Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Mercado liberalizado de electricidade cai<br />
O mercado liberalizado de electricidade tinha, em Janeiro, um peso de<br />
40,6% do total de electricidade consumida em Portugal, abaixo dos 43%<br />
em Dezembro. Esta é, segundo dados da Entidade Reguladora do Sector<br />
Eléctrico (ERSE), a primeira quebra no crescimento deste mercado.<br />
O consumo no mês de Janeiro de 2010 (considerado isoladamente e não<br />
de forma anualizada) foi de 4.914 gigawatt/hora (GWh), com aumentos de<br />
13% face a Dezembro e de 1% face a Janeiro do ano passado.<br />
AGENDA DO DIA<br />
● Zon Multimédia e Inapa<br />
apresentam resultados anuais.<br />
● Comissão de Inquérito<br />
Parlamentar à actuação do Governo<br />
em relação à Fundação para<br />
as Comunicações Móveis.<br />
● Estradas de Portugal fazem<br />
balanço da Gestão de Obras de Arte.<br />
Paula Nunes<br />
A REN é a única empresa que<br />
admite recuar face aos acordos.<br />
Ana Maria Gonçalves<br />
ana.goncalves@economico.pt<br />
A Redes Energéticas Nacionais<br />
(REN) continua a ser, até ao<br />
momento, uma excepção no<br />
âmbito das negociações salariais<br />
das empresas de capitais<br />
públicos, depois da ordem do<br />
Governo para um congelamento<br />
generalizado.<br />
A TAP e a Caixa Geral de Depósitos,<br />
que à semelhança da<br />
gestora das redes de infra-estruturas<br />
de transporte de gás e<br />
electricidade, também já tinham<br />
fixados aumentos salariais<br />
para 2010, não querem<br />
abrir mão dos acordos fechados<br />
com os sindicatos.<br />
Um sentimento que é extensível<br />
à EDP, com quem a REN fechou<br />
em simultâneo, a 10 de Fevereiro,<br />
o acordo colectivo de<br />
trabalho, fruto da ligação histórica<br />
entre as duas empresas. Em<br />
cima da mesa estão aumentos<br />
de ordenado de 1,5%.<br />
Em contrapartida, a gestão<br />
da REN admite agora recuar.<br />
Depois de ter anunciado na<br />
passada sexta-feira, dia 26,<br />
em conferência de impresa<br />
que os acordos estavam encerrados,<br />
durante o fim-de-semana<br />
a empresa mudou de<br />
tom. Em comunicado, esclareceu<br />
que está a “estudar as<br />
medidas a adoptar com vista a<br />
garantir o cumprimento das<br />
orientações do governo quanto<br />
à política salarial das empresas<br />
do Estado e participadas”.<br />
A medida abrange 700<br />
trabalhadores.<br />
Sem admitir verbalmente o<br />
recurso a um regime de excepção,<br />
como pretende a TAP e a<br />
CGD. Argumento que a transportadora<br />
aérea nacional justifica<br />
com a assinatura prévia dos<br />
acordos com seis dos sete sindicatos<br />
para aumentos de 1,8%.<br />
Um cenário que deixou apenas<br />
de fora os pilotos.<br />
Com aumentos salariais congelados<br />
desde 2007, a TAP procura<br />
agora, a todo o custo, manter<br />
a paz social na empresa. Razão<br />
pela qual pretende ficar de<br />
fora do espartilho imposto pelo<br />
Executivo.<br />
Por outro lado, para além dos<br />
aumentos já acordados, a TAP<br />
está ainda a negociar com os pilotos<br />
a revisão do acordo de empresa<br />
que deverá desembocar<br />
Terça-feira 2 Março 2010 Diário <strong>Económico</strong> 29<br />
Empresas do<br />
Estado divergem<br />
na política salarial<br />
em novos aumentos salariais<br />
(ver texto pág. 32).<br />
NosCTT,comumdosquadros<br />
de pessoal mais expressivo<br />
do sector empresarial do Estado,<br />
mais de 15 mil funcionários,<br />
o cenário é de apreensão. A proposta<br />
entregue, a 15 de Fevereiro,<br />
pelos sindicatos é de até<br />
3,5%.Aempresatemagora30<br />
dias para responder.<br />
Mais taxativa é a posição da<br />
CP, que emprega 4.200 pessoas.<br />
Fonte oficial da empresa afirmou<br />
ao Diário <strong>Económico</strong> que<br />
“as orientações do accionista<br />
são para cumprir”. A seu favor<br />
joga o facto de as negociações<br />
com as associações sindicais<br />
ainda não terem arrancado. A<br />
última actualização salarial foi<br />
de 2,9% em 2009. Um cenário<br />
que não deve divergir muito na<br />
Refer, já que as condições são<br />
normalmente similares, também<br />
devido às ligações que existiram<br />
no passado entre as duas sociedades.<br />
■ Com N.M.S., C.S., H.S.<br />
ACÇÕES DA REN<br />
A REN encerrou a sessão de<br />
ontem a cotar a 2,99 euros,<br />
o que face à véspera erpresentou<br />
uma valorização de 1,36%.<br />
3,00<br />
2,85<br />
2,70<br />
01 Fev 2010<br />
Fonte: Bloomberg.<br />
01 Mar 2010