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goalball como meio de inclusão social para - Faculdade do Clube ...

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GOALBALL COMO MEIO DE INCLUSÃO SOCIAL PARA<br />

DEFICIENTES VISUAIS<br />

Gustavo <strong>de</strong> Moraes Rodrigues (gustavo<strong>de</strong>moraesrodrigues@hotmail.com)<br />

Johnny Fernan<strong>de</strong>s da Silveira (johnny.futebol@hotmail.com)<br />

Licencia<strong>do</strong> em Educação Física<br />

Profº. Msº. Luiz Henrique Peruchi<br />

2010<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Clube</strong> Náutico Mogiano - FCNM<br />

Rua Cabo Diogo Oliver, 758 CEP: 08773-000 Tel: 4791-7100<br />

E-mail: nautico@nautico.edu.br<br />

RESUMO<br />

A <strong>de</strong>ficiência visual po<strong>de</strong> excluir o indivíduo da socieda<strong>de</strong> e ainda limitar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das capacida<strong>de</strong>s e qualida<strong>de</strong>s físicas <strong>do</strong> indivíduo, sen<strong>do</strong> assim se faz importante a utilização<br />

<strong>de</strong> instrumentos que possam permitir aos porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência visual a <strong>inclusão</strong> <strong>social</strong> e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento físico. O <strong>goalball</strong> é uma modalida<strong>de</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>sportiva criada e <strong>de</strong>senvolvida<br />

especificamente <strong>para</strong> os <strong>de</strong>ficientes visuais e a presente pesquisa teve <strong>como</strong> objetivo geral<br />

verificar a <strong>inclusão</strong> <strong>social</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficientes visuais praticantes <strong>de</strong> <strong>goalball</strong>. Foram participantes<br />

<strong>de</strong>ste trabalho um total <strong>de</strong> 30 indivíduos praticantes <strong>de</strong> <strong>goalball</strong>, sen<strong>do</strong> 20 homens e 10<br />

mulheres possui<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência visual com ida<strong>de</strong> varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 14 a 46 anos, mediana <strong>de</strong><br />

27 anos. Para este estu<strong>do</strong> foi aplica<strong>do</strong> um questionário conten<strong>do</strong> 5 perguntas abertas e 1 escala<br />

conten<strong>do</strong> 10 itens on<strong>de</strong> eles postaram sua nota <strong>de</strong> 1 a 5 em cada item apresentan<strong>do</strong> a<br />

importância <strong>de</strong> cada um. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ntificaram a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida 40% e<br />

incentivo <strong>do</strong>s amigos 26,7% <strong>como</strong> maior fonte <strong>de</strong> motivação <strong>para</strong> a prática. Em relação à<br />

importância <strong>do</strong> <strong>goalball</strong> na vida <strong>de</strong> seus praticantes as respostas que mais se <strong>de</strong>stacaram foram<br />

amiza<strong>de</strong>s construídas 36,6% e estimulo <strong>para</strong> novas ativida<strong>de</strong>s 26,6%. Os participantes foram<br />

organiza<strong>do</strong>s em grupos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o tempo <strong>de</strong> prática <strong>do</strong>s mesmos. No ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong>s<br />

participantes <strong>do</strong> trabalho em relação ao <strong>goalball</strong> <strong>como</strong> fator inclusivo o item diminuição da<br />

discriminação <strong>social</strong> em relação à <strong>de</strong>ficiência visual foi o que mais <strong>de</strong>stacou entre os<br />

praticantes <strong>de</strong> 1 mês a 6 meses 20% <strong>do</strong>s participantes com média 5. Entre os praticantes <strong>de</strong> 7<br />

meses a 24 meses 40% <strong>do</strong>s participantes, o item que mais se <strong>de</strong>stacou foi que a modalida<strong>de</strong><br />

proporciona mais segurança em suas atitu<strong>de</strong>s com média <strong>de</strong> 4,8, já os praticantes acima <strong>de</strong> 24<br />

meses 40 % <strong>do</strong>s participantes, o item que mais se <strong>de</strong>stacou foi o estimulo <strong>para</strong> novas práticas<br />

<strong>de</strong> outros esportes com média <strong>de</strong> 4,4. Conclui-se que o nível <strong>de</strong> <strong>inclusão</strong> entre os praticantes<br />

<strong>de</strong> <strong>goalball</strong> <strong>de</strong> 1 mês a 24 meses é um nível satisfatório, já os atletas que praticam acima <strong>de</strong> 24<br />

meses apresentam variações no quesito <strong>inclusão</strong>, mais ressaltam que a prática <strong>do</strong> mesmo é <strong>de</strong><br />

suma importância <strong>para</strong> o processo <strong>de</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ficientes visuais na socieda<strong>de</strong>.<br />

Palavras - chave: Para <strong>de</strong>sporto, Pessoas <strong>de</strong>ficientes, Inclusão.<br />

1


INTRODUÇÃO<br />

De acor<strong>do</strong> com a International<br />

Blind Sports Fe<strong>de</strong>ration (IBSA) (2009), o<br />

<strong>goalball</strong> foi cria<strong>do</strong> em 1946, pelo austríaco<br />

Hanz Lorenzen e o alemão Sepp Reindle,<br />

<strong>de</strong>senvolveram uma ativida<strong>de</strong> <strong>para</strong> ajudar<br />

na reabilitação <strong>de</strong> solda<strong>do</strong>s veteranos que<br />

haviam adquiri<strong>do</strong> a <strong>de</strong>ficiência visual<br />

durante a Segunda Guerra Mundial, ao<br />

contrário <strong>de</strong> outras modalida<strong>de</strong>s, o <strong>goalball</strong><br />

foi cria<strong>do</strong> especialmente <strong>para</strong> <strong>de</strong>ficientes<br />

visuais.<br />

As competições <strong>de</strong> <strong>goalball</strong> são<br />

organizadas e <strong>de</strong>stinadas <strong>para</strong> pessoas com<br />

<strong>de</strong>ficiência visual e que estejam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com a classificação esportiva. Tal prática é<br />

difundida e amplamente realizada no Brasil<br />

e no mun<strong>do</strong> (MUNSTER et al, 2008).<br />

O <strong>goalball</strong> por ser um esporte<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> especificamente <strong>para</strong><br />

<strong>de</strong>ficientes visuais, seu <strong>de</strong>senvolvimento é<br />

completo no ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> informações<br />

e orientações, já que ele favorece um<br />

trabalho auditivo e tátil, servin<strong>do</strong> <strong>como</strong><br />

referência espacial <strong>do</strong>s praticantes, <strong>para</strong><br />

que o atleta possa ter um melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho no campo <strong>de</strong> jogo.<br />

De acor<strong>do</strong> com o Comitê<br />

Paraolímpico Brasileiro (CPB) (2009),<br />

to<strong>do</strong>s os atletas, inclusive das classes B2 e<br />

B3 (com visão parcial), utilizam uma<br />

venda (Anexo D), nos olhos durante as<br />

competições <strong>para</strong> que to<strong>do</strong>s possam<br />

competir em condições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o inicial <strong>de</strong> qualquer <strong>meio</strong> tempo até o<br />

final <strong>do</strong> mesmo. Todas as classificações<br />

são realizadas através da mensuração <strong>do</strong><br />

melhor olho e da possibilida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong><br />

correção <strong>do</strong> problema.<br />

O confronto <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong><br />

baseia-se na troca <strong>de</strong> bolas rasteiras que<br />

<strong>de</strong>vem ser lançadas apenas com as mãos, e<br />

no ato da <strong>de</strong>fesa po<strong>de</strong> utilizar to<strong>do</strong> o corpo,<br />

não à invasão territorial e cada equipe fica<br />

na sua área <strong>de</strong>marcada efetuan<strong>do</strong> jogadas<br />

ofensivas e <strong>de</strong>fensivas (MORATO et al,<br />

2009).<br />

Quadro 1 - Classificação Desportiva da IBSA:<br />

Class. Descrição:<br />

B1 Des<strong>de</strong> nenhuma percepção luminosa em<br />

ambos os olhos até a percepção <strong>de</strong> luz,<br />

mas com incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconhecer o<br />

formato <strong>de</strong> uma mão a qualquer<br />

distância ou direção (cego total).<br />

B2 Des<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> em reconhecer a<br />

forma <strong>de</strong> uma mão até a acuida<strong>de</strong> visual<br />

<strong>de</strong> 2/60 ou campo visual inferior a 5<br />

graus (há percepção <strong>de</strong> vultos).<br />

B3 Des<strong>de</strong> a acuida<strong>de</strong> visual <strong>de</strong> 2/60 a 6/60<br />

ou campo visual entre 5 e 20 graus (há<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> imagens).<br />

Adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong> CPB (2009)<br />

Segun<strong>do</strong> Morato et al. (2009), o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> jogo é basea<strong>do</strong> no uso<br />

da percepção auditiva <strong>para</strong> a <strong>de</strong>tecção da<br />

trajetória da bola, que tem pequenos<br />

orifícios em sua superfície <strong>para</strong> que o som<br />

produzi<strong>do</strong> pelos guizos que carrega em seu<br />

interior possa sair. A bola oficial tem a<br />

circunferência <strong>de</strong> uma bola <strong>de</strong> basquetebol,<br />

mas não possui câmera <strong>de</strong> ar, ela é feita <strong>de</strong><br />

uma borracha espessa, é oca e pesa<br />

1,250kg.<br />

Para Oliveira Filho (2003), o<br />

aprendiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse esporte, tem <strong>como</strong><br />

sugestões: realizar o reconhecimento <strong>do</strong><br />

espaço físico estan<strong>do</strong> o joga<strong>do</strong>r com e sem<br />

calça<strong>do</strong>s, <strong>para</strong> explorar a sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

pés; estimulação auditiva com a bola, <strong>para</strong><br />

favorecer melhor coor<strong>de</strong>nação espacial;<br />

criar situações em que o joga<strong>do</strong>r <strong>de</strong>va<br />

orienta-se e posicionar-se rapidamente,<br />

com mudanças <strong>de</strong> direção.<br />

O <strong>de</strong>sporto promove o lazer,<br />

<strong>de</strong>scontração, competitivida<strong>de</strong> e o trabalho<br />

em grupo, <strong>para</strong> seus praticantes<br />

mencionan<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já os benefícios nos<br />

2


aspectos cognitivos, motores e sociais, tais<br />

<strong>como</strong> a melhoria da autoconfiança,<br />

conhecimento e espaço temporal, assim<br />

elevan<strong>do</strong> a auto-estima <strong>do</strong> praticante,<br />

produzin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma resulta<strong>do</strong>s<br />

positivos direto na saú<strong>de</strong> e na vida afetiva<br />

<strong>do</strong> mesmo.<br />

De acor<strong>do</strong> com Lázaro (2005), o<br />

<strong>de</strong>ficiente visual po<strong>de</strong> ser<br />

educacionalmente cego ou com baixa<br />

visão, é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> cego aquele que<br />

apresenta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ausência total <strong>de</strong> visão até<br />

a perda da percepção luminosa. Sua<br />

aprendizagem se dará através da integração<br />

<strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s remanescentes preserva<strong>do</strong>s.<br />

Terá <strong>como</strong> principal <strong>meio</strong> <strong>de</strong> leitura e<br />

escrita o sistema Braille (sistema <strong>de</strong> escrita<br />

por pontos em relevo). Deverá, no entanto,<br />

ser incentiva<strong>do</strong> a usar resíduo visual nas<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vida diária sempre que<br />

possível.<br />

O mesmo autor enfoca que a<br />

cegueira funcional não se caracteriza <strong>como</strong><br />

perda total da visão, se você possui visão<br />

reduzida, também possui necessida<strong>de</strong>s<br />

especiais, a <strong>de</strong>limitação <strong>do</strong> grupamento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficientes visuais, cegos e porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

visão subnormal, se dá por duas escalas<br />

oftalmológicas: acuida<strong>de</strong> visual, aquilo que<br />

se enxerga a <strong>de</strong>terminada distância e<br />

campo visual, a amplitu<strong>de</strong> da área<br />

alcançada pela visão.<br />

Segun<strong>do</strong> Santos (2005), uma<br />

estimativa da Organização Mundial <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (OMS) em 1993, 10% da população<br />

Brasileira é porta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, sen<strong>do</strong><br />

0,5% porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência visual, num<br />

total aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> 700 mil cidadãos.<br />

De acor<strong>do</strong> com Duarte; Santos<br />

(2003), quan<strong>do</strong> falamos <strong>de</strong> <strong>inclusão</strong>,<br />

falamos das características que estão fora<br />

<strong>do</strong>s padrões da normalida<strong>de</strong> (física,<br />

fisiológica, comportamental e <strong>social</strong>), e a<br />

socieda<strong>de</strong> é fundamental no processo<br />

educativo eficaz <strong>de</strong> compreensão e<br />

superação <strong>para</strong> a aceitação das diferenças,<br />

<strong>para</strong> que atitu<strong>de</strong>s relacionadas ao<br />

preconceito e à discriminação sejam<br />

dissipadas, por mudanças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s<br />

conscientizadas.<br />

Para Munster et al. (2008), sem<br />

restrições, a <strong>inclusão</strong> <strong>social</strong> visa garantir a<br />

to<strong>do</strong>s, preconizan<strong>do</strong> a busca <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> mais justa e menos<br />

preconceituosa, o acesso à vida <strong>social</strong> e à<br />

oportunida<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da raça,<br />

da origem socioeconômica, da cultura ou<br />

das diversida<strong>de</strong>s e diferenças.<br />

Entre os benefícios <strong>de</strong> um<br />

programa inclusivo, a <strong>inclusão</strong>: facilita as<br />

relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> entre alunos que<br />

apresentam ou não a <strong>de</strong>ficiência; oferece<br />

melhores oportunida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> que as<br />

pessoas com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>senvolvam<br />

habilida<strong>de</strong>s sociais e lúdicas a<strong>de</strong>quadas à<br />

ida<strong>de</strong>; propicia aos alunos um ambiente<br />

mais estimulante e motivante; e favorece o<br />

aperfeiçoamento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s em todas<br />

as áreas <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento (WINNICK,<br />

2004) apud (MUNSTER et al. 2008).<br />

Segun<strong>do</strong> Souza (2006),<br />

especialmente na juventu<strong>de</strong>, o esporte po<strong>de</strong><br />

ser utiliza<strong>do</strong> <strong>como</strong> recurso <strong>de</strong> prepará-lo<br />

emocional e fisiologicamente <strong>para</strong> diversas<br />

exigências da vida, centra<strong>do</strong>s na<br />

aprendizagem e prática esportiva: capacita<br />

os jovens a estruturar e manter grupos<br />

sociais fora <strong>do</strong> ambiente familiar; criar o<br />

hábito da prática regular e a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s físicas, proporcionan<strong>do</strong>-lhes<br />

melhores condições <strong>para</strong> um bem-estar<br />

físico, psíquico e <strong>social</strong>; alem <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver um auto conceito positivo e<br />

prevenir contra o abuso <strong>de</strong> drogas.<br />

O mesmo autor ressalta que já na faze<br />

adulta e senil, a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

físicas, se caracteriza por marcantes<br />

objetivos sociais, promoven<strong>do</strong> a<br />

3


prevenção contra os males <strong>do</strong><br />

se<strong>de</strong>ntarismo, uma melhor condição<br />

metabólica, muscular e articular, tão<br />

necessárias à manutenção <strong>do</strong> bem-estar<br />

emocional e prevenin<strong>do</strong> o isolamento<br />

<strong>social</strong>.<br />

A ativida<strong>de</strong> física é um <strong>do</strong>s<br />

principais elementos na busca da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida, sua prática leva <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a melhora<br />

das capacida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> seu praticante,<br />

até uma melhor interação nas relações<br />

sociais, a pessoa que apresenta <strong>de</strong>ficiência<br />

visual muitas vezes é privada <strong>de</strong>sse<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento em<br />

<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> estimulação ina<strong>de</strong>quada ou<br />

mesmo <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> estímulos. O autor<br />

<strong>de</strong>screve que, essa estimulação <strong>de</strong>ve ser<br />

feita da maneira mais a<strong>de</strong>quada possível<br />

(OLIVEIRA FILHO, 2003).<br />

De acor<strong>do</strong> com Diehl (2008), é<br />

fundamental <strong>para</strong> a pessoa porta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência visual, seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />

intelectual, <strong>social</strong> e físico, a estimulação <strong>de</strong><br />

suas capacida<strong>de</strong>s sensoriais (auditiva e<br />

tátil), por <strong>meio</strong> <strong>do</strong> esquema corporal. O<br />

conhecimento <strong>do</strong> corpo é importante <strong>para</strong> a<br />

formação <strong>de</strong> uma consciência corporal<br />

realista no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Um processo <strong>de</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong>s<br />

porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s educacionais<br />

especiais é <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ferramentas e<br />

executar ações <strong>para</strong> eliminar barreiras e<br />

promover a acessibilida<strong>de</strong>, objetivan<strong>do</strong> a<br />

sugerir intervenções, promover<br />

consciências e treinamentos (SILVA,<br />

2007).<br />

A <strong>inclusão</strong> das pessoas em<br />

condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência não se trata<br />

apenas <strong>de</strong> inserir uma pessoa <strong>de</strong>ficiente na<br />

socieda<strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong> Forest; Pearpoint<br />

(1997) apud Zoboli; Barreto (2006),<br />

<strong>inclusão</strong> não quer absolutamente dizer que<br />

somos to<strong>do</strong>s iguais, celebra sim, nossa<br />

diversida<strong>de</strong> e diferença com respeito e<br />

gratidão. Reconstruin<strong>do</strong> nossos corações e<br />

nos dar ferramentas que permitem uma<br />

família global.<br />

OBJETIVO GERAL<br />

Verificar a <strong>inclusão</strong> <strong>social</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficientes visuais praticantes <strong>de</strong> <strong>goalball</strong>.<br />

OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

I<strong>de</strong>ntificar o motivo da escolha da<br />

modalida<strong>de</strong>;<br />

verificar a importância <strong>do</strong> <strong>goalball</strong> na<br />

vida <strong>do</strong>s praticantes;<br />

verificar o tempo em que o atleta<br />

pratica <strong>goalball</strong> e com<strong>para</strong>r o tempo <strong>de</strong><br />

prática com os aspectos da <strong>inclusão</strong> e<br />

investigar a <strong>inclusão</strong> <strong>social</strong> promovida<br />

pelo esporte.<br />

MÉTODO<br />

PARTICIPANTES<br />

Foram participantes <strong>de</strong>sta<br />

pesquisa 30 indivíduos porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência visual em diferentes níveis, <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rada à acentuada, praticantes <strong>de</strong><br />

<strong>goalball</strong>, sen<strong>do</strong> 20 homens e 10 mulheres,<br />

com ida<strong>de</strong> varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 14 a 46 anos,<br />

amplitu<strong>de</strong> total <strong>de</strong> 32, mediana <strong>de</strong> 27,<br />

média aritmética <strong>de</strong> 27.2, variância 70.4,<br />

<strong>de</strong>svio padrão 8.39.<br />

Os participantes foram<br />

organiza<strong>do</strong>s em grupos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

tempo <strong>de</strong> prática <strong>do</strong>s mesmos, aqueles que<br />

praticam o <strong>goalball</strong> entre 1 mês a 6 meses<br />

representam o Grupo 1, aqueles que<br />

praticam entre 7 meses a 24 meses<br />

4


epresentam o Grupo 2 e os atletas que<br />

praticam acima <strong>de</strong> 24 meses representam o<br />

Grupo 3.<br />

Sen<strong>do</strong> esses participantes<br />

oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio a este<br />

público, representantes da Associação <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>ficientes visuais e amigos - Olhar Tátil e<br />

Hospital Pró Visão.<br />

MATERIAL<br />

Para cumprir os objetivos<br />

propostos da pesquisa foi utiliza<strong>do</strong> um<br />

Questionário (Anexo A) elabora<strong>do</strong> pelos<br />

Autores em conjunto com o orienta<strong>do</strong>r,<br />

constan<strong>do</strong> 5 perguntas abertas e 1 escala<br />

conten<strong>do</strong> 10 itens, numerada <strong>de</strong> 1 à 5,<br />

sen<strong>do</strong> 1 o menos importante e 5 o mais<br />

importante.<br />

PROCEDIMENTO<br />

Foi utilizada uma Autorização<br />

(Anexo B) as Entida<strong>de</strong>s esclarecen<strong>do</strong> o<br />

motivo da pesquisa e asseguran<strong>do</strong> o sigilo<br />

absoluto em relação à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da<br />

instituição e <strong>do</strong>s praticantes participantes.<br />

Em seguida os atletas foram<br />

orienta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira clara, <strong>para</strong> que to<strong>do</strong>s<br />

ficassem cientes <strong>do</strong> objetivo da pesquisa, e<br />

<strong>como</strong> <strong>de</strong>veriam respon<strong>de</strong>r as questões.<br />

Então, foi solicitada a assinatura <strong>de</strong> um<br />

Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e<br />

Esclareci<strong>do</strong> (Anexo C) e aplica<strong>do</strong> os<br />

questionários <strong>de</strong> forma individual e <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com as limitações <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> cada<br />

um, uma parte <strong>do</strong>s participantes<br />

respon<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> forma oral, outros através<br />

<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> leitura em Braille.<br />

PROCEDIMENTOS DE<br />

ANALISES DE DADOS<br />

Os da<strong>do</strong>s foram processa<strong>do</strong>s<br />

qualitativamente e quantitativamente por<br />

<strong>meio</strong> <strong>de</strong> freqüência e porcentagem, sen<strong>do</strong><br />

apoia<strong>do</strong> e teste inferencial não<br />

<strong>para</strong>métrico.<br />

Para verificar a similarida<strong>de</strong> e<br />

homogeneida<strong>de</strong> entre as variáveis aplica-se<br />

o teste <strong>de</strong> χ 2 toman<strong>do</strong> <strong>como</strong> se por base Ho<br />

= 0 e Ha # 0.<br />

Para garantir o saber geral o nível<br />

<strong>de</strong> significância foi estipula<strong>do</strong> em p ≥ 0,05<br />

aceito na área.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Os da<strong>do</strong>s foram organiza<strong>do</strong>s e<br />

Tabelas e figuras sob forma <strong>de</strong> freqüências,<br />

médias e porcentagens <strong>para</strong> melhor<br />

visualização e <strong>de</strong>scrição.<br />

Tabela 1 – Tempo <strong>de</strong> prática<br />

Variáveis F %<br />

1 mês a 6 meses 6 20<br />

7 meses a 24 meses 12 40<br />

Acima <strong>de</strong> 24 meses 12 40<br />

Total 30 100<br />

Quanto ao tempo <strong>de</strong> prática <strong>do</strong><br />

<strong>goalball</strong>, na Tabela 1, po<strong>de</strong>-se observar que<br />

20% <strong>do</strong>s participantes da pesquisa<br />

praticam o <strong>goalball</strong> entre 1 mês a 6 meses,<br />

40% praticam entre 7 meses a 24 meses, e<br />

outros 40% acima <strong>de</strong> 24 meses, obten<strong>do</strong><br />

uma média <strong>de</strong> 24 meses.<br />

No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s e<br />

discussões referente aos itens da Figura 1,<br />

correlaciona<strong>do</strong>s com a Tabela 1, as<br />

5


variáveis da Tabela foram organizadas em<br />

grupos, os participantes que praticam o<br />

<strong>goalball</strong> entre 1 mês a 6 meses representam<br />

o Grupo 1, aqueles que praticam entre 7<br />

meses a 24 meses representam o Grupo 2 e<br />

os atletas que praticam acima <strong>de</strong> 24 meses<br />

representam o Grupo 3.<br />

Para verificar a similarida<strong>de</strong> e<br />

homogeneida<strong>de</strong> <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> prática, foi<br />

aplica<strong>do</strong> o teste χ 2 . Estabelecen<strong>do</strong> por base<br />

Ho = 0 e Ha # 0 manten<strong>do</strong> o nível <strong>de</strong><br />

significância 0,05, sen<strong>do</strong> ngl = 2, χc 2 = 5,99<br />

e χo 2 = 7,99, obten<strong>do</strong> o χo 2 ≥ χc2 + Ho houve<br />

diferença significante, ten<strong>do</strong> as variáveis 7<br />

meses a 24 meses e acima <strong>de</strong> 24 meses<br />

maior <strong>de</strong>staque sobre a outra.<br />

Segun<strong>do</strong> Bagatini (1984), <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que tenha <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> uma auto-imagem,<br />

o <strong>de</strong>ficiente visual apesar <strong>de</strong> ter<br />

necessida<strong>de</strong>s especiais, po<strong>de</strong> realizar um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> e a partir <strong>do</strong><br />

momento em que o praticante conquista<br />

bons resulta<strong>do</strong>s a sua motivação crescerá<br />

<strong>de</strong> forma significativa.<br />

Figura 1 – Tempo <strong>de</strong> prática com os aspectos<br />

da <strong>inclusão</strong><br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

1 mês à 6 meses<br />

7 meses à 24 meses<br />

acima <strong>de</strong> 24 meses<br />

Em relação ao <strong>goalball</strong> <strong>como</strong><br />

<strong>meio</strong> <strong>de</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>social</strong>, a Figura 1,<br />

representa a questão na qual os<br />

participantes <strong>de</strong>veriam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

seu ponto <strong>de</strong> vista avaliar 10 itens e<br />

atribuir aos mesmos uma nota através <strong>de</strong><br />

números dígitos <strong>de</strong> 1 a 5, sen<strong>do</strong> 5 <strong>de</strong> maior<br />

importância e 1 <strong>de</strong> menor importância.<br />

De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s o<br />

primeiro item que refere se o atleta se sente<br />

incluso perante a socieda<strong>de</strong>, os<br />

participantes que praticam o <strong>goalball</strong> entre<br />

1 mês à 6 meses obteve uma média <strong>de</strong> 4,8,<br />

média acima <strong>do</strong>s participantes que<br />

praticam à mais tempo, os que praticam<br />

entre 7 meses à 24 meses apresentaram<br />

uma média <strong>de</strong> 4,5 e acima <strong>de</strong> 24 meses 3,9.<br />

O item seguinte trata-se, se o<br />

<strong>de</strong>sporto proporciona aos atletas mais<br />

segurança em suas atitu<strong>de</strong>s, os<br />

participantes <strong>do</strong> Grupo 1 e 2 obtiveram à<br />

média equi<strong>para</strong>da <strong>de</strong> 4,8, já o Grupo 3<br />

apresentou a média <strong>de</strong> 4,4 à mesma média<br />

<strong>do</strong> item seguinte que fala sobre sua<br />

autonomia no trabalho, o Grupo 1 também<br />

apresentou o mesmo resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> item<br />

anterior, já o Grupo 3 apresentou uma<br />

média <strong>de</strong> 4,4, abaixo da média <strong>do</strong> item<br />

anterior.<br />

As médias <strong>do</strong> próximo<br />

componente <strong>de</strong>batem certo <strong>de</strong>clínio em<br />

relação aos itens anteriores, sobre se o<br />

<strong>de</strong>sporto promoveu uma melhor autonomia<br />

no convívio <strong>social</strong>, o Grupo 2 apresentou à<br />

média <strong>de</strong> 4,5 acima da média que o Grupo<br />

1 apresentou <strong>de</strong> 4,3 e o grupo 3 <strong>de</strong>caiu <strong>para</strong><br />

uma média <strong>de</strong> 3,7.<br />

Em relação se através <strong>do</strong> <strong>de</strong>sporto<br />

houve uma melhora no convívio familiar, o<br />

Grupo 1 se <strong>de</strong>stacou mais que os outros<br />

mais uma vez apresentan<strong>do</strong> a média <strong>de</strong> 4,7,<br />

o Grupo 2 apresentou média 4,5 e o Grupo<br />

3 apresentou média 4. Já no próximo item<br />

que trata se a modalida<strong>de</strong> proporcionou um<br />

melhora da aptidão física nas tarefas<br />

diárias, quem <strong>de</strong>stacou mais foi o Grupo 2<br />

com uma média <strong>de</strong> 4,7, o Grupo 3<br />

apresentou uma média <strong>de</strong> 4,3 e o Grupo 1<br />

6


aqueles que praticam o <strong>de</strong>sporto há menos<br />

tempo apresentaram média <strong>de</strong> 4,5.<br />

Os <strong>do</strong>is próximos componentes<br />

que ilustram se o <strong>de</strong>porto promove<br />

estimulo <strong>para</strong> novas práticas <strong>de</strong> outros<br />

esportes e estimulo <strong>para</strong> novas ativida<strong>de</strong>s<br />

pessoais, obtiveram os seguintes resulta<strong>do</strong>s<br />

o Grupo 1 se <strong>de</strong>stacou mais em relação aos<br />

outros com uma média 5 nos <strong>do</strong>is itens, o<br />

Grupo 2 apresentou média <strong>de</strong> 4,5 nos <strong>do</strong>is<br />

itens e o Grupo 3 aqueles que praticam o<br />

<strong>goalball</strong> há mais tempo apresentaram<br />

média <strong>de</strong> 4,4 nos <strong>do</strong>is itens cita<strong>do</strong>s.<br />

O item seguinte trata-se <strong>para</strong> os<br />

atletas se a prática <strong>do</strong> <strong>goalball</strong> promoveu<br />

diminuição da discriminação <strong>social</strong> em<br />

relação à <strong>de</strong>ficiência, o Grupo 1 obteve<br />

mais uma vez média máxima 5, o Grupo 2<br />

apresentou média 4,4 e o Grupo 3 média <strong>de</strong><br />

4,3.<br />

O ultimo componente refere se o<br />

<strong>goalball</strong> proporcionou melhor<br />

relacionamentos pessoais <strong>para</strong> seus<br />

praticantes, o Grupo 3 apresentou uma<br />

média 4, o Grupo 2 apresentou média <strong>de</strong><br />

4,7 e o Grupo 1 obtiveram a média mais<br />

<strong>de</strong>stacada referente à média máxima 5.<br />

De maneira geral po<strong>de</strong>-se dizer<br />

que os atletas que praticam <strong>goalball</strong> entre 1<br />

mês a 6 meses apresentam maior satisfação<br />

e empenho nas ativida<strong>de</strong>s partin<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

principio que os mesmos estão na fase <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quação à nova modalida<strong>de</strong> e <strong>inclusão</strong>,<br />

na maioria das vezes esses vêem <strong>de</strong> uma<br />

vida se<strong>de</strong>ntária e quan<strong>do</strong> começam a<br />

praticar a ativida<strong>de</strong> eles se <strong>de</strong>dicam <strong>para</strong><br />

que sejam bem a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s a esse novo<br />

grupo que já vem pratican<strong>do</strong> a mais tempo.<br />

Quanto ao grupo <strong>de</strong> atletas que<br />

praticam <strong>goalball</strong> entre 7 meses a 24<br />

meses, com<strong>para</strong>n<strong>do</strong> com o grupo anterior,<br />

eles apresentaram um certo <strong>de</strong>clínio nas<br />

suas opiniões em relação ao outro grupo.<br />

Porém, alguns itens referente à auto<br />

segurança, autonomia no convívio <strong>social</strong> e<br />

melhora da aptidão física, obtiveram um<br />

<strong>de</strong>staque maior, isso <strong>de</strong>monstra a<br />

importância que os mesmos atribuem em<br />

relação ao seu ponto <strong>de</strong> vista, <strong>do</strong> <strong>goalball</strong><br />

<strong>como</strong> <strong>meio</strong> <strong>de</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>social</strong>.<br />

Os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Figura<br />

1 referente aos atletas que praticam<br />

<strong>goalball</strong> acima <strong>de</strong> 24 meses, <strong>de</strong>monstram<br />

que os mesmos já têm opiniões mais<br />

diversificadas, mostra que os mesmos pelo<br />

fato <strong>de</strong> terem mais experiência tiveram<br />

mais proprieda<strong>de</strong> <strong>para</strong> com as respostas,<br />

esses tem outra concepção quanto ao<br />

<strong>goalball</strong>, não só <strong>como</strong> um <strong>para</strong> <strong>de</strong>sporto,<br />

isso se po<strong>de</strong> notar nos itens que obtiveram<br />

mais <strong>de</strong>staque entre eles, <strong>como</strong> autonomia<br />

no trabalho, segurança em suas atitu<strong>de</strong>s,<br />

outros esportes, novas ativida<strong>de</strong>s pessoais.<br />

Esse resulta<strong>do</strong> foi similar ao que<br />

expõe Diehl (2008), que ressalta no<br />

processo <strong>de</strong> <strong>inclusão</strong> a pessoa vai se<br />

tornan<strong>do</strong> mais confiante em si mesma,<br />

possibilitan<strong>do</strong> novas aprendizagens tanto<br />

cognitivas, quanto motoras e sociais.<br />

Tabela 2 – Motivação <strong>para</strong> a prática<br />

Variáveis F %<br />

Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida 12 40<br />

Incentivo <strong>do</strong>s amigos 8 26,7<br />

I<strong>de</strong>ntificação com a<br />

modalida<strong>de</strong> 6 20<br />

Por falta <strong>de</strong> opção <strong>de</strong><br />

esportes 4 13,3<br />

Total 30 100<br />

Na Tabela 2 foram organizadas<br />

por <strong>meio</strong> das respostas apresentadas em<br />

relação à pergunta aberta, referentes à<br />

escolha <strong>de</strong> se <strong>de</strong>dicar ao <strong>goalball</strong>. Estas<br />

respostas foram agrupadas por categorias e<br />

as mesmas computadas. Desta forma<br />

encontramos as seguintes respostas:<br />

7


A resposta que mais se <strong>de</strong>stacou<br />

foi à busca <strong>de</strong> uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida com 39,9%; em seguida por incentivo<br />

<strong>do</strong>s amigos com 26,6%; 20% apresentaram<br />

uma i<strong>de</strong>ntificação com a modalida<strong>de</strong>; e<br />

13,3% por falta <strong>de</strong> opção <strong>de</strong> esportes <strong>para</strong><br />

<strong>de</strong>ficientes visuais.<br />

Para verificar a similarida<strong>de</strong> e<br />

homogeneida<strong>de</strong> <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> prática, foi<br />

aplica<strong>do</strong> o teste χ 2 . Estabelecen<strong>do</strong> por base<br />

Ho = 0 e Ha # 0 manten<strong>do</strong> o nível <strong>de</strong><br />

significância 0,05, sen<strong>do</strong> ngl = 3, χc 2 = 9,49<br />

e χo 2 = 15,58, obten<strong>do</strong> o χo 2 ≥ χc2 + Ho<br />

houve diferença significante, ten<strong>do</strong> a<br />

variável qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida maior <strong>de</strong>staque<br />

sobre as outras.<br />

O resulta<strong>do</strong> que apontou à<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>como</strong> principal fator <strong>de</strong><br />

motivação <strong>para</strong> a prática da modalida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>monstra que os atletas após criar o<br />

hábito da prática regular e a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sporto, acreditam que são<br />

proporcionadas melhores condições <strong>para</strong><br />

um bem estar físico, psíquico e <strong>social</strong>,<br />

coincidin<strong>do</strong> com o exposto por Oliveira<br />

Filho (2003), que menciona o valor da<br />

modalida<strong>de</strong> na formação e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoas com<br />

necessida<strong>de</strong>s especiais.<br />

O incentivo <strong>do</strong>s amigos,<br />

familiares e professores, é um fator<br />

importante <strong>para</strong> que o atleta sente-se<br />

motiva<strong>do</strong> a participar coletivamente <strong>do</strong><br />

<strong>goalball</strong> através <strong>do</strong> apoio <strong>do</strong>s mesmos. E<br />

comprova que a modalida<strong>de</strong> oferece<br />

melhores oportunida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> que as<br />

pessoas com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>senvolvam<br />

habilida<strong>de</strong>s sociais. Acrescentan<strong>do</strong> os<br />

resulta<strong>do</strong>s seguintes referentes às respostas<br />

apresentadas <strong>como</strong> i<strong>de</strong>ntificação com a<br />

modalida<strong>de</strong> e por falta <strong>de</strong> opção <strong>de</strong><br />

esportes <strong>para</strong> <strong>de</strong>ficientes visuais, conforme<br />

Oliveira Filho (2003), relata que a<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva proporciona aos<br />

praticantes com necessida<strong>de</strong>s especiais<br />

uma melhor interação nas relações sociais.<br />

Tabela 3 – Importância <strong>do</strong> <strong>goalball</strong> em sua<br />

vida<br />

Variáveis F %<br />

Amiza<strong>de</strong>s construídas 11 36,6<br />

Estimulo <strong>para</strong> novas<br />

ativida<strong>de</strong>s 8 26,6<br />

Melhora na orientação<br />

espacial 6 20<br />

Saú<strong>de</strong> 3 10<br />

Motivação 2 6,6<br />

Total 30 100<br />

Na Tabela 3 <strong>como</strong> na anterior,<br />

foram organizadas por <strong>meio</strong> das respostas<br />

apresentadas em relação à questão aberta,<br />

referentes à importância <strong>do</strong> <strong>goalball</strong> em<br />

sua vida, estas respostas foram agrupadas<br />

por categorias e as mesmas computadas.<br />

Desta forma encontramos as seguintes<br />

respostas:<br />

A resposta que, mas se <strong>de</strong>stacou<br />

foram amiza<strong>de</strong>s construídas com 36,6%;<br />

estimulo <strong>para</strong> novas ativida<strong>de</strong>s resultaram<br />

26,6%; em seguida melhora na orientação<br />

espacial com 20%; saú<strong>de</strong> apresentou 10%<br />

<strong>do</strong>s participantes; e 6,6% apresentaram que<br />

o <strong>goalball</strong> lhe trás motivação em sua vida.<br />

Para verificar a similarida<strong>de</strong> e<br />

homogeneida<strong>de</strong> <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> prática, foi<br />

aplica<strong>do</strong> o teste χ 2 . Estabelecen<strong>do</strong> por base<br />

Ho = 0 e Ha # 0 manten<strong>do</strong> o nível <strong>de</strong><br />

significância 0,05, sen<strong>do</strong> ngl = 4, χc 2 =<br />

11,07 e χo 2 = 30.15, obten<strong>do</strong> o χo 2 ≥ χc2 +<br />

Ho houve diferença significante, ten<strong>do</strong> a<br />

variável amiza<strong>de</strong>s construídas maior<br />

<strong>de</strong>staque sobre as outras.<br />

Nos resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s na<br />

Tabela acima, po<strong>de</strong>mos observar que as<br />

amiza<strong>de</strong>s construídas e estímulos <strong>para</strong><br />

novas ativida<strong>de</strong>s obtiveram um <strong>de</strong>staque<br />

maior pelos participantes, enfatizan<strong>do</strong>-se<br />

8


uma socieda<strong>de</strong> com menos <strong>para</strong>digmas<br />

<strong>para</strong> com os <strong>de</strong>ficientes visuais e mais<br />

justos no quesito <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> e acesso<br />

à vida <strong>social</strong>, coincidin<strong>do</strong> com o exposto<br />

por Munster (2008), que menciona a<br />

<strong>inclusão</strong> <strong>como</strong> beneficio nos<br />

relacionamentos inter pessoais e no<br />

processo <strong>de</strong> aprendizagem, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com<br />

sua faixa etária.<br />

O resulta<strong>do</strong> que apontou melhora<br />

na orientação espacial, equivalente a 20%<br />

<strong>do</strong>s participantes, comprova que o <strong>goalball</strong><br />

é completo no ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />

informações e orientações <strong>para</strong> com seus<br />

praticantes, isto coinci<strong>de</strong> com o exposto<br />

por Oliveira Filho (2003), que menciona o<br />

<strong>de</strong>sporto <strong>como</strong> referência espacial através<br />

<strong>de</strong> um trabalho auditivo e tátil.<br />

De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s,<br />

po<strong>de</strong>mos ressaltar que o <strong>para</strong> <strong>de</strong>sporto<br />

propicia a aprendizagem <strong>de</strong> novas<br />

habilida<strong>de</strong>s motoras e um auto conceito<br />

positivo, resultan<strong>do</strong> aos atletas um<br />

ambiente mais estimulante e mais<br />

motivação, tornan<strong>do</strong> essas pessoas<br />

possui<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> auto-estima.<br />

CONCLUSÃO E SUGESTÃO<br />

Concluiu-se por <strong>meio</strong> <strong>de</strong>ste<br />

trabalho que a motivação <strong>para</strong> a prática <strong>do</strong><br />

<strong>goalball</strong> surge a partir <strong>de</strong> uma busca <strong>de</strong><br />

melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, além <strong>do</strong><br />

incentivo <strong>do</strong>s amigos, já que a prática<br />

promove aos atletas melhores condições<br />

<strong>para</strong> um bem estar físico e <strong>social</strong>. Os<br />

praticantes se i<strong>de</strong>ntificaram mais com a<br />

modalida<strong>de</strong> conforme a mesma é difundida<br />

especificamente <strong>para</strong> os <strong>de</strong>ficientes visuais<br />

que também opinaram por falta <strong>de</strong> opção<br />

<strong>de</strong> esportes <strong>para</strong> os mesmos.<br />

Através <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

neste trabalho, po<strong>de</strong>-se concluir que o<br />

<strong>goalball</strong> é importante na vida <strong>de</strong> seus<br />

praticantes porque através da modalida<strong>de</strong><br />

são promovi<strong>do</strong>s melhores relacionamentos<br />

interpessoais, orientação espacial por conta<br />

<strong>do</strong> trabalho auditivo e tátil e também<br />

estímulos <strong>para</strong> novas ativida<strong>de</strong>s.<br />

O tempo <strong>de</strong> prática apresenta<strong>do</strong><br />

pelos participantes da pesquisa é em média<br />

<strong>de</strong> 24 meses e foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> que os<br />

atletas que praticam o <strong>goalball</strong> acima <strong>de</strong> 24<br />

meses, obtém um ponto <strong>de</strong> vista mais<br />

<strong>para</strong>digmática nos aspectos inclusivos que<br />

o <strong>para</strong> <strong>de</strong>sporto oferece em relação aos<br />

atletas que praticam a menos tempo, que se<br />

sentem mais motiva<strong>do</strong>s e estimula<strong>do</strong>s<br />

perante os quesitos questiona<strong>do</strong>s <strong>para</strong> os<br />

mesmos.<br />

Os atletas apontaram por <strong>meio</strong><br />

<strong>de</strong>ste trabalho que a modalida<strong>de</strong> oferece<br />

melhores oportunida<strong>de</strong>s no processo <strong>de</strong><br />

<strong>inclusão</strong> <strong>para</strong> as pessoas que apresentam<br />

<strong>de</strong>ficiência visual, envolven<strong>do</strong> os mesmos<br />

no processo dinâmico da aprendizagem<br />

<strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong>, motivan<strong>do</strong> e<br />

<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> habilida<strong>de</strong>s motoras,<br />

cognitivas e sociais.<br />

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11

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