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ao norte da ilha, junto com o filho Sepp e uma filha que ele não recordava o primeiro nome. A<br />
mulher <strong>do</strong> velho pesca<strong>do</strong>r vesgo já era falecida há tempos. Segun<strong>do</strong> Nolla, ela havia desencarna<strong>do</strong><br />
poucos meses depois de ter da<strong>do</strong> à luz o menino, devi<strong>do</strong> a uma infecção não diagnosticada no<br />
tempo certo.<br />
Uma violenta febre acometeu a pobre mulher. O mari<strong>do</strong> estava pescan<strong>do</strong> em alto-mar (onde<br />
passava meses inteiros, segun<strong>do</strong> Nolla), e a menina ainda era muito nova, impossibilitada de tomar<br />
conta da mãe e <strong>do</strong> bebê.<br />
A família não tinha vizinhos próximos. A tragédia desceu sua mão negra sobre a mulher<br />
indefesa numa incomum madrugada gélida de agosto. A mãe partira para o mun<strong>do</strong> verdadeiro.<br />
Levei menos de três minutos para achar o que queria. Anotei rapidamente to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s<br />
possíveis num resto de papel. Fechei o livro antes que algo se desintegrasse nas minhas mãos,<br />
deixan<strong>do</strong> o raro exemplar sobre o balcão com tampo de vidro rechea<strong>do</strong> de digitais sem identidades.<br />
Será que Monika já ouvira falar em “computa<strong>do</strong>r”, “multifuncional”, “digitalização de<br />
<strong>do</strong>cumentos”?<br />
Mandei um beijo aéreo para a atarantada da atendente sardenta que se esgoelava em bom<br />
alemão para que um senhor pudesse compreender que havia trazi<strong>do</strong> o <strong>do</strong>cumento erra<strong>do</strong> e não<br />
seria possível realizar a retirada específica de uma encomenda importante.<br />
Deixei a agência com o coração aperta<strong>do</strong>. Sem compreender o motivo para a <strong>do</strong>r que se<br />
acumulou sobre meu peito. Outra vez!<br />
* * *<br />
Deita<strong>do</strong> na cama, eu prestava atenção no tilintar de algumas gotas sobre os vidros da janela<br />
<strong>do</strong> meu quarto às escuras. Prenunciava-se uma chuva torrencial que felizmente acabou não<br />
acontecen<strong>do</strong>.<br />
Já era madrugada quan<strong>do</strong> resolvi descer até a cozinha para preparar algo que acalmaria a<br />
rabugice <strong>do</strong> meu estômago.<br />
Enganei o infame entornan<strong>do</strong> quatro latas de cerveja, uma atrás da outra, quase sem parar<br />
para sequer recuperar o fôlego.<br />
Meio zonzo, quan<strong>do</strong> dei por mim estava joga<strong>do</strong> no imenso pufe púrpura que jazia gela<strong>do</strong> na<br />
varanda. Eu via pontos luminosos no firmamento de maneira mais <strong>do</strong> que difusa. Eu acariciava o<br />
couro sintético daquele saco fofo, desejan<strong>do</strong> intensamente que um anjo caísse <strong>do</strong> céu ou um<br />
demônio emergisse <strong>do</strong> meu grama<strong>do</strong> impecável e qualquer um desses seres fizesse amor comigo<br />
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