediante a abordagem da mais<br />

divulgada “ferramenta” disponível,o ‘Balanced<br />

Scorecard’.<br />

É justamente neste contexto que na FCEE-Católica se<br />

tenta contribuir mediante a realização dum programa<br />

de Formação de Executivos em “Performance e<br />

Controlo de Gestão”, que já vai na sua 10ª edição. ■


VIII UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

INVESTIGAÇAO<br />

Jared Cohon esteve em Coimbra e<br />

Lisboa para lançar três novas redes<br />

temáticas de investigação<br />

Carnegie Mellon quer parceria com Portu<br />

Presidente da universidade faz balanço do programa de cooperação.<br />

BÁRBARA SILVA<br />

dsfdsfsdf@economicasgps.com<br />

Demonstrar grande liderança e coragem<br />

para manter o financiamento público ao<br />

programa Carnegie Mellon-Portugal, depois<br />

de 2011, e depois dos 56 milhões de<br />

euros investidos desde 2006 na criação de<br />

cinco programas doutorais e quatro programas<br />

de mestrado profissional. Foi este<br />

o desafio deixado ao Governo português<br />

por Jared Cohon, presidente da Carnegie<br />

Mellon University, durante a sua última<br />

visita a Coimbra e a Lisboa para participar<br />

no lançamento de três novas redes temáticasdeinvestigaçãonoâmbitodoprograma<br />

Carnegie Mellon-Portugal.<br />

“Todos teremos de nos preocupar se o financiamento<br />

público acabar em definitivo.Aíficariaopontodeinterrogaçãosobre<br />

se os programas poderão ou não continuar,<br />

especialmente a investigação e a<br />

colaboração entre universidades e empresas”,<br />

disse Jared Cohon em entrevista<br />

ao Diário <strong>Económico</strong>. O responsável de<br />

Carnegie Mellon usou o exemplo do Presidente<br />

norte-americano Barack Obama<br />

e das suas propostas para o novo Orçamento<br />

de Estado dos EUA, que prevê um<br />

aumento de verbas para as universidades<br />

e para a investigação científica. “Foi uma<br />

agradável surpresa para a comunidade<br />

académica. Mostrou grande capacidade<br />

de liderança”, sublinhou Jared Cohon.<br />

É isso mesmo que o presidente de Carnegie<br />

Mellon espera do Governo português.<br />

“Há quatro anos não foi uma decisão fácil<br />

de tomar porque estava muito dinheiro<br />

envolvido. Se o repetirem agora, será um<br />

desafio ainda maior. Espero que o Governo<br />

português possa manter o financiamento<br />

e acredito que estão inclinados<br />

para essa opção”, disse, confessando:<br />

“Em conversa com o representante da<br />

Comissão Europeia, falámos sobre a importância<br />

de fazer este tipo de investimentos<br />

a longo prazo, sobretudo numa<br />

época em que a situação económica não é<br />

favorável”.<br />

Do lado português, Mariano Gago, ministro<br />

da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,<br />

realçou a importância de apostar em<br />

iniciativas, que permitem “colocar Portugal<br />

como um local atractivo para a investigação<br />

que se faz ao nível mundial”.<br />

“Teremos de nos preocupar<br />

se o financiamento público acabar<br />

em definitivo. Aí ficaria um<br />

grande ponto de interrogação<br />

sobre se os programas poderão<br />

ou não continuar”, prevê<br />

Jared Cohon, presidente da<br />

Universidade de Carnegie Mellon<br />

Durante três dias, mais de 300 investigadores,<br />

académicos e gestores reuniramse<br />

em Portugal para debater as três “áreas<br />

do futuro”: Segurança e Protecção de Infra-Estruturas<br />

Críticas; Novos Produtos e<br />

Serviços para a Internet do Futuro; Tecnologias<br />

para os Novos Media Interactivos<br />

(ver caixas).<br />

Sobre os programas de mestrado e doutoramento,<br />

criados pelo acordo de parceria<br />

estratégica entre nove universidades,<br />

quatro laboratórios, duas agência governamentais,<br />

seis escolas e seis institutos da<br />

Universidade de Carnegie Mellon, Jared<br />

Cohon diz que “ainda são frágeis e baseados<br />

na cooperação entre universidades e<br />

empresas, algo que nunca antes foi feito e<br />

édifícildemanter”.Nestemomento,garante<br />

o responsável norte-americano, os<br />

programas em curso são sustentáveis financeiramente,<br />

com base nas propinas<br />

pagas pelos alunos e pelas empresas que<br />

os enviam, “mas há programas mais sustentáveis<br />

do que outros”.<br />

Um sinal positivo, diz o presidente de<br />

Carnegie Mellon, é o número de empresas


Este suplemento faz parte integrante do Diário <strong>Económico</strong> n.º 4831 e não pode ser vendido separadamente<br />

PROJECTOS<br />

ESPECIAIS<br />

2 de Março de 2010<br />

GESTÃO, RECUPERAÇÃO<br />

DE CRÉDITOS E ‘FACTORING’ Paulo<br />

Os negócios<br />

que vivem<br />

da gestão<br />

de dívidas<br />

● As recuperadoras de créditos em Portugal<br />

● Endividamento de particulares é o maior negócio<br />

das recuperadoras de créditos<br />

● Tudo sobre o negócio crescente do ‘factoring’<br />

em Portugal<br />

A recuperação de créditos em Portugal segue<br />

um código ético e começa por ser feita via telefone.<br />

Na foto, a Intrum Justitia.<br />

Figueiredo


II Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

DESTAQUE<br />

GESTÃO,<br />

RECUPERAÇÃO<br />

DE CRÉDITO<br />

E FACTORING<br />

DE<br />

EMPRESAS<br />

ASSOCIADAS<br />

DA APERC<br />

■ Acticobra<br />

■ Castelo & Duarte<br />

■ Comfira<br />

■ Coface<br />

■ Collections Company<br />

■ Credicontrolo<br />

■ Debtges<br />

■ Domusvenda<br />

■ Effico<br />

■ Ferrolserviços<br />

■ Gescobrofin<br />

■ Gesif Portugal<br />

■ Gesphone<br />

■ IIC<br />

■ Intrum Justitia<br />

■ JJactivos<br />

■ Lamaquina<br />

■ Logicomer<br />

■ Multigestion<br />

■ Objectivo Principal<br />

■ Proactivos<br />

■ Recactiv<br />

■ Reconfinance<br />

■ Redifacto<br />

■ Servicrédito<br />

■ Servesco<br />

■ Sercob<br />

■ S.G.P.U.<br />

CRISE LIMITA<br />

SUCESSO<br />

DO NEGÓCIO<br />

SECTOR FINANCEIRO, grande distribuição<br />

e telecomunicações são os principais clientes do sector.<br />

Dírcia Lopes<br />

dircia.lopes@economico.pt<br />

Contas mal feitas ou pura e simplesmente não<br />

feitas, e os chamados ‘3D’ – desemprego, doença<br />

e divórcio – são os responsáveis pelas situações<br />

que conduzem ao incumprimento contratual<br />

por parte dos particulares e que têm ajudado<br />

ao crescimento do sector da recuperação de<br />

créditos malparados.<br />

Segundo António Gaspar, professor universitário<br />

e director-executivo da Associação Portuguesa<br />

das Empresas de Recuperação de Crédito<br />

(APERC), “o mercado das recuperações de crédito<br />

terá cerca de 50 a 60 empresas (entre as de<br />

boas práticas e as de práticas condenáveis),<br />

onde as empresas de boas práticas representarão<br />

cerca de 95% desse mesmo mercado”.<br />

O especialista em endividamento detecta uma<br />

tendência no que respeita ao incumprimento<br />

contratual, sendo possível estabelecer uma ordem<br />

ou hierarquia para o mesmo. Desde logo,<br />

pela noção de necessidade que cada cidadão<br />

Evolução da actividade<br />

dos associados da APERC<br />

Processos Montante<br />

resolvidos recuperado<br />

2006* 400 mil 350 milhões de euros<br />

2007 692 mil 380 milhões de euros<br />

2008 980 mil 420 milhões de euros<br />

Fonte: Associação de Empresas de Gestão e Recuperação de Créditos<br />

*Só existem dados consolidados desde 2006<br />

O mercado das recuperações<br />

de crédito terá cerca de 50 a 60<br />

empresas, onde as de boas<br />

práticas representam cerca<br />

de 95% do mercado.<br />

confere aos bens alvo de financiamento. António<br />

Gaspar salienta que “na primeira linha do<br />

incumprimento contratual creditício vem o<br />

Crédito Pessoal e os Cartões de Crédito, depois<br />

vem o Crédito Automóvel ou o Leasing com a<br />

mesma finalidade e só no final aparece o Crédito<br />

Hipotecário ou à Habitação”.<br />

O cenário de crise económica e financeira tem<br />

engrossado a lista de pessoas que não conseguem<br />

pagar as dívidas. É aqui que as empresas<br />

representadas pela APERC têm um papel chave:<br />

conseguir negociar e convencer os devedores<br />

a cumprirem o contrato recuperando os valores<br />

em dívida para os clientes. O sector financeiro<br />

– onde se inclui a banca e todas as sociedades<br />

financeiras de aquisição a crédito –, seguradoras,<br />

telecomunicações e grande distribuição<br />

são os sectores que mais recorrem a estes serviços.<br />

O responsável da APERC afirma que ainda não<br />

há dados sobre o volume de crédito recuperado<br />

em 2009. No entanto, avança que “foi um período<br />

com mais processos para recuperar que em<br />

2008, mas que em termos absolutos se terá recuperado<br />

menos, por força das vicissitudes e<br />

das extremas dificuldades que a onda avassaladora<br />

da crise económica, transportou na sua<br />

força de destroços”. Em 2008 o montante recuperado<br />

pela via não judicial ascendeu a 420 milhões<br />

de euros, para um total de 980 mil processos<br />

resolvidos.<br />

Os avultados investimentos das empresas e um<br />

esforço contínuo para a formação e qualificação<br />

dos colaboradores, a par de um elevado<br />

sentido do rigor e da exigência, são os trunfos<br />

utilizados pelo sector para conquistar a credibilidade<br />

junto dos clientes. Este responsável alerta<br />

que o sector da recuperação de crédito é um<br />

mercado difícil e extremamente exigente, onde<br />

ainda proliferam empresas cujas praticas são<br />

condenáveis, mas no qual existem entidades<br />

que fazem do seu ‘modus operandi’ um manual<br />

efectivo de boas práticas (empresas quase todas<br />

representadas pela associação).<br />

António Gaspar explicou que a recuperação de<br />

um crédito depende sobretudo de três factores:<br />

a antiguidade da dívida, do montante em incumprimento<br />

e da situação apresentada pelo<br />

mutuário do crédito, ou seja, que razões o levaram<br />

a deixar de cumprir com as responsabilidades<br />

assumidas. O professor universitário afirma<br />

que “em termos normais, um valor vencido há<br />

menos de 15 dias, recuperar-se-á ainda dentro<br />

desse mesmo mês, em 80% dos casos. Depois<br />

existem, casos mais graves em que o incumprimento<br />

não será recuperável num espaço de<br />

tempo tão curto”.<br />

Em termos das perspectivas para o sector, e perante<br />

o actual cenário macroeconómico, é expectável<br />

que venha a aumentar o volume de<br />

processos nas mãos das empresas de recuperação<br />

de créditos, o que não significa que não significa<br />

que se recupera mais montantes. António<br />

Gaspar estima que “2010 venha a ser um ano<br />

com crescimento do crédito vencido, mas onde<br />

as dificuldades de recuperação serão bem<br />

maiores”. ■<br />

Comfira e Effico:<br />

APENAS 28 EMPRESAS DE<br />

Ana Cunha Almeida<br />

ana.c.almeida@economico.pt<br />

O mercado de gestão e recuperação de crédito é<br />

composto por cerca de 50 a 60 empresas, embora<br />

apenas 28 façam parte da APERC, totalizando<br />

estas cerca de 1000 colaboradores.<br />

A Comfira e a Effico Portugal (Grupo BNP Paribas)<br />

são dois ‘players’ no mercado nacional.<br />

Tanto uma outra são associadas daquela entidade<br />

e viram o seu negócio crescer em 2009. “Angariamos<br />

novos clientes e crescemos cerca de<br />

37% em relação a 2008 no que se refere à carteira<br />

confiada que em 2009 foi superior a 140 milhões”,<br />

avançou João Sobral, administrador da<br />

Comfira. Já em relação ao crédito recuperado, “o<br />

incremento ficou-se pelos 57 milhões de euros, o<br />

que corresponde a um crescimento ligeiramente<br />

superior a 19% face ao montante recuperado<br />

em 2008”, concretizou o mesmo responável.<br />

Também a Effico confirmou, em 2009, “a ten-


duas empresas com desempenho positivo<br />

UM UNIVERSO DE 60 estão inscritas na APERC. Fusões são cenário possível.<br />

dência de crescimento a nível internacional<br />

com a aquisição de novos parceiros nos segmentos<br />

‘target’. Observamos um crescimento<br />

de 58% relativamente ao ano anterior no que diz<br />

respeito ao volume total de créditos recebidos<br />

para recuperação”, afirmou Pedro Parreira de<br />

Almeida, director comercial da Effico Portugal,<br />

empresa criada em 1995,<br />

A Comfira, que nasceu em 1995, tem hoje 72 trabalhadores<br />

e registou uma facturação de 2,6 milhões<br />

de euros no mercado nacional em 2009.<br />

Actualmente, a empresa está a apostar também<br />

no mercado espanhol em parceria com Gesagrupo,<br />

“onde angariamos já uma interessante<br />

carteira de clientes”, afirmou João Sobral.<br />

A Effico é uma empresa multinacional do Grupo<br />

BNP Paribas. O negócio começou em França<br />

há 20 anos e hoje tem mais de 500 colaborado-<br />

res em todos os países onde está presete. Em<br />

Portugal, a Effico começou a sua actividade em<br />

2003, tendo hoje 70 colaboradores.<br />

Futuro do sector passa por fusões<br />

O cenário de crise trouxe a ambas as empresas<br />

mais ‘dossiers’ para trabalhar, mas isso não significa<br />

que a taxa de sucesso seja garantida. Isto porque<br />

é preciso “muito mais em cada um para se<br />

atingir um pouco mais de sucesso”, como sublinhou<br />

João Sobral. E também porque dada actual<br />

conjuntura a probabilidade de recuperação seja<br />

menor”, como disse Pedro Parreira de Almeida.<br />

Durante 2009 surgiram mais algumas empresas<br />

no mercado, umas de raiz outras vindas de Espanha<br />

e que estabeleceram representação em<br />

Portugal. Sobre este aumento do número de<br />

protagonistas, António Gaspar, presidente da<br />

APERC, afirma que “o aparecimento destas empresas<br />

em nada influenciará o mercado. São<br />

empresas sem dimensão crítica, para poderem<br />

ser consideradas verdadeiras “players” no mercado”.<br />

Mas a concentração de empresas nese<br />

sector ganha cafa vez mais sentido, “na medida<br />

em que o nosso mercado é muito exíguo no que<br />

se refere a potenciais clientes e existem empresas<br />

fortemente especializadas que, se unidas da<br />

forma mais correcta, constituiriam im poderosos<br />

instrumento de gestão para os clientes de<br />

ambos, conseguindo significativas reduções de<br />

custos estruturais”, lembra João Sobral da<br />

Comfira. Uma opinião que é partilhada pelo<br />

responsável da Effico quando diz que “como<br />

qualquer negócio o amadurecimento da actividade<br />

trará consigo uma selecção natural dos<br />

‘playes’, com uma natural concentração”. ■<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> III<br />

CRÉDITO AO CONSUMO<br />

É O MAIS PENALIZADO<br />

Apesar de o empréstimo<br />

da casa ser a maior<br />

despesa no orçamento<br />

das famílias, a verdade<br />

é que nas situações<br />

de incumprimento este<br />

é o último bem que fica por<br />

pagar. Segundo<br />

as empresas de gestão<br />

e recuperação de crédito,<br />

quem está em dificuldades<br />

financeiras primeiro deixa<br />

de pagar o crédito pessoal<br />

e os cartões de crédito<br />

esónofimocarro<br />

e a habitação.<br />

Paulo Alexandre Coelho


IV Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

Crédito malparado cai,<br />

mas as famílias<br />

continuam endividadas<br />

DEZEMBRO DE 2009 registou descida de 166 milhões<br />

de euros face a Novembro, mais ainda há muito por fazer.<br />

Dírcia Lopes<br />

dircia.lopes@economico.pt<br />

Os números divulgados recentemente pelo<br />

Banco de Portugal (BdP) dão conta de uma diminuição<br />

do crédito às famílias considerado de<br />

cobrança duvidosa no final de 2009. De acordo<br />

com o Boletim Estatístico do BdP, houve um decréscimo<br />

de 166 milhões de euros no crédito<br />

malparado entre Novembro e Dezembro do<br />

ano passado, passando de 3.827 milhões de euros<br />

para 3.661 milhões.<br />

Se ao valor do crédito malparado das famílias<br />

juntarmos a fatia de 4.594 milhões de euros referentes<br />

às empresas, Portugal totaliza mais de 8,2<br />

mil milhões de euros de incobrváveis em 2009.<br />

De acordo com fontes do sector financeiro, esta<br />

diminuição não significa que os níveis de incumprimento<br />

tanto das famílias como das empresas<br />

terá melhorado. Este comportamento poderá<br />

ser explicado pelo facto de no final dos trimestres<br />

os bancos venderem as carteiras de crédito<br />

malparado a outras instituições, o que terá<br />

contribuído para a descida do incumprimento.<br />

Ainda assim o desempenho deste indicador foi<br />

21,4% acima ao registado em 2008. Nesse ano o<br />

valor do crédito de cobrança duvidosa ascendia<br />

a 2.877 milhões de euros.<br />

Durante o mês de Dezembro<br />

de 2009 o montante emprestado<br />

às famílias cifrou-se em mais<br />

de 137,9 milhões de euros,<br />

mais 1.413 milhões de euros<br />

face a Novembro.<br />

Confrontada com esta diminuição do crédito<br />

malparado, Natália Nunes, coordenadora do<br />

Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da DE-<br />

CO, lembrou que os pedidos de ajuda que têm<br />

chegado à instituição e a previsão de que a taxa<br />

de desemprego irá continuar a crescer deixam<br />

antever que “o número de famílias em dificuldades<br />

venha a aumentar”.<br />

João Sobral, administrador da Comfira, alerta que<br />

“com a precariedade crescente no trabalho e na<br />

economia em geral, todos somos potenciais/efectivos<br />

endividados. Para identificar o português<br />

endividado bastará olhar para o lado no trabalho,<br />

espreitar pela janela e ver quem passa na rua”.<br />

Durante o mês de Dezembro de 2009 o montante<br />

emprestado às famílias cifrouse<br />

em mais de 137,9 milhões<br />

de euros, mais 1.413 milhões<br />

de euros face a Novembro.<br />

Os principais<br />

responsáveis pelo malpa-<br />

Pedro Parreira de Almeida,<br />

director comercial<br />

da Effico Portugal.<br />

rado continuam a ser a habitação e o consumo,<br />

com um peso de 79,2% do total dos incobráveis.<br />

No entanto, o malparado na habitação caiu 57 milhões<br />

de euros para 1.870 milhões de euros, enquanto<br />

que no consumo diminuiu 41 milhões de<br />

euros atingindo os 1.032 milhões de euros.<br />

Construção e imobiliário lideram<br />

no incumprimento das empresas<br />

O Boletim Estatístico do Banco Central revela<br />

ainda que, no período em causa, as entidades financeiras<br />

emprestaram menos mil milhões de<br />

euros às empresas. Aqui o crédito considerado<br />

de cobrança duvidosa registou um decréscimo<br />

de 717 milhões de euros atingindo os 4.594 milhões<br />

de euros contra os 5.311 milhões de euros<br />

de Novembro. Mais uma vez o crédito concedido<br />

aos sectores da construção e ao imobiliário<br />

são responsáveis por metade dos incobráveis<br />

nos empréstimos às empresas, totalizando um<br />

acumulado de 2.382 milhões de euros. ■<br />

Estado continua a pagar<br />

a más horas, mas<br />

equiparado às empresas<br />

■ O Estado continua a ser uma das entidades<br />

que mais tempo demora a pagar as suas<br />

dívidas, embora vá ficando cada vez mais para<br />

trás o tempo em que “o Estado era considerado<br />

incumpridor-mor, não obstante muitas<br />

empresas sentirem diariamente este efeito,<br />

ainda hoje”, diz João Sobral, da Comfira. Isto<br />

porque os atrasos de pagamento do Estado<br />

surgem a par com o nível de incumprimento<br />

das empresas entre si, como explicou o mesmo<br />

responsável. Em Abril de 2009, a Comissão<br />

Europeia propôs que as autoridades públicas<br />

tivessem 30 dias para pagar facturas às<br />

empresas. Terminado esse período, o Estado<br />

seria obrigado a pagar juros e uma<br />

indemnização de 5% do montante em dívida.<br />

Já este mês, o CDS-PP conseguiu levar a<br />

aprovação da proposta que estabelece o<br />

pagamento de juros de mora pelo Estado pelo<br />

atraso nos pagamentos. A.C.A.<br />

Telecomunicações e sector<br />

financeiro são os que têm<br />

mais dívidas a recuperar<br />

■ Os sectores financeiro, telecomunicações,<br />

‘utilities’ e banca especializada no crédito<br />

pessoal são aqueles que mais dinheiro têm a<br />

recuperar, contando para isso com a ajuda das<br />

empresas de gestão e recuperação de créditos.<br />

“Nos últimos anos, o sector que apresenta um<br />

maior nível de crescimento na nossa actividade<br />

é o sector financeiro”, afirmopu Pedro Parreira<br />

de Almeida, director comercial da Effico.<br />

Para recuperar os montantes em dívida, os<br />

devedores demoram, no sector privado, “com<br />

cerca de seis meses de incumprimento, no<br />

mínimo, de oito a doze meses para regularizar<br />

os seus compromissos”. A.C.A.<br />

O número de famílias em dificuldades deverá<br />

continuar a aumentar, a avaliar pelo pedido<br />

de ajudas à DECO e pela contínua subida<br />

do desemprego.


Paulo Alexandre Coelho<br />

Espanha atinge<br />

pior valor<br />

desde 1996<br />

Crédito mal parado é<br />

problema em toda a Europa.<br />

Portugal não está sozinho nesta batalha contra<br />

o crédito malparado. Ao nível da União Europeia<br />

o tema tem sido debatido e foi mesmo alvo<br />

da elaboração de uma proposta que impõe o pagamento<br />

de juros e a aplicação de uma taxa de<br />

5% a todas as entidades públicas que não paguem<br />

as facturas no prazo de 30 dias.<br />

Esta iniciativa de Bruxelas pretende travar os<br />

atrasos de pagamentos de transacções, já que<br />

estes em nada contribuem para o desenvolvimento<br />

económico. O Estado e as restantes entidades<br />

públicas têm de ser os primeiros a dar o<br />

exemplo nos seus respectivos países. A Comissão<br />

alerta para a importância de pagar a 30 dias.<br />

A verdade é que um pouco por toda a Europa há<br />

sinais preocupantes de cada vez mais endividamento<br />

tanto por parte de empresas, como por<br />

parte de particulares.<br />

A Eurofinas, instituição europeia que agrega 17<br />

associações de crédito ao consumo, revela que,<br />

em 2008, os membros concederam um total de<br />

Em Dezembro de 2009, o crédito<br />

malparado em Espanha subiu<br />

5,08%, um valor que é o mais<br />

elevado desde 1996, segundo<br />

o Banco de Espanha.<br />

novos empréstimos no valor superior a 373,1 mil<br />

milhões de euros, tendo a sua carteira de empréstimos<br />

atingido os 745,5 mil milhões de euros<br />

naquele mesmo ano.<br />

E fora desta contabilização de novos empréstimos<br />

ficaram ainda os créditos ao consumidor -<br />

quer seja para consumo pessoal ou financiamento<br />

de veículos para uso privado - que foram<br />

avaliados em 268.2 mil milhões de euros.<br />

Crédito mal parado sobe em Espanha<br />

Em Dezembro de 2009, o crédito malparado<br />

em Espanha voltou a subir, na ordem dos<br />

5,08%, uma valor que segundo o Banco de Espanhaéomaiselevadodesde1996.EmNovembro,<br />

o peso do malparado no crédito total<br />

já tinha superado os 5%, afastando-se, assim,<br />

cada vez mais dos 3,37% verificados em 2008.<br />

O valor total do crédito considerado de cobrança<br />

duvidosa totalizou 93,3 mil milhões de<br />

euros em 2009 contra os 63 mil milhões de euros<br />

verificados em 2008. Já este ano várias vozes<br />

da banca espanhola se fizeram ouvir, como<br />

adeJuanMariaNin,presidentedoLacaixa,a<br />

alertar para uma situação de incumprimento<br />

este ano, tudo devido à incapacidade das PME<br />

pagarem as suas prestações. ■<br />

Os empréstimos mais contraídos<br />

na Europa<br />

Crédito habitação<br />

13%<br />

Crédito automóvel<br />

27%<br />

Crédito para fins<br />

empresariais/industriais<br />

8%<br />

Crédito<br />

ao consumo<br />

52%<br />

Fonte: Eurofinas Dados de 2008<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> V


VI Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

Natália Nunes<br />

Gabinete de Apoio<br />

ao Sobreendividamento da DECO<br />

“Verificamos que<br />

o não pagamento<br />

de horas<br />

extraordinárias,<br />

prémios<br />

e comissões<br />

têm ajudado<br />

ao desequilíbrio<br />

do orçamento<br />

das famílias.”<br />

Cortes no rendimento<br />

engrossa lista<br />

de devedores<br />

90% DOS PEDIDOS DE AJUDA feitosàDECOjáestão<br />

em incumprimento. Endividados continuam a aumentar.<br />

Dírcia Lopes<br />

dircia.lopes@economico.pt<br />

Famílias com três elementos, com idades entre<br />

os 35 e os 45 anos, com um menor a cargo, o nível<br />

escolar entre o ensino secundário e o superior,<br />

um rendimento mensal acima dos 1500 euros<br />

e multi-endividados, ou seja, com mais de<br />

quatro créditos. Em traços gerais esta é a tendência<br />

ou o perfil do devedor português identificado<br />

pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado<br />

(GAS) da DECO.<br />

Natália Nunes, coordenadora do GAS, explicou<br />

que as causas para se chegar às situações de sobreendividamento,<br />

logo deixando-se de cumprir<br />

as obrigações contratuais, têm a ver com a<br />

diminuição do rendimento das famílias provocado<br />

pelo desemprego e doença. Em declarações<br />

ao Diário <strong>Económico</strong>, a responsável alertou<br />

que entre 2009 e o corrente ano “verificamos<br />

que o não pagamento de horas extraordinárias,<br />

prémios e comissões têm ajudado ao desequilíbrio<br />

do orçamento”. No topo das obrigações<br />

que se deixa de cumprir está o pagamento<br />

do cartão de crédito seguido do crédito pessoal,<br />

o automóvel e só no fim a habitação. Dentro do<br />

orçamento das famílias ainda se faz o esforço de<br />

pagar a água, luz e gás para evitar a interrupção<br />

destes serviços. Segundo a DECO começa a verificar-se<br />

casos em que as famílias limitam as<br />

idas ao supermercado e cortam na alimentação<br />

deixando de comprar determinados bens ou<br />

optam pela aquisição de produtos de marca<br />

própria.<br />

Segundo o Boletim Estatístico do GAS de Janeiro<br />

de 2010, Lisboa lidera no número de processos<br />

– 101 – que deram entrada nesta entidade<br />

que procura negociar e reestruturar as dívidas<br />

dos consumidores em incumprimento. Numa<br />

altura em que as notícias de ‘lay-off’ e encerramento<br />

de fábricas fazem parte do dia-a-dia dos<br />

Evolução dos processos<br />

de sobreendividamento<br />

2000<br />

Nº de processos<br />

152<br />

2001 241<br />

2002 379<br />

2003 515<br />

2004 573<br />

2005 737<br />

2006 905<br />

2007 1976<br />

2008 2034<br />

2009 2812<br />

2010<br />

* Processos que deram entrada<br />

até 31 de Janeiro de 2010<br />

227*<br />

Causas das dificuldades das famílias<br />

sobreendividadas<br />

Causa %<br />

Agravamento do custo do crédito 1,8<br />

Deficiente gestão orçamental 5,1<br />

Desemprego 29,6<br />

Deterioração das condições laborais 13,7<br />

Divórcio/Separação 7,6<br />

Doença 16,6<br />

Morte de um elemento do agregado familiar 2,2<br />

Outro 23,4<br />

Fonte: Boletim Estatístico do Gabinete<br />

de Apoio ao Sobreendividado da DECO<br />

Rendimento acima<br />

dos 1500 euros mensais,<br />

com mais de quatro créditos<br />

e com idade entre os 35 e os 45<br />

anos resume o “perfil”<br />

do endividado português.<br />

portugueses, o desemprego continua a ser a<br />

principal causa das dificuldades e para o incumprimento<br />

dos contratos em 39,2% dos pedidos<br />

de ajuda junto da DECO.<br />

Famílias em apuros<br />

Natália Nunes afirmou que, apesar de os dados<br />

do Banco de Portugal indiciarem a estabilização<br />

do crédito malparado, a verdade é que as previsões<br />

em alta da taxa de desemprego e o número<br />

de pedidos de ajuda que estão a chegar ao GAS<br />

não deixam dúvidas de que “o número de famílias<br />

em dificuldades vai aumentar”.<br />

António Gaspar, director-executivo da Associação<br />

Portuguesa das Empresas de Gestão e Recuperação<br />

de Crédito, lembra que 80% dos incumprimentos<br />

contratuais resultam de contas<br />

mal feitas ou pura e simplesmente não feitas e<br />

que os outros 20%, se repartem pelos ‘3D’- Desemprego,<br />

Doença e Divórcio.<br />

A coordenadora do GAS salientou que a média<br />

de crédito existente tenderá a aumentar, sendo<br />

que em Janeiro a média por família situava-se<br />

em seis e para o corrente mês – ainda sem os dados<br />

definitivos – a tendência é para sete créditos.<br />

A mesma responsável adiantou que “90%<br />

das situações que chegam ao gabinete já estão<br />

em incumprimento. A DECO ainda consegue<br />

negociar com as entidades financeiras porque<br />

estas têm interesse na sua resolução e não queremdeixariratribunal”.Sobreasempresasde<br />

recuperação de crédito, a responsável afirma<br />

que “ainda há muito trabalho a fazer, até porque<br />

o sector não está regulamentado”. Este cenário<br />

faz com que a DECO ainda receba” muitas denúncias<br />

dos consumidores devido à agressividade<br />

psicológica” que estas entidades utilizam<br />

para reaver os montantes em dívida, alerta Natália<br />

Nunes. ■<br />

Conheça os novos<br />

Antes de chegar a uma situação<br />

Até há pouco tempo era relativamente fácil obter<br />

crédito. Mas esta facilidade teve como reverso<br />

o sobreendividamento das famílias que, agravado<br />

com o cenário de crise, não conseguem<br />

honrar os compromissos. Esta situação trouxe<br />

para a ordem do dia alguns conceitos pouco comuns<br />

para a maioria dos cidadãos.<br />

1O que significa crédito malparado?<br />

Esta situação surge quando se verifica a impossibilidade<br />

de o devedor cumprir as suas obrigações,<br />

o crédito concedido torna-se incobrável,<br />

ou seja, malparado.<br />

2 Quais as vantagens de uma entidade recorrer<br />

ao ‘outsourcing’ para recuperar créditos?<br />

As empresas que fazem a gestão e recuperação<br />

de créditos garantem que oferecem a eficácia<br />

que os advogados não conseguem. Atra-


conceitos sobre o endividamento<br />

dramática de contencioso, saiba quais as regras a seguir para pagar o que deve.<br />

vés da utilização de novas tecnologias os associados<br />

da APERC conseguem saber ‘just in time’<br />

o que se passa e enviam a informação ao<br />

cliente que gosta de saber, quase numa base<br />

diária, quanto foi recuperado relativamente à<br />

carteira enviada.<br />

3Quais os processos de recuperação?<br />

Numa primeira fase há o processo de recuperação<br />

invisível que não obriga a qualquer tipo de<br />

intervenção humana, uma vez que se baseia no<br />

envio de cartas, SMS ou e-mail aos clientes para<br />

os alertar para a situação de incumprimento.<br />

Numa fase posterior, há lugar para a recuperação<br />

interna, em que há intervenção humana<br />

com a realização de chamadas telefónicas a partir<br />

de ‘call-centers’ para avisar os clientes incumpridores.<br />

Na recuperação externa há contacto<br />

directo com os clientes, no sentido de perceber<br />

o problema e apresentar alternativas já<br />

Há quatro anos era fácil ter<br />

crédito aprovado. Esta foi uma<br />

das razões que fez com que<br />

muitas famílias estejam hoje em<br />

situação de sobreendividamento.<br />

que o incumprimento pode ter sido gerado por<br />

uma situação excepcional, como o desemprego<br />

ou doença do cliente. Numa fase extrema chega-se<br />

ao pré-contencioso em que o cliente é notificado<br />

de que o processo irá seguir os trâmites<br />

legais. Enquanto que o contencioso é a fase final<br />

do processo e pode ser conduzida por advogados<br />

do próprio banco ou externos.<br />

4Como livrar-se do sobreendividamento?<br />

Os especialistas avançam duas regras de ouro.<br />

Em primeiro lugar nada de adiamentos de prazos,<br />

deve iniciar o plano de ataque à divida o<br />

mais rápido possível. Em segundo lugar, não<br />

pode ser complacente com nenhum gasto, por<br />

mais pequeno que seja, sobretudo se for uma<br />

despesa fixa ou recorrente. A DECO sugere<br />

também a consolidação em que se consegue<br />

juntar todos os créditos ficando apenas com<br />

uma prestação e reduz os encargos. ■ D.L.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> VII<br />

A par do aumento do desemprego em Portugal,<br />

a esperança é muito pouca para famílias com<br />

orçamentos reduzidos e dívidas que se arrastam.<br />

Paulo alexandre Coelho


VIII Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

ENTREVISTA ANTÓNIO GASPAR, director-executivo da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e<br />

“O mercado deveria expulsar as<br />

fazem das más práticas o seu ‘mo<br />

A ACTUAL CONJUNTURA ECONÓMICA, a par das contas por fazer, estão entre os factores<br />

Este cenário tem potenciado o recurso cada vez maior às empresas de recuperação de crédito.<br />

Dírcia Lopes<br />

dircia.lopes@economico.pt<br />

Este é um negócio que tem vindo a crescer nos<br />

últimos anos, graças às dificuldades trazidas<br />

pela crise. António Gaspar, director-executivo<br />

da APERC, alerta que apesar do actual cenário<br />

aumentar o volume de incumprimento não significa<br />

mais facilidade na recuperação do crédito<br />

vencido. O sector ainda aguarda a regulamentação<br />

adequada que lhe permitiria avançar,<br />

por exemplo, para a recuperação dos incobráveis<br />

da Segurança Social e dos Impostos. Para<br />

já, o sector financeiro, grande distribuição e telecomunicações<br />

são os principais clientes.<br />

Em que sectores o mercado de recuperação de<br />

crédito actua e qual o volume de crédito a recuperar?<br />

O mercado das recuperações trabalha essencialmente<br />

para todo o universo financeiro (banca,<br />

SFAC, Leasing, ALD, Factoring), assim como<br />

para o sector das telecomunicações, grande distribuição<br />

e seguradoras. Poderão existir empresas<br />

que actuam noutros, mas na sua esmagadora<br />

maioria, trabalham para estes sectores. Quanto<br />

ao volume de crédito vencido e a recuperar que<br />

se encontra espalhado pelos vários sectores,<br />

será seguramente de muitos milhões. Posso referir<br />

os valores de Novembro passado (o último<br />

valor disponível), em que o Banco de Portugal<br />

informou que o valor do crédito em incumprimento<br />

de particulares se situava nos 3.827 milhões<br />

de euros e representava 2,8% do total do<br />

crédito concedido aos particulares e às famílias.<br />

É possível fazer uma comparação entre os devedores<br />

particulares e empresas?<br />

Os associados da APERC trabalham quase ex-<br />

“E o caricato chega a acontecer: o<br />

Estado deve a essas empresas o<br />

dinheiro com que elas lhe irão<br />

pagar os impostos ou a Segurança<br />

Social.”<br />

clusivamente com particulares. São contratados<br />

por empresas credoras, para recuperação de<br />

crédito dos clientes particulares destas últimas.<br />

No entanto, e se estivermos atentos aos Boletins<br />

de Conjuntura do Banco de Portugal, percebemos<br />

que a fatia de incumprimento contratual<br />

por parte dos clientes particulares é muito<br />

grande e vem crescendo de forma contínua há<br />

dois anos. Os incumprimentos de particulares<br />

são diferentes das empresas. Desde logo, de<br />

montantes médios são bem inferiores, mas também<br />

na génese dos produtos contratados. Em<br />

termos absolutos, o número de incumprimentos<br />

de particulares é muito superior ao registado<br />

pelas empresas.<br />

Em quanto tem crescido o incumprimento dos<br />

particulares?<br />

O indicador de endividamento das famílias sobre<br />

o rendimento disponível, esse rácio, em 2008,<br />

quedou-se nuns preocupantes 135%. Acredito<br />

que em 2009 o mesmo tenha sido muito perto<br />

dos 140% (não existem ainda dados disponíveis).<br />

Que outros sectores que registam mais dívidas?<br />

Será importante salientar os milhões que se encontram<br />

em dívida, quer nos impostos quer na<br />

Segurança Social, que por serem oriundos do<br />

sector público administrativo, quase nunca figuram<br />

nas estatísticas dos incumprimentos. E<br />

aqui os montantes serão seguramente bem superiores<br />

aos de outros sectores da economia<br />

real e financeira.<br />

Este é um negócio com potencial para crescer?<br />

Poderá evoluir pelo aparecimento de novas empresas<br />

ou pela concentração?<br />

Há já algum tempo que defendo a consolidação<br />

sectorial. Até ao momento este sector tem passado<br />

ao lado do movimento de consolidação. Parece-me<br />

que a consolidação traria algumas vantagens<br />

assinaláveis, desde logo o ganho de sinergias<br />

e economias de escala. Depois, um ganho relevante<br />

em termos de músculo financeiro, para<br />

projectos mais exigentes sob o ponto de vista dos<br />

investimentos necessários. Estou perfeitamente<br />

convicto que o mercado não necessita de mais<br />

empresas. As que existem são suficientes. Acredito<br />

sim, que o mercado há muito que deveria ter<br />

feito uma seriação dos diversos intervenientes e<br />

“expulsar a má moeda”, que é como quem diz,<br />

expulsar as empresas que fazem das más práticas<br />

o seu ‘modus operandi’ e que conferem ao sector<br />

alguns inconvenientes e mau estar.<br />

O Estado ainda é quem mais demora a pagar?<br />

Os associados da APERC não fazem recupera-


Recuperação de Créditos<br />

empresas que<br />

dus operandi’”<br />

que levaram ao sobreendividamento das famílias.<br />

ções quer para os Impostos quer para a Segurança<br />

Social. No entanto, há muito que é público<br />

que o Estado sempre tem registado uma atitude<br />

conflituosa com o prazo médio de pagamentos<br />

aos seus fornecedores. Apesar de algum<br />

esforço que tem vindo a ser feito nesta matéria<br />

para diminuir o prazo médio de pagamentos,<br />

acredito que o mesmo ainda se encontra<br />

suficientemente dilatado. Sobretudo para as<br />

PME que tendo, por vezes, no Estado o seu único<br />

cliente, acabam por sucumbir ou andarem<br />

moribundas, por escassez de tesouraria para fazer<br />

face a situações imediatas. E o caricato chega<br />

a acontecer: o Estado deve a essas empresas<br />

o dinheiro com que elas lhe irão pagar os Impostos<br />

ou a Segurança Social.<br />

Quais as perspectivas para 2010 em termos de recuperação<br />

de crédito?<br />

A situação de crise económica potencia e efectiva<br />

um maior número de incumprimentos contratuais.<br />

As contas mal feitas ou pura e simplesmente<br />

não feitas (80%) e os 3D (desemprego,<br />

doença e divórcio) (20%), empurram os valores<br />

em incumprimento para cima. No entanto, gostaria<br />

de referenciar, que o facto de existir um<br />

maior volume de incumprimentos, e em particular,<br />

com os contornos macroeconómicos que<br />

conhecemos, não quer dizer que se recupere<br />

mais. Pelo contrário. Este cenário adverso coloca<br />

muitas dificuldades aos nossos associados<br />

para poderem atingir os seus objectivos de recuperação.<br />

Acredito que 2010 venha a ser um<br />

ano com crescimento do crédito vencido, mas<br />

onde as dificuldades de recuperação serão bem<br />

maiores. ■<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> IX<br />

“Os incumprimentos de particulares são diferentes das empresas.<br />

Desde logo, de montantes médios são bem inferiores, mas<br />

também na génese dos produtos contratados. Em termos<br />

absolutos, o número de incumprimentos de particulares é muito<br />

superior ao registado pelas empresas.”<br />

PERFIL<br />

■ António Gaspar<br />

trabalhou cerca de 30 anos<br />

na banca, onde ocupou<br />

vários cargos de direcção.<br />

Mas a tese de Mestrado<br />

apresentada em 2000<br />

sobre “O endividamento<br />

das famílias em Portugal e<br />

a dinâmica da economia<br />

portuguesa” ditou um novo<br />

rumo na sua vida. Hoje o<br />

também professor<br />

universitário, de 52 anos,<br />

assume o cargo de<br />

director-executivo da<br />

Associação Portuguesa de<br />

EmpresasdeGestãoe<br />

Recuperação de Crédito<br />

(APERC) e não deixa de<br />

exercer o papel de ‘opinion<br />

maker’ publicando artigos<br />

em vários jornais<br />

nacionais.<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

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Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> IX<br />

Não espere mais.<br />

POPULAR<br />

FACTORING, S.A.<br />

Facturas ao Estado?<br />

Com o Express Factoring<br />

não espere mais que 48 horas!<br />

Se é fornecedor do Sector Público Administrativo ou equiparado,<br />

o Banco Popular oferece-lhe uma solução de recebimento<br />

das suas facturas com aprovação em 48 horas!<br />

As Soluções Empresa do Banco Popular dispõem agora de<br />

um novo Serviço de Factoring para as empresas fornecedoras<br />

do Estado, que lhes permite aprovar a antecipação dos seus<br />

créditos com total simplicidade de procedimentos.<br />

Adira ao Express Factoring em qualquer Agência do Banco<br />

Popular e tenha a resposta imediata para a liquidez de que<br />

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O Express Factoring desconta as facturas ao Estado,<br />

Administração Central, Autarquias e todas as entidades<br />

públicas equiparadas a estas, em excelentes condições.<br />

www.bancopopular.pt


X Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

■ EMPRESAS<br />

Entidades que se regem<br />

pelo código de conduta<br />

da APERC.<br />

28<br />

■ LEGISLAÇÃO<br />

Data da aprovação da lei<br />

que regula o sector, mas<br />

considerada incompleta.<br />

2004<br />

Como a ética pode<br />

fazer a diferença<br />

O CÓDIGO DE CONDUTA PROÍBE intimidar ou ameaçar<br />

aqueles que não pagam as suas dívidas.<br />

Ana Cunha Almeida<br />

ana.c.almeida@economico.pt<br />

Uma empresa de gestão e recuperação de créditos<br />

jamais estacionará à porta do seu escritório<br />

um carro decorado com letras garrafais a<br />

aludir a dívidas. Jamais encontrará alguém vestido<br />

de fraque para o surpreender à hora de almoço<br />

e lembrá-lo que o melhor é pagar o que<br />

deve. Esta é a grande diferença entre uma empresa<br />

de gestão de créditos e uma de cobranças.<br />

Em boa verdade fala-se do mesmo: de reaver dinheiro<br />

em falta. Mas o estilo é outro.<br />

As empresas associadas da Associação Portuguesa<br />

de Empresas de Recuperação de Crédito<br />

(APERC) respeitam as boas práticas inerentes à<br />

profissão e o código de conduta. Não intimidar<br />

ou ameaçar e respeitar os clientes é uma das regras<br />

de ouro neste negócio.“Sempre existiu<br />

uma conotação negativa com as chamadas empresas<br />

de cobranças de dívidas difícies e por<br />

uma razão: sempre esteve associado a estas empresas<br />

que nós chamamos de más práticas um<br />

conjunto de condutas que ofendem de forma<br />

definitiva, a dignidade, urbanidade e cidadania,<br />

de alguém que num determinado momento difícil<br />

da sua vida, se encontra pertante um incumprimento<br />

contratual creditício”, explica<br />

António Gaspar, presidente da APERC.<br />

Uma pessoa não pode nunca sentir-se ameaçada<br />

quando é abordada, seja através de telefone<br />

ou pessoalmente por um colaborador de uma<br />

destas instituições financeiras.<br />

A confidencialidade dos processos e a privacidade<br />

em que os mesmos são conduzidos é outro<br />

dos princípios prezados pela Associação.<br />

Estes profissionais têm a obrigação de informar<br />

os seus clientes regularmente sobre a situação<br />

dos seus processos e de garantir a integridade<br />

do devedor durante o processo de cobrança.<br />

O código deontológico, que pode ser encontrado<br />

no site www.aperc.pt, alerta ainda para questões<br />

como “dar o exemplo”. Isto é “o associado -<br />

donos de empresa, administradores ou directores<br />

- deverá possuir um histórico crédito limpo<br />

e não deverá ter sido condenado nos últimos<br />

Portugal é o único país da UE sem legislação<br />

■ Até há cerca de duas semanas,<br />

“Portugal e Espanha eram os dois<br />

únicos países da União Europeia que<br />

não tinham enquadramento legal no<br />

que concerne à recuperação<br />

extrajudicial e amigável de créditos. Pois<br />

agora, só resta Portugal”, adiantou ao<br />

Diário <strong>Económico</strong> António Gaspar,<br />

director executivo da Associação<br />

Portuguesa de Empresas de Gestão e<br />

Recuperação de Créditos (APERC). De<br />

acordo com o responsável da APERC, o<br />

partido Socialista no Congresso<br />

Espanhol, deu um passo importante ao<br />

solicitar este mês, ao governo espanhol,<br />

a regulação urgente do sector de<br />

recuperação extrajudicial e amigável de<br />

créditos.<br />

Pelo que, “não entendemos porque<br />

razãooGovernoportuguês,nãotomaa<br />

mesma decisão”. E tão cedo não haverá<br />

uma decisão, já que confrontada com<br />

esta matéria, fonte oficial da secretaria<br />

de Estado do Comércio – que tem o<br />

dossier em mãos – afirmou que “é uma<br />

matéria em estudo, por isso não<br />

podemos acrescentar nada”.<br />

A reivindicação por um quadro legal<br />

adequado para o sector está na agenda<br />

da APERC desde a sua fundação em<br />

2003. António Gaspar explicou que a<br />

aprovação da Lei nº 49/2004 de 24 de<br />

Agosto, ficou incompleta, porque no seu<br />

artigo 1º - nº 7 “esqueceu-se” de definir<br />

quais as empresas cuja a actividade é<br />

regulada por lei. Nos últimos dois anos e<br />

meio, “temos investido fortemente nesta<br />

matéria e feito variadas tentativas para<br />

demonstrar a valia destas empresas,<br />

para a economia real e para os<br />

tribunais”, argumenta o director<br />

executivo da APERC.<br />

Desde então, já foram enviadas cartas<br />

para o Primeiro-ministro, aos Ministros<br />

da Economia (Manuel Pinho e Vieira da<br />

Silva), ao Secretário de Estado do<br />

Comércio, Fernando Serrasqueiro – com<br />

quem está o anteprojecto de Decreto-Lei<br />

há quase dois anos –, aos líderes<br />

parlamentares representados na<br />

Assembleia da República, mas “de<br />

ninguém ouvimos uma palavra de<br />

interesse. Ninguém esteve até ao<br />

momento interessado, em resolver uma<br />

dez anos por qualquer crime directamente relacionado<br />

com a actividade”, pode ler-se no documento.<br />

Hoje, na altura de escolher o parceiro que irá<br />

gerir o portfólio de créditos a recuperar, “o cartão<br />

de associado APERC é um garante das boas<br />

práticas sobre os seus clientes”, salienta António<br />

Gaspar.<br />

E quando não os devedores não pagam?<br />

Uma empresa de gestão e recuperação de crédito<br />

pode apenas, em função do prazo que lhe é<br />

concedido, utilizar todos os recursos para que<br />

as dívidas sejam pagas. Quer seja pelo telefone,<br />

porcarta,pessoalmente,aideiaélevarodevedor<br />

a regularizar o seu processo o mais depressa<br />

possível. Quando não há sucesso na recuperação<br />

e o prazo termina, as empresas dão como<br />

encerrado o processo. Caberá ao cliente decidir<br />

que acções irão tomar a seguir. ■<br />

A confidencialidade dos processos<br />

e a privacidade em que<br />

os mesmos são conduzidos<br />

é outro dos princípios prezados<br />

pela APERC.<br />

situação que é da mais elementar justiça<br />

resolver”.<br />

O responsável da APERC lembra que a<br />

Comissão Europeia, o Parlamento<br />

Europeu (PE), o Conselho da Europa e o<br />

Tribunal de Justiça Europeu, já<br />

reconheceram que as empresas que<br />

fazem a recuperação extrajudicial e<br />

amigável de créditos, contribuem para a<br />

diminuição do prazo médio de<br />

pagamentos nas transacções comerciais.<br />

A Directiva 2000/35/EC do PE e do<br />

Conselho, de 25 de Junho de 2000,<br />

espelha essa necessidade, mas ainda não<br />

foi transposta para a lei nacional,<br />

sobretudo no que respeita à<br />

regulamentação da actividade destas<br />

empresas. Perante este cenário, António<br />

Gaspar afirma que “não sabemos o que<br />

está a travar o enquadramento legal<br />

desta actividade. Provavelmente uma<br />

falta de sensibilidade sobre o sector e um<br />

juízo de valor que de apressado acabou<br />

por sair erróneo”. Garante a<br />

disponibilidade da APERC em prestar os<br />

esclarecimentos necessários a todos os<br />

interlocutores. D.L.<br />

Uma pessoa não deve nunca sentir-se<br />

ameaçada quando é abordada, seja<br />

através de telefone ou pessoalmente,<br />

por um colaborador de uma destas<br />

instituições financeiras.


Paulo Alexandre Coelho<br />

O que diz o código deontológico<br />

na relação com o devedor:<br />

1 O associado não deverá nunca<br />

usar métodos de recuperação que<br />

sejam opressivos ou de intrusão;<br />

2 O associado não deverá utilizar<br />

viaturas identificadas na sua forma<br />

agressiva e que pelo conteúdo<br />

da mensagem, possam induzir<br />

a metodologias de práticas<br />

condenáveis;<br />

3 O associado deverá<br />

apresentar-se com uma conduta<br />

de urbanidade, cívica e eticamente<br />

responsável;<br />

4 O associado nunca deverá agir<br />

em público, de forma intencional<br />

a embaraçar os devedores;<br />

PUB<br />

5 O associado deverá respeitar<br />

a circunspecção e a descrição<br />

no contacto com os devedores;<br />

6 O associado deverá apresentar<br />

sob forma clara o total a ser pago<br />

pelos devedores (i.e. quantia em<br />

débito, juros, compensações, custo<br />

de recuperação), na primeira carta<br />

ou contacto;<br />

7 O associado deverá cooperar<br />

com os representantes nomeados<br />

pelos devedores (i.e. consultor,<br />

empresas de gestão de créditos,<br />

instituições públicas ou privadas<br />

que possam fazer a mediação<br />

de insolvências dos consumidores,<br />

etc), sempre que indicado pelos<br />

devedores ou seus representantes.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> XI


XII Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

FACTORING<br />

De onde vem a palavra<br />

‘factoring’? Do latim<br />

‘factor’. Os romanos<br />

nomeavam um ‘factor’<br />

nas terras<br />

conquistadas como<br />

consultor do negócio,<br />

que normalmente era<br />

um próspero e<br />

conhecido comerciante<br />

da região que fornecia<br />

informações<br />

comerciais,<br />

armazenava<br />

mercadorias e cobrava<br />

a troco de uma<br />

remuneração.<br />

Negócio gere-se entre<br />

o ‘factoring’ doméstico<br />

e o internacional<br />

AS 14 EMPRESAS PORTUGUESAS associadas da ALF<br />

representam 90% do sector e estão ligadas à banca.<br />

Ana Cunha Almeida<br />

ana.c.almeida@economico.pt<br />

Não há comparação possível entre uma empresa<br />

de gestão e recuperação de crédito e uma<br />

empresa de ‘factoring’. A primeira dedica-se a<br />

recuperar crédito malparado. A segunda a adquirir<br />

créditos a curto prazo, “derivado da venda<br />

de produtos ou da prestação de serviços, nos<br />

mercados interno e externo” bem como “estudos<br />

dos riscos de crédito e de apoio jurídico, comercial<br />

e contabilístico à boa gestão dos créditos<br />

transaccionados”, como salientou José Beja<br />

Amaro, presidente da Associação Portuguesa<br />

de Leasing, Factoring e Renting – ALF.<br />

O que significa que, uma vez que recebem os<br />

seus créditos, estão a contribuir para estabilizar<br />

os seus fundos de tesouraria. Estas empresas<br />

dominam a análise de risco e de conhecimentos<br />

dos mercados uma vez que estão ligadas a grupos<br />

bancários.<br />

A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring<br />

e Renting (ALF) representa, hoje em dia, 14 empresas<br />

portuguesas que se dedicam a esta actividade<br />

do ‘factoring’, sendo designadas por<br />

“factors”. São elas: BPI, Banif, Barclays, BBVA<br />

Portugal, BES, BNP Paribas Factor, BPN Crédito,<br />

Caixa Económica Montepio Geral, Caixa<br />

Quando as empresas/clientes<br />

recebem os seus créditos<br />

conseguem estabilizar<br />

os seus fundos de tesouraria.<br />

Leasing e Factoring, Eurofactor, Finanfarma,<br />

Millennium BCP, Popular Factoring e Totta<br />

Crédito Especializado. No início deste ano, a<br />

ALF alargou a sua rede de associadas com a entrada<br />

da Finfarma e da Finicrédito (do grupo Finibanco),<br />

que opera na área do leasing. De acordo<br />

com a ALF, com a adesão destas duas instituições<br />

a associação passa a representar mais<br />

de 90% dos sectores do ‘leasing’, ‘factoring’ e<br />

‘renting’ em Portugal.<br />

Segundo a mesma fonte, as quatro principais<br />

‘factors’ nacionais, com base em dados de 2008,<br />

são as pertencentes ao Millennium BCP, BES,<br />

Totta e Caixa. Estas foram as instituições que<br />

conseguiram o maior volume de créditos tomados,<br />

ao atingirem 30,5%, 15,6%, 15% e 14% respectivamente<br />

do volume total registado em 2008<br />

que se situou nos 23,5 mil milhões de euros. Um<br />

montante que representava um aumento de<br />

14% face a 2007. Neste momento, ainda não foi<br />

feita a análise de dados de 2009, pelo que ainda<br />

não estão apurados quais as ‘factors’ que lideraram<br />

no ano passado e as novas que se apresentaram<br />

ao mercado.<br />

Contudo, este é um negócio que é feito dentro e<br />

fora do terrirório nacional. As ‘factors’ tanto<br />

disponibilizam aos seus clientes o ‘factoring’<br />

doméstico, ou seja, trata de cedências em que<br />

todos os intervenientes estão sedeados no mesmo<br />

país, como também trata de factoring internacional.<br />

Aqui, temos duas diferenças: “sobre a<br />

importação, em que os devedores são nacionais<br />

e os aderentes estrangeiros, e sobre a exportação,<br />

em que os aderentes são nacionais e os devedores<br />

estrangeiros”, explicou Beja Amaro. ■<br />

AS SOCIEDADES ‘FACTORS’ QUE DOMINARAM<br />

O MERCADO EM 2008<br />

1<br />

Millennium<br />

BCP<br />

■ Comumcrédito<br />

tomado<br />

de 30,5% em 2008,<br />

foi a ‘factor’ que mais<br />

contribuiuparaos<br />

resultados atingidos.<br />

2<br />

BES<br />

■ A sociedade do<br />

Banco Espírito Santo<br />

foi responsável por<br />

15,6% do volume total<br />

de créditos tomados<br />

em 2008.<br />

Peso no PIB e quotas de mercado<br />

País Rácio de Penetração Quota de Mercado<br />

no PIB 2008 Europeu 2008<br />

Chipre 17,97% 0,39%<br />

Irlanda 15,28% 2,88%<br />

Portugal 14,10% 2,82%<br />

Reino Unido 10,18% 22,57%<br />

Itália 8,54% 15,39%<br />

Espanha 8,41% 12,01%<br />

Finlândia 8,13% 1,52%<br />

França 7,74% 16,21%<br />

Bélgica 7,03% 2,71%<br />

Lituânia 6,63% 0,40%<br />

Fonte: ALF<br />

3<br />

Totta Crédito<br />

Especializado<br />

■ 15% foi quanto o<br />

Totta conseguiu<br />

arrecadar do volume<br />

de créditos de 23,5 mil<br />

milhões de euros de<br />

2008.<br />

4<br />

Caixa Leasing<br />

e Factoring<br />

■ A ‘factor’ da CGD<br />

contribuiu com 14%<br />

do total de créditos<br />

tomados em 2008.<br />

É no Reino Unido queestáamaiorparte<br />

das empresas de ‘factoring’ na Europa.


Dylan Martinez/Reuters<br />

Como diminuir<br />

custos e optimizar<br />

tesouraria<br />

6 respostas sobre<br />

‘factoring’<br />

É uma das ferramentas financeiras eleitas pelas<br />

empresas portuguesas para fazer face às difculdades,<br />

muitas delas geradas pela falta de pagamentos<br />

de facturas.<br />

1O que é o ‘factoring’?<br />

É a aquisição de créditos a curto prazo que resultaram<br />

da venda de produtos ou da prestação<br />

de serviços nos mercados interno e externo. Assim,<br />

para a prática de ‘factoring’ existem três intervenientes:<br />

a própria sociedade de ‘factoring’,<br />

a empresa cliente do ‘factor’ e o devedor (que se<br />

encontra em dívida para com o cliente).<br />

2Que serviços estão associados ?<br />

Podemos falar de financiamento e adiantamento<br />

sobre facturas, serviços de cobrança, serviços<br />

de informações, apoio jurídico, estudos dos<br />

riscos de crédito e atribuição de limites de crédito<br />

por devedor.<br />

3Quem pode recorrer a estes serviços?<br />

Todas as empresas, tanto PME como grandes<br />

empresas que pretendam agilizar os problemas<br />

derivados das vendas a crédito e dos seus extensos<br />

prazos de pagamento.<br />

4Quais as reais vantagens?<br />

Em primeiro lugar fica com as contas asseguradas,<br />

tendo sempre a garantia de uma optimização<br />

de tesouraria. Pode reduzir os custos administrativos<br />

de pessoal e de comunicações, aumentar<br />

a eficácia da área comercial, já que o<br />

pessoal pode dedicar-se a tarefas técnicas e comerciais.<br />

Transforma custos fixos em variáveis<br />

ao subcontratar a cobrança. Aumento da capacidade<br />

de financiamento e melhoria de rácios e<br />

endividamento.<br />

5Como se estabelece um contrato?<br />

O primeiro passo é fazer uma proposta de adesão,<br />

sendo que a sociedade de ‘factoring’ pode<br />

recusar assumir o risco de crédito. Na fase inicial,<br />

a empresa aderente tem de demonstrar o<br />

histórico e os elementos contabilísticos dos últimos<br />

anos, para provar a boa capacidade económica<br />

e financeira. Convém apresentar a carteira<br />

de clientes com as condições de pagamento<br />

e o limite de crédito de cada um. O segundo<br />

passo é a entrevista que decorre nas instalações<br />

da aderente, com base na qual a ‘factor’ fará um<br />

relatório para avaliar o risco global do negócio e<br />

o risco particular de cada cliente. A terceira etapa<br />

é o estudo dos elementos e a quarta é a fase<br />

de negociações entre as duas entidades. Aqui<br />

são definidas as modalidades do serviço que<br />

será prestado. Por fim, é finalizada a negociação<br />

e assinado o contrato, onde ficará definido a<br />

duração do mesmo, a lista de clientes aprovados,<br />

a percentagem adiantável sobre os créditos<br />

cedidos, a data de entrega da ‘factor’ à empresa<br />

aderente dos valores cobrados na data e a periodicidade<br />

de envio de remessa dos créditos.<br />

6O que são créditos ‘confirming’?<br />

Nesta operação é o cliente enquanto “Devedor”<br />

que contacta a ‘factor’ para que esta passe<br />

a gerir os seus pagamentos. A ‘factor’ efectua o<br />

pagamento aos fornecedores do seu cliente (no<br />

‘factoring’ são pagas as facturas que o seu clientetemarecebereéaempresade‘factoring’<br />

que faz a cobrança das mesmas junto ao devedor).<br />

■ A.C.A.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> XIII


XIV Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

Perfil<br />

■ José Beja Amaro<br />

iniciou a sua carreira<br />

profissional em 1972 no<br />

então Centro de Estudos<br />

da Presidência do<br />

Conselho de Ministros,<br />

tendo passado depois<br />

pelos quadros do Banco<br />

Espírito Santo, Loyds e<br />

BCI. Entre 1990 e 2008<br />

assumiu o cargo de<br />

Presidente da Comissão<br />

Executiva da Besleasing<br />

e Factoring – Instituição<br />

Financeira de Crédito,<br />

empresa que actuava<br />

nos sectores de leasing e<br />

factoring. A partir de<br />

Janeiro de 2009 assumiu<br />

as funções de consultor<br />

para as áreas de leasing e<br />

factoring para os<br />

mercados nacional e<br />

internacional.<br />

ENTREVISTA JOSÉ BEJA AMARO, presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting<br />

“O ‘factoring’ é um bom recurso<br />

registadas ao nível da tesouraria<br />

CONSTRUÇÃO, COMÉRCIO GROSSISTA E ORGANISMOS INTERNACIONAIS E EXTRA<br />

ao ‘factoring’, com um peso total de 40%. Mas o sector público administrativo tem tido um<br />

Ana Cunha Almeida<br />

ana.c.almeida@economico.pt<br />

José Beja Amaro é licenciado em Economia<br />

pelo Instituto Superior de Economia de Lisboa,<br />

tendo sido nomeado, em Maio de 2005, presidente<br />

da direcção da Associação Portuguesa de<br />

Leasing, Factoring e Renting – ALF. O responsável<br />

destaca o papel importante que o ‘factoring’<br />

tem desempenhado no apoio à exportação das<br />

empresas portuguesas que, entre 2001 e 2009,<br />

cresceu 429%. José Beja Amaro reconhece que<br />

este é um sector que anda em contra-ciclo face<br />

aos cenários de crise porque a necessidade das<br />

empresas em obter liquidez faz aumentar a procura<br />

pelo ‘factoring’. A explicação é simples: é<br />

visto como um meio seguro para o financiamento<br />

da tesouraria.<br />

Como tem evoluído o sector do ‘factoring’ nos<br />

últimos anos em Portugal?<br />

O ‘factoring’ tem vivido um considerável crescimento<br />

em Portugal com especial incidência<br />

em 2008 (crescimento de 14%), altura em que<br />

começaram a fazer-se sentir os primeiros sintomas<br />

da crise económica internacional. Em<br />

2009, houve uma certa estabilização com um<br />

crescimento, em termos de créditos tomados,<br />

de 0,5%. Como se sabe, o ‘factoring’ é um bom<br />

recurso para colmatar as falhas registadas ao ní-<br />

“Em 2008 a facturação tomada<br />

atingiu o equivalente a 14,1% do<br />

PIB nacional. Não havendo ainda<br />

dados definitivos para 2009.”<br />

vel da tesouraria das empresas. Mostrando essa<br />

força temos os resultados do ano passado, em<br />

que foi registado um total de 23,56 mil milhões<br />

de euros em créditos tomados: 16 mil milhões<br />

de euros no ‘factoring’ doméstico, 1,56 mil milhões<br />

de euros no ‘factoring’ internacional, e<br />

cerca de 6 mil milhões de euros no ‘confirming’.<br />

Em 2009 o ‘factoring’ de exportação continuou a<br />

crescer e o de importação a descer?<br />

O ‘factoring’ de exportação tem apresentado<br />

sempre uma evolução positiva, enquanto o de<br />

importação apresentou taxas negativas em alguns<br />

anos. 2009, um ano de crise, viu, contudo,<br />

o volume de créditos tomados no ‘factoring’<br />

de exportação crescer 4,2% para 1,26 mil milhões<br />

de euros. O ‘factoring’ de importação registou<br />

uma queda de 6,7% para os 304 milhões<br />

de euros. Se analisarmos a taxa de crescimento<br />

entre 2001 e 2009, o factoring de exportação<br />

cresceu 429% e o de importação 179%. Estes<br />

valores realçam bem o apoio que o factoring<br />

presta à exportação por parte das empresas<br />

portuguesas.<br />

Quanto representa para o PIB?<br />

Em 2008 a facturação tomada atingiu o equivalente<br />

a 14,1% do PIB nacional. Não havendo ainda<br />

dados definitivos para 2009, os indicadores<br />

mais recentes permitem adiantar que este valor<br />

deve manter-se idêntico ou com uma ligeira variação<br />

positiva.<br />

Quais os sectores que mais utilizam o factoring?<br />

Hoje em dia, e muito devido à situação de crise<br />

que o país atravessa, são cada vez mais variados<br />

os sectores de actividade que recorrem a este<br />

produto financeiro. Mas não podemos deixar<br />

de destacar o peso que tem o sector público ad-


(ALF)<br />

para colmatar as falhas<br />

das empresas”<br />

TERRITORIAIS são os sectores que mais recorrem<br />

forte contributo para o crescimento desta actividade.<br />

ministrativo, nomeadamente as autarquias e as<br />

regiões autónomas nos resultados alcançados<br />

pelo factoring. O peso apresentado pelo sector<br />

público administrativo tem, enquanto devedor<br />

para com as empresas nacionais um peso assinalável:<br />

cerca de 30%. Na óptica do aderente, o<br />

sector que mais recorre ao ‘factoring é o da<br />

construção (tanto a engenharia civil como a<br />

promoção imobiliária) seguido do comércio<br />

grossista e os organismos internacionais e extraterritoriais,<br />

representando, em conjunto, cerca<br />

de 40%.<br />

“O ano de 2008 registou um forte<br />

aumento na procura (14%)<br />

quando já se atravessava uma<br />

fase de dificuldades económicas.<br />

O ano de 2009 registou um ligeiro<br />

aumento”.<br />

Quais as maiores dificuldades que as empresas<br />

têm sentido?<br />

De forma geral, o sector financeiro tem sentido<br />

uma maior pressão em termos de ‘funding’ e a<br />

maior dificuldade na análise de risco das empresas.<br />

Não obstante estas dificuldades acrescidas<br />

que a crise económico-financeira trouxe, o<br />

‘factoring’ tem sabido responder às necessidades<br />

do mercado, como as taxas de crescimento<br />

e elevado volume de créditos tomados podem<br />

atestar.<br />

A crise económica despoletou uma maior procura<br />

por esta actividade?<br />

O ‘factoring’ é um produto que geralmente, anda<br />

em contra-ciclo em situações de crise. A necessidade<br />

das empresas em obter liquidez faz aumentar<br />

a procura pelo ‘factoring’, uma vez que<br />

este é visto como um meio seguro de financiamento<br />

da tesouraria. O ano de 2008 registou um<br />

forte aumento na procura (14%) quando já se<br />

atravessava uma fase de dificuldades económicas.<br />

O ano de 2009 registou um ligeiro aumento,<br />

que revela um efectivo crescimento da procura<br />

já que a economia teve um comportamento recessivo<br />

podendo ainda acrescentar-se o já grande<br />

crescimento da procura originada em 2008. ■<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> XV<br />

“O ‘factoring’ é um produto que geralmente, anda em contra-ciclo<br />

em situações de crise. A necessidade das empresas em obter liquidez<br />

faz aumentar a procura pelo ‘factoring’, uma vez que este é visto<br />

como um meio seguro de financiamento da tesouraria”.<br />

Paulo Figueiredo<br />

PUBLIREPORTAGEM<br />

Nuno Francisco<br />

Sales Regional Manager Eurofactor Portugal, S.A.<br />

A gestão<br />

de clientes<br />

no sector<br />

Vivemos actualmente um ciclo económico e<br />

financeiro conturbado e apesar dos esforços<br />

dos diversos governos e bancos centrais, na<br />

tentativa de devolver alguma confiança às<br />

economias, este período avizinha-se mais<br />

longo do que o inicialmente previsto.<br />

É neste ambiente que os agentes económicos,<br />

particularmente as PME’s (que representam<br />

mais de 90% do tecido empresarial<br />

português e 1,6 milhões de empregos) têm<br />

vivido nos últimos anos, com uma contracção<br />

das suas vendas, quebras significativas<br />

das exportações, dificuldades no acesso ao<br />

crédito e aumento do seu custo e prazos<br />

médios de recebimentos cada vez mais alargados.<br />

OFactoringconstituihojeemdia,umdos<br />

produtos financeiros mais eficazes e completos,<br />

no apoio à gestão da conta de Clientes<br />

de uma empresa, sendo cada vez mais<br />

utilizado em organizações com métodos de<br />

gestão mais profissionais, em áreas tão diversas<br />

como a indústria (transformadora,<br />

eléctrica, alimentar), distribuição e serviços<br />

(sector público, área da saúde).<br />

Na sua vertente sem recurso (Full Factoring)<br />

proporciona às empresas uma solu-<br />

O ‘full factoring’ proporciona<br />

às empresas uma solução<br />

à medida das suas<br />

necessidades através<br />

de um financiamento flexível<br />

das suas vendas a crédito,<br />

da cobrança das suas facturas<br />

junto dos clientes.<br />

ção à medida das suas necessidades, através<br />

de um financiamento flexível das suas<br />

vendas a crédito, da cobrança das suas facturas<br />

junto dos clientes por equipas especializadas<br />

(redução de prazos de recebimento,<br />

significa uma melhoria da tesouraria<br />

e maior controle dos custos financeiros),<br />

sendo também possível beneficiar de uma<br />

garantia para o risco de crédito dos seus<br />

clientes (risco de não pagamento por atraso<br />

ou falência/insolvência).<br />

Com esta solução, seguramente que os empresários<br />

nacionais se poderão dedicar inteiramente<br />

ao desenvolvimento e crescimento<br />

das suas empresas, com a entrega<br />

da gestão dos sues clientes a uma instituição<br />

especializada. ■


PUB


galdepoisde2011<br />

envolvidas no programa: além dos grandes<br />

investimentos iniciais da Portugal Telecom<br />

(um milhão de euros por ano), Nokia<br />

Siemens Networks (200 mil euros por<br />

ano) e Novabase (100 mil euros por ano),<br />

neste momento há 39 empresas envolvidas<br />

no programa, como a Ndrive, Bio-devices,<br />

Outsystems, Critical Software,<br />

Ydreams, Electricidade da Madeira, ISA,<br />

entre outras.<br />

Além disso, “as candidaturas e inscrições<br />

não param de aumentar, bem como a alta<br />

qualidade dos alunos portugueses e também<br />

internacionais”, refere Jared Cohon.<br />

As estatísticas do programa Carnegie<br />

Mellon Portugal mostram que até agora<br />

existem 168 pós-graduados nos programas<br />

de mestrado profissional e doutoramento,<br />

em áreas chave das Tecnologias<br />

de Informação e Comunicação, sendo que<br />

18 alunos já terminaram o mestrado e regressaram<br />

à indústria. No total, o programa<br />

contabiliza 35 alunos matriculados<br />

em doutoramentos, 100 alunos nos mestrados<br />

profissionais (em 2009) e 77 doutoramentos<br />

previstos até 2011. ■<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

NOVAS REDES DE INVESTIGAÇÃO<br />

NET-SCIP<br />

A rede “Innovation Network on<br />

Security and Critical Infrastructure<br />

Protection” centra-se na segurança<br />

das redes e do utilizador, como a prevenção<br />

de ciber-ataques e a protecção<br />

de dados informáticos.<br />

NET-FIT<br />

A rede temática “Innovation Network<br />

for Future Internet Technologies and<br />

Services” tem como base estudar o<br />

papel da Internet na economia nacional,<br />

para desenvolver e maximizar as<br />

redes de nova geração.<br />

NET-STIM<br />

A rede “Innovation Network on<br />

Services and Technologies for<br />

Interactive Media” visa a criação de<br />

um ‘cluster’ de inovação em serviços<br />

e tecnologias para media interactivos.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES IX<br />

ENTREVISTA JARED COHON presidente da Carnegie Mellon University<br />

“Espero que o Governo<br />

mantenha o financiamento<br />

Jard Cohon afirma acreditar que o Executivo português<br />

“está inclinado para essa opção”.<br />

BÁRBARA SILVA<br />

barbara.silva@economico.pt<br />

Para Jared Cohon, ser presidente da Carnegie<br />

Mellon University, nos Estados<br />

Unidos,nãoésinónimodeestarsentado<br />

à secretária. Desde que assinou o acordo<br />

de parceria estratégica entre a sua universidade<br />

e o Estado português, em 2006,<br />

já viajou para Portugal várias vezes, para<br />

verdepertoaevoluçãodosprogramasde<br />

doutoramento e mestrado profissional.<br />

Na semana passada esteve em Lisboa e<br />

Coimbra para lançar três novas redes temáticas<br />

de investigação no âmbito do<br />

programa Carnegie Mellon Portugal.<br />

Que balanço faz até agora?<br />

Realizámos em Coimbra a primeira cerimónia<br />

de formatura. É um bom indicador<br />

decomooprogramaestáacorrerbem.<br />

Formaram-se 60 pessoas, de todo o país,<br />

as primeiras duas turmas de ‘masters’. É<br />

um número considerável se tivermos em<br />

conta que estes programas apenas começaram<br />

em 2006. As universidades levam<br />

algum tempo a implementar novos programas<br />

e têm um ritmo mais lento que o<br />

mundo empresarial.<br />

Que ‘feedback’ teve dos graduados?<br />

Tive oportunidade de conversar com alguns<br />

e fiquei muito impressionado com<br />

os relatos sobre o seu percurso profissional<br />

e sobre o que estão a fazer agora. Fixei<br />

sobretudo o caso de duas mulheres, algo<br />

raro nestes programas: uma formada em<br />

Psicologia e outra em Design, que tiraram<br />

oprogramade‘master’em‘Computer<br />

Interaction’ e agora trabalham para a<br />

Portugal Telecom. Estão muito entusiasmadascomoqueestãoafazer.Ambas<br />

disseram que apenas conseguiram chegar<br />

aqui através destes programas de mestrado<br />

profissional. Acreditamos que estes<br />

graduados serão os futuros líderes de Portugal.<br />

Mas isso levará tempo a acontecer.<br />

O que acontecerá depois de 2011, quando<br />

oprogramaterminar?<br />

Espero que o Governo português possa<br />

manter o financiamento e acredito que<br />

estão inclinados para essa opção. Em<br />

conversa com o representante da Comissão<br />

Europeia, falámos sobre o que representa<br />

fazer este tipo de investimento a<br />

longo prazo, sobretudo numa época em<br />

queaeconomianãoéfavorável.Éuma<br />

decisão que demonstra grande liderança<br />

e coragem por parte dos governos. Foi<br />

isso que Portugal demonstrou há quatro<br />

anos quando o governo autorizou o programa.<br />

Não foi uma decisão fácil nessa altura,<br />

porque estava muito dinheiro envolvido.<br />

Se o repetirem agora, será um<br />

desafio ainda maior.<br />

Sem esse financiamento, os mestrados e<br />

doutoramentos poderão continuar?<br />

Essaéagrandedúvida.Nestemomento,<br />

os programas são sustentáveis financeiramente,<br />

com base nas propinas pagas<br />

pelos alunos e pelas empresas. Há pro-<br />

gramas mais sustentáveis do que outros.<br />

Esteéograndetópicodediscussãoentre<br />

todasaspartesenvolvidas.Faleicomresponsáveis<br />

das universidades portuguesas<br />

e eles também se questionam sobre este<br />

assunto. O sentimento geral é que já conseguimos<br />

fazer muita coisa, os programas<br />

estão a correr bem e todos os envolvidos<br />

querem continuar. Mas os programas<br />

ainda são frágeis, são novos, baseados na<br />

cooperação entre universidades e empresas,<br />

algo que nunca antes foi feito, e não<br />

são parcerias fáceis de manter, porque<br />

cada instituição é única, as pessoas estão<br />

focadas no seu trabalho e a colaboração<br />

entre universidades às vezes torna-se<br />

complicada. Teremos de nos preocupar se<br />

o financiamento público acabar em definitivo.<br />

Aí ficaria um grande ponto de interrogação<br />

sobre se os programas poderão<br />

ou não continuar, especialmente a investigação<br />

e a colaboração entre universidades<br />

e empresas.<br />

Como avalia a participação das empresas<br />

envolvidas?<br />

Estamos muito satisfeitos com os progressos<br />

feitos até agora. Está a correr<br />

bem, até melhor do que esperava. Uma<br />

das mais impressionantes medidas do sucessodoprogramaéonúmerodeempresas<br />

envolvidas, que passou de quatro para<br />

39 em dois anos. Nas novas redes temáticas<br />

de investigação, os proponentes têm<br />

de estar ligados a duas universidades e<br />

uma empresa portuguesa. Isso ajuda a<br />

envolver mais empresas.<br />

Que importância têm estas novas redes<br />

de investigação?<br />

É uma tentativa do programa em focarse.<br />

Os três temas foram determinados por<br />

um plano estratégico criado no ano passado<br />

com ‘input’ das empresas e das universidades.<br />

Os três temas foram escolhidos<br />

porque são um desafio técnico e porque<br />

representam áreas onde Portugal<br />

pode melhorar, fazer a diferença, dar<br />

contribuições e destacar-se, ter impacto<br />

na criação de riqueza, de empregos. A<br />

Universidade de Carnegie Mellon é muito<br />

activa na investigação das três áreas: segurança<br />

e protecção; internet de nova geração;<br />

interacção entre humanos e computadores.<br />

São áreas “quentes” e representam<br />

problemáticas do presente e do<br />

futuro. A ideia é posicionar Portugal nesta<br />

áreas. ■<br />

“Tive oportunidade de conversar<br />

com alguns graduados e fiquei<br />

muito impressionado com<br />

os relatos sobre o seu percurso<br />

profissional e sobre o que estão<br />

a fazer agora”.


X UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

ESTRATÉGIA<br />

O professor da AESE diz que os executivos<br />

portugueses “valorizam a formação avançada”<br />

PERFIL<br />

Paula Nunes<br />

ADRIÁN CALDART, PROFESSOR DA AESE - ESCOLA DE DIRECÇÃO E NEGÓCIOS<br />

No final de 2009, o professor argentino<br />

Adrián Caldart foi contratado pela AESE<br />

como coordenador da área pedagógica de<br />

Política de Empresa e professor de<br />

Estratégia, para formação de quadros<br />

superiores. É doutorado em Gestão pela<br />

IESE Business School (Espanha) e possui<br />

um MBA do ESEADE (Argentina). É<br />

licenciado em Administração de Empresas<br />

pela Universidade Católica da Argentina.<br />

Além das aulas para dirigentes e executivos<br />

na AESE e no IESE (professor visitante),<br />

desempenha um papel activo na<br />

investigação na área estratégica da<br />

Warwick Business School (Reino Unido),<br />

onde é ‘associate fellow’ em Gestão<br />

Estratégica. Entre 2004 e 2009 foi<br />

professor desta escola britânica. Antes de<br />

ingressar no mundo académico, trabalhou<br />

como executivo do Grupo Pérez Companc e<br />

da Organización Techint, entre 1992 e 1999.<br />

É co-autor do livro “Dynamics of Strategy”.<br />

“Portugueses são<br />

reflexivos e formais”<br />

AdriánCaldartéonovoprofessordeEstratégiadaAESE<br />

BÁRBARA SILVA<br />

barbara.silva@economico.pt<br />

Os executivos portugueses podem orgulhar-se:<br />

além de investirem em formação<br />

pós-graduada, dominam várias línguas e<br />

não ficam a dever nada aos altos quadros<br />

de países como a Argentina, Espanha ou<br />

ReinoUnido.Agarantiaédadapeloargentino<br />

Adrián Caldart, o novo professor<br />

de Estratégia e coordenador da área pedagógica<br />

de Política de Empresa na AESE<br />

– Escola de Direcção e Negócios, desde o<br />

final do ano passado. Antes disso, deu<br />

aulas na espanhola IESE Business School<br />

(a que continua ligado como professor visitante)<br />

e trabalhou nos últimos cinco<br />

anos na britânica Warwick Business<br />

School, onde mantém um papel activo na<br />

investigação na área estratégica.<br />

Quanto ao desafio de se tornar professor<br />

em ‘full-time’ da AESE, e mudar-se de<br />

armas e bagagens para Lisboa, Adrián<br />

Caldart diz que é uma nova etapa que encara<br />

“com muita expectativa”. “Há sete<br />

anos que venho a esta escola de negócios<br />

como professor visitante, já conhecia<br />

bastantebemoestilodecasaeodosparticipantes<br />

nos diversos programas”, conta<br />

o professor, sublinhando: “A proximidade<br />

da AESE com o mundo empresarial<br />

português dá-me muitas oportunidades<br />

de trabalhar com as empresas e organizações<br />

sociais em diferentes iniciativas.<br />

Além disso, conto com o tempo e os recursos<br />

necessários para continuar a desenvolver<br />

as mesmas linhas de investigação<br />

com colegas de outras escolas, como<br />

a Warwick Business School, Universidade<br />

de Glasgow, ESSEC de Paris, IESE e o IAE<br />

de Buenos Aires”.<br />

A opinião sobre os executivos portugueses<br />

não podia ser melhor. O professor diz<br />

que “valorizam altamente a formação<br />

avançada”. “São pessoas sofisticadas,<br />

muito conhecedoras e interessadas na<br />

realidade nacional e internacional, capazesdeentenderefalaremcastelhanoe<br />

inglês”, explica Adrián Caldart, sublinhando<br />

que se trata de uma vantagem<br />

única: “Discutir casos de empresas em<br />

três idiomas diferentes, como acontece<br />

na AESE, é impossível noutros países<br />

onde trabalho, como Espanha, Reino<br />

Unido ou Argentina”. Por comparação,<br />

Caldart diz que ao nível das capacidades,<br />

experiência e conhecimentos os portugueses<br />

são iguais aos espanhóis e britânicos,<br />

mas em termos de “estilo”, os espanhóis<br />

são mais agressivos e “pensam mais<br />

em grande”, enquanto os portugueses<br />

são reflexivos e formais.<br />

Especialista em estratégia empresarial,<br />

Adrián Caldart também tem conselhos a<br />

dar às empresas portuguesas com ambições<br />

de crescimento e expansão internacional:<br />

“Uma empresa deve clarificar<br />

quais são os seus objectivos a longo prazo<br />

e as políticas para os alcançar. Se uma<br />

avaliação realista mostrar a necessidade<br />

de crescer internacionalmente e diversificar,<br />

então deve-se avançar. Caso contrário,<br />

não vale a pena arriscar. A realida-<br />

de mostra que os processos de crescimento<br />

rápido são mais arriscados que os<br />

levados a cabo passo a passo”. E avisa:<br />

“Em 2010, as possibilidades de levar a<br />

cabo uma estratégia de crescimento arrojada<br />

são muito limitadas”.<br />

Anos de investigação em vários países levaram<br />

o professor a concluir que as opções<br />

estratégicas mudam muito de empresa<br />

para empresa. “É difícil generalizar.<br />

Em todos os países há empresas com melhores<br />

e piores lideranças. No meu dia-adia,<br />

como professor de escolas de negócios,<br />

estou em contacto com empresas<br />

que dão muita importância à formação<br />

dos seus executivos e essas não normalmente<br />

empresas com estratégias muito<br />

consistentes”, disse Adrián Caldart em<br />

entrevista ao Diário <strong>Económico</strong>, no âmbitodasuaúltimaconferêncianaAESE<br />

sobre o tema “Crescimento e Internacionalização<br />

de uma empresa portuguesa: o<br />

caso Martifer”. Hoje, 2 de Março, Adrián<br />

Caldart é o protagonista de um seminário<br />

na AESE, com o tema “O Papel Estratégico<br />

das Subsidiárias Locais”, no qual desafia<br />

os executivos portugueses a pensar<br />

nos ganhos das multinacionais com as<br />

boas práticas das suas filiais.<br />

O interesse pela área de estratégia empresarial<br />

surgiu quando ainda não era<br />

professor e trabalhava como executivo no<br />

Grupo Pérez Companc e Organización<br />

Techint, os dois maiores grupos industriais<br />

na Argentina, nos anos 90, na área<br />

de Finanças e Planeamento Corporativo.<br />

Aí assistiu de perto às estratégias empresariais<br />

de um grupo muito diversificado,<br />

num tempo de grandes mudanças para a<br />

empresa, o que o levou a decidir fazer um<br />

doutoramento em Gestão no IESE. ■<br />

Por comparação, Adrián Caldart<br />

diz que ao nível das capacidades,<br />

experiência e conhecimentos os<br />

portugueses são iguais aos<br />

espanhóis e britânicos, mas em<br />

termos de “estilo”, os espanhóis<br />

são mais agressivos e “pensam<br />

mais em grande”, enquanto<br />

os portugueses são reflexivos<br />

eformais.


EMPREGO<br />

O responsável de capital humano<br />

da Salsa Jeans, Paulo Pereira (ao<br />

centro) e sete estagiários que<br />

integraram o programa “Iniciar”.<br />

Entrar no mercado de trabalho<br />

com os jeans da Salsa<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES XI<br />

A empresa internacional portuguesa arrancou, o ano passado, com o programa de estágios “Iniciar”.<br />

ANA PETRONILHO<br />

ana.petronilho@economico.pt<br />

Para Nádia Souto, a vantagem da Salsa<br />

“estar num patamar elevado de internacionalização”<br />

é o desafio que torna o seu<br />

estágio “mais aliciante”.<br />

Esta recém-licenciada em recursos humanos<br />

pelo Instituto Politécnico do Porto<br />

está no departamento de Recursos Humanos<br />

e Comunicação da empresa integrada<br />

no seu programa de estágios, o Iniciar”,<br />

que arrancou o ano passado, com<br />

vários objectivos definidos: aproximação<br />

da empresa à comunidade académica,<br />

atracçãodetalentoserenovaçãodequadros.<br />

Para além de proporcionar aos jovens<br />

finalistas uma experiência profissional,<br />

esta é uma forma de a empresa apostar<br />

no “contínuo rejuvenescimento das<br />

suas equipas com talento, potencial e<br />

‘know-how’, afirma Paulo Pereira, responsável<br />

da direcção de capital humano<br />

da Salsa Jeans.<br />

Carla Ferreira é outra das estagiárias do<br />

“Iniciar”. Licenciada em Gestão pela<br />

Universidade do Porto, há cinco meses<br />

que a jovem está no departamento de comunicação<br />

e imagem. Uma experiência<br />

em que já aprendeu muito e ganhou “maturidade,<br />

autonomia em decisões, mais<br />

responsabilidade e sentido de organização”,<br />

refere.<br />

A Salsa aceita estagiários de todas as áreas<br />

de licenciatura. Mas as licenciaturas nas<br />

áreas de design, marketing, gestão de<br />

produto e investigação são as mais procuradas<br />

na hora de recrutar.<br />

Opinião idêntica à das colegas tem Sofia<br />

Costa, licenciada em Gestão pela Universidade<br />

do Minho. Entrou para o departamento<br />

de Gestão de Inventário de Lojas,<br />

também há cinco meses. “Sinto-me muito<br />

mais preparada para o mundo profissional<br />

e a Salsa é uma grande escola para<br />

quem está a começar o seu percurso profissional”.<br />

Segundo o responsável da direcção de capital<br />

humano da empresa, este programa<br />

é “um processo-chave para recrutar e escolher<br />

os melhores nesse universo de recrutamento”.<br />

Dos oito jovens seleccionados<br />

e que ainda não terminaram o seu estágio,<br />

as expectativa da empresa “são as<br />

melhores” para que integrem os quadros<br />

da Salsa Jeans.<br />

Os estágios são anuais e remunerados de<br />

acordo com os valores praticados pelo<br />

Instituto de Emprego e Formação Profissional<br />

(IEFP) e com as habilitações académicas.<br />

Durante esta edição, a empresa<br />

recebeu 277 candidaturas que foram avaliadas<br />

através de um processo de recrutamento<br />

e selecção que é composto por várias<br />

fases que passam pela avaliação curricular,<br />

cognitiva e análise comportamental.<br />

Para seguir o exemplo destas três estagiárias<br />

e entrar para uma empresa que conta<br />

com uma equipa de mais de 900 colaboradores<br />

e com um volume de negócios<br />

que ascende a cerca de 88 milhões de euros,<br />

os jovens podem entregar a sua candidatura<br />

através da internet, no IEFP ou<br />

do gabinete de estágios da sua universidade.<br />

“Os recém-licenciados têm um papel<br />

importante na Salsa Jeans e no futuro que<br />

estamos a construir”, conclui Paulo Pereira,<br />

responsável da direcção de capital<br />

humano da Salsa Jeans. ■<br />

SAIBA SE TEM CONDIÇÕES<br />

PARA CONCORRER<br />

Proactividade<br />

Capacidade de<br />

inovação<br />

Flexibilidade<br />

Adaptação à<br />

mudança<br />

Orientação<br />

paraocliente<br />

Bruno Barbosa<br />

SIM NÃO<br />

SIM NÃO<br />

SIM NÃO<br />

SIM NÃO<br />

SIM NÃO<br />

Se respondeu sim a mais de metade destas perguntas tem condições para<br />

concorrer a vagas ou estágios na Salsa Jeans. (Grelha da responsabilidade<br />

do Diário <strong>Económico</strong>).


XII UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

UNIVERSIDADE VISTA DE FORA<br />

O ex-presidente da Escola de Gestão do Porto<br />

manteve-se 39 anos como docente na FEP<br />

DANIEL BESSA, DIRECTOR GERAL DA COTEC PORTUGAL<br />

O meu curso<br />

Corria o ano de 1963 quando Daniel Bessa,<br />

nascido e criado no Porto, foi obrigado a<br />

fazer “uma grande escolha” entre Letras e<br />

Ciências, no momento de decidir o curso<br />

universitário. Por exclusão de partes – não<br />

tinha apetência nem para uma área nem<br />

paraoutraeocurso de Direito também não<br />

eraumaopçãoporquenãoexistianoPorto<br />

e ir estudar para Coimbra ou Lisboa estava<br />

fora das “posses da família” – só restava<br />

Economia: “Uma coisa que não sabia bem<br />

o que era (era o curso de Salazar), na<br />

certeza de que não era nem Letras nem<br />

Ciências”, lembra Daniel Bessa, expresidentedaEscoladeGestãodoPortoe<br />

director-geral da Cotec Portugal. No dia<br />

em que entrou na Faculdade de Economia<br />

da Universidade do Porto (FEP) conheceu<br />

alguém muito especial: “Maria de Fátima,<br />

que hoje, 45 anos depois, é mãe da minha<br />

filha e continua a ser minha mulher”.<br />

Das aulas, lembra-se bem dos professores<br />

Alberto Pedroso, um referencial de rigor e<br />

de exigência, sobretudo nas questões de<br />

pendor mais analítico, e Manuel Baganha,<br />

dotado de um enorme sentido de justiça e<br />

generosidade. Entre os colegas, destaca<br />

José Fernando Carneiro, com quem<br />

estudou no liceu e durante os cinco anos na<br />

FEP, e que ainda hoje é um dos maiores<br />

amigos. Mais tarde, já como professor,<br />

conheceu José Madureira Pinto, uma das<br />

pessoas de maior consistência política e<br />

ideológica que conheceu. Daniel Bessa<br />

1970<br />

Ano em que Daniel Bessa<br />

terminou a sua licenciatura em<br />

Economia, na Universidade do Porto<br />

Bruno Barbosa<br />

terminou a licenciatura em 1970 com<br />

média de 16 valores. Para fugir a um<br />

destino certo de serviço militar e guerra<br />

colonial em África, manteve-se na FEP e<br />

seguiu uma carreira docente universitária,<br />

até 2009. Ao longo dos últimos 44 anos, 5<br />

como aluno e 39 como docente, Daniel<br />

Bessa doutorou-se em Economia pelo<br />

Instituto Superior de Economia da<br />

Universidade Técnica de Lisboa, em 1996<br />

foi ministro da Economia, Indústria,<br />

ComércioeTurismodeAntónioGuterrese,<br />

a partir do ano 2000, esteve à frente da<br />

EGP, tendo saído para assumir o cargo de<br />

director-geral da COTEC Portugal. É<br />

administrador e consultor de várias<br />

empresas. Sobre os universitários e as<br />

universidades de hoje, diz que “há alunos<br />

melhores do que no meu tempo”, mas que<br />

“a universidade dos nossos dias tornou-se<br />

menos rigorosa, e menos exigente, incapaz<br />

de expurgar o que não se caracteriza por<br />

mínimos de qualidade”. “Vendo bem o que<br />

avidameensinou,sópossochegarauma<br />

conclusão: à saída de uma licenciatura<br />

nunca estamos muito preparados”. ■ B.S.<br />

“A universidade dos nossos<br />

dias tornou-se menos rigorosa,<br />

e menos exigente”<br />

16<br />

Média final da licenciatura<br />

do professor e ex-ministro<br />

de António Guterres.<br />

EMPREGO<br />

Curso com saída<br />

A licenciatura de Gestão de Informação da<br />

Universidade Nova de Lisboa é um dos cursos<br />

com a taxa de empregabilidade mais alta,<br />

desta instituição. Cerca de 75% dos<br />

diplomados deste curso têm trabalho passado<br />

um mês de conclusão da sua licenciatura. Esta<br />

taxa sobe para os 100% de recém-licenciados<br />

que encontram o seu primeiro emprego<br />

passado seis meses de conclusão da<br />

licenciatura. A remuneração média mensal<br />

do primeiro emprego destes licenciados é<br />

de cerca de 900 euros líquidos. A banca e as<br />

insituições financeiras, a consultoria na área<br />

dos sistemas e tecnologias de informação, as<br />

telecomunicações, os seguros e a distribuição<br />

são os principais sectores que dão emprego<br />

a estes jovens recém-licenciados. A.P.<br />

75% Taxa<br />

100% Taxa<br />

900€<br />

LIVRO: “ELES VÊM AÍ – O PODER DE ORGANIZAR SEM ORGANIZAÇÕES”<br />

Leituras<br />

A Internet permite a realização de<br />

iniciativas em conjunto sem a<br />

necessidade das estruturas<br />

organizacionais tradicionais. É<br />

neste contexto que o autor Clay<br />

Shirky lança o livro que explora o<br />

efeito da Internet, na<br />

dinâmica moderna de<br />

grupos. Da mesma<br />

forma que a imprensa<br />

dinamizou a expressão<br />

individual, e o telefone<br />

a comunicação entre<br />

indivíduos, o autor<br />

argumenta que com o<br />

aparecimento das<br />

novas ferramentas<br />

sociais, os grupos<br />

formam-se sem<br />

restrições de tempo<br />

ou de custo. Como<br />

consequência, os<br />

modelos de negócio<br />

de empregabilidade dos<br />

diplomados em Gestão de Informação<br />

pela Universidade Nova de Lisboa,<br />

após um mês de conclusão do curso.<br />

de empregabilidade destes<br />

jovens diplomados, um ano depois<br />

de terminarem a licenciatura.<br />

Estes diploamdos recebem cerca<br />

de 900 euros líquidos como<br />

remuneração média mensal,<br />

no seu primeiro emprego.<br />

estão a ser transformados a uma<br />

velocidade vertiginosa. O impacto<br />

social é tão profundo que qualquer<br />

pessoa com um computador portátil<br />

pode iniciar um movimento<br />

revolucionário. Hoje, as coisas<br />

acontecem porque os<br />

próprios interessados se<br />

reúnem, constroem<br />

estratégias ‘online’ e, às<br />

vezes, contra todas as<br />

expectativas,<br />

conquistam os seus<br />

objectivos. Esta obra dá<br />

a conhecer novas<br />

tendências nesta área.<br />

Obra:“Elesvêmaí-O<br />

Poder de Organizar sem<br />

Organizações” / Autor:<br />

Clay Shirky / Editora :<br />

Actual/Preço:22<br />

euros


INVESTIGAÇÃO<br />

Magnetismo vence prémio<br />

”Magnetismo e biomimetismo<br />

em processos de separação” é o<br />

projecto de investigação<br />

vencedor do prémio Santander<br />

Totta/Universidade de Lisboa. O<br />

projecto, que se destacou nesta<br />

quefoia3ªediçãodesta<br />

iniciativa, é da autoria de Ana<br />

Cecília Roque, de 34 anos, e Olga<br />

Iranzo com 43 anos (na foto), que<br />

vão receber um prémio no valor<br />

de 25 mil euros. A investigação<br />

visa desenvolver estruturas de<br />

NÚMEROS<br />

Ana Cecília Roque e Olga Iranzo<br />

distinguidas pela iniciativa Santander<br />

Totta/Universidade Nova de Lisboa.<br />

25<br />

Valor do prémio em<br />

milhares de euros. As<br />

duas investigadoras<br />

receberam este valor, a<br />

dividir pelas duas, nesta<br />

3ª edição desta<br />

iniciativa.<br />

TESTEMUNHO ERASMUS<br />

muito pequena dimensão (nanoestruturas),<br />

que possam vir a ser<br />

utilizadas na purificação de<br />

moléculas biológicas. Esta<br />

inovação permitirá à indústria<br />

reduziroscustosde<br />

processamento e de<br />

comercialização de fármacos de<br />

elevado valor acrescentado,<br />

como por exemplo para<br />

diagnósticos e terapias biológicas<br />

contra cancro e outras doenças<br />

inflamatórias. A excelência<br />

7<br />

Número de candidaturas<br />

que concorreram ao<br />

prémio e que preenchiam<br />

os requisitos: ser<br />

investigador doutorado<br />

da UNL e estar<br />

envolvidos em duas das<br />

unidades orgânicas da<br />

universidade.<br />

Os nossos embaixadores<br />

“Uma experiência que sem dúvida voltaria a<br />

repetir”. Quem o diz é a jovem diplomada Bárbara<br />

Fonseca sobre o programa Erasmus, que<br />

“aconselha viviamente” a todos os estudantes que<br />

estão indecisos. A licenciada em Economia pela<br />

Universidade de Aveiro frequentou as aulas da<br />

Karol Adamiecki University, na cidade de<br />

Katowice na Polónia, durante um semestre.<br />

Bárbara Fonseca decidiu fazer Erasmus para ter a<br />

“oportunidade de conhecer novas pessoas e<br />

culturas, para ganhar mais independência e<br />

também poder viajar por diversos países”. Para<br />

além disso, com esta experiência a jovem aprendeu<br />

uma nova língua fez novas amizades e ganhou<br />

autonomia. Em Katowice, o processo de adaptação<br />

foi “bastante rápido” e facilitado “por todas as<br />

científica, o carácter inovador,<br />

a interdisciplinaridade e impacto<br />

para o avanço da área científica<br />

em que se insere foram os<br />

factores que garantiram a vitória<br />

desta investigação. Este prémio<br />

visa distinguir projectos<br />

de investigação desenvolvidos<br />

por jovens investigadores<br />

e fomentar colaborações<br />

entre as várias áreas, dentro<br />

da Universidade Nova<br />

de Lisboa. ■ A.P.<br />

43<br />

Número de convénios<br />

celebrados entre o<br />

Santander e as<br />

universidades e<br />

politécnicos<br />

portugueses. Em 2009, o<br />

banco investiu mais de 3<br />

milhões de euros em<br />

projectos universitários.<br />

pessoas envolvidas no programa”, justifica.<br />

“Os quatro meses em que estive na Polónia<br />

passaram a correr e lamento não poder ter<br />

permanecido mais um semestre”, recorda a jovem<br />

diplomada. Mas nem tudo foi positivo. A língua e a<br />

mentalidade polaca foram um desafio. “São<br />

pessoas muito frias e antipáticas, que apenas falam<br />

alínguanativaeacomunicaçãotornou-semuito<br />

difícil”, salienta Bárbara Fonseca. Uma barreira<br />

que ultrapassou através da linguagem gestual e o<br />

dicionário “passou a ser uma presença constante<br />

na minha carteira”, explica. Durante a sua<br />

estadiana Polónia, a jovem não recebeu qualquer<br />

bolsa e foi necessário contar com o apoio<br />

financeiro dos pais para arcar com todas as<br />

despesas. ■ A.P.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES XIII<br />

3ª<br />

VAI ACONTECER<br />

Termina hoje a 6ª edição do iWAT’2010 (’International<br />

Workshop on Antenna Technology’) organizado pelo Instituto<br />

Superior Técnico (IST), em colaboração com o Instituto de<br />

Telecomunicações. O evento consiste numa conferência<br />

mundial sobre antenas e apresenta mais de 150<br />

comunicações. Aborda temas que vão desde os telemóveis à<br />

eficiência energética, passando pelas aplicações espaciais,<br />

redes corporais e de sensores, aplicações médicas, radiações<br />

electromagnéticas e novos materiais. É considerado uma das<br />

mais conceituadas conferências técnico-científicas a nível<br />

mundial, nesta área, e realiza-se em três grandes regiões do<br />

globo – Europa, Ásia/Pacífico e Américas. Em Lisboa, o<br />

evento decorre no centro de congressos do IST.<br />

4ª<br />

Termina hoje a iniciativa “Profissões & Profissionais do<br />

Direito” organizada pela Escola de Direito da<br />

Universidade Católica do Porto. A decorrer no Campus<br />

da Foz, o evento visa incentivar a aproximação e<br />

interacção entre os alunos da instituição e as diferentes<br />

actividades jurídicas e respectivos contextos:<br />

empresarial, da administração pública e de profissões<br />

que contribuem para o exercício da Justiça.<br />

5ª<br />

Estão a decorrer as primeiras jornadas de Economia,<br />

Gestão e Ciência Política organizadas pela Universidade<br />

Lusófona. «Portugal: Um debate rumo ao futuro» é o<br />

mote da iniciativa que surge num momento marcado<br />

negativamente pela palavra crise. O objectivo da<br />

jornada passa por constituir um fórum alargado de<br />

discussão construtiva das oportunidades que se<br />

apresentam ao desenvolvimento de Portugal. Pedro<br />

Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa ou Rui Oliveira<br />

Costa são algumas das personalidades dos meios<br />

político, empresarial e académico que vão marcar<br />

presença no evento. As conferências vão ter lugar no<br />

Auditório Agostinho da Silva, na Universidade Lusófona<br />

de Humanidades e Tecnologias no campus do Campo<br />

Grande, em Lisboa. A entrada é livre.<br />

6ª<br />

Termina hoje a III Conferência Nacional «Da Segurança<br />

Alimentar», organizada pela APDC (Associação Portuguesa<br />

de Direito do Consumo). Cooperaram ainda na iniciativa a<br />

Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e o Instituto<br />

Politécnico de Coimbra. É necessária incrição prévia e o<br />

evento realiza-se no auditório da ESAC.


XIV UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

EMPREENDEDORISMO<br />

A Universidade do Porto quer estimular<br />

o empreendedorismo e apoiar a criação<br />

de novas empresas.<br />

Quanto vale<br />

uma boa ideia<br />

A Universidade do Porto lançou um concurso<br />

de ideias de negócio. O prémio é de 25 mil euros.<br />

ANA PETRONILHO<br />

ana.petronilho@economico.pt<br />

É criativo e inovador?Tem boas ideias para<br />

gerar negócio? Se tem até 35 anos e frequenta<br />

a Universidade do Porto (UP), saiba<br />

que pode ganhar um prémio com essa ideia<br />

quehátantotempoguardasóparasi.Basta<br />

participar no novo concurso iUP25K. Uma<br />

iniciativa da UP que consiste num concurso<br />

de ideias de negócio que vai distribuir 25 mil<br />

euros entre aqueles que, dentro da instituição,<br />

“conseguirem gerar as ideias com<br />

maior potencial de negócio”, diz Maria Oliveira,<br />

coordenadora do gabinete de inovaçãodaUP.<br />

Deste incentivo destaca-se o prémio de 15<br />

mil euros para o autor da melhor ideia e dois<br />

prémios de cinco mil euros: um para a melhor<br />

ideia de uma equipa feminina e outro<br />

para uma equipa de estudantes de licenciatura.<br />

Para além disso, o projecto mais votado<br />

via Internet vai ser distinguido com uma<br />

menção honrosa. “O que estamos a pôr em<br />

EmPortugal,háboasideiasenão<br />

nos faltam exemplos, mas “há<br />

ainda um caminho longo a<br />

percorrer para ficarmos ao nível<br />

dos melhores países, diz Maria<br />

Oliveira, coordenadora do<br />

gabinete de inovação da UP.<br />

prática é a abertura de oportunidades para<br />

quem tem boas ideias e as pode pôr em prática”,<br />

reforça Maria Oliveira.<br />

Estimular o empreendedorismo na UP e<br />

apoiar a criação de novas empresas que são<br />

produzidas na insituição, com base no conhecimento<br />

e na inovação, é a principal<br />

meta do iUP25K. A responsável pelo gabinete<br />

de inovação explica que a instituição<br />

“tem um potencial enorme de produção<br />

científica e tecnológica, que pode ser traduzido<br />

em vantagens competitivas para as<br />

empresas e para o país e é essa dinâmica que<br />

pretendemos promover”.<br />

Na opinião de Maria Oliveira, em Portugal,<br />

há boas ideias e não nos faltam<br />

exemplos, mas “há ainda um caminho<br />

longo a percorrer para ficarmos ao nível<br />

dos melhores países”.<br />

Esta iniciativa é dinamizada pelo Clube de<br />

Empreendedorismo da UP, o CEdUP, uma<br />

Bruno Barbosa<br />

estrutura criada e gerida por estudantes,<br />

pelo gabinete de inovação da UP – o UPIN –<br />

e conta com o patrocínio oficial do banco<br />

Santander Totta.<br />

Até ao momento, já foram recebidas entre<br />

20 a 25 candidaturas que vão ser avaliadas<br />

pelo grau de inovação da ideia, pelo potencial<br />

de crescimento e plano de implementação<br />

e pela capacidade e adequação da equipa<br />

para desenvolver um negócio, a partir da<br />

ideia. O júri ainda não está definido mas vai<br />

ser composto por elementos da UP e dos<br />

principais patrocinadores.<br />

Para concorrer, pode apresentar uma candidatura<br />

individual ou em equipa até quatro<br />

elementos. Tem até dia oito de Março para<br />

pensar numa boa ideia e para se inscrever.<br />

Daí vai sair um conjunto de dez ideias finalistas<br />

e que vão ser apresentadas a 31 de<br />

Março, no mesmo dia em que vai ser conhecida<br />

a ideia vencedora. ■


Graus e diplomas<br />

A primeira instituição de ensino<br />

superior deste Estado foi a<br />

Universidade da Carolina do Sul,<br />

fundada no ano de 1801. Hoje, este<br />

Estado tem 66 instituições de<br />

ensino superior, dos quais 33 são<br />

públicas e 30 são privadas. Destas<br />

insituições cerca de 15 são<br />

universidades e cerca de 81% dos<br />

habitantes deste Estado com mais<br />

de 25 anos de idade tem um<br />

diploma de 2º grau. Ao entrar para<br />

a universidade, o aluno começa por<br />

frequentar os cursos com grau de<br />

‘undergraduate’ para depois poder<br />

prosseguir os estudos para o grau<br />

UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO SUL<br />

Passaporte<br />

A Universidade da Carolina do<br />

Sul é uma instituição pública. Foi<br />

a primeira insituição de ensino<br />

superior fundada neste Estado,<br />

no ano de 1801 na cidade de<br />

Columbia. Hoje, a universidade<br />

conta com 14 faculdades que<br />

oferecem mais de 350 programas<br />

de estudos com os graus de<br />

bacharelato, mestrado e<br />

doutoramento e tem polos em<br />

diversas cidades da Carolina do<br />

Sul. São mais de 28 mil os<br />

estudantes que frequentam os<br />

cursos de diversas áreas como<br />

gestão, engenharia, direito,<br />

medicina ou farmácia. A maioria<br />

dosestudantes(55%)édosexo<br />

feminino, 84% frequentam<br />

cursos a ‘full-time’ e cerca de<br />

72% residem no alojamento da<br />

universidade. Destes estudantes<br />

existe uma grande percentagem<br />

de estudantes estrangeiros que<br />

vem de mais de 100 países. É<br />

uma universidade selectiva nas<br />

A CAMINHO DO ESPAÇO AMERICANO DO ENSINO SUPERIOR<br />

CAROLINA DO SUL<br />

As primeiras escolas da Carolina do Sul eram privadas e só nelas estudavam<br />

os filhos de famílias com condições financeiras para pagar pelos serviços<br />

fornecidos nas escolas. A primeira universidade deste Estado foi fundada no<br />

ano de 1805 e hoje, na Carolina do Sul, existem 66 instituições de ensino<br />

superior das quais 33 são públicas e 30 são privadas. Um estudante<br />

internacional que tenha dificuldades económicas e que queira frequentar<br />

alguma das universidades deste Estado pode concorrer a bolsas de mérito ou a<br />

empréstimos para conseguir apoio financeiro.<br />

de ‘bachelor’ que tem a duração de<br />

quatro anos. Se o diplomado optar<br />

por seguir os estudos para o 2º<br />

ciclo, obtém o grau de ‘master’que<br />

tem a duração de dois anos.<br />

Alguns ‘master’ podem conduzir a<br />

estudos de doutoramento - os<br />

chamados Ph.D. - que têm a<br />

duração de três anos. Para os<br />

alunos internacionais este período<br />

pode estender-se até aos cinco ou<br />

seis anos.<br />

Créditos<br />

O ensino superior dos EUA também<br />

adoptou um sistema de créditos.<br />

Cada disciplina equivale entre três<br />

suas candidaturas e só aceita<br />

cercade60%dosestudantes<br />

que entregam a sua préinscrição.<br />

São valorizadas as<br />

actividades extra-curriculares e<br />

a média de ‘Scholastic<br />

Assessment Test’ (SAT) para<br />

conseguir ser aceite é de 1.194<br />

valores. Para um estudante<br />

português apresentar a<br />

candidatura a esta universidade é<br />

necessário que tenha o 12º ano<br />

completo. Para além disso, tem de<br />

realizar o ‘Test of English as a<br />

Foreign Language’ (TOEFL), um<br />

exame pedido a quase todos os<br />

estudantes internacionais, e o<br />

SAT, o exame norte-americano de<br />

Uma grande percentagem<br />

do total de 28 mil alunos<br />

desta universidade<br />

vem de mais de 100 países.<br />

a cinco créditos e para transitar de<br />

ano é necessário que o estudante<br />

tenha entre 12 a 15 créditos.<br />

Apoios Sociais<br />

As universidades da Carolina do<br />

Sul oferecem programas de apoio<br />

financeiro, para os estudantes que<br />

tenham dificuldades. Nestes<br />

programas estão incluídas bolsas<br />

de estudo ou de mérito e<br />

empréstimos. Estes programas de<br />

apoio financeiro são fornecidos<br />

pelos governos federal e estatal,<br />

pelas insituições de ensino<br />

superior e pelas organizações<br />

públicas e privadas. ■ A.P.<br />

Wikimedia Foundation<br />

acesso à universidade. Estes<br />

exames podem ser feitos em<br />

Portugal e há escolas com cursos<br />

de preparação. Para frequentar<br />

esta universidade, um estudante<br />

internacional vai pagar cerca de<br />

17.400 euros de propinas, por ano,<br />

mais taxa para aceder aos<br />

aparelhos tecnológicos. O<br />

alojamento na residência<br />

universitária tem o valor entre<br />

2.800 euros e 3.200 euros anuais<br />

e a alimentação entre os 1.700 e<br />

os 2.000 euros. Este valor<br />

depende da quantidade de<br />

refeições (entre dez e 21<br />

refeições) que o aluno pretende.<br />

Para os livros, o estudante deverá<br />

contar com uma despesa que<br />

rondaos700euros.Paraos<br />

estudantes com dificuldades<br />

financeiras, a universidade<br />

oferece vários programas de apoio<br />

financeiro, que passam por bolsas<br />

de estudo e de mérito ou<br />

empréstimos. ■ A.P.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES XV<br />

PEDRO LOURTIE<br />

Professor do Instituto Superior Técnico.<br />

Os estudantes perante<br />

a mobilidade<br />

Estaremos a preparar uma geração que<br />

temmedodecorrerriscos?<br />

Esta semana dei voltas à cabeça para acertar no tema.<br />

Por vezes, tenho vários temas com interesse potencial<br />

para os leitores e que me apetece tratar. Outras vezes há<br />

temas que me interessam, mas que penso não serem<br />

adequados para o Universidades. E ainda se dá o caso de<br />

haver temas em que gostava de pegar, mas que, para<br />

não escrever só banalidades, me obrigariam a um<br />

trabalho para o qual o tempo escasseia.<br />

É a situação desta semana. Depois de ter estado<br />

recentemente numa reunião em que estavam<br />

representantes da Universidade Aalto, resultante da<br />

fusão de três instituições universitárias finlandesas,<br />

concretizada em Janeiro deste ano, um tema possível<br />

era o das fusões, associações ou consórcios de<br />

instituições de ensino superior. Mas não é um tema<br />

para se tratar de forma ligeira.<br />

Outra hipótese era explorar os dados da Pordata (Base<br />

de Dados Portugal Contemporâneo, www.pordata.pt),<br />

disponibilizada publicamente na semana passada. É<br />

especialmente útil ter no mesmo site todo um conjunto<br />

de dados que normalmente se teriam de ir buscar a<br />

várias fontes, para além da possibilidade de os<br />

descarregar e trabalhar. Mas implicava tempo para a<br />

explorar e o acesso estava lento.<br />

Assim, acabei por pegar num relatório, da série ‘Flash<br />

Eurobarometer’, encomendado pela Comissão<br />

Europeia, publicado há cerca de uma ano, e intitulado<br />

‘Students and Higher Education Reform: Special Target<br />

Survey’. Dá conta da opinião dos estudantes de 31<br />

países sobre temas que vão do acesso e dos custos do<br />

ensino superior, à mobilidade e às perspectivas de<br />

continuação de estudos.<br />

Foram as respostas dos estudantes portugueses sobre os<br />

obstáculos à mobilidade que me chamaram a atenção.<br />

As respostas organizam-se em quatro categorias,<br />

“muito grande obstáculo”, “grande obstáculo”,<br />

“pequeno obstáculo” ou “não é obstáculo”, para além<br />

de “não sabe” ou “não aplicável”. Foram inquiridos os<br />

estudantes que nunca pensaram em estudar no<br />

estrangeiro ou que, tendo pensado, desistiram. Sobre se<br />

a falta de dinheiro é um obstáculo à mobilidade, são os<br />

portugueses que ficam em primeiro lugar na categoria<br />

“muito grande obstáculo”, ex-aequo com os búlgaros,<br />

ou em quarto, se juntarmos a segunda categoria,<br />

“grande obstáculo”.<br />

Se não considero este resultado muito surpreendente, o<br />

mesmo não direi da resposta sobre as barreiras<br />

linguísticas. Considerando em conjunto as duas<br />

primeiras categorias, os portugueses ficam em terceiro<br />

lugar, só ultrapassados por turcos e espanhóis. Mas o<br />

que para mim é ainda mais espantoso é que são os<br />

portugueses os que mais identificam a língua como<br />

“muito grande obstáculo”. Bem mais do que os nossos<br />

vizinhos espanhóis, 32% contra 22%, resultado que<br />

parece sugerir que o nosso ensino das línguas está mal.<br />

No entanto, ao analisar as outras questões – dificuldade<br />

em obter reconhecimento dos estudos feitos, falta de<br />

informação, diferente qualidade da educação no<br />

estrangeiro e falta de encorajamento por parte dos<br />

professores – constata-se que os portugueses estão<br />

sempre entre os que mais as consideram um obstáculo,<br />

estando no máximo em sexto lugar e, em dois casos, em<br />

segundo. O que me leva a pensar que, ao identificar<br />

tudo como obstáculo, se esconde falta de confiança<br />

para enfrentar ambientes diferentes. A ser verdade, isto<br />

significa que estamos a preparar uma geração que tem<br />

medo de correr riscos, exactamente o contrário do<br />

empreendorismo que tanto se procura promover. Não<br />

acreditando em justificações genéticas, penso que será<br />

de procurar as causas e as soluções na nossa educação.■


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Mercado liberalizado de electricidade cai<br />

O mercado liberalizado de electricidade tinha, em Janeiro, um peso de<br />

40,6% do total de electricidade consumida em Portugal, abaixo dos 43%<br />

em Dezembro. Esta é, segundo dados da Entidade Reguladora do Sector<br />

Eléctrico (ERSE), a primeira quebra no crescimento deste mercado.<br />

O consumo no mês de Janeiro de 2010 (considerado isoladamente e não<br />

de forma anualizada) foi de 4.914 gigawatt/hora (GWh), com aumentos de<br />

13% face a Dezembro e de 1% face a Janeiro do ano passado.<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Zon Multimédia e Inapa<br />

apresentam resultados anuais.<br />

● Comissão de Inquérito<br />

Parlamentar à actuação do Governo<br />

em relação à Fundação para<br />

as Comunicações Móveis.<br />

● Estradas de Portugal fazem<br />

balanço da Gestão de Obras de Arte.<br />

Paula Nunes<br />

A REN é a única empresa que<br />

admite recuar face aos acordos.<br />

Ana Maria Gonçalves<br />

ana.goncalves@economico.pt<br />

A Redes Energéticas Nacionais<br />

(REN) continua a ser, até ao<br />

momento, uma excepção no<br />

âmbito das negociações salariais<br />

das empresas de capitais<br />

públicos, depois da ordem do<br />

Governo para um congelamento<br />

generalizado.<br />

A TAP e a Caixa Geral de Depósitos,<br />

que à semelhança da<br />

gestora das redes de infra-estruturas<br />

de transporte de gás e<br />

electricidade, também já tinham<br />

fixados aumentos salariais<br />

para 2010, não querem<br />

abrir mão dos acordos fechados<br />

com os sindicatos.<br />

Um sentimento que é extensível<br />

à EDP, com quem a REN fechou<br />

em simultâneo, a 10 de Fevereiro,<br />

o acordo colectivo de<br />

trabalho, fruto da ligação histórica<br />

entre as duas empresas. Em<br />

cima da mesa estão aumentos<br />

de ordenado de 1,5%.<br />

Em contrapartida, a gestão<br />

da REN admite agora recuar.<br />

Depois de ter anunciado na<br />

passada sexta-feira, dia 26,<br />

em conferência de impresa<br />

que os acordos estavam encerrados,<br />

durante o fim-de-semana<br />

a empresa mudou de<br />

tom. Em comunicado, esclareceu<br />

que está a “estudar as<br />

medidas a adoptar com vista a<br />

garantir o cumprimento das<br />

orientações do governo quanto<br />

à política salarial das empresas<br />

do Estado e participadas”.<br />

A medida abrange 700<br />

trabalhadores.<br />

Sem admitir verbalmente o<br />

recurso a um regime de excepção,<br />

como pretende a TAP e a<br />

CGD. Argumento que a transportadora<br />

aérea nacional justifica<br />

com a assinatura prévia dos<br />

acordos com seis dos sete sindicatos<br />

para aumentos de 1,8%.<br />

Um cenário que deixou apenas<br />

de fora os pilotos.<br />

Com aumentos salariais congelados<br />

desde 2007, a TAP procura<br />

agora, a todo o custo, manter<br />

a paz social na empresa. Razão<br />

pela qual pretende ficar de<br />

fora do espartilho imposto pelo<br />

Executivo.<br />

Por outro lado, para além dos<br />

aumentos já acordados, a TAP<br />

está ainda a negociar com os pilotos<br />

a revisão do acordo de empresa<br />

que deverá desembocar<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 29<br />

Empresas do<br />

Estado divergem<br />

na política salarial<br />

em novos aumentos salariais<br />

(ver texto pág. 32).<br />

NosCTT,comumdosquadros<br />

de pessoal mais expressivo<br />

do sector empresarial do Estado,<br />

mais de 15 mil funcionários,<br />

o cenário é de apreensão. A proposta<br />

entregue, a 15 de Fevereiro,<br />

pelos sindicatos é de até<br />

3,5%.Aempresatemagora30<br />

dias para responder.<br />

Mais taxativa é a posição da<br />

CP, que emprega 4.200 pessoas.<br />

Fonte oficial da empresa afirmou<br />

ao Diário <strong>Económico</strong> que<br />

“as orientações do accionista<br />

são para cumprir”. A seu favor<br />

joga o facto de as negociações<br />

com as associações sindicais<br />

ainda não terem arrancado. A<br />

última actualização salarial foi<br />

de 2,9% em 2009. Um cenário<br />

que não deve divergir muito na<br />

Refer, já que as condições são<br />

normalmente similares, também<br />

devido às ligações que existiram<br />

no passado entre as duas sociedades.<br />

■ Com N.M.S., C.S., H.S.<br />

ACÇÕES DA REN<br />

A REN encerrou a sessão de<br />

ontem a cotar a 2,99 euros,<br />

o que face à véspera erpresentou<br />

uma valorização de 1,36%.<br />

3,00<br />

2,85<br />

2,70<br />

01 Fev 2010<br />

Fonte: Bloomberg.<br />

01 Mar 2010


30 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

EMPRESAS<br />

TÊXTIL<br />

Trabalhadores da ex-Maconde<br />

preparam-se para rescindir contratos<br />

Os trabalhadores da Mactrading (ex-Maconde) devem “rescindir os<br />

contratos de trabalho no final deste mês”, garantiu à Lusa, fonte da<br />

Comissão de Trabalhadores. Ontem estava marcado um plenário, mas os<br />

funcionários optaram por “reclamar os créditos em dívida”, explicou<br />

Lurdes Macieira. A Mactrading tem 187 pessoas a laborar e apresentouse<br />

à insolvência por dívidas de três milhões de euros. A Macvila tinha<br />

221 trabalhadores que já rescindiram contrato por justa causa<br />

ALGUMAS DAS NOVIDADES ESPERADAS NESTE EVENTO<br />

Aiptek D25<br />

Mobile Cinema<br />

e se puder levar o cinema 3D<br />

consigo para onde quiser? É esta<br />

a solução oferecida pela Aiptek,<br />

que combina um projector com<br />

um receptor DVB-T, um leitor de<br />

DVD e um rádio portátil. Tudo<br />

isto numa solução compacta e<br />

transportável. Pode ainda ler<br />

CDs e ficheiros MP3.<br />

Cátia Simões<br />

catia.simoes@economico.pt<br />

É a maior feira europeia de tecnologia<br />

e telecomunicações e<br />

onde se revelam as principais<br />

novidades que os gigantes do<br />

sector desenvolveram nos últimos<br />

meses. A CeBIT, feira tecnológica<br />

que arranca hoje em<br />

Hannover, na Alemanha, dá o<br />

passo à frente e marca as tendências<br />

do sector.<br />

E este ano a tendência é, sem<br />

dúvida, a tridimensionalidade,<br />

que vai saltar do ecrã da televisão,<br />

onde só agora está a dar os<br />

primeiros passos, para o computador<br />

e até para máquinas fo-<br />

Archos 7<br />

Android ‘tablet’<br />

Este é o segundo ‘tablet’ Android<br />

da Archos, depois da primeira<br />

versão ter ficado aquém do<br />

esperado. O ecrã ‘touch’ terá<br />

sete polegadas e estará à venda<br />

a partir de Março por 242 euros.<br />

Vai ter ‘webcam’ integrada,<br />

capacidade de armazenamento<br />

de 8GB.<br />

Este ano a tendência<br />

mais forte é a<br />

tridimensionalidade,<br />

que vai saltar<br />

do ecrã de televisão,<br />

onde só agora<br />

está a dar os<br />

primeiros passos,<br />

para o computador<br />

e até para máquinas<br />

fotográficas.<br />

A marca centenária entra pela primeira<br />

vez no mercado da América Latina.<br />

ASUSEeePC1015P,<br />

1016P e 1018P<br />

Desconhecem-se ainda grandes<br />

pormenores dos novos mini computadores<br />

da Asus mas sabe-se<br />

que o 1016P terá bateria com autonomia<br />

de 14 horas, com o ‘wi-fi’<br />

desligado, sobretudo para uso profissional.<br />

Os três modelos vão ter<br />

ecrãs de 10,1 polegadas e vão trabalhar<br />

na nova plataforma Atom.<br />

tográficas. Sempre com óculos<br />

‘wireless’ incluídos, claro. Novos<br />

equipamentos ‘touch’ (que<br />

funcionam ao toque), computadores<br />

inovadores e uma série<br />

de aplicações úteis para telemóveis<br />

são algumas das novidades<br />

que se aguardam na edição<br />

deste ano (ver caixas).<br />

Até sábado, 6 de Março, empresascomoaGoogleeaAmazon<br />

– presentes pela primeira<br />

vez no evento –, a Microsoft, a<br />

Nokia, a Dell, a Motorola e até a<br />

Telefónica estarão espalhadas<br />

por 4.150 expositores a revelar<br />

ao mundo o que estiveram a<br />

desenvolver nos últimos meses.<br />

O evento vai contar com<br />

CERÂMICA<br />

Visabeira inaugura loja Vista Alegre no<br />

México e prepara outra no Brasil<br />

A Vista Alegre Atlantis, empresa que tem como accionista maioritário o<br />

grupo Visabeira, inaugurou recentemente uma loja na Cidade do<br />

México. Esta loja marca a entrada da marca na América Latina, à qual se<br />

vai seguir ainda este ano a abertura de uma segunda loja na mesma<br />

cidade mexicana e outra no Brasil. Para Paulo Varela, CEO da Visabeira,<br />

“a abertura deste espaço representa um importante marco na<br />

internacionalização e no reconhecimento da marca no mundo”.<br />

Computador<br />

Asus NX90<br />

Este computador é um estranho<br />

híbrido entre ‘netbook’ e sistema<br />

de som, com acabamentos em alumínio,<br />

colunas integradas cerca de<br />

vez vezes maiores que o normal. A<br />

marca promete gráficos poderosos<br />

no ecrã de 17 polegadas embora,<br />

para já, o equipamento não passe<br />

de um conceito.<br />

Google e Amazon estreiam-se na<br />

A maior feira europeia de tecnologias começa hoje e vai revelar as grandes tendências nos computado<br />

mais de 360 empresas de 68<br />

países, entre elas 20 portuguesas<br />

(ver texto ao lado).<br />

Apesar do grande número de<br />

expositores, espalhados por<br />

vários pavilhões, a crise afectou<br />

a adesão ao evento: o ano<br />

passado a CeBIT recebeu 400<br />

mil visitantes e contou com<br />

4.300 expositores. Nada que se<br />

compareàediçãode2001do<br />

certame,noaugedabolhatecnológica:<br />

mais de oito mil empresas<br />

estiveram presentes no<br />

evento.<br />

Otemadesta25ªediçãoé<br />

“Mundos Ligados”, por isso é<br />

expectável que, a nível de<br />

‘software’ o <strong>destaque</strong> passe<br />

Várias aplicações<br />

para telemóveis<br />

A CeBIT vai estar recheada de novidades<br />

no que toca a aplicações<br />

para telemóveis. Por exemplo, se<br />

perder as chaves de casa já existe<br />

uma aplicação que, com uma fechadura<br />

específica, permite criar<br />

códigos que servem como “chave”<br />

de casa durante um determinado<br />

período de tempo.<br />

EVENTOS PARALELOS<br />

Música online<br />

Além de receber os expositores a<br />

CeBIT organiza uma série de<br />

eventos paralelos. Um deles é o<br />

@music, um evento dedicado a<br />

editoras, distribuidoras de<br />

música online e artistas, para<br />

discutir a integração da música<br />

com a internet e o tema da<br />

pirataria.


TURISMO<br />

Turismo Porto e Norte de Portugal lança<br />

caixa de experiências UAAUU<br />

A Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal lança<br />

hoje a UAAUU, uma caixa de experiências que aposta nos produtos<br />

estratégicos Natureza, Gastronomia & Vinhos e Saúde & Bem-estar.<br />

Melchior Moreira, presidente da entidade, disse ao Diário <strong>Económico</strong><br />

que é este um serviço “diferenciador, focado no Porto e no Norte de<br />

Portugal” e que visa “a afirmação do destino e a sua notoriedade”.<br />

Numa primeira fase, a UAAUU só estará à venda no mercado nacional.<br />

Fujifilm FinePix<br />

REAL 3D W1<br />

A nova máquina fotográfica da<br />

Fujifilm com 10 megapixéis<br />

permite tirar fotografias a três<br />

dimensões, devido à câmara e, a<br />

duas dimensões,<br />

simultaneamente a cores e a<br />

preto e branco e com zoon e<br />

grande plano, fotografando de<br />

modo independente.<br />

CeBIT<br />

pelo ‘cloud computing’ – uma<br />

tendência que cresceu no último<br />

ano e que consiste em armazenar<br />

a informação dos<br />

computadores em ‘data centers’<br />

e usar programas remotos<br />

para manipular essa informação<br />

– e várias soluções de conectividade<br />

e interactividade.<br />

No que toca a produtos e<br />

inovação, haverá novidades<br />

para todos os gostos. Os ‘sites’<br />

especializados dão como certa<br />

a apresentação da série C de telemóveis<br />

Nokia ou três novas<br />

versões do computador pessoal<br />

Eee, da Asus, com uma bateria<br />

com 14 horas de autonomia.<br />

Ainda assim, e apesar do<br />

SAP disponível para<br />

o iPhone da Apple<br />

As aplicações SAP passarão a estar<br />

disponíveis directamente no<br />

telemóvel da Apple. Por outro lado,<br />

o iPhone também vai receber um<br />

novo programa, o ImageVis3D e<br />

‘woftware’ HybridTerrain, que permite<br />

transformar imagens da Google<br />

Maps ou feitas por computador<br />

no iPhone a qualquer momenot.<br />

burburinho em torno do evento,<br />

alguns ‘sites’ especializados<br />

apontam que não deverá haver,<br />

este ano, nenhum lançamento<br />

que marque uma ruptura tecnológica,<br />

já que muitas das novidades<br />

deste ano foram apresentadas<br />

no CES, feira tecnológica<br />

de Las Vegas,em Janeiro.<br />

FoiocasodoNexusOne,o<br />

tão aguardado telemóvel da<br />

Google. As últimas novidades<br />

em telemóveis – como o Windows<br />

7 Series, sistema operativo<br />

da Microsoft – para telemóvel<br />

foram também reveladas no<br />

Mobile World Congress de Barcelona,<br />

que ocorreu em meados<br />

de Fevereiro. ■<br />

O grupo Changi está interessado no<br />

novo aeroporto de Lisboa.<br />

CEBIT EM NÚMEROS<br />

Ralph Orlowski/Bloomberg<br />

Smartbook Logo com<br />

tecnologia 3G<br />

É outro produto confuso que<br />

será apresentado na CeBIT. O<br />

equipamento é um mix entre<br />

‘smartbook’ e computador<br />

portátil com processador Intel,<br />

ecrã de 11,6 polegadas, já vem<br />

equipado com Windows 7 e<br />

custará cerca de 699 euros.<br />

Entre as 360 empresas<br />

presentes em Hannover,<br />

20 são portuguesas.<br />

res e aplicações. A tecnologia de três dimensões é a estrela.<br />

● Vão estar presentes 360<br />

empresas de 68 países e a feira<br />

contará com 4.150 expositores.<br />

● Cerca de 400 mil pessoas<br />

visitaram o certame em 2009.<br />

Este ano espera-se uma ligeira<br />

quebra na afluência devido<br />

à crise, mas a redução de<br />

visitantes não será significativa.<br />

● Este ano a feira vai contar<br />

com a presença de 20 empresas<br />

portuguesas, o mesmo número<br />

do ano passado.<br />

TRANSPORTES<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 31<br />

Grupo Changi compra 5% do operador<br />

aeroportuária italiano Gemina<br />

O grupo Changi, que gere o aeroporto de Changi (Singapura) e que é<br />

candidato à gestão do novo Aeroporto de Lisboa, anunciou ontem a<br />

compra de 5% do operador aeroportuário italiano Gemina. A Gemina<br />

gere os aeroportos romanos de Fiumicino e Ciampino, com 38,6 milhões<br />

de passageiros em 2009. A Changi Airport Consultants faz parte do<br />

consórcio Asterion, liderado pela Mota-Engil e Brisa, para concorrer<br />

àgestãodonovoaeroportodeLisboaeàprivatizaçãodaANA.<br />

Portugueses<br />

levam ‘estante<br />

inteligente’<br />

As 20 empresas portuguesas<br />

não terão um stand no evento,<br />

mas vão reforçar os contactos<br />

para futuros negócios.<br />

Cátia Simões<br />

catia.simoes@economico.pt<br />

Fazer contactos e reforçar o<br />

‘networking’ são os principais<br />

objectivos das empresas portuguesas<br />

que estarão presentes na<br />

CeBIT, como avançaram as<br />

companhias contactadas pelo<br />

Diário <strong>Económico</strong>.<br />

As 20 empresas portuguesas<br />

não terão um ‘stand’ no evento<br />

e ocuparão o tempo sobretudo a<br />

visitar as outras empresas presentes<br />

– é a oportunidade para<br />

“um primeiro contacto que depois<br />

se pode materializar em<br />

negócio”, como diz Carlos Graça,<br />

da Buglos, empresa fornecedora<br />

de serviços.<br />

As empresas nacionais estão<br />

num evento promovido pela<br />

AgênciadaInovação(ADI),o<br />

“Future Match, onde são organizadas<br />

reuniões de duração<br />

máxima de 30 minutos, aumentandodrasticamenteonúmero<br />

de contactos entre as empresas<br />

participantes que possam representar<br />

potenciais parcerias”,<br />

explica Luís Moreira, director<br />

comercial da Bullet Solutions,<br />

empresa de soluções informáticas<br />

com o foco na investigação<br />

operacional. Segundo dados da<br />

ADI, no Future Match as empresas<br />

portuguesas poderão contactar<br />

“com participantes de 45<br />

países”.<br />

A Softi9, especializada no<br />

desenvolvimento de ‘software’<br />

e soluções para a gestão empresarial,<br />

já esteve presente na feira<br />

em anos anteriores e, este ano,<br />

Jorge Serrano Pinto, directorgeral,<br />

espera a “assinar acordos<br />

de distribuição em três novos<br />

mercados: um da União EuropeiaeoutrosdoisforadaEuropa”.<br />

Até porque, garante,<br />

“como concorremos a nível global<br />

com o que de melhor se produz<br />

nos EUA, Japão ou Alemanha,<br />

a presença internacional<br />

sempre foi vista como natural e<br />

desejável”.<br />

Mesmoquenãoseproporcionem<br />

oportunidades de negócio,<br />

como foi o caso da<br />

Dev2com, que desenvolve soluções<br />

de comunicação de dados<br />

‘wireless’, as empresas ficam<br />

“com uma boa carteira de fornecedores”,<br />

diz Telmo Silva, sócio-gerente<br />

da empresa. Ainda<br />

assim, o responsável avança que<br />

“o panorama actual obriga as<br />

empresas a estar em contenção,<br />

pelo que não vale a pena ter expectativas<br />

elevadas”.<br />

Mais optimista está Manuel<br />

Custódio Lopes, responsável da<br />

Globalsoft BSC, que implementa<br />

projectos tecnológicos para, por<br />

exemplo, a área da saúde.<br />

“Existem algumas expectativas<br />

positivas no sentido de desenvolver<br />

novos contactos e impulsionar<br />

os já existentes”.,<br />

Apesar da maior parte das<br />

empresas portuguesas apresentar<br />

soluções de ‘software’, há<br />

quem leve um produto à CeBIT:<br />

uma parceria entre a Vicaima e a<br />

Creativesystems deu origem à<br />

Surfaceslab, uma “solução de<br />

superfícies inteligentes que têm<br />

a capacidade de leitura e identificação<br />

de objectos através de<br />

tecnologia RFID”, explica fonte<br />

oficial (ver imagem). Ou seja, o<br />

sistema identifica o ‘stock’ em<br />

falta nas prateleiras e envia a<br />

informação para que se proceda<br />

à reposição. ■<br />

PRATELEIRAS INTELIGENTES<br />

O SurfacesLab é uma solução de superfícies<br />

inteligentes que consegue ler<br />

e identificar objectos, abrindo novas<br />

perspectivas à gestão de ‘stocks’.<br />

É desenvolvido em parceria pela<br />

Vicaima e Creativesystems.


32 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

EMPRESAS<br />

TELECOMUNICAÇÕES<br />

Operadoras móveis obrigadas a oferecer<br />

limite de custos com ‘roaming’ na internet<br />

As operadoras de telemóveis europeias passaram a ser obrigadas a<br />

oferecer o limite de custos com ‘roaming’ com a net, estabelecendo um<br />

mecanismo de corte da ligação quando for atingido determinado valor,<br />

avança a Lusa. Os operadores passam a oferecer, a título gratuito, um<br />

limite máximo mensal de 50 euros (podendo os clientes optar por outro<br />

valor), devendo informá-los quando for atingido 80% do limite e<br />

“cortar” o acesso quando o valor for esgotado.<br />

Os pilotos da TAP convocaram nova assembleia-geral<br />

para 10 de Março com um único ponto na agenda,<br />

a discussão do impasse negocial e a discussão das<br />

medidas a adoptar, incluindo recurso à greve.<br />

Hermínia Saraiva<br />

herminia.saraiva@economico.pt<br />

A administração da TAP e o Sindicato<br />

dos Pilotos da Aviação<br />

Civil (SPAC) estão separados<br />

por 15 milhões de euros. Este é,<br />

ao que o Diário <strong>Económico</strong> apurou,<br />

o diferencial entre a contabilização<br />

dos ganhos de produtividade<br />

conseguidos na negociação<br />

do Acordo de Empresa<br />

(AE) e reconhecidos por cada<br />

uma das partes.<br />

ParaoSPAC,queestefimde-semana<br />

convocou uma<br />

nova assembleia-geral com o<br />

objectivo de discutir o impasse<br />

nas negociações, os ganhos de<br />

produtividade conseguidos<br />

valerão cerca de 20 milhões de<br />

euros. Para a TAP, que já reconheceu<br />

que todos os ganhos alcançados<br />

na revisão dos AE serão<br />

repartidos em partes iguais<br />

entre a empresa e os trabalhadores,<br />

os mesmos ganhos rondam<br />

os cinco milhões de euros.<br />

Contactados pelo Diário<br />

<strong>Económico</strong>, nem a TAP nem o<br />

SPAC quiseram comentar estes<br />

valores. Os pilotos reconhecem,<br />

no entanto, que “há uma<br />

discrepância” nos valores que<br />

estão em discussão e acusaram<br />

a administração da TAP, em<br />

comunicado divulgado no domingo,<br />

de “desvalorizar o produto<br />

desta negociação”. O<br />

mesmo documento diz que as<br />

negociações já permitiram<br />

chegar a “um consenso preliminaro”<br />

relativamente ao regulamento<br />

de utilização e<br />

prestação de trabalho dos pilotos<br />

que permitirá à “empresa<br />

encaixar muitos milhões de euros/ano”.<br />

Além dos ganhos de produtividade<br />

conseguidos com a<br />

recente negociação, os pilotos<br />

revelam ainda conceder “do<br />

seu bolso nove milhões de euros/ano<br />

ao abdicaremdo crédito<br />

para férias e muitos milhões<br />

de euros mais com a adopção<br />

de procedimentos operacionais<br />

que permitem uma redu-<br />

O consórcio quer comercializar o robot<br />

vigilante no mercado internacional.<br />

TECNOLOGIA<br />

Consórcio português quer lançar<br />

primeiro ‘robot’ inteligente em 2012<br />

Um consórcio português pretende lançar no mercado em 2012 os<br />

primeiros ‘robots’ vigilantes “inteligentes” do Mundo, anunciou o<br />

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (Inesc<br />

Porto). “Dotados de uma capacidade de visão de 360 graus, estes robots<br />

vigilantes deverão também conseguir detectar gases, incêndios, fumo e<br />

água no chão, e comunicar através de tele e videoconferência, quer com<br />

outros robots quer com humanos”, avança o Inesc, em comunicado.<br />

Administração da TAP e pilotos<br />

separados por 15 milhões de euros<br />

Valorização dos ganhos de produtividade deverá traduzir-se em aumentos salariais.<br />

Fernando Pinto,<br />

presidente da TAP,<br />

disseemSetembro<br />

que a TAP “não<br />

deve, nem pode<br />

‘comprar’ o<br />

diálogo“ com os<br />

pilotos. Agora<br />

poderá enfrentar<br />

nova greve.<br />

Hélder Silva,<br />

presidente do<br />

SPAC, diz que o<br />

transporte aéreo é<br />

aáreamais<br />

lucrativa da TAP e<br />

recusa continuar a<br />

subsidiar as opções<br />

estratégicas da<br />

adminsitração.<br />

ção efectiva de custos com<br />

consumo de combustível”.<br />

Revisão salarial depende<br />

da valorização da produtividade<br />

Dos ganhos de produtividade que<br />

forem conseguidos na negociação<br />

está dependente a revisão salarial<br />

exigida pelos pilotos desde a greve<br />

de dois dias no final de Setembro<br />

de 2009. Na altura, a equipa de<br />

Fernando Pinto afirmou que as<br />

exigências dos pilotos iriam custar<br />

à empresa cerca de 11 milhões de<br />

euros por ano, o equivalente a um<br />

aumento médio de 1.000 euros<br />

por piloto. A valorização defendida<br />

pelo SPAC de cerca de 21 milhões<br />

permitiria, por isso, à empresa<br />

suportar a revisão salarial a<br />

custo zero, já que seria feita à custa<br />

dos ganhos alcançados com o trabalho<br />

dos pilotos. Mas na mesa das<br />

negociações a TAP diz que estes<br />

ganhos não valem mais do que<br />

cinco milhões de euros.<br />

Poresclarecerestáseospilotos<br />

vão exigir que à partilha de<br />

ganhos de produtividade seja<br />

João Paulo Dias<br />

acrescentado o aumento de 9%<br />

exigido no protocolo entregue<br />

em Setembro à adminsitração da<br />

TAPequeera,deacordocom<br />

declarações do presidente do<br />

SPAC na altura, o ponto de partida<br />

para qualquer negociação.<br />

Para já, os pilotos recusaram o<br />

aumento de 1,8% assinado entre<br />

a administração da TAP e os restantes<br />

sindicatos representados<br />

na companhia aérea. Hélder Silva,<br />

presidente do SPAC, disse que<br />

esse valor deveria ser equacionado<br />

no âmbito do processo negocial<br />

em curso.<br />

O aumento salarial de 1,8%<br />

acordado entre a administração<br />

da TAP e os sindicatos vai custar à<br />

transportadora aérea portuguesa<br />

cerca de 4,275 milhões de euros.<br />

Esta acordo acontece quatro anos<br />

depois da última actualização de<br />

remunerações e num ano em que<br />

se estima que a TAP tenha permanecido<br />

no vermelho - além<br />

disso, não estão confirmados os<br />

sinais de recuperação do sector<br />

da aviação a nível mundial. ■


CONSTRUÇÃO<br />

Somague regressa aos lucros com<br />

resultado líquido de 7,5 milhões de euros<br />

A Somague regressou aos lucros em 2009, com um resultado líquido<br />

de 7,5 milhões de euros, valor que compara com prejuízos de 8,9<br />

milhões de euros em 2008, segundo o comunicado enviado pela Sacyr<br />

Vallehermoso, que detém a construtora, à CMVM. As receitas da<br />

Somague cresceram 4,68% para 796,96 milhões de euros.<br />

ASacyrtambémpassoudeumprejuízode256,02milhõesdeeuros,<br />

em 2008, para um lucro de 505,96 milhões de euros em 2009.<br />

PUB<br />

A Orange e a T-Mobile dão origem ao<br />

maior operador móvel do Reino Unido.<br />

TELECOMUNICAÇÕES<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 33<br />

Comissão Europeia aprova fusão<br />

da Orange e T-Mobile no Reino Unido<br />

As autoridades europeias da concorrência aprovaram ontem a fusão<br />

entreaOrangeUKeaT-MobileUK,doisgigantesdastelecomunicações<br />

do Reino Unido, dando luz verde à criação da maior operadora de<br />

comunicações móveis do país. A Comissão Europeia aprova a fusão<br />

desdequeaOrange(daFranceTelecom)eaT-Mobile(daDeutsche<br />

Telekom) aceitem corrigir um “acordo existente de partilha de rede com<br />

a Hutchison 3G UK (3UK)”, para assegurar a concorrência.<br />

Cimpor garante concorrência no Brasil<br />

O CADE assinou um acordo com a Votorantim e vai assinar esta semana com a Camargo Corrêa.<br />

Maria Teixeira Alves<br />

maria.alves@economico.pt<br />

A autoridade da concorrência<br />

brasileira, CADE, tem estado em<br />

contacto com a Cimpor, para que<br />

esta dê garantias que se vai manter<br />

concorrente, no Brasil, da<br />

Votorantim e da Camargo Corrêa.<br />

A Cimpor deverá assinar um<br />

compromisso nesse sentido.<br />

A Cimpor Brasil tem cerca de<br />

10% da quota de mercado brasileiro,eoCADEquergarantirque<br />

os novos accionistas da Cimpor<br />

não irão usufruir desta subsidiária<br />

para perverter as regras de<br />

boa concorrência. Isto até à decisão<br />

final do CADE sobre o impacto<br />

concorrencial no Brasil<br />

desta aquisição em Portugal.<br />

O Ministério da Justiça brasi-<br />

leiro, através da Secretaria de Direito<br />

<strong>Económico</strong> (SDE), pediu ao<br />

CADE para interpor uma medida<br />

cautelar à compra da Cimpor,<br />

porque “receia que tais aquisições<br />

possam culminar na elevação<br />

de custos de rival não alinhado<br />

ao suposto cartel”, matéria de<br />

fundo que está a ser analisada<br />

num processo administrativo que<br />

decorre naquela SDE. Com a finalidade<br />

de salvaguardar que não<br />

fica em causa a eficácia da decisão<br />

final, a tomar pelo CADE, a<br />

SDE requereu a adopção de uma<br />

medida cautelar para “proibir as<br />

empresas Votorantim, Lafarge,<br />

Camargo e Cimpor de realizar<br />

qualquer transferência de activos<br />

relacionados com os negócios<br />

que desenvolvem no Brasil” e<br />

ainda de “proibir a Votorantim e a<br />

A Camargo Corrêa,<br />

liderada por José<br />

Edison, tal como<br />

a Votorantim,<br />

também vai<br />

chegar a acordo<br />

comoCADE,<br />

garantindo a<br />

reversibilidade da<br />

compra da Cimpor.<br />

Camargo de exercer qualquer ingerência<br />

ou influência na Cimpor<br />

em relação a quaisquer das suas<br />

unidades no Brasil, inclusive abstendo-se<br />

de participar em reuniões<br />

da Administração que tratem<br />

de decisões ou informações<br />

sensíveis nessa matéria”.<br />

Em resposta, o CADE aceitou<br />

assinar, quer com a Votorantim,<br />

quer com a Camargo, um acordo<br />

em que ambas se comprometem<br />

a não interferir na gestão de activos<br />

brasileiros da Cimpor. A<br />

Votorantim já tem o acordo<br />

prontoeaCamargoiráassiná-lo<br />

esta semana. De qualquer maneira,<br />

parece estar já claro que o<br />

CADE não pode impor a reversibilidade<br />

do negócio em Portugal.<br />

Pode, quanto muito, forçar a<br />

vender activos no Brasil, ou<br />

aplicar uma multa que pode ir<br />

até 30% da facturação.<br />

Os responsáveis da Camargo<br />

e da Votorantim estão em Portugal<br />

para negociarem a lista<br />

única de administradores, com<br />

os accionistas e também para se<br />

reunirem, com a CMVM e com a<br />

administração da Cimpor. Por<br />

causa das suspeitas de concertação<br />

entre os dois accionistas<br />

brasileiros da Cimpor, com posições<br />

equivalentes.<br />

A Cimpor deverá adoptar um<br />

modelo de ‘governance’ e de<br />

equilíbrio accionista semelhante<br />

ao que existe no BPI. Ou seja,<br />

onde dois grandes blocos accionistas<br />

se comprometem em<br />

apoiar uma estratégia para a<br />

Cimpor, sem interferir na comissão<br />

executiva. ■


34 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

EMPRESAS<br />

TURISMO<br />

Sonae cria nova empresa para fazer<br />

a gestão dos hotéis do grupo<br />

A Sonae Turismo Hotéis vai juntar competências para a gestão<br />

transversal dos hotéis que integram a Sonae Capital. Esta nova<br />

empresa, que passa por um novo modelo estrutural central do negócio<br />

hoteleiro, junta o Porto Palácio Congress Hotel, as unidades Aqualuz<br />

na Península de Tróia e o empreendimento de Lagos. Assim, a Sonae<br />

Turismo Hotéis faz um “aproveitamento sinérgico de custos,<br />

e é encabeçada por Miguel Velez, antigo director-geral do Porto Palácio.<br />

Mota e FCC<br />

agravam<br />

guerra no TGV<br />

Consórcio da Mota-Engil acusa a FCC de não<br />

cumprir as horas de manutenção exigidas.<br />

Nuno Miguel Silva<br />

nuno.silva@economico.pt<br />

O processo para decidir o vencedor<br />

do concurso público internacional<br />

para a construção do troço<br />

de AltaVelocidade ferroviária entre<br />

Lisboa e o Poceirão, incluindo<br />

a terceira ponte sobre o Tejo, está<br />

cada vez mais agitado. Os consórcios<br />

concorrentes do Tavetejo,<br />

agrupamento liderado pelos espanhóis<br />

da FCC, já protestaram a<br />

classificação provisória do concurso<br />

definida pelo júri de avaliação<br />

das propostas, ameaçam ir<br />

para tribunais cíveis em Portugal<br />

enaUniãoEuropeiaseojúrinão<br />

afastar a proposta da FCC e continuam<br />

a detectar defeitos incontornáveis<br />

no projecto do grupo<br />

espanhol .<br />

Fonte do consórcio da Mota-<br />

Engil adiantou ao Diário <strong>Económico</strong><br />

que – após as questões técnicas<br />

e de segurança da nova<br />

ponte, alegadamente detectadas<br />

no projecto da FCC –, estão agora<br />

em cima da mesa eventuais incumprimentos<br />

do consórcio espanhol<br />

no que toca aos mínimos<br />

de taxa de disponibilidade que a<br />

Rave, empresa responsável pelo<br />

concurso, exige.<br />

“Estes níveis muito elevados<br />

de disponibilidade exigem que os<br />

concorrentes mobilizem e dimensionem<br />

meios de monitorização<br />

em tempo real, meios humanos,<br />

de organização e de<br />

equipamento de manutenção e<br />

António Mendonça,<br />

ministro das Obras<br />

Públicas, quer<br />

acelerar o projecto<br />

do TGV, mas<br />

oconcurso<br />

da nova ponte<br />

(troço Caia-<br />

Poceirão), ameaça<br />

complicar-se.<br />

de reparação de avarias que assegurem<br />

aqueles níveis dentro do<br />

único período autorizado de<br />

quatro horas nocturnas”, explica<br />

a referida fonte do agrupamento<br />

comandado pela Mota.<br />

A razão desta nova queixa em<br />

relaçãoàFCC,équeaproposta<br />

do grupo espanhol exige a interrupção<br />

da circulação da linha de<br />

alta velocidade durante uma<br />

hora por dia, para além da janela<br />

autorizada das quatro horas durante<br />

a noite. Com efeito, a proposta-base<br />

do Tavetejo no que<br />

respeita à “estratégia de manutenção”,<br />

a que o Diário <strong>Económico</strong><br />

teve acesso, especifica, na<br />

página 3 desta secção, que a linha<br />

[de TGV] fica dedicada à<br />

manutenção durante as inspecções<br />

periódicas (em média uma<br />

horapordiadasemana)etambém<br />

durante os períodos de manutenção<br />

programados”, acrescentando<br />

“geralmente em média<br />

3 a 4 horas de trabalho por dia”.<br />

Segundo os responsáveis do<br />

consórcio da Mota-Engil, mesmo<br />

que considerado em apenas<br />

uma secção da via, esta imposição<br />

leva a que “a disponibilidade<br />

da infraestrutura da proposta<br />

seja de 97,66% a 99, 87%, dependente<br />

da secção encerrada,<br />

mas sempre inferior aos mínimos<br />

exigidos”. Para o consórcio<br />

Altavia, esta situação é tanto<br />

mais grave quanto a alta velocidade<br />

é muito rigorosa em termos<br />

de atrasos, exigindo o ressarcimento<br />

aos clientes quando tal<br />

sucede.<br />

“A Tavetejo mantém a posição<br />

que sempre assumiu neste processo<br />

de não fazer comentários<br />

às propostas apresentadas pelos<br />

concorrentes e reafirma que está<br />

totalmente posta fora de causa<br />

tentar influenciar a comissão.<br />

Não nos manifestámos à comissão<br />

e não vamos fazê-lo. Mais<br />

uma vez, os nossos concorrentes<br />

dão sinais de desespero perante<br />

uma proposta já classificada pelo<br />

júri em primeiro lugar”.<br />

Até ao fecho da edição não foi<br />

possível obter informações junto<br />

da Rave em relação à data provável<br />

para o júri se pronunciar sobre<br />

estas queixas. ■<br />

A Galp Energia poderá vir a explorar<br />

petróleo em São Tomé e Príncipe.<br />

PETRÓLEO<br />

IBERIA COBRA MAIS PELA BAGAGEM<br />

Galp, Sonangol e Petrogás podem formar<br />

consórcio para operar em São Tomé<br />

A Galp Energia, a Sonangol e a Petrogás poderão formar um consórcio<br />

para exploração de petróleo na zona económica exclusiva de São Tomé<br />

e Príncipe, garantiu ontem à Lusa o director administrativo<br />

e de relações públicas da Agência Nacional de Petróleos. “As altas<br />

instâncias políticas do país têm manifestado esse interesse e parece-me<br />

ter havido um acolhimento positivo quer por parte da Galp, quer por<br />

parte da Sonangol, disse Carlos Neves. A decisão é política, adiantou.<br />

Dani Cardona/Reuters<br />

A companhia aérea espanhola começou ontem a cobrar aos passageiros que viajem<br />

em classe turística, nos voos nacionais e europeus, uma taxa pela segunda mala:<br />

60 euros se pagarem no aeroporto e 50 euros se o ‘check-in’ for feito na internet.<br />

A medida da Iberia visa reduzir a carga dos aviões para poupar combustível.<br />

Os limites de peso mantêm-se: 23 quilos é o limite da primeira bagagem.


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36 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

EMPRESAS<br />

Coluna do sector corticeiro<br />

Cincork envolveu<br />

8.000 pessoas na sua<br />

actividade em 2009<br />

No último ano, o centro foi frequentado potr 8.000 pessoas,<br />

o que corresponde a 300 mil horas de formação.<br />

O Centro Profissional da Indústria da Cortiça (Cincork) tem<br />

vindo a desenvolver uma oferta formativa de valor acrescentado,<br />

essencial ao desenvolvimento sustentável não só da indústria<br />

da cortiça, mas também do concelho de Santa Maria<br />

da Feira e da região do Entre Douro e Vouga.<br />

No que concerne ao ano 2009, frequentaram o Centro<br />

cerca de 8.000 mil pessoas, em acções de formação e em<br />

processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de<br />

Competências (RVCC), perfazendo um total de 300 mil<br />

horas de volume de formação. Na verdade, temos vindo a<br />

assistir, ao longo dos últimos anos, a uma tendência crescente<br />

da actividade do Cincork, sendo de relevar que relativamente<br />

ao ano de 2007, observa-se uma duplicação do<br />

número de pessoas e um aumento substancial do volume<br />

de formação.<br />

Por detrás destes resultados, consideramos que o esforço<br />

empreendido pelas empresas e a confiança depositada pelos<br />

diferentes intervenientes na acção implementada pelo<br />

Cincork, combinam-se para criar contextos propícios ao<br />

desenvolvimento da iniciativa, cooperação e aprendizagem<br />

permanente.<br />

Nesta perspectiva, parece-nos oportuno salientar que existe<br />

da parte do Centro um empenho acrescido para responder às<br />

expectativas dos diferentes públicos-alvo (jovens, desempregados<br />

e activos), traduzido no desenvolvimento de acções<br />

de formação que incidem na Aprendizagem, na Educação e<br />

Formação de Adultos e na Formação Modular, atendendo às<br />

exigências requeridas de polivalência, responsabilização,<br />

comunicação e trabalho em equipa.<br />

Os Centros Novas Oportunidades<br />

do Cincork certificaram 938 adultos<br />

de nível básico e secundário no ano<br />

de 2009, representando um aumento<br />

de cerca de 50 por cento face<br />

ao ano anterior.<br />

Vale a pena destacar que a formação profissional não é<br />

uma simples transmissão de conhecimentos, desfasada da<br />

realidade quotidiana e sócio-profissional das empresas, mas<br />

sim um meio de criar sinergias que permitam acompanhar e<br />

responder às solicitações da envolvente.<br />

Paralelamente, relevamos que o processo de RVCC, corporizado<br />

na Iniciativa Novas Oportunidades, tem vindo a<br />

constituir uma “porta de entrada” dirigida a todos aqueles<br />

que pretendem melhorar as suas qualificações escolares e<br />

profissionais. Dentro deste quadro, os Centros Novas Oportunidades<br />

do Cincork certificaram 938 adultos de nível básico<br />

e secundário no ano de 2009, representando um aumento<br />

decercade50porcentofaceaoanoanterior.<br />

Com efeito, é opinião alargada das empresas que uma<br />

parte significativa dos activos que frequentaram acções de<br />

formação e/ou concluíram o processo de RVCC revelam<br />

uma maior abertura ao conhecimento e uma maior disponibilidade<br />

para aprender, a par de uma maior auto-estima<br />

e auto-confiança que marcam positivamente a sua atitude<br />

no trabalho.<br />

Efectivamente, as empresas necessitam cada vez mais,<br />

de profissionais qualificados, com atitudes renovadas, ganhando<br />

em dinamismo, em capacidade de adaptação e de<br />

resposta ao ambiente competitivo. Certo é que a aprendizagem<br />

permanente representa uma possibilidade objectiva<br />

para lidar com os processos de mudança e conduzir a novas<br />

oportunidades de negócio. ■<br />

Colaboração de Silvério Cordeiro, Director do Cincork<br />

info@apcor.pt<br />

A IDC estima um crescimento de 66%<br />

no ‘software’ disponível pela internet.<br />

Marina Conceição<br />

marina.conceicao@economico.pt<br />

Ficar hospedado num hotel em<br />

qualquer parte do mundo foi,<br />

em média, 14% mais barato o<br />

ano passado. Portugal não foi<br />

excepção e os preços dos quartos<br />

nas unidades portuguesas<br />

caíram 15%, em média, para os<br />

82 euros por noite, segundo o<br />

estudo anual Hotel Price Index,<br />

do Hotels.com, maior ‘site’ de<br />

reservas ‘online’ do mundo.<br />

Em Lisboa, o preço médio ficou<br />

nos 84 euros, uma quebra<br />

na ordem dos 15% enquanto que<br />

a cidade de Portimão, no Algarve,<br />

registou a maior queda de<br />

preços em territíorio nacional:<br />

menos 49% para os 62 euros.<br />

A única região portuguesa<br />

com uma ligeira subida dos<br />

preços médios foi o Alvor, com<br />

os hotéis a cobrarem uma mé-<br />

TECNOLOGIA<br />

Investimento nacional em ‘software’<br />

vai ultrapassar os 17 milhões de euros<br />

O investimento do mercado nacional em ‘software’ como serviço deverá<br />

atingir os 17,6 milhões de euros em 2010, um crescimento de 66% face<br />

a 2009, segundo o relatório “Western European Software-as-a-Service<br />

Forecast, 2009-2013” da IDC. A utilização de ‘software’ disponibilizado<br />

pela internet está a aumentar, estimando que o investimento neste<br />

mercado irá apresentar uma taxa de crescimento anual de 47,9%<br />

de 2009 a 2013.<br />

Preços dos hotéis em<br />

Portugal caíram 15%<br />

Os hotéis portugueses de cinco estrelas estão também<br />

entre os mais baratos do mundo.<br />

dia de 111 euros, mais 2% do<br />

que em 2008.<br />

O presidente da Associação<br />

Hotéis de Portugal (AHP), Henrique<br />

Veiga, explicou ao Diário<br />

<strong>Económico</strong> que os 15% de queda<br />

nos preços em relação a 2008 não<br />

o surpreendem e vão ao encontro<br />

das conclusões a que a AHP chegouaolongodoanopassado.No<br />

A cidade de Portimão<br />

foi a que registou<br />

a maior queda no<br />

preço médio em<br />

Portugal: menos 49%<br />

por quarto em 2009,<br />

o que representa<br />

62 euros por noite.<br />

Infografia: Marta Carvalho | marta.carvalho@economico.pt<br />

entanto, este movimento descendente<br />

teve duas fases. Segundo<br />

Henrique veiga “até Junho era<br />

a taxa de ocupação que caía sem<br />

se alterar o preço médio. Só no<br />

segundo semestre é que se ajustou<br />

o preço médio dos hotéis”.<br />

Portugal entre os países com<br />

cinco estrelas mais baratos<br />

Do total da amostra – 94 mil<br />

unidades em 16 mil países, que é<br />

a base da amostra do Hotels.com<br />

– há 27 capitais em que<br />

é possível pernoitar num hotel<br />

de cinco estrelas por menos de<br />

150 euros por noite. Lisboa é<br />

uma delas, o que “é mau” para o<br />

destino, refere Henrique Veiga.<br />

“Os hotéis não têm a rentabilidade<br />

que precisam e mostra que<br />

há uma segmentação muito<br />

próxima e não há uma diferença<br />

entre estrelas muito significativa”,<br />

afirmou o responsável. ■


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38 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

FINANÇAS<br />

Obrigações do Tesouro<br />

para as famílias à venda<br />

nos CTT em Junho<br />

Secretário de Estado do Tesouro garante que novo instrumento de dívida<br />

pública terá uma remuneração mais elevada que os certificados de aforro.<br />

Sandra Almeida Simões<br />

sandra.simoes@economico.pt<br />

A emissão de Obrigações do Tesouro<br />

direccionada para o mercado<br />

de retalho está a ser ultimadaeasuasubscriçãopoderáser<br />

efectuada a partir de Junho em<br />

qualquer estação dos Correios.<br />

Embora, as condições não estejam<br />

ainda totalmente definidas,<br />

há já uma certeza: a remuneração<br />

deste novo instrumento financeiro<br />

será mais elevada do<br />

que a actual rendibilidade dos<br />

certificados de aforro.<br />

A garantia foi dada ao Diário<br />

<strong>Económico</strong> pelo secretário do Estado<br />

do Tesouro e das Finanças.<br />

Para Carlos Costa Pina, a criação<br />

deste novo produto, “mais do que<br />

fomentar a poupança dos portugueses,<br />

pretende democratizar o<br />

mercado de dívida pública, ao<br />

permitir o acesso dos pequenos<br />

investidores a instrumentos actualmente<br />

reservados a institucionais”,<br />

ao mesmo tempo que<br />

funcionará como uma nova forma<br />

de financiamento do Estado.<br />

Actualmente, o investimento<br />

em dívida do Estado português<br />

pode ser realizado através das<br />

Obrigações (OT) e os Bilhetes do<br />

Tesouro (BT), por via directa, e<br />

através dos certificados de aforro<br />

ou fundos de investimento, de<br />

forma indirecta. As subscrições<br />

dos certificados podem ser efectuadas<br />

nos correios. Quanto às OT<br />

e BT, tendo em conta que são<br />

transaccionados em pequenos lotesnosegmentoderetalhoda<br />

bolsa nacional e os custos de negociação<br />

associados, podem ser<br />

adquiridas através de instituições<br />

financeiras ou através de fundos<br />

de investimento.<br />

“Independentemente de haver<br />

canais de distribuição a funcionar<br />

junto de entidades especializadas<br />

que pretendam vender<br />

oprodutoaoretalho,queremos<br />

queanovaaplicaçãopossater<br />

também um mecanismo de<br />

subscrição directa junto do próprio<br />

Estado, através do IGCP e<br />

CTT, tal como os certificados.”<br />

Até Junho, Governo e IGCP<br />

têm ainda outras características<br />

para definir, como o prazo de ma-<br />

“Nesta nova<br />

aplicação, o período<br />

de imobilização<br />

do capital mais longo<br />

é a contrapartida<br />

de uma remuneração<br />

mais elevada”,<br />

justifica Carlos<br />

Costa Pina.<br />

RENTABILIDADE<br />

4,094%<br />

As Obrigações do Tesouro para<br />

retalho terão juros equivalentes à<br />

‘yield’ das OT com maturidade<br />

equivalente. Ontem a ‘yield’ das<br />

OT a 10 anos seguia nos 4,094%.<br />

0,812%<br />

Quem subscrever certificados de<br />

aforro este mês terá um juro<br />

anual bruto de 0,812%. Em<br />

termos líquidos (após impostos),<br />

a taxa não irá além dos 0,649%.<br />

turidade, montante da emissão e<br />

liquidez. Para já, está estipulada a<br />

rendibilidade do produto: “As OT<br />

destinadas aos aforradores terão<br />

como referência os juros (‘yields’)<br />

das OT destinadas aos institucionais<br />

para a maturidade equivalente,<br />

como o prazo de 10 anos”,<br />

avança Costa Pina. Ontem, a<br />

‘yield’ das OT a 10 anos situava-se<br />

nos 4,094%.<br />

Certificados, rivais ou aliados?<br />

No entender de Costa Pina serão<br />

mais as diferenças do que as semelhanças<br />

entre as OT para retalho<br />

e os Certificados de Aforro<br />

(CA). A remuneração é a primeira<br />

e a mais significativa dessas divergências.<br />

Os CA, em queda há<br />

12 meses, vão pagar em Março jurosde0,812%.Noentanto,Costa<br />

Pina frisa que este valor se refere<br />

“apenas à taxa de entrada nos CA<br />

que, além de capitalizarem trimestralmente,<br />

oferecem crescentes<br />

prémios de permanência”.<br />

De qualquer forma, “o período<br />

de imobilização mais longo é a<br />

contrapartida de uma remuneração<br />

mais elevada da nova aplicação”.<br />

E é precisamente a maturidade<br />

a segunda característica que<br />

afasta o novo instrumento dos<br />

CA. Apesar dos certificados terem<br />

um prazo de 10 anos, o aforrador<br />

pode investir e passado três meses<br />

desinvestir. “Perante esta permanente<br />

liberdade de saída, a remuneração<br />

dos certificados tem de<br />

ser mais baixa. Daí que para uma<br />

taxa de juro mais interessante e<br />

elevada, a subscrição terá uma<br />

um período de imobilização mais<br />

longo”. Diogo Teixeira, administrador<br />

da Optimize, diz que este<br />

instrumento “não irá rivalizar<br />

com os certificados, pois são produtos<br />

totalmente diferentes” e<br />

acredita no sucesso desta emissão,<br />

já que “os aforradores procuram<br />

soluções de investimento, alternativas<br />

aos depósitos, mas com<br />

o carimbo da garantia do Estado”.<br />

De qualquer forma, o administrador<br />

alerta para o risco de vender<br />

produtos de taxa fixa no retalho.<br />

“Tem de ser feita uma comunicação<br />

clara deste produto, para que<br />

o aforrador tenha percepção dos<br />

benefícios e riscos”. ■<br />

DESCUBRA AS DIFERENÇAS<br />

1<br />

Obrigações<br />

do Tesouro<br />

Sãooprincipalveículode<br />

financiamento do Estado. São<br />

emitidas através de operações<br />

sindicadas, leilões ou subscrição<br />

limitada e têm um prazo que varia<br />

entreume50anos,comousem<br />

cupão, taxa de juro fixa, amortizáveis<br />

no vencimento pelo valor nominal.<br />

2<br />

Bilhetes do Tesouro<br />

São valores mobiliários de curto<br />

prazo. Os Bilhetes de Tesouro têm<br />

o valor unitário de um euro,<br />

podendo ser emitidos com prazos<br />

até um ano. A aquisição de OT e<br />

os BT está reservada a<br />

investidores institucionais.<br />

3<br />

Certificados<br />

de aforro<br />

Têm como principal característica<br />

a distribuição a retalho, tal como<br />

ocorrerá com o novo instrumento.<br />

O lançamento da série C e a<br />

alteração no cálculo dos juros<br />

ditou a queda na remuneração e<br />

um ritmo de fuga elevado de<br />

investidores.<br />

4<br />

Obrigações do<br />

Tesouro para retalho<br />

As OT para pequenos aforradores<br />

será lançada a partir de Junho.<br />

Sabe-se para já que terão juros<br />

equivalentes à ‘yield’ das OT com<br />

maturidade equivalente, 10 anos.<br />

Estes títulos poderão ter risco de<br />

perda de capital se forem<br />

vendidos antes da maturidade.<br />

As obrigações do tesouro para<br />

particulares serão vendidas<br />

nos Correios, tal como os<br />

certificados de aforro.


CGD lucra menos 11% em Espanha<br />

O Banco Caixa Geral, da Caixa Geral de Depósitos, lucrou no ano passado<br />

9,54 milhões de euros, menos 11,2% que em 2008, noticiou ontem a<br />

imprensa espanhola. O reforço de provisões em 75% justificam em parte<br />

esta queda. A margem bruta subiu 11,1%. Nos dados de balanço, o banco<br />

espanhol registou um aumento de 24,3% na captação de depósitos,<br />

enquanto no crédito a clientes, que atingiu os 4,73 mil milhões de euros,<br />

houve um crescimento de 24,2% nos empréstimos à habitação.<br />

AGENDA DO DIA<br />

● O grupo britânico Provident<br />

Financial divulga hoje os seus<br />

números preliminares<br />

● O Allied Irish Banks informa<br />

igualmente o mercado das suas<br />

contas preliminares<br />

● A Inapa estreia-se no PSI 20<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

Governo e IGCP estão a ultimar<br />

os detalhes da emissão de OT<br />

para retalho.<br />

Sandra Almeida Simões<br />

sandra.simoes@economico.pt<br />

OsecretáriodeEstadodoTesouro<br />

e das Finanças desvendou<br />

alguns dos detalhes da emissão<br />

de Obrigações do Tesouro para<br />

pequenos aforradores. Em entrevista<br />

telefónica ao Diário<br />

<strong>Económico</strong>, Carlos Costa Pina<br />

adiantou que este novo produto<br />

não terá novidades em matéria<br />

de fiscalidade. O membro do<br />

Executivo revelou ainda que a<br />

Conta Poupança-Futuro (para<br />

bebés) será idêntica ao novo<br />

instrumento de dívida pública.<br />

A emissão de Obrigações do Tesouro<br />

para o retalho pretende<br />

fomentar a poupança, ao mesmo<br />

tempo que irá contribuir<br />

para o financiamento do Estado.<br />

Qualéomontanteprevistopara<br />

a emissão?<br />

Ainda estamos a trabalhar na<br />

proposta. De qualquer forma, o<br />

montante da emissão não é<br />

prioritário, já que o financiamento<br />

do Estado português estará<br />

assegurado pelas vias tradicionais,<br />

através do mercado<br />

especializado de OT e BT. A<br />

ideia de base deste produto,<br />

mais do que fomentar a poupança,<br />

é democratizar as Obrigações<br />

de Tesouro. Não consideramos<br />

o fomento da poupança<br />

como um aspecto urgente<br />

que carece de resolução, já que<br />

a taxa de poupança dos portugueses<br />

tem vindo a crescer e<br />

acreditamos que em 2010 continue<br />

essa trajectória.<br />

E em termos fiscais, haverá alguma<br />

novidade neste produto?<br />

Não estamos a pensar nisso. Os<br />

cenários, em cima da mesa neste<br />

momento, não prevêem um<br />

regime fiscal específico. Será<br />

atribuída a fiscalidade normal.<br />

Este instrumento vai competir<br />

com os certificados?<br />

Não, porque são produtos diferentes.<br />

Nos certificados, os portugueses<br />

podem investir e desinvestir<br />

trimestralmente e os<br />

juros são os que conhecemos.<br />

Para uma remuneração mais interessante<br />

e elevada, a subscrição<br />

da nova aplicação terá um<br />

período de imobilização do capital<br />

mais longo. No fundo, es-<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 39<br />

ENTREVISTA COSTA PINA Secretário do Estado do Tesouro e das Finanças<br />

“O objectivo do<br />

novo produto é<br />

democratizar as OT”<br />

tas são as condições actuais para<br />

qualquer investidor de dívida<br />

pública em Portugal. Institucionais<br />

ou financeiros que comprem<br />

as OT no mercado internacional<br />

só terão reembolso na<br />

maturidade, a menos que efectuem<br />

transacções em mercado<br />

secundário e aí correm risco de<br />

preço e perda de capital.<br />

Esta será a lógica aplicada também<br />

à Conta Poupança-Futuro?<br />

Esse ‘dossier’ ainda está a ser<br />

trabalhado. De qualquer forma,<br />

a lógica dessa conta, destinada a<br />

crianças e jovens até à maturidade<br />

dos seus titulares, é muito<br />

semelhante às OT para retalho.<br />

Permitir, para um período de<br />

aplicação da poupança e imobilização<br />

de longo prazo, uma remuneração<br />

idêntica às OT. ■<br />

Carlos Costa Pina<br />

diz que está<br />

optimista no<br />

sucesso desta<br />

emissão. “É um<br />

instrumento de<br />

poupança<br />

interessante e<br />

apelativo para os<br />

investidores.”


40 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

FINANÇAS<br />

SEGUROS<br />

AIG vende filial asiática<br />

por 26 mil milhões de euros<br />

O Prudential, maior grupo de seguros britânico, acordou com a AIG<br />

adquirir a sua unidade asiática por 35,5 mil milhões de dólares (cerca de<br />

26 mil milhões de euros). Com esta aquisição, este grupo do Reino<br />

Unido passa a ser líder nos mercados de Hong Kong, Singapura, Malásia,<br />

Indonésia, Vietname, Tailândia e Filipinas. A AIG, que agora vendeu o<br />

seu negócio na Ásia, foi uma das principais vítimas da crise financeira e<br />

teve de ser salva em 2008 pelo Tesouro norte-americano.<br />

Na sessão de ontem, a Galp<br />

foi a empresa que liderou<br />

os ganhos do índice.<br />

Tiago Figueiredo Silva<br />

tiago.silva@economico.pt<br />

A bolsa de Lisboa está cada vez<br />

com mais energia. Depois de na<br />

passada sexta-feira ter destronado<br />

a EDP como a maior empresa<br />

do PSI 20, a Galp reforçou<br />

ontem este estatuto e já vale<br />

mais de 10 mil milhões de euros.<br />

A petrolífera presidida por<br />

Ferreira de Oliveira liderou os<br />

ganhos da sessão, com as acções<br />

a dispararem 3,86% para os<br />

12,385 euros. Além de ter regressado<br />

aos níveis de Janeiro -<br />

última vez que fechou acima dos<br />

12 euros por acção - a cotação<br />

de ontem conferiu-lhe uma capitalização<br />

bolsista de 10,27 mil<br />

milhões euros. Contas feitas,<br />

são já 277 milhões que separam<br />

as duas maiores empresas da<br />

praça lisboeta. A dimensão da<br />

petrolíferaécadavezmaiore<br />

supera em 32 vezes o valor de<br />

mercado, de 314 milhões de eu-<br />

Os resultados do HSBC desiludiram as<br />

expectativas dos analistas.<br />

ros, da cotada menos valiosa do<br />

índice, a Sonae Indústria.<br />

“Os motivos para os ganhos<br />

recentes da Galp são as revisões<br />

em alta feitas por várias casas<br />

de investimento e o facto do<br />

mercado ter gostado das contas<br />

anuais”, justificou o analista da<br />

Intervalores, Marco Franco. Já<br />

o gestor de activos do Banco<br />

Carregosa, Tiago Ribeiro Pereira,<br />

salientou que o “anunciado<br />

interesse da Sonangol em entrar<br />

directamente no capital da<br />

petrolífera é um facto que<br />

pode claramente influenciar a<br />

evolução da cotação”. Face ao<br />

recente “apetite” investidor, o<br />

título acumula ganhos próximos<br />

de 8% nas últimas duas<br />

sessões e já apresenta um saldo<br />

positivo desde o arranque do<br />

ano, de 2,5%.<br />

Questionados sobre o facto<br />

da liderança da Galp como<br />

maior cotada do PSI 20 poder<br />

ser apenas pontual ou dura-<br />

BANCA<br />

Lucros do HSBC sobem 1,9%<br />

para os 4,31 mil milhões de euros<br />

Galp supera os 10 mil milhões<br />

e reforça liderança na bolsa<br />

O banco HSBC lucrou 5,83 mil milhões de dólares (cerca de 4,31 mil<br />

milhões de euros) em 2009, mais 1,9% do que no anterior. Os resultados<br />

deste gigante britânico desiludiram consideravelmente os analistas que<br />

estimavam um lucro de 6,4 mil milhões de dólares (4,73 mil milhões de<br />

euros). A necessidade de reforçar provisões para fazer face ao crédito<br />

malparado justifica os menores resultados. No total do ano, o banco<br />

constituiu provisões de 26,49 mil milhões de euros.<br />

Petrolífera está a 522 milhões de se tornar na quarta maior empresa do sector da zona euro.<br />

A petrolífera<br />

liderada por Ferreira<br />

de Oliveira estava<br />

ontem avaliada<br />

pelo mercado em<br />

10,27 mil milhões<br />

de euros,<br />

reforçando o<br />

estatuto de maior<br />

cotada do PSI 20.<br />

doura, os analistas são cautelosos.<br />

Se para Marco Franco é<br />

necessário ter em atenção não<br />

só os ‘drivers’ da petrolífera<br />

como das rivais perseguidoras,<br />

um outro analista considerou<br />

que“ahipótesedaGalppermanecer<br />

na liderança são significativas”.<br />

A caminho do pódio da zona euro<br />

O ganho de peso da petrolífera<br />

não se confina apenas à bolsa de<br />

Lisboa. Ao superar a barreira<br />

dos 10 mil milhões de euros em<br />

capitalização, a Galp Energia<br />

aproxima-se a passos largos do<br />

pódio das maiores empresas do<br />

sector na zona euro. A petrolífera<br />

nacional ocupa hoje o<br />

quinto lugar entre as maiores<br />

cotadas do índice Euro Stoxx<br />

Oil & Gas, estando a 522 milhões<br />

de euros de distância de<br />

destronar a congénere italiana,<br />

Saipem,comoaquartamaior<br />

petrolífera da zona euro. ■<br />

Paulo Figueiredo<br />

GALP SOBE 2,5% EM 2010<br />

Evolução diária dos títulos<br />

da petrolífera nacional desde<br />

o arranque do ano.<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

04-01-2010<br />

Fonte: Bloomberg<br />

01-03-2010


ANÁLISE<br />

Banif revê em alta avaliação da Zon<br />

Multimédia após correcção das acções<br />

Os analistas do Banif Investment Banking elevaram para “acumular” a<br />

anterior recomendação de “vender” para as acções da Zon Multimédia,<br />

mantendo o respectivo preço-alvo nos 4,07 euros. Esta revisão em alta<br />

de avaliação surge depois de uma penalização de mais de 14% sofrida<br />

pelas acções. O título terminou a sessão de ontem a valorizar 0,56%<br />

para os 3,75 euros, o que significa um potencial de subida de 8,5% face<br />

à avaliação atribuída pelo banco de investimento.<br />

Inapa estreia-se<br />

hoje no PSI 20<br />

Empresa, que substitui Teixeira Duarte, subiu ontem<br />

6% em antecipação à revisão anual do índice.<br />

Marta Reis<br />

marta.reis@economico.pt<br />

Dois caminhos distintos, reacções<br />

opostas. Ontem, na véspera<br />

de se concretizar a revisão<br />

anual do PSI 20, a Inapa, que<br />

vaiestrear-senoíndicedereferência<br />

da bolsa portuguesa,<br />

subiu 6,35%, enquanto a Teixeira<br />

Duarte, que é “despromovida”,<br />

mais uma vez, fechou em<br />

queda de 1,67%.<br />

Ambos os títulos registaram<br />

forte volume. Na segunda-feira<br />

foram transaccionadas dois milhões<br />

de acções da Inapa e cerca<br />

de 1,06 milhões de papéis da<br />

construtora liderada por Pedro<br />

Maria Teixeira Duarte.<br />

Já tinha sido assim, aliás,<br />

quando a probabilidade de ser<br />

esteodesfechonarevisãode<br />

2010 foi avançada pelo Millennium<br />

investment banking,<br />

a23deDezembrode2009.<br />

Nessa sessão, a empresa-mãe<br />

do grupo Inapa, um dos maiores<br />

distribuidores de papel da<br />

Europa, valorizou 8,06% para<br />

67 cêntimos e com 3,5 milhões<br />

de acções negociadas. Já<br />

aTeixeiraDuartefoifortemente<br />

penalizada em bolsa<br />

nessa sessão tendo encerrado<br />

a cair 9,25% para 1,03 euros,<br />

também com forte volume -<br />

2,8 milhões de acções transaccionadas.<br />

Quando a confirmação oficial<br />

da NYSE Euronext foi conhecida,<br />

o mercado já tinha descontadooefeitodarevisãonostítulos.<br />

A 28 de Janeiro, a Inapa<br />

fechou inalterada, enquanto a<br />

Teixeira Duarte caiu 1,03%,<br />

com normal liquidez.<br />

O volume negociado é o critério<br />

mais importante para a revisão<br />

do PSI 20, embora entrem<br />

também em consideração factorescomoadispersãoeasexpectativas<br />

para o comportamento<br />

da empresa em bolsa.<br />

Nos últimos meses, a Inapa tinha<br />

estado em <strong>destaque</strong>, com<br />

forte liquidez e valorizações<br />

acentuadas. Em 2009 reforços<br />

accionistas, resultados e investimentos<br />

animaram o papel, suportado<br />

ainda por um ângulo<br />

especulativo. A empresa liderada<br />

por José Felix Morgado fechou<br />

o ano passado com uma<br />

valorização de 88,24%, a oitava<br />

maior subida da bolsa portuguesa<br />

em 2009.<br />

CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA<br />

100,5 milhões<br />

A capitalização bolsista da Inapa<br />

era ontem de 100,5 milhões de<br />

euros. Um valor que é superior<br />

em seis milhões ao de sexta-feira<br />

e que resulta da subida de 6,35%<br />

que as acções da empresa<br />

registaram segunda-feira.<br />

No caso da Teixeira Duarte, de<br />

referir a influência que, nos últimosdoismeses,aOPAdaCSN<br />

sobre a Cimpor teve influência<br />

na cotação e na liquidez do título.<br />

Um facto que acabou por ter<br />

pouco impacto na contagem<br />

para a revisão do índice.<br />

Integrar o PSI 20 traz vantagens<br />

às empresas, quer em visibilidade,<br />

quer em termos procura<br />

por parte dos investidores<br />

e liquidez. Como índice de referência,<br />

o PSI 20 concentra as<br />

atenções dos investidores internacionais,<br />

havendo ainda<br />

fundos que replicam a carteira<br />

do índice. A Teixeira Duarte,<br />

que tem alternado entre o PSI<br />

20 e o PSI geral, estava ontem<br />

com uma capitalização bolsista<br />

de 345,7 milhões de euros. A<br />

Inapa, que se estreia hoje no índice<br />

de referência da bolsa portuguesa<br />

- onde permanecerá<br />

pelo menos durante um ano<br />

(caso não haja revisões extraordinárias),<br />

chega ao PSI 20 com<br />

uma capitalização de 100,5 milhões<br />

de euros. ■<br />

INAPA DISPARA<br />

As acções da empresa subiram<br />

mais de 6% durante o dia de<br />

ontem.<br />

0,70<br />

0,65<br />

0,60<br />

0,55<br />

31-12-2009<br />

Fonte: Bloomberg.<br />

01-03-2010<br />

Jean-Claude Juncker quer sancionar<br />

os investimentos especulativos.<br />

FUNDOS QUE OFERECEM JOGOS DE FUTEBOL<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 41<br />

BANCA<br />

Bruxelas ameaça bancos e fundos de alto<br />

risco e especulativos com sanções estatais<br />

Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo e presidente do<br />

Eurogrupo, numa entrevista ao jornal alemão Handelblatt, admitiu vir a<br />

sancionar as instituições financeiras e os fundos de alto risco e especulativos.<br />

“Temos os instrumentos de tortura no sótão e vamos mostrá-los se for<br />

necessário”, afirmou o presidente do Eurogrupo, o fórum que reúne os<br />

ministros das Finanças da zona euro. Acrescentando que “Devemos<br />

fortalecer a primazia da política para poder travar os mercados financeiros”.<br />

Santiago Ferrero/Reuters<br />

É certo que não é a possibilidade de ir ver o jogo Real Madrid - Valência que torna<br />

um fundo mais ou menos rentável. Mas se é daqueles para quem o futebol é uma<br />

religião ou se o seu lema é viver um dia de cada vez, a proposta do BBVA pode bem<br />

interessar-lhe. Se investir um mínimo de mil euros em fundos, habilita-se a um dos<br />

40 bilhetes que o banco vai sortear, com viagem a Madrid e estadia incluídas.


42 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

BOLSA DE VALORES<br />

Eurolist by Euronext Lisbon. Acções<br />

Última Var. Var. Máx. Mín. Quant. Máx. Mín. Divid. Data Divid. Comport.<br />

Valor Mobiliário<br />

Compartimento A<br />

Data cotação % sessão sessão transcc. do ano do ano Ex-dív yeld% anual%<br />

B.COM.PORTUGUES 01-03-2010 0.75 0.01 0.67 0.76 0.7415,292,500 1.08 0.56 0.02 16-04-2009 2.29 -12.88<br />

B.ESPIRITO SANTO 01-03-2010 3.66 0.00 0.03 3.74 3.662,780,191 5.34 2.65 0.16 26-03-2009 4.37 -20.08<br />

BANCO BPI SA 01-03-2010 1.93 -0.01 -0.41 1.96 1.93 765,664 2.57 1.34 0.07 04-05-2009 3.45 -8.95<br />

BRISA 01-03-2010 6.04 0.16 2.67 6.07 5.93 802,841 7.59 4.26 0.31 30-04-2009 5.27 -18.49<br />

CIMPOR SGPS 01-03-2010 5.40 -0.03 -0.50 5.50 5.33 461,479 6.55 3.00 0.19 12-06-2009 3.41 -15.76<br />

EDP 01-03-2010 2.73 0.04 1.41 2.74 2.708,031,956 3.22 2.34 0.14 14-05-2009 5.20 -13.99<br />

EDP RENOVAVEIS 01-03-2010 5.95 0.03 0.44 6.00 5.90 627,449 7.83 5.52 0.00 0.00 -10.82<br />

GALP ENERGIA 01-03-2010 12.39 0.46 3.86 12.39 11.971,620,909 12.99 8.07 0.23 22-10-2009 1.93 -0.44<br />

J MARTINS SGPS 01-03-2010 7.26 0.21 3.01 7.26 7.05 991,255 7.53 3.01 0.11 06-05-2009 1.56 0.78<br />

PORTUCEL 01-03-2010 1.87 0.03 1.41 1.87 1.84 196,017 2.13 1.31 0.10 06-04-2009 5.71 -7.37<br />

PORTUGAL TELECOM 01-03-2010 7.83 0.10 1.24 7.83 7.711,641,849 8.69 5.48 0.57 24-04-2009 7.44 -10.06<br />

SONAE 01-03-2010 0.83 0.01 1.72 0.83 0.822,834,888 0.98 0.43 0.03 20-05-2009 3.68 -6.77<br />

ZON MULTIMEDIA<br />

Compartimento B<br />

01-03-2010 3.75 0.02 0.56 3.79 3.74 569,668 5.01 3.58 0.16 27-05-2009 4.29 -14.49<br />

IMPRESA SGPS 01-03-2010 1.39 - - 1.41 1.37 12,492 2.30 0.56 0.00 0.00 -22.91<br />

S.COSTA-PREF 22-02-2010 1.20 - - - - - 1.20 1.16 0.15 27-05-2009 12.50 3.45<br />

S.COSTA 01-03-2010 0.95 0.02 2.15 0.95 0.92 109,907 1.34 0.48 0.03 27-05-2009 3.33 -21.85<br />

IBERSOL SGPS 01-03-2010 8.20 0.20 2.50 8.20 8.00 600 10.00 5.51 0.05 22-05-2009 0.69 -13.14<br />

SONAE INDUSTRIA 01-03-2010 2.24 0.05 2.42 2.24 2.20 78,381 2.86 1.15 0.00 16.61 -15.41<br />

SONAECOM SGPS 01-03-2010 1.60 0.01 0.63 1.63 1.59 187,678 2.15 1.04 0.00 0.00 -18.68<br />

MOTA ENGIL 01-03-2010 3.22 0.07 2.12 3.24 3.15 658,840 4.53 2.10 0.11 15-05-2009 3.49 -19.28<br />

SEMAPA 01-03-2010 7.33 0.26 3.65 7.40 7.09 92,100 8.95 5.71 0.25 23-04-2009 3.61 -8.93<br />

BANIF-SGPS 01-03-2010 1.14 - - 1.14 1.13 63,692 1.54 0.95 0.06 22-04-2009 5.37 -9.60<br />

SONAE CAPITAL 01-03-2010 0.61 0.01 1.67 0.61 0.59 639,042 1.00 0.41 0.00 0.00 -26.58<br />

REN 01-03-2010 2.99 0.04 1.36 2.99 2.91 143,169 3.25 2.73 0.17 27-04-2009 5.59 -0.91<br />

MARTIFER 01-03-2010 2.93 -0.02 -0.68 3.01 2.90 113,785 4.59 2.53 0.00 0.00 -11.68<br />

GRUPO MEDIA CAP 16-02-2010 4.00 - - - - - 5.00 2.88 0.23 09-04-2009 5.75 -4.08<br />

SAG GEST 01-03-2010 1.23 - - 1.25 1.23 3,705 1.59 0.90 0.02 10-11-2008 1.64 -5.38<br />

TEIXEIRA DUARTE 01-03-2010 0.82 -0.01 -1.67 0.86 0.801,058,123 1.26 0.41 0.00 1.71 -21.38<br />

FINIBANCO SGPS 01-03-2010 1.42 0.02 1.43 1.44 1.38 3,895 2.14 1.36 0.00 4.29 -8.50<br />

ALTRI SGPS SA 01-03-2010 4.29 0.12 2.88 4.30 4.17 230,263 4.39 1.50 0.00 2.00 5.18<br />

Compartimento C 01-03-2010 3.41 -0.79 -18.81 3.41 3.41 100 6.80 3.36 0.07 26-05-2009 1.67 0.96<br />

BENFICA-FUTEBOL 01-03-2010 2.69 0.19 7.60 2.69 2.50 11,420 3.42 1.64 0.00 0.00 1.64<br />

COFINA SGPS 01-03-2010 1.04 - - 1.04 1.04 1,000 1.26 0.47 0.00 4.21 -1.89<br />

COMPTA 01-03-2010 0.37 - - 0.37 0.37 200 0.46 0.36 0.00 0.00 -7.50<br />

CORTICEIRA AMORI 01-03-2010 0.94 - - 0.94 0.92 10,874 1.05 0.54 0.00 6.74 3.23<br />

ESTORIL SOL N 22-09-1998 8.91 - - - - - 0.00 0.00 0.22 16-05-2007 2.47 0.00<br />

ESTORIL SOL P 01-03-2010 5.38 0.15 2.87 5.38 5.38 10 9.88 5.23 0.00 4.54 -29.13<br />

F RAMADA INVEST 01-03-2010 0.84 - - 0.84 0.84 51 0.98 0.57 0.00 0.00 -3.29<br />

FISIPE 24-02-2010 0.14 - - - - - 0.20 0.09 0.00 0.00 -12.50<br />

FUT.CLUBE PORTO 01-03-2010 1.09 - - 1.09 1.09 250 1.75 0.75 0.00 0.00 -24.31<br />

GLINTT 01-03-2010 0.69 - - 0.69 0.69 27,111 1.03 0.60 0.00 0.00 -23.58<br />

IMOB GRAO PARA 25-02-2010 3.60 - - - - - 4.81 2.33 0.00 0.00 -1.37<br />

INAPA-INV.P.GEST 01-03-2010 0.67 0.04 6.35 0.67 0.632,055,679 0.73 0.23 0.00 0.00 -1.56<br />

LISGRAFICA 01-03-2010 0.08 - - 0.09 0.07 210,889 0.12 0.06 0.00 0.00 0.00<br />

NOVABASE SGPS 01-03-2010 4.50 0.05 1.12 4.50 4.47 12,467 5.06 3.50 0.00 0.00 -2.71<br />

OREY ANTUNES 26-02-2010 1.70 - - - - - 2.90 1.64 0.11 30-04-2009 6.47 -0.58<br />

PAP.FERNANDES 28-01-2009 2.66 - - - - - 2.66 2.66 0.00 0.00 0.00<br />

REDITUS SGPS 22-02-2010 7.30 - - - - - 8.00 5.83 0.00 0.00 -0.54<br />

SPORTING 01-03-2010 1.11 0.03 2.78 1.25 1.11 5,540 1.52 1.01 0.00 0.00 -16.28<br />

SUMOL COMPAL 26-02-2010 1.52 - - - - - 1.52 1.26 0.00 0.00 3.40<br />

VAA VISTA ALEGRE 26-02-2010 0.09 - - - - - 0.14 0.09 0.00 0.00 -18.18<br />

VAA-V.ALEGRE-FUS 26-02-2010 0.08 - - - - - 0.10 0.06 0.00 0.00 30.61<br />

SPORTING 01-03-2010 1.11 0.03 2.78 1.25 1.11 5,540 1.52 1.01 0.00 0.00 -16.28<br />

SUMOL COMPAL 26-02-2010 1.52 - - - - - 1.52 1.26 0.00 0.00 3.40<br />

VAA VISTA ALEGRE 26-02-2010 0.09 - - - - - 0.14 0.09 0.00 0.00 -18.18<br />

VAA-V.ALEGRE-FUS 26-02-2010 0.08 - - - - - 0.10 0.06 0.00 0.00 30.61<br />

VAA-V.ALEGRE-FUS 26-02-2010 0.08 - - - - - 0.10 0.06 0.00 0.00 30.61<br />

Compartimento Estrangeiras<br />

BANCO POPULAR 26-02-2010 0.00 - - - - - 7.58 3.23 0.46 12-01-2009 9.51 -6.41<br />

BANCO SANTANDER 01-03-2010 0.00 0.12 1.26 9.66 9.48 7,186 12.13 3.94 0.60 01-05-2010 6.29 -18.76<br />

E.SANTO FINANC N 12-02-2010 0.00 - - - - - 15.50 9.01 0.25 25-05-2009 1.69 -2.63<br />

E.SANTO FINANCIA 01-03-2010 0.00 - - 15.00 14.90 5,400 15.49 9.92 0.25 25-05-2009 1.70 1.15<br />

PAPELES Y CARTON 23-02-2010 0.00 - - - - - 4.25 2.45 0.03 16-01-2009 0.79 15.15<br />

SACYR VALLEHERM 06-05-2009 0.00 - - - - - 7.95 7.55 0.57 31-10-2008 7.17 0.00<br />

As cotações do PSI 20, dos índices internacionais e dos seus respectivos componentes podem ser acompanhadas em: www.diarioeconomico.com<br />

Última cotação – Corresponde na grande maioria dos títulos, à cotação de fecho da última sessão, a menos que seja indicada outra data. Preços indicados em euros; Variação absoluta e percentual<br />

– diferença entre a última cotação e o fecho da sessão imediatamente anterior em que o título transaccionou; Dividendo – valor bruto, indicado em euros e respectiva data a partir da qual<br />

a aquisição do título deixou de dar direito ao pagamento do dividendo; Dividend Yield – Rendimento do dividendo, que resulta da divisão do último dividendo pago pela cotação; Comportamento<br />

anual – variação percentual da cotação em relação ao último preço do ano anterior. Compartimento A – Capitalização bolsista superior a 1.000 milhões de euros; Compartimento B – Capitalização<br />

bolsista entre 150 milhões e 1.000 milhões de euros; Compartimento C – Capitalização bolsista inferior a 150 milhões de euros; Compartimento Estrangeiras – Emitentes estrangeiras.<br />

As últimas RECOMENDAÇÕES<br />

Galp<br />

PREÇO-ALVO<br />

17,00€<br />

Galp<br />

PREÇO-ALVO<br />

15,00€<br />

BES<br />

PREÇO-ALVO<br />

5,50€<br />

COTAÇÃO ACTUAL<br />

12,39€<br />

POTENCIAL<br />

37%<br />

COMPRAR Os analistas do Nomura subiram o preço-alvo<br />

dos 16,5 euros para os 17 euros e mantiveram a<br />

recomendação de ‘comprar’.<br />

COTAÇÃO ACTUAL<br />

12,39€<br />

POTENCIAL<br />

21%<br />

COMPRAR O Bank of America- Merrill Lynch reviu em alta<br />

a recomendação para a petrolífera de ‘neutral’ para<br />

‘comprar’ e subiu o preço-alvo para os 15 euros.<br />

COTAÇÃO ACTUAL<br />

3,66€<br />

POTENCIAL<br />

50%<br />

MANTER Os analistas do Deutsche Bank reduziram o<br />

preço-alvo do banco dos 7,5 euros para os 5,5 euros e<br />

reiteraram a recomendação de ‘manter’.<br />

Média dos PREÇOS-ALVO<br />

EMPRESAS ‘TARGET’<br />

ALTRI 3,54<br />

BANCO BPI 2,49<br />

BCP 1,29<br />

BES 9,37<br />

BRISA 7,76<br />

CIMPOR 4,76<br />

EDP 3,89<br />

GALP ENERGIA 13,94<br />

EDP RENOVÁVEIS 7,37<br />

J. MARTINS 5,43<br />

MOTA-ENGIL 4,23<br />

PORTUCEL 2,47<br />

PT 7,38<br />

REN 3,24<br />

SEMAPA 11,03<br />

S. INDÚSTRIA 3,01<br />

SONAE SGPS 1,31<br />

SONAECOM 3,38<br />

T. DUARTE -<br />

ZON MULTIMÉDIA 8,05<br />

Metodologia: O preço-alvo médio é<br />

calculado tendo em conta as avaliações de<br />

sete casas de investimento: BPI, CaixaBI,<br />

ESR, BCP, Lisbon Brokers, Banif e UBS.<br />

COMENTÁRIO<br />

DE BOLSA<br />

Hot Stock TEIXEIRA DUARTE<br />

Sandra Almeida Simões<br />

sandra.simoes@economico.pt<br />

Galp dá energia<br />

à praça nacional<br />

A praça bolsista nacional encerrou ontem em<br />

terreno positivo, a acompanhar o sentimento das<br />

congéneres europeias. O PSI 20 somou 1,52%<br />

para 7.674,33 pontos, com apenas duas cotadas a<br />

registarem desvalorizações, a Cimpor e o banco<br />

BPI. Já com sinal verde, o <strong>destaque</strong> recaiu na Galp<br />

e Jerónimo Martins.<br />

A petrolífera, liderada por Ferreira de Oliveira,<br />

escalou 3,86% para 12,38 euros, uma cotação que<br />

avalia a empresa em 10,26 mil milhões de euros.<br />

A Galp reforça assim o estatuto de maior cotada<br />

da bolsa nacional, depois de na passada sextafeira<br />

ter destronado a EDP<br />

(Ver página 41). A empresa<br />

está a beneficiar dos<br />

ganhos do sector a nível<br />

internacional, ao mesmo<br />

tempo que ganha com a<br />

escalada dos preços do petróleo.<br />

As bolsas<br />

ao minuto em<br />

www.economico.pt<br />

Com os investidores na expectativa em relação<br />

às contas anuais, que serão apresentadas amanhã,<br />

a Jerónimo Martins avançou 3,01% para<br />

7,26 euros. Já a Semapa subiu 3,65% para 7,32<br />

euros, enquanto a Altri ganhou 2,88%, no dia em<br />

que comemorou o quinto aniversário em bolsa.<br />

NasuaúltimasessãonoPSI,aTeixeiraDuarte<br />

caiu 1,67% para 0,82 euros. Por sua vez, a Inapa,<br />

que a partir de hoje substitui a construtora no<br />

principal índice bolsista, disparou 6,35%. ■<br />

PSI 20 EM TERRENO VERMELHO EM 2010<br />

O índice de referência cai mais de 9% desde que o<br />

ano começou.<br />

9000<br />

8500<br />

8000<br />

7500<br />

7000<br />

31-12-2009<br />

Pedro Maria Teixeira Duarte<br />

CEOdaTeixeiraDuarte<br />

Teixeira Duarte despede-se do PSI a cair<br />

01-03-2010<br />

Não foi uma despedida muito feliz. A construtora portuguesa, que<br />

hoje cede o seu lugar à Inapa no índice de referência da bolsa<br />

portuguesa, terminou o dia de ontem a cair 1,67%. Tratou-se da<br />

pior performance do índice da sessão. A Teixeira Duarte foi mesmo<br />

uma das poucas empresas a resvalar no dia de ontem, já que a<br />

generalidade dos títulos terminou a sessão com ganhos. A<br />

performance foi afectada pela antecipação dos investidores à saída<br />

da construtora do PSI 20. Pelos mesmos motivos, mas em direcção<br />

oposta, os títulos da Inapa brilharam ontem, ao avançarem mais de<br />

6% na sessão. A construtora despede-se do PSI com um<br />

desempenho em 2010 de -21%. A Teixeira Duarte era, até ontem, a<br />

empresadoíndicecomapiorevoluçãodesdeoiníciodoano.A<br />

mover os títulos esteve sobretudo a OPA lançada pela brasileira<br />

CSN à Cimpor– empresa onde a Teixeira Duarte detinha uma<br />

posição de 22% e que, entretanto, vendeu à Camargo Corrêa. ■


EUA - Dow Jones Industrial Indices Internacionais<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

ALCOA INC 13.39 0.68<br />

WALT DISNEY CO 31.59 1.12<br />

KRAFT FOODS INC 28.67 0.84<br />

PROCTER & GAMBLE 63.56 0.44<br />

AMER EXPRESS CO 38.1 -0.24<br />

GENERAL ELEC CO 15.99 -0.44<br />

COCA-COLA CO 52.85 0.25<br />

AT&T 24.98 0.69<br />

BOEING CO 64.07 1.44<br />

HOME DEPOT INC 31.3 0.32<br />

MCDONALD'S CORP 63.76 -0.14<br />

THE TRAVELERS CO 53.3 1.35<br />

BANK OF AMERICA 16.65 -0.06<br />

HEWLETT-PACKARD 51.6 1.59<br />

3M COMPANY 80.83 0.85<br />

EUA - Nasdaq<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

APPLE INC 208.76 2.02<br />

COGNIZANT TECH 49.96 3.8<br />

INTUIT INC 32.87 1.58<br />

PRICELINE COM 237.97 4.94<br />

ADOBE SYS 34.88 0.66<br />

CITRIX SYSTEMS 43.67 1.53<br />

INTUITIVE SURG 356.82 2.79<br />

PATTERSON COS 30.22 1.82<br />

AUTOMATIC DATA 41.88 0.65<br />

DELL INC 13.5 2.04<br />

J.B. HUNT TRAN 35.21 -0.76<br />

QUALCOMM INC 35.98 -1.94<br />

AUTODESK INC 28.3 1.51<br />

DISH NETWORK A 21.08 5.56<br />

JOY GLOBAL INC 51.82 2.01<br />

QIAGEN N.V. 22.02 0.96<br />

ALTERA CORP 24.98 2.25<br />

DIRECTV A 34.46 1.8<br />

KLA TENCOR 29.94 2.78<br />

RSCH IN MOTION 71.45 0.8<br />

APPLIED MATL 12.42 1.47<br />

EBAY INC 23.76 3.21<br />

LIFE TECH CORP 51.99 2.42<br />

ROSS STORES 49.16 0.51<br />

AMGEN 56.99 0.67<br />

ELECTRONIC ART 16.69 0.66<br />

LIBERTY INTER A 12.96 2.94<br />

STARBUCKS CORP 23.2 1.27<br />

AMAZON COM 121.72 2.8<br />

EXPRESS SCRIPTS 96.99 1.02<br />

LINEAR TECH 27.58 1.51<br />

SEARS HOLDING 95.72 0.05<br />

APOLLO GROUP 60.22 0.57<br />

EXPEDITORS 36.49 0.05<br />

LOGITECH INTL 15.59 0.06<br />

SIGMA ALDRICH 49.18 3.12<br />

ACTIVISIN BLIZRD 10.9 2.54<br />

EXPEDIA 22.95 3.19<br />

LAM RESEARCH 35.09 3.48<br />

SANDISK CORP 31.9 9.51<br />

BED BATH BEYOND 41.97 0.87<br />

FASTENAL CO 44.92 1.24<br />

MATTEL INC 22 0.05<br />

STAPLES INC 25.9 0.54<br />

BAIDU INC ADS 519.95 0.24<br />

FISERV INC 48.92 1.43<br />

MICROCHIP TECH 27.44 1.4<br />

STERICYCLE INC 55.45 0.49<br />

BIOGEN IDEC 56.62 2.93<br />

FLEXTRONICS 7.18 3.16<br />

EUA - Standard & Poors 100<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

ALCOA INC 13.39 0.68<br />

CVS CAREMARK CRP 34.08 0.98<br />

JOHNSON&JOHNSON 63.3 0.48<br />

PROCTER & GAMBLE 63.56 0.44<br />

APPLE INC 208.76 2.02<br />

CHEVRON 73.15 1.18<br />

JPMORGAN CHASE 41.67 -0.71<br />

PHILIP MORRIS 48.81 -0.35<br />

ABBOTT LABS 54.3 0.04<br />

DU PONT CO 34.17 1.33<br />

KRAFT FOODS INC 28.67 0.84<br />

QUALCOMM INC 35.98 -1.94<br />

AMER ELEC PWR 34.06 1.31<br />

DELL INC 13.5 2.04<br />

COCA-COLA CO 52.85 0.25<br />

REGIONS FINANCL 6.6 -2.22<br />

ALLSTATE CP 31.61 1.15<br />

WALT DISNEY CO 31.59 1.12<br />

LOCKHEED MARTIN 78.88 1.44<br />

RAYTHEON CO 57 1.35<br />

AMGEN 56.99 0.67<br />

DOW CHEMICAL CO 28.72 1.45<br />

LOWES COMPANIES 23.9 0.8<br />

SPRINT NEXTEL 3.36 0.9<br />

AMAZON COM 121.72 2.8<br />

DEVON ENERGY 69.47 0.89<br />

MASTERCARD CL A 229.25 2.17<br />

SCHLUMBERGER LTD 61.34 0.39<br />

AVON PRODUCTS 30.96 1.71<br />

EMC CORP 17.67 1.03<br />

MCDONALD'S CORP 63.76 -0.14<br />

SARA LEE CORP 13.75 1.4<br />

AMER EXPRESS CO 38.1 -0.24<br />

ENTERGY CP 77.64 2.2<br />

MEDTRONIC INC 44 1.38<br />

SOUTHERN 32.04 0.85<br />

BOEING CO 64.07 1.44<br />

EXELON CORP 44.56 2.91<br />

METLIFE INC 36.56 0.47<br />

AT&T 24.98 0.69<br />

BANK OF AMERICA 16.65 -0.06<br />

FORD MOTOR CO 12.3 4.77<br />

3M COMPANY 80.83 0.85<br />

TARGET CORP 52 0.93<br />

BAXTER INTL INC 57.11 0.32<br />

FRPRT-MCM GD 76.61 1.93<br />

ALTRIA GROUP 20.23 0.55<br />

TIME WARNER INC 29.54 1.72<br />

BAKER HUGHES INC 48.5 1.21<br />

FEDEX CORP 86.2 1.7<br />

Reino Unido - Footsie 100<br />

Título Última Var.<br />

Cot. £ %<br />

ANGLO AMERICAN 2449.65 2.51<br />

B SKY B 554 1.84<br />

3I GROUP 259.7794 -1.41<br />

PETROFAC 1065 3.7<br />

SHIRE 1434.2837 2.56<br />

ASSOC.BR.FOODS 970 2.11<br />

BT GROUP 114.4235 -1.22<br />

IMPERIAL TOBACCO 2103 2.79<br />

PRUDENTIAL 529 -12.03<br />

STANDARD LIFE 193.346 -1.18<br />

ADMIRAL GROUP 1265 2.02<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

UNITED TECH CP 69.6 1.38<br />

CATERPILLAR INC 58.05 1.75<br />

INTL BUS MACHINE 128.48 1.04<br />

MERCK & CO 37.36 1.3<br />

VERIZON COMMS 29.07 0.48<br />

CISCO SYSTEMS 24.55 0.9<br />

INTEL CORP 20.82 1.41<br />

MICROSOFT CP 28.85 0.66<br />

WAL-MART STORES 53.8 -0.5<br />

CHEVRON 73.15 1.18<br />

JOHNSON&JOHNSON 63.3 0.48<br />

PFIZER INC 17.79 1.37<br />

EXXON MOBIL 65.4 0.62<br />

DU PONT CO 34.17 1.33<br />

JPMORGAN CHASE 41.67 -0.71<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

MILLICOM INTL 85.99 1.48<br />

SEAGATE TECH 20.89 4.92<br />

BMC SOFTWARE 37.23 1.06<br />

FLIR SYSTEMS 26.96 0.56<br />

MARVELL TECH GP 20.02 3.62<br />

SYMANTEC CORP 16.71 0.97<br />

BROADCOM CORP 32.03 2.27<br />

FIRST SOLAR 104.98 -0.87<br />

MICROSOFT CP 28.85 0.66<br />

TEVA PHARM 60.54 0.88<br />

CA IN 22.88 1.69<br />

FOSTER WHEELR AG 24.87 1.06<br />

MAXIM INTEGRATED 18.86 1.84<br />

URBAN OUTFITTER 32.88 2.08<br />

CELGENE CORP 61.4 3.16<br />

GENZYME 57.8 1.05<br />

MYLAN INC 21.33 -0.05<br />

VIRGIN MEDIA 16.86 4.07<br />

CEPHALON INC 69.29 0.9<br />

GILEAD SCI 47.65 0.08<br />

NII HOLDINGS 37.84 1.12<br />

VODAFONE GROUP 21.5 -1.24<br />

CERNER CORP 84.6 1.99<br />

GOOGLE 531.78 0.95<br />

NETAPP INC 31.14 3.77<br />

VERISIGN INC 25.52 2.41<br />

CHECK PT SFTWRE 32.9 0.92<br />

GARMIN LTD 32 0.16<br />

NVIDIA CORP 16.79 3.64<br />

VERTEX PHARM 41.63 2.51<br />

CH ROBINSON WW 53.84 0.96<br />

HOLOGIC INC 17.5 1.45<br />

NEWS CORP A 13.77 2.99<br />

WRNER CHIL PLC A 26.21 -3.71<br />

COMCAST CORP A 16.85 2.49<br />

HENRY SCHEIN 56.79 -0.07<br />

ORACLE CORP 24.77 0.49<br />

WYNN RESORTS 66.41 4.47<br />

COSTCO WHOLESAL 61.47 0.82<br />

ILLUMINA INC 37.45 3.11<br />

O REILLY AUTO 39.36 0.15<br />

XILINX INC 26.38 2.13<br />

CISCO SYSTEMS 24.55 0.9<br />

INFOSY TECH ADR 58.4 2.64<br />

PAYCHEX INC 30.32 1.27<br />

DENTSPLY INTL 33.61 1.57<br />

CINTAS CORP 25.04 1.01<br />

INTEL CORP 20.82 1.41<br />

PACCAR INC 36.2 2.4<br />

YAHOO! INC 15.64 2.16<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

MONSANTO CO 70.62 -0.04<br />

TEXAS INSTRUMENT 24.76 1.56<br />

BANK NY MELLON 28.36 -0.56<br />

GENERAL DYNAMICS 73.89 1.85<br />

MERCK & CO 37.36 1.3<br />

UNITEDHEALTH GP 34.69 2.45<br />

BRISTOL MYERS SQ 24.4 -0.45<br />

GENERAL ELEC CO 15.99 -0.44<br />

MORGAN STANLEY 28.26 0.28<br />

UNITED PARCEL B 59.23 0.83<br />

BERKSHIRE CL B 79.69 -0.55<br />

GILEAD SCI 47.65 0.08<br />

MICROSOFT CP 28.85 0.66<br />

US BANCORP 24.49 -0.49<br />

CITIGROUP 3.4 0<br />

GOOGLE 531.78 0.95<br />

NIKE INC CL B 68.22 0.92<br />

UNITED TECH CP 69.6 1.38<br />

CATERPILLAR INC 58.05 1.75<br />

GOLDM SACHS GRP 156.98 0.4<br />

NTL OILWELL VARC 43.59 0.28<br />

VERIZON COMMS 29.07 0.48<br />

COLGATE PALMOLIV 83.69 0.9<br />

HALLIBURTON CO 30.77 2.06<br />

NORFOLK SOUTHERN 52.79 2.64<br />

WALGREEN CO 35.26 0.06<br />

COMCAST CORP A 16.85 2.49<br />

HOME DEPOT INC 31.3 0.32<br />

NEWS CORP A 13.77 2.99<br />

WELLS FARGO & CO 27.38 0.15<br />

CAP ONE FINAN 37.56 -0.5<br />

H J HEINZ CO 46.01 0.24<br />

NYSE EURONEXT 26.86 1.82<br />

WILLIAMS COMPS 21.82 1.3<br />

CONOCOPHILLIPS 48.96 2<br />

HONEYWELL INTL 40.75 1.47<br />

ORACLE CORP 24.77 0.49<br />

WAL-MART STORES 53.8 -0.5<br />

COSTCO WHOLESAL 61.47 0.82<br />

HEWLETT-PACKARD 51.6 1.59<br />

OCCIDENTAL PETE 80.94 1.37<br />

WEYERHAEUSER CO 41.51 2.75<br />

CAMPBELL SOUP CO 33.35 0.06<br />

INTL BUS MACHINE 128.48 1.04<br />

PEPSICO INC 63.21 1.18<br />

EXXON MOBIL 65.4 0.62<br />

CISCO SYSTEMS 24.55 0.9<br />

INTEL CORP 20.82 1.41<br />

PFIZER INC 17.79 1.37<br />

XEROX CORP 9.55 1.92<br />

Título Última Var.<br />

Cot. £ %<br />

CARNIVAL 2543 2.5<br />

INTL POWER 329.56 1.63<br />

PEARSON 955.68 4.82<br />

SMITHS GROUP 1060 2.02<br />

AGGREKO 1034 6.05<br />

CENTRICA 282.434 1.11<br />

INMARSAT 743.11 1.36<br />

RECKIT BNCSR GRP 3497.18 1.42<br />

SMITH&NEPHEW 685.654 2<br />

AMEC 808.95 2.66<br />

CAIRN ENERGY 346 3.47<br />

Último Var. Var. Máx. Mín. Fecho Var. VS Máx. Data Mín. Data<br />

Índice Mercado valor pontos % ano ano ano ant. ano ant.% hist. máx. hist. histór. Mín. hist.<br />

PSI 20 Portugal 7674.33 115.16 1.52 8877.6 7151.12 8463.85 -9.32814263 15080.99 09 MAR 2000 2910.63 14 JAN 1993<br />

PSI Geral Portugal 2647.05 36.75 1.41 3020.92 2537.45 2902.26 -8.793491968 4419 17 JUL 2007 842.31 22 NOV 1995<br />

PSI 20 Total Return Portugal 12719.06 190.86 1.52 14713.3 11851.92 14027.58 -9.328194885 21023.84 17 JUL 2007 6673.98 23 OCT 2002<br />

Dow Jones Ind. Ave. EUA 10399.18 73.92 0.72 10729.89 6469.95 10428.05 -0.276849459 14164.53 09 OCT 2007 388.2 17 JAN 1955<br />

Nasdaq Composite EUA 2269.16 30.9 1.38 2326.28 1265.52 2269.15 0.000440694 5132.52 10 MAR 2000 276.6 01 OCT 1985<br />

FTSE 100 R. Unido 5405.94 51.42 0.96 5600.48 5033.01 5412.88 -0.128212707 6950.6 30 DEC 1999 986.9 23 JUL 1984<br />

Xetra-Dax Alemanha 5713.51 115.05 2.06 6094.26 5433.02 5957.43 -4.094382981 8151.57 13 JUL 2007 931.18 29 JAN 1988<br />

CAC 40 França 3769.54 60.74 1.64 4088.18 3545.91 3936.33 -4.23719556 6944.77 04 SEP 2000 893.82 29 JAN 1988<br />

IBEX 35 Espanha 10434.9 101.3 0.98 12240.5 6702.6 11940 -12.60552764 16040.4 09 NOV 2007 1861.9 05 OCT 1992<br />

AEX Holanda 324.37 6.63 2.09 345.56 311.53 335.33 -3.268422151 703.18 05 SEP 2000 69.14 10 NOV 1987<br />

BEL 20 Bélgica 2543.41 28.54 1.13 2610.41 2375.72 2511.62 1.265716948 4759.01 23 MAY 2007 1039 02 SEP 1992<br />

Nikkei 225 Japão 10172.06 46.03 0.45 10982.1 9867.39 0 0 38915.87 29 DEC 1989 85.25 06 JUL 1950<br />

Hang Seng Hong Kong 21056.93 448.23 2.17 22671.92 19423.05 21872.5 -3.728746142 31958.41 30 OCT 2007 58.61 31 AUG 1967<br />

DJ Stoxx 50 Pan-europeu 2496.06 25.88 1.05 2652.64 2359.4 2578.92 -3.212972872 5219.96 28 MAR 2000 925.95 05 OCT 1992<br />

DJ Euro Stoxx 50 Pan-europeu 2772.7 44.23 1.62 3044.37 2617.77 2966.24 -6.524758617 5522.42 07 MAR 2000 920.65 05 OCT 1992<br />

FTSE Eurotop 300 Pan-europeu 1018.78 11.27 1.12 1074.5 964.22 1045.76 -2.57994186 1709.12 05 SEP 2000 645.5 09 MAR 2009<br />

FTSE Eurotop 100 Pan-europeu 2170.42 23.76 1.11 2288.01 2050.97 2233.67 -2.83166269 3969.76 05 SEP 2000 1384.52 09 MAR 2009<br />

Euronext 100 Pan-europeu 662.86 10.89 1.67 708.11 625.53 683.76 -3.056628057 1147.84 12 OCT 2000 419.49 12 MAR 2003<br />

Next 150 Pan-europeu 1396.65 16.62 1.2 1469.57 1332.39 1386.24 0.750952216 2028.18 19 JUL 2007 514.28 12 MAR 2003<br />

S&P 500 EUA 1114.8 10.31 0.93 1149.47 666.92 1115.1 -0.026903417 1576.06 11 OCT 2007 132.93 23 NOV 1982<br />

Bovespa Brasil 67226.43 723.16 1.09 71068.05 61341.11 68588.41 -1.985729076 73920.38 29 MAY 2008 4575.69 11 SEP 1998<br />

Índices Sectoriais - Dow Jones Stoxx Europa<br />

Último Var. Var. Máx. Mín. Fecho Var. VS Máx. Data Mín. Data<br />

Índice valor pontos % ano ano ano ant. ano ant.% hist. máx. hist. histór. Mín. hist.<br />

Automovel 207.38 4.05 1.99 248.50 199.72 235.83 -12.06 433.20 01 NOV 2007 83.34 07 OCT 1992<br />

Banca 204.96 -0.79 -0.38 237.52 189.30 221.27 -7.37 541.27 20 APR 2007 86.87 26 AUG 1992<br />

Recursos Básicos 484.69 10.98 2.32 546.94 443.65 497.98 -2.67 836.75 19 MAY 2008 84.85 19 OCT 1992<br />

Ind. Quimica 448.55 10.47 2.39 471.15 421.30 463.06 -3.13 530.59 06 JUN 2008 95.76 05 OCT 1992<br />

Construção 257.28 4.65 1.84 289.47 247.35 277.56 -7.31 481.57 04 JUN 2007 77.54 19 OCT 1992<br />

Energia 317.87 5.02 1.60 347.13 304.14 330.54 -3.83 472.65 13 JUL 2007 85.58 25 AUG 1992<br />

Serviços Financeiros 219.90 1.51 0.69 241.47 207.22 232.87 -5.57 508.91 21 FEB 2007 80.51 01 SEP 1992<br />

Alimentação e bebidas 317.00 5.33 1.71 314.53 292.06 304.28 4.18 337.56 01 NOV 2007 92.66 05 OCT 1992<br />

Bens e serviços Industriais 253.24 4.30 1.73 259.14 235.82 246.69 2.66 416.99 11 FEB 2000 92.1 05 OCT 1992<br />

Seguros 149.16 0.01 0.01 158.45 137.86 151.43 -1.50 473.67 27 NOV 2000 73.76 09 MAR 2009<br />

Media 158.11 3.22 2.08 163.94 149.82 159.15 -0.65 783.64 10 MAR 2000 99.98 08 JAN 1992<br />

Cuidados Médicos 377.70 4.46 1.19 383.65 360.02 366.09 3.17 523.48 27 NOV 2000 87.97 14 APR 1993<br />

Tecnologia 195.20 1.98 1.02 200.68 185.07 184.35 5.89 1230.61 06 MAR 2000 88.2 05 OCT 1992<br />

Telecomunicações 248.68 2.24 0.91 264.30 242.26 260.93 -4.69 1062.85 06 MAR 2000 79.37 05 OCT 1992<br />

Fornecedores de serv. Públicos 322.69 2.89 0.90 347.15 313.02 342.49 -5.78 563.68 08 JAN 2008 89.88 05 OCT 1992<br />

Reino Unido - Footsie 100<br />

Título Última Var. Título Última Var.<br />

Cot. £ %<br />

Cot. £ %<br />

INVENSYS 320.5 1.81<br />

ROYAL BANK SCOT 35.9929 -2.6<br />

SERCO GROUP 566.95 2.44<br />

ANTOFAGASTA 915.58 3.68<br />

COBHAM 246.6726 1.9<br />

INTERTEK GROUP 1312 2.34<br />

ROYAL DTCH SHL A 1840.1805 2.43<br />

SCOT & STH ENRGY 1128.1 0.62<br />

ARM HOLDINGS 206.2653 2.6<br />

COMPASS GROUP 500 2.54<br />

JOHNSON MATTHEY 1617.8828 2.08<br />

ROYAL DTCH SHL B 1760.34 2.59<br />

STANDRD CHART BK 1518.09 -2.34<br />

ALLIANCE TRUST 322.5 1.74<br />

CAPITA GROUP 722.54 0.91<br />

KAZAKHMYS 1410 5.15<br />

REED ELSEVIER 498.0199 1.22<br />

SEVERN TRENT 1170.4843 0.77<br />

AUTONOMY CORP 1555 2.75<br />

CABLE & WIRELESS 137.4698 0.59<br />

KINGFISHER 218.88 1.81<br />

REXAM PLC 281.8 0.97<br />

THOMAS COOK GRP 234.7588 -0.81<br />

AVIVA 375.19 -3.87<br />

DIAGEO 1075.92 2.82<br />

LAND SECS GROUP 639.54 1.11<br />

RIO TINTO 3482 3.11<br />

TULLOW OIL 1198.2048 0.84<br />

ASTRAZENECA 2928.157 1.58<br />

MAN GROUP 225.2 0.22<br />

LEGAL & GENERAL 73.21 -5.12<br />

ROLLS ROYCE GP 562.0993 0.72<br />

TESCO 433.05 3.18<br />

BAE SYSTEMS 379 1.26<br />

EURASIAN 1042 3.8<br />

LIBERTY INTL 485.5 2.71<br />

RANDGOLD RES. 4830 3.27<br />

TUI TRAVEL 278.4415 1.46<br />

BARCLAYS 315.65 -0.11<br />

EXPERIAN 615 1.32<br />

Espanha - IBEX 35<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ABERTIS 13.985 1.05<br />

ABENGOA 18.7 0.7<br />

ACS CONS Y SERV 33.35 2.18<br />

ACERINOX 12.715 1.36<br />

ACCIONA SA 83.3 2.05<br />

BBVA 9.583 0.35<br />

BANKINTER 6.012 0.28<br />

BOLSAS Y MER ESP 19.08 -1.32<br />

BANESTO 7.365 -0.38<br />

CRITERIA CAIXA 3.37 0.3<br />

ENDESA 21.345 0.73<br />

ENAGAS 15.34 0.13<br />

EBRO PULEVA 14.5 0.21<br />

FOMENTO DE CONST 24.55 -0.37<br />

FERROVIAL 6.494 0.37<br />

GAMESA 8.9 -2.63<br />

GAS NATURAL 13.595 0.93<br />

GRIFOLS 11.235 1.22<br />

Suíça - SMI<br />

Título Última Var.<br />

Cot. CHF %<br />

ABB LTD N 22.09 1.66<br />

ACTELION HLDG 45.9 -16.16<br />

ADECCO N 54.1 1.31<br />

CS GROUP AG 49.1 2.94<br />

HOLCIM N 72.25 1.69<br />

JULIUS BAER N 33.9 1.44<br />

LONZA GRP AG N 86.05 1.71<br />

NESTLE SA 53.95 0.94<br />

NOVARTIS N 60.25 0.84<br />

RICHEMONT I 37.81 4.39<br />

ROCHE HOLDING AG 182 1.45<br />

SGS N 1459 1.46<br />

SWATCH GROUP I 306.4 2.58<br />

LLOYDS BNK GRP 50.28 -4.27<br />

RSA INSRANCE GRP 128.32 -1<br />

UNILEVER 1973.03 2.44<br />

BRIT AM TOBACCO 2269.9214 2.65<br />

FRESNILLO 776.6702 4.26<br />

LONMIN PLC 1832 1.94<br />

RESOLUTION 72.2 -0.07<br />

UNITED UTIL GRP 552.58 1.66<br />

BRITISH AIRWAYS 211.2928 0.57<br />

G4S 275.889 1.81<br />

LOND STOCK EXCH 680 2.26<br />

SABMILLER 1787.62 4.48<br />

VEDANTA RES 2650 3.65<br />

BG GROUP 1153.5 0.74<br />

GLAXOSMITHKLINE 1223.8158 1.28<br />

MARKS & SP. 330.5132 0.21<br />

SAINSBURY(J) 337.0869 2.42<br />

VODAFONE GROUP 142.4531 0.95<br />

BR LAND CO 444.38 1<br />

HAMMERSON 389.5 1.72<br />

MORRISON SUPMKT 304.7 2.08<br />

SCHRODERS 1220 2.01<br />

WOLSELEY 1589.9 2.58<br />

BHP BILLITON 2071.5 3.24<br />

HOME RETAIL 256.8103 0.82<br />

NATIONAL GRID 656 0.61<br />

SCHRODERS NV 1007 2.34<br />

WPP PLC 618.9072 2.9<br />

BUNZL 696.5 2.35<br />

HSBC HOLDINGS 679.3995 -5.23<br />

NEXT 1856 -1.01<br />

SAGE GROUP 237.1095 0.17<br />

WHITBREAD 1442.95 2.46<br />

BP 596 2.99<br />

ICAP PLC 328.5905 0.61<br />

OLD MUTUAL 113.4014 0.53<br />

SEGRO 323.1 1.38<br />

XSTRATA 1064.399 3.64<br />

BURBERRY GRP 637.5 1.92<br />

INTERCONT HOTEL 946 2.83<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

IBERDROLA 5.955 0.69<br />

IBERIA LIN AER 2.221 0.18<br />

IBR RENOVABLES 3.098 0.65<br />

INDRA SISTEMAS 14.805 -1.5<br />

INDITEX 44.31 2.31<br />

MAPFRE 2.665 0.76<br />

ARCELORMITTAL 28.225 1<br />

OBR HUARTE LAIN 16.54 1.72<br />

BK POPULAR 4.868 0.16<br />

RED ELECTR CORP 36.875 -0.23<br />

REPSOL YPF 16.84 1.23<br />

BCO DE SABADELL 3.569 0.48<br />

BANCO SANTANDER 9.658 1.14<br />

SACYR-VALLE 6.1 2.16<br />

TELEFONICA 17.47 1.3<br />

GEST TELECINCO 9.83 1.23<br />

TECNICAS REUN 41.81 1.23<br />

Título Última Var.<br />

Cot. CHF %<br />

SWISS LIFE HLDG 137.9 1.85<br />

SWISS REINSUR N 48.15 -0.27<br />

SWISSCOM N 371.8 0.73<br />

SYNGENTA N 284.1 2.19<br />

SYNTHES 129.5 1.09<br />

UBS AG N 14.98 1.15<br />

ZURICH FIN N 261.3 0.89<br />

ZURICH FIN N 261.3 0.89<br />

SYNGENTA N 284.1 2.19<br />

SYNTHES 129.5 1.09<br />

UBS AG N 14.98 1.15<br />

ZURICH FIN N 261.3 0.89<br />

ZURICH FIN N 261.3 0.89<br />

Alemanha - Dax<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ADIDAS AG 38.1 4.7<br />

FRESENIUS SE VZ 53.53 3.64<br />

ALLIANZ SE 86.2 1.65<br />

HENKEL AG&CO VZ 38.61 2.05<br />

BASF SE 42.105 2.1<br />

INFINEON TECH N 4.08 1.82<br />

BAY MOT WERKE 30.445 2.22<br />

K+S AG 45.4 1.75<br />

BAYER N AG 50.51 3.78<br />

LINDE 84.48 2.16<br />

BEIERSDORF 46.055 2.29<br />

MAN SE 53.73 2.32<br />

COMMERZBANK 5.479 0.04<br />

MERCK KGAA 59.5 2.94<br />

DAIMLER AG N 31.345 2.23<br />

Itália - Mibtel<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

GENERALI ASS 16.64 -0.12<br />

MEDIASET 5.675 -0.61<br />

MEDIOBANCA 7.69 0.07<br />

MEDIOLANUM 0 0<br />

SAIPEM 24.48 0.12<br />

SNAM RETE GAS 3.5025 -0.21<br />

STMICROELEC.N.V 6.53 -0.15<br />

Holanda - AEX<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ESTX 50 PR 2772.7 1.62<br />

AEX-Index 324.37 2.09<br />

AEGON 4.717 1.88<br />

AHOLD KON 9.14 1.56<br />

AIR FRANCE - KLM 9.811 0.04<br />

AKZO NOBEL 37.9 1.49<br />

ARCELORMITTAL 28.21 0.86<br />

ASML HOLDING 23.21 3.11<br />

BAM GROEP KON 5.814 -0.03<br />

BOSKALIS WESTMIN 24.365 3.09<br />

CORIO 45.795 0.78<br />

FUGRO 43.37 1.64<br />

França - CAC 40<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ACCOR 38.35 3.24<br />

AIR LIQUIDE 88.97 1.44<br />

ALCATEL-LUCENT 2.308 3.5<br />

ALSTOM 47.855 1.83<br />

ARCELORMITTAL 28.21 0.86<br />

AXA 14.81 0.17<br />

BNP PARIBAS 54.3 2.2<br />

BOUYGUES 35.2 4.14<br />

CAP GEMINI 34.34 1.49<br />

CARREFOUR 35.12 3.64<br />

CREDIT AGRICOLE 11.05 1.19<br />

DANONE 43.355 0.94<br />

DEXIA 3.95 -0.55<br />

EADS 15.365 1.39<br />

EDF 37.01 0.54<br />

ESSILOR INTERNAT 45.21 2.07<br />

FRANCE TELECOM 17.36 0.78<br />

GDF SUEZ 27.17 0.74<br />

L OREAL 77.58 2.05<br />

L.V.M.H. 81.74 2.69<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

METRO AG 38.185 1.41<br />

DEUTSCHE BANK N 47.6 2.07<br />

MUENCH. RUECK N 114.55 0.79<br />

DEUTSCHE POST NA 12.08 1.13<br />

RWE AG 62.93 1.04<br />

DT BOERSE N 51.39 0.61<br />

SALZGITTER 66.01 1.85<br />

DT LUFTHANSA AG 11.1 1.28<br />

SAP AG 33.445 2.09<br />

DT TELEKOM N 9.573 1.3<br />

SIEMENS N 64.77 2.83<br />

E.ON AG NA 26.59 1.66<br />

THYSSEN KRUPP 23.535 1.23<br />

FRESENIUS MEDI 39.795 3.77<br />

VOLKSWAGEN VZ 60.3 0.84<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

UNICREDIT 1.855 -0.11<br />

TENARIS 15.75 -0.32<br />

TERNA 3.0625 0.08<br />

UBI BANCA 9.01 -1.85<br />

UNICREDIT 1.855 -0.11<br />

UNICREDIT 1.855 -0.11<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

HEINEKEN 37.065 2.76<br />

ING GROEP 6.95 5.86<br />

KONINKLIJKE DSM 31.195 1.73<br />

KPN KON 11.83 1.11<br />

PHILIPS KON 22.26 3.68<br />

R.DUTCH SHELL A 20.435 2.1<br />

RANDSTAD 31.365 2.02<br />

REED ELSEVIER 8.465 0.58<br />

SBM OFFSHORE 13.215 1.42<br />

TNT 19.26 1.32<br />

TOMTOM N.V. 5.778 0.68<br />

UNIBAIL RODAMCO 148.5 2.41<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

LAFARGE 48.085 0.96<br />

LAGARDERE S.C.A. 27.49 2.52<br />

MICHELIN 52.14 1.78<br />

PERNOD RICARD 56.98 2.98<br />

PEUGEOT 19.54 0.8<br />

PPR 86.04 2.08<br />

RENAULT 30.265 0.22<br />

SAINT-GOBAIN 35.075 1.61<br />

SANOFI-AVENTIS 54.82 2.05<br />

SCHNEIDER ELECTR 80.23 2.3<br />

SOCIETE GENERALE 41.275 2.17<br />

STMICROELECTRONI 6.528 2.64<br />

SUEZ ENV 16.3 0.77<br />

TECHNIP 53.08 1.49<br />

TOTAL 41.36 0.93<br />

UNIBAIL RODAMCO 148.5 2.41<br />

VALLOUREC 141.05 0.5<br />

VEOLIA ENVIRON 24.195 1.62<br />

VINCI 39.62 3.04<br />

VIVENDI 18.81 1.68<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 43<br />

BOLSAS INTERNACIONAIS<br />

Bélgica - Bel 20<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ESTX 50 PR 2772.7 1.62<br />

BEL20 2543.41 1.13<br />

ACKERMANS V.HAAR 49.52 0.82<br />

BEKAERT 120 0.97<br />

BELGACOM 27.56 0.24<br />

COFINIMMO-SICAFI 98.63 -0.92<br />

COLRUYT 183.5 -0.03<br />

DELHAIZE GROUP 57.93 1.86<br />

DEXIA 3.95 -0.55<br />

FORTIS 2.557 1.67<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

GBL 64.17 -0.2<br />

GDF SUEZ 27.17 0.74<br />

AB INBEV 37.705 2.57<br />

KBC GROEP 33.62 1.23<br />

MOBISTAR 43.515 0.2<br />

NAT PORTEFEUIL D 36.81 0.38<br />

OMEGA PHARMA 36.755 1.65<br />

SOLVAY 71.15 1.31<br />

UCB 32.57 0.22<br />

Euronext - Euronext 100<br />

Título Última Var. Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

Cot. € %<br />

ACCOR 38.35 3.24<br />

ADP 58.2 0.34<br />

AEGON 4.717 1.88<br />

AHOLD KON 9.14 1.56<br />

AIR FRANCE - KLM 9.811 0.04<br />

AIR LIQUIDE 88.97 1.44<br />

AKZO NOBEL 37.9 1.49<br />

ALSTOM 47.855 1.83<br />

ALCATEL-LUCENT 2.308 3.5<br />

ASML HOLDING 23.21 3.11<br />

AXA 14.81 0.17<br />

BELGACOM 27.56 0.24<br />

B.COM.PORTUGUES 0.749 0.67<br />

B.ESPIRITO SANTO 3.66 0.03<br />

BNP PARIBAS 54.3 2.2<br />

BOUYGUES 35.2 4.14<br />

BRISA 6.042 2.67<br />

BUREAU VERITAS 37.755 1.41<br />

CREDIT AGRICOLE 11.05 1.19<br />

CAP GEMINI 34.34 1.49<br />

CARREFOUR 35.12 3.64<br />

CASINO GUICHARD 60.02 1.54<br />

CIMENTS FRANCAIS 64.7 0.7<br />

NATIXIS 3.59 -0.97<br />

CNP ASSURANCES 65.1 -1.15<br />

COLRUYT 183.5 -0.03<br />

CORIO 45.795 0.78<br />

DANONE 43.355 0.94<br />

DASSAULT SYSTEM 43.085 1.86<br />

DELHAIZE GROUP 57.93 1.86<br />

DEXIA 3.95 -0.55<br />

CHRISTIAN DIOR 73.89 2.68<br />

KONINKLIJKE DSM 31.195 1.73<br />

EADS 15.365 1.39<br />

EDF 37.01 0.54<br />

EDP 2.733 1.41<br />

EDP RENOVAVEIS 5.945 0.44<br />

REED ELSEVIER 8.465 0.58<br />

ERAMET 224.25 1.65<br />

ESSILOR INTERNAT 45.21 2.07<br />

EUTELSAT COMM. 24.865 1.95<br />

SODEXO 45 3.26<br />

FORTIS 2.557 1.67<br />

EIFFAGE 33.6 -1.75<br />

FRANCE TELECOM 17.36 0.78<br />

GALP ENERGIA 12.385 3.86<br />

GBL 64.17 -0.2<br />

GDF SUEZ 27.17 0.74<br />

HEINEKEN 37.065 2.76<br />

HERMES INTL 100.05 1.07<br />

Euronext - Next 150<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

BAM GROEP KON 5.814 -0.03<br />

DIETEREN 320 0.13<br />

SONAE 0.829 1.72<br />

BEFIMMO-SICAFI 58.5 -2.4<br />

IMPRESA SGPS 1.39 0<br />

PORTUCEL 1.866 1.41<br />

RHODIA 14.76 5.69<br />

VILMORIN & Cie 73.21 -0.91<br />

FAURECIA 12.785 0<br />

ARKEMA 25.62 3.14<br />

RALLYE 23.79 0.32<br />

VALEO 22.565 0.67<br />

NEXITY 27.46 1.84<br />

NUTRECO 44.825 3.02<br />

ORPEA 31.06 2.19<br />

HAVAS 3.072 2.2<br />

IMTECH 23.125 3.12<br />

EUROCOMMERCIAL 28.175 0.48<br />

BULL 3.39 0.59<br />

SMIT INTERNA 62.25 0<br />

ARCADIS 16.91 4.06<br />

TOMTOM N.V. 5.778 0.68<br />

HEIJMANS 12.37 1.19<br />

CSM 19.76 1.31<br />

LOGICA 1.325 -0.38<br />

ALTEN 20.13 1.03<br />

MANITOU BF 9.205 0.15<br />

MARTIFER 2.93 -0.68<br />

MAUREL ET PROM 11.28 3.87<br />

AALBERTS INDUSTR 10.35 1.37<br />

ACKERMANS V.HAAR 49.52 0.82<br />

AGFA-GEVAERT 6.66 2.94<br />

ALTRI SGPS SA 4.29 2.88<br />

APRIL GROUP 23.53 1.42<br />

ASM INTERNATIONA 17.72 2.72<br />

ATOS ORIGIN 34.57 1.01<br />

BARCO 28.86 -0.93<br />

BANCO BPI SA 1.93 -0.41<br />

BEKAERT 120 0.97<br />

BIC 52.91 1.75<br />

BINCKBANK 13.26 0.61<br />

BIOMERIEUX 81.66 1.62<br />

BANIF-SGPS 1.14 0<br />

BONDUELLE 81.8 0.62<br />

BOSKALIS WESTMIN 24.365 3.09<br />

WESSANEN KON 2.904 4.12<br />

CARBONE-LORRAINE 24.195 1.79<br />

SECHE ENVIRONNEM 54.05 1.41<br />

AREVA CI 347.1 1.68<br />

C F E 35.8 0.99<br />

BENETEAU 12.21 0.87<br />

CMB 22.1 0.14<br />

CLUB MEDITERRANE 11.995 4.26<br />

COFINIMMO-SICAFI 98.63 -0.92<br />

CIMPOR SGPS 5.4 -0.5<br />

CRUCELL 14.23 1.28<br />

DERICHEBOURG 2.884 -0.48<br />

DRAKA HOLDING 11.95 -1.44<br />

EDF ENERG NOUV 38.05 0.74<br />

EULER HERMES 52.21 -0.31<br />

EURONAV 14.82 -0.6<br />

EUROFINS SCIENT 32.62 2.58<br />

EURAZEO 47 0.78<br />

EVS BROADC.EQUIP 39.5 0.41<br />

EXACT HOLDING 18.435 1.35<br />

FAIVELEY 60.94 0.89<br />

FONC DES REGIONS 73.47 0.33<br />

FUGRO 43.37 1.64<br />

STALLERGENES 58.73 -0.27<br />

CGG VERITAS 18.5 4.88<br />

GROUP EUROTUNNEL 7.444 -0.2<br />

LISI 36.9 1.1<br />

GIMV 36.7 0.14<br />

GL EVENTS 16.69 0.91<br />

BOURBON 25.475 2.68<br />

ICADE 74.18 0.71<br />

ILIAD 77.93 0.18<br />

IMERYS 38.2 0.82<br />

ING GROEP 6.95 5.86<br />

ARCELORMITTAL 28.21 0.86<br />

JC DECAUX SA 18.9 3.11<br />

KBC GROEP 33.62 1.23<br />

KPN KON 11.83 1.11<br />

LAFARGE 48.085 0.96<br />

LAGARDERE S.C.A. 27.49 2.52<br />

LEGRAND 23.91 3.98<br />

KLEPIERRE 27.65 1.1<br />

L.V.M.H. 81.74 2.69<br />

MICHELIN 52.14 1.78<br />

MOBISTAR 43.515 0.2<br />

L OREAL 77.58 2.05<br />

PAGES JAUNES 8.47 2.93<br />

PERNOD RICARD 56.98 2.98<br />

PEUGEOT 19.54 0.8<br />

PHILIPS KON 22.26 3.68<br />

PPR 86.04 2.08<br />

PORTUGAL TELECOM 7.826 1.24<br />

PUBLICIS GROUPE 29.81 2.9<br />

RANDSTAD 31.365 2.02<br />

R.DUTCH SHELL A 20.435 2.1<br />

RENAULT 30.265 0.22<br />

SAFRAN 17.315 0.2<br />

SANOFI-AVENTIS 54.82 2.05<br />

SCHNEIDER ELECTR 80.23 2.3<br />

SCOR SE 18.09 0.81<br />

SES 18.34 3.06<br />

SUEZ ENV 16.3 0.77<br />

VINCI 39.62 3.04<br />

SAINT-GOBAIN 35.075 1.61<br />

SOCIETE GENERALE 41.275 2.17<br />

SOLVAY 71.15 1.31<br />

STMICROELECTRONI 6.528 2.64<br />

THALES 29.19 -0.53<br />

TECHNIP 53.08 1.49<br />

TF1 12 1.91<br />

TNT 19.26 1.32<br />

TOTAL 41.36 0.93<br />

UCB 32.57 0.22<br />

UNIBAIL RODAMCO 148.5 2.41<br />

UNILEVER CERT 22.45 1.58<br />

VEOLIA ENVIRON 24.195 1.62<br />

VIVENDI 18.81 1.68<br />

VALLOUREC 141.05 0.5<br />

WOLTERS KLUWER 15.09 1.93<br />

WOLTERS KLUWER 15.09 1.93<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

GRONTMIJ 16.475 0.58<br />

GEMALTO 30.32 0.71<br />

GUYENNE GASCOGNE 65.48 3.59<br />

INGENICO 17.605 0.6<br />

IPSEN 37.37 0.21<br />

IPSOS 26.19 2.71<br />

J MARTINS SGPS 7.26 3.01<br />

KARDAN NV 4.455 -0.11<br />

MEETIC 21.78 1.3<br />

NEOPOST 60.8 2.06<br />

MERCIALYS 26.33 0<br />

M6-METROPOLE TV 18.34 0.94<br />

MOTA ENGIL 3.22 2.12<br />

WENDEL 42.465 3.23<br />

NICOX 5.1 -1.37<br />

NEXANS 54.04 4.22<br />

NIEUWE STEEN INV 14.5 -2.03<br />

TEN CATE KON 18.85 -2.08<br />

NYRSTAR (D) 10.06 5.89<br />

OCE 8.415 -1.79<br />

OMEGA PHARMA 36.755 1.65<br />

MEDIQ 12.76 1.63<br />

PROLOGIS EUR PRP 4.81 -3.51<br />

PIERRE &VACANCES 51.5 3.17<br />

HAULOTTE GROUP 6.15 3.36<br />

REMY COINTREAU 35.18 0.51<br />

REN 2.99 1.36<br />

RHJ INTERN. 6.1 0.49<br />

TELEPERFORMANCE 24.075 2.84<br />

RUBIS 59.06 1.53<br />

REXEL 9.535 0.37<br />

SAFT 27.21 1.3<br />

SBM OFFSHORE 13.215 1.42<br />

SEB 47.965 1.56<br />

SECHILIENNE SIDE 23.05 2.9<br />

SEMAPA 7.327 3.65<br />

SILIC 83.94 -0.66<br />

SELOGER.COM 25.4 -0.94<br />

SLIGRO FOOD GP 23.58 0.3<br />

SONAECOM SGPS 1.6 0.63<br />

SOITEC 9.75 1.04<br />

SONAE INDUSTRIA 2.244 2.42<br />

SOPRA GROUP 52.8 0.57<br />

SPERIAN PROTEC 48.6 2.64<br />

SNS REAAL 3.77 0.86<br />

TEIXEIRA DUARTE 0.823 -1.67<br />

GROUPE STERIA 21.045 1.96<br />

TESSENDERLO 21.92 0.37<br />

TECHNICOLOR 0.98 0.82<br />

TELENET GRP HLDG 21.8 -0.23<br />

TRANSGENE 21.52 2.09<br />

TKH GROUP NV 13.81 2.3<br />

UBISOFT ENTERT. 8.801 -1.93<br />

UMICORE 22.62 2.77<br />

USG PEOPLE N.V. 12.3 3.32<br />

VASTNED RETAIL 46.51 -0.3<br />

VIRBAC 73.99 0.76<br />

VOPAK 55.44 2.65<br />

SEQUANA 7.1 0.64<br />

WAVIN NV 1.386 -2.39<br />

WDP-SICAFI 33.15 0.27<br />

WERELDHAVE 66.76 0.95<br />

ZODIAC AEROSPACE 34.21 2.24<br />

ZON MULTIMEDIA 3.75 0.56<br />

AMG 7.916 0.33<br />

PLASTIC OMNIUM 23.48 3.44<br />

BETER BED 18.66 1.41<br />

ACCELL GROUP 36.445 2.14<br />

BRUNEL INTERNAT 28.29 0.35<br />

E.SANTO FINANCIA 15 0<br />

SIPEF 44.72 9.07<br />

THROMBOGENICS 15.76 2.67<br />

UNIT 4 AGRESSO 17.58 -0.03<br />

ALTRAN TECHN. 3.481 1.31<br />

AREVA CI 347.1 1.68


44 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

FUNDOS DE INVESTIMENTO NACIONAIS<br />

BANIF EURO-TESOURARIA 7.2803 7.2803 Z<br />

BANIF PPA 5.9131 5.997 L<br />

BANIF EURO OBRIGAÇÕES TAXA FIXA 6.7702 6.7841 S<br />

BANIF ACÇÕES PORTUGAL 4.5371 4.6003 A<br />

BANIF EURO ACÇÕES 1.7771 1.8061 P<br />

BANIF EURO OBRIGAÇÕES TAXA VAR 4.3765 4.3785 U<br />

BANIF IMOPREDIAL 7.3825 7.382<br />

BANIF GESTÃO PATRIMONIAL 3.7394 3.733 J<br />

BANIF GESTÃO ACTIVA 3.2521 3.2392 J<br />

BANIF EUROPA DE LESTE 3.8822 3.896 F.Fundos<br />

BANIF AMÉRICA LATINA 4.3375 4.3306<br />

BANIF ÁSIA 3.9829 3.9746<br />

BANIF PROPERTY 1004.164 1004.006<br />

www.montepio.pt<br />

Informações 808 20 26 26<br />

Montepio Gestão de Activos Financeiros<br />

Montepio Accoes 97.572 97.8212 -<br />

Montepio Accoes Europa 33.2128 33.3124 -<br />

Montepio Euro Telcos 49.2111 49.3619 -<br />

Montepio Euro Utilities 60.9627 61.467 -<br />

Montepio Monetario 66.8797 66.8775 -<br />

Montepio Obrigacoes 83.9763 83.9342 -<br />

Montepio Taxa Fixa 68.4009 68.3813 -<br />

Montepio Tesouraria 87.4849 87.4833 -<br />

Multi Gestao Mercados Emergentes 43.0819 43.8068 -<br />

Multi Gestao Equilibrada 42.9004 43.2276 -<br />

Multi Gestao Dinamica 28.6126 28.9484 -<br />

Multi Gestao Prudente 49.0147 49.2098 -<br />

imorendimento@imorendimento.pt Telef: 226 07 56 60<br />

Imorendimento II - FIIF 6,1729<br />

Gestimo - FIIF 8,6223<br />

Continental Retail - FIIF 5,0979<br />

Multipark - FIIF 4,4044<br />

Prime Value - FEIIF 5,9096<br />

Natura - FIIF 5,0475<br />

Historic Lodges - FIIF 4,927<br />

Fundos de investimento<br />

Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />

valor € ant. €<br />

BARCLAYS GLOBAL CONSERVADOR 7.8888 7.9116 F.Fundos<br />

BARCLAYS GLOBAL MODERADO 10.9426 11.0084 J<br />

BARCLAYS FPR/E RENDIMENTO 12.2135 12.1862 X<br />

BARCLAYS PREMIER TESOURARIA 9.9367 9.9358 Z<br />

BARCLAYS FPR/E 13.1026 13.1155 X<br />

BARCLAYS PREMIER OBRG EURO 10.4887 10.4343 S<br />

BARCLAYS PREMIER ACÇÕES PORTUG 11.6288 11.8519 A<br />

BARCLAYS FPA 14.9303 15.2231 L<br />

BARCLAYS GLOBAL ACÇÕES 10.2892 10.4265 F.Fundos<br />

BARCLAYS GESTÃO DINÂMICA 100 - 4.9585 4.9591 F.Fundos<br />

BARCLAYS GESTÃO DINÂMICA 300 - 5.0834 5.0839 F.Fundos<br />

BARCLAYS GLOBAL DEFENSIVO 10.483 10.468 F.Fundos<br />

MILLENNIUM ACÇÕES AMERICA 2.3853 2.3765<br />

MILLENNIUM ACÇÕES JAPÃO 2.4658 2.4462<br />

MILLENNIUM AFORRO PPR 5.5638 5.5689<br />

MILLENNIUM DISPONIVEL 49.2617 49.2657<br />

MILLENNIUM EURO TAXA FIXA 11.4063 11.4204<br />

MILLENNIUM EUROCARTEIRA 9.1593 9.2963<br />

MILLENNIUM EUROFINANCEIRAS 2.8601 2.9044<br />

MILLENNIUM EUROPDUP OPORT - FEI 5.2288 5.2293<br />

MILLENNIUM EXTRATESO 5512.5732 5512.373<br />

MILLENNIUM EXTRATESO II 5470.2178 5470.0659<br />

MILLENNIUM GESTÃO DINAMICA 43.8808 43.9699<br />

MILLENNIUM GLOBAL UTILITIES 5.2896 5.3136<br />

MILLENNIUM INVEST PPR ACES 4.8587 4.8823<br />

MILLENNIUM MERCADOS EMERGENTES 7.855 7.8915<br />

MILLENNIUM MONETSEMES 5299.606 5299.4771<br />

MILLENNIUM OBRIGAÇÕES 5.3347 5.3344<br />

MILLENNIUM OBRIGAÇÕES EUROPA 4.9929 4.9883<br />

MILLENNIUM OBRIGAÇÕES MUNDAIS 10.7019 10.7022<br />

MILLENNIUM POUPANA PPR 6.1105 6.1349<br />

MILLENNIUM PPA 23.468 23.8565<br />

MILLENNIUM PREMIUM 5.0488 5.0485<br />

MILLENNIUM PRESTIGE CONSERVADO 7.2274 7.2358<br />

MILLENNIUM PRESTIGE MODERADO 6.8522 6.8733<br />

MILLENNIUM PRESTIGE VALORIZADO 6.9304 6.9656<br />

MILLENNIUM RENDIMENTO MENSAL 3.7719 3.7717<br />

POPULAR VALOR 3.056 3.0586 B<br />

POPULAR PPA 5.0879 5.1085 L<br />

POPULAR GLOBAL 25 5.1425 5.1474 J<br />

POPULAR GLOBAL 50 4.0763 4.0899 J<br />

POPULAR GLOBAL 75 3.2334 3.2515 J<br />

POPULAR ACÇÕES 2.9268 2.9319 P<br />

POPULAR EURO TAXA FIXA 6.3859 6.3828 S<br />

POPULAR TESOURARIA 5.4232 5.4228 Z<br />

POPULAR IMOBILIÁRIO 5.6932 5.6925 F.Fundos<br />

POPULAR PREDIFUNDO 11.4317 11.4308 F.Fundos<br />

ALVES RIBEIRO - MÉDIAS EMPRESAS 63.1707 62.3305<br />

ALVES RIBEIRO - FPR/E 7.4594 7.4236<br />

BBVA BOLSA EURO 2.3305 2.3769<br />

BBVA CASH 9.1899 9.1904<br />

BBVA EUROPA MXIMO 5.0706 5.0708<br />

BBVA GEST FLEX TODO-0-TERRENO 5.1804 5.2152<br />

BBVA IMOBILIARIO 6.1336 6.1535<br />

BBVA OBRIGAÇÕES 4.9977 4.9974<br />

BBVA OBRIGAÇÕES GOVERNOS 5.0356 5.0326<br />

BBVA PPA INDICE PSI20 5.5452 5.6707<br />

FUNDO CAPIT GAR EUR CONS BBVA 5.3334 5.3324<br />

Fundos de investimento<br />

Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />

valor € ant. €<br />

FUNDO GARANT BBVA 100 IBEX PROS 5.6305 5.6345<br />

FUNDO GARANT BBVA RANKING PLUS 6.0482 6.0427<br />

FUNDO GARANT TOPDIVID BBVA 5.6121 5.6112<br />

FUNDO GARANT TOPDIVID II BBVA 5.305 5.3038<br />

BPI BRASIL 9.1248 9.0904<br />

BPI CAP CI AGRESSIVO 0 0<br />

BPI CAP CI CONSERVADOR 0 0<br />

BPI CAP CI EQUILIBRADO 0 0<br />

BPI CAP CI ULTRACONSERVADOR 0 0<br />

BPI EURO TAXA FIXA 12.6571 12.6662<br />

BPI EUROPA CRESCIMENTO 10.3862 10.5798<br />

BPI EUROPA VALOR 16.1841 16.4412<br />

BPI GLOBAL 5.8305 5.8431<br />

BPI LIQUIDEZ 6.9495 6.9491<br />

BPI OBRIGAÇÕES A.R.A.R 7.5444 7.5551<br />

BPI PERPETUAS FEI 5.6447 5.6553<br />

BPI PORTUGAL 13.107 13.3198<br />

BPI POUPANCA ACÇÕES 14.2126 14.4444<br />

BPI REESTRUCTURAÇÕES 6.7196 6.7276<br />

BPI REFORMA ACÇÕES PPR 6.619 6.6207<br />

BPI REFORMA INVEST PPR 13.1054 13.1128<br />

BPI REFORMA SEGURA PPR 12.667 12.6727<br />

BPI SELECO 4.4059 4.4303<br />

BPI TAXA VARIAVEL 6.4044 6.4043<br />

BPI TAXA VARIAVEL PPR 5.6884 5.6888<br />

BPI TECNOLOGIAS 1.012 1.0108<br />

BPI TESOURARIA 7.1609 7.1609<br />

BPI UNIVERSAL 6.2784 6.2782<br />

BPN ACÇÕES PORTUGAL 4.1496 4.2043<br />

BPN ACÇÕES GLOBAL 4.8222 4.8936<br />

BPN CONSERVADOR 4.3929 4.3906<br />

BPN DIVERSIFICAÇÃO 3.696 3.698<br />

BPN OPTIMIZADO 5.4349 5.4619<br />

BPN TAXA FIXA EURO 5.924 5.9211<br />

BPN TESOURARIA 5.5014 5.4984<br />

BPN VALORIZAÇÃO 5.474 5.5315<br />

BPN IMONEGOCIOS 5.6875 5.6871 BPN IMOFUNDOS<br />

BPN REAL ESTATE 452.3239 452.0126 BPN IMOFUNDOS<br />

BPN IMOGLOBAL 476.8443 400.1469 BPN IMOFUNDOS<br />

BPN IMOMARINAS 106.7527 106.8016 BPN IMOFUNDOS<br />

EUROREAL 212.5192 212.1257 BPN IMOFUNDOS<br />

CAIXAGEST CURTO 9.3405 9.3414<br />

CAIXAGEST RENDIM 3.6386 3.6378<br />

CAIXAGEST TESOUR 9.9697 9.9712<br />

CAIXAGEST ACCOES EUROPA 6.8517 6.9878<br />

CAIXAGEST ACCOES PORTUGAL 13.038 13.2424<br />

CAIXAGEST OBRIGACOES EURO 9.6703 9.6796<br />

CAIXAGEST RENDA MENSAL 3.8808 3.8817<br />

CAIXAGEST ACCOES EUA 2.8513 2.8788<br />

CAIXAGEST ACCOES ORIENTE 5.5267 5.5779<br />

CAIXAGEST MOEDA 6.9359 6.9366<br />

CAIXAGEST ESTRATEGIA EQUILIBRADA 5.7223 5.7315<br />

CAIXAGEST PPA 12.2479 12.4412<br />

CAIXAGEST OPTIMIZER 5.6243 6.0028<br />

CAIXAGEST MAXI SELECCAO 5.1689 5.1673<br />

CAIXAGEST MAXIPREM 2010 6.4474 6.4457<br />

POSTAL ACCOES 8.3795 8.5401<br />

POSTAL CAPITALIZ 13.3242 13.3228<br />

POSTAL TESOURARI 9.7449 9.7441<br />

RAIZ CONSERVADOR 5.3415 5.3441<br />

RAIZ EUROPA 3.506 3.5685<br />

RAIZ GLOBAL 4.6868 4.7024<br />

RAIZ POUPANCA ACÇÕES 18.4902 18.7633<br />

RAIZ RENDIMENTO 6.1954 6.1952<br />

RAIZ TESOURARIA 7.6962 7.6962<br />

RAIZ TOP CAPITAL 10.0231 10.0243<br />

RAIZ VALOR ACUMULADO 10.1724 10.1697<br />

FINIPREDIAL 8.9048 8.9032<br />

FINICAPITAL 5.5187 5.5515<br />

FINIRENDIMENTO 5.0733 5.0734<br />

FINIGLOBAL 6.1725 6.1855<br />

FINIBOND - MARCADOS EMERGENTES 11.7612 11.7624<br />

FINIFUNDO - ACÇÕES INTERNACIONAL 3.2075 3.2242<br />

PPA FINIBANCO 8.0256 8.0663<br />

ES ABS OPPORTUNITY 90.36 90.21<br />

ES ACÇÕES AMERICA 6.6851 6.7793<br />

ES ACÇÕES EUROPA 9.6141 9.7784<br />

ES ACÇÕES GLOBAL 5.6597 5.7318<br />

ES AFRICA 4.2714 4.2794<br />

ES ALPHA 3 5.0374 5.047<br />

ES AMERICAN GROWTH 120.02 120.07<br />

ES ARRENDAMENTO 1000.239 1000.771<br />

ES BRASIL 5.1215 5.1896<br />

ES CAPITALIZAÇÃO 9.0054 9.0017<br />

ES CAPITALIZAÇÃO DINAMICA 4.5053 4.4989<br />

ES EMERGING MARKETS 119.14 119.35<br />

ES ESTRATEGIA ACTIVA 5.127 5.144<br />

ES ESTRATEGIA ACTIVA II 4.6145 4.6284<br />

ES EURO BOND 1066.96 1065.3101<br />

ES EUROPEAN EQUITY 73.26 74.49<br />

ES EUROPEAN RESPEQ FUND 12.4401 12.6037<br />

ES GLOBAL BOND 163.78 163.45<br />

ES GLOBAL ENHANCED 601.08 600.69<br />

ES GLOBAL EQUITY 77.9 77.89<br />

ES MERCADOS EMERGENTES 6.3791 6.4342<br />

ES MOMENTUM 3.6381 3.6714<br />

ES MONETARIO 6.807 6.8065<br />

ES OBRIGAÇÕES EUROPA 11.4097 11.3969<br />

ES OBRIGAÇÕES GLOBAL 10.2274 10.2186<br />

ES PORTUGAL ACÇÕES 6.056 6.149<br />

ES PPA 14.3243 14.5384<br />

ES PPR 14.9253 14.9499<br />

ES RECONVERSÃO URBANA 999.2037 999.6536<br />

ES RECONVERSÃO URBANA II 1001.98 1002.816<br />

ES REND FIXO FEI 5.0412 5.0412<br />

ES REND FIXO II FEI 5.0343 5.0343<br />

ES SHORT BOND EURO DIS 522.68 522.86<br />

ESPIRITO SANTO ALTA VISTA 910.654 911.9289<br />

ESPIRITO SANTO LOGISTICA 5.0189 5<br />

ESPIRITO SANTO PLANO CRESCIMENTO 5.4022 5.4022<br />

ESPIRITO SANTO PLANO DINAMICO 3.9807 4.0008<br />

ESPIRITO SANTO PLANO PRUDENTE 5.4581 5.4559<br />

ESPIRITO SANTO RENDIMENTO 5.3394 5.3371<br />

ESPIRITO SANTO EST ACES 5.2816 5.2795<br />

ESPIRITO SANTO PREMIUM 5.2517 5.2719<br />

ESPIRITO SANTO REND DINAMICO 6.5203 6.5863<br />

ESPIRITO SANTO REND PLUS 5.4493 5.443<br />

Seguros de Investimento<br />

Seguro Gestora Valor patrimonial 01/03/10<br />

VICTORIA INVEST VICTORIA - SEGUROS DE VIDA 126,27903<br />

VICTORIA REFORMA VALOR VICTORIA - SEGUROS DE VIDA 96,26533<br />

ACÇÕES DINÂMICO EUROVIDA 50,1957<br />

IMOBILIÁRIO EUROVIDA 79,2324<br />

INTERNACIONAL ACÇÕES EUROVIDA 51,3562<br />

POUPANÇA EUROVIDA 82,0362<br />

PPR ACTIVO EUROVIDA 78,607<br />

PPR ACTIVO ACÇÕES EUROVIDA 61,3096<br />

PPR AFORRO EUROVIDA 53,3796<br />

PPR GARANTIA EUROVIDA 66,9269<br />

PPR SEGURANÇA EUROVIDA 77,8884<br />

PPR 25% (2012) EUROVIDA 59,7392<br />

PPR/E VALOR REAL EUROVIDA 80,7237<br />

PPR/E 4,50% (2008) EUROVIDA 66,1099<br />

PPR/E 61% EUROVIDA 76,0412<br />

SELECÇÃO EUROVIDA 74,4713<br />

Fundos PPR/PPE<br />

Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />

valor € ant. €<br />

PPR BBVA 10,2429 10,2447 BBVA FUNDOS<br />

BBVA SOLIDEZ PPR 5,5051 5,5012 BBVA FUNDOS<br />

BBVA PROTECÇÃO 2015 5,4178 5,4161 BBVA FUNDOS<br />

BBVA PROTECÇÃO 2020 5,1097 5,1045 BBVA FUNDOS<br />

PPR/E -PATRIM.REFORMA PRUDENTE 1,3442 1,3441 S.G.F.<br />

PPR-PATRIM.REFORMA CONSERVADOR 6,5894 6,5908 S.G.F.<br />

PPR/E -PATRIM.REFORMA EQUILIBR 6,1598 6,1581 S.G.F.<br />

PPR/E -PATRIM.REFORMA ACÇÕES 5,3395 5,3374 S.G.F.<br />

F.P. SGF - EMPRESAS 9,3618 9,3613 S.G.F.<br />

SGF EMPRESAS PRUDENTE 5,6554 5,6567 S.G.F.<br />

F.P. PPR ACÇÕES DINÂMICO 5,1783 5,1796 S.G.F.<br />

F.P. PPR GARANTIDO 5,479 5,4801 S.G.F.<br />

PPR VINTAGE 9,5701 9,5672 ESAF-ESFP<br />

MULTIREFORMA 9,7728 9,7711 ESAF-ESFP<br />

F.P. ESAF - PPA 7,2537 7,2564 ESAF-ESFP<br />

MULTIREFORMA PLUS 5,5125 5,5077 ESAF-ESFP<br />

MULTIREFORMA ACÇÕES 5,9283 5,9027 ESAF-ESFP<br />

ES-MULTIREFORMA CAPITAL GARANT 5,133 5,134 ESAF-ESFP<br />

REFORMA EMPRESA 8,8397 9,2186 SANTANDER PENSÕES<br />

PPA VALORIS 8,2104 8,1874 AXA PORTUGAL<br />

MAXIMUS ACTIVUS 4,2528 4,2482 AXA PORTUGAL<br />

MAXIMUS MÉDIUS 4,7495 4,7303 AXA PORTUGAL<br />

MAXIMUS STABILIS 6,261 6,2679 AXA PORTUGAL<br />

PPR/E EUROPA 8,4804 8,4762 PENSÕESGERE<br />

VANGUARDA PPR 6,6417 6,6421 PENSÕESGERE<br />

HORIZONTE VALORIZAÇÃO 10,1745 10,1698 PENSÕESGERE<br />

PPR BNU/VANGUARDA 14,1631 14,1716 PENSÕESGERE<br />

PRAEMIUM "S" 14,2043 14,2069 PENSÕESGERE<br />

PRAEMIUM "V" 16,8857 16,8845 PENSÕESGERE<br />

HORIZONTE VALORIZAÇÃO MAIS 8,2053 8,1997 PENSÕESGERE<br />

HORIZONTE SEGURANÇA 8,7259 8,7311 PENSÕESGERE<br />

TURISMO PENSÕES 6,4021 6,8993 PENSÕESGERE<br />

CAIXA REFORMA ACTIVA 11,3546 11,3844 CGD PENSÕES<br />

CAIXA REFORMA VALOR 4,9153 4,9091 CGD PENSÕES<br />

REFORMA + 6,6624 6,2713 ALLIANZ-SGFP, SA<br />

Rentabilidades<br />

Fundos do mercado monetário euro<br />

Ult 12 meses<br />

rend. anualizada<br />

Classe<br />

de risco<br />

Valor da UP **<br />

(Euro)<br />

F.I.M. Caixagest Liquidez * 4,9999<br />

F.I.M. CA Monetário 0,99 * 5,1034<br />

F.I.M. Montepio Monetário 0,43 1 66,8736<br />

Fundos de tesouraria Euro<br />

F.I.M. Banif Euro Tesouraria 3,61 1 7,2759<br />

F.I.M. Barclays Tesouraria Plus 3,42 * 5,2535<br />

F.I.M. BBVA Cash 3,63 2 9,1886<br />

F.I.M. BPI Liquidez 1,95 1 6,9424<br />

F.I.M. BPI Tesouraria<br />

F.I.M. BPN Tesouraria<br />

1,28<br />

5,94<br />

1<br />

2<br />

7,1577<br />

5,4936<br />

F.I.M. Caixagest Curto Prazo -2,25 2 9,3290<br />

F.I.M. Caixagest Moeda -0,04 1 6,9305<br />

F.I.M. Caixagest Tesouraria -2,09 2 9,9607<br />

F.I.M. Postal Tesouraria 1,55 1 9,7371<br />

F.I.M. Raiz Tesouraria<br />

F.I.M. Millennium Disponível<br />

0,70 1<br />

*<br />

7,6960<br />

49,2470<br />

F.I.M. MNF Euro Tesouraria 4,19 * 5,3144<br />

F.I.M. Montepio Tesouraria 1,59 1 87,4653<br />

F.I.M. Popular Tesouraria 1,49 1 5,4208<br />

F.I.M. Santander MultiTesouraria 1,72 1 10,8418<br />

Fundos de obrigações taxa indexada euro<br />

Rend. anualizada Risco Classe<br />

Últimos<br />

12 meses<br />

Últimos<br />

24 meses<br />

últimos<br />

2 anos<br />

de<br />

risco<br />

F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Variável 11,66 -6,11 5,24 3<br />

F.I.M. Barclays Obrigações Taxa Variável Euro* 5,80 *<br />

F.I.M. BPI Taxa Variável 8,64 -8,23 6,18 3<br />

F.I.M. BPN Conservador 21,02 -15,81 12,31 4<br />

F.I.M. Caixagest Obrigações Mais<br />

F.I.M. Caixagest Renda Mensal<br />

14,47<br />

2,18<br />

-0,09<br />

-7,64<br />

3,88<br />

4,02<br />

2<br />

2<br />

F.I.M. Caixagest Rendimento -5,41 -10,32 4,80 2<br />

F.I.M. Postal Capitalização 8,01 -1,14 3,30 2<br />

F.I.M. Raiz Rendimento 2,67 1,52 0,47 1<br />

F.I.M. Esp. Santo Capitalização -5,42 -2,82 2,37 2<br />

F.I.M. Esp. Santo Capitalização Dinâmica<br />

F.I.M. Esp. Santo Renda Mensal*<br />

-15,42<br />

-3,01<br />

-8,16<br />

-1,30<br />

4,49<br />

1,94<br />

2<br />

1<br />

F.I.M. Finirendimento 5,61 1,94 1,62 2<br />

F.I.M. Millennium Obrigações 1,38 -10,22 6,63 3<br />

F.I.M. Millennium Obrigações Mundiais -3,98 -11,97 7,75 3<br />

F.I.M. Millennium Premium 4,97 -1,54 5,07 2<br />

F.I.M. Millennium Rendimento Mensal<br />

F.I.M. Montepio Obrigações<br />

6,75<br />

16,08<br />

-7,53<br />

0,96<br />

6,46<br />

5,04<br />

3<br />

2<br />

F.I.M. Santander MultiCrédito* 2,98 -1,04 2,56 2<br />

F.I.M. Santander MultiObrigações* 1,83 -5,98 4,48 2<br />

* - O Fundo Barclays Obrigações Taxa Variável Euro incorporou por fusão o Fundo Barclays Renda Mensal<br />

* - O Fundo Esp. Santo Renda Mensal incorporou por fusão o Fundo Esp. Santo Renda Trimestral<br />

* - O Fundo Santander MultiCurto Prazo passou a designar-se por Santander MultiCrédito<br />

* - O Fundo Santander MultiObrigações incorporou por fusão o Fundo Santander Multibond Premium<br />

Fundos de obrigações taxa fixa euro<br />

F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Fixa 4,54 4,32 4,79 2<br />

F.I.M. Barclays Premier Obrig. Euro 7,31 6,42 5,08 3<br />

F.I.M. BPI Euro Taxa Fixa 1,14 4,48 5,48 3<br />

F.I.M. BPN Taxa Fixa Euro 3,71 4,29 5,03 3<br />

F.I.M. Caixagest Obrigações Euro 2,49 3,38 4,94 3<br />

F.I.M. Esp. Santo Obrigações Europa 5,11 6,95 5,39 3<br />

F.I.M. Finifundo Taxa Fixa Euro 7,04 5,46 4,14 2<br />

F.I.M. Millennium Euro Taxa Fixa 5,12 4,17 5,14 3<br />

F.I.M. Millennium Obrigações Europa 24,39 -6,13 10,09 4<br />

F.I.M. Montepio Taxa Fixa 2,02 3,63 3,29 2<br />

F.I.M. Santander Multi Taxa Fixa 6,90 6,82 3,92 2<br />

Fundos de obrigações taxa fixa Intern.<br />

F.I.M. BPI Obrigações A.R.A.R. 33,59 2,96 8,55 3<br />

F.I.M. Esp. Santo Obrig. Global 0,76 4,90 6,03 3<br />

Fundos de acções nacionais<br />

F.I.M. Banif Acções Portugal 30,89 -16,38 30,07 6<br />

F.I.M. Barclays Premier Acc. Portugal 35,64 -15,34 28,77 6<br />

F.I.M. BPI Portugal 29,27 -10,99 25,84 6<br />

F.I.M. Caixagest Accões Portugal 27,02 -20,22 25,44 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Portugal Accões 34,22 -10,09 27,93 6<br />

F.I.M. Millennium Acções Portugal 27,17 -14,37 24,92 6<br />

F.I.M. Santander Accões Portugal 37,02 -12,33 28,67 6<br />

Fundos de acções da UE, Suíça e Noruega<br />

F.I.M. Banif Euro Acções 30,07 -18,93 36,87 6<br />

F.I.M. BBVA Bolsa Euro 36,88 -11,00 33,25 6<br />

F.I.M. BPI Euro Grandes Capitalizações* 27,85 -10,00 29,18 6<br />

F.I.M. BPI Europa Valor 32,58 -14,83 33,74 6<br />

F.I.M. BPN Acções Europa 38,13 -6,65 29,23 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções Europa 27,99 -16,62 29,76 6<br />

F.I.M. Postal Acções 28,49 -16,84 29,11 6<br />

F.I.M. Raiz Europa 28,52 -8,37 27,87 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Accões Europa 36,84 -9,90 28,47 6<br />

F.I.M. Finicapital 22,18 -16,07 26,31 6<br />

F.I.M. Millennium Eurocarteira 42,54 -13,88 32,56 6<br />

F.I.M. Montepio Acções 33,92 -12,38 28,04 6<br />

F.I.M. Montepio Acções Europa 34,32 -11,61 31,83 6<br />

F.I.M. Popular Acções 32,27 -12,72 31,36 6<br />

F.I.M. Santander Accões Europa 44,26 -13,42 35,17 6<br />

*-OFundo BPI Europa Crescimento passou a designar-se por BPI Euro Grandes Capitalizações<br />

Fundos de acções da América do Norte<br />

F.I.M. BPI América 29,12 -6,59 28,46 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções EUA 27,69 -5,03 31,42 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Acções América 37,64 -10,28 31,66 6<br />

F.I.M. Millennium Acções América 38,40 -1,67 28,86 6<br />

F.I.M. Santander Acções América 25,07 -8,39 32,56 6<br />

F.I.M. Santander Acções USA 35,89 -8,98 32,84 6<br />

Fundos de acções sectoriais<br />

Rend. anualizada Risco Classe<br />

Últimos Últimos últimos de<br />

12 meses 24 meses 2 anos risco<br />

F.I.M. BPI Tecnologias 30,81 -1,54 27,21 6<br />

F.I.M. Millennium Euro Financeiras 68,98 -20,82 49,46 6<br />

F.I.M. Millennium Global Utilities 10,22 -13,23 25,67 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Energy 25,32 -11,50 33,10 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Financial Service 60,88 -19,14 48,60 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Healhcare 22,40 2,26 21,65 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Telcos 19,88 -8,65 23,63 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Utilities 17,14 -14,56 28,61 6<br />

F.I.M. Santander Euro Fut. Telecomunicações 20,74 -10,12 26,16 6<br />

F.I.M. Santander Euro Futuro Acções Defensivo 20,67 -2,22 26,72 6<br />

F.I.M. Santander Euro Futuro Banca e Seguros 68,72 -19,93 48,02 6<br />

F.I.M. Santander Euro Futuro Ciclico 34,67 -8,54 35,12 6<br />

Outros fundos de acções internacionais<br />

F.I.M. BPI África 28,41 *<br />

F.I.M. BPI Reestruturações 21,73 -3,00 19,32 5<br />

F.I.M. BPN Acções Global 52,01 -7,86 33,97 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções Emergentes 56,88 -11,86 33,99 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções Japão 17,12 -11,23 21,51 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções Oriente 58,18 -2,06 31,27 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Acções Global 30,35 -16,13 31,49 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Mercados Emerg. 69,29 -11,19 34,65 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Momentum 29,61 -11,07 26,16 6<br />

F.I.M. Finifundo Acções Internacionais 31,52 -16,70 28,87 6<br />

F.I.M. Millennium Acções Japão 15,58 -8,83 21,16 6<br />

F.I.M. Millennium Mercados Emergentes 63,83 -8,18 33,66 6<br />

Fundos mistos predom. obrigações<br />

F.I.M. BPN Optimização 23,17 -5,32 11,27 4<br />

F.I.M. Caixagest Estratégia Equilibrada 9,87 0,45 2,99 2<br />

F.I.M. Santander Multinvest 11,68 -9,03 10,25 4<br />

Fundos mistos predominantemente acções<br />

F.I.M. BPN Valorização 38,73 -7,37 23,23 6<br />

F.I.M. Caixagest Estratégia Arrojada 14,99 -3,68 10,19 4<br />

F.I.M. Finiglobal 15,05 -5,15 11,04 4<br />

F.I.M. Popular Valor 21,16 -11,45 21,71 6<br />

Fundos poupança acções<br />

F.I.M. Banif PPA 31,55 -17,06 30,38 6<br />

F.I.M. Barclays FPA 37,17 -15,23 29,37 6<br />

F.I.M. BPI PPA 28,32 -11,53 26,13 6<br />

F.I.M. Caixagest PPA 28,84 -20,71 25,57 6<br />

F.I.M. Raiz Poupança Acções 31,89 -9,75 24,07 6<br />

F.I.M. Esp. Santo PPA 37,11 -9,35 28,20 6<br />

F.P. ESAF PPA 36,52 -9,42 26,57 6<br />

F.I.M. PPA Finibanco 26,92 -14,61 25,36 6<br />

F.P. PPA Acção Futuro 34,19 -13,64 26,84 6<br />

F.I.M. Millennium PPA 28,95 -13,85 24,81 6<br />

F.I.M. Popular PPA 37,07 -14,87 27,64 6<br />

F.I.M. Santander PPA 33,41 -14,91 28,63 6<br />

Fundos de fundos predominantem. obrig.<br />

F.I.M. Barclays Global Conservador 19,71 3,29 6,68 3<br />

F.I.M. Barclays Global Defensivo 1,37 0,67 1,35 1<br />

F.I.M. Caixagest Estratégia Dinâmica 0,13 -3,15 1,92 2<br />

F.I.M. Raiz Conservador 3,19 -1,14 2,22 2<br />

F.I.M. Finifundo Conservador 11,01 *<br />

F.I.M. Millennium Prestige Conservador 9,34 -2,95 6,56 3<br />

F.I.M. Multi Gestão Prudente 13,30 -1,62 6,47 3<br />

F.I.M. Popular Global 25 12,91 -2,99 6,54 3<br />

Fundos de fundos predominantem. acções<br />

F.I.M. Barclays Global Acções 42,13 -11,54 23,68 6<br />

F.I.M. Multi Gestão Dinâmica 27,35 -14,18 20,15 6<br />

F.I.M. Multi Gestão Mercados Emergentes 53,80 -12,84 25,97 6<br />

F.I.M. Popular Global 75 26,36 -9,25 17,69 5<br />

Fundos poupança reforma/educação<br />

CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de Acções<br />

F.I.M. Barclays PPR Rendimento 8,95 0,43 4,03 2<br />

F.P. Solidez PPR 5,20 1,11 1,64 2<br />

F.I.M. BPI Reforma Segura PPR 6,11 -2,02 2,48 2<br />

F.I.M. BPI Taxa Variável PPR 2,64 -1,69 2,86 2<br />

F.P. PPR Garantia de Futuro 7,73 2,17 2,18 2<br />

F.P. PPR Praemium S 5,93 -1,23 3,01 2<br />

F.I.M. Santander Poupança Futura FPR* 6,39 -1,09 3,00 2<br />

F.P. SGF Patr. Ref. Conservador PPR 7,83 4,18 2,26 2<br />

CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções<br />

F.I.M. Millennium Aforro PPR 5,75 1,63 3,08 2<br />

F.P. PPR SGF Garantido 8,58 *<br />

CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções<br />

F.I.M. Barclays PPR 10,66 -0,27 5,17 3<br />

F.P. CVI PPR/E 13,69 1,55 8,79 3<br />

F.P. PPR BBVA 12,52 0,32 8,20 3<br />

F.I.M. Esp. Santo PPR 3,65 1,37 4,67 2<br />

F.P. PPR 5 Estrelas 10,47 1,50 3,71 2<br />

F.P. PPR Geração Activa 12,23 *<br />

F.P. PPR Platinium 13,78 -1,40 7,01 3<br />

F.I.M. Millennium Poupança PPR 7,53 -2,23 5,31 3<br />

F.P. PPR BNU Vanguarda 7,75 -4,38 6,97 3<br />

F.P. PPR Europa 10,52 2,75 5,93 3<br />

F.P. Vanguarda PPR 7,55 -2,63 5,57 3<br />

F.I.M. Santander Poupança Investimento FPR 11,16<br />

CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções<br />

-5,65 7,43 3<br />

F.I.M. Barclays PPR Acções Life Path 2020 20,31 -6,04 12,90 4<br />

F.I.M. Barclays PPR Acções Life Path 2025 21,90 -6,23 13,92 4<br />

F.I.M. Millennium Investimento PPR Acções 8,30 -5,85 8,25 3<br />

F.P. PPR Praemium V<br />

Outros fundos<br />

9,15 -4,72 8,79 3<br />

F.I.M. Barclays Premier Tesouraria 2,41 2,33 0,40 1<br />

F.I.M. Raiz Global 16,59 -1,51 11,38 4<br />

F.I.M. Esp. Santo Monetário 1,40 2,09 0,28 1<br />

F.I.M. Finifundo Agressivo 23,29 *<br />

F.I.M. Finifundo Moderado<br />

F.I.M. Millennium Prestige Valorização<br />

14,67<br />

25,88 -4,06 16,94<br />

*<br />

5<br />

F.I.M. Popular Euro Obrigações* 10,65 3,41 3,24 2<br />

*-OFundo Popular Euro Taxa Fixa incorporou por fusão o Fundo Popoular Rendimento e passou<br />

a designar-se por Popular Euro Obrigações<br />

Fundos diversos<br />

F.I.M. Orey Acções Europa -22,23 -38,08 34,81 6<br />

Fundos de pensões abertos<br />

CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de Acções<br />

F.P. Banif Reforma Sénior 1,45 *<br />

F.P. Aberto Caixa Reforma Garantida 2022 -2,62 -3,37 10,00 4<br />

F.P. Aberto Caixa Reforma Prudente 2,10 *<br />

F.P. Aberto Horizonte Segurança<br />

F.P. Aberto SGF Empresas Prudente<br />

5,16<br />

4,97<br />

2,36<br />

4,40<br />

3,24<br />

2,65<br />

2<br />

2<br />

CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções<br />

F.P. Banif Reforma Activa 6,10 *<br />

F.P. Aberto Protecção 2015 0,57 -0,11 5,95 3<br />

F.P. Aberto Caixa Reforma Activa 2,13 -3,43 3,44 2<br />

F.P. Aberto Esp.Sto Multireforma<br />

F.P. Aberto Futuro Clássico<br />

13,58<br />

6,57<br />

2,95<br />

1,81<br />

3,86<br />

2,50<br />

2<br />

2<br />

CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções<br />

F.P. Aberto BBVA PME’s 13,07 1,91 7,76 3<br />

F.P. Aberto Protecção 2020 2,35 -2,79 9,71 3<br />

F.P. Aberto Caixa Reforma Valor 10,28 -5,38 8,62 3<br />

F.P. Aberto Esp.Santo Multireforma Plus<br />

F.P. Aberto VIVA<br />

14,53<br />

10,63<br />

0,03<br />

-1,21<br />

6,38<br />

5,30<br />

3<br />

3<br />

F.P. Aberto Horizonte Valorização 11,77 -0,83 7,35 3<br />

F.P. Aberto Turismo Pensões 13,09 0,83 7,09 3<br />

CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções<br />

F.P. Banif Reforma Jovem 1,21 *<br />

F.P. Aberto Esp.Santo Multireforma Acções 46,99<br />

F.P. Aberto Horizonte Valorização Mais 16,47 -0,92 11,46<br />

*<br />

4<br />

Fonte: Euronext Lisboa e APFIPP<br />

Nota 1: As rentabilidades são as calculadas e divulgadas semanalmente pela<br />

Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios<br />

(APFIPP). Esta informação é actualizada nesta página na edição de cada quarta-feira,<br />

excepto quando seja especificado o contrário.


Fundos Internacionais<br />

Fundo Último<br />

valor€<br />

Divisa<br />

PARVEST<br />

www.bnpparibas-am.com<br />

Número Verde 800 844 109<br />

PARVEST EURO PREMIUM EUR 104.58<br />

PARVEST ABS EUR 68.33<br />

PARVEST ABS RET CURR. 10 EUR 101.95<br />

PARVEST ABS RET EUROPE LS EUR 97.67<br />

PARVEST ABS RET EUROPEAN BOND EUR 107.66<br />

PARVEST ABSOLUTE RETURN<br />

GLOBAL BOND (USD) USD 104.58<br />

PARVEST ABS RET MULTI ASS. 4 EUR 103.05<br />

PARVEST ABS RET MULTI ASS. 4 (USD) USD 102.74<br />

PARVEST AGRICULTURE EUR 85.16<br />

PARVEST ASIA USD 274.53<br />

PARVEST ASIAN CONVERTIBLE BOND USD 330.86<br />

PARVEST AUSTRALIA AUD 677.8<br />

PARVEST DIVERSIFIED (DYNAMIC) EUR 181.77<br />

PARVEST BRAZIL USD 150.54<br />

PARVEST BRIC USD 142.55<br />

PARVEST CHINA USD 285.48<br />

PARVEST DIVERSIFIED (PRUDENT) EUR 126.9<br />

PARVEST CONVERGING EUROPE EUR 108.99<br />

PARVEST CREDIT STRATEGIES EUR 37.88<br />

PARVEST EMERGING MARKETS USD 317.73<br />

PARVEST EMERGING MARKETS BOND USD 306.84<br />

PARVEST EMERGING MKTS EUROPE EUR 145.37<br />

PARVEST ENHANCED EONIA 1 YEAR EUR 107.12<br />

PARVEST ENHANCED EONIA 6 MONTHS EUR 106.98<br />

PARVEST ENHANCED EONIA EUR 116.88<br />

PARVEST EONIA PREMIUM EUR 113.34<br />

PARVEST EURO BOND EUR 177.62<br />

PARVEST EURO CORP BD SUST DVP EUR 113.08<br />

PARVEST EURO CORPORATE BOND EUR 139.56<br />

PARVEST EURO EQUITIES EUR 108.13<br />

PARVEST EURO GOVERNMENT BOND EUR 304.08<br />

PARVEST EURO INFLATION-LINKED BD EUR 121.58<br />

PARVEST EURO LONG TERM BOND EUR 114.71<br />

PARVEST EURO MEDIUM TERM BOND EUR 159.56<br />

PARVEST EURO SHORT TERM BOND EUR 117.43<br />

PARVEST EURO SMALL CAP EUR 173.43<br />

PARVEST EUROPE ALPHA EUR 95.83<br />

PARVEST EUROPE DIVIDEND EUR 61.94<br />

PARVEST EUROPE FINANCIALS EUR 65.96<br />

PARVEST EUROPE GROWTH EUR 164.85<br />

PARVEST EUROPE LS30 EUR 62.34<br />

PARVEST EUROPE MID CAP EUR 362.52<br />

PARVEST EUROPE REAL ESTATE SEC. EUR 56.79<br />

PARVEST EUROPE SMALL CAP EUR 75.73<br />

PARVEST EUROPE SUSTAINABLE DVPT EUR 74.92<br />

PARVEST EUROPE VALUE EUR 110.17<br />

PARVEST CORP BOND OPPORTUNITIES EUR 106.92<br />

PARVEST ENVIRONM OPPORTUNITIES EUR 93.02<br />

PARVEST EUROPEAN BOND EUR 297.54<br />

PARVEST EUROPEAN CONVERT BOND EUR 119.24<br />

PARVEST EUROPEAN HIGH YIELD BD EUR 103.77<br />

PARVEST EUROPEAN SM CONVERT BD EUR 106.38<br />

PARVEST FRANCE EUR 360.85<br />

PARVEST GERMAN EQUITIES EUR 76.13<br />

PARVEST GLOBAL BOND USD 42.51<br />

PARVEST GLOBAL BRANDS USD 241.42<br />

PARVEST GLOBAL CORPORATE BOND USD 117.93<br />

PARVEST GLOBAL ENVIRONNEMENT EUR 91.58<br />

PARVEST GLOBAL EQUITIES USD 114.22<br />

PARVEST GLOBAL HIGH YIELD BOND USD 114.64<br />

PARVEST GLOBAL INFL LKD BD EUR 114.29<br />

PARVEST GLOBAL RESOURCES USD 218.16<br />

PARVEST GLOBAL TECHNOLOGY USD 83.96<br />

PARVEST INDIA USD 155.11<br />

PARVEST JAPAN JPY 2958<br />

PARVEST JAPAN SMALL CAP JPY 3038<br />

PARVEST JAPAN YEN BOND JPY 20581<br />

PARVEST LATIN AMERICA USD 776.88<br />

PARVEST NEXT GENERATION EUR 108.85<br />

PARVEST RUSSIA USD 71.5<br />

PARVEST SHORT TERM (CHF) CHF 307.672<br />

PARVEST SHORT TERM (DOLLAR) USD 203.246<br />

PARVEST SHORT TERM (EURO) EUR 206.86<br />

PARVEST SHORT TERM (STERLING) GBP 195.398<br />

PARVEST SOUTH KOREA USD 79.05<br />

PARVEST STEP 90 EURO EUR 1277.48<br />

PARVEST SWITZERLAND CHF 550.89<br />

PARVEST TARGET RETURN PLUS (EURO) EUR 109.29<br />

PARVEST TARGET RETURN PLUS (USD) USD 209.74<br />

PARVEST TURKEY EUR 120.33<br />

PARVEST UK GBP 115.48<br />

PARVEST US DOLLAR BOND USD 401.25<br />

PARVEST US HIGH YIELD BOND USD 161.87<br />

PARVEST US MID CAP USD 107.11<br />

PARVEST US SMALL CAP USD 391.07<br />

PARVEST US VALUE USD 76.23<br />

PARVEST USA USD 67.76<br />

PARVEST USA LS30 USD 70.36<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

BNP PARIBAS INSTICASH<br />

BNP PARIBAS INSTICASH CHF CHF 106.788<br />

BNP PARIBAS INSTICASH EUR EUR 115.443<br />

BNP PARIBAS INSTICASH GBP GBP 127.201<br />

BNP PARIBAS INSTICASH USD USD 116.88<br />

PARWORLD<br />

PARWORLD DYNALLOCATION EUR 103.1<br />

PARWORLD EMERGING STEP 80 (EURO) EUR 113.29<br />

PARWORLD QUAM 10 EUR 113.41<br />

PARWORLD QUAM 15 EUR 108.92<br />

PARWORLD TRACK COMMODITIES EUR 54.1<br />

PARWORLD TRACK CONTINENT EUROPE EUR 67.06<br />

PARWORLD TRACK JAPAN EUR 72.25<br />

PARWORLD TRACK NORTH AMERICA EUR 75.94<br />

PARWORLD TRACK UK EUR 67.2<br />

PARWORLD TRACK UK EUR 62.44<br />

www.bnymellonam.com<br />

Fundo Divisa Valor<br />

BNY Mellon Global Funds, plc<br />

BNY MELLON ASIAN EQUITY FUND A USD 2.6588<br />

BNY MELLON BRAZIL EQ FUND A USD 1.1451<br />

BNY MELLON CONT. EUROP. EQ. FUND A EUR 1.0919<br />

BNY MELLON EMRG. MKTS DBT LCL CUR A EUR 1.0152<br />

BNY MELLON EMRG. MKTS DEBT A USD 1.4454<br />

BNY MELLON EURO GVT BOND INDEX A EUR 1.3958<br />

BNY MELLON EVOL. CURR.OPTION A EUR 80.668<br />

BNY MELLON EVOL. GLB ALPHA A EUR 86.306<br />

BNY MELLON GL. BOND EUR HEDGED H EUR 1.1917<br />

BNY MELLON GLB EMERG. MKTS FUND A USD 3.3543<br />

BNY MELLON GLB H.YLD BOND FUND A EUR 1.2141<br />

BNY MELLON GLOBAL BOND FUND A USD 1.9798<br />

BNY MELLON GLOBAL EQUITY FUND A USD 1.3020<br />

BNY MELLON GLOBAL INTREPID FUND A USD 1.4362<br />

BNY MELLON JAPAN EQUITY FUND A EUR 0.5964<br />

BNY MELLON JAPAN EQ. VALUE FUND A EUR 44.729<br />

BNY MELLON PAN EUROP EQ. FUND A USD 1.5167<br />

BNY MELLON S&P 500 INDEX A USD 0.9791<br />

BNY MELLON SMALL CAP EURO. FUND A EUR 1.9376<br />

BNY MELLON STERLING BOND FUND A EUR 0.9692<br />

BNY MELLON UK EQUITY FUND A EUR 0.8652<br />

BNY MELLON US DYN. VALUE FUND A USD 1.3336<br />

BNY MELLON US EQUITY FUND A USD 0.8208<br />

WestLB Mellon Compass Funds<br />

Fundo<br />

COMPASS FUND - EMERGING MARKETS<br />

Divisa Valor<br />

BOND FUND C EUR 15.65<br />

COMPASS FUND - LATIN AMERICA FUND C<br />

COMPASS FUND - GLOBAL EMERGING<br />

EUR 27.56<br />

MARKETS FUND C EUR 15.41<br />

COMPASS FUND - EURO BALANCED FUND C EUR 9.07<br />

COMPASS FUND - EURO BOND FUND C EUR 13.97<br />

COMPASS FUND - EURO EQUITY FUND C EUR 5.24<br />

COMPASS FUND - GLOBAL BOND FUND C EUR 12.67<br />

COMPASS FUND - EURO LIQUIDITY FUND C EUR 131.253<br />

COMPASS FUND - EUROPEAN CONVERTIBLE FUND CEUR<br />

COMPASS FUND - EASTERN EUROPE<br />

8.82<br />

DIVERSIFIED FUND C EUR 16.45<br />

COMPASS FUND - JAPANESE EQUITY FUND C EUR 3.83<br />

COMPASS FUND - GLOBAL HIGH YIELD BOND FUND CEUR 12.93<br />

COMPASS FUND - EURO HIGH YIELD BOND FUND CEUR 16.2<br />

COMPASS FUND - EURO CORPORATE BOND FUND CEUR 13.76<br />

COMPASS FUND - ABS FUND C EUR 102.793<br />

COMPASS FUND - QUANDUS EURO BOND FUND CEUR 11.17<br />

COMPASS FUND - EURO SMALL CAP EQUITY FUND CEUR 8.09<br />

CAAM Funds Class Classic S<br />

ARBITRAGE INFLATION EUR 107.33<br />

ASIAN GROWTH USD 21.06<br />

DYNARBITRAGE FOREX EUR 109.14<br />

DYNARBITRAGE VAR 4 (EUR) EUR 111.06<br />

DYNARBITRAGE VOLATILITY EUR 115.63<br />

EMERGING MARKETS USD 27.15<br />

EURO CORPORATE BOND EUR 14.68<br />

EURO QUANT EUR 6.01<br />

EUROPEAN BOND EUR 140.98<br />

GREATER CHINA USD 23.54<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

Dexia Bonds Fundo Divisa Valor<br />

DB EMERGING MARKETS CCAP USD 1476.19<br />

DB EMERGING MARKETS ICAP USD 1539.68<br />

DB EMERGING MARKETS NCAP USD 1357.21<br />

DB EURO CCAP EUR 908.76<br />

DB EURO ICAP EUR 938.53<br />

DB EURO NCAP EUR 886.07<br />

DB EURO CONVERGENCE CCAP EUR 2538.93<br />

DB EURO CONVERGENCE ICAP EUR 2608.12<br />

DB EURO CONVERGENCE NCAP EUR 2477.58<br />

DB EURO CORPORATE CCAP EUR 5506.51<br />

DB EURO CORPORATE ICAP EUR 5606.18<br />

DB EURO CORPORATE NCAP EUR 109.43<br />

DB EURO GOVERNMENT CCAP EUR 1795.9<br />

DB EURO GOVERNMENT ICAP EUR 1848.79<br />

DB EURO GOVERNMENT NCAP EUR 1752.8<br />

DB EURO GOVERNMENT PLUS CCAP EUR 777.09<br />

DB EURO GOVERNMENT PLUS ICAP EUR 803.52<br />

DB EURO GOVERNMENT PLUS NCAP EUR 761.24<br />

DB EURO HIGH YIELD CCAP EUR 606.26<br />

DB EURO HIGH YIELD ICAP EUR 625.92<br />

DB EURO HIGH YIELD NCAP EUR 572.72<br />

DB EURO INFLATION LINKED CCAP EUR 128.82<br />

DB EURO INFLATION LINKED ICAP EUR 132.12<br />

DB EURO INFLATION LINKED NCAP EUR 126.41<br />

DB EURO LONG TERM CCAP EUR 5343.88<br />

DB EURO LONG TERM ICAP EUR 5542.69<br />

DB EURO LONG TERM NCAP EUR 5215.15<br />

DB EURO SHORT TERM CCAP EUR 1909.35<br />

DB EURO SHORT TERM ICAP EUR 1948.77<br />

DB EURO SHORT TERM NCAP EUR 1842.41<br />

DB EUROPE CCAP EUR 4507.27<br />

DB EUROPE ICAP EUR 4605.12<br />

DB EUROPE NCAP EUR 4426.08<br />

DB EUROPE CONVERTIBLE CCAP EUR 290.36<br />

DB EUROPE CONVERTIBLE ICAP EUR 298.61<br />

DB EUROPE CONVERTIBLE NCAP EUR 275.37<br />

DB EUROPE GOVERNMENT PLUS CCAP EUR 760.38<br />

DB EUROPE GOVERNMENT PLUS NCAP EUR 738.07<br />

DB GLOBAL HIGH YIELD CCAP EUR 120.9<br />

DB GLOBAL HIGH YIELD ICAP EUR 123.06<br />

DB GLOBAL HIGH YIELD NCAP EUR 117.42<br />

DB INTERNATIONAL CCAP EUR 825.8<br />

DB INTERNATIONAL ICAP EUR 854.21<br />

DB INTERNATIONAL NCAP EUR 792.16<br />

DB MORTGAGES CCAP EUR 129.49<br />

DB MORTGAGES ICAP EUR 133.24<br />

DB MORTGAGES NCAP EUR 124.97<br />

DB TOTAL RETURN CCAP EUR 112.71<br />

DB TOTAL RETURN ICAP EUR 1144.92<br />

DB TOTAL RETURN NCAP EUR 108.86<br />

DB TREASURY MANAGEMENT CCAP EUR 3651.27<br />

DB TREASURY MANAGEMENT ICAP EUR 3693.53<br />

DB TREASURY MANAGEMENT NCAP EUR 3603.79<br />

DB USD CCAP USD 780.45<br />

DB USD ICAP USD 808.25<br />

DB USD NCAP USD 760.58<br />

DB USD GOVERNMENT CCAP USD 2922.55<br />

DB USD GOVERNMENT ICAP USD 3018.1<br />

DB USD GOVERNMENT NCAP USD 2850.76<br />

DB WORLD GOV PL CCAP EUR 106.85<br />

DB WORLD GOV PL ICAP EUR 109.18<br />

DB WORLD GOV PL NCAP EUR 104.76<br />

D EQ L ASIA PREM USD 15.41<br />

D EQ L AUSTRALIA AUD 702.75<br />

D EQ L BIOTECH USD 114.85<br />

D EQ L EMERG EUROPE EUR 60.39<br />

D EQ L EMERG MKTS EUR 467.69<br />

D EQ L EMU EUR 63.43<br />

D EQ L EUR 50 EUR 408.37<br />

D EQ L EUROP EUR 591.08<br />

D EQ L EUROPE VALUE EUR 74.98<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 45<br />

FUNDOS DE INVESTIMENTO INTERNACIONAIS<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

D EQ L EURP ENG SECT EUR 135.87<br />

D EQ L EURP FIN SECT EUR 72.68<br />

D EQ L EURP HIGH DIV EUR 69.38<br />

D EQ L JAPAN JPY 11894<br />

D EQ L SPAIN EUR 75.79<br />

D EQ L SUST GREEN PLANET EUR 55.81<br />

D EQ L SUST WORLD EUR 141.42<br />

D EQ L UNITED KINGDOM GBP 224.76<br />

D EQ L WORLD USD 34.95<br />

Fundo Classe Valor<br />

ABS ATTIVO EUR 106.04<br />

ABS PRUDENTE EUR 107.91<br />

BOND CHF EUR 123.25<br />

BOND CHF EUR 135.91<br />

BOND CONVERTIBLE EUR 60.04<br />

BOND EMERGING MARKETS EUR 201.87<br />

BOND EMERGING MARKETS EUR 254.48<br />

BOND EUR LONG TERM EUR 161.3<br />

BOND EUR MEDIUM TERM EUR 297.18<br />

BOND EUR SHORT TERM EUR 137.66<br />

BOND GBP EUR 132.99<br />

BOND GBP EUR 109.12<br />

BOND HIGH YIELD EUR 138.8<br />

BOND INFLATION LINKED EUR 119.42<br />

BOND JPY EUR 108.62<br />

BOND JPY EUR 147.93<br />

BOND USD EUR 128.57<br />

BOND USD EUR 189.93<br />

CASH EUR EUR 110.88<br />

CASH USD EUR 95.19<br />

EQUITY BANKS EUR 44.29<br />

EQUITY CHINA EUR 86.82<br />

EQUITY CONSUMER DISCRETIONARY EUR 117.74<br />

EQUITY CONSUMER STAPLES EUR 118.15<br />

EQUITY CONSUMER STAPLES EUR 132.93<br />

EQUITY DURABLE GOODS EUR 111.76<br />

EQUITY EM.MKT EUR MID.EAST&AFRICA EUR 143.5<br />

EQUITY EMERGING MARKETS ASIA EUR 133.38<br />

EQUITY ENERGY & MATERIALS EUR 119.75<br />

EQUITY ENERGY & MATERIALS EUR 125.01<br />

EQUITY EURO EUR 75.46<br />

EQUITY EUROPE EUR 77.24<br />

EQUITY FINANCIAL EUR 47.1<br />

EQUITY GREAT BRITAIN EUR 50.57<br />

EQUITY GREAT BRITAIN EUR 64.96<br />

EQUITY HIGH TECH EUR 54.4<br />

EQUITY HIGH TECH EUR 48.41<br />

EQUITY INDUSTRIALS EUR 131.25<br />

EQUITY INDUSTRIALS EUR 119.74<br />

EQUITY ITALY EUR 69.87<br />

EQUITY JAPAN EUR 70.75<br />

EQUITY JAPAN EUR 54.51<br />

EQUITY LATIN AMERICA EUR 351.36<br />

EQUITY NORTH AMERICA EUR 55.59<br />

EQUITY NORTH AMERICA EUR 83.27<br />

EQUITY OCEANIA EUR 149.52<br />

EQUITY OCEANIA EUR 163.91<br />

EQUITY PHARMA EUR 73.01<br />

EQUITY PHARMA EUR 63.3<br />

EQUITY SMALL CAP EUROPE EUR 352.92<br />

EQUITY TELECOMMUNICATION EUR 47.61<br />

EQUITY TELECOMMUNICATION EUR 44.25<br />

EQUITY UTILITIES EUR 100.26<br />

EQUITY UTILITIES EUR 91.42<br />

OBIETTIVO BILANCIATO EUR 221.71<br />

ORIZZONTE PROTETTO 12 EUR 113.51<br />

ORIZZONTE PROTETTO 24 EUR 117.13<br />

ORIZZONTE PROTETTO 6 EUR 110.21<br />

VALORE EQUILIBRIO EUR 106.58<br />

VALORE EQUILIBRIO EUR 114.62<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

www.franklintempleton.com.pt<br />

Tel: +34 91 426 3600<br />

FRANKLIN BIOTECH DISCOVERY FD N (ACC) USD 8.33<br />

FRANKLIN EUROPEAN GRTH FD N (ACC) EUR 7.82<br />

FRANKLIN EUROPEAN S-M CAP GRTH FD N (ACC) EUR 17.43<br />

FRANKLIN GLOBAL GRTH FD N (ACC) USD 9.05<br />

FRANKLIN GLOBAL S-M CAP GRTH FD N (ACC) USD 17.09<br />

FRANKLIN HIGH YIELD (EURO) FD N (ACC) EUR 11<br />

FRANKLIN HIGH YIELD FD N (ACC) USD 12.79<br />

FRANKLIN INCOME FD N (ACC) USD 14.89<br />

FRANKLIN MUTUAL BEACON FD N (ACC) EUR 16.09<br />

FRANKLIN MUTUAL BEACON FD N (ACC) USD 21.95<br />

FRANKLIN MUTUAL EUROPEAN FD N (ACC) EUR 13<br />

FRANKLIN MUTUAL EUROPEAN FD N (ACC) USD 17.62<br />

FRANKLIN TECHNOLOGY FD N (ACC) USD 5.06<br />

FRANKLIN TECHNOLOGY FD N (ACC) EUR 3.72<br />

FRANKLIN TEMPLETON GB GRTH & VA FD N (ACC) USD 15.65<br />

FRANKLIN TEMPLETON JAPAN FD N (ACC) EUR 3.69<br />

FRANKLIN US EQUITY FD N (ACC) EUR 9.66<br />

FRANKLIN US EQUITY FD N (ACC) USD 13.17<br />

FRANKLIN US GOVERNMENT FD N (ACC) USD 12.98<br />

FRANKLIN US GOVERNMENT FD N (DIS) USD 9.54<br />

FRANKLIN US OPPORTUNITIES N (ACC) USD 12.8<br />

FRANKLIN US S-M CAP GRTH FD N (ACC) USD 9.28<br />

FRANKLIN US TOTAL RET FD N (DIS) USD 9.99<br />

FRANKLIN US ULT SHT TR BD FD N (DIS) USD 9.59<br />

TEMPLETON ASIAN GRTH FD N (ACC) USD 37.24<br />

TEMPLETON CHINA FD N (ACC) USD 21.18<br />

TEMPLETON EASTERN EUROPE FD N (ACC) EUR 24.23<br />

TEMPLETON EMERGING MARKETS BD FD N (ACC) USD 26.51<br />

TEMPLETON EMERGING MARKETS FD N (ACC) EUR 13<br />

TEMPLETON EMERGING MARKETS FD N (ACC) USD 17.68<br />

TEMPLETON EURO LIQ RES FD N (ACC) EUR 10.76<br />

TEMPLETON EUROLAND BD FD N (ACC) EUR 11.19<br />

TEMPLETON EUROLAND FD N (ACC) EUR 7.25<br />

TEMPLETON EUROPEAN FD N (ACC) USD 16.58<br />

TEMPLETON EUROPEAN FD N (ACC) EUR 12.15<br />

TEMPLETON EUROPEAN TOTAL RET FD N (ACC) EUR 10.45<br />

TEMPLETON GLOBAL BD FD N (ACC) EUR 11.71<br />

TEMPLETON GLOBAL (EURO) FD N (ACC) EUR 9.84<br />

TEMPLETON GLOBAL BALANCED FD N (ACC) EUR 10.57<br />

TEMPLETON GLOBAL BD (EURO) FD N (ACC) EUR 12.15<br />

TEMPLETON GLOBAL BD FD N (ACC) USD 23.28<br />

TEMPLETON GLOBAL EQUITY INCOME FD N (ACC) USD 9.43<br />

TEMPLETON GLOBAL FD N (ACC) USD 16.48<br />

TEMPLETON GLOBAL INCOME FD N (ACC) USD 12.79<br />

TEMPLETON GLOBAL SMLL COMPANIES FD N (ACC) USD 19.19<br />

TEMPLETON GLOBAL TOTAL RET FD N (ACC) USD 20.32<br />

TEMPLETON GRTH (EURO) FD N (ACC) EUR 7.93<br />

TEMPLETON KOREA FD N (ACC) USD 13.8<br />

TEMPLETON LATIN AMERICA FD N (ACC) USD 42.76<br />

TEMPLETON THAILAND FD N (ACC) USD 13.49<br />

TEMPLETON US DOLLAR LIQ RES FD N (ACC) USD 11.17<br />

TEMPLETON US VALUE FD N (ACC) USD 9.93<br />

01-03-2010<br />

JF ASIA DI V.D USD USD 219.75<br />

JF ASIA EQ D USD USD 19.68<br />

JF ASIA PAC EX-JAP EQ DAAC EUR EUR 8.77<br />

JF CHINA D USD USD 34.29<br />

JF GR CH D USD USD 28.83<br />

JF HG KG D USD USD 25.89<br />

JF INDIA D USD USD 44.16<br />

JF JAP EQ DACC EUR EUR 3.69<br />

JF JAP EQ D USD USD 6.06<br />

JFPACEQDACCEUR EUR 6.17<br />

JF PAC EQ DACC USD USD 12.51<br />

JF SINGA D USD USD 35.28<br />

JF TAIWAN D USD USD 11.63<br />

JPM AME EQ DACC EUR EUR 6.5<br />

JPM AME EQ DACC EUR (HDG) EUR 6<br />

JPM EM MK DBT DACC EUR EUR 11.33<br />

JPMEMMKEQDACCEUR EUR 8.25<br />

JPM EMER MIDDLE EAST EQ D USD USD 18.6<br />

JPM EURO DY DACC USD USD 15.91<br />

JPM EURO LIQ RES DACC EUR EUR 108.59<br />

JPM EURO DY MEGA C DACC EUR EUR 7.76<br />

JPM EURO DY MEGA C DACC USD USD 8.59<br />

JPM EUROP EQ DACC USD USD 9.35


46 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

FUNDOS DE INVESTIMENTO INTERNACIONAIS<br />

Fundos Internacionais<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

JPM EUROP FOC DACC EUR EUR 7.6<br />

JPM EUROP FOC DACC USD USD 9.65<br />

JPM EUROP RECOV DACC EUR EUR 165.6<br />

JPM EUROP SEL EQ DACC EUR EUR 66.31<br />

JPM EUROP SEL EQ DACC USD USD 98.18<br />

JPM EUROP ST DIV DACC EUR EUR 90.9<br />

JPM GB BAL USD DACC USD USD 138.78<br />

JPM GB CAP APP DACC EUR EUR 96.95<br />

JPM GB CAP PRE DACC USD USD 112.88<br />

JPM GB CAP PRE EUR DACC EUR EUR 122.45<br />

JPM GB CAP PRE EUR DACC SEK (HDG) SEK 957.22<br />

JPM GB CONVS USD D USD USD 124.38<br />

JPM GB CONVS FUND EUR DACC EUR EUR 10.06<br />

JPM GB DY DACC EUR EUR 5.74<br />

JPM GB DY DACC EUR (HDG) EUR 4.7<br />

JPM GB EQ USD DACC EUR (HDG) EUR 5.65<br />

JPM GB FOC DACC EUR EUR 17.71<br />

JPM GB FOC DACC EUR (HDG) EUR 7.55<br />

JPM GB HY BD DACC EUR EUR 133.54<br />

JPM GB NAT RE DACC USD USD 10.28<br />

JPM GB T RE DACC EUR EUR 102.44<br />

JPM HIGH STAT MKT NT DACC EUR EUR 108.85<br />

JPM HIGH STAT MKT NT DACC USD (HDG) USD 146.19<br />

JPM HIGH US STEEP DACC EUR (HDG) EUR 8.16<br />

JPM JAP 50 EQ DACC JPY JPY 6154<br />

JPM JAP SEL EQ DACC JPY JPY 8388<br />

JPM RUSSIA DACC USD USD 10.42<br />

JPM US AG BD DACC USD USD 14.69<br />

JPMUSDYDACCEUR EUR 5.12<br />

JPM US DY DACC USD USD 11.4<br />

JPM US EQ DACC EUR (HDG) EUR 57.62<br />

JPM US EQ DACC USD USD 78.54<br />

JPM US SEL EQ DACC EUR (HDG) EUR 65.42<br />

JPM US SEL 130/30 DACC EUR (HDG) EUR 5.89<br />

JPM US SEL 130/30 DACC USD USD 8.32<br />

JPM US STRATEGIC GR DACC EUR (HDG) EUR 5.83<br />

JPM US VAL DACC EUR (HDG) EUR 5.86<br />

JPMF AME EQ D USD USD 9.19<br />

JPMF AME LC D USD USD 8.24<br />

JPMF EAST EUR EQ D EUR EUR 29.36<br />

JPMF EM EUR EQ D USD USD 37.82<br />

JPMF EM MKT EQ D USD USD 30.64<br />

JPMF EUR GB BAL FUND D EUR EUR 120.4<br />

JPMF EUROL EQ D EUR EUR 7.17<br />

JPMF EUROP CONVERG EQ D EUR EUR 23.35<br />

JPMF EUROP DY D EUR EUR 10.58<br />

JPMF EUROP EQ D EUR EUR 7.1<br />

JPMF EUROP SM CAP D EUR EUR 8.28<br />

JPMF EUROP STRAT GR D EUR EUR 6.57<br />

JPMF EUROP STRAT VAL D EUR EUR 10.26<br />

JPMF GERM EQ D-EUR EUR 2.32<br />

JPMF GB DY D USD USD 11.97<br />

JPMF GB EQ D USD USD 8.79<br />

JPMF GLB NA RE DACC EUR EUR 12.23<br />

JPMF LAT AM EQ D USD USD 42.7<br />

JPMF US ST GR D USD USD 5.11<br />

JPMF US ST VAL D USD USD 11.73<br />

JPM US TECH D EUR EUR 7.47<br />

Fundo Divisa Valor<br />

ALPHA ADV. EUROPE FIXED INCOME B EUR 29.69<br />

ASIAN EQUITY B EUR 22.89<br />

ASIAN PROPERTY B EUR 9.71<br />

COMMODITIES ACTIVE GSLE B EUR 13.33<br />

DIVERSIFIED ALPHA PLUS B EUR 25.06<br />

EMERG EUROP, M-EAST & AFRICA EQ B EUR 48.92<br />

EMERGING MARKETS DEBT B EUR 40.03<br />

EMERGING MARKETS DOMESTIC DEBT B EUR 22.76<br />

EMERGING MARKETS EQUITY B EUR 21.34<br />

EURO BOND B EUR 10.85<br />

EURO CORPORATE BOND B EUR 32.88<br />

EURO LIQUIDITY B EUR 11.8964<br />

EURO STRATEGIC BOND B EUR 29.08<br />

EUROPEAN CURR. HIGH YIELD BOND B EUR 12.57<br />

EUROPEAN EQUITY ALPHA B EUR 22.33<br />

EUROPEAN PROPERTY B EUR 15.61<br />

EUROPEAN SMALL CAP VALUE B EUR 30.43<br />

EUROZONE EQUITY ALPHA B EUR 6.11<br />

FX ALPHA PLUS RC 200 B EUR 25.13<br />

FX ALPHA PLUS RC 400 B EUR 24.57<br />

FX ALPHA PLUS RC 800 B EUR 23.4<br />

GLOBAL BOND B EUR 22.44<br />

GLOBAL BRANDS B EUR 37.04<br />

GLOBAL CONVERTIBLE BOND B EUR 22.29<br />

GLOBAL PROPERTY B EUR 12.56<br />

GLOBAL SMALL CAP VALUE B EUR 20.98<br />

GLOBAL VALUE EQUITY B EUR 22.1<br />

INDIAN EQUITY B EUR 18.69<br />

JAPANESE EQUITY ADVANTAGE B EUR 13.95<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

JAPANESE VALUE EQUITY B EUR 5.7<br />

LATIN AMERICAN EQUITY B EUR 41.45<br />

SHORT MATURITY EURO BOND B EUR 16.96<br />

US ADVANTAGE B EUR 18.56<br />

US GROWTH B EUR 20.08<br />

US PROPERTY B EUR 22.83<br />

US SMALL CAP GROWTH B EUR 22.57<br />

US VALUE EQUITY B EUR 11.83<br />

USD LIQUIDITY B USD 12.5468<br />

+34 91 538 25 00<br />

www.pictetfunds.pt<br />

Fundo Divisa Valor<br />

PF(LUX)-ABSL RTN GLO DIV-R EUR 104.82<br />

PF(LUX)-AGRICULTURE-R EUR 124.69<br />

PF(LUX)-ASN EQ (EXJPN)-HR-EUR EUR 111.44<br />

PF(LUX)-ASN EQ (EXJPN)-R USD 143.87<br />

PF(LUX)-ASIAN EQ (EX-JAPAN)-R EUR 105.69<br />

PF(LUX)-ASN LCL CCY DBT-R USD 123.51<br />

PF(LUX)-BIOTECH-HR-R EUR 206<br />

PF(LUX)-BIOTECH-R USD 270.22<br />

PF(LUX)-BIOTECH-R EUR 198.01<br />

PF(LUX)-EASTERN EU-R EUR 310.17<br />

PF(LUX)-EM LCL CCY DBT-HR-EUR EUR 105.98<br />

PF(LUX)-EM LCL CCY DBT-R USD 157.65<br />

PF(LUX)-EM MKTS-HR-R EUR 330.15<br />

PF(LUX)-EM MKTS LDX-R USD 208.95<br />

PF(LUX)-EM MKTS-R USD 474.25<br />

PF(LUX)-EUR BDS-R EUR 381.02<br />

PF(LUX)-EUR CORP BDS-R EUR 148.34<br />

PF(LUX)-EUR GVT BDS-R EUR 116.58<br />

PF(LUX)-EUR HY-R EUR 145.84<br />

PF(LUX)-EUR INFL LK BDS-R EUR 108.76<br />

PF(LUX)-EUR LIQ-R EUR 133.54<br />

PF(LUX)-EUR SMT BDS-R EUR 120.51<br />

PF(LUX)-EUROLAND LDX-R EUR 82.06<br />

PF(LUX)-EU SUST EQ-R EUR 127.13<br />

PF(LUX)-EU LDX-R EUR 95.48<br />

PF(LUX)-EU EQ SEL-R EUR 382.81<br />

PF(LUX)-(EUR) SOV LIQ-R EUR 102.16<br />

PF(LUX)-GENERICS-HR-EUR EUR 97.31<br />

PF(LUX)-GENERICS-R USD 122.66<br />

PF(LUX)-GLO EM CCY-HR-EUR EUR 64.95<br />

PF(LUX)-GLO EM CCY-R USD 101.62<br />

PF(LUX)-GLO MEGATR SEL-R USD 127.65<br />

PF(LUX)-GLO EM DBT-HR-R EUR 181.27<br />

PF(LUX)-GLO EM DBT-R USD 238.13<br />

PF(LUX)-GLO MEGATREND SEL-R EUR 93.77<br />

PF(LUX)-GREATER CHINA-R USD 312.2<br />

PF(LUX)-INDIAN EQ-R USD 333.25<br />

PF(LUX)-JPNL LDX-R JPY 8592.63<br />

PF(LUX)-JPN EQ SEL-HR-EUR EUR 50.43<br />

PF(LUX)-JPN EQ SEL-R JPY 7146.99<br />

PF(LUX)-JAPANESE EQ SELECTION-R EUR 58.8<br />

PF(LUX)-JPN EQ 130/30-R JPY 4178.43<br />

PF(LUX)-JAPANESE EQUITIES 130/30-R EUR 34.38<br />

PF(LUX)-JAPANESE MID-SMALL CAP-R EUR 60.43<br />

PF(LUX)-JPN SMID CAP-R JPY 7344.15<br />

PF(LUX)-LATAM LCL CCY DBT-R USD 118.78<br />

PF(LUX)-MID EAST AND NTH AFR-HR-R EUR 28.96<br />

PF(LUX)-MID EAST AND NTH AFR-R USD 46.25<br />

PF(LUX)-PAC (EXJPN) LDX-R USD 257.08<br />

PF(LUX)-PREMIUM BRANDS-R EUR 62.71<br />

PF(LUX)-RUSSIAN EQ-R USD 63.11<br />

PF(LUX)-SECURITY-R USD 94.31<br />

PF(LUX)-SMALL CAP EU-R EUR 429.12<br />

PF(LUX)-TIMBER-R USD 101.27<br />

PF(LUX)-US EQ-R USD 95.99<br />

PF(LUX)-US EQ GWTH SEL-HR-EUR EUR 73.31<br />

PF(LUX)-US EQ GWTH SEL-R USD 96.63<br />

PF(LUX)-USA LDX-R USD 87.94<br />

PF(LUX)-USD GVT BDS-R USD 503.82<br />

PF(LUX)-USD LIQ-R USD 128.64<br />

PF(LUX)-USD SMT BDS-R USD 120.76<br />

PF(LUX)-(USD) SOV LIQ-R USD 101.3<br />

PF(LUX)-TIMBER-R EUR 74.44<br />

PF(LUX)-US EQ VALUE SEL HR-R EUR 82.06<br />

PF(LUX)-US EQ VALUE SEL-R USD 115.98<br />

PF(LUX)-WATER-R EUR 119.15<br />

PF(LUX)-WORLD GOV BONDS-R EUR 119.77<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

Pioneer P.F. - Global Changes EUR 44.08<br />

Pioneer P.F. - Global Changes EUR 1034.93<br />

Pioneer P.F. - Global Changes EUR 1000<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 48.22<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive CZK 899.12<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 5.87<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive USD 8.01<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 5.58<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 6.115<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 5.726<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.6<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus USD 6.27<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.34<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.728<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.448<br />

Pioneer P.F. - Global Dynamic CZK 760.02<br />

Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 43.93<br />

Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 4.211<br />

Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 4.117<br />

Pioneer P.F. - Global Progressive CZK 579.11<br />

Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 32.57<br />

Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 3.253<br />

Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 3.183<br />

www.schroders.pt<br />

SISF Swiss Equity A Acc 26.57 CHF<br />

SISF Taiwanese Equity A Acc 9.57 USD<br />

SISF US Dollar Bond A Acc 17.67 USD<br />

SISF UK Equity A Acc 2.59 GBP<br />

SISF US All Cap A Acc 90.09 USD<br />

SISF US Small & Mid-Cap Eq A Acc 130.77 USD<br />

SISF US Smaller Companies A Acc 64.7 USD<br />

SISF US Large Cap A Acc 60.79 USD<br />

SISF US Dollar Liquidity A Acc 105.4 USD<br />

SISF World Def 3 Monthly A Acc 79.05 EUR<br />

SISF EURO Government Liquidity A Acc 100.24 EUR<br />

SISF Global Managed Currency A Acc 101.61 USD<br />

SISF China Opps HKD A Acc 9.47 HKD<br />

SISF Glob Tact Asset Alloc A Acc 99.36 USD<br />

SISF Glob Mgd Ccy EUR A Acc 106.95 EUR<br />

SISF Glob Mgd Ccy GBP A Acc 111.98 GBP<br />

SISF Em Mk Dt Abs Ret CHF Hdg A Acc 24.67 CHF<br />

SISF Global Conv Bd CHF Hdg A Acc 99.86 CHF<br />

SISF Asian Tot Ret EUR Hdg A Acc 112 EUR<br />

SISF Asian Conv Bd EUR Hdg A Acc 97.15 EUR<br />

SISF Asian Bond EUR Hg A Acc 99.56 EUR<br />

SISF Em Mk Dt Abs Ret EUR Hg A Acc 28.23 EUR<br />

SISF QEP Glb Act Val EUR Hdg A Acc 70.16 EUR<br />

SISF Global Conv Bd EUR Hdg A Acc 95.41 EUR<br />

SISF Glb Clim Chge Eq EUR Hg A Acc 7.64 EUR<br />

SISF Glbl High Yld EUR Hdg A Acc 25.97 EUR<br />

SISF Glbl Propty Sec EUR Hdg A Acc 90.91 EUR<br />

SISF Global Corporate Bond EUR Hdg A Acc121.4 EUR<br />

SISF Japanese Equity EUR Hdg A Acc 57.07 EUR<br />

SISF Strategic Bond EUR Hdg A Acc 118.37 EUR<br />

SISF US Dollar Bond EUR Hdg A Acc 119.97 EUR<br />

SISF US Small & Mid EUR Hg A Acc 86.55 EUR<br />

SISF US Large Cap EUR Hedged A Acc 81.48 EUR<br />

SISF Glob Mgd Ccy EUR Hdg A Acc 96.93 EUR<br />

SISF BRIC (Braz Ru In Ch) EUR A Acc 137.82 EUR<br />

SISF Emerging Asia EUR A Acc 15.54 EUR<br />

SISF Emerging Markets EUR A Acc 8.41 EUR<br />

SISF QEP Glob Act Value EUR A Acc 89.46 EUR<br />

SISF Glbl Clim Chge Eqty EUR A Acc 8.02 EUR<br />

SISF Global Equity Alpha EUR A Acc 82.83 EUR<br />

SISF Glbl Emgng Mkt Opps EUR A Acc 12.21 EUR<br />

SISF Global Energy EUR A Acc 23.85 EUR<br />

SISF Global Equity Yield EUR A Acc 69.56 EUR<br />

SISF QEP Global Quality EUR A Acc 83.34 EUR<br />

SISF Greater China EUR A Acc 24.78 EUR<br />

SISF Latin American EUR A Acc 34.85 EUR<br />

SISF Middle East EUR A Acc 7.34 EUR<br />

SISF Pacific Equity EUR A Acc 6.81 EUR<br />

SISF US Sml & Mid-Cap Eq EUR A Acc 96.06 EUR<br />

SISF US Large Cap EUR A Acc 44.83 EUR<br />

SISF Asian Conv Bd GBP Hdg A Acc 101.79 GBP<br />

SISF Global Conv Bd GBP Hdg A Acc 102.09 GBP<br />

SISF Asian Local Ccy Bd SGD Hg A Acc 10.02 SGD<br />

SISF Asian Bond SGD Hg A Acc 9.48 SGD<br />

SISF China Opps SGD Hg A Acc 6.99 SGD<br />

SISF Glbl Clim Chge Eqty SGD A Acc 7.66 SGD<br />

SISF Glb Div Maximsr SGD A Acc 6.49 SGD<br />

SISF Glbl Emgng Mkt Opps SGD A Acc 11.85 SGD<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

SISF Latin American SGD A Acc 66.71 SGD<br />

SISF Middle East SGD A Acc 6.33 SGD<br />

SISF Pacific Equity SGD A Acc 8.53 SGD<br />

SISF Glbl Inf Lkd Bd USD Hdg A Acc 24.52 USD<br />

SISF EURO Corporate Bd USD Hd A Acc 111.28 USD<br />

SISF Japanese Equity Alpha USD A Acc 9.47 USD<br />

SISF Japanese Large Cap USD A Acc 8.36 USD<br />

SISF Asian Equity Yield A Dis 13.14 USD<br />

SISF Asian Local Currency Bond A Dis 96.47 USD<br />

SISF Asian Bond A Dis 7.09 USD<br />

SISF Em Europe Debt Abs Ret A Dis 14.9 EUR<br />

SISF EURO Bond A Dis 7.98 EUR<br />

SISF European Div Maxmsr A Dis 56.64 EUR<br />

SISF European Equity Alpha A Dis 34.03 EUR<br />

SISF European Large Cap A Dis 120.06 EUR<br />

SISF European Equity Yield A Dis 8.53 EUR<br />

SISF EURO Equity A Dis 17.57 EUR<br />

SISF Emer Mkts Debt Abs Ret A Dis 14.08 USD<br />

SISF Emerging Europe A Dis 18.12 EUR<br />

SISF Emerging Markets A Dis 10.94 USD<br />

SISF European Smaller Companies A Dis 16.56 EUR<br />

SISF EURO Short Term Bond A Dis 4.52 EUR<br />

SISF EURO Government Bond A Dis 5.97 EUR<br />

SISF European Defensive A Dis 9.63 EUR<br />

SISF EURO Dynamic Growth A Dis 2.59 EUR<br />

SISF QEP Global Act Value A Dis 106.96 USD<br />

SISF Global Div Maximiser A Dis 5.33 USD<br />

SISF Global Equity A Dis 12.87 USD<br />

SISF Global Equity Yield A Dis 82.38 USD<br />

SISF Glbl High Yld A Dis 19.48 USD<br />

SISF Global Bond A Dis 7.44 USD<br />

STS Growth Schdr Multi-Mgr C Acc 116.4 USD<br />

SAS Agriculture Fund EUR Hdg A Acc 98.86 EUR<br />

SAS Commodity Fund GBP Hdg C Dis 103.51 GBP<br />

Fundo Divisa Valor<br />

SKANDIA GREATER CHINA EQUITY FUND USD 29.6815<br />

SKANDIA GREATER CHINA EQUITY FUND USD 15.2014<br />

SKANDIA GLOBAL BOND FUND EUR 11.719<br />

SKANDIA GLOBAL BOND FUND USD 10.3337<br />

SKANDIA GLOBAL BOND FUND USD 14.6922<br />

SKANDIA GLOBAL EQUITY FUND USD 13.3313<br />

SKANDIA GLOBAL EQUITY FUND USD 12.7424<br />

SKANDIA US LARGE CAP GROWTH FUND USD 10.8945<br />

SKANDIA US LARGE CAP GROWTH FUND USD 10.2722<br />

SKANDIA PACIFIC EQUITY FUND USD 27.5061<br />

SKANDIA PACIFIC EQUITY FUND USD 26.4222<br />

SKANDIA EUROPEAN EQUITY FUND USD 13.259<br />

SKANDIA EUROPEAN EQUITY FUND USD 12.6653<br />

SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND EUR 10.5849<br />

SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND USD 9.7895<br />

SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND USD 9.4815<br />

SKANDIA SWEDISH EQUITY FUND SEK 11.7688<br />

SKANDIA SWEDISH BOND FUND SEK 15.4693<br />

SKANDIA EUROPEAN OPPORTUNITIES FUND USD 13.482<br />

SKANDIA EUROPEAN OPPORTUNITIES FUND USD 11.3181<br />

SKANDIA US ALL CAP VALUE FUND EUR 9.4818<br />

SKANDIA US ALL CAP VALUE FUND USD 11.8378<br />

SKANDIA US VALUE FUND USD 9.6324<br />

SKANDIA US VALUE FUND EUR 7.4886<br />

SKANDIA US CAPITAL GROWTH FUND EUR 7.8474<br />

SKANDIA US CAPITAL GROWTH FUND USD 10.0334<br />

SKANDIA TOTAL RETURN USD BOND FUND USD 10.9911<br />

SKANDIA TOTAL RETURN USD BOND FUND USD 10.5497<br />

SKANDIA USD RESERVE FUND USD 1.1112<br />

SKANDIA USD RESERVE FUND USD 1.1094<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND EUR 11.8276<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND EUR 11.4834<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 14.6381<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 14.629<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 9.3857<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 11.9286<br />

SKANDIA SWISS EQUITY FUND CHF 13.8807<br />

SKANDIA HEALTHCARE FUND USD 8.9866<br />

SKANDIA TECHNOLOGY FUND USD 8.5696<br />

www.sgam.com<br />

distribution@sggestion.fr<br />

A company of Amundi Group<br />

SGAM Fund - EQUITIES / CHINA EUR 16.35<br />

SGAM Fund - EQUITIES JAPAN SMALL CAP JPY 1046.21<br />

SGAM Fund - EQUITIES / CONCENTRATED EUROPEUSD 35.18<br />

SGAM Fund - EQUITIES / LATIN AMERICA EUR 79.75<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EMERGING EUROPE USD 32.55<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND USD 13.90<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND CYCLICALS USD 23.78<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND FINANCIAL USD 13.81<br />

SGAM Fund - EQUITIES US MID CAP GROWTH EUR 22.33<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROPE OPPORTUNITIESUSD 138.49<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL RESOURCES EUR 75.70<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL<br />

EMERGING COUNTRIES EUR 6.41<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL EUR 19.92<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL ENERGY EUR 12.53<br />

SGAM Fund - ABSOLUTE RETURN FOREX USD 146.38<br />

SGAM Fund - EQUITIES / US SMALL CAP VALUE EUR 11.64<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GOLD MINES EUR 20.85<br />

SGAM Fund - EQUITIES / ASIA<br />

PAC DUAL STRATEGIES EUR 7.25<br />

SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN CONCENTRATEDUSD 73.85<br />

SGAM Fund - EQUITIES JAPAN SMALL CAP USD 11.72<br />

SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN TARGET USD 18.00<br />

SGAM Fund-EQUITIES MENA EUR 37.09<br />

SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN COREALPHA USD 83.18<br />

SGAM Fund-EQUITIES GLOBAL<br />

ENVIRONMENT OPPORTUNITIE EUR 40.98<br />

SGAM Fund - EQUITIES EUROPE EXPANSION USD 94.33<br />

SGAM Fund - BONDS EURO CORPORATE USD 31.85<br />

SGAM Fund - EQUITIES / US LARGE CAP GROWTHEUR 10.87<br />

SGAM Fund - EQUITIES /US FOCUSED EUR 11.59<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND SMALL CAPUSD 188.87<br />

SGAM Fund - INDEX EUROLAND USD 1607.16<br />

SGAM Fund - EQUITIES / US RELATIVE VALUE EUR 14.95<br />

SGAM Fund - INDEX EUROLAND USD 157.25<br />

SGAM Fund - EQUITIES US CONCENTRATED COREEUR 16.12<br />

SGAM Fund - BONDS / EUROPE EUR 39.58<br />

SGAM Fund - EQUITIES CONCENTRATED<br />

EUROLAND USD 119.19<br />

SGAM Fund - INDEX US EUR 75.88<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND VALUE USD 135.66<br />

SGAM Fund - BONDS/ OPPORTUNITIES USD 144.44<br />

SGAM Fund - BONDS / WORLD USD 41.79<br />

SGAM Fund - BONDS / EUROPE HIGH YIELD USD 28.87<br />

SGAM Fund - EQUITIES US MULTI STRATEGIES EUR 15.42<br />

SGAM Fund - BONDS / EURO EUR 41.58<br />

SGAM Fund - BONDS / WORLD SGD 58.74<br />

SGAM Fund - MONEY MARKET / EURO USD 37.41<br />

SGAM Fund - MONEY MARKET / USD EUR 11.60<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROPE OPPORTUNITIESEUR 101.48<br />

SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN COREALPHA EUR 60.99<br />

SGAM Fund - EQUITIES / LATIN AMERICA EUR 79.75<br />

SGAM Fund - EQUITIES US CONCENTRATED COREEUR 886.60<br />

SGAM Fund - BONDS / EURO INFLATION LINKED EUR 113.22<br />

Fundo Divisa Valor<br />

AMERICAN SELECT-DEH EUR 9.45<br />

AMERICAN SELECT-DU USD 9.57<br />

EMERGING MARKET DEBT-DEH EUR 15.56<br />

EM MKT LOW DUR-DEH EUR 11.83<br />

EM MKT LOW DUR-DU USD 11.23<br />

EUROP BONDS-DE EUR 21.83<br />

EUROP SHORT-TERM BONDS-DE EUR 13.91<br />

EUROP SMALL CAP EQUITIES-DE EUR 10.64<br />

GLOBAL ASS.ALL.-DEH EUR 15.05<br />

GLOBAL ASS.ALL.-DU USD 17.72<br />

GLOBAL BONDS (EURO)-DE EUR 19.93<br />

GLOBAL BONDS (USD)-DU USD 26.64<br />

GLOBAL EM MKT EQUITIES-DEH EUR 20.80<br />

GLOBAL EM MKT EQUITIES-DU USD 28.25<br />

GLOBAL EM MKT SH-TERM BDS-DEH EUR 9.12<br />

GLOBAL EM MKT SH-TERM BDS-DU USD 9.75<br />

GLOBAL ENERGY EQUITIES-DEH EUR 18.36<br />

GLOBAL ENERGY EQUITIES-DU USD 23.40<br />

GLOBAL HGH YLD&EM-MKT EUR-DE EUR 17.75<br />

GLOBAL INNOVATION-DEH EUR 14.46<br />

GLOBAL INNOVATION-DU USD 9.77<br />

GREATER CHINA EQUITIES-DEH EUR 17.85<br />

GREATER CHINA EQUITIES-DU USD 25.68<br />

JAPANESE EQUITIES-DEH EUR 9.65<br />

JAPANESE EQUITIES-DJ EUR 6.98<br />

JAPANESE EQUITIES-DJ JPY 846.00<br />

NEW ASIA-PACIFIC DEH EUR 18.64<br />

NEW ASIA-PACIFIC DU USD 27.43<br />

PAN EUROP EQUITIES-DE EUR 11.20<br />

US EQUITIES-DEH EUR 14.22<br />

US EQUITIES-DU USD 11.24<br />

US MID AND SML CAP EQUITIES-DEH EUR 10.12<br />

US MID AND SML CAP EQUITIES-DU USD 13.91<br />

USD HIGH INCOME BONDS-DEH EUR 15.26<br />

USD HIGH INCOME BONDS-DU USD 15.77<br />

USD SHORT-TERM BONDS-DU USD 18.76<br />

WORLD EQUITIES-DEH EUR 13.72<br />

WORLD EQUITIES-DU USD 14.31<br />

A informação nos fundos WestLB Mellon<br />

Compass Funds é indicada sob<br />

“BNY Mellon Asset Management<br />

Fonte: Euronext Lisboa / Clientes<br />

Nota 1: Segundo a fiscalidade portuguesa, os fundos de investimento<br />

mobiliário nacionais são tributados na fonte. Por essa razão,<br />

as rentabilidades apresentadas são líquidas de impostos para<br />

participantes singulares. Inversamente, os fundos estrangeiros comercializados<br />

em Portugal não estão sujeitos à retenção na fonte,<br />

e portanto as rentabilidades apresentadas são brutas. Nestes fundos,<br />

é da responsabilidade dos participantes declarar à autoridade<br />

fiscal os rendimentos obtidos, que serão assim englobados na<br />

sua declaração de rendimentos.<br />

Nota 2: Os fundos internacionais estão ordenados por ordem alfabética,<br />

sem identificar se se trata de fundos de acções, obrigações<br />

ou outros.


Câmbios e taxas de juro<br />

Euro perde terreno perante<br />

‘sell-off’ da libra<br />

O euro negociava ontem<br />

no vermelho, a perder<br />

0,89% face ao dólar, para<br />

os 1,3513 dólares. A moeda<br />

únicadazonaeuroestava<br />

a ser penalizada, quer pela<br />

incerteza que persiste em<br />

relação à eventual eficácia<br />

de um plano de ajuda financeira<br />

à Grécia quer<br />

pelo ‘sell-off’ que atingiu<br />

a libra esterlina.<br />

A moeda britânica<br />

atingiu um mínimo de dez<br />

meses face ao dólar, depois<br />

de uma ‘poll’ ter revelado<br />

que as eleições gerais<br />

locais poderão não resultar<br />

na maioria de um<br />

partido, o que poderá dificultar<br />

a redução da dívida<br />

do país. ■<br />

LIBOR<br />

Prazo USD EUR GBP JPY CHF<br />

Overnight 0.175 0.28125 0.53125 0.1175 0.04833<br />

1 semana 0.2075 0.30875 0.52938 0.12875 0.06167<br />

2 semanas 0.2175 0.3275 0.53 0.13875 0.07167<br />

1 mês 0.22813 0.3825 0.54 0.15688 0.09167<br />

2 meses 0.23938 0.46813 0.57 0.19563 0.16833<br />

3 meses 0.25169 0.6 0.6425 0.25313 0.25<br />

4 meses 0.28563 0.70813 0.71438 0.33688 0.27167<br />

5 meses 0.32669 0.80125 0.79063 0.38813 0.29667<br />

6 meses 0.38375 0.91125 0.8675 0.45438 0.3175<br />

7 meses 0.45481 0.9625 0.94438 0.51125 0.37083<br />

8 meses 0.5275 1.015 1.02375 0.55188 0.42667<br />

9 meses 0.60138 1.06875 1.09875 0.60125 0.47167<br />

10 meses 0.67931 1.10875 1.16688 0.62813 0.52667<br />

11 meses 0.75938 1.1525 1.2325 0.65563 0.56917<br />

1 ano 0.83938 1.1975 1.2975 0.68063 0.6175<br />

Rentabilidades Internacionais<br />

Matérias-primas<br />

Brent* (USD/Barril) Londres<br />

Últimas 6 sessões 77.59<br />

Petrolíferas Londres<br />

BRENT Máx. Min. Fecho<br />

APR0 78.47 77.28 77.59<br />

MAY0 78.85 77.62 77.97<br />

JUN0 79.34 78.16 78.49<br />

JUL0 79.85 78.74 79<br />

AUG0 80.22 79.36 79.48<br />

SEP0 80.63 79.6 79.89<br />

OCT0 81.02 79.96 80.28<br />

GASOLEO Máx. Min. Fecho<br />

JUL2 0 0 84.6<br />

AUG2 0 0 84.73<br />

SEP2 0 0 84.86<br />

OCT2 0 0 84.98<br />

NOV2 0 0 85.1<br />

DEC2 84.91 84.91 85.22<br />

JAN3 0 0 85.3<br />

Petrolíferas Nova Iorque<br />

CRUDE Máx. Min. Fecho<br />

JAN7 63.00 61.70 61.55<br />

FEB7 64.20 62.95 62.77<br />

MAR7 65.05 63.84 63.71<br />

APR7 65.72 64.59 64.45<br />

MAY7 66.35 65.98 65.06<br />

JUN7 66.55 65.81 65.56<br />

JUL7 0.00 0.00 66.00<br />

GASOLEO Máx. Min. Fecho<br />

JUN0 0 0 65.99<br />

JUL0 0 0 65.87<br />

AUG0 0 0 65.75<br />

SEP0 0 0 65.63<br />

OCT0 0 0 65.51<br />

NOV0 0 0 65.39<br />

DEC0 65.9 65.6 65.26<br />

JAN1 0 0 65.15<br />

1130,200001<br />

Base metal laminados<br />

Cobre<br />

26/02/10 01/03/10<br />

1120,400001<br />

6,406 6,654<br />

Latão 63/37<br />

Latão 67/33<br />

4,948 1110,600000 5,113<br />

5,105 5,280<br />

Latão 70/30<br />

Latão 85/15<br />

5,224 1100,800000 5,405<br />

5,815 6,029<br />

Bronze 6,905 1091,000000 7,160<br />

Euribor 3 meses<br />

Últimas 30 sessões<br />

Euribor 6 meses<br />

Últimas 30 sessões<br />

Euribor 12 meses<br />

EUA Japão R. Unido Alemanha França Itália<br />

O/N 5.23 0.45 5.17 -- -- --<br />

3 Meses 5.05 0.56 5.49 -- 3.81 --<br />

1 Ano -- 0.67 5.59 4.08 4.04 --<br />

2 Anos 4.59 0.83 5.46 4.04 4.06 4.1<br />

5 Anos 4.54 1.21 5.24 4.05 4.07 4.14<br />

10 Anos 4.65 1.66 4.97 4.08 4.13 4.3<br />

30 Anos 4.84 2.36 4.43 4.26 4.31 4.61<br />

Tx. desconto 6.25 0.75 .... .... .... ....<br />

Prime-rates 8.25 2.2 5.25 .... .... 7.125<br />

Metais não ferrosos<br />

0.656<br />

Metais Londres<br />

Fixing<br />

manhã<br />

Fixing<br />

Tarde<br />

Fecho<br />

OURO 1114 1117.25 1108.2<br />

PRATA 1650 1612 1612<br />

PLATINA 1548 1554 1533<br />

PALADIO 437 438 430<br />

Metais LME Por Tonelada<br />

BID ASK<br />

COBRE 7071.0 72.0<br />

ALUMINIO 2050.0 50.5<br />

ZINCO 2157.0 57.5<br />

NIQUEL 20490 20495<br />

CHUMBO 16650/ 6675<br />

ESTANHO 1930.0 35.0<br />

ALUM. ALLOY 2000.0 05.0<br />

Oleaginosas Roterdão<br />

Produto Entrega Ontem Véspera<br />

SOJA<br />

contrato venda venda<br />

Apr10 395.6 396.2<br />

May10 395 395.4<br />

COLZA<br />

Jun10 392 392.5<br />

May10/Jul10 665 658<br />

Aug10/Oct10 673 670<br />

GIRASSOL<br />

Nov10/Jan11 680 680<br />

Apr10/Jun10 950 945<br />

Jul10/Sep10 980 970<br />

COCO<br />

Oct10/Dec10 970 965<br />

MAR10 2304 36<br />

JUL10 2330 8<br />

PALMA BRUTA<br />

SEP10 2348 0.5<br />

Apr10/Jun10 820 800<br />

Jul10/Sep10 815 802.5<br />

Oct10/Dec10 815 802.5<br />

Ouro* (USD/Onça) Londres<br />

0,959<br />

Últimas 30 sessões<br />

1,216<br />

EURIBOR<br />

Prazo Última Anterior<br />

1 Semana 0,344 0,341<br />

1 Mês 0,415 0,416<br />

2 Meses 0,516 0,516<br />

3 Meses 0,655 0,656<br />

4 Meses 0,757 0,756<br />

5 Meses 0,847 0,847<br />

6 Meses 0,959 0,958<br />

7 Meses 0,994 0,995<br />

8 Meses 1,043 1,043<br />

9 Meses 1,092 1,092<br />

10 Meses 1,129 1,129<br />

11 Meses 1,168 1,167<br />

12 Meses 1,216 1,215<br />

Últimas 6 sessões 1108.25<br />

Euro dólar<br />

Últimas 30 sessões<br />

Câmbios<br />

Agrícolas Londres<br />

CACAU Máx. Min. Fecho<br />

MAR0 2190 2148 2155<br />

MAY0 2204 2157 2170<br />

JUL0 2193 2149 2162<br />

SEP0 2170 2125 2139<br />

DEC0 2155 2116 2127<br />

MAR1 2119 2096 2108<br />

MAY1 2117 2098 2103<br />

AÇUCAR Máx. Min. Fecho<br />

MAY0 671.6 628 669.9<br />

AUG0 642.3 602.8 642.1<br />

OCT0 590.9 557.3 586.8<br />

DEC0 556 531.3 552.5<br />

MAR1 540.9 520 535.7<br />

MAY1 0 0 521.1<br />

AUG1 0 0 501.2<br />

Agrícolas Chicago<br />

1.352<br />

Taxas do euro<br />

Taxas irrevog. Taxas bilat.<br />

Moeda do euro indic. esc.<br />

Franco belga 40.3399 4.96982<br />

Marco alemão 1.95583 102.505<br />

Peseta 166.386 1.20492<br />

Franco francês 6.55957 30.5633<br />

Libra irlandesa 0.787564 254.560<br />

Lira italiana 1936.27 0.10354<br />

Franco luxemburguês 40.3399 4.96982<br />

Florim 2.20371 90.9748<br />

Xelim austríaco 13.7603 14.5696<br />

Escudo 200.482 –<br />

Markka finlandesa 5.94573 33.7187<br />

Dracma 340.750 0.588355<br />

X por Cross<br />

Moeda 1 euro dólar<br />

Dólar dos EUA 1.3525 ---<br />

Dólar australiano 1.5105 1.116820702<br />

Lev da Bulgária 1.9558 1.446062847<br />

Dólar canadiano 1.4266 1.054787431<br />

Franco suíço 1.4644 1.082735675<br />

Coroa checa 25.933 19.174122<br />

Coroa dinamarquesa 7.4427 5.502920518<br />

Coroa da Estónia 15.6466 11.56865065<br />

Libra esterlina 0.9067 0.67038817<br />

Dólar de Hong-Kong 10.5007 7.763918669<br />

Forint da Hungria 269.45 199.2236599<br />

Coroa da Islândia 290 214.4177449<br />

Iene do Japão 120.67 89.21996303<br />

Won da Coreia do Sul 1562.24 1155.075786<br />

Litas da Lituânia 3.4528 2.552902033<br />

Lats da Letónia 0.7092 0.524362292<br />

Coroa norueguesa 8.057 5.957116451<br />

Dólar da N. Zelândia 1.9442 1.437486137<br />

Zloty da Polónia 3.94 2.913123845<br />

Coroa sueca 9.7649 7.219889094<br />

Dólar de Singapura 1.9026 1.406728281<br />

Coroa da Eslováquia 30.126 22.27430684<br />

Lira turca 2.0826 1.539815157<br />

Rand da África do Sul 10.3907 7.6825878<br />

Real brasileiro 2.4471 1.809316081<br />

Nota: Taxas de câmbio de referência do Banco<br />

Central Europeu, de cerca das 12:30 horas<br />

OT/Benchmark/MEDIP<br />

Prazo Cupão Maturidade Fecho Yield<br />

1 Ano 3.25 39644 99.002 4.045<br />

2 Anos 3.95 40009 99.922 3.979<br />

4 Anos 3.2 40648 97.007 4.015<br />

5 Anos 5 41075 104.46 4.031<br />

6 Anos 5.45 41540 107.96 4.027<br />

7 Anos 4.375 41806 101.88 4.067<br />

8 Anos 3.35 42292 94.67 4.099<br />

9 Anos 4.2 42658 100.255 4.161<br />

MILHO Máx. Min. Fecho<br />

MAR0 381 369.25 378<br />

MAY0 392 380.25 389<br />

JUL0 402.25 391 399.75<br />

SEP0 409 398.25 406<br />

DEC0 415.5 404.5 413<br />

MAR1 425 415 423<br />

MAY1 432 421.5 430<br />

TRIGO Máx. Min. Fecho<br />

MAR0 513 485 506.5<br />

MAY0 526 496.25 519.25<br />

JUL0 536.75 508.5 531.25<br />

SEP0 550 522.25 545<br />

DEC0 573 545.75 568.5<br />

MAR1 596 569.75 593.25<br />

MAY1 586.25 586.25 605.25<br />

SOJA Máx. Min. Fecho<br />

MAR0 959 944 951<br />

MAY0 968 953.5 961<br />

JUL0 976 962 969<br />

Agrícolas Nova Iorque<br />

ALGODÃO Máx. Min. Fecho<br />

MAY0 94 51.38 82.46<br />

JUL0 100 51.72 81.93<br />

OCT0 91.75 64.73 76.28<br />

DEC0 100.5 53.87 74.42<br />

MAR1 94.5 61.89 75.57<br />

MAY1 78.02 68.05 76.09<br />

JUL1 80 73.25 76.4<br />

Eurolist Dívida Pública<br />

Valor Taxa Maturid. Últ. Data Mont. Cot. Yeld<br />

mobiliário juro % cot. últ. cot. negoc. ant.<br />

OT-MAIO 5.85%10 5.85 20 MAY 2010 0 20 NOV 2009 0 105.8 0<br />

OT-JUN 5 1/7%11 5.15 15 JUN 2011 0 10 OCT 2008 0 104.48 0<br />

OT-SET 5 4/9%13 5.45 23 SEP 2013 0 25 FEB 2010 0 109.2 0<br />

Eurolist Outros fundos públicos<br />

Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />

neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />

CMOEIRAS93 4,375 41 99,11 2003-02-25 99,00<br />

CMSINTRA97 3,375 0<br />

CP-T.VR.95 2,795 0 2003-03-05 99,40<br />

EXPO9897.2 3,146 0 2001-07-12 99,90<br />

G.R.M...94 2,6875 0 2003-02-14 99,50<br />

GRA..1A.92 3,5625 0 2003-02-21 99,90<br />

GRA..1A.93 4,15 0 2002-11-06 100,00<br />

LISBOA.99 2,708 0<br />

LISNA.91-A 2,875 0 2003-03-06 97,00<br />

LISNA.91-B 2,875 0 2003-03-06 97,00<br />

LISNAVE.92 2,844 0 2003-03-07 96,92<br />

P.EXPO9897 2,739 0 2002-12-04 100,00<br />

RAA.96 3,0 0 2001-02-09 100,17<br />

RAM..96/06 2,656 0 1996-11-04 100,60<br />

RAM.01/16 3,381 0 2002-09-17 100,20<br />

RAM.1.S.97 2,713 0 1997-12-31 100,00<br />

RAM.2E 96 2,748 0 1997-12-31 100,00<br />

RAM.98 2,755 0 1999-06-30 100,00<br />

RAM.99 2,913 0<br />

SINTRA2S97 3,375 0<br />

SINTRA3S97 3,375 0<br />

Eurolist/Obrigações Diversas<br />

Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />

neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />

BCPIEM0405 2,0 110 98,65 2003-03-07 98,59<br />

J.MART.W96 2,40625 72 97,76 2003-03-07 96,32<br />

CONTIN..95 3,5625 65 99,89 2003-03-06 99,91<br />

BCPICG1005 0,0 57 91,95 2003-02-26 91,68<br />

BCPA TEL00 0,0 49 93,72 2003-03-07 93,65<br />

BCPI7%1003 7,0 45 100,56 2003-02-21 100,80<br />

BCPICG33PL 0,0 37 93,56 2003-03-07 93,49<br />

BCPI IDJ04 6,25 25 103,47 2003-03-07 103,44<br />

BCPA TM 00 0,0 25 92,00 2003-03-07 91,92<br />

BPICSSEU00 0,0 19 98,86 2003-02-28 98,81<br />

BCPI IM 05 0,0 16 95,92 2003-02-27 96,08<br />

BPI CM1E00 0,0 15 95,40 2003-03-07 95,34<br />

BPI.CAZE01 0,0 15 100,95 2003-03-07 100,81<br />

BCPIEGLB01 0,0 13 93,50 2003-02-28 93,20<br />

BPI.CS2.01 0,0 13 100,74 2003-03-06 100,42<br />

BCPIAP0703 7,25 11 99,50 2003-03-07 99,47<br />

BCPIEUR.01 0,0 11 101,11 2003-03-07 101,07<br />

TOTMUND02 0,0 10 94,41 2003-03-07 94,35<br />

BPI.CSZE00 0,0 10 107,27 2003-03-07 107,27<br />

BPI.OBCS01 3,65 9 100,01 2003-03-06 100,00<br />

BPI CM4E00 0,0 6 95,01 2003-03-07 94,94<br />

CGDVERAC00 0,0 5 98,40 2003-03-05 98,40<br />

BPI.CSQ01 0,0 5 102,73 2003-03-07 102,66<br />

BCPIAP0803 7,25 5 99,91 2003-03-06 100,01<br />

BPI.CSRM02 0,0 5 100,02 2003-03-06 100,01<br />

BCPAISTX00 0,0 5 94,88 2003-03-03 94,69<br />

BCPA CGI99 0,0 5 94,21 2003-03-07 94,21<br />

BCPIAP0804 0,0 5 94,81 2003-03-07 94,76<br />

BCPIAP0704 0,0 3 94,99 2003-03-06 94,97<br />

SCP.RF0205 6,45 3 92,00 2003-03-06 92,00<br />

BSPPNI9M00 3,0 3 98,91 2003-02-28 98,81<br />

BCPA MED00 0,0 2 91,79 2003-02-27 91,54<br />

BPI.CSIM01 0,0 2 92,25 2003-03-07 92,12<br />

BPICSZE200 0,0 2 92,20 2003-03-07 91,10<br />

BCPIAP09037 7,25 1 100,28 2003-03-06 100,29<br />

BCPIAP0904 0,0 1 94,22 2003-03-06 94,24<br />

INPAR.9804 3,138 1 95,02 2003-03-06 95,50<br />

BPI CM3E00 0,0 1 95,18 2003-03-06 95,02<br />

BPIRF30003 4,0 1 99,78 2003-02-25 99,83<br />

CPPEUR.+01 0,0 1 102,50 2003-03-07 102,48<br />

ENG.WARR98 1,555 0 95,00 2003-02-26 92,75<br />

BCPI IDJ05 0,0 0 92,41 2003-03-07 92,38<br />

BSPBEURP01<br />

PUB<br />

0,0 0 102,81 2003-02-21 102,66<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 47<br />

OUTROS MERCADOS<br />

Eurolist Unidades de Participação<br />

Título Quant. Fecho Fecho<br />

transac. E Esc.<br />

EUROSUL 0 0<br />

M.ACC.EURO 0 0<br />

N.ECONOMIA 51 46,15 9252<br />

REDES C.98 100 49,01 9826<br />

SAUDELAZER 678 48,01 9625<br />

VALFUT2005 488 46,41 9304<br />

Eurolist - Titulos de Participação<br />

Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />

neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />

B.MELLO.87 3,652 0 2003-03-07 95,00<br />

BFN.....87 3,564 0 2003-03-07 100,00<br />

BFN.2...87 2,958 0 2003-03-06 100,00<br />

BTA ....87 2,42559 0 2003-02-14 61,52<br />

CPP.....88 2,56908 0 2003-02-10 53,41<br />

CPP.....89 2,92688 0 58,51 2003-02-28 60,00<br />

PETROGAL93 3,9 0 2002-03-15 101,25<br />

Mercado s/ Cotações<br />

Título Data Últim. Var. Var % Quant. Máx. Mín. Comp.<br />

cot. ant. transac. ano ano anual<br />

Norvalor 27 OCT 2009 0 0 0 0 1.23 0.54<br />

Oliveira e Irmão 19 JUN 2001 0 0 0 0 0 0<br />

R.P. Centro Sul 07 DEC 2009 0 0 0 0 3.5 3.5<br />

Sopragol 16 AUG 2006 0 0 0 0 2.3 2.3<br />

Transinsular 18 AUG 2009 0 0 0 0 15.5 15.5<br />

Vista Alegre 14 OCT 1998 0 0 0 0 0 0<br />

Eurolist/Obrigações Diversas<br />

Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />

neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />

SAL.CAE.99 3,233 69 97,41 2002-12-06 99,90<br />

BPI.CSP.99 0,0 47 97,25 2003-03-07 97,22<br />

BPSM-2E.95 3,5625 33 99,87 2003-03-06 99,87<br />

BFBCSFR.98 0,0 12 102,60 2003-03-07 102,60<br />

BSMTOP97.1 3,418 5 78,20 2003-03-07 78,20<br />

CISF.PSI99 0,0 4 95,59 2003-03-05 95,56<br />

BPIEURO04 0,0 3 96,68 2003-03-03 96,55<br />

BPICSBRA99 0,0 3 111,20 2003-02-28 110,35<br />

BPI-MULTI. 0,0 1 97,95 2003-03-07 97,90<br />

CIN...9904 3,444 0<br />

ADP.98.05 3,101 0 2003-03-05 100,00<br />

BPA.SUB.96 3,0625 0<br />

BTA.TOPS97 3,418 0 2003-02-17 80,00<br />

M.LEA.1E98 3,25 0<br />

M.LEA.2E98 3,125 0<br />

DBLEASIN94 3,0625 0 2003-02-27 99,00<br />

BCP.SUB.95 3,5 0 2003-02-27 98,50<br />

CR.1E.1S98 3,6875 0 2000-02-14 100,00<br />

V.ALEGRE05 3,291 0<br />

CCCAM...96 3,2738 0 2003-02-28 99,00<br />

B.MELLO95S 3,3125 0 2002-09-13 99,10<br />

BNC.SUB.97 3,5 0 2002-09-16 97,00<br />

BNCTXVAR99 3,343 0 2003-01-28 100,00<br />

FINANTIA95 3,1875 0 2002-11-18 98,50<br />

CHE.RM1.98 0,0 0 2002-11-12 100,62<br />

CHE.CG1.98 0,0 0 2000-03-24 103,80<br />

TECN.J/SUP 9,75 0 1996-02-27 100,00<br />

M.COMPA.98 3,337 0<br />

SODIM-TV97 3,5 0 2001-08-17 100,00<br />

GDL.TX.V98 2,731 0 2001-04-10 99,97<br />

SACOR M.97 3,125 0 2003-02-10 98,79<br />

CPP.TOPS97 3,418 0 2003-01-22 75,00<br />

IMO.98-1.E 2,9192 0 2001-01-11 99,90<br />

IMO.98-2.E 3,311 0 2002-01-25 97,02<br />

SECI/CMP95 2,75 0 2003-03-06 99,85<br />

BNU.SUB.98 3,375 0 2003-02-25 93,90<br />

HELLER981E 2,75 0<br />

BNU.1.E.9 0,0 0<br />

BSPE.EQU99 0,0 0 2003-03-07 101,37<br />

BSP.E.FU99 3,752 0 2003-02-28 82,78<br />

BII-1.S.95 2,875 0 2000-05-02 100,00<br />

CMP/97 2,932 0 1998-07-16 99,50<br />

CHE.CG2.98 0,0 0 2001-05-31 101,25<br />

MOT.COMP04 3,487 0<br />

BNUCXSUB97 3,3125 0 2002-12-31 97,61<br />

SONAEIM/98 3,049 0 2002-02-25 98,50<br />

BES.SUB.98 3,494 0 2001-11-16 99,58<br />

BFB-SUB.97 2,9375 0 2000-06-29 100,00<br />

BPI-O.C.94 3,909 0 2002-12-18 100,00<br />

BPI-C.Z.95 0,0 0<br />

BPI-C.Z.96 0,0 0<br />

BPI.PERP96 3,683 0 2003-01-07 99,00<br />

BPI.SUB.96 3,1875 0 2003-02-17 99,10<br />

BPIRF.5.00 4,4 0 2001-10-26 101,16<br />

MUNDICEN97 3,5625 0 2002-02-11 99,90<br />

BPIZEURO07 0,0 0 2003-03-05 101,09<br />

SOMAGUE/97 3,75 0 2003-03-06 100,00<br />

SOMA.WA.98 2,591 0 2003-01-15 67,25<br />

GAS POR.97 3,0 0 2001-11-12 99,60


48 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

DESPORTO<br />

Entre escolhidos<br />

e proscritos, chegou<br />

a hora de Queiroz decidir<br />

Futebol A 100 dias do Mundial, Ronaldo diz que o jogo “não conta para nada”,<br />

mas alguns dos seus colegas ainda correm por um lugar nos escolhidos.<br />

Filipe Garcia<br />

filipe.garcia@economico.pt<br />

Fábio Coentrão “estava à espera<br />

de ser chamado” e Varela ficou<br />

“extremamente feliz” com a<br />

primeira convocatória para o<br />

jogo de amanhã, frente à China<br />

(20h45, RTP1), no Estádio Municipal<br />

de Coimbra.<br />

Os dois extremos não podiam<br />

ter reacções mais díspares à última<br />

convocatória. Cada vez que<br />

o seleccionador nacional divulga<br />

uma lista são tantos os desiludidos<br />

como os jogadores que<br />

celebram o lugar conquistado.<br />

Mesmo com sortes distintas, o<br />

discurso nem varia muito.<br />

Coentrão garante que irá trabalhar,<br />

na selecção de Sub-23,<br />

para “mostrar a Queiroz que<br />

merece estar na selecção AA”;<br />

Varela promete “dar tudo” para<br />

ir à África do Sul.<br />

Cristiano Ronaldo opina que<br />

este jogo “não conta para nada”<br />

eaúnicaideiaéenfrentaruma<br />

equipa “com um jogo parecido<br />

ao da Coreia do Norte”, adversária<br />

de Portugal no Mundial.<br />

Todavia, a 100 dias do pontapé<br />

de saída mais importante do<br />

ano, ficar fora da convocatória<br />

para um particular é mau sinal.<br />

E os ausentes sabem-no melhor<br />

queninguém–chegouahorade<br />

Carlos Queiroz decidir os 23 escolhidos<br />

para a viagem à África<br />

do Sul.<br />

As dúvidas começam logo na<br />

baliza com um ausente de peso.<br />

Quim, titular no Benfica e numa<br />

época em que o clube da Luz<br />

mantém a melhor defesa dos<br />

campeonatos europeus - com<br />

apenas 11 golos sofridos em 21<br />

jogos -, não entra nos escolhidos<br />

do seleccionador. Eduardo<br />

(Sp. Braga), Rui Patricío (Sporting)<br />

e agora Hilário, que passou<br />

a titular com a lesão de Cech no<br />

Chelsea, parecem ser os homens<br />

de confiança do técnico.<br />

Nas laterais, as dúvidas continuam.<br />

Jorge Jesus até vaticinou<br />

que o lateral-esquerdo da<br />

selecção sairia do plantel do<br />

Benfica, mas até agora nem Fábio<br />

Coentrão, nem César Peixoto<br />

parecem ter lugar entre os 23<br />

As ausências<br />

de Fábio Coentrão<br />

e de Ruben Micael,<br />

que entretanto<br />

se lesionou, foram<br />

as maiores surpresas.<br />

O extremo Varela<br />

foi o felizardo<br />

e irá estrear-se<br />

pela selecção.<br />

A LISTA DO SELECCIONADOR<br />

PORTUGAL-CHINA EM COIMBRA<br />

Jogador Clube Posição<br />

Eduardo Sp. Braga Guarda-redes<br />

Hilário Chelsea Guarda-redes<br />

Paulo Ferreira Chelsea Defesa<br />

Miguel Valência Defesa<br />

Ricardo Carvalho Chelsea Defesa<br />

Rolando FC Porto Defesa<br />

Bruno Alves FC Porto Defesa<br />

Duda Málaga Defesa<br />

Pedro Mendes Sporting Médio<br />

João Moutinho Sporting Médio<br />

Raul Meireles FC Porto Médio<br />

Tiago Atlético Madrid Médio<br />

Nani Man. United Médio<br />

Varela FC Porto Avançado<br />

Simão Atlético Madrid Avançado<br />

Cristiano Ronaldo Real Madrid Avançado<br />

Liedson Sporting Avançado<br />

Hugo Almeida Werder Bremen Avançado<br />

BENFICA SAD<br />

7,6%<br />

2,69 euros<br />

queestarãonaÁfricadoSuleo<br />

Benfica corre o risco de ser o<br />

único dos quatro primeiros<br />

classificados no campeonato<br />

nacional sem qualquer representante<br />

na selecção.<br />

As certezas a meio-campo<br />

É no meio-campo e nas alas do<br />

ataque que Carlos Queiroz parece<br />

ter o plano mais definido. E<br />

as possibilidades de uma surpresa<br />

são cada vez mais pequenas.<br />

Pedro Mendes, Raul Meireles<br />

e Deco têm lugar quase certo.<br />

E Tiago também está confiante.<br />

“Tenho jogado, as coisas<br />

estão a correr bem e estar outra<br />

vez reunido com a selecção é<br />

sempre bom”, disse. Na próxima<br />

eliminatória da Liga Europa,<br />

o médio do Atlético Madrid deverá<br />

mesmo enfrentar dois dos<br />

seus rivais pelo lugar: João<br />

Moutinho e Miguel Veloso, este<br />

com a vantagem de poder jogar<br />

a defesa esquerdo.<br />

Quem também se intrometeu<br />

recentemente na luta por um<br />

lugar foi Varela. Mesmo jogando<br />

na zona do terreno mais concorrida<br />

na selecção, o extremo<br />

do FC Porto conseguiu um lugar<br />

na convocatória e diz-se pronto<br />

para a luta. “Nas alas o problema<br />

do seleccionador é a fartura de<br />

opções”, diz, ao Diário <strong>Económico</strong>,<br />

Rui Moreira, Presidente<br />

da Associação Comercial do<br />

Porto e comentador desportivo.<br />

Na frente, o dilema é bem<br />

mais complicado de resolver.<br />

Desde a naturalização, Liedson<br />

não falhou qualquer convocatóriaeolugardeponta-de-lança<br />

parece-lhe reservado. No entanto,<br />

Carlos Queiroz deverá, pelo<br />

menos, convocar mais um avançado<br />

e nenhum dos candidatos o<br />

parece ter convencido completamente.<br />

Hugo Almeida tem sido<br />

chamado com regularidade e<br />

parte em vantagem sobre Ariza<br />

Makukula - que este ano já marcou<br />

15 golos no Kayserispor da<br />

primeiradivisãoturca-eemrelação<br />

a Nuno Gomes, que a comemorar<br />

dez anos da estreia em<br />

fases finais, parece cada vez mais<br />

longe do Mundial. Sem jogar no<br />

Benfica é complicado. ■<br />

FC PORTO SAD SPORTING SAD<br />

0,0%<br />

1,09 euros<br />

Os restantes jogos<br />

de aquecimento<br />

No dia 24 de Maio, já em pleno<br />

estágio de preparação para o<br />

Mundial na África do Sul, Portugal<br />

irá enfrentar, na Covilhã, a<br />

selecção de Cabo Verde. No dia 1<br />

de Junho, o último jogo no<br />

Estádio Municipal da Covilhã, o<br />

adversário será a selecção dos<br />

Camarões – também apurada para<br />

a fase final do Mundial -, naquele<br />

que será o último jogo antes de<br />

a comitiva portuguesa rumar<br />

ao continente africano. A 8<br />

de Junho, já em Joanesburgo,<br />

seráavezdeaselecçãonacional<br />

enfrentar a congénere de<br />

Moçambique para o último jogo<br />

de preparação em relação ao<br />

Campeonato do Mundo. A 15 de<br />

Junho, face à Costa do Marfim, no<br />

primeiro jogo do Grupo G, já não<br />

se aceitam experiências.<br />

2,8%<br />

1,11 euros<br />

AFINAL, QUEM PODE VIR A FAZER<br />

Vitor Paneira<br />

“No Benfica não há<br />

portugueses seleccionáveis.<br />

Só o Quim tem hipóteses<br />

de ir ao Mundial”.


FALTA?<br />

Carlos Queiroz deixou de lado os<br />

jogadores do Benfica e Vítor<br />

Paneira até compreende: “Não<br />

há portugueses seleccionáveis.<br />

Só o Quim tem hipóteses de ir<br />

ao Mundial, pois joga com<br />

regularidade. Já Carlos Martins,<br />

Fábio Coentrão e César Peixoto<br />

nem tanto porque jogam num<br />

sistema rotativo”. O técnico do<br />

Boavista acredita que Portugal<br />

“tem muitas soluções no ataque”<br />

e que disfarçam a lacuna do<br />

ponta-de-lança. A posição mais<br />

débil “é a de lateral-esquerdo”.<br />

DESTAQUE DO DIA<br />

Carlos Carvalhal<br />

Superou com distinção o exame mais<br />

complicado como treinador em<br />

Alvalade: há 33 anos que o Sporting<br />

não derrotava o FC Porto por 3-0. A<br />

continuidade de Carvalhal continua a<br />

ser um assunto tabu, mas o registo<br />

melhorou significativamente.<br />

José Couceiro<br />

“Queiroz vai tentar resolver<br />

erros do apuramento, por<br />

isso não fará alterações<br />

ao modelo de jogo”.<br />

No entender do técnico José<br />

Couceiro (Gaziantepspor), Carlos<br />

Queiroz vai querer dissipar as<br />

suas dúvidas e aumentar o leque<br />

de opções para o África do Sul no<br />

particular ante a China. “Queiroz<br />

vai tentar resolver alguns erros<br />

que a equipa denotou no<br />

apuramento. Por isso, não irá<br />

alterar o sistema de jogo com o<br />

qual apurou Portugal para o<br />

Mundial. Mas, ao mesmo tempo,<br />

vai introduzir novas caras nesse<br />

modelo”, admite o antigo<br />

seleccionador da Lituânia.<br />

AGENDA DO DIA<br />

Futebol<br />

Jogos de preparação: Portugal-<br />

Suécia em Sub-21, (18h15, TVI);<br />

Irlanda-Brasil (20h05, Sport TV1);<br />

Fórum Europeu Soccerex: em<br />

Manchester, com o presidente do<br />

Sporting, José Eduardo Bettencourt,<br />

e o director marketing, Pedro Afra.<br />

Rui Moreira<br />

“Se o Ruben Micael continuar<br />

a jogar como tem feito será<br />

o substituto natural de Deco”.<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 49<br />

Basquetebol<br />

NBA: Detroit Pistons-Boston Celtics<br />

(madrugada de 4ª feira, às 00h30,<br />

Sport TV1).<br />

Surf<br />

ASP World Tour (1ª etapa do<br />

Mundial): Gold Coast, em<br />

Queensland, Austrália, com a<br />

participação do português Tiago<br />

Pires.<br />

Infografia: Mário Malhão | mario.malhao@economico.pt<br />

Para Rui Moreira, duas ausências<br />

são de notar. “O Ruben Micael<br />

pode ser para rodar nos Sub-23,<br />

mas se continuar a jogar como<br />

temfeitoseráosubstitutonatural<br />

de Deco”, diz. “O Quim merecia<br />

estar convocado. Tem jogado bem<br />

e, não querendo questionar a<br />

opção por Eduardo, a experiência<br />

que tem podia ser importante”,<br />

conclui. Para Rui Moreira, a<br />

contrastar com a fartura de<br />

extremos, o maior problema está<br />

na lateral esquerda: “Não saberia<br />

quem convocar”.


50 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

DESPORTO<br />

FUTEBOL<br />

Benfica-FC Porto jogam final da Taça da Liga<br />

a 21 de Março no Algarve (19h15)<br />

A final da Taça da Liga entre Benfica e FC Porto ficou ontem<br />

definitivamente marcada para o Estádio do Algarve, no domingo, dia 21 de<br />

Março, às 19h15. O encontro terá transmissão directa na SIC e realiza-se<br />

três dias depois de os encarnados visitarem o Marselha, em partida<br />

relativa à 2ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. O FC Porto joga<br />

com o Arsenal a 2ª mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões no dia<br />

9 de Março.<br />

EVOLUÇÃO DO ÚLTIMO MÊS<br />

Os títulos das SAD de Benfica, FC<br />

Porto e Sporting registam fraca<br />

liquidez diária e estão vários dias<br />

ao mesmo preço.<br />

3,0 SLB SCP FCP<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

01-02-2010<br />

Fonte: Bloomberg<br />

Eduardo Melo<br />

eduardo.melo@economico.pt<br />

01-03-2010<br />

O desempenho desportivo dos<br />

três grandes do futebol nacional<br />

não confere com os resultados<br />

das Sociedades Anónimas Desportivas<br />

(SAD) no segundo semestre<br />

de 2009. Nesse período,<br />

apenas o FC Porto, actual terceiro<br />

da Liga, obteve lucros<br />

(19,6 milhões de euros), enquanto<br />

o Benfica (que lidera o<br />

campeonato) e Sporting (quarta<br />

posição) atingiram prejuízos de<br />

13,8 e 7,8 milhões de euros, respectivamente,<br />

segundo anunciaramosdoisclubes.<br />

As contas do tetracampeão<br />

beneficiaram da venda de jogadores<br />

do plantel, que atingiram<br />

31,8 milhões de euros até Dezembro<br />

de 2009 [ver quadro],<br />

alguns deles decisivos para a<br />

desempenho do clube, como<br />

foram os casos de Lisandro<br />

López e de Cissokho.<br />

A presença, quase constante,<br />

na Liga dos Campeões tem sido<br />

uma montra para o plantel azul e<br />

branco, com efeitos directos nas<br />

Ex-médio da selecção francesa não<br />

quer aproximar-se do central italiano.<br />

contas do clube. “Os jogadores<br />

têm uma exposição maior e,<br />

como tal, o plantel fica mais valorizado<br />

quando comparado<br />

com as outras SAD”, nota Pedro<br />

Lino, presidente executivo da<br />

corretora Dif.<br />

AocontráriodoFCPorto,<br />

Benfica e Sporting estão menos<br />

vezes presentes na Liga milionáriaeaactualpresençanaLiga<br />

Europa só terá repercussões nos<br />

cofres de ambos mais para diante.<br />

As suas estratégias são orientadas<br />

para a valorização dos<br />

plantéis e não para a venda de<br />

jogadores.<br />

No Benfica, até Dezembro de<br />

2009, entraram o brasileiro Ramirez,<br />

o espanhol Javi García e o<br />

argentino Saviola, enquanto as<br />

jovens promessas Nélson Oliveira<br />

e Roderick Miranda “são já atletas<br />

que despertam a cobiça dos<br />

maiores emblemas europeus”,<br />

conta o relatório.<br />

Já quanto ao Sporting, as contratações<br />

de João Pereira (ex-Sp.<br />

Braga) e Sinama Pongolle (ex-<br />

Atlético Madrid) fizeram disparar<br />

o valor do plantel, que subiu<br />

FUTEBOL<br />

FC Porto perde em Alvalade<br />

mas lidera nas contas das SAD<br />

Futebol Benfica e Sporting reforçaram plantéis em 2009. FC Porto subiu com venda de jogadores.<br />

DADOS FINANCEIROS DAS SAD<br />

2º SEMESTRE DE 2009<br />

FC Porto Benfica Sporting<br />

Resultados Líquidos 19,6 -13,8 -7,8<br />

Resultados operacionais 21,2 -11 -5,7<br />

Prov. passes atletas 31,8 1,25 0,34<br />

Total activo 169,3 355 119<br />

Total passivo 152,9 340,7 142,9<br />

Fonte: Relatórios das SAD Valores em milhões de euros<br />

Zinedine Zidane ainda recusa pedir desculpa<br />

a Materazzi pela cabeçada no Mundial<br />

A imagem correu Mundo e continua a dar que falar: o francês Zinedine<br />

Zidane deu uma cabeçada ao italiano Marco Materazzi, durante a final do<br />

Mundial de 2006, alegando que o defesa ofendera a honra da sua irmã.<br />

Agora, em declarações ao diário “El País”, o gaulês reafirma não ter<br />

intenções de pedir desculpa. “Prefiro morrer a desculpar-me perante um<br />

energúmeno como ele. Claro que lamento a minha atitude, mas pedir<br />

desculpa seria reconhecer que aquilo que fez é normal”, sublinhou.<br />

Hugo Correia / Reuters<br />

Javier Saviola no chão:<br />

a SAD benfiquista foi a<br />

que apresentou números<br />

mais negativos nos<br />

últimos seis meses.<br />

46%, para 38,4 milhões de euros,<br />

face ao mesmo período de 2008.<br />

Tanto em relação às receitas<br />

de bilheteira como aos direitos<br />

televisivos,o Sporting aponta<br />

para quebra em torno de 20%,<br />

mas o Benfica reconhece um<br />

comportamento díspare neste<br />

capítulo, com um acréscimo de<br />

37% na venda de bilhetes e uma<br />

quebra de 19% nos direitos televisivos.<br />

O FC Porto estabilizou a<br />

bilheteira nos 5,9 milhões de<br />

euros e subiu um milhão de euros<br />

nas transmissões televisivas para<br />

4,1 milhões.<br />

Mundo ao contrário<br />

Apesar disto, no campeonato dos<br />

títulos cotados em bolsa, o dia de<br />

ontem foi marcado por subidas<br />

acentuadas de Benfica (7,6%) e<br />

Sporting (2,8%) e manutenção<br />

do FC Porto. Os investidores valorizaram<br />

os títulos das SAD que<br />

agravaram prejuízos no semestre.<br />

“As acções das SAD são investimentos<br />

que têm muito mais a ver<br />

com o coração do que com uma<br />

decisão de investimento racional”,<br />

conclui Pedro Lino. ■<br />

O gigante<br />

afastado<br />

por causa<br />

de um<br />

polegar<br />

Shaquille O’Neal (Cleveland)<br />

vai ser operado ao dedo da mão<br />

direita para jogar no playoff.<br />

Paulo Jorge Pereira<br />

paulo.pereira@economico.pt<br />

Tendo sido importante para que<br />

os Cleveland Cavaliers dominassem<br />

a maior parte dos duelos<br />

com Los Angeles Lakers e Orlando<br />

Magic, outros candidatos<br />

ao título da NBA, durante esta<br />

época, o gigante Shaquille<br />

O’Neal (2,16 m e 147 kg) vai fazer<br />

falta a LeBron James e companhia.<br />

Tudo porque se lesionou<br />

no polegar da mão direita e será<br />

obrigado a uma intervenção cirúrgica<br />

que pode afastá-lo até<br />

oito semanas – faltam sete para<br />

terminar a época regular e Shaq<br />

só regressaria para o playoff, a<br />

partir de Abril.<br />

O poste sofreu problema semelhante<br />

em 1995, quando representava<br />

os Orlando Magic. Os<br />

Cavaliers poderiam optar pelo<br />

regresso de Zydrunas Ilgauskas,<br />

trocado com Washington por<br />

Antawn Jamison, mas, pelos regulamentos<br />

da NBA, isso tambémsóserápossívelapartirde21<br />

de Março. “Penso que seremos<br />

capazes de sobreviver sem ele”,<br />

comentou o base Mo Williams.<br />

Resultados de ontem: San<br />

Antonio-Phoenix, 110-103; LA<br />

Lakers-Denver, 95-89; Atlanta-<br />

Milwaukee, 106-102 (a.p.); New<br />

Jersey-Washington, 85-89; Orlando-Miami,<br />

96-80; Oklahoma-Toronto,<br />

119-99; Sacramento-LA<br />

Clippers, 97-92 e<br />

Dallas-New Orleans, 108-100. ■<br />

O’Neal pode ficar<br />

afastado até<br />

oito semanas,<br />

devendo regressar<br />

a tempo de participar<br />

nos jogos decisivos<br />

do playoff ao lado<br />

de LeBron James.


ATLETISMO<br />

Cubano Ivan Pedroso volta a competir<br />

após dois anos fora do salto em comprimento<br />

Aos 37 anos, o cubano Ivan Pedroso, quatro vezes campeão do Mundo de<br />

salto em comprimento ao ar livre, cinco em pista coberta e campeão<br />

olímpico em Sydney no ano 2000, vai voltar à actividade. Em entrevista<br />

ao diário “El País”, Pedroso, radicado em Espanha, confessa que o salto é<br />

a sua vida e que o regresso fica a dever-se ao facto de “não ter ficado<br />

satisfeito com os últimos tempos de competição”, marcados por lesões e<br />

outros problemas.<br />

‘ILDOTTORE’DOCOSTUME<br />

Governo, Câmara e João Lagos<br />

em parceria para a prova de 2011-2012.<br />

Stringer Malaysia / Reuters<br />

A alcunha podia ter chegado pelo número de títulos - nove no total -, mas foi o<br />

estilo que lhe valeu o cognome de ‘Il Dottore’. O campeão do Mundo de MotoGP,<br />

Valentino Rossi, voltou em grande: nos treinos em Sepang não só foi o mais rápido<br />

como melhorou o tempo com que conquistara a pole position da corrida de 2009.<br />

VELA<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 51<br />

Mais de 50 milhões de euros de retorno para<br />

investimento de dez na Volvo Ocean Race<br />

Portugal é uma das três cidades europeias que irá receber uma etapa<br />

da Volvo Ocean Race de 2011-2012, uma prova de vela que faz a volta<br />

ao Mundo em nove meses. Para receber a competição, em Junho de 2012,<br />

Câmara de Lisboa, Governo e João Lagos Sports vão investir entre 8<br />

e 10 milhões de euros. O retorno deste investimento será “muito superior<br />

a cinco vezes”, assegurou ontem João Lagos ao Diário <strong>Económico</strong>, face<br />

aos números gerados na etapa da prova na Irlanda (Galway), em 2009.<br />

Canadá satisfeito<br />

com Jogos<br />

pouco seguros<br />

Jogos Olímpicos de Inverno Edição de 2010<br />

sob signo dos acidentes. Russos insatisfeitos.<br />

Paulo Jorge Pereira<br />

paulo.pereira@economico.pt<br />

Jacques Rogge, líder do Comité<br />

Olímpico Internacional (COI),<br />

até pode dizer que houve “um<br />

esforço enorme para que tudo<br />

corresse bem” nos Jogos de Inverno<br />

que terminaram no domingo<br />

em Vancouver, mas nem<br />

assim apaga a imagem dos acidentes<br />

associada a esta edição.<br />

O próprio Rogge lamenta a<br />

mortedogeorgianoNodarKumaritashvili,<br />

de 21 anos, após os<br />

graves ferimentos sofridos<br />

quando treinava para a prova de<br />

trenó na pista de Whistler. Só<br />

que o dirigente não mencionou<br />

outras situações que poderiam<br />

ter acabado mal como o acidente<br />

que enviou o australiano<br />

Duncan Harvey para o hospital<br />

já depois de alterações na fatídica<br />

pista. Favorito à conquista da<br />

medalha de ouro no trenó, o italiano<br />

Armin Zoeggeler também<br />

não evitou ser um dos acidentados,<br />

tal como a romena Violeta<br />

Stramaturaru que chegou a perder<br />

a consciência. Outra romena,<br />

Edith Miklos, caiu na prova<br />

de downhill e teve de ser evacuada<br />

de helicóptero depois de<br />

ser socorrida ainda na pista.<br />

A imprensa canadiana, entusiasmada<br />

com o triunfo sobre os<br />

Estados Unidos na final de hóqueisobreogeloaterminar,<br />

classificaoeventocomo“um<br />

momento definidor para a história<br />

do país”. Não surpreende:<br />

o Canadá terminou a classificação<br />

de medalhas com mais galardões<br />

de ouro (14) do que<br />

qualquer outro concorrente<br />

para um total de 26 prémios<br />

(Alemanha, com 30, e EUA, que<br />

chegou às 37, obtiveram mais,<br />

mas quedaram-se pelas 10 e 9<br />

de ouro, respectivamente).<br />

Até Joe Biden, vice-presidente<br />

dos EUA, acrescentou o seu<br />

nome à lista de casos insólitos:<br />

no dia 15, o carro da sua comitiva<br />

sofreu um acidente, ferindo<br />

duas atletas olímpicas: Peggy<br />

Fleming e Vonetta Flowers<br />

A pior Rússia de sempre<br />

Enquanto uns se congratulam,<br />

também há quem não esconda o<br />

tom crítico. É o caso das autoridades<br />

russas, que organizam a<br />

próxima edição em Sochi<br />

(2014), descontentes com o 11º<br />

lugar global (15 medalhas, pior<br />

desempennho de sempre nos<br />

Jogos Olímpicos de Inverno). O<br />

presidente, Dmitry Medvedev,<br />

exigiu mesmo que os responsáveis<br />

da equipa olímpica se demitissem.<br />

“Se não forem capazes<br />

terão a nossa ajuda. Temos<br />

de mudar de forma drástica os<br />

nossos métodos de treino, a julgar<br />

pelo sucedido em Vancouver”,<br />

criticou. “Está perdida a<br />

escola soviética de formação<br />

dos atletas e, pelos vistos, não<br />

fomos capazes de formar a nossa<br />

própria escola”, concluiu o<br />

presidente russo.<br />

Na edição de 2006, realizada<br />

em Turim, a Rússia ficara entre<br />

os cinco primeiros com um total<br />

de 22 medalhas (oito de ouro). O<br />

alarme chegou mesmo ao primeiro-ministro,<br />

Vladimir Putin,<br />

que reconheceu que se “esperava<br />

mais dos atletas e técnicos”,<br />

apontando para a necessidade<br />

de “analisar erros e derrotas<br />

e melhorar já em 2014”. ■<br />

NÚMEROS DE VANCOUVER<br />

● As transmissões televisivas<br />

foram seguidas, entre os dias 12<br />

e28deFevereiro,porcercade<br />

3,5 mil milhões de espectadores.<br />

● Somando todas as plataformas<br />

de transmissão houve seis mil<br />

horas de cobertura.<br />

● Ositedaprovateve275<br />

milhões de visitantes, superando<br />

o recorde dos Jogos de Verão em<br />

2008 (105 milhões).<br />

● Houve 10.800 jornalistas<br />

acreditados para as provas e<br />

foram entregues 615 medalhas<br />

em 15 disciplinas diferentes.


52 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

PUBLICIDADE & MEDIA<br />

TELEVISÃO<br />

SIC acaba Fevereiro a subir com 25%<br />

do ‘share’ mas lidera com 27%<br />

A SIC fechou o mês de Fevereiro a subir, com 28.7% do ‘share’, contra<br />

23% da RTP1 e 22.6% da TVI . O programa ‘Uma Flor para a Madeira’,<br />

foi o mais visto de domingo, com 1.134.000 espectadores. No decorrer<br />

do mês, a SIC terminou em 2º lugar com 25.3% de ‘share’ contra os<br />

24.7% da RTP1 e 27.5% da TVI, que se mantém líder apesar da quebra<br />

nas audiências. As novas apostas do canal de Balsemão como ‘Noticias<br />

em 2ª Mão’ ou Lua Vermelha contribuíram para a maior subida do mês.<br />

Comércio espanhol investe em<br />

comunicação para sair da crise<br />

O objectivo é gerar a “maior terapia social da história”, recorrendo a figuras públicas e anónimos.<br />

Margarida Henriques<br />

margarida.henriques@economico.pt<br />

Mudar o estado de espírito dos<br />

espanhóis e reactivar o consumo<br />

privado para incentivar o país a<br />

sair da crise são os principais objectivos<br />

de uma campanha publicitária<br />

a 360º lançada pelas<br />

Câmaras de Comércio espanholas,<br />

em conjunto com as principais<br />

empresas do IBEX 35 (o índice<br />

bolsista de referência em<br />

Espanha).<br />

Como explica Susana Diaz,<br />

assessora do projecto, “pretendemos<br />

levantar a confiança dos<br />

cidadãos de todo o país e gerar a<br />

maior terapia social da história.<br />

No centro desta campanha está o<br />

‘site’ www.estosololoarreglamosentretodos.org,<br />

que deverá<br />

funcionar como o foco e o motor<br />

de todo o movimento social.<br />

A acção arrancou na semana<br />

passada,emexterioreimprensa,<br />

com uma peça de comunicação<br />

minimalista onde apenas era indicadoodapáginadeInternet,<br />

para despertar a atenção. Este<br />

‘teaser’ foi revelado mais tarde<br />

com a emissão de um filme de<br />

televisão de um minuto, protagonizado<br />

por famosos e anónimos,<br />

e com a activação do ‘site’,<br />

que até então apenas mostrava<br />

um ‘countdown’.<br />

Neste filme é apresentado um<br />

manifesto recheado de mensagens<br />

de optimismo e ânimo dei-<br />

Campanha segue a estratégia “A Vida<br />

é mais fácil com Visa”.<br />

TURISMO DE PORTUGAL INVESTE 5,5 MILHÕES NA IMAGEM PARA O EXTERIOR<br />

PATROCÍNIO<br />

Visa lança primeira campanha<br />

para o Mundial de Futebol<br />

Arrancou ontem em Portugal a primeira campanha que envolve<br />

o patrocínio mundial da Visa à FIFA. Trata-se de uma promoção em que,<br />

por cada compra com cartão Visa, o utilizador do cartão e um amigo<br />

habilitam-se a ganhar uma viagem ao campeonato do Mundo, na África<br />

do Sul. Esta campanha inclui promoções de consumo e outras iniciativas<br />

de envolvimento com os consumidores, que representa a terceira fase<br />

da estratégia “A vida é mais fácil com Visa”.<br />

O Turismo de Portugal (TdP) anunciou ontem que vai investir 5,5 milhões de euros em 2010 na promoção do país no estrangeiro. Espanha e<br />

França serão os mercados privilegiados nesta campanha que passa pela renovação dos ‘stands’ para as feiras internacionais. Segundo Frederico<br />

Costa, vice-presidente do TdP, a nova estrutura pretende projectar uma imagem moderna e dinâmica de Portugal enquanto destino turístico”.<br />

PROTAGONISTAS<br />

O ‘chef’ Ferrán Adriá e o piloto<br />

de ‘rally’ Carlos Sainz são, juntamente<br />

com outras figuras anónimas,<br />

os protagonistas da campanha.<br />

xadas por celebridades como o<br />

‘chef’ Ferrán Adriá e o piloto<br />

Carlos Sainz, mas também por<br />

uma série de pessoas anónimas.<br />

“A ideia é contribuir para que<br />

os cidadãos pensem e reflictam<br />

senãovaleapenaumpouco<br />

mais de esforço”, disse ao ‘site’<br />

www.marketingnews.es José<br />

Maria Piera, director de planeamento<br />

e desenvolvimento na<br />

SCPF, a agência de publicidade<br />

responsável pela campanha.<br />

No final das filmagens o material<br />

produzido era tanto que foi<br />

possível criar cerca de 20 versões<br />

mais curtas com os testemunhos<br />

de várias personagens, que se podem<br />

ver na Internet ou na televisão.<br />

E foram ainda gravadas mais<br />

DR<br />

de 30 histórias onde tanto personagens<br />

conhecidas como anónimas<br />

dão os seus testemunhos e<br />

experiências pessoais para serem<br />

inspiradores e mostrarem como<br />

se pode sair do túnel. Estes materiais<br />

são cedidos gratuitamente<br />

aos meios para que os possam<br />

transmitir directamente ou ajudar<br />

na produção de conteúdos.<br />

Para reunir as várias peças de<br />

comunicação foi criado um logótipo<br />

formado pela palavra “OK”,<br />

o qual será também utilizado nos<br />

vários materiais de ‘merchandising’.<br />

No entanto, e para marcar<br />

o interesse social deste projecto,<br />

nunca aparece o logótipo ou é<br />

feita alguma referência às empresas<br />

que nele estão envolvidas. ■


‘ENDORSEMENT’<br />

Gatorade também acaba<br />

acordo com Tiger Woods<br />

A Gatorade anunciou o fim da sua parceria com Tiger Woods,<br />

juntando-se assim a marcas como a AT&T, Accenture, Gillette, Tag Heuer<br />

e General Motors que já tinham posto fim ao acordo de patrocínio com<br />

o jogador de golfe depois da revelação dos alegados escândalos sexuais<br />

no final de 2009. No entanto, a Gatorade anunciou que vão continuar<br />

a parceria com a fundação de caridade do jogador, a Tiger Woods<br />

Foundation.<br />

Jornais ‘online’<br />

nos EUA já são<br />

mais populares<br />

do que em papel<br />

Estudo confirma receios da imprensa e pode<br />

levar mais títulos a cobrar por conteúdos na ‘net’.<br />

Rebeca Venâncio<br />

rebeca.venancio@economico.pt<br />

Parece ser, cada vez mais, uma<br />

luta inglória para os jornais: as<br />

notícias ‘online’ já superaram a<br />

imprensa em popularidade,<br />

nos Estados Unidos da América<br />

(EUA), segundo um estudo<br />

avançado pela BBC. A Internet<br />

éagoraaterceiraplataforma<br />

mais popular para ter acesso às<br />

notícias, superada apenas pela<br />

televisão (canais locais ou nacionais),<br />

segundo avançou o<br />

“Pew Research Center”.<br />

“A preocupação com as notícias<br />

está a assumir-se, cada<br />

vezmais–emtodoolado,a<br />

qualquer hora e através de<br />

qualquer dispositivo. É esta a<br />

política de quem quer estar<br />

sempre informado”, disse fonte<br />

responsável responsável pela<br />

investigação.<br />

O estudo revelou ainda que<br />

os agregadores de conteúdos<br />

como Google News ou AOL são<br />

os mais procurados na busca<br />

noticiosa, encaminhando depois<br />

os leitores para sites com<br />

CNN ou BBC.<br />

Cercade60%dosleitores<br />

afirmaram que era no ciberespaço<br />

que conheciam as notícias<br />

do dia, contra os 78% que disse<br />

informar-se através de canais<br />

de televisão local; 71% dos inquiridos<br />

afirmou preferir os canais<br />

de informação nacional<br />

como a NBC ou ainda os canais<br />

do cabo, como CNN e Fox<br />

News. E 54% dos norte-americanos<br />

escolhem ainda os blocos<br />

informativos na rádio, em casa<br />

ou no carro.<br />

Dados como estes renovam<br />

os receios dos proprietários de<br />

jornais que, um pouco por<br />

todo o mundo, procuram modelos<br />

na internet que respondam<br />

às necessidades crescentes<br />

de lucro na rede virtual. O<br />

estudo revelou ainda que mais<br />

de 90% das pessoas não se limita<br />

a um método para aceder<br />

a notícias e 57% consulta en-<br />

tre dois a cinco ‘sites’ para<br />

reunir toda a informação pretendida.<br />

“Os americanos tornaramse<br />

ruminantes on e offline,<br />

apesar de continuarem a impor<br />

limites. Apesar de não teremum‘site’favorito,não<br />

procuram também sem objectivo”,<br />

avançou Amy Mitchell,<br />

directora do projecto do “Pew<br />

Research Center”. O estudo<br />

revela ainda que o clássico e<br />

regular leitor de jornais como<br />

“The New York Times”, caíu<br />

para os 50%.<br />

Entre muitos outros empresários,<br />

os dados revelados pelo<br />

estudo deverão preocupar o<br />

magnata Rupert Murdoch, que<br />

encetou uma batalha contra os<br />

conteúdos noticiosos gratuitos<br />

na internet e acusa o Google<br />

de lucrar com o jornalismo<br />

sem o merecer. Murdoch é actualmente<br />

dono de jornais<br />

como “The Sun”, “The Times”,<br />

“The Wall Street Journal”e“TheNewYorkPost”,<br />

além da Fox e da Sky. ■<br />

PERDASNOSECTOR<br />

1.000 pessoas<br />

foi o número dos dispensados<br />

pelo Daily Mail em 2009, além<br />

de muitos jornais que fecharam<br />

portas. Para fugir a este drama,<br />

o“TheNewYorkTimes”já<br />

confirmou que irá cobrar por<br />

conteúdos na Internet.<br />

TBWA e Fullsix são as responsáveis<br />

pela campanha desta versão do jogo.<br />

Vários estudos dão força<br />

aos argumentos que levam<br />

o New York Times a cobrar por<br />

conteúdosnainternetem2011.<br />

PUBLICIDADE<br />

Monopoly da McDonald’s<br />

regressa com Volta ao Mundo<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 53<br />

Dirigida aos jovens adultos e famílias, a campanha “Monopoly – Volta<br />

ao mundo” vai estar no ar até ao início de Abril, oferecendo vários<br />

prémios, entre os quais um automóvel. Os participantes só têm<br />

de coleccionar as vinhetas disponíveis nos produtos da marca.<br />

A criatividade de todas as peças ‘offline’ – imprensa e televisão<br />

– é da responsabilidade da TBWA, enquanto a Fullsix foi a responsável<br />

pela campanha de Internet. O plano de meios ficou a cargo da OMD.<br />

Financial Times anuncia lucros na Internet perto dos 50%<br />

O grupo Pearson, proprietário do<br />

jornal Financial Times e da editora<br />

Penguin, adiantou ontem que os<br />

lucros na Internet subiram quase<br />

50% no último ano, impulsionados<br />

pela divisão educativa do Governo<br />

norte-americano. Assim, os lucros<br />

ficaram nos 472 milhões de euros.<br />

“Aproveitámos a oportunidade<br />

para ganhar terreno numa altura<br />

difícil, aumentámos as nossas<br />

vendas e lucros ao investirmos<br />

fortemente no futuro”, avançou<br />

Marjorie Scardino, directora<br />

executiva, em comunicado.<br />

“Estamos prontos para continuar a<br />

crescer, porque somos líderes nos<br />

mercados dinâmicos onde<br />

há uma grande procura<br />

de informação”, acrescentou.<br />

A revista Newsweek foi outro<br />

nome que já se rendeu<br />

às evidências e actuou de<br />

imediato. No final de 2009, lançou<br />

uma série de medidas para<br />

relançar o seu nome junto de um<br />

público mais intelectual. Até agora,<br />

o esforço não compensou.<br />

Daniel Acker/Bloomberg<br />

A Washington Post Co.,<br />

proprietária da Newsweek, já fez<br />

saber que os números do último<br />

trimestre revelam uma perda de<br />

28,1 milhões de dólares (20,7<br />

milhões de euros). Os responsáveis<br />

esperam, no entanto, que o<br />

investimento feito no ambicioso<br />

plano da corporação se pague em<br />

2011.ANewsweekpassoudeuma<br />

circulação de 2,6 para os 1,5<br />

milhões, uma quebra que levou<br />

ao despedimento de quase<br />

50 pessoas.


PUB


1<br />

1<br />

Paulo Maria,<br />

Ricardo Megre<br />

e João Pedro Tavares<br />

apresentaram o livro.<br />

2<br />

A ex-piloto Joana Lemos<br />

com Jaime Santos,<br />

do ACP.<br />

3<br />

Carlos Barbosa,<br />

presidente do ACP,<br />

cumprimenta<br />

Isabel Megre, irmã<br />

de José Megre.<br />

OHotel Altis de Belém, a<br />

escassos metros do Padrão<br />

dos Descobrimentos,<br />

foi o local escolhido para o<br />

lançamento do livro de José<br />

Megre, intitulado “Como eu vi<br />

todos os países do mundo (menos<br />

um)”.<br />

O livro, publicado a título<br />

póstumo - já que José Megre<br />

morreu há um ano, em Fevereiro<br />

de 2009 -, foi apresentado<br />

pelo filho do aventureiro, Ricardo<br />

Megre, pelo fotógrafo Paulo<br />

Maria, que ajudou na selecção<br />

das fotografias, e por João Pedro<br />

2<br />

Tavares, da Accenture, empresa<br />

que patrocinou a publicação. O<br />

espaço foi pequeno para os muitos<br />

convidados que quiseram<br />

estar presentes neste evento que<br />

também serviu de homenagem<br />

àquele que muitos entendem ser<br />

“o pai do todo-o-terreno em<br />

Portugal”.<br />

Responsável pelo Rali TransIbérico<br />

– a mais importante<br />

competição europeia da modalidade<br />

–, integrando a Taça do<br />

Mundo de Todo-o-Terreno e<br />

ainda as 24 Horas de TT e o<br />

TransPortugal, fundador do Clu-<br />

LIFESTYLE<br />

As Aventuras de José Megre<br />

Centenas de pessoas marcaram presença no lançamento póstumo do livro do “pai” do todo-o-terreno em Portugal.<br />

4<br />

3<br />

LANÇAMENTO<br />

be Todo-o-Terreno e do Clube<br />

Aventura, José Megre era um<br />

viajante fora do vulgar. Depois<br />

do Dakar, das grandes travessias<br />

do deserdo do Sahara e os<br />

‘rallies’ na década de 80, nos<br />

anos 90 aceitou o desafio de conhecer<br />

todos os países do mundo.<br />

Para este viajante para quem<br />

viajar não era “fazer uma colecção<br />

de carimbos no passaporte,<br />

mas sim uma experiência de<br />

descoberta do país de fio a pavio”,<br />

os quilómetros eram um<br />

modo de vida: contabilizou mais<br />

de três milhões.<br />

5<br />

4<br />

A piloto profissional<br />

Elisabete Jacinto.<br />

5<br />

O advogado Pedro<br />

Rebelo de Sousa.<br />

6<br />

Uma fotografia<br />

de arquivo do autor<br />

do livro, num dos ‘rallies’<br />

em que participou.<br />

O livro, que foi escrevendo,<br />

revela o seu mundo. Sem jogos<br />

de palavras, apenas com as histórias<br />

de quem o escreveu: um<br />

viajante de olhar profundo, destemidoemovidoporumacuriosidade<br />

inigualável. No Kuwait,<br />

ficou a escassos metros do Iraque<br />

sem conseguir entrar, o que<br />

fez deste o país que faltou na lista<br />

dos 193 países por ele explorados.<br />

“Como eu vi todos os países<br />

do mundo (menos um)” reúne<br />

544 páginas ilustradas por magníficas<br />

fotografias, numa linguagem<br />

intimista e simples. ■<br />

Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 55<br />

6<br />

Por Marta Cardoso Lemos<br />

BREVES<br />

Castilho sai à rua<br />

A Rua Castilho celebra a<br />

Primavera em Abril, com o<br />

projecto artístico “Spring Art -<br />

Castilho Fashion Street”. Este<br />

evento, conta com trabalhos<br />

de jovens talentos na área<br />

da pintura, vídeo, fotografia,<br />

gravura e stencil.<br />

Hermés volta<br />

ao Algarve<br />

AHermésvoltaaabrirasua<br />

loja sazonal da Quinta do<br />

Lago, no Algarve, já no final<br />

de Março, para a Páscoa. A<br />

loja, criada no Verão passado,<br />

ficará assim aberta até<br />

Outubro e a marca espera que<br />

a aposta se revele novamente<br />

um sucesso de vendas.<br />

Luxo no FaceBook<br />

Segundo um novo relatório<br />

da Unity marketing, 80% dos<br />

clientes habituais das marcas<br />

de luxo estão ligados a elas<br />

através de redes sociais como<br />

o Twitter e o Facebook. É o<br />

caso de marcas como a<br />

Burberry, que tem mais de<br />

900.000 fãs, que aposta cada<br />

vez mais neste segmento.<br />

Lady Gaga vestida<br />

por Armani e Prada<br />

Os italianos Armani e Prada<br />

vão vestir a cantora Lady Gaga<br />

no ‘tour’ Monster Ball. Para a<br />

cantora – que usou um vestido<br />

seu nos Grammy’s –, Armani<br />

desenhou quatro ‘looks’ com<br />

óculos e sapatos a condizer.<br />

Já Prada inspirou-se nos<br />

espartilhos do séc. XVIII.


56 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

ÚLTIMA HORA<br />

O ministro da Economia, Vieira da Silva,<br />

considera a Autoeuropa “uma das<br />

melhores fábricas do grupo”.<br />

www.economico.pt<br />

Propriedade S.T. & S. F., Sociedade de Publicações Lda, Registo Comercial de Lisboa n.º 02958911033.<br />

Registo Diário <strong>Económico</strong> nº 112 371 Administração Rua Vítor Cordon, n.º 19, 1º, 1200 - 482 Lisboa Telefones 213 236 700<br />

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Sogapal, Estrada de São Marcos, 27B São Marcos 2735-521 Agualva - Cacém Distribuição Logista Portugal, Distribuição<br />

de Publicações, S.A. Edifício Logista Expansão da Área Industrial do Passil Lote 1 – A Palhavã 2894 002 Alcochete<br />

Volkswagen anuncia quarto modelo<br />

para a Autoeuropa ainda este ano<br />

O director da fábrica acredita que a fábrica poderá produzir o novo modelo em 2013.<br />

A fábrica da Volkswagen (VW), em<br />

Palmela, vai finalmente conhecer o<br />

quarto modelo automóvel, tão necessário<br />

à sua sobrevivência.<br />

À margem da apresentação de<br />

sete novos modelos do grupo VW,<br />

que se realizou ontem ao final da<br />

tardenoSalãoAutomóveldeGenebra,<br />

Andreas Heinrichs, director-<br />

-geral da Autoeuropa, disse que “a<br />

decisão será tomada ainda este<br />

ano”, acrescentando que “em 2013 o<br />

novo carro poderá começar a ser<br />

produzido na Autoeuropa”.<br />

MAIS LIDAS ONTEM<br />

● Governo prepara corte nos benefícios<br />

fiscais para reduzir o défice<br />

● Bruxelas ameça especuladores<br />

com “instrumentos de tortura”<br />

● Nova VW Sharan é hoje<br />

apresentada<br />

● Escolha o cartão que mais se<br />

adequa ao seu perfil<br />

● Desemprego em Portugal sobe<br />

para 10,5%<br />

Leia versão completa em<br />

www.economico.pt<br />

“O Governo vai<br />

fazer todos os esforços<br />

para trazer o quarto<br />

modelo para a fábrica<br />

de Palmela”, disse<br />

o ministro da Economia,<br />

Vieira da Silva.<br />

Acompanhe a estreia da Inapa no índice PSI 20.<br />

DESTAQUE<br />

Zon levanta o véu sobre os<br />

resultados do ano passado<br />

Serão hoje conhecidos os<br />

resultados de 2009 da operadora<br />

que resultou da cisão da PT<br />

Multimédia do Grupo PT. Os<br />

analistas apontam para uma<br />

quebra de 9% dos lucros da Zon no<br />

ano passado, que se terão cifrado<br />

em 43,6 milhões de euros. Confira<br />

os números no ‘site’ e acompanhe a<br />

reacção da bolsa às contas da<br />

empresa de Rodrigo Costa.<br />

Acompanhe ao minuto em<br />

www.economico.pt<br />

Paulo Figueiredo<br />

Uma notícia bem recebida pelo<br />

ministro da Economia, Vieira da Silva.<br />

“Estou convencido que o Governo<br />

em conjunto com a Autoeuropa<br />

vai fazer todos os esforços para trazer<br />

o quarto modelo para a fábrica<br />

de Palmela”, avançou Vieira da Silva<br />

que esteve ontem presente na cerimóniadaVWemGenebra.Nestesalão<br />

foram ainda o novo Sharan, que<br />

conta com um ‘design’ todo reformulado,<br />

modelo que começará a ser<br />

produzido na Autoeuropa em Junho<br />

deste ano. ■ S.P.M.<br />

Investidores da City estudam compra do Manchester<br />

O grupo de adeptos do Manchester<br />

United conhecido como “Red<br />

Knights” terá realizado ontem uma<br />

reunião para a compra do clube<br />

controlado pelos irmãos norteamericanos<br />

Glazer. Segundo a Sky<br />

News, o grupo, que integrará representantes<br />

da Goldman Sachs (banco<br />

de investimentos) e da Freshfields<br />

(advogados), organizou um primeiro<br />

encontro formal, estudando a<br />

viabilidade de apresentar uma ofer-<br />

ta nunca inferior a mil milhões de libras<br />

(1.105 milhões de euros). O<br />

Manchester, de onde Cristiano Ronaldo<br />

saiu para o Real Madrid, tem<br />

uma dívida superior a 800 milhões<br />

de euros. ■<br />

AGENDA PARA HOJE<br />

● Parlamento: Bernardo Bairrão<br />

ouvido na Comissão de Ética<br />

● Zon apresenta os resultados de<br />

2009<br />

● Reunião extraordinária do<br />

Conselho Superior do Ministério<br />

Público<br />

● Eurostat: Estimativa rápida da<br />

inflação na zona euro em Fevereiro<br />

● Início da CEBIT na Alemanha<br />

Siga a informação em<br />

www.economico.pt<br />

OPINIÃO<br />

O exemplo de Sócrates<br />

e Alberto João Jardim<br />

O mau tempo continua a fazer estragos na Europa.<br />

Todo o território nacional foi atingido pela tempestade<br />

dos últimos dias. Mas, com 42 mortes a lamentar e<br />

prejuízos estimados em cerca de 1,4 mil milhões de<br />

euros,aMadeiraéazonamaisatingida.Porisso,era<br />

necessário accionar meios que permitissem a reparação<br />

de estruturas como estradas e pontes, canalizações<br />

de água ou redes de comunicações e de energia,<br />

mas também responder ao problema dos desalojados e<br />

apoiar a economía local. Os Governos da República e<br />

da Região Autónoma da Madeira esqueceram as antigas<br />

querelas e procuraram em conjunto encontrar uma<br />

solução para o problema.<br />

Ontem, primeiro-ministro, ministro das Finanças e<br />

presidente do Governo da Madeira encontraram-se em<br />

São Bento para discutir as soluções possíveis. No final,<br />

José Sócrates anunciou que vai apresentar ao Parlamento<br />

uma “lei extraordinária” que irá substituir os<br />

“efeitos financeiros” da Lei das Finanças Regionais durante<br />

o período da reconstrução, por um período máximo<br />

de três anos. O Governo deverá, assim, apresentar<br />

à votação, até Abril, legislação específica e especial.<br />

“Uma lei extraordinária, porque o apoio que a Região<br />

Autónoma da Madeira precisa é também extraordinário”,<br />

afirmou o primeiro-ministro.<br />

A sintonia entre as autoridades da ilha e do continente<br />

foi saudada por muitos dos deputados com assento<br />

no Parlamento, entre os quais Guilherme Silva,<br />

deputado do PSD pelo círculo da Madeira, que elogiou<br />

a “maturidade” e a forma “exemplar” como José Sócrates<br />

e Alberto João Jardim se entenderam. A solução<br />

encontrada prevê a constituição de uma comissão paritária<br />

mista que irá avaliar os estragos e os meios financeiros<br />

necessários. Além do Governo da República,<br />

Bruxelas também deverá avançar com apoios e o Banco<br />

Europeu de Investimentos vai conceder um empréstimo<br />

de 245 milhões de euros.<br />

Entretanto, a Lei das Finanças Regionais já foi aprovada<br />

em votação final no Parlamento e deve seguir em<br />

breve para promulgação pelo Presidente da República. O<br />

impacte financeiro dessa lei, de acordo com a estimativa<br />

da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), seria<br />

este ano de 74,6 milhões para a Madeira. Se a lei for promulgada<br />

em Belém, esse impacte será suspenso durante<br />

o período de vigência da lei extraordinária.<br />

O exemplo dado por Alberto João Jardim e José Sócrates<br />

é exemplificativo da forma como as forças políticas<br />

se deveriam entender para ultrapassar a situação<br />

complicada em que se encontram as finanças públicas<br />

nacionais. Os portugueses saberiam, por certo, compreender<br />

que os adversários políticos de sempre e<br />

também os sindicatos unissem esforços que permitissem<br />

fortalecer o país para enfrentar os tempos difíceis<br />

e de aumento do desemprego que atravessamos. ■<br />

PUB<br />

FRANCISCO FERREIRA<br />

DA SILVA<br />

Subdirector<br />

franciscofsilva@economico.pt

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