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6 Diário <strong>Económico</strong> Terça-feira 2 Março 2010<br />

DESTAQUE MAU TEMPO<br />

Reconstrução da<br />

Madeira suspende Lei<br />

das Finanças Regionais<br />

Efeitos financeiros da alteração à lei ficam anulados durante dois a três anos.<br />

Governo vai criar linha de crédito para ajudar os empresários da região.<br />

Luís Reis Pires<br />

luis.pires@economico.pt<br />

O que o Governo falhou em travar,<br />

o mau tempo conseguiu<br />

suspender. A recuperação da<br />

Madeira vai implicar a suspensão<br />

da Lei das Finanças Regionais<br />

durante dois ou três anos. O<br />

Executivo vai apresentar à Assembleia<br />

da República (AR) uma<br />

“lei extraordinária de meios<br />

para a reconstrução da Madeira”,<br />

disse ontem José Sócrates,<br />

que “vai substituir os efeitos financeiros<br />

da Lei das Finanças<br />

Regionais (LFR) durante o tempo<br />

de reconstrução” da ilha,<br />

queseestimademorardoisa<br />

três anos. O primeiro-ministro<br />

frisou que a lei - que já foi aprovada<br />

na AR e aguarda a decisão<br />

de Cavaco Silva - não vai ser extinta,<br />

apenas serão suspensos os<br />

seus efeitos financeiros.<br />

“A reconstrução poderá durar<br />

dois ou três anos e definiremos<br />

nessa legislação específica<br />

eespecialumquadrodecooperação<br />

para que nesse período<br />

possa ser reposta a qualidade<br />

das infra-estruturas, seja dado o<br />

apoio aos desalojados e apoios<br />

ao sector privado da economia<br />

regional para que rapidamente<br />

possa restabelecer a sua actividade<br />

económica”, explicou ontem<br />

o primeiro-ministro, depois<br />

da reunião com Alberto<br />

João Jardim, onde acertaram a<br />

estrutura em que vai assentar a<br />

recuperação da catástrofe. Lisboa<br />

e Funchal definiram três<br />

prioridades: ajudar as vítimas<br />

das cheias, reconstruir as infraestruturas<br />

afectadas e estimular<br />

a economia madeirense.<br />

Os encargos que resultem da<br />

reconstrução serão inscritos<br />

numa lei extraordinária criada<br />

para o efeito, a apresentar no<br />

Parlamento até final de Abril,<br />

que vai implicar a suspensão<br />

“dos efeitos financeiros” da<br />

LFR, “durante o período de reconstrução”<br />

- o impacto orçamental<br />

da alteração à LFR, estimado<br />

pela Unidade Técnica de<br />

Apoio Orçamental (UTAO) era<br />

de 82 milhões de euros este ano,<br />

mais o limite de endividamento<br />

de 50 milhões para a Madeira e<br />

50 milhões para os Açores.<br />

O primeiro-ministro frisou<br />

que as verbas resultantes da<br />

mudança na lei não eram suficientes<br />

para reconstruir a ilha,<br />

justificando assim a criação da<br />

lei extraordinária. Mas o politólogo<br />

Carlos Jalali lembra que<br />

esta é também uma forma de<br />

resolver “uma questão [das Finanças<br />

Regionais] que ameaçava<br />

voltar mais cedo ou mais tarde”.<br />

“A polémica das Finanças<br />

Regionais morre aqui”, diz,<br />

porqueaquestãoéadiada“para<br />

o longo prazo, quando já não tiver<br />

relevância política”.<br />

Tanto mais que, até ver, a<br />

oposição dá sinais de abertura<br />

para aprovar a lei extraordinária.<br />

“Ainda não conhecemos a<br />

lei, mas deve ser adequada ao<br />

enquadramento extraordinário<br />

queaMadeiraestáaviver.O<br />

PSD está disponível para votar a<br />

favor”, disse ao Diário Econó-<br />

BANCO EUROPEU<br />

DE INVESTIMENTO<br />

180 milhões<br />

É este o valor que Banco Europeu<br />

de Investimento vai financiar à<br />

Madeira, para ajudar na<br />

reconstrução da ilha. O BEI vai<br />

comparticipar 75% dum<br />

empréstimo total de 240 milhões<br />

de euros.<br />

LIMITE DE ENDIVIDAMENTO<br />

50 milhões<br />

A alteração à lei das Finanças<br />

Regionais previa o aumento<br />

do limite de endividamento<br />

das regiões autónomas. O limite<br />

era semelhante para a Madeira<br />

e para os Açores: 50 milhões<br />

de euros.<br />

micoodeputadosocial-democrata<br />

Miguel Frasquilho. Posição<br />

semelhante tem Assunção Cristas,<br />

do CDS, para quem a solução<br />

de Sócrates e Jardim parece<br />

“razoável”. José Gusmão, do<br />

Bloco de Esquerda, diz que, “à<br />

partida”, o Bloco tem “uma posição<br />

de abertura” perante a<br />

proposta. O PCP ainda não quis<br />

comentar ainda.<br />

Criada linha de crédito para<br />

ajudar empresas madeirenses<br />

Vai ser criada uma linha de crédito<br />

própria para ajudar as empresas<br />

da região autónoma afectadas<br />

pelo mau tempo, revelou<br />

Sócrates. O primeiro-ministro<br />

não deu pormenores sobre valores,<br />

mas Jardim adiantou que<br />

as candidaturas à linha de crédito<br />

vão ser analisadas ao pormenor.<br />

“Não vamos estar só a<br />

distribuir cheques”, ironizou.<br />

Numa altura conturbada para<br />

as contas públicas do país, a tónica<br />

da reconstrução da Madeira<br />

parece assentar precisamente<br />

na ideia de não desperdiçar nem<br />

um cêntimo dos cofres do Estado.<br />

Vai ser criada “uma comissão<br />

peritária mista”, disse Sócrates,<br />

para avaliar “as obras<br />

necessárias e a sua dimensão financeira”.<br />

A comissão será<br />

composta por três técnicos, um<br />

secretário de Estado e um secretário<br />

regional e, de acordo com<br />

Jardim, “vai fundamentar, obra<br />

por obra, o seu custo e a sua necessidade”.<br />

No final da reunião de ontem,<br />

o primeiro-ministro lembrou<br />

também que “o Banco Europeu<br />

de Investimento já aprovou<br />

um empréstimo quadro”<br />

para “investimentos públicos<br />

[na Madeira] até 240 milhões de<br />

euros, sendo que a comparticipação<br />

é de 75%” 180 milhões de<br />

euros. E confirmou que Portugal<br />

vai candidatar-se ao Fundo<br />

Social Europeu, estando a candidatura<br />

já “muito avançada”.<br />

Jardim, por seu lado, destacou<br />

que “a ajuda da população<br />

[portuguesa] em geral”, bem<br />

como das organizações não governamentais<br />

e das instituições<br />

religiosas será canalizada para<br />

ajudarasvítimasdascheiasa<br />

substituir parte dos seus bens<br />

móveis. ■ com C.D. e C.M.<br />

Turismo interno pode<br />

cresceresteano<br />

As campanhas de solidariedade<br />

que têm sido lançadas para<br />

mobilizar os portugueses a ajudar<br />

na recuperação da Madeira<br />

chegou ao ponto de pedir para<br />

quesepassefériasnaRegião<br />

Autónoma. Ontem a Associação<br />

Portuguesa de Agências de<br />

Viagens e Turismo (APAVT) em<br />

conjunto com a secretaria de<br />

Estado de Turismo da Madeira e<br />

com a TAP lançaram uma<br />

campanha publicitária. “Criámos<br />

uma campanha e estamos a pedir<br />

aos meios de comunicação que<br />

cedam páginas gratuitamente<br />

para as publicidades”, afirmou, ao<br />

Diário <strong>Económico</strong>, Pedro Costa<br />

Ferreira, vice-presidente da<br />

APAVT. A campanha é feita perto<br />

das agências de viagens e perto<br />

do publico, mas segundo o<br />

responsável da APAVT “não é<br />

preciso mendigar para vender a<br />

Madeira porque continua a ser um<br />

destino turístico consolidado”.<br />

Além disso, com esta campanha, a<br />

APAVT acredita que “é expectável<br />

que o turismo interno cresça na<br />

Madeira este ano” porque os<br />

portugueses têm um<br />

conhecimento mais profundo da<br />

evolução da situação da ilha, o<br />

que não chega com tanta<br />

proximidade de rapidez aos<br />

mercados estrangeiros. Além<br />

disso, a escolha por fazer férias lá<br />

pode ser encarado como um acto<br />

de solidariedade. M.C.<br />

A TAP vai oferecer<br />

viagens a crianças até<br />

aos12anosde12de<br />

Abril até 31 de Maio.<br />

Alberto João Jardim esteve ontem<br />

reunido com o primeiro-ministro,<br />

(ao centro), onde acertaram a<br />

estrutura em que vai assentar<br />

a recuperação da catástrofe. Foram<br />

definidas três prioridades: ajudar<br />

as vítimas das cheias, reconstruir<br />

as infra-estruturas afectadas e<br />

estimular a economia madeirense.<br />

Valor dos<br />

Seguradoras estão a recolher<br />

dados para entregar ao ISP.<br />

Filipe Alves<br />

filipe.alves@economico.pt<br />

As seguradoras nacionais estão<br />

neste momento a contabilizar os<br />

prejuízos causados pelo mau<br />

tempo que assolou a Madeira e<br />

Portugal Continental durante os<br />

últimos dias. Ao que o Diário<br />

<strong>Económico</strong> apurou, o valor total<br />

dos estragos na Madeira deverá<br />

ser conhecido até sexta-feira,<br />

enquanto o do Continente será<br />

divulgado na próxima semana.<br />

O Instituto de Seguros de Portugal<br />

(ISP) solicitou às seguradoras<br />

a entrega de estimativas para<br />

os prejuízos causados pelo mau

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