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Raquel Abrantes,<br />
Divisão de Produtos<br />
de Grande Público da<br />
L’Oréal<br />
“Estes jogos aproximam-nos muito mais<br />
das empresas do que em circunstâncias<br />
normais, já que temos acesso a informação<br />
que, de outra forma, não teríamos”, diz<br />
Raquel Abrantes. “Sentimo-nos com muito<br />
mais responsabilidade, porque estamos a<br />
trabalhar para uma multinacional de renome”,<br />
acrescenta.<br />
Foto cedida por L’Oréal<br />
Tiago Gonçalves,<br />
Responsável pelo<br />
controlo gestão da<br />
EDP Renováveis<br />
Participar no ‘Global Management<br />
Challenge’ “obriga-nos a recorrer e a desenvolver<br />
as nossas diferentes ‘soft skills’, das<br />
quais destacaria as competências com<br />
unicacionais, bem como as de liderança e<br />
trabalho de equipa. Por outro lado, permitenos<br />
desenvolver o ‘networking’ quer ao nível<br />
interno quer externo”, diz Tiago Gonçalves.<br />
O QUE É UM JOGO DE GESTÃO?<br />
É uma simulação de uma empresa<br />
fictícia num mercado virtual ou<br />
apenas uma situação no contexto empresarial.<br />
Os concorrentes são colocados perante<br />
actividades experienciais, o mais<br />
possível, próximas do real. Mas desengane-se<br />
quem pensa que os jogos de gestão<br />
se resumem a jogos de computador, porque<br />
vão muito para além das tecnologias.<br />
Normalmente, jogam-se no computador,<br />
é verdade, mas o jogo pode ser uma apresentação<br />
de um projecto para os responsáveis<br />
da empresa, pode ser de tabuleiro<br />
como os velhinhos “Risco” ou “Monopólioouatéagravaçãodeumareacçãoem<br />
vídeo para ver como a pessoa reage perante<br />
determinada situação no contexto<br />
empresarial, quando está a ser pressionada.<br />
PARA QUE SERVEM OS JOGOS<br />
DE GESTÃO?<br />
Permitem avaliar, desde logo, a<br />
componente comportamental: as chamadas<br />
‘soft skills’. Por exemplo, num<br />
concurso de recrutamento para preenchimento<br />
de vagas numa empresa. Profissionais<br />
especializados, como psicólogos,<br />
avaliam como é que os candidatos<br />
interagemunscomosoutrosequalonível<br />
da sua inteligência emocional. É assim<br />
mais fácil perceber quem são os<br />
candidatos com perfil de liderança, os<br />
mais apagados, os inflexíveis, os que<br />
amuam, os mais criativos, etc... É uma<br />
arma eficaz de caça talentos. Dependendodavagaqueháparapreencheredo<br />
perfil procurado, torna-se mais fácil escolher<br />
o melhor candidato para o lugar<br />
ou o quadro interno com mais perfil de<br />
liderança para ser promovido. No caso<br />
das universidades, os jogos servem para<br />
testar e avaliar conhecimentos.<br />
PARA QUE FINS SÃO USADOS<br />
OS JOGOS?<br />
Para recrutamento de pessoas sem<br />
experiência, normalmente recém-licenciados,<br />
para ‘assessment’ (avaliação de<br />
competências), e descoberta de talentos<br />
dentro da empresa e ainda para formação<br />
tanto nas empresas como nas universidades.<br />
Já no ambiente escolar são testadas,<br />
de forma lúdica e prática, as matérias ensinadas<br />
através dos jogos. Simula-se uma<br />
empresa fictícia, com um orçamento, e o<br />
aluno tem de tomar as decisões como se<br />
fosse o CEO. No final, tem melhor nota<br />
quem valorizar mais a empresa.<br />
ÉPOSSÍVELAPESSOAPREPA-<br />
RAR-SE PARA FAZER MELHOR<br />
FIGURA NESTES JOGOS?<br />
No caso das universidades, sim. Se o aluno<br />
dominar melhor as matérias, consegue<br />
sair-se melhor. De resto, este tipo de<br />
jogos são uma questão de treino e de prática.<br />
Mas quando o objectivo é o recrutamento<br />
ou o ‘assessment’ o que interessa<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> | UNIVERSIDADES III<br />
Oquesãoeparaque<br />
servem os jogos de gestão<br />
Para escolher o melhor candidato a um<br />
emprego ou o futuro líder da sua empresa.<br />
CARLA CASTRO<br />
carla.castro@economico.pt<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
não é o resultado do jogo, mas avaliação<br />
do comportamento dos candidatos em<br />
interacção com os outros. A pessoa pode<br />
tentar representar um papel políticamente<br />
correcto, antecipando o perfil de<br />
candidato que a empresa procura, mas<br />
um observador experiente detecta essas<br />
manobras e, além do mais, estes jogos<br />
decorrem, normalmente ao longo do dia<br />
e, a dada altura, as pessoas acabam por<br />
deixar cair a “máscara”.<br />
5<br />
QUE EMPRESAS RECORREM<br />
AOS JOGOS DE GESTÃO?<br />
A tradição chegou com as multinacionais,<br />
que ainda hoje são as que mais<br />
usam para escolher os seus futuros colaboradores,<br />
inclusivamente com competições<br />
a nível internacional. Mas este tipo<br />
de jogos já se tornaram uma prática comumemmuitasgrandesempresasnacionais<br />
com politícas estruturadas de recursos<br />
humanos. Principalmente na industria<br />
farmacêutica, tecnologias de informação,<br />
telecomunicações e banca. São<br />
muito úteis, por exemplo, para escolher<br />
candidatos sem experiência para posições<br />
de venda. Ou para descobrir dentro da<br />
empresa qual o colaborador com melhor<br />
perfil para ser promovido. ■<br />
Profissionais especializados,<br />
como psicólogos, avaliam como<br />
é que os candidatos interagem uns<br />
comosoutrosequaloníveldasua<br />
inteligência emocional. É assim<br />
mais fácil perceber qual os que<br />
têm mais perfil de liderança, os<br />
mais apagados, inflexíveis, os que<br />
amuam, os mais criativos, etc...