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destaque - Económico - Sapo

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20 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

POLÍTICA<br />

FISCALIZAÇÃO<br />

Infarmed realizou 1.500 inspecções em 2009<br />

e retirou do mercado 25 medicamentos<br />

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) realizou 1.500<br />

inspecções em 2009, das quais resultaram 160 processos de contraordenarão<br />

e a retirada de 25 medicamentos do mercado. A maioria<br />

dessas inspecções (47%) ocorreu em farmácias e locais de venda<br />

de medicamentos não sujeitos a receita médica, segundo dados<br />

do Infarmed avançados à Lusa. Em 2008, o Infarmed tinha feito 424<br />

inspecções a estes dois tipos de estabelecimentos.<br />

Pinto Monteiro<br />

quer travar a nuvem<br />

de suspeição que<br />

se abateu sobre<br />

a sua intervenção<br />

no caso Face Oculta.<br />

Ministro Santos Silva (na foto) deu<br />

ontem posse ao director do IND.<br />

TOMADA DE POSSE<br />

Procurador espera receber<br />

apoio dos conselheiros<br />

Susana Represas<br />

susana.represas@economico.pt<br />

O Procurador Geral da República<br />

espera obter hoje o apoio dos<br />

seus conselheiros para ultrapassar<br />

o momento mais sensível<br />

que enfrenta desde que assumiu<br />

o cargo em 2006, na sequência<br />

do processo Face Oculta. Para<br />

que esse apoio se torne oficial, a<br />

Procuradoria admitiu ontem<br />

que os membros do Conselho<br />

Superior do Ministério Público<br />

(CSMP) deverão aprovar um comunicado<br />

conjunto no final da<br />

reunião de hoje.<br />

O consenso não será fácil, tal<br />

como em anteriores reuniões do<br />

CSMP, em que se discutiram temas<br />

delicados. No entanto, o<br />

Diário <strong>Económico</strong> apurou que<br />

nãoéintençãodoCSMPdramatizaroassuntonemtãopouco<br />

deixar Pinto Monteiro fragilizado.<br />

A reunião servirá para esclarecer<br />

todas as dúvidas em torno<br />

do processo Face Oculta e “emitir<br />

uma opinião geral e abstracta<br />

sobre este episódio”, garantem<br />

alguns conselheiros ouvidos<br />

pelo Diário <strong>Económico</strong>. Esclarecimentos<br />

que não deverão, no<br />

entanto, ultrapassar as questões<br />

formais, já que o CSMP não tem<br />

competência para se pronunciar<br />

sobre casos concretos.<br />

Em causa estão decisões do<br />

Procurador-Geral sobre escutas<br />

telefónicas extraídas do processo<br />

Face Oculta, e que, segundo<br />

um magistrado de Aveiro, indiciam<br />

que o primeiro-ministro<br />

cometeuumcrime.JáPinto<br />

Monteiro entendeu que não<br />

contém indícios criminais, rejeitandoaaberturadeuminquérito.<br />

O caso obrigou o PGR a<br />

Santos Silva quer Instituto de Defesa<br />

Nacional como “casa de janelas abertas”<br />

No final da reunião, o Conselho Superior do Ministério Público deverá emitir<br />

um comunicado oficial que traduza uma posição de consenso dos conselheiros.<br />

NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO<br />

● De acordo com a alínea m) do<br />

artigo 133º da Constituição cabe<br />

ao Presidente da República<br />

nomear e exonerar o PGR sob<br />

proposta do Governo.<br />

● Caso não seja exonerado antes<br />

de terminado o prazo (e sempre<br />

perante acordo entre PR e<br />

Governo), o mandato do PGR<br />

prolonga-se por seis anos<br />

● O Conselho Superior do<br />

Ministério Público, presidido pelo<br />

PGR, não tem competência para<br />

avaliar o trabalho do procurador,<br />

nem para o destituir, mas pode<br />

fragilizá-lo ou fortalecê-lo.<br />

O ministro da Defesa, Santos Silva, exortou ontem o novo director do<br />

Instituto de Defesa Nacional (IND) a manter este organismo “uma casa de<br />

janelas abertas”, considerando-o um instrumento importante para criar<br />

uma “consciência nacional” para a SegurançaeaDefesa.Discursandona<br />

tomada de posse do major-general Rodrigues Viana como director do IDN,<br />

o ministro da Defesa apontou o militar como a “melhor escolha possível”<br />

para “um dos lugares chave na estrutura” do seu Ministério.<br />

João Paulo Dias<br />

decisões e despachos por muitos<br />

considerados “nebulosos” e as<br />

criticas à sua actuação atingiram<br />

o seu máximo no passado<br />

fim-de-semana, quando o candidato<br />

a líder do PSD, Passos<br />

Coelho, defendeu a sua substituição<br />

e o semanário Sol sugeriu<br />

que as fugas de informação que<br />

terão levado os arguidos a trocar<br />

de telemóvel poderiam ter saído<br />

da Procuradoria.<br />

O encontro começa às 10h30<br />

e pode prolongar-se por várias<br />

horas. No final espera-se que<br />

saia um consenso possível que<br />

não fragilize mais o chefe máximo<br />

do Ministério Público. O<br />

CSMP é composto por 18 membros,<br />

cinco eleitos pelo Parlamento,<br />

dois do Ministério da<br />

Justiça e 11 procuradores, incluindo<br />

Braga Temido, procurador<br />

geral distrital de Coimbra. ■<br />

COLUNA VERTEBRAL<br />

Apesar de tudo<br />

JOÃO PAULO GUERRA<br />

Um estudo de investigadores<br />

do ISCTE, com base em inquéritos<br />

à população e aos deputados,<br />

conclui que a confiança<br />

dos portugueses na democraciaestáabaternofundo.As<br />

conclusões do estudo revelam<br />

que os portugueses são democratas<br />

insatisfeitos. Mas, apesar<br />

de tudo, são democratas e<br />

não procuram alternativas<br />

musculadas ou populistas.<br />

A insatisfação com a democracia,<br />

tal como se exerce em<br />

Portugal, é a mais baixa desde<br />

1985. Mas claro que este facto<br />

não vai tirar o sono a qualquer<br />

um dos governantes que não só<br />

conduziram o País à beira da<br />

falência, como afundaram a<br />

democracia no abismo do descrédito.<br />

Estão todos bem na<br />

vidaenodiaemquelargarem<br />

o poder ainda ficarão melhor.<br />

E estão, acima de tudo, muito<br />

convencidos das suas pessoas.<br />

Ninguém tem razão, para além<br />

deles próprios, as críticas são<br />

sintomas de má-fé e os maus<br />

resultados são importados do<br />

exterior. Já Salazar falava da<br />

“guerra que nos era imposta do<br />

exterior”.<br />

De opinião contrária à da<br />

conclusão geral do estudo devem<br />

ser os ‘meninós’ das ‘jotas’,<br />

que saltam à vara para administrações<br />

de empresas, enquanto<br />

uma geração se perde no<br />

desemprego e nas saídas profissionais<br />

frustradas. Os ‘boysinhos’<br />

devem entender que esta<br />

democracia é de sucesso: uma<br />

simples e venal traficância de<br />

poderes. Mas a generalidade<br />

dos portugueses entende que os<br />

carreiristas da política se apoderaram<br />

da democracia e sugam<br />

até ao tutano os benefícios<br />

do poder. Nunca como hoje é<br />

tão oportuno o refrão de Os<br />

Vampiros, do José Afonso.<br />

Um dia, por alturas de um 25<br />

de Abril, na brincadeira, mandei<br />

um SMS ao Joaquim Furtado:<br />

“Tens que voltar ao estúdio<br />

da Emissora da Liberdade que<br />

este 25 já deu o que tinha a<br />

dar”. Resposta sincera do Furtado:<br />

“Não posso. Roubaram o<br />

microfone”. ■<br />

joaopaulo.guerra@ecnomico.pt

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