16.04.2013 Views

Download do Livro - Moa Sipriano

Download do Livro - Moa Sipriano

Download do Livro - Moa Sipriano

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

fartura e <strong>do</strong> símbolo sagra<strong>do</strong> <strong>do</strong> matrimônio. Eu até guardei troca<strong>do</strong>s para um dia<br />

comprar as nossas alianças de casamento!<br />

Sim, Zeeg, eu quero me casar com você. Quero ter a minha primeira noite com<br />

você. Quero ser o seu homem e sua mulher e seu complemento perfeito na cama e,<br />

principalmente, fora dela.<br />

Quero trilhar os mesmos caminhos que você trilhar. Não por submissão aos seus<br />

princípios, mas sim por desejar ardentemente caminhar ao seu la<strong>do</strong>. Aprender tu<strong>do</strong><br />

com você e ser útil na evolução da nossa existência em comum.<br />

Eu tomei a coragem de escrever aquilo que sinto há anos (ou seriam décadas,<br />

séculos?) por você. Dentro de poucas horas, interpelan<strong>do</strong> sem me<strong>do</strong> você durante a<br />

sua corrida noturna em Gobsun, finalmente darei o passo mais decisivo da minha<br />

vida, len<strong>do</strong> em alto e bom som aquilo que apenas rascunhei nesse pedaço de papel<br />

cheiran<strong>do</strong> a trigo e suor.<br />

Sim, apenas rascunhei, porque o resulta<strong>do</strong> final da minha melhor obra será<br />

mostra<strong>do</strong> e sela<strong>do</strong> e partilha<strong>do</strong> com meu homem, hoje à noite, nesse 18 de junho de<br />

2007, durante uma longa e intensa luta de nossas espadas flamejantes digladian<strong>do</strong>-se<br />

no espaço infinito das nossas bocas sufocadas no Amor.<br />

Teu, hoje e para sempre...<br />

Sepp Mertens... Moritz”<br />

Não sei por quanto tempo permaneci com a cabeça enfiada no meio das minhas pernas,<br />

protegida com minhas mãos seladas por cima de tu<strong>do</strong>. Por mais que tentasse, eu não conseguia<br />

imaginar o que eu fazia na noite <strong>do</strong> dia 18 de junho <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>. Uma vontade crônica de<br />

vomitar crescia dentro de mim, mas nada me fazia mudar um milímetro sequer da minha posição<br />

indefesa, esconden<strong>do</strong> minha cabeça bem fun<strong>do</strong> no meio das minhas pernas trêmulas.<br />

Eu me sentia culpa<strong>do</strong> por não ter da<strong>do</strong> chances de Sepp se aproximar de mim. Caralho, o que<br />

eu poderia ter feito? Por que ele não me procurou naquela maldita-bendita noite fria de junho? O<br />

que eu estava fazen<strong>do</strong> na porra daquela noite? Onde eu estava? A foto, a foto... a porra da foto...<br />

Com quem eu estava? Marc, Marc, Marc... O que aconteceu para que Sepp não me entregasse a<br />

porra da carta e não declarasse enfim o seu amor por mim?<br />

A foto... seu burro... Marc... seu asno... Bêba<strong>do</strong>s... seu toupeira... Noite, 18 de junho... 18 de<br />

junho... dezoit... oh, meu Deus! É isso!<br />

25

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!