êxito 6 - Revista Êxito

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Entrevista Bernadete Alves Ogovernador é o principal servidor público do Distrito Federal. É quem decide as políticas públicas, quem escolhe os auxiliares e, principalmente, quem determina onde e quando vai empregar o dinheiro arrecadado com os impostos. Por isto, precisamos aplaudir o trabalho, a ética, a capacidade e o respeito ao ser humano. José Roberto Arruda veio para Brasília com o sonho de fazer história. Venceu pelos próprios méritos e é o primeiro da nova geração a governar a Capital Federal. Nasceu em Itajubá, Minas Gerais. Tem 52 anos, é casado com a atriz e jornalista Marianne Vicentini e é pai de oito filhos, sendo quatro adotados. É engenheiro civil. Sua vida pública inclui passagens pela direção da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) e da CEB. Arruda foi também secretário de Modernização Administrativa e Informática do Ministério das Minas e Energia e secretário de Serviços Públicos do GDF. Depois de chefiar o Gabinete Civil do Governo do Distrito Federal, Arruda foi secretário de Obras do Governo Roriz. Foi senador de 1995 a 2001 e deputado federal mais votado do País, nas eleições de 2002, em termos proporcionais. Em 1º de janeiro de 2007, toma posse como governador do DF. O que seu coração sente ao saber que o destino de milhares de pessoas está em suas mãos? Pela primeira vez, essa geração, a que escolheu Brasília para viver, construir vida profissional e família, Joel Rodrigues Homens do povo Enxugar e modernizar a máquina administrativa, gerar empregos e renda para tirar os brasilienses da linha abaixo da dignidade e garantir serviços de qualidade e transportes mais eficientes fazem parte do plano de governo do idealista José Roberto Arruda e do senador Paulo Octávio para a construção de uma Brasília mais ágil e sonhada por todos está tendo a chance de governar a própria cidade e, sobretudo, de organizar a vida de Brasília. Não podemos deixar que se repitam aqui os mesmos erros de Rio de Janeiro e São Paulo. Acho que já tive erros, como todo mundo na vida, mas aprendi com isso e sei que agora é um bom momento para contribuir com essa cidade. Sinto-me preparado. Por que ser governador do DF? Todas as pessoas que fazem vida pública têm o sonho de governar a própria 12 <strong>Êxito</strong> – Setembro de 2006
cidade ou Estado. A minha vida foi toda em Brasília. Cresci, aprendi e trabalhei aqui. Meus filhos nasceram aqui. E, daqui, recebo a possibilidade de chegar a esse patamar. Exerci vários outros cargos. Acho que a gente colhe o que planta. Sempre plantei o trabalho e é isso que eu estou colhendo. Quero organizar a vida da cidade, promover o crescimento, dar eficiência aos serviços públicos e manter a nossa qualidade de vida. O senhor deu uma linda demonstração de amor ao próximo ao adotar quatro filhos. Como foi isso? As adoções que eu fiz foram em circunstâncias da vida. Eu nunca tinha imaginado fazer isso. Hoje tenho oito filhos, todos maravilhosos e muito felizes. O senhor estudou em escola pública como milhares de jovens brasilienses. Como é o seu projeto para a educação? O projeto de mudança efetiva da sociedade passa realmente pela educação pública. Podemos resgatar a qualidade da nossa educação se valorizarmos os professores, informatizarmos as escolas, voltarmos com as escolas técnicas e levarmos a UnB para as satélites. O meu sonho é que outros filhos de famílias humildes tenham a chance que eu tive. Quanto ao emprego, sabemos que muitas pessoas fazem de tudo para ter dignidade, mas não conseguem. Oportunidades de trabalho estão cada vez menores. Para os jovens, é difícil conseguir o primeiro emprego, pois toda empresa exige experiência. Como lidar com isso? Temos 210 mil desempregados no DF. Primeiro, é preciso baixar impostos. Tere- <strong>Êxito</strong> – Setembro de 2006 Eu sou um exemplo de uma pessoa que renasce. Já cai, já errei, já aprendi com meus erros e renasci mos investimentos verdadeiros para Brasília. Quando tivermos a coragem de baixar alíquotas, de reduzir taxas e de fazer com que os empresários invistam mais, aí sim teremos mais empregos. Precisamos também qualificar a mão de obra e criar empregos fora do Plano Piloto, pois hoje, 82% dos empregos estão no Plano Piloto. São muitos os desafios, mas vamos vencê-los. Na saúde, como fazer para que todos tenham acesso a um atendimento de primeira? É fundamental levar saúde pública de qualidade às cidades do entorno. Se o sujeito tiver um mal estar em Águas Lindas, ele tem de ir ao Hospital de Base. É muito mais racional, econômico e humano ter um hospital em todas as satélites do que trazer toda essa população para o Plano Piloto. Quero, em convênio com o Estado de Goiás, levar unidades médicas às cidades do entorno. O senhor vai estar no governo quando Brasília completar 50 anos. Como é ter a chance de mostrar para todos os brasileiros o quanto a Brasília de JK deu certo? Esse primeiro cinqüentenário de Brasília, que vai ser no último ano de nosso governo, é um momento de comemorar talvez a página mais bonita da história do Brasil. A construção de Brasília é símbolo de um plano de governo que deu certo, de um momento de transformação da vida brasileira. Juscelino interiorizou o desenvolvimento, trouxe a indústria automobilística, fez a revolução industrial. Ele mudou o País. Comemorar os cinqüenta anos de Brasília é comemorar os cinqüenta anos desse novo Brasil. Vamos preparar nossa cidade muito bem para essa data. O cidadão Arruda foi em todas as Cidades Satélites pedir o apoio da po- pulação. As pessoas vão contar com esse mesmo cidadão simples e acessível daqui para frente? Certamente. Sempre fui assim. Quando fui secretário de Obras, Deputado e Senador fui assim. Não mudei. Já estou velho para mudar. Vou continuar, se Deus quiser, em contato com as pessoas, pois é isso que nos traz as informações necessárias para governar bem. Esperamos que seu governo seja como um águia em defesa do povo brasiliense: observador, forte e corajoso. A águia de vez em quando vai ao alto dos montes, troca as penas, as unhas e renasce. Eu sou um exemplo de uma pessoa que renasce. Já cai, já errei, já aprendi com meus erros e renasci. Todo mundo tem o direito de reconstruir sua vida e eu estou tendo esta oportunidade e não quero perdê-la. Quero fazer um bom governo. É muito mais racional, econômico e humano ter um hospital em todas as satélites do que trazer toda essa população para o Plano Piloto 13
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