IV UNIVERSIDADES | Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010 TEMA DE CAPA | JOGOS DE GESTÃO Com os jogos, os alunos põem em prática os conhecimentos adquiridos durante o curso. A jogar também se aprende As universidades estão a aderir aos jogos para ensinar e avaliar os alunos. ANA PETRONILHO ana.petronilho@economico.pt Os jogos de gestão estão a ganhar cada vez mais importância e peso não só nas empresas, mas também nas universidades. Para além de serem uma ferramenta de recrutamento para o mundo empresarial são também um instrumento de avaliação no meio académico, acrescentam valor no currículo dos alunos e são uma via de aproximação entre os mundos empresarial e académico. Com os jogos, os alunos aprendem de uma forma diferente e mais prática e as universidades acompanham esta tendência que se afirma a nível internacional e estão a aderir a estes jogos lançados e desenhados pelas empresas. O jogo de Gestão Global do “Expresso”, o “Brandstorm” e o “Reveal” da L’Oréal, o “Trust” da Danone ou o “EDP University Challenge” são alguns dos jogos que mais contam com a participação das universidades. A ISCTE Business School, a Faculdade de Economia da Nova, o ISEG e a Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica são algumas das instituições que marcam presença nestas competições “há bastantes anos e, nos últimos cinco anos, temse verificado uma participação crescen- te”, sublinha Joaquim Vicente Rodrigues, professor de marketing da ISCTE Business School. Ao participar nos jogos desenvolvidos pelas empresas, os estudantes analisam casos reais e práticos para apresentar uma solução. Para além de serem um a oportunidade de emprego, estes jogos permitem aos alunos “desenvolver competências essenciais para a sua vida profissional no futuro e pôr em prática os conhecimentos adquiridos durante o curso”, explica Catherine da Silveira, professora de marketing da Faculdade de Economia da Universidade Nova. Estes jogos permitem aos alunos “desenvolver competências essenciais para a sua vida profissional no futuro e pôr em prática os conhecimentos adquiridos durante o curso”, explica Catherine da Silveira, professora de marketing da Nova. Os alunos participam nas competições acompanhados por professores e estas funcionam como um elemento de aprendizagem que facilita a avaliação dos conhecimentos e das competências adquiridas durante as aulas. Em algumas universidades chegam a ter um peso nas notas dos alunos. É o exemplo do ISCTE em que os jogos dos CTT, da L’Oréal ou da Associação de Marketing Directo (AMD) “têm um peso de ordem dos 20% a 30% na classificação final de uma disciplina, ou nos jogos da EDP e da Angelinni que correspondem à avaliação final da disciplina”, explica Joaquim Vicente Rodrigues. Noutras instituições, como no ISEG, os jogos não têm peso na avaliação, “mas representam prémios de acesso a pósgraduações e estágios em insituições financeiras”, refere Jorge Landeiro de Vaz, director do ISEG MBA. Com o sucesso desta ferramenta, algumas insituições de ensino já desenharam jogos e simuladores internos, que funcionam como suporte a algumas disciplinas. É o exemplo da Nova e do ISEG, que lançou o “Management Challenge”: um simulador degestãoglobaledemarketingquevai arrancar no próximo dia 9 de Março. ■ FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS Paulo Figueiredo CASOS PRÁTICOS Os ‘case studies’ são uma ferramenta útil de avaliação de conhecimentos que funcionam também como um jogo. Nos cursos de formaçaõ de executivos, os gestores aprendem recorrendo, em muitos casos, à análise de ‘case studies’. Como se comprova pela sua utilização em escolas como a Harvard Business School e o IESE, é uma metodologia “que tem sido comprovada como a mais eficiente na formação de decisores”, defende Jorge Ribeirinho Machado, professor de operações e inovação da AESE, uma das escolas que usa este método como ferramenta essencial de ensino da gestão. Ao recorrer a casos práticos, a escola – que usa o método já desde os anos 80 – possibilita que os dirigentes assumam “um papel de decisão rigorosa, rápida e prudente em situações concretas, semelhantes às que enfrentam no seu dia- a-dia”, sublinha Jorge Ribeirinho Machado.
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