28 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010 EMPRESAS REN ganha novos administradores da Parpública e da CGD A administração da REN vai contar com dois executivos indicados pelo Estado. José Penedos, que ainda é quadro da EDP, pode avançar para a reforma. Ana Maria Gonçalves ana.goncalves@economico.pt José Penedos e Vítor Baptista são as duas únicas baixas na comissão executiva da Redes Energéticas Nacionais (REN) definida para o período de 2010-2012. A proposta para o próximo conselho de administração da empresa, que vai a votos na assembleia geral de 15 de Março, mantém os mesmos elementos que já hoje integram este órgão social da empresa. A palavra de ordem é limitar os estragos provocados pelo processo Face Oculta e segurar as rédeas de uma das principais empresas energéticas do país, responsável pelas infraestruturas de transporte de electricidade e gás natural, a braços com um ambicioso plano de investimentos na ordem dos 2,5 mil milhões de euros. A grande novidade acabou por ser a indicação de Rui Cartaxo, que assumiu a presidência interina em substituição de José Penedos, envolvido no processo Face Oculta. O ex-responsável máximo pela gestora das infraestruturas nacionais de electricidade e gás natural está com funções suspensas desde o final do ano passado e proibido de contactar qualquer funcionário da empresa. Já Vítor Baptista, apesar de nãoestarindiciadodequalquer crime, acabaria por ver o seu nome arrastado para a lista de personalidades que terão sido escutadas durante as investigações, factor que terápesadonahoradadecisão de afastamento. Vítor Baptista é um dos quadros mais antigos da empresa que tem nas suas mãos o pelouro da REN Eléctrica e dos recursos humanos. Para os seus lugares são agora apontados João Plácido Pires, presidente da Parpública, e João Jorge Palma, que Apesar do Estado manter o controlo da empresa, com 51% do capital, a escolha de Rui Cartaxo para a liderança da REN recebeu luz verde de todos os privados. Rui Cartaxo, que assumiu interinamente o lugar de José Penedosnagestão da REN, contou comoapoio dos privados para se manter à frente da empresa. Suspenso de funções na REN devido ao processo Face Oculta, José Penedos está proibido de contactar qualquer funcionário da empresa. transita da Caixa Geral de Depósitos, em Madrid. À nova equipa de gestão junta-se Aníbal Santos e João Conceição, ambos reconduzidos. O primeiro é actualmente responsável pelo negócio de ‘trading’ e o segundo pelas empresas de gás. Entre os restantes oito elementos com funções não executivas, com <strong>destaque</strong> para os representantes dos accionistas privados (Logoenergia, Oliren, Gestfin, REE e EDP), não se verifica qualquer alteração. Apesar do Estado manter o controlo da empresa, com 51% do capital, o Diário <strong>Económico</strong> sabe que a escolha de Rui Cartaxo obteve a luz verde de todos os privados. Ainda assim chegou a estar em cima da mesa uma proposta de alteração do modelo de governação da empresa que visava acomodar a entrada de Mário Lino, ex-ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para o cargo de ‘chairman’. Mas a resistência manifestada pela maioria dos accionistas privados, aliada ao aumento da pressão política em torno do Executivo, levou o primeiro-ministro José Sócrates a recuar. Além da aprovação das contas de 2009 – registou um aumento de 5,2% dos lucros para 134 milhões de euros -, a gestão da REN vai propor ainda, na próxima assembleia geral, a entrega de um dividendo de 0,167 euros por acção. Um valor que corresponde à distribuição de 67% dos resultados líquidos, em linha com a política de dividendos anunciada em 2009 aos investidores. A REN assumiu então o compromisso de manter um crescimento nominal dos dividendos até ao ano 2014, dentro do intervalo dos seus pares, na ordem dos 50% a 70%. ■ EX-PRESIDENTE DA REN ✽ O futuro de Penedos Apesar do destino de José Penedos – suspenso das funções de presidente da Redes Energéticas Nacionais – ainda ser uma incógnita, uma coisa é certa: o ex-secretário de Estado da Energia irá manter-se como funcionário da REN até 15 Março, data da próxima assembleia geral em que serão eleitos os novos gestores da empresa. Quadro da EDP, José Penedos, poderá em última instância transitar para a eléctrica nacional. O gestor, com 64 anos, deverá, no entanto, segundo o Diário <strong>Económico</strong> apurou, pedir a passagem à reforma. Atéaofechodestaedição, não foi possível contactar José Penedos. As contas da REN de 2009, já aprovadas, registam aumento dos lucros e prevêem dividendos de 0,167 euros por acção.
Alessandro Bianchi / Reuters PUB FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS Seis CFO do PSI 20 ajudam a definir programas da ISCTE Business School. P. VI E VII INVESTIGAÇÃO Carnegie Mellon quer novo financiamento do Governo português depois de 2011. P.VIII ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 4831 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE | 02 MARÇO 2010 universidades EMPREGO Salsa privilegia cursos de design, marketing e gestão. P.XI Empresas aderem aos jogos de gestão para recrutar e caçar talentos Os jogos de gestão são uma prática cada vez mais comum nas empresas para recrutar e avaliar ‘soft skills’ dos quadros. Também nas universidades, multiplicam-se os jogos para ensinar e avaliar os alunos. Págs. II a IV