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22 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

MUNDO<br />

Só 6% das casas<br />

chilenas têm<br />

seguro anti-sismo<br />

As seguradoras do país estimam custos com o sismo<br />

na ordem dos 1,9 mil milhões de euros.<br />

Pedro Duarte<br />

pedro.duarte@economico.pt<br />

Àmedidaqueaeconomiachilena<br />

volta, pouco a pouco, à normalidade,<br />

começam a surgir os<br />

números mais apurados do custo<br />

do sismo que devastou o país<br />

latino americano na madrugada<br />

de sábado. A associação das seguradoras,<br />

a operar no país, estima<br />

pagamentos na ordem dos<br />

1,9 mil milhões de euros, embora<br />

apenas 6% das casas do país<br />

tivessem cobertura contra sismos.Antesasagênciasdeavaliação<br />

já tinham estimado perdasnaordemdos11eos22mil<br />

milhões de euros, ou seja, entre<br />

10 e 20% do Produto Interno<br />

Bruto (PIB) da nação.<br />

Embora o Chile tenha sido um<br />

país pouco afectado pela crise financeira<br />

global – a economia<br />

contraiu-se 1,7% no ano passado<br />

–, os especialistas consideram<br />

que a moeda do país, o peso chileno,<br />

está vulnerável aos ataques<br />

dos especuladores. Para impedir<br />

uma queda forte da divisa nacional,<br />

o banco Goldman Sachs considera<br />

que o governo de Santiago<br />

vai recorrer ao fundo de poupanças<br />

do país, que tem activos no<br />

valor de 8,38 mil milhões de euros.<br />

Além disso, tanto o Goldman<br />

Cobre bate máximo de sete semanas<br />

O sismo que abalou o Chile teve efeitos<br />

também nos mercados financeiros.<br />

O preço do cobre chegou a disparar<br />

mais de 6%, naquela que foi a<br />

maior subida das últimas sete semanas.<br />

A contribuir para esta tendência<br />

estiveram notícias dando conta que<br />

empresas mineiras do país como a<br />

Codelco, Anglo American Plc e Antofagasta<br />

suspenderam a produção de<br />

cobre em várias minas do país. Recorde-se<br />

que o Chile é o maior produtor<br />

mundial desta matéria-prima, com<br />

uma quota de 36% das exportações<br />

mundiais de cobre. Apesar disso, ao<br />

final do dia, a subida deste metal foise<br />

atenuando com notícias dando<br />

conta que a Codelco já terá começado<br />

a retomar gradualmente as operações<br />

na mina de El Tieniente. Ao final<br />

A devastação que<br />

se seguiu ao sismo<br />

está a levar as<br />

pessoas a procurarem<br />

saquear lojas e<br />

supermercados,<br />

ao mesmo tempo<br />

que as autoridades<br />

prometem<br />

concentrar-se na<br />

reconstrução do país.<br />

do dia, o contrato de futuros sobre<br />

o cobre com entrega em Maio estava<br />

a subir 2%. ■ A.F.B.<br />

360<br />

335<br />

310<br />

285<br />

260<br />

31-12-2009<br />

Fonte: Bloomberg<br />

01-03-2010<br />

como a agência de notação<br />

Moody’s acreditam que o banco<br />

central do Chile vai adiar um aumento<br />

das taxas directoras, uma<br />

vez que a recuperação económica<br />

do país vai indubitavelmente<br />

ressentir-se do cataclismo.<br />

No terreno, as pilhagens<br />

continuam nas cidades mais devastadas<br />

pelo sismo que causou<br />

atéagora723mortosde19desaparecidos.<br />

Cerca de nove hospitais<br />

no país estão inoperacionais,<br />

mas os bancos confirmam<br />

a abertura de mais de 70% das<br />

suas sucursais.<br />

Asituaçãomaisdifícilestáa<br />

ser vivida na segunda maior cidade<br />

do país, Concepción, onde a<br />

maior parte dos habitantes tem<br />

pouca comida e continua sem<br />

água e electricidade. O Exército<br />

foi forçado a intervir, disparando<br />

gás lacrimogéneo e fez mais de 30<br />

detenções entre os saqueadores,<br />

alguns dos quais estavam a tentar<br />

fugir das lojas com televisões de<br />

plasma. Na madrugada de segunda-feira,<br />

o governo declarou o<br />

recolher obrigatório nas áreas<br />

mais atingidas do país, o qual tem<br />

sido cumprido, apesar do grande<br />

número de réplicas que se têm<br />

feito sentir ter levado dezenas de<br />

milhares de pessoas a voltar a fugir<br />

para as ruas.<br />

Transição política<br />

O tremor de terra do fim-de-semana<br />

aconteceu precisamente<br />

na altura em que o Chile se encontrava<br />

em processo de transição<br />

de poder. Para o próximo dia<br />

11, está prevista a toma de posse<br />

do conservador Sebastian Piñera<br />

– o primeiro presidente que não é<br />

de esquerda desde 1990, ano em<br />

que o ditador Augusto Pinochet<br />

passou o poder para a oposição.<br />

Piñera, que já prometeu que vai<br />

“levantar novamente o Chile”,<br />

anunciou também que vai “dar<br />

prioridade à tarefa da reconstrução,<br />

e isto significa mudar os ênfases,<br />

alterar as prioridades e<br />

tambémamudarosprazosdo<br />

nosso programa de governo. É<br />

absolutamente impossível pretender<br />

ignorar este terramoto”,<br />

anunciou o presidente eleito.■<br />

1<br />

Clinton adianta-<br />

A governante chega ao país<br />

apenas três dias após o sismo.<br />

Pedro Duarte<br />

pedro.duarte@economico.pt<br />

A reacção dos EUA ao sismo no<br />

Chile foi rápida. A secretária de<br />

Estado norte-americana,<br />

Hillary Clinton, chega hoje à<br />

capital chilena de Santiago, no<br />

âmbito de uma ‘tour’ pelos países<br />

latino-americanos. “Queremos<br />

mostrar o apoio da América<br />

ao povo do Chile, ao mesmo<br />

tempo que estamos atentos às<br />

realidades da situação”, declarou<br />

Philippe Reines, adjunto de<br />

Hillary Clinton.<br />

Na sua visita à capital devastada<br />

do Chile, Hillary vai encontrar-se<br />

tanto com a actual<br />

presidente Michelle Bachelet<br />

como com o presidente eleito do<br />

país, Sebastián Piñera. A rapidez<br />

com que uma responsável<br />

dos EUA chegou ao Chile contrasta<br />

fortemente com a atitude<br />

da União Europeia, onde a nova<br />

comissária para as Relações Externas,<br />

Catherine Ashton, ainda<br />

não tem planos para visitar o<br />

país, participando entre hoje e<br />

quarta-feira na cimeira de reconstrução<br />

do Haiti, país que<br />

também foi devastado por um<br />

terramoto no passado dia 12 de<br />

Janeiro. Contactada pelo Diário<br />

<strong>Económico</strong>, fonte da Comissão<br />

Europeia disse que “não está<br />

prevista qualquer alteração à<br />

agenda” de Ashton nos próximos<br />

dias, embora tenha sublinhado<br />

que “podem sempre<br />

ocorrer alterações”.<br />

Já começou entrentanto a<br />

chegar ajuda internacional ao<br />

país, em resposta ao pedido ofi-

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