Estruturas Metálicas - Ligações - Universidade Fernando Pessoa
Estruturas Metálicas - Ligações - Universidade Fernando Pessoa
Estruturas Metálicas - Ligações - Universidade Fernando Pessoa
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<strong>Estruturas</strong><br />
<strong>Metálicas</strong><br />
EC3 (versão 1993) - <strong>Ligações</strong><br />
Série ESTRUTURAS<br />
joão guerra martins 2.ª edição / 2011
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Prefácio<br />
Este texto resulta do trabalho de aplicação realizado pelos alunos de sucessivos cursos de<br />
Engenharia Civil da <strong>Universidade</strong> <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong>, vindo a ser gradualmente melhorado e<br />
actualizado.<br />
A sua fonte assenta no EC3 (de notar que ainda na versão de 1993, excepto exemplo<br />
numérico no último anexo, de acordo com a versão actual), publicações do ESDEP, sebentas<br />
das cadeiras congéneres de diversas Escolas e Faculdade de Engenharia, bem como outros<br />
documentos de entidades de reconhecida idoneidade, além dos tratados clássicos desta área e<br />
outra bibliografia mais recente, cuja referência se encontra no final deste trabalho.<br />
Apresenta-se, deste modo, aquilo que se poderá designar de um texto bastante compacto,<br />
completo e claro, entendido não só como suficiente para a aprendizagem elementar do aluno<br />
de engenharia civil, quer para a prática do projecto de estruturas correntes.<br />
Certo é ainda que pretende o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer<br />
à especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ao que se julga pertinente e alargar-se<br />
ao que se pensa omitido.<br />
Para tanto conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os contributos técnicos<br />
que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.<br />
João Guerra Martins
I<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Índice Geral<br />
Índice Geral ................................................................................................................... I<br />
Índice de Figuras ..................................................................................................... VII<br />
Índice de Quadros ................................................................................................... XII<br />
1. <strong>Ligações</strong> sujeitas a acções estáticas - bases ........................................................... 1<br />
1.1. Introdução ........................................................................................................................ 1<br />
1.2. Esforços aplicados ........................................................................................................... 4<br />
1.3. Resistência das ligações ................................................................................................... 5<br />
1.4. Hipóteses de cálculo ........................................................................................................ 5<br />
1.5. Fabrico e montagem ......................................................................................................... 6<br />
2. Intersecções .............................................................................................................. 8<br />
3. <strong>Ligações</strong> solicitadas por cortes sujeitas a vibrações e/ou inversão de<br />
esforços ......................................................................................................................... 9<br />
4. Classificação das ligações ...................................................................................... 10<br />
4.1. Generalidades ................................................................................................................. 10<br />
4.2. Classificação segundo a rigidez ..................................................................................... 11<br />
4.2.1. <strong>Ligações</strong> articuladas/flexíveis ................................................................................ 11<br />
4.2.2. <strong>Ligações</strong> rígidas ...................................................................................................... 12<br />
4.2.3. <strong>Ligações</strong> semi-rígidas ............................................................................................. 14
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
4.3. Classificação segundo a resistência ............................................................................... 14<br />
4.3.1. <strong>Ligações</strong> articuladas ............................................................................................... 15<br />
4.3.3. <strong>Ligações</strong> de resistência total ................................................................................... 16<br />
4.3.3. <strong>Ligações</strong> de resistência parcial ............................................................................... 16<br />
4.4. Princípios gerais ............................................................................................................. 17<br />
5. <strong>Ligações</strong> aparafusadas, rebitadas ou articuladas ............................................... 21<br />
5.1. Disposição dos furos para parafusos e rebites ............................................................... 21<br />
5.1.1. Bases ....................................................................................................................... 21<br />
5.1.2. Distância mínima ao topo ....................................................................................... 21<br />
5.1.3. Distância mínima ao bordo lateral ......................................................................... 22<br />
5.1.4. Distâncias máximas ao topo e ao bordo lateral ...................................................... 22<br />
5.1.5. Afastamento mínimo .............................................................................................. 22<br />
5.1.6. Afastamento máximo em elementos comprimidos ................................................ 24<br />
5.1.7. Afastamento máximo em elementos traccionados ................................................. 24<br />
5.1.8. Furos ovalizados ..................................................................................................... 25<br />
5.2. Redução das secções devido a furos de parafusos ou rebites ........................................ 25<br />
5.2.1. Generalidades ......................................................................................................... 25<br />
5.2.2. Valor de cálculo da resistência ao esforço transverso ............................................ 25<br />
5.2.3. Cantoneiras ligadas por uma aba ............................................................................ 27<br />
5.3. Categorias de ligações aparafusadas .............................................................................. 29<br />
5.3.1. <strong>Ligações</strong> ao corte .................................................................................................... 29<br />
5.3.2. <strong>Ligações</strong> traccionadas ............................................................................................ 30
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
5.4. Distribuição das forças pelos parafusos ou rebites ........................................................ 32<br />
5.5. Resistências de cálculo dos parafusos ............................................................................ 34<br />
5.6. Resistência de cálculo de Rebites .................................................................................. 38<br />
5.7. Parafusos e rebites de cabeça de embeber ..................................................................... 40<br />
5.8. Parafusos de alta resistência em ligações resistentes ao escorregamento ...................... 40<br />
5.8.1. Resistência ao escorregamento ............................................................................... 40<br />
5.8.2. Pré-esforço ............................................................................................................. 43<br />
5.8.3. Coeficiente de atrito ............................................................................................... 45<br />
5.8.4. Combinação de tracção e corte ............................................................................... 46<br />
5.9. Efeito de alavanca ..................................................................................................... 48<br />
5.10. Juntas longas ................................................................................................................ 49<br />
5.11. <strong>Ligações</strong> por sobreposição simples com um parafuso ................................................. 51<br />
5.12. <strong>Ligações</strong> com chapa de forra ....................................................................................... 51<br />
5.13. <strong>Ligações</strong> articuladas ..................................................................................................... 52<br />
5.13.1. Campo de aplicação ............................................................................................. 52<br />
5.13.2. Furos para cavilhas e chapas de olhal .................................................................. 52<br />
5.13.3. Dimensionamento de cavilhas .............................................................................. 54<br />
6. <strong>Ligações</strong> soldadas .................................................................................................. 56<br />
6.1. Generalidades ................................................................................................................. 56<br />
6.2. Geometria e dimensões .................................................................................................. 60<br />
6.2.1. Tipos de soldadura ................................................................................................. 60<br />
6.2.2. Soldadura de ângulo ............................................................................................... 62
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6.2.3. Soldadura por entalhe ............................................................................................. 63<br />
6.2.4. Soldadura de topo ................................................................................................... 63<br />
6.2.5. Soldaduras por pontos ............................................................................................ 65<br />
6.2.6. Soldaduras sem chanfro ......................................................................................... 65<br />
6.3. Arranque Lamelar .......................................................................................................... 67<br />
6.4. Distribuição de forças .................................................................................................... 68<br />
.6.5. Resistência de calculo de um cordão de ângulo ............................................................ 70<br />
6.5.1. Comprimento efectivo ............................................................................................ 70<br />
6.5.2. Espessura do cordão ............................................................................................... 71<br />
6.5.3. Resistência por unidade de comprimento ............................................................... 72<br />
6.6. Resistência de calculo das soldaduras de topo ............................................................... 75<br />
6.6.1. Soldaduras de topo de penetração total .................................................................. 75<br />
6.6.2. Soldaduras de topo de penetração parcial .............................................................. 76<br />
6.6.3. <strong>Ligações</strong> soldadas de topo em T ............................................................................ 77<br />
6.7. Resistência de cálculo de soldaduras por pontos e de entalhe ....................................... 78<br />
6.8. <strong>Ligações</strong> de banzos não reforçados ................................................................................ 78<br />
6.9. Juntas longas .................................................................................................................. 81<br />
6.10. Cantoneiras ligadas por uma aba ................................................................................. 83<br />
7. <strong>Ligações</strong> mistas ...................................................................................................... 84<br />
8. Cobrejuntas ............................................................................................................ 87<br />
8.1. Generalidades ................................................................................................................. 87<br />
8.2. Cobrejuntas em elementos comprimidos ....................................................................... 87
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
8.3. Cobrejuntas em elementos traccionados ................................................................... 88<br />
9. <strong>Ligações</strong> Viga-Pilar ............................................................................................... 89<br />
9.1. Bases .............................................................................................................................. 89<br />
9.2. Relações momento-rotação ............................................................................................ 90<br />
9.3. Classificação das ligações Viga-Pilar .......................................................................... 107<br />
9.4. Classificação das relações momento-rotação ............................................................... 110<br />
9.5. Cálculo das propriedades ............................................................................................. 112<br />
9.5.1. Momento resistente .............................................................................................. 112<br />
9.5.2. Rigidez de rotação ................................................................................................ 115<br />
9.5.3. Capacidade de rotação .......................................................................................... 115<br />
9.5.4. Regras de aplicação .............................................................................................. 115<br />
7.1. Exemplo de ligação viga-pilar aparafusada e soldada ................................................. 117<br />
10. <strong>Ligações</strong> de vigas trianguladas formadas por tubos ...................................... 136<br />
10.1. Resistência de cálculo ................................................................................................ 136<br />
10.2. Regras de aplicação .................................................................................................... 136<br />
11. <strong>Ligações</strong> de base de pilar .................................................................................. 137<br />
11.1. Chapas de base de pilar .............................................................................................. 137<br />
11.1.1. Chapas de base ................................................................................................... 137<br />
11.1.2. Chumbadouros ................................................................................................... 137<br />
11.1.3. Regras de aplicação ............................................................................................ 138<br />
11.2. <strong>Ligações</strong> bases de pilar .............................................................................................. 138<br />
11.3 Exemplo de <strong>Ligações</strong> bases de pilar ........................................................................... 146
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
11.3.1. Base de coluna com esforço axial ...................................................................... 146<br />
11.3.2. Base de coluna com momento-flector, esforço axial e esforço transverso ........ 150<br />
12. <strong>Ligações</strong> pilar-pilar ........................................................................................... 159<br />
13. <strong>Ligações</strong> viga-viga ............................................................................................. 162<br />
14. <strong>Ligações</strong> de contraventamento ......................................................................... 165<br />
ANEXO FOTOGRÁFICO ..................................................................................... 169<br />
ANEXO de EXEMPLO de APLICAÇÃO (EC3 de 2010). ................................. 176<br />
1. Introdução ............................................................................................................ 176<br />
1.1. Apresentação ................................................................................................................ 176<br />
1.2. Materiais base de construção ....................................................................................... 178<br />
1.3. Regulamentação orientativa ......................................................................................... 178<br />
1.4. Concepção .................................................................................................................... 179<br />
2. Acções ................................................................................................................... 187<br />
2.1. Acções .......................................................................................................................... 187<br />
3. Pormenores construtivos .................................................................................... 188<br />
4. Cálculos ................................................................................................................ 188<br />
5. Processo construtivo ............................................................................................ 203
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Índice de Figuras<br />
Figura 1 – Tipos básicos de uniões em estruturas metálicas ...................................................... 2<br />
Figura 2 – Os eixos das peças devem cruzar-se num ponto. Exemplo: Nó de uma treliça. ....... 8<br />
Figura 3 - Comportamento de ligações metálicas caracterizado por curvas momento flectorrotação<br />
(M-Ø), não lineares. .................................................................................................... 10<br />
Figura 4 - Uniões Viga-Viga flexíveis ..................................................................................... 11<br />
Figura 5 - Uniões Viga-Pilar flexíveis ..................................................................................... 12<br />
Figura 6 - Uniões Viga-Pilar rígidas ........................................................................................ 13<br />
Figura 7 - Uniões Viga-Viga rigidas ........................................................................................ 13<br />
Figura 8 – Efeito qualitativo das características de rigidez das uniões na mobilidade das<br />
estruturas .................................................................................................................................. 14<br />
Figura 9 – Classificação das ligações quanto à resistência. ..................................................... 15<br />
Figura 10 – Diagrama não linear real e diagramas aproximados para cálculo ........................ 17<br />
Figura 11 – Comparação entre comportamento do aço e das ligações correntes ..................... 18<br />
Figura 12 – Relação entre a tensão solicitante e a resposta em domínio elástico e/ou plástico<br />
do material ................................................................................................................................ 19<br />
Figura 13 – Situação de distribuição de esforços numa ligação real corrente ......................... 19<br />
Figura 14 – Esforços correntes em ligações: Tracção excêntrica (1); Corte (2); Tracção<br />
concêntrica; (3) Compressão (4); Painel de corte e flexão (5); Reforços para resistir ao efeito<br />
do binário da ligação (6). .......................................................................................................... 20<br />
Figura 15 – <strong>Ligações</strong> aparafusadas á tracção e ao corte puros ................................................. 21<br />
Figura 16 – Regras de furacão do EC3: em compressão e tracção .......................................... 23<br />
Figura 17 – Regras de furacão do EC3: furos ovalizados ........................................................ 24<br />
Figura 18 – Rotura por esforço transverso em ligação aparafusada ........................................ 28
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Figura 19 – <strong>Ligações</strong> de cantoneiras ........................................................................................ 29<br />
Figura 20 – Distribuição dos esforços pelos parafusos ou rebites ........................................... 33<br />
Figura 21 – Efeito de Alavanca ................................................................................................ 34<br />
Figura 22 – Atrito entre as superfícies de contacto de ligações aparafusadas pré-esforçadas . 42<br />
Figura 23 – Plano de corte de chapas em pré-esforço .............................................................. 44<br />
Figura 23 - Parafusos sujeitos a esforços combinados de tracção e corte ................................ 47<br />
Figura 24 - Efeito de alavanca .................................................................................................. 48<br />
Figura 25 - Forças de alavanca dependem da rigidez relativa e das proporções geométricas<br />
dos elementos da ligação .......................................................................................................... 49<br />
Figura 26 – Aumento da flexibilidade com a fluência dos parafusos e distribuição mais<br />
uniforme da carga ..................................................................................................................... 50<br />
Figura 27 – Ligação por sobreposição simples com parafuso ................................................. 51<br />
Figura 28 – Momento-flector em cavilha ................................................................................. 54<br />
Figura 29 – Exemplo do eventual bom desempenho de ligações articuldas ............................ 55<br />
Figura 31 – Ilustração da aplicação de uma soldadura ............................................................. 57<br />
Figura 32 – Ilustração da soldadura de ângulo e de topo ......................................................... 60<br />
Figura 34 – Espessuras efectivas de soldadura ........................................................................ 67<br />
Figura 35 – Disposições construtivas para evitar o arranque lamelar ...................................... 69<br />
Figura 36 – Disposições construtivas em soldaduras ............................................................... 70<br />
Figura 37 – Definição de espessura de cordão (a≥3mm) ......................................................... 71<br />
Figura 38 – Espessura de cordões ............................................................................................ 72<br />
Figura 40 – Representação da penetração de uma soldadura ................................................... 76<br />
Figura 41 – Representação de soldadura de topo em T ............................................................ 77
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Figura 42 – Representação da penetração de uma soldadura ................................................... 79<br />
Figura 43. Largura efectiva de uma ligação em T não reforçada ............................................. 79<br />
Figura 44 – Representação de soldadura de topo de penetração parcial e de topo em T ......... 80<br />
Figura 45 – Juntas longas em soldadura ................................................................................... 81<br />
Figura 46 – Exemplos de ligações mistas ................................................................................ 86<br />
Figura 47 – Tipos de ligação Viga-Pilar aparafusadas ............................................................. 89<br />
Figura 48 – Tipos de ligação Viga-Pilar aparafusadas, soldadas e mistas ............................... 90<br />
Figura 49 – Tipos de ligação Viga-Pilar com suporte em betão .............................................. 91<br />
Figura 50 – Funcionamento básico de tipos de ligação Viga-Pilar com suporte em betão ...... 92<br />
Figura 51 A – Tipos rotura de ligação Viga-Pilar .................................................................... 92<br />
Figura 51 B – Tipos rotura de ligação Viga-Pilar .................................................................... 93<br />
Figura 52 – Tipos de rotura de ligação Viga-Pilar ................................................................... 93<br />
Figura 53 – Tipos de ligação Viga-Pilar reforçadas ................................................................. 94<br />
Figura 54 – Tipos de ligação Viga-Pilar com rigidificador Morris .......................................... 94<br />
Figura 55 – Tipos de ligação Viga-Pilar aparafusadas com vista em corte ............................. 95<br />
Figura 56 – Modelo “T-stub” de ligação Viga-Pilar ................................................................ 96<br />
Figura 57 – Tipos de ligação Viga-Pilar .................................................................................. 96<br />
Figura 58 – Funcionamento básico de ligação Viga-Pilar ....................................................... 96<br />
Figura 59 – Modelo de deformação elementar de ligação Viga-Pilar ...................................... 97<br />
Figura 60 – Tipos de ligação Viga-Pilar .................................................................................. 97<br />
Figura 61 – Distribuição de tensões numa ligação Viga-Pilar tipo soldada ............................. 97<br />
Figura 62 – Tipos de reforços de ligação Viga-Pilar ............................................................... 98
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Figura 63 – Esforços típicos de ligação Viga-Pilar .................................................................. 98<br />
Figura 64 – Relação momento-rotação em tipos de ligação Viga-Pilar ................................... 99<br />
Figura 65 – Tipos de ligação, em termos de rigidez, em união Viga-Pilar ............................ 100<br />
Figura 66 (6.9.1 do EC3) Modelação de uma ligação por meio de uma mola de rotação ..... 102<br />
Figura 67 (6.9.2 do EC3) Obtenção de relações momento-rotação aproximadas .................. 103<br />
Figura 68 (6.9.3 do EC3) Propriedades de relação momento-rotação de cálculo .................. 104<br />
Figura 69 (6.9.4 do EC3) Relação momento-rotação com uma rotação inicial de rótula livre<br />
................................................................................................................................................ 104<br />
Figura 70 (6.9.5 do EC3) Rigidez de rotação Sj .................................................................... 105<br />
Figura 71 (6.9.6 do EC3) Variação da rigidez de rotação com o momento aplicado ............ 106<br />
Figura 72 (6.9.7 do EC3) Capacidade de rotação φCd .......................................................... 107<br />
Figura 73 (6.9.8 do EC3) Limites recomendados para a classificação de ligações ............... 111<br />
Figura 75 (6.9.9 do EC3) Exemplos de classificação das relações momento-rotação para<br />
ligações viga-pilar .................................................................................................................. 112<br />
Figura 76 (6.9.10 do EC3) Zonas críticas em ligações viga-pilar .......................................... 116<br />
Figura 77 A – <strong>Ligações</strong> base de pilar tradicionais ................................................................. 138<br />
Figura 77 B – <strong>Ligações</strong> base de pilar tradicionais ................................................................. 139<br />
Figura 77 C – <strong>Ligações</strong> base de pilar tradicionais ................................................................. 139<br />
Figura 78 – Distribuição de esforços em ligação base de pilar tradicional ............................ 140<br />
Figura 79 – Áreas não efectivas em bases de suporte ............................................................ 141<br />
Figura 80 – <strong>Ligações</strong> base de pilar tradicionais ..................................................................... 142<br />
Figura 81 - Ancoragem de chumbadouros ............................................................................. 143<br />
Figura 82 – Modelo de distribuição de esforços em ligação base de pilar tradicional .......... 144
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Figura 83 A – Tipos de ligação pilar-pilar ............................................................................. 159<br />
Figura 83 B – Tipos de ligação pilar-pilar ............................................................................ 160<br />
Figura 84 – Soluções construtivas em tipos de ligação pilar-pilar ou emendas de pilares .... 161<br />
Figura 85 – Tipos de ligação viga-viga articuladas ................................................................ 162<br />
Figura 85 – Ligação viga-viga em cumeeira .......................................................................... 162<br />
Figura 85 – Tipos de ligação viga-viga simples e compostas ................................................ 163<br />
Figura 85 – Tipos de ligação viga-viga articuladas ................................................................ 164<br />
Figura 86 – <strong>Ligações</strong> típicas de contraventamentos ............................................................... 165<br />
Figura 87 – Tipos básicos de uniões de contraventamento horizontal ................................... 166<br />
Figura 88 – Tipos básicos de uniões de contraventamento vertical aparafusadas ................. 167<br />
Figura 89 – Tipos básicos de uniões de contraventamento vertical soldadas ........................ 167
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Índice de Quadros<br />
Quadro 1 – Coeficientes de redução β2 e β3 ............................................................................. 28<br />
Quadro 2 - Categorias de ligações aparafusadas ...................................................................... 31<br />
Quadro 3 (6.5.3 do EC3) - Valores de cálculo das resistências dos parafusos ........................ 37<br />
Quadro 4 - Valor de cálculo da resistência ao esmagamento baseada no diâmetro do parafuso<br />
.................................................................................................................................................. 38<br />
Quadro 5 - Valores de cálculo das resistências de rebites ........................................................ 41<br />
Quadro 6. Condições Geométricas para chapas em ligações articuladas ................................. 53<br />
Quadro 7. Resistência de cálculo de ligações articuladas ........................................................ 55<br />
Quadro 8. Propriedades mecânicas de aços ............................................................................ 58<br />
Quadro 9. Composição química e Máx. CEV de aços (análise de vazamento) ....................... 59<br />
Quadro 10. Tipos comuns de ligações soldadas ....................................................................... 61<br />
Quadro 11. Tipos de soldadura de topo .................................................................................... 66<br />
Quadro 12. Factor de correcção βw para soldaduras em ângulo .............................................. 74<br />
Quadro 13. Classe de resistência de aços ................................................................................. 82<br />
Quadro 14. Diâmetros de tubos e características associadas ................................................... 82
1<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
1. <strong>Ligações</strong> sujeitas a acções estáticas - bases<br />
1.1. Introdução<br />
As edificações em estrutura metálica são constituídas por diferentes tipos de elementos e cada<br />
um destes elementos deve estar convenientemente unido às peças a si vizinhas, de modo a que<br />
possa cumprir o objectivo primário da concepção geral de uma estrutura: a segurança com<br />
funcionalidade.<br />
Isto implica a utilização de distintos tipos de uniões, sendo os principais tipos:<br />
• Os que se introduzem quando tem lugar uma mudança de direcção, por exemplo, as<br />
uniões viga com pilar, viga com viga e uniões entre barras adjacentes;<br />
• Os que se requerem para assegurar tamanhos adequados para efeitos de transporte e<br />
montagem, os pilares, por exemplo, podem-se emendar por cada três pisos;<br />
• Os que tem lugar quando se produz uma alteração de componente, o que inclui a união<br />
da estrutura de aço a com outras partes do edifício, como podem ser bases de pilar,<br />
uniões a núcleos de betão armado e uniões com paredes, lajes e coberturas.<br />
A figura 1 mostra exemplos básicos de uniões no contexto de um pórtico de vários pisos,<br />
sendo as uniões são partes importantes de qualquer estrutura metálica.<br />
Na verdade, as propriedades mecânicas das uniões influem decisivamente no conjunto das<br />
mais importantes características da estrutura:<br />
• Resistência;<br />
• Rigidez;<br />
• Estabilidade.<br />
Também o número de uniões e sua complexidade tem una influência determinante no tempo<br />
necessário para a análise e dimensionamento da própria estrutura.<br />
Por outro lado, o fabrico das uniões, o seja, o corte, posicionamento, furacão, soldadura,<br />
nervuras, casquilhos e rigidificadores representam grande parte do trabalho de oficina. Ainda,
2<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
a facilidade com que possam efectuar-se essas uniões em obra é um factor chave na sua<br />
montagem global<br />
Por tudo isto, a selecção das ligações, o seu projecto e detalhe tem uma influência muito<br />
significativa no custo da estrutura de um edifício.<br />
Figura 1 – Tipos básicos de uniões em estruturas metálicas<br />
Da análise das diversas tipologias de ligações existentes ressalta a utilização de elementos<br />
construtivos que se podem caracterizar por:<br />
• Parafusos;<br />
• Cordões de soldadura;<br />
• Placas e chapas de aço de ligação e de reforço.<br />
Os quais, após fabricação adequada, permitem a união em obra de elementos estruturais de<br />
forma a garantir a perfeita continuidade da estrutura.<br />
Todas as ligações devem ter uma resistência de cálculo que permita à estrutura permanecer<br />
funcional e satisfazer as exigências fundamentais de dimensionamento para o Estado Limite<br />
Último definidas no capítulo 2 do EC3.<br />
O coeficiente parcial de segurança γM deverá tomar os seguintes valores:<br />
• Resistência das ligações aparafusadas → γMb = 1,25
3<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
• Resistência das ligações rebitadas → γMr = 1,25<br />
• Resistência das articulações → γMp = 1,25<br />
• Resistência das ligações soldadas → γMw = 1,25<br />
• Resistência ao escorregamento → γMs : (ver 6.5.8.1 doEC3)<br />
• Resistência das ligações em nós em vigas trianguladas constituídas por perfis<br />
tubulares → γMj : (ver Anexo K do EC3)<br />
1. No caso de parafusos colocados em furos com folga normal normalizada e de<br />
parafusos em furos ovalizados, em que o eixo maior é perpendicular à direcção<br />
de transmissão do esforço, o coeficiente parcial de segurança para a resistência<br />
ao escorregamento γMs, é dado por:<br />
γMs.ult = 1,25 para o Estado Limite Último<br />
γMs.ser = 1,10 para o estado limite de utilização<br />
2. As ligações com parafusos em furos com grande folga ou em furos ovalizados,<br />
em que o eixo maior seja paralelo à direcção de transmissão do esforço devem<br />
ser dimensionadas como ligações da categoria C, resistentes ao<br />
escorregamento no Estado Limite Último. Neste caso, o coeficiente parcial de<br />
segurança de resistência ao escorregamento é dado por:<br />
γMs.ult = 1,40<br />
• Resistência dos elementos e secções transversais (o coeficiente parcial de segurança<br />
γM e deve tomar os seguintes valores:<br />
Na resistência das secções transversais da classe 1, 2 ou 3 γM0=1,1<br />
Na resistência das secções transversais da classe 4 γM1=1,1<br />
Na resistência de elementos à encurvadura γM1=1,1<br />
Na resistência das secções úteis nas zonas dos furos dos parafusos γM2=1,25
4<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
1.2. Esforços aplicados<br />
A determinação dos esforços aplicados às ligações no Estado Limite Último deve ser feita<br />
através da análise global da estrutura, em conformidade com o Capítulo 5 do EC3, em que as<br />
ligações e os elementos estruturais estão relacionados com a resistência, rigidez e capacidade<br />
de deformação (ductilidade).<br />
Estes esforços aplicados devem prever:<br />
• Os efeitos de segunda ordem, tendo em conta a influência da deformação da estrutura;<br />
• Os efeitos de imperfeições existentes, incluindo tensões residuais e imperfeições<br />
geométricas, tais como falta de verticalidade, falta de rectilinearidade e as pequenas<br />
excentricidades existentes nas ligações reais. Podem utilizar-se imperfeições<br />
geométricas equivalentes a valores que traduzem os possíveis efeitos de todos os tipos<br />
de imperfeição.<br />
Estes efeitos devem ser tomados em consideração nos seguintes casos:<br />
• Análise global;<br />
• Análise dos sistemas de contraventamento;<br />
• Dimensionamento dos elementos.<br />
Os efeitos da flexibilidade das ligações no caso de ligações semi-rígidas. A sua modelação<br />
pode ser efectuada simulando a ligação como uma mola, com uma rigidez rotacional.<br />
Os esforços nas ligações devem ser colocados para resistirem a momentos, esforços cortantes<br />
(transversos) e esforços normais desde que estes estejam em equilíbrio com:<br />
• A carga aplicada;<br />
• As deformações originadas pela distribuição de esforços supostamente deverão ser<br />
inferiores às da capacidade de deformação do conjunto das ligações e elementos<br />
unidos.<br />
Também deverá existir a garantia que cada elemento deve resistir aos esforços solicitados.
5<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
1.3. Resistência das ligações<br />
A resistência das ligações e tomada com base na resistência as diversas componentes da<br />
ligação e/ou soldaduras.<br />
Será sempre preferível usar métodos elásticos lineares no dimensionamento de ligações,<br />
embora os processos não lineares sejam permitidos desde que considerem as relações entre<br />
força e deformação.<br />
Métodos que utilizem charneiras plásticas necessitam de validação por ensaio.<br />
1.4. Hipóteses de cálculo<br />
As ligações devem ser dimensionadas recorrendo à distribuição de esforços que pareça mais<br />
racional, desde que:<br />
3. Os esforços admitidos estejam em equilíbrio com os esforços aplicados;<br />
4. Cada componente da ligação tenha capacidade para resistir às forças ou<br />
tensões admitidos na análise;<br />
5. As deformações que essa distribuição implica se situem dentro da capacidade<br />
de deformação das peças de ligação, ou soldaduras, e das peças ligadas;<br />
6. As deformações admitidas para qualquer modelo de cálculo, baseado na<br />
existência de charneiras plásticas, correspondam a rotações de corpos rígidos<br />
(e deformações no seu próprio plano) que sejam fisicamente possíveis.<br />
Além disso, a distribuição admitida para os esforços deve ser realista no que se refere às<br />
rigidezes relativas das peças que compõem a junta. Os esforços procurarão seguir a trajectória<br />
de maior rigidez. Esta trajectória deve ser claramente identificada e permanecer a mesma<br />
durante todo o processo de dimensionamento da ligação.<br />
As tensões residuais e as tensões devidas ao aperto dos parafusos e rebites, e às tolerâncias<br />
correntes para os ajustamentos das peças, não precisam, normalmente, de ser consideradas no<br />
dimensionamento.
6<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
1.5. Fabrico e montagem<br />
O fabrico do aço tem sido normalizado com o fim de assegurar uma linguagem comum entre<br />
os produtores e consumidores. Desde o principio do século XX que os países têm<br />
desenvolvido as suas próprias normas para definir e classificar os produtos de aço.<br />
A criação da C.E.E. determinou a necessidade de se estabelecerem normas comuns chamadas<br />
“Euro-normas” (EN).<br />
Nas EN são definidos parâmetros relativos à normalização do processo de fabrico,<br />
composição química e características mecânicas dos produtos de aço.<br />
Como exemplo, e considerando algumas das normas e a forma como se classificam os aços e<br />
se especifica o seu tipo, temos, essencialmente as seguintes referências:<br />
Do número da norma;<br />
Do símbolo Fe;<br />
Da resistência à tracção mínima garantida e expressa em N/mm2;<br />
A aquisição de informações sobre as características pode ser efectuada a partir das normas de<br />
referência mencionadas no Anexo Normativo B.<br />
No âmbito do campo de aplicação especificam-se os critérios mínimos de qualidade de<br />
execução exigidos no fabrico e montagem, por forma a que sejam respeitados os modelos que<br />
fundamentaram o presente Eurocódigo, tendo por objectivo a obtenção de um determinado<br />
nível de segurança.<br />
Desde que todos os elementos de aço estrutural, ligados a metais de adição para a soldadura<br />
satisfaçam os requisitos estipulados nas seguintes Normas de Referência:<br />
• Norma de Referência nº 6 – Fabrico de estruturas de aço.<br />
• Norma de Referência nº 7 – Montagem de estruturas de aço.<br />
• Norma de Referência nº 8 – Instalação de estruturas pré-esforçadas.<br />
• Norma de Referência nº 9 – Soldadura das estruturas de aço.
7<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
O anexo normativo B contém pormenores das Normas de Referência 6 a 9.<br />
Na concepção das juntas será de ter em consideração a facilidade de fabrico e sua montagem,<br />
devendo ter-se em atenção a seguinte conduta:<br />
Os espaçamentos necessários para uma montagem segura;<br />
Os espaçamentos necessários para apertar os parafusos;<br />
As necessidades de acesso para executar as soldaduras;<br />
Os requisitos dos processos de soldadura;<br />
Os efeitos das tolerâncias angulares e lineares no ajustamento de peças.<br />
Deve ainda ter-se em atenção os requisitos derivados das necessidades de:<br />
Ainda:<br />
Inspecções posteriores;<br />
Tratamento de superfícies;<br />
Manutenção.<br />
É necessário evitar ou eliminar material endurecido nas zonas em que o dimensionamento se<br />
baseia na análise plástica, quando predominarem as acções de fadiga e ainda nas acções sísmicas.<br />
Qualquer desempeno ou enformação necessários devem ser executadas utilizando métodos que<br />
não reduzam as propriedades do material para além dos limites especificados.<br />
Os perfis que tenham sido galvanizados devem ser novamente desempenados ou enformados, caso<br />
necessário, de modo a satisfazer os limites de tolerância especificados.<br />
As superfícies e bordos não devem ter defeitos susceptíveis de prejudicar a eficácia do sistema de<br />
protecção de superfícies.<br />
Os critérios de planeza (desempeno) a exigir às superfícies em contacto, para transmitir as forças<br />
de cálculo, devem ser especificados.<br />
Deve especificar-se no Caderno de Encargos qualquer tratamento especial que seja necessário em<br />
aberturas recortadas.
8<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
2. Intersecções<br />
As peças que se encontram num nó devem, normalmente, ser colocadas de modo a que os<br />
eixos centrais se cruzem num ponto (figura 2).<br />
Figura 2 – Os eixos das peças devem cruzar-se num ponto. Exemplo: Nó de uma treliça.<br />
No caso em que haja excentricidade nas intersecções, deve ter-se em conta essa<br />
excentricidade, excepto se tratar de tipos específicos de estruturas em que se demonstre que<br />
tal não é necessário.<br />
No caso de ligações aparafusadas de cantoneiras e secções em T, com pelo menos 2 parafusos<br />
por ligação, os alinhamentos dos parafusos podem ser considerados como eixos centrais para<br />
efeito da intersecção por nós.
9<br />
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
3. <strong>Ligações</strong> solicitadas por cortes sujeitas a vibrações e/ou<br />
inversão de esforços<br />
Nos casos em que uma ligação solicitada por corte esteja sujeita a impactos ou a vibrações<br />
significativas, devem utilizar-se soldaduras ou parafusos com dispositivos de travamento,<br />
parafusos pré-esforçados, parafusos injectados ou outros tipos de parafusos que impeçam<br />
eficazmente o movimento.<br />
Sempre que não for aceitável o escorregamento, por se tratar de uma ligação submetida a<br />
inversão das forças de corte, ou por qualquer outro motivo, devem utilizar-se, nas ligações<br />
resistentes ao escorregamento, parafusos pré-esforçados (categoria B ou C), conforme<br />
apropriado, ou parafusos ajustados ou, ainda, soldadura.<br />
Nos contraventamentos para o vento e/ou nos contraventamentos de estabilidade podem<br />
empregar-se ligações aparafusadas correntes (categoria A), normalmente.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
4. Classificação das ligações<br />
4.1. Generalidades<br />
As propriedades estruturais das ligações devem permitir que sejam satisfeitas as hipóteses<br />
formuladas na análise da estrutura e no dimensionamento dos seus elementos.<br />
As ligações classificam-se:<br />
10<br />
• Segundo a rigidez (ver 4.2.);<br />
• Segundo a resistência; (ver 4.3.).<br />
O comportamento das ligações metálicas caracterizam-se, normalmente, por curvas momento<br />
flector-rotação, não lineares, sendo o M o momento flector actuante e o Ø a rotação<br />
correspondente (figura 3, sendo ø o ângulo de deslocamento entre a viga e o pilar face à<br />
situação inicial).<br />
Figura 3 - Comportamento de ligações metálicas caracterizado por curvas momento flector-rotação (M-<br />
Ø), não lineares.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
4.2. Classificação segundo a rigidez<br />
Quanto à rigidez as ligações classificam-se em:<br />
11<br />
• <strong>Ligações</strong> articuladas<br />
• <strong>Ligações</strong> rígidas<br />
• <strong>Ligações</strong> semi-rígidas<br />
4.2.1. <strong>Ligações</strong> articuladas/flexíveis<br />
As ligações articuladas permitem a rotação e devem ser dimensionadas de modo a impedirem<br />
o aparecimento de momentos significativos que possam afectar desfavoravelmente os<br />
elementos da estrutura.<br />
As ligações articuladas devem ter a capacidade para transmitir as forças calculadas no<br />
projecto e acomodar as rotações daí resultantes.<br />
Figura 4 - Uniões Viga-Viga flexíveis
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
4.2.2. <strong>Ligações</strong> rígidas<br />
12<br />
Figura 5 - Uniões Viga-Pilar flexíveis<br />
A sua rotação não influência a distribuição de esforços na estrutura, nem as deformações.<br />
As ligações rígidas devem ser dimensionadas de modo a que a sua deformação não tenha uma<br />
influência significativa na distribuição dos esforços na estrutura, nem na sua deformação<br />
global.<br />
As deformações das ligações rígidas devem ser tais que, por sua causa, a resistência da<br />
estrutura não se reduza em mais de 5%.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Conseguem transmitir os esforços actuantes e estas ligações rígidas devem ser capazes de<br />
transmitir os esforços calculados no dimensionamento.<br />
13<br />
Figura 6 - Uniões Viga-Pilar rígidas<br />
Figura 7 - Uniões Viga-Viga rigidas
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
4.2.3. <strong>Ligações</strong> semi-rígidas<br />
Possuem um comportamento intermédio e a sua rotação influencia a distribuição de esforços<br />
na estrutura. Conseguem transmitir os esforços actuantes.<br />
Uma ligação que não satisfaça os critérios de ligação rígida ou de ligação articulada deve ser<br />
classificada como ligação semi-rígida.<br />
As ligações semi-rígidas devem garantir um grau previsível de interacção entre as peças,<br />
determinado de acordo com a relação momento-rotação de cálculo da ligação.<br />
As ligações semi-rígidas devem ser capazes de transmitir os esforços calculados no<br />
dimensionamento.<br />
14<br />
Figura 8 – Efeito qualitativo das características de rigidez das uniões na mobilidade das estruturas<br />
4.3. Classificação segundo a resistência<br />
Quanto à resistência as ligações classificam-se em (figura 10):<br />
• Articuladas;<br />
• Resistência total;<br />
• Resistência parcial.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
4.3.1. <strong>Ligações</strong> articuladas<br />
As ligações articuladas devem poder transmitir as forças calculadas no dimensionamento, sem<br />
permitir a formação de momentos significativos que possam afectar desfavoravelmente os<br />
elementos da estrutura.<br />
A capacidade de rotação de uma ligação articulada deve ser suficiente para permitir que, para<br />
as acções de cálculo, se formem todas as rótulas plásticas necessárias (a ser o caso, pois a<br />
ligação pode ser propriamente rotulada).<br />
Em ligações de viga-pilar, o momento resistente de ligação deve ser inferior ou igual a 25%<br />
do momento resistente dos elementos a ligar:<br />
15<br />
Mrd, Ligação ≤ 0,25 Mrd, Elementos a ligar<br />
Figura 9 – Classificação das ligações quanto à resistência.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
4.3.3. <strong>Ligações</strong> de resistência total<br />
O valor de cálculo da resistência de uma ligação com resistência total deve ser pelo menos<br />
igual ao das peças a ligar:<br />
16<br />
Mrd, Ligação ≥ Mrd, Elementos a ligar<br />
Se a capacidade de rotação de uma ligação com resistência total for limitada, devem<br />
considerar-se, no dimensionamento, os efeitos de concentração de esforços decorrentes dessa<br />
limitação.<br />
Se o valor de cálculo resistência da ligação for pelo menos 1.2 vezes superior ao valor de<br />
cálculo da resistência plástica do elemento, não é necessário verificar a capacidade de rotação.<br />
O que será sempre desejável em termos de projecto (pois este agravamento do coeficiente de<br />
segurança, face ao elemento ligado mais resistente, resolve o problema).<br />
A rigidez de uma ligação com resistência total deve ser tal que permita que, sob as acções de<br />
cálculo, as rotações nas rótulas plásticas previstas não excedam as suas capacidades de<br />
rotação.<br />
4.3.3. <strong>Ligações</strong> de resistência parcial<br />
<strong>Ligações</strong> que possuem um comportamento intermédio, podendo o momento resistente ser<br />
inferior ao dos elementos a ligar, mas igual ou superior ao momento de cálculo actuante:<br />
0,25 Mrd, Elementos a ligar < Mrd, Ligação < Mrd, Elementos a ligar<br />
A capacidade de rotação de uma ligação com resistência parcial, que coincida com uma rótula<br />
plástica, deve ser suficiente para permitir que, para as acções de cálculo, se formem todas as<br />
rótulas plásticas necessárias.<br />
A capacidade de rotação de uma ligação pode ser demonstrada experimentalmente. Não é<br />
necessário proceder-se a uma demonstração experimental se se utilizarem formas de ligação<br />
que a experiência tenha demonstrado possuírem as propriedades adequadas.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
A rigidez de uma ligação com resistência parcial deve ser tal que não permita que, para as<br />
acções de cálculo, seja ultrapassada a capacidade de rotação de qualquer das rótulas plásticas<br />
previstas.<br />
Possuem um comportamento intermédio, podendo o momento resistente ser inferior ao dos<br />
elementos a ligar, mas igual ou superior ao momento de cálculo actuante.<br />
4.4. Princípios gerais<br />
Dois princípios basilares são:<br />
Ou seja:<br />
17<br />
7. O conhecimento da rigidez das ligações é fundamental para a utilização de<br />
métodos elásticos de análise de estruturas;<br />
8. A mesma importância é atribuída à resistência e à capacidade de rotação<br />
quando se utilizam métodos plásticos de análise.<br />
• Na análise elástica a rigidez caracteriza, de forma linear, a relação entre o esforço<br />
actuante e o deslocamento correspondente, ficando conhecida a deformação dos<br />
elementos de ligação;<br />
• Na análise plástica, não sendo tão fácil controlar essa deformação, a segurança<br />
relaciona-se com a garantia de que a secção pode aceitar a deformação plástica e tem<br />
resistência mecânica suficiente e compatível (ver figura 10, em que se pode observar<br />
diagramas Momento-Rotação alternativos para simulação numéricas da situação real).<br />
Figura 10 – Diagrama não linear real e diagramas aproximados para cálculo
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Assim, o modelo de avaliação de resistência de uma ligação resulta de ensaios experimentais<br />
levados a cabo por toda a União Europeia e na utilização de métodos de análise plástica, de<br />
forma a determinar o momento resistente da ligação.<br />
Por outro lado, seria ideal que o comportamento do aço e das ligações fosse idêntico,<br />
contribuindo para uma continuidade perfeita e um comportamento com leis regentes<br />
semelhantes (figura 11).<br />
Ainda que o problema das ligações possa assumir alua complexidade, em geral podem tomarse<br />
mecanismos simplificados.<br />
Como exemplo, cite-se o princípio da resistência à flexão simples de uma ligação:<br />
Em que:<br />
18<br />
Fi - é a resistência da fiada de parafusos<br />
Mj.Rd = Σ i=1→n [ hi . Fi ]<br />
hi - é a distância da fiadas i ao centro de compressão<br />
n - é o número de fiadas de parafusos à tracção<br />
Figura 11 – Comparação entre comportamento do aço e das ligações correntes
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
19<br />
Figura 12 – Relação entre a tensão solicitante e a resposta em domínio elástico e/ou plástico do material<br />
Figura 13 – Situação de distribuição de esforços numa ligação real corrente
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Se bem que a expressão não poderia ser mais simples, é de notar que neste procedimento, e<br />
numa situação real corrente (em que também existe esforço transverso, figura 13), é<br />
necessário avaliar a resistência potencial de cada uma das três zonas de uma ligação (tracção,<br />
compressão e corte).<br />
20<br />
Figura 14 – Esforços correntes em ligações: Tracção excêntrica (1); Corte (2); Tracção concêntrica; (3)<br />
Compressão (4); Painel de corte e flexão (5); Reforços para resistir ao efeito do binário da ligação (6).
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
5. <strong>Ligações</strong> aparafusadas, rebitadas ou articuladas<br />
5.1. Disposição dos furos para parafusos e rebites<br />
5.1.1. Bases<br />
Nas uniões estruturais utilizam-se os parafusos para transferir cargas de uma placa para a<br />
outra.<br />
A disposição dos furos para parafusos e rebites deve ser tal que impeça a corrosão e a<br />
encurvadura local e facilite a colocação dos parafusos ou rebites.<br />
A disposição dos furos também deve obedecer aos limites de validade das regras utilizadas<br />
para determinar as resistências de cálculo dos parafusos e rebites.<br />
5.1.2. Distância mínima ao topo<br />
21<br />
Figura 15 – <strong>Ligações</strong> aparafusadas á tracção e ao corte puros<br />
A distância ao topo e1, medida na direcção da transmissão do esforço, desde o centro do furo<br />
de um parafuso ou rebite até ao topo adjacente de qualquer das peças (ver figura 16 do texto e<br />
6.5.1 do EC3) não deve se inferior a 1,2 d0 em que d0 é o diâmetro do furo.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Caso seja necessário, a distância ao topo deve ser aumentada de modo a garantir a resistência<br />
ao esmagamento adequada (ver 5.5 e 5.6).<br />
5.1.3. Distância mínima ao bordo lateral<br />
A distância ao bordo lateral, e2, medida na direcção perpendicular à da transmissão do<br />
esforço, desde o centro do furo de um parafuso ou rebite até ao bordo adjacente de qualquer<br />
das peças (ver figura 16 do texto e 6.5.1 do EC3) não deve normalmente, ser inferior a 1,5 d0.<br />
A distância ao bordo lateral pode ser reduzida para o valor mínimo 1,2 d0 desde que o valor<br />
de cálculo da resistência ao esmagamento seja reduzido convenientemente, tal como se<br />
estipula em 5.5 e em 5.6.<br />
5.1.4. Distâncias máximas ao topo e ao bordo lateral<br />
Quando as ligações estejam expostas às condições atmosféricas, ou a outras influências<br />
corrosivas, a distância máxima ao topo ou ao bordo lateral não deve ser superior a 40 mm +<br />
4t, em que t é a espessura da peça exterior ligada de menor espessura.<br />
Nos restantes casos, a distância ao topo ou ao bordo lateral não deve ser superior a 12t ou a<br />
150 mm, consoante o que for maior.<br />
A distância ao bordo lateral também não deve ser superior ao valor máximo que satisfaz os<br />
requisitos de estabilidade á encurvadura local para uma chapa saliente. Esta condição não se<br />
aplica a parafusos ou rebites que ligam os componentes de elementos traccionados. A<br />
distância ao topo não é afectada por esta condição.<br />
5.1.5. Afastamento mínimo<br />
O afastamento p1 entre os centros dos parafusos ou rebites na direcção da transmissão do<br />
esforço (ver figura 16 do texto ou 6.5.1 do EC3) não deve ser inferior a 2,2 d0. Em caso de<br />
necessidade, este afastamento deve ser aumentado de modo a garantir uma resistência ao<br />
esmagamento adequada (ver 5.5 e 5.6).<br />
O afastamento p2 entre fiadas de parafusos ou rebites, medido na perpendicular da direcção da<br />
transmissão do esforço (ver figura 16 do texto ou 6.5.1 do EC3) não deve, normalmente, ser<br />
inferior a 3,0d0. Este afastamento poderá ser reduzido para 2,4d0 desde que o valor de cálculo<br />
da resistência ao esmagamento seja convenientemente reduzido (ver 5.5 e 5.6).<br />
22
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
23<br />
direcção de<br />
transmissão do esforço<br />
Figura 6.5.1 Símbolos para os afastamentos entre parafusos ou rebites<br />
Figura 6.5.2 Disposição em quincôncio - compressão<br />
Figura 6.5.3 Afastamentos em elementos traccionados<br />
p 1<br />
p 2 14 t e 200mm<br />
p 1,0<br />
p 2 14 t e 200mm<br />
p 1<br />
14 t e 200mm<br />
14 t e 200mm<br />
Figura 16 – Regras de furacão do EC3: em compressão e tracção<br />
e<br />
1<br />
e 2<br />
p 2<br />
Compressão<br />
p 1,i 28 t e 400mm<br />
Tracção
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
5.1.6. Afastamento máximo em elementos comprimidos<br />
O afastamento p1 dos parafusos ou rebites de cada fiada e o afastamento p2 entre fiadas não<br />
deve exceder 14t ou 200 mm, consoante o valor que for mais baixo. As fiadas de parafusos ou<br />
rebites adjacentes podem ser dispostas simetricamente em quincôncio (ver figura 16 do texto<br />
ou 6.5.2 do EC3).<br />
A distância entre os centros dos parafusos ou rebites também não deve exceder o valor<br />
máximo que satisfaz as condições de estabilidade á encurvadura local para uma chapa interior<br />
(ver 5.3.4 do EC3).<br />
5.1.7. Afastamento máximo em elementos traccionados<br />
Nos elementos traccionados, a distância entre centros pl.i dos parafusos ou rebites de fiadas<br />
interiores pode ser o dobro do valor indicado em 5.1.6 para elementos comprimidos, desde<br />
que o afastamento pl.0 da fiada exterior ao longo de cada bordo não exceda o valor indicado<br />
em 5.1.6 (ver figura 16 deste texto ou 6.5.3 do EC3).<br />
Esses valores podem ambos ser multiplicados por 1,5 em peças que não esteja expostas ás<br />
condições atmosféricas ou a outras influências corrosivas.<br />
24<br />
e 4<br />
0,5 d 0<br />
d 0<br />
Figura 6.5.4 Distância ao topo e ao bordo lateral de furos ovalizadaos<br />
Figura 17 – Regras de furacão do EC3: furos ovalizados<br />
e 3
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
5.1.8. Furos ovalizados<br />
A distância mínima e3 desde o eixo de simetria de um furo ovalizado até á extremidade ou<br />
bordo adjacente de qualquer elemento (ver figura 17 deste texto ou 6.5.4 do EC3) não deve<br />
ser inferior a 1,5 d0.<br />
A distância mínima e4 desde o centro do raio extremo de um furo ovalizado até á extremidade<br />
ou bordo adjacente de qualquer elemento (ver figura 17 deste texto ou 6.5.4 do EC3) não deve<br />
ser inferior a 1,5 d0.<br />
5.2. Redução das secções devido a furos de parafusos ou rebites<br />
5.2.1. Generalidades<br />
No dimensionamento de ligações de elementos comprimidos não é, normalmente, necessário<br />
considerar quaisquer reduções da área da secção, para os furos de parafusos ou rebites,<br />
excepto nos casos de furos com folgas grandes ou ovalizados.<br />
No dimensionamento de ligações de outros tipos de elementos, aplicam-se as disposições<br />
indicadas na cláusula 5.4<br />
5.2.2. Valor de cálculo da resistência ao esforço transverso<br />
A rotura por esforço transverso da extremidade da alma de uma viga ou de uma peça de<br />
ligação, na zona dos furos de parafusos ou rebites (ver figura 18 do texto ou 6.5.5 do EC3)<br />
deve ser evitada, espaçando convenientemente os parafusos. Este modo de rotura desenvolvese<br />
ao longo de duas linhas de eixos de furos:<br />
25<br />
9. A linha traccionada que limita o grupo de furos, onde se forma uma rotura por<br />
tracção.<br />
10. A fiada de eixos sujeita a esforço transverso que limita, na outra direcção, o<br />
grupo de furos, ao longo da qual se dá uma rotura por esforço transverso (ver<br />
figura 18 do texto ou 6.5.5 do EC3).<br />
O valor de cálculo da resistência efectiva ao modo de rotura, apresentado anteriormente, deve<br />
ser calculado pela expressão:
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Sendo:<br />
26<br />
Av,eff = área efectiva de corte.<br />
⎡ f y ⎤<br />
Veff , Rd = ⎢ ⎥ Av<br />
, eff / γ<br />
⎣ 3 ⎦<br />
A área efectiva de corte deve ser determinada da seguinte forma:<br />
• Av,eff = t . Lv,eff<br />
• Lv,eff = Lv + L1 + L2, com: Lv,eff ≤ L3<br />
• L1 = a1, mas: L1 ≤ 5d<br />
• L2 = (a2 – K . do,t) (fu/ fy)<br />
M 0<br />
• L3 = Lv + a1 + a3, mas: L3 ≤ (Lv + a1 + a3 – n . do,v) (fu/ fy)<br />
Em que:<br />
a1, a2, a3 e Lv - são as dimensões indicadas na figura 18 deste texto e 6.5.5. do EC3;<br />
d - é o diâmetro nominal dos parafusos ou rebites;<br />
do,t - é a dimensão do furo na superfície traccionada. Na generalidade dos casos será o diâmetro do<br />
furo, mas para furos ovalizados na horizontal deve adoptar-se comprimento do furo;<br />
do,v - é a dimensão do furo na superfície sujeita a esforço transverso. Na generalidade dos casos<br />
será o diâmetro, mas para furos ovalizados verticais deve adoptar-se o comprimento do furo;<br />
n - é o número de furos na superfície sujeita a esforço transverso;<br />
t - é a espessura da alma ou da peça de ligação;<br />
k - é um coeficiente que toma os seguintes valores:<br />
⇒ para uma única fiada (vertical) de parafusos : k = 0,5<br />
⇒ para duas fiadas (verticais) de parafusos: k = 2,5
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
5.2.3. Cantoneiras ligadas por uma aba<br />
Na determinação da resistência de cálculo de peças assimétricas ou ligadas assimetricamente,<br />
tais como cantoneiras ligadas por uma aba, devem ser consideradas as influências das<br />
excentricidades dos parafusos nas ligações das extremidades, dos afastamentos entre<br />
parafusos e das suas distâncias aos bordos laterais das peças.<br />
As cantoneiras ligadas por uma única fiada de parafusos numa aba (ver figura 19 deste texto<br />
6.5.6 do EC3) podem ser tratadas como estando solicitadas concentricamente e o valor de<br />
cálculo da resistência última da secção deve ser determinado do seguinte modo:<br />
27<br />
• Com 1 parafuso: N rd u,<br />
• Com 2 parafusos: N rd u,<br />
• Com 3 parafusos: N rd u,<br />
Em que:<br />
=<br />
=<br />
=<br />
2,<br />
0(<br />
e<br />
A β<br />
2<br />
γ<br />
A β<br />
3<br />
γ<br />
2<br />
M 2<br />
− 0,<br />
5d<br />
) tf<br />
γ<br />
net u f<br />
net u f<br />
M 2<br />
β2 e β3 são coeficientes de redução que dependem do passo p1, tal como se indica no quadro 1<br />
deste texto e 6.5.1 do EC3. Para valores intermédios de p1 o valor β2 pode ser determinado por<br />
interpolação linear;<br />
Anet é a área da secção resistente da cantoneira. Para uma cantoneira de abas desiguais ligada pela<br />
aba mais pequena, deve considerar-se que Anet é igual à área da secção resistente de uma<br />
cantoneira de abas iguais equivalente em que o tamanho das abas é igual ao da aba mais pequena.<br />
O valor de cálculo da resistência à encurvadura de uma peça comprimida, ver 5.5.1 do EC3,<br />
deve ser determinado com base na área da secção transversal bruta, mas não deve ser superior<br />
ao valor de cálculo da resistência da secção transversal.<br />
M 2<br />
0<br />
u
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
28<br />
Figura 18 – Rotura por esforço transverso em ligação aparafusada<br />
Quadro 1 – Coeficientes de redução β2 e β3<br />
Afastamento p1 ≤ 2,5 d0 ≥ 5,0 d0<br />
2 parafusos β2 0,4 0,7<br />
3 parafusos ou mais β3 0,5 0,7
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
29<br />
e 1<br />
d0<br />
p 1<br />
( a ) 2 parafusos<br />
Figura 6.5.6 <strong>Ligações</strong> de cantoneiras<br />
Figura 19 – <strong>Ligações</strong> de cantoneiras<br />
5.3. Categorias de ligações aparafusadas<br />
5.3.1. <strong>Ligações</strong> ao corte<br />
O dimensionamento de uma ligação aparafusada sujeita a corte deve ser feito de acordo com a<br />
sua classificação em uma das seguintes categorias, ver quadro 2 deste texto ou 6.5.2. do EC3.<br />
Categoria A: <strong>Ligações</strong> aparafusadas correntes<br />
e 2<br />
Nas ligações desta categoria utilizam-se parafusos correntes (fabricados com aço de baixo<br />
teor de carbono) ou parafusos de alta resistência, desde a classe 4.6 á classe 10.9, inclusive.<br />
Não é necessário qualquer pré-esforço nem preparação especial para as superfícies de<br />
contacto. O valor de cálculo da força de corte do estado limite último não deve ser superior ao<br />
valor de cálculo da resistência ao corte, nem ao valor de cálculo da resistência ao<br />
esmagamento, obtidos a partir de 6.5.5.<br />
e1<br />
( a ) 1 parafuso<br />
e 1<br />
p 1 p<br />
1<br />
( a ) 3 parafusos
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Categoria B: <strong>Ligações</strong> resistentes ao escorregamento no estado limite de utilização<br />
Nas ligações desta categoria utilizam-se parafusos de alta resistência pré-esforçados com<br />
aperto controlado, em conformidade com a Norma de Referência 8. Não deve haver<br />
escorregamento no estado limite de utilização. A combinação de acções a considerar deve ser<br />
seleccionada com base na cláusula 2.3.4, consoante os casos de carga em que seja necessário<br />
garantir a resistência ao escorregamento. O valor de cálculo da força de corte do estado limite<br />
de utilização não deve exceder o valor de cálculo da resistência ao escorregamento, obtido a<br />
partir de 6.5.8. O valor de cálculo da força de corte, nem o valor de cálculo da resistência ao<br />
esmagamento, obtidos a partir de 6.5.5.<br />
Categoria C: <strong>Ligações</strong> resistentes ao escorregamento no estado limite último<br />
Nas ligações desta categoria utilizam-se parafusos de alta resistência pré-esforçados com<br />
aperto controlado em conformidade com a Norma de Referência 8. Não deve haver<br />
escorregamento no estado limite último. O valor de cálculo da força de corte no estado limite<br />
último não deve exceder o valor de cálculo da resistência ao escorregamento obtido a partir de<br />
6.5.8, nem o valor de cálculo da resistência ao esmagamento obtido a partir de 6.5.5.<br />
Além disso, no estado limite último a resistência plástica de cálculo da secção resistente<br />
atravessada pelos furos dos parafusos, Nnet,Rd (ver 5.4.3) deve ser considerada como:<br />
5.3.2. <strong>Ligações</strong> traccionadas<br />
30<br />
N Rd<br />
γ<br />
net, = A net f y / M 0<br />
O dimensionamento de uma ligação aparafusada sujeita á tracção deve ser feito de acordo<br />
com a sua classificação em uma das seguintes categorias (ver quadro 2 deste texto ou 6.5.2 do<br />
EC3).<br />
Categoria D: <strong>Ligações</strong> com parafusos não-présforçados<br />
Nas ligações desta categoria utilizam-se parafusos correntes (fabricados com aço com baixo<br />
teor de carbono) ou parafusos de alta resistência até à classe 10.9, inclusive. Não é necessário<br />
qualquer pré-esforço. Esta categoria não deve ser utilizada nos casos em que as ligações<br />
estejam frequentemente sujeitas a variações do esforço de tracção. No entanto, os parafusos
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
desta categoria podem ser utilizados em ligações destinadas a resistir á acção estática do<br />
vento.<br />
31<br />
Quadro 2 - Categorias de ligações aparafusadas<br />
<strong>Ligações</strong> ao corte<br />
Categoria Critérios Observações<br />
A - aparafusadas correntes<br />
B - resistentes ao escorregamento<br />
no estado limite de utilização<br />
C - resistentes ao escorregamento<br />
no estado limite último<br />
F Sd v. ≤ F Rd v.<br />
F Sd v. ≤ F b. rd<br />
F<br />
v . Sd.<br />
ser ≤ F s . Rd.<br />
ser<br />
F Sd v. ≤ F Rd v.<br />
F Sd v. ≤ F b. rd<br />
F Sd v. ≤ F Rd s.<br />
F Sd v. ≤ F b. Rd<br />
Não é necessário pré-esforço.<br />
Todas as classes de 4.6 a 10.9.<br />
Parafusos pré-esforçados de alta resistência.<br />
Ausência de escorregamento no estado limite<br />
de utilização.<br />
Parafusos pré-esforçados de alta<br />
resistência. Ausência de escorrega-<br />
mento no estado limite de último.<br />
<strong>Ligações</strong> traccionadas<br />
Categoria Critérios Observações<br />
D - não pré-esforçadas<br />
F Sd t. ≤ F Rd t.<br />
Não é necessário pré-esforço.<br />
Todas as classes de 4.6 a 10.9.<br />
E - pré-esforçadas<br />
Chave :<br />
F<br />
v Sd.<br />
ser<br />
F Sd t. ≤ F Rd t.<br />
. = valor de cálculo da força de corte por parafuso para o estado limite de utilização<br />
F Sd v. = valor de cálculo da força de corte por parafuso para o estado limite último<br />
F Rd v. = valor de cálculo da resistência ao corte por parafuso<br />
F b. rd = valor de cálculo da resistência ao esmagamento por parafuso<br />
F<br />
s Rd.<br />
ser<br />
Parafusos pré-esforçados de alta<br />
resistência.<br />
. = valor de cálculo da resistência ao escorregamento por parafuso para o estado limite de utilização<br />
F Rd s. = valor de cálculo da resistência ao escorregamento por parafuso no estado limite último<br />
F Sd t. = valor de cálculo da força de tracção por parafuso para o estado limite último<br />
F Rd t. = valor de cálculo da resistência á tracção por parafuso<br />
Categoria E: <strong>Ligações</strong> com parafusos de alta resistência pré-esforçados
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Nas ligações desta categoria utilizam-se parafusos de alta resistência pré-esforçados com<br />
aperto controlado, em conformidade com a Norma de Referência 8. Este pré-esforço melhora<br />
a resistência á fadiga. No entanto, essa melhoria dependerá da pormenorização e das<br />
tolerâncias adoptadas.<br />
No caso de ligações traccionadas das categorias D e E não é necessário qualquer tratamento<br />
especial das superfícies de contacto, excepto no caso em que as ligações da categoria E<br />
estejam sujeitas, simultaneamente, à tracção e ao corte (combinação E-B ou E-C).<br />
5.4. Distribuição das forças pelos parafusos ou rebites<br />
A distribuição dos esforços pelos parafusos ou rebites, no estado limite último, deve ser<br />
proporcional á distância ao centro de rotação (ver Quadro 2 deste texto ou figura 6.5.7(a) do<br />
EC3) nos seguintes casos:<br />
32<br />
• <strong>Ligações</strong> resistentes ao escorregamento da categoria C;<br />
• Outras ligações ao corte em que o valor de cálculo da resistência ao corte F rd v, de um<br />
parafuso ou rebite seja inferior ao valor de cálculo da resistência ao esmagamento<br />
F rd b, .<br />
Nos restantes casos, a distribuição dos esforços pelos parafusos ou rebites, no estado limite<br />
último, pode ser feita como se indica em no parágrafo anterior ou segundo critérios de<br />
plastificação (ver figura 20 deste texto ou 6.5.7 do EC3). Pode admitir-se qualquer<br />
distribuição razoável desde que satisfaça os requisitos estipulados em 1.4.<br />
Nas ligações com cobrejunta deve considerar-se que os parafusos ou rebites têm a mesma<br />
resistência ao esmagamento em todas as direcções.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
33<br />
LINEAR<br />
(a) distribuição proporcional á distância ao<br />
centro de rotação<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
0,5Fh.sd<br />
F h.sd<br />
F v.sd =<br />
F v.sd<br />
M sd<br />
5 p<br />
F v.sd = M sd<br />
5 p<br />
PLÁSTICA<br />
(c) distribuição plástica possível com 3<br />
ligadores resistentes a Vsd e 2 resistentes<br />
a Msd<br />
F v.sd = M sd<br />
4 p<br />
2<br />
sd<br />
V 3<br />
+<br />
F h.sd<br />
0,5Fh.sd<br />
V sd<br />
5<br />
F v.sd<br />
V<br />
sd<br />
5<br />
2<br />
V sd<br />
1/2<br />
V sd<br />
M sd<br />
M sd<br />
(b) distribuição plástica possível com 1<br />
ligador resistente a Vsd e 4 resistentes<br />
a Msd<br />
F v.sd = M sd<br />
6 p<br />
(d) distribuição plástica possível com 3<br />
ligadores resistentes a Vsd e 4 resistentes<br />
a Msd<br />
Figura 6.5.7 Distribuição de esforços pelos parafusos ou rebites<br />
Figura 20 – Distribuição dos esforços pelos parafusos ou rebites<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
p<br />
F v.sd<br />
F v.sd<br />
F v.sd<br />
F b.rd<br />
V sd<br />
PLÁSTICA<br />
F v.sd<br />
F v.sd<br />
F b.rd<br />
PLÁSTICA<br />
F b.rd<br />
F v.sd<br />
Vsd -<br />
2<br />
Fb.rd Fv.sd = M sd - 2 Fb.rd 2 p<br />
V sd<br />
V sd<br />
M sd<br />
M sd
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
5.5. Resistências de cálculo dos parafusos<br />
A resistência à tracção axial de um parafuso está relacionada com a área resistente à tracção<br />
genericamente:<br />
34<br />
F = f . A<br />
t<br />
Como resultado de uma avaliação estatística avaliada num grande número de ensaios esta<br />
expressão foi corrigida, sendo a capacidade de cálculo à tracção de um parafuso,<br />
aproximadamente:<br />
t<br />
u.<br />
b<br />
F = . A<br />
0 , 9.<br />
f u.<br />
b<br />
Figura 21 – Efeito de Alavanca<br />
s<br />
s
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Por outro lado, e em geral, quando a linha da acção da força aplicada é excêntrica ao eixo do<br />
parafuso, induzirá no mesmo uma tracção adicional em virtude desse efeito.<br />
Esta acção ilustra-se, facilmente, mediante um perfil em T, carregado por uma força de<br />
tracção 2F, tal como mostra a figura 21. Na flexão das alas do perfil em T, os parafusos<br />
actuam como centro de rotação e há uma reacção de compressão (Q) entre as arestas<br />
exteriores das abas, que se define como o “Efeito de Alavanca”. A tracção induzida nos<br />
parafusos, para o equilíbrio, é dada por:<br />
35<br />
F b<br />
= F + Q<br />
A relação Q/F depende da geometria e da rigidez das peças ligadas e da rigidez dos parafusos.<br />
As resistências de cálculo indicadas na presente cláusula aplicam-se a parafusos normalizados<br />
das classes de qualidade 4.6 a 10.9, inclusive, que obedeçam à Norma de Referência 3 (ver<br />
Anexo B do EC3). As porcas e anilhas devem igualmente obedecer à Norma de Referência 3<br />
e apresentar as resistências específicas correspondentes.<br />
No estado limite último a força de corte de cálculo<br />
F v.<br />
Sd para um parafuso não deverá exceder<br />
o menor dos seguintes valores:<br />
• O valor de cálculo da resistência ao corte<br />
F v.<br />
Rd ;<br />
• O valor de cálculo da resistência ao esmagamento<br />
F b.<br />
Rd .<br />
Sendo ambos calculados conforme é indicado no quadro 3 deste texto ou 6.5.3 do EC3.<br />
A força de tracção de cálculo Ft,Sd, na qual se inclui qualquer parcela de força devida ao efeito<br />
de alavanca, não deve exceder o valor de cálculo da resistência à tracção Bt,Rd do conjunto<br />
chapa-parafuso.<br />
O valor de cálculo da resistência à tracção Bt,Rd do conjunto chapa-parafuso deve ser<br />
considerado como o menor dos valores de cálculo da resistência à tracção Ft,Sd, indicado no<br />
quadro 3 deste texto ou 6.5.3 do EC3, e da resistência ao punçoamento da cabeça do parafuso<br />
e da porca, Bp,Rd, obtida a partir de:<br />
• B Rd p. = 0.6 π m d t p<br />
f u /<br />
γ<br />
Mb
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Em que:<br />
36<br />
<br />
<br />
t p<br />
= Espessura da chapa sob a cabeça do parafuso ou sob a porca;<br />
d m = Diâmetro médio (entre círculos inscritos e circunscritos) da cabeça do parafuso ou da porca,<br />
conforme a que for menor.<br />
Os parafusos que estejam simultaneamente sujeitos ao corte e à tracção devem, além disso,<br />
satisfazer a seguinte condição:<br />
F<br />
F<br />
Ft<br />
. Sd<br />
1 , 4 Ft<br />
.<br />
v.<br />
Sd + ≤<br />
v.<br />
Rd<br />
Rd<br />
Os valores de cálculo das resistências à tracção e ao corte ao longo da parte roscada, indicados<br />
no quadro 3 deste texto ou 6.5.3 do EC3, referem-se apenas a parafusos fabricados de acordo<br />
com a Norma de Referência 3. No caso de outras peças com roscas, tais como chumbadouros<br />
ou pernos roscados, fabricados a partir de varões redondos, em que as roscas sejam abertas<br />
numa oficina e não por um fabricante de parafusos especializado, os valores do quadro 3 deste<br />
texto ou 6.5.3 do EC3 serão reduzidos, multiplicando-os por um coeficiente de 0,85.<br />
Os valores de cálculo da resistência ao corte,<br />
F v.<br />
Rd , apresentados no quadro 3 deste texto ou<br />
6.5.3 do EC3, aplicam-se apenas nos casos em que os parafusos são colocados em furos cujas<br />
folgas nominais não excedem os valores específicos para os furos normais na cláusula 7.5.2<br />
(1) do EC3.<br />
Os parafusos M12 e M14 podem ser utilizados em furos com folga de 2mm desde que:<br />
No caso de parafusos das classes de qualidade 4.8, 5.8, 6.8 ou 10.9, o valor de cálculo da<br />
resistência ao corte,<br />
EC3;<br />
1,<br />
0<br />
F v.<br />
Rd , seja 0.85 vezes o valor indicado no quadro 3 deste texto ou 6.5.3 do<br />
F<br />
O valor de cálculo da resistência ao corte, v.<br />
Rd , (reduzido da forma acima indicada, se for o caso)<br />
F<br />
não seja inferior ao valor da resistência ao esmagamento b.<br />
Rd .<br />
Segue-se o quadro 3 deste texto ou 6.5.3 do EC3, com certeza, um dos mais importantes deste<br />
regulamento no que às ligações trata.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
37<br />
Quadro 3 (6.5.3 do EC3) - Valores de cálculo das resistências dos parafusos<br />
Resistência ao corte por plano de corte<br />
Se o plano de corte atravessar a parte roscada do parafuso:<br />
→ Para as classes de qualidade 4.6, 5.6, 8.8 (mais dúcteis):<br />
F<br />
v.<br />
Rd<br />
=<br />
0,<br />
6<br />
γ<br />
f<br />
ub<br />
Mb<br />
→ Para as classes de qualidade 4.8, 5.8, 10.9:<br />
F<br />
v.<br />
Rd<br />
=<br />
0,<br />
5 f<br />
γ<br />
ub<br />
Mb<br />
A<br />
A<br />
s<br />
s<br />
→ Se o plano de corte atravessar a parte não roscada do parafuso (liso da espiga):<br />
F<br />
v.<br />
Rd<br />
=<br />
0,<br />
6 f<br />
γ<br />
Resistência ao esmagamento<br />
F<br />
b.<br />
Rd<br />
=<br />
ub<br />
Mb<br />
2,<br />
5 α f<br />
γ<br />
Mb<br />
A<br />
u<br />
dt<br />
Em que α é o menor dos seguintes valores:<br />
e1<br />
p1<br />
1 fub<br />
; − ; ou 1<br />
3 d0<br />
3 d0<br />
4 fu<br />
Nota: as primeiras duas fracções representam as situações mais correntes.<br />
Resistência à tracção<br />
Legenda:<br />
F<br />
t.<br />
Rd<br />
=<br />
0,<br />
9 f<br />
γ<br />
ub<br />
Mb<br />
A - é a área do liso da espiga do parafuso.<br />
As - é a área do furo do rebite.<br />
d - é o diâmetro do parafuso.<br />
d0 - é o diâmetro do rebite<br />
A<br />
s<br />
∴Ver também o Quadro 4 deste texto ou 6.5.4 do EC3 que apresenta os valores de cálculo da resistência ao<br />
esmagamento em função do diâmetro
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Os valores de cálculo da resistência ao esmagamento, indicados no quadro 3 deste texto ou<br />
6.5.3 do EC3, aplicam-se apenas nos casos em que a distância ao bordo lateral e2 não seja<br />
inferior a 1,5 d0 e a distância p2 medida transversalmente à direcção da carga seja pelo menos<br />
3,0 d0.<br />
Se e2 for reduzido para 1,2 d0 e/ou p2 for reduzido para 2,4 d0, então a resistência ao<br />
esmagamento Fb.Rd deverá ser reduzida para 2/3 do valor indicado no quadro 6.5.3. Para<br />
valores intermédios 1,2 d0 < e2 ≤ 1,5 d0 e/ou 2,4 d0 ≤ p2 ≤ 3,0 d0 o valor de Fb.Rd poderá ser<br />
determinada por interpolação linear.<br />
No caso de parafusos em furos de folga normalizada (ver 7.5.2), poderão obter-se, a partir do<br />
quadro 4 deste texto e 6.5.4 do EC3, valores conservativos do valor de cálculo da resistência<br />
ao esmagamento Fb.Rd, baseados no diâmetro do parafuso d.<br />
38<br />
Quadro 4 - Valor de cálculo da resistência ao esmagamento baseada no diâmetro do parafuso<br />
Valores conservativos para parafusos em furos com folga normalizada (ver 7.5.2 do EC3), em que γb=1.15, - em<br />
função do diâmetro, d, do parafuso.<br />
Classe nominal das superfícies de<br />
contacto<br />
Baixo<br />
Médio<br />
Elevado<br />
∴mas: Fb.Rd ≤ 2,0 fub . dt<br />
Dimensões mínimas<br />
e 1<br />
1,7 d<br />
2,5 d<br />
3,4 d<br />
p 1<br />
2,5 d<br />
3,4 d<br />
4,3 d<br />
5.6. Resistência de cálculo de Rebites<br />
Valor de cálculo da resistência ao<br />
F<br />
esmagamento bRd<br />
1,0 fu . dt<br />
1,5 fu . dt<br />
2,0 fu . dt<br />
A resistência à tracção axial de um rebite está relacionada com a área resistente à tracção As e<br />
é dada pela expressão:
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
39<br />
F = f . A<br />
t<br />
Em geral, quando a linha da acção da força aplicada é excêntrica ao eixo do rebite, induzirá<br />
no mesmo uma tracção adicional por causa deste efeito.<br />
Esta acção ilustra-se facilmente mediante um perfil em T, carregado por uma força de tracção<br />
2F, tal como mostra a figura 21. Na flexão das alas do perfil em T os rebites actuam como<br />
centro de rotação e há uma reacção de compressão (Q) entre as arestas exteriores, que se<br />
define como o Efeito de Alavanca. A tracção induzida nos rebites, para o equilíbrio, é dada<br />
por:<br />
F b<br />
u.<br />
b<br />
= F + Q<br />
No estado limite último, o valor de cálculo da força de corte Fv,Sd num rebite não deverá<br />
exceder o menor dos seguintes valores.<br />
• O valor de cálculo da resistência ao corte: Fv,Rd;<br />
• O valor de cálculo da resistência ao esmagamento: Fb,Rd.<br />
Sendo ambos calculados conforme se indica no quadro 5 deste texto e 6.5.5 do EC3.<br />
As ligações rebitadas devem ser dimensionadas de modo a transferir as forças essencialmente<br />
por corte. Se for necessária a existência de forças de tracções para satisfazer as condições de<br />
equilíbrio, o valor do cálculo da força de tracção Ft,Sd não deve exceder o valor de cálculo da<br />
resistência à tracção Ft,Rd indicado no quadro 6.5.5.<br />
Os rebites sujeitos ao corte e à tracção devem, além disso, satisfazer a seguinte condição:<br />
F<br />
Fv<br />
F<br />
v.<br />
Sd<br />
t.<br />
Sd + ≤<br />
. Rd Ft<br />
. Rd<br />
Os valores indicados no quadro 6.5.5 para o valor de cálculo da resistência ao esmagamento,<br />
Fb,Rd aplicam-se apenas nos casos em que a distância ao bordo lateral e2, não for inferior a<br />
1,5d e a distância p2 medida transversalmente à direcção do esforço for pelo menos igual a<br />
3,0d.<br />
Para valores inferiores de e2 e /ou p2, deve aplicar-se a mesma redução de Fb,Sd que se indica<br />
na cláusula 6.5.5 (6) do EC3 para os parafusos.<br />
s<br />
1,<br />
0
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Para o aço do tipo Fe 360 pode considerar-se que o valor de fur, após a cravação do rebite, é<br />
400 N/mm2.<br />
Regra geral, o comprimento de um rebite não deverá ser superior a 4,5d no caso de rebitagem<br />
a martelo e a 6,5d no caso de rebitagem à máquina.<br />
5.7. Parafusos e rebites de cabeça de embeber<br />
O valor de cálculo de resistência à tracção, Ft,Rd, de um parafuso ou rebite de cabeça de<br />
embeber deve ser igual a 0.7 vezes o valor cálculo da resistência à tracção indicado nos<br />
quadros 3 ou 5 deste texto, ou 6.5.3 e 6.5.5 do EC3, respectivamente.<br />
O ângulo e a profundidade da parte embebida devem respeitar a Norma de Referência 3. Caso<br />
contrário a resistência à tracção deve ser convenientemente ajustada.<br />
O valor de cálculo da resistência ao esmagamento, Fb,Rd, de um parafuso ou rebite de cabeça<br />
de embeber deve ser calculado tal como se especifica nas cláusulas 5.5. ou 5.6. deste texto, ou<br />
6.5.5 e 6.5.6 do EC3, respectivamente, deduzindo-se a espessura, t, da peça ligada, metade da<br />
profundidade da parte embebida.<br />
5.8. Parafusos de alta resistência em ligações resistentes ao<br />
escorregamento<br />
5.8.1. Resistência ao escorregamento<br />
Os parafusos de alta resistência em ligações solicitadas ao corte transmitem a força mediante<br />
o atrito entre as superfícies de contacto (figura 22). A resistência destas ligações dependem do<br />
valor do Pré-esforçado,<br />
contacto.<br />
40<br />
F p.<br />
Cd , do coeficiente do atrito, μ , e do número, n , de superfícies em<br />
A figura 22 compara a utilização de parafusos resistentes ao corte e parafusos de alta<br />
resistência trabalhando por atrito na montagem de uma ligação de topo com dupla platibanda.<br />
Até se verificar o escorregamento, a ligação por atrito resulta muito mais rígida do que aquela<br />
que trabalha por corte. Quando se verifica o escorregamento, a ligação resistente por atrito<br />
passa progressivamente a ser uma ligação por corte e depois de absorver a tolerância dos<br />
furos, ambas as ligações se comportam de forma similar.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
A diminuição da rugosidade durante o escorregamento, o que conduz a uma diminuição do<br />
coeficiente de atrito. μ .<br />
41<br />
Quadro 5 - Valores de cálculo das resistências de rebites<br />
Resistência ao corte por plano de corte<br />
F<br />
v.<br />
Rd<br />
=<br />
0,<br />
6 f<br />
γ<br />
Resistência ao esmagamento<br />
F<br />
b.<br />
Rd<br />
=<br />
2,<br />
5<br />
ur<br />
Mr<br />
f<br />
Mr<br />
A<br />
0<br />
d<br />
α u 0<br />
Em que α é o menor dos seguintes valores:<br />
γ<br />
e p1<br />
1<br />
; − ;<br />
3d0 3d0<br />
4<br />
f<br />
f<br />
1 ub ou<br />
Resistência à tracção<br />
F<br />
Legenda:<br />
t.<br />
Rd<br />
=<br />
0,<br />
6 f<br />
γ<br />
ur<br />
Mr<br />
A<br />
0<br />
u<br />
t<br />
1,<br />
0<br />
As - área do furo do rebite.<br />
d0 - diâmetro do rebite<br />
fur - tensão de rotura à tracção especifica do rebite.<br />
O eixo das tensões de tracções nas chapas em torno dos furos aumenta quando se produz o<br />
mecanismo de apoio, reduzindo a espessura das chapas por causa do efeito (coeficiente de<br />
Poisson) e diminuindo portanto o valor do Pré-esforçado.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
42<br />
Figura 22 – Atrito entre as superfícies de contacto de ligações aparafusadas pré-esforçadas<br />
O valor de cálculo da resistência ao escorregamento de um parafuso de alta resistência préesforçado<br />
deve ser determinado pela expressão:<br />
Em que:<br />
<br />
K<br />
η μ<br />
s<br />
F s.<br />
Rd = Fp.<br />
Cd<br />
γ Ms<br />
F p.<br />
Cd = Valor de cálculo do pré-esforço indicado na cláusula 6.5.8.2<br />
μ = Coeficiente de atrito (ver 6.5.8.3)<br />
η = Número de planos de escorregamento<br />
Para o valor de s K deve considerar-se:<br />
• Quando os furos de todas as peças tiverem folgas nominais normalizadas tal como se<br />
especifica em 7.5.2 (1):<br />
s K = 1,0
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
43<br />
• No caso de furos com grande folga, tal como se especifica em 7.5.2 (6), ou furos<br />
ovalizados curtos, tal como se especifica em 7.5.2 (9):<br />
s K = 0,85<br />
• No caso de furos ovalizados longos, tal como se especifica em 7.5.2 (10):<br />
s K = 0,7<br />
• No caso de parafusos colocados em furos com folga nominal normalizada e de<br />
parafusos em furos ovalizados, em que o eixo maior seja perpendicular à direcção da<br />
transmissão do esforço, o coeficiente parcial de segurança para a resistência ao<br />
escorregamento, Ms γ<br />
, é dado por:<br />
<br />
<br />
γ<br />
γ<br />
Ms.<br />
ult<br />
Ms.<br />
ser<br />
=<br />
=<br />
1.<br />
25<br />
1.<br />
10<br />
para estado limite último<br />
para estado limite de utilização<br />
As ligações com parafusos em furos com grande folga ou em furos ovalizados, em que o eixo<br />
maior seja paralelo à direcção da transmissão do esforço, devem ser dimensionadas como<br />
ligações da Categoria C, resistente ao escorregamento no estado limite último.<br />
Neste caso, o coeficiente parcial de segurança da resistência ao escorregamento é dado por:<br />
5.8.2. Pré-esforço<br />
γ<br />
Ms.<br />
ult<br />
=<br />
1.<br />
40<br />
Os parafusos pré-esforçados exercem uma força de compressão entre as chapas unidas. Esta<br />
relação dá lugar a uma elevada resistência por atrito, que permite a transmissão de carga entre<br />
as peças unidas. Quando a carga aplicada (figura 23) excede a força de atrito que se<br />
desenvolve entre as chapas, estas deslizarão uma em relação a outra e o parafuso actuará<br />
como uma ligação resistente por corte
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
44<br />
.<br />
Figura 23 – Plano de corte de chapas em pré-esforço<br />
As vantagens principais de ligações pré-esforçadas são:<br />
• A sua maior rigidez;<br />
• A sua capacidade de resistir aos esforços alternativos periódicos;<br />
• O seu comportamento sob solicitação de fadiga também é melhor do que das ligações<br />
aparafusadas resistentes por corte.<br />
Na prática, para aproveitar as vantagens do pré-esforço, utilizam-se parafusos de alta<br />
resistência (geralmente da classe 10.9) e assim pode obter-se uma força de aperto adequada<br />
com parafusos não demasiados grandes.<br />
No caso de parafusos de alta resistência que obedeçam à Norma de Referência 3, com aperto<br />
controlado nos termos da Norma de Referência 8, o valor de cálculo do pré-esforço<br />
ser utilizado nos cálculos do dimensionamento deve ser:<br />
F =<br />
0,<br />
7 f<br />
p.<br />
Cd<br />
ub<br />
A<br />
s<br />
F p.<br />
Cd , a
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Nos casos em que sejam utilizados outros tipos de parafusos pré-esforçados ou outros tipos de<br />
F p.<br />
Cd<br />
peças de ligação pré-esforçadas, o valor de cálculo do pré-esforço, , deve ser acordado<br />
entre o Dono da obra, o Projectista e a autoridade competente.<br />
5.8.3. Coeficiente de atrito<br />
Através de diversos ensaios ficou demonstrado que as superfícies de contacto puramente<br />
laminadas provocam uma redução substancial do coeficiente de atrito.<br />
Dependendo do coeficiente de atrito de que se toma, as superfícies de contacto devem ser<br />
limpas e fazer-se rugosas com um material adequado (areia, grenalha, etc.).<br />
Deve escolher-se cuidadosamente o material a utilizar e o tratamento deve levar-se ao cabo<br />
optimizando o processo, para assim conseguir um coeficiente de atrito favorável. A aplicação<br />
de uma pintura apropriada deve seguir imediatamente ao tratamento, se assim for<br />
especificado.<br />
As peças a unir com ligações pré-esforçada devem ser protegidas da corrosão mediante<br />
medidas adequadas para prevenir a penetração da humidade nas superfícies de contacto e nos<br />
furos dos parafusos. Esta protecção também pode ser necessário como medida temporal<br />
quando se deseja que as faces das ligações estejam total, ou parcialmente, expostas durante a<br />
montagem. Devem tomar-se todas as precauções necessárias, tanto na fabricação como na<br />
montagem, para assegurar que seja alcançada e mantidos os coeficientes de atrito previstos<br />
nos cálculos.<br />
Quando se efectua uma ligação, as superfícies de contacto devem estar limpas de pó, óleos,<br />
pintura, etc. a eliminação de manchas de óleo deve efectuar-se com produtos químicos<br />
adequados. A superfície preparada não deve estragar-se durante o processo e tão pouco deve<br />
misturar-se óleo ou gordura.<br />
O valor de cálculo do coeficiente de atrito, μ , depende da classe de tratamento superficial<br />
especificada, em conformidade com a Norma de referência 8. O valor de μ deverá ser<br />
considerado da seguinte maneira:<br />
45<br />
• μ = 0.50, para superfícies da classe A<br />
• μ = 0,40, para superfícies da classe B
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
46<br />
• μ = 0,30, para superfícies da classe C<br />
• μ = 0,20, para superfícies da classe D<br />
A classificação de qualquer tratamento superficial deve basear-se em ensaios de amostras<br />
representativas das superfícies utilizadas na estrutura, mediante o processo indicado na Norma<br />
de Referência 8.<br />
Desde que as superfícies de contacto tenham sido tratadas de acordo com a Norma de<br />
referência 8, os seguintes tratamentos superficiais podem ser classificados sem que se proceda<br />
a mais ensaios:<br />
• Na classe A:<br />
Superfícies decapadas a chumbo ou grenalha, de que tenha sido removido toda a ferrugem solta, e<br />
sem pontos de corrosão;<br />
Superfícies decapadas a chumbo ou grenalha e metalizadas por projecção com alumínio;<br />
Superfícies decapadas a chumbo ou grenalha e metalizadas por projecção com um revestimento à<br />
base de zinco que garanta um coeficiente de atrito não inferior a 0,50;<br />
• Na classe B:<br />
superfícies decapadas a chumbo ou grenalha, e pintadas com uma tinta de silicato de zinco<br />
alcalino que produza um revestimento com uma espessura de 50-80 m<br />
μ .<br />
• Na classe C:<br />
Superfícies limpas com escova de arame ou a maçarico, de que tenha sido removida a ferrugem<br />
solta;<br />
• Na classe D:<br />
Superfícies não tratadas.<br />
5.8.4. Combinação de tracção e corte<br />
Os parafusos podem estar sujeitos aos esforços combinados de tracção e corte figura 23.<br />
Nestas circunstâncias, actuam duas forças sobre o plano de corte: v F<br />
(força de corte e<br />
F t (força de tracção.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
47<br />
Figura 23 - Parafusos sujeitos a esforços combinados de tracção e corte<br />
Efectuaram-se ensaios para verificar a utilização entre dois tipos de esforços e dos resultados<br />
verificou-se que parafusos sujeitos a forças de tracção e corte devem satisfazer a seguinte<br />
relação:<br />
F<br />
F<br />
v<br />
v.<br />
Rd<br />
+<br />
Ft<br />
1 , 4 Ft<br />
.<br />
Se uma ligação resistente ao escorregamento for sujeita a uma força de tracção,<br />
F t , para além<br />
da força de corte, v F<br />
, indutora de escorregamento, a resistência ao escorregamento por<br />
parafuso deve ser a seguinte:<br />
• Categoria B: resistente ao escorregamento no estado limite de utilização:<br />
F<br />
s.<br />
Rd.<br />
ser<br />
ks<br />
η μ p.<br />
Cd −<br />
=<br />
γ<br />
Rd<br />
≤<br />
1,<br />
0<br />
( F 0,<br />
8 F )<br />
Ms.<br />
ult<br />
t.<br />
Sd.<br />
ser<br />
• Categoria C: Resistente ao escorregamento no estado limite último:
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
48<br />
F<br />
s.<br />
Rd<br />
=<br />
K<br />
s<br />
( F 0,<br />
8 F )<br />
η μ −<br />
p.<br />
Cd<br />
γ<br />
Se, numa ligação submetida à flexão, a força de tracção resultante da flexão for compensada<br />
por uma força de contacto na zona de compressão, não é necessário reduzir a resistência ao<br />
escorregamento.<br />
5.9. Efeito de alavanca<br />
Conforme visto anteriormente, nos casos em que os parafusos ou rebites tenham de suportar<br />
uma força de tracção, eles devem ser dimensionados de modo a resistirem também à força<br />
adicional resultante do efeito de alavanca, sempre que esta possa ocorrer (ver figura 24 deste<br />
texto ou 6.5.8 do EC3)<br />
As forças de alavanca dependem da rigidez relativa e das proporções geométricas dos<br />
elementos da ligação (ver figura 25 deste texto ou 6.5.9 do EC3)<br />
Caso se tire partido do efeito de alavanca quando se calculam as peças de ligação, então a<br />
força de alavanca deve ser determinada por uma análise adequada, análoga à que se encontra<br />
incorporada nas regras de aplicação apresentadas no Anexo J, para ligações entre vigas e<br />
pilares.<br />
Figura 6.5.8<br />
Q<br />
Ms.<br />
ult<br />
N = F N + Q N = F N + Q<br />
2F N<br />
Efeito de alavanca<br />
Q<br />
t.<br />
Sd<br />
Figura 24 - Efeito de alavanca
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
49<br />
Efeito de alavanca<br />
pequeno<br />
Placa de extremidade espessa<br />
Placa de extremidade fina<br />
Efeito de alavanca<br />
elevado<br />
Figura 6.5.9 Efeito das proporções geométricas no efeito de alavanca<br />
Figura 25 - Forças de alavanca dependem da rigidez relativa e das proporções geométricas dos elementos<br />
da ligação<br />
5.10. Juntas longas<br />
A distribuição de carga entre os parafusos de uma união, supondo que tenha absorvido a<br />
tolerância dos furos, depende da longitude da união, da área da secção transversal relativa das<br />
placas unidas contra a chapa e a capacidade de deformação por esmagamento dos parafusos.<br />
Quando os parafusos de uma ligação alcançam a fluência, a sua flexibilidade aumenta e<br />
origina uma distribuição mais uniforme da carga (a linha descontínua da figura 26).<br />
Nas ligações longas em estruturas metálicas de proporções normais este eixo é insuficiente<br />
para produzir uma repartição homogénea da carga. Deste modo, os parafusos extremos<br />
alcançarão o limite de deformação e atingirão o corte antes que os demais recebam toda a<br />
carga. Este eixo traduzir-se-á num esgotamento progressivo para um valor de corte médio por<br />
parafuso inferior a resistência de corte de um parafuso individual.<br />
Quando a distância j L<br />
entre os centros dos furos extremos de uma ligação, medida na<br />
direcção da transmissão do esforço (ver fig. 6.5-10) for superior a<br />
d<br />
15 , em que d é o
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
diâmetro nominal dos parafusos ou rebites, o valor de cálculo da resistência ao corte<br />
F v.<br />
Rd do<br />
conjunto de parafusos ou rebites, calculado conforme se especifica em 6.5.5 ou 6.5.6 do EC3<br />
β Lf<br />
ou 5.5. e 5.6. deste texto, será reduzido multiplicando-o por um coeficiente de redução<br />
dado por:<br />
β Lf ≤ 1, 0 e β Lf ≥ 0,<br />
75<br />
Mas com:<br />
.<br />
50<br />
β<br />
Lf<br />
= 1 −<br />
L j<br />
− 15 d<br />
200 d<br />
Esta disposição não se aplica nos casos em que haja uma distribuição uniforme da<br />
transferência do esforço ao longo de todo o comprimento da junta, como acontece, por<br />
exemplo, com a transmissão do esforço rasante entre a alma e o banzo de uma peça.<br />
Figura 26 – Aumento da flexibilidade com a fluência dos parafusos e distribuição mais uniforme da carga
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
5.11. <strong>Ligações</strong> por sobreposição simples com um parafuso<br />
Em ligações por sobreposição simples de chapas com um parafuso, (ver figura 6.5.11), o<br />
parafuso deve ser munido de anilhas colocadas sob a cabeça e sob a porca de modo a evitar a<br />
rotura por arrancamento.<br />
O valor de cálculo da resistência ao esmagamento<br />
cláusula 6.5.5 do EC3, ou 5.5. deste texto, será limitado a:<br />
51<br />
F ≤ 1,<br />
5 f dt / γ<br />
b.<br />
Rd<br />
u<br />
F b.<br />
Rd , determinado de acordo com a<br />
Nota : Não devem utilizar-se rebites isolados em ligações por sobreposição simples.<br />
Nas ligações por sobreposição simples de chapas em que se utilizam parafusos de alta<br />
resistência, das classes das qualidades 8.0 ou 10.9, mesmo que não sejam pré-esforçados,<br />
devem aplicar-se anilhas de aço duro.<br />
Nas ligações longas já não é constante a força que vai por parafusos, sendo mais penalizados<br />
os das pontas e designados de exteriores.<br />
Figura 6.5.11 Ligação por sobreposição simples com um parafuso<br />
Figura 27 – Ligação por sobreposição simples com parafuso<br />
5.12. <strong>Ligações</strong> com chapa de forra<br />
O espaço máximo entre superfícies adjacentes de uma ligação não deve ser superior a 2mm<br />
para evitar reduções na resistência de uma ligação. Quando se utilizam parafusos préesforçados,<br />
deve ter-se em conta os efeitos da falta de combinação e poderá ter que<br />
considerar-se tolerâncias mais pequenas.<br />
Mb
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Por dificuldades práticas, nomeadamente, como a necessidade de ligar placas de espessuras<br />
distintas ou uma combinação insuficiente depois de uma montagem em obra, as vezes há que<br />
inserir folhas de acero para actuarem como forras.<br />
Nas ligações efectuadas com parafusos ordinários resistente ao corte, a espiga do parafuso<br />
estará sujeita a solicitações de flexão cada vez maiores. O EC3 cobre esta eventualidade<br />
conforme se indica no ponto seguinte.<br />
Nos casos em que os parafusos ou rebites que transmitem forças por corte e esmagamento<br />
através de chapas de forra com uma espessura total p t<br />
superior a um terço do diâmetro<br />
52<br />
F b.<br />
Rd calculado de acordo com a<br />
nominal d , o valor de cálculo da resistência ao corte<br />
cláusula 6.5.5 ou 6.5.6 do EC3, conforme apropriado, deve ser reduzido multiplicando-o por<br />
β p<br />
um coeficiente dado por:<br />
β<br />
p<br />
9 d<br />
= mas com β p<br />
8 d + 3 t<br />
p<br />
No caso de ligações ao corte duplo com chapas de forra de ambos os lados da junta, p t<br />
espessura da chapa mais espessa.<br />
≤<br />
1,<br />
0<br />
será a<br />
Quaisquer outros parafusos ou rebites que sejam necessário colocar, devido à aplicação do<br />
β p<br />
coeficiente de redução , poderão ser colocados num prolongamento da chapa de forra.<br />
5.13. <strong>Ligações</strong> articuladas<br />
5.13.1. Campo de aplicação<br />
Esta cláusula aplica-se às ligações articuladas em que se exige rotação livre. As ligações<br />
articuladas em que não se exija rotação poderão ser dimensionadas como ligações<br />
aparafusadas simples (ver 6.5.5 e 6.5.11 do EC3).<br />
5.13.2. Furos para cavilhas e chapas de olhal<br />
A geometria das chapas em ligações articuladas deve obedecer aos requisitos de<br />
dimensionamento indicados no 6.5.6 do EC3.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
No estado limite último, a força de cálculo<br />
N Sd na chapa não deve ser superior ao valor de<br />
cálculo da resistência ao esmagamento indicado no quadro 6.5.7. do EC3 ou 7 deste texto.<br />
Tipo A: Dada a espessura t<br />
a<br />
53<br />
≥<br />
FSd<br />
γ<br />
2tf<br />
y<br />
Mp<br />
Quadro 6. Condições Geométricas para chapas em ligações articuladas<br />
+<br />
Tipo B: Dada a geometria<br />
t<br />
≥<br />
2d<br />
3<br />
0<br />
1/<br />
2<br />
⎡ FSd<br />
γ<br />
⎤ Mp<br />
0, 7 ⎢ ⎥ : d 0<br />
⎢⎣<br />
f y ⎥⎦<br />
:<br />
c<br />
≥<br />
F<br />
≤<br />
Sd<br />
γ<br />
2tf<br />
y<br />
2,<br />
5<br />
Mp<br />
t<br />
+<br />
d0<br />
3
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
54<br />
Figura 6.5.12<br />
d 0<br />
0.5 F 0.5 F<br />
Sa Sa<br />
a a<br />
c c<br />
F Sd<br />
M F<br />
Sd<br />
Sd<br />
=<br />
8<br />
(b- 4c - 2a)<br />
M om ento flector num a cavilha<br />
Figura 28 – Momento-flector em cavilha<br />
As chapas de olhal destinadas a aumentar a área útil de uma peça ou a aumentar a resistência<br />
ao esmagamento de uma articulação devem ter dimensões suficientes para poderem transferir<br />
a força de cálculo da cavilha para a peça e devem ser colocadas de modo a evitar<br />
excentricidades.<br />
5.13.3. Dimensionamento de cavilhas<br />
Os momentos flectores numa cavilha devem ser calculados como se indica na figura 6.5.12 do<br />
EC3 ou 28 deste texto.<br />
d
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
No estado limite último, os valores de cálculo dos esforços numa cavilha não devem ser<br />
superiores às resistências de cálculo correspondentes, indicadas no quadro 6.5.7. do EC3 ou 7<br />
deste texto.<br />
Critério<br />
Corte de cavilha<br />
Flexão da cavilha<br />
Combinação de corte<br />
e flexão da cavilha<br />
Esmagamento da chapa e da cacavilha<br />
55<br />
Quadro 7. Resistência de cálculo de ligações articuladas<br />
Resistência<br />
F = 0,<br />
6 A f / γ<br />
v.<br />
Rd<br />
Rd<br />
el<br />
up<br />
M = 0,<br />
8 W f / γ<br />
⎡ M<br />
⎢<br />
⎣M<br />
Sd<br />
Rd<br />
b.<br />
Rd<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
+<br />
⎡ F<br />
⎢<br />
⎣ F<br />
yp<br />
v.<br />
Sd<br />
v.<br />
Rd<br />
y<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
F = 1,<br />
5 t d f / γ<br />
Figura 29 – Exemplo do eventual bom desempenho de ligações articuldas<br />
Mp<br />
Mp<br />
Mp<br />
≤<br />
1
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6. <strong>Ligações</strong> soldadas<br />
6.1. Generalidades<br />
A soldadura é um meio de executar ligações continuas e resistentes entre chapas ou perfis<br />
metálicos que compõem uma estrutura.<br />
Uma ligação por soldadura faz-se fundindo a chapa ou o perfil metálico (Metal de Base)<br />
adicionando ao mesmo tempo metal fundido (Eléctrodo).<br />
O metal depositado no cordão de soldadura é uma mistura do metal de base com o aço do<br />
eléctrodo. Esta mistura depois de solidificada tem simultaneamente uma tensão de cedência<br />
mínima e uma tensão de rotura mínima não inferiores às especificadas para o metal base.<br />
56<br />
Aço<br />
fundido<br />
Metal<br />
soldado solidificado<br />
Calor<br />
Calor<br />
A seta indica a<br />
direcção da solidificação<br />
Limite da fusão<br />
Figura 30 – Ilustração do processo de solda
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Quando existirem condições, a soldadura é a maneira mais económica de executar ligações<br />
em estruturas metálicas.<br />
As soldaduras referidas devem ser executadas preferencialmente em oficina podendo ser<br />
executadas no local se o caderno de encargos o permitir.<br />
As disposições descritas neste trabalho são para soldaduras em que o metal base tenha<br />
espessura igual ou superior a 4mm.<br />
As ligações soldadas devem ser executadas utilizando processos de eficácia comprovada, em<br />
particular os processos de soldadura por arco eléctrico e de chama oxi-acetilénica, e devem<br />
estar de acordo com as normas correspondentes.<br />
57<br />
Fundição do<br />
bordo inferior<br />
Aço<br />
fundido<br />
Solidificação do<br />
bordo superior<br />
Direcção da<br />
soldadura<br />
Figura 31 – Ilustração da aplicação de uma soldadura<br />
A soldabilidade de um aço é determinada pelas suas características mecânicas e pela sua<br />
composição química.<br />
No entanto, não existe um critério único que defina a soldabilidade de um aço para os<br />
diferentes procedimentos de soldadura, visto que o comportamento de um aço durante e após<br />
a soldadura não depende unicamente do material mas igualmente das dimensões e da forma,<br />
assim como da fabricação e das condições de serviço dos elementos de construção.<br />
Os aços mencionados no Quadro 8 são considerados como aços estruturais soldáveis.<br />
A classificação da qualidade dos aços apresentada no Quadro 8 é designada pelas letras B, C,<br />
D e DD que representam o nível de qualidade do aço no respeitante à soldabilidade e aos<br />
valores especificados do ensaio de choque Charpy de provete entalhado. A qualidade aumenta<br />
para cada designação de B a DD. Para uma descrição mais detalhada da qualidade de aços,<br />
deve-se consultar a norma EN10025.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
58<br />
Designação Qualidade<br />
Quadro 8. Propriedades mecânicas de aços<br />
Tensão de cedência fy e Alongamento mínimo em<br />
Energia absorvida mín.<br />
tensão de rotura fu em N / %<br />
no ensaio de choque (J)<br />
mm2<br />
( Lo = 5,65 / So )<br />
Espessura nominal em<br />
Espessura nominal em Espessura nominal em<br />
mm<br />
mm<br />
mm<br />
t 40 40 < t 100 3< t 40< t 63< t Temperatura 10 < t<br />
fy fu fy fu 40 63 100 oC 15<br />
JR/B<br />
20 27<br />
S235/Fe360 JO/C 235 360 215 340 26 25 24 0 27<br />
J2/D -20 27<br />
JR/B<br />
20 27<br />
S275/Fe430 JO/C 275 430 255 410 22 21 20 0 27<br />
J2/D -20 27<br />
JR/B<br />
20 27<br />
JO/C<br />
S355/Fe510<br />
J2/D<br />
355 510 335 490 22 21 20<br />
0<br />
-20<br />
27<br />
27<br />
K2/DD -20 40<br />
Nota:<br />
- Os valores apresentados neste quadro são valores de referência. Para detalhes consultar a norma<br />
EN10025<br />
- Os valores apresentados neste quadro são aplicáveis a provetes longitudinais para o ensaio de tracção.<br />
Para chapas, chapas largas e produtos longos de largura 600 mm utilizam-se provetes transversais e o<br />
alongamento min. deve ser inferior a 2%<br />
- Para espessuras inferiores a 10 mm, a energia mínima absorvida no ensaio de choque deve deduzir-se<br />
da Fig. 1 da norma EN10025<br />
Uma medida da soldabilidade é o denominado valor de carbono equivalente (CEV) segundo a<br />
análise de vazamento e é definido como:<br />
Valores baixos de CEV implicam melhor soldabilidade. O valor máximo de CEV para cada<br />
classe é apresentado no Quadro 9.<br />
As propriedades mecânicas e composição química dos aços devem estar de acordo com os<br />
requisitos dos Quadros 8 e 9. Os valores apresentados no Quadro 9 são determinados por<br />
análise de vazamento.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
59<br />
Quadro 9. Composição química e Máx. CEV de aços (análise de vazamento)<br />
Designação Qualidade<br />
S235/Fe360<br />
S275/Fe430<br />
S355/Fe510<br />
C em % máx. para<br />
espessuras nominais<br />
t em mm<br />
16 < t<br />
t 16<br />
40<br />
Mn%<br />
Máx.<br />
Si%<br />
Máx.<br />
P%<br />
Máx.<br />
S%<br />
Máx.<br />
N%<br />
Máx.<br />
t > 40 t 40<br />
Máx. CEV<br />
para espessuras<br />
nominais em<br />
mm<br />
40 < t<br />
150<br />
JR/B 0,17 0,20 0,17 1,40 - 0,045 0,045 0,007 0,35 0,38<br />
JO/C 0,17 0,17 0,17 1,40 - 0,040 0,040 0,009 0,35 0,38<br />
J2/D 0,17 0,17 0,17 1,40 - 0,035 0,035 - 0,35 0,38<br />
JR/B 0,21 0,21 0,22 1,50 - 0,045 0,045 0,009 0,40 0,42<br />
JO/C 0,18 0,18 0,18 1,50 - 0,040 0,040 0,009 0,40 0,42<br />
J2/D 0,18 0,18 0,18 1,50 - 0,035 0,035 - 0,40 0,42<br />
JR/B 0,24 0,24 0,24 1,60 0,55 0,045 0,045 0,009 0,45 0,47<br />
JO/C 0,20 0,20 0,22 1,60 0,55 0,040 0,040 0,009 0,45 0,47<br />
J2/D 0,20 0,20 0,22 1,60 0,55 0,035 0,035 - 0,45 0,47<br />
K2/DD 0,20 0,20 0,22 1,60 0,55 0,035 0,035 - 0,45 0,47<br />
Nota: Os valores apresentados neste quadro são valores de referência. Para maiores detalhes consultar a<br />
norma EN10025<br />
Todos os consumíveis de soldadura devem satisfazer as condições estabelecidas na norma de<br />
referencia 4, Anexo normativo B do EC3.<br />
Os valores da tensão de cedência, tensão de rotura à tracção, extensão na rotura e valor<br />
mínimo de energia obtido no ensaio de choque Charpy de provete entalhado, especificados<br />
para o metal de adição, devem ser iguais ou superiores aos correspondentes valores<br />
especificados para o tipo de aço a ser soldado.<br />
A escolha do metal de adição pode-se reger genericamente pelos seguintes princípios:<br />
Os consumíveis de soldadura devem ser apropriados ao processo de soldadura escolhido, ao<br />
tipo de aço a soldar e ao tipo de soldadura escolhido.<br />
Os referidos consumíveis devem ser armazenados e manuseados com cuidado seguindo as<br />
instruções do fabricante.<br />
Os eléctrodos para soldadura eléctrica manual por arco devem ser guardados dentro<br />
embalagens originais e num sitio quente e seco protegidos das intempéries.<br />
O fundente deve ser armazenado e transportado em contentores para protecção contra a<br />
humidade
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6.2. Geometria e dimensões<br />
6.2.1. Tipos de soldadura<br />
As soldaduras são, de um modo geral, classificadas como:<br />
60<br />
• Soldaduras de ângulo;<br />
• Soldaduras por entalhe;<br />
• Soldaduras de topo;<br />
• Soldaduras por pontos;<br />
• Soldaduras sem chanfro.<br />
Soldaduras de topo podem ser divididas em:<br />
Figura 32 – Ilustração da soldadura de ângulo e de topo<br />
Soldaduras de topo de penetração total – são soldaduras em que se dá a penetração e fusão total do<br />
metal de adição e do metal base em toda a espessura da junta;<br />
Soldaduras de topo de penetração parcial – são soldaduras em que a penetração da junta é<br />
inferior à espessura total do metal base.<br />
Soldaduras por entalhe e as soldaduras por pontos podem ainda ser em:<br />
⇒ Furos circulares;<br />
⇒ Furos alongados.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
A classificação das soldaduras e respectiva simbologia está ilustrada no Quadro 10.<br />
61<br />
Tipo de<br />
soldadura<br />
Soldadura de<br />
ângulo<br />
Soldadura por<br />
entalhe<br />
Soldadura de<br />
topo com<br />
penetração<br />
total<br />
Soldadura de<br />
topo com<br />
penetração<br />
parcial<br />
Quadro 10. Tipos comuns de ligações soldadas<br />
Tipo de ligação<br />
Ligação de topo Ligação de topo em T Ligação com sobreposição<br />
U simples<br />
U duplo
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6.2.2. Soldadura de ângulo<br />
Um cordão de soldadura de ângulo deve obedecer às seguintes condições:<br />
62<br />
11. A espessura de um cordão de soldadura não deve ser inferior a 3 mm ou<br />
superior a 0,7 vezes a menor espessura dos elementos a ligar;<br />
12. Podem utilizar-se cordões de ângulo para ligações de elementos quando as<br />
faces da soldadura formarem um ângulo compreendido entre 60o e 120o;<br />
13. Também são permitidos ângulos inferiores a 60o. No entanto, nesses casos<br />
considerar-se-á que a soldadura é uma soldadura de topo de penetração parcial.<br />
No caso de ângulos superiores a 120o, não se deve considerar a contribuição<br />
de cordões de soldadura para a transmissão de forças;<br />
14. As soldaduras com comprimentos efectivos inferiores a 40 mm ou a 6 vezes a<br />
espessura do cordão, consoante o valor que for maior, devem ser ignoradas no<br />
que se refere à transmissão de força;<br />
15. Os cordões de soldadura não devem terminar nos cantos de peças ou<br />
elementos. Devem ser continuamente prolongados, sem redução de secção e de<br />
modo a contornar o canto, por um comprimento igual ao dobro da espessura do<br />
cordão, sempre que seja possível proceder a esse prolongamento no mesmo<br />
plano;
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
63<br />
16. Os cordões de soldadura de ângulo podem ser contínuos ou descontínuos. A<br />
utilização de cordões de soldadura de ângulo intermitentes deve estar de<br />
acordo com a cláusula 6.6.2.2 da ENV1993-1-1;<br />
17. Num cordão descontínuo, o afastamento entre extremidades mais próximas de<br />
duas soldaduras deve respeitar as seguintes regras:<br />
⇒ L0 ≥ 0.75b ou 0.75b1 – consoante o que for menor<br />
⇒ L1 ≥ 16t ou 16t1 ou 200 mm– consoante o que for menor<br />
⇒ L1 ≥ 12t ou 12t1 ou 0.25b ou 200 mm– consoante o que for menor<br />
6.2.3. Soldadura por entalhe<br />
O diâmetro de um furo circular, ou a largura de um furo alongado, de uma soldadura por<br />
entalhe, não deve ser inferior a quatro vezes a espessura da peça que a contém.<br />
As extremidades dos furos alongados devem ser semi-circulares, com excepção das<br />
extremidades que se prolongam até ao bordo da peça.<br />
As soldaduras por entalhe, que incluam cordões em furos circulares ou alongados, só podem<br />
ser utilizados para transmitir esforço rasante ou para impedir a encurvadura ou a separação de<br />
peças sobrepostas.<br />
6.2.4. Soldadura de topo<br />
Os diferentes tipos de preparação de uma soldadura de topo estão relacionados com a<br />
espessura do metal e com a capacidade de acesso dos eléctrodos. O Quadro 11 indica os perfis<br />
de alguns métodos de preparação habitualmente utilizados.<br />
As soldaduras de topo de penetração parcial ou as soldaduras de ângulo num único lado<br />
devem ser utilizadas apenas em situações em que as excentricidades devido a soldaduras em<br />
um só lado são compensadoras, como é o caso de ligações em secções tubulares de diâmetro<br />
reduzido e com espessura suficiente de material.<br />
Noutros casos, em que possam ocorrer rotações devidas à excentricidade, as soldaduras em<br />
um só lado não são permitidas.<br />
Não se devem utilizar soldaduras de topo descontínuas.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
64<br />
Figura 33 – Regras construtivas para cordões descontínuos
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6.2.5. Soldaduras por pontos<br />
As soldaduras por pontos que preenchem furos circulares ou entalhes não devem ser<br />
utilizadas para resistir a esforços de tracção aplicados externamente, mas podem ser utilizadas<br />
para:<br />
65<br />
18. Transmitir esforço rasante, ou;<br />
19. Impedir a encurvatura ou separação de peças sobrepostas, ou interligar os<br />
componentes de peças compostas.<br />
O diâmetro de um furo para uma soldadura por pontos ou a largura de um entalhe para uma<br />
soldadura de entalhe deve ter pelo menos mais 8 mm do que a espessura da peça que a<br />
contem.<br />
As extremidades de um entalhe devem ser semicirculares ou então devem ter os cantos<br />
arredondados segundo um raio que não seja inferior à espessura da peça que contem o<br />
entalhe. Exceptuando-se os casos de extremidades que se prolonguem ate ao bordo da peça<br />
em questão.<br />
A espessura de uma soldadura por pontos, em peças com espessura inferior ou igual a 16 mm,<br />
deve ser igual à espessura da peça. A espessura de uma soldadura por pontos em peças com<br />
espessura superior a 16 mm deve ser pelo menos iguakl a metade da espessura da peça, e<br />
nunca a 16 mm.<br />
A distância entre centros de soldaduras por pontos não deve exceder o valor necessário para<br />
evitar a encurvadura local.<br />
6.2.6. Soldaduras sem chanfro<br />
A espessura efectiva dos cordões de soldadura sem chanfro em perfis tubulares rectangulares<br />
(ver figura 6.6.3) deve ser determinada por meio de medições efectuadas em soldaduras<br />
(soldaduras de ensaio) cujo processo de execução respeite as mesmas condições.<br />
As soldaduras de ensaio devem ser abertas por corte da secção transversal e medidas, a fim de<br />
se definirem as técnicas de soldadura que permitem assegurar que no fabrico se obtém a<br />
espessura do cordão considerada no projecto.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
66<br />
Tipos de Soldaduras Condições<br />
Quadrado<br />
V simples<br />
Quadro 11. Tipos de soldadura de topo<br />
T<br />
(mm)<br />
0 – 3<br />
3 – 6<br />
5 – 12<br />
> 12<br />
G<br />
(mm)<br />
0 – 3<br />
3<br />
2<br />
2<br />
R<br />
r<br />
(mm)<br />
(mm)<br />
--- --- ---<br />
V duplo > 12 3 60o 2 ---<br />
U simples > 20 0 20o 5 5<br />
U duplo > 40 0 20o 5 5<br />
Chanfro simples 5 – 12 3 45o 1 ---<br />
Chanfro duplo > 12 3 45o 2 ---<br />
J simples > 20 0 20o 5 5<br />
J duplo<br />
60o<br />
60o<br />
1<br />
2<br />
> 40 0 20o 5 5<br />
Para soldaduras sem chanfro de varões deve utilizar-se o mesmo processo de determinação da<br />
espessura do cordão sempre que a soldadura preencha completamente o espaço compreendido<br />
entre as superfícies dos varões (ver figura 6.6.4 do EC3 ou 34 deste texto)<br />
---
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
67<br />
a<br />
Figura 6.6.3<br />
Figura 6.6.4<br />
6.3. Arranque Lamelar<br />
a<br />
Espessura efectiva de soldaduras sem chanfro em tubos<br />
rectangulares<br />
a<br />
Espessura efectiva de soldaduras sem chanfro em barras<br />
e varões<br />
Figura 34 – Espessuras efectivas de soldadura<br />
As chapas usadas em construção soldada são em geral obtidas por laminagem, tendo por tal<br />
facto menor resistência á tracção na direcção da espessura do que na direcção longitudinal.<br />
Em juntas bastante rígidas com transmissão de esforços segundo a espessura é comum ocorrer<br />
fissuração longitudinal no interior das chapas de ligação, ocorrência designada por arranque<br />
lamelar.<br />
a
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Este fenómeno é corrente em juntas em cruz e T. Para obviar tal ocorrência podem usar-se<br />
metais de base não susceptíveis ao arrancamento lamelar ou alterar o tipo de ligação para que<br />
o arrancamento lamelar não se verifique.<br />
Indicam-se de seguida algumas formas de reduzir ou evitar o risco de arranque lamelar:<br />
68<br />
• Reduz a possibilidade de arranque lamelar o uso dos cordões de soldadura menores e<br />
simétricos;<br />
• Reduz-se a possibilidade de arranque lamelar diminuindo a localização de deformação<br />
plástica, deve-se evitar pormenores das juntas que dêem origem a tensões orientadas<br />
segundo a espessura;<br />
• Nos aços de alta resistência, por vezes elimina-se o risco de arranque lamelar<br />
depositando material de baixa tensão de cedência e alta ductilidade com espessura de 5<br />
a 10 mm. Este material vai-se deformar plasticamente reduzindo a deformação<br />
transmitida à espessura das chapas soldadas. Esta técnica é conhecida por “Buttering”.<br />
• Elimina-se o risco de arranque lamelar mudando a forma da junta, conforme figura 35.<br />
6.4. Distribuição de forças<br />
Para calcular a distribuição de forças de ligações soldadas é necessário considerar o seguinte:<br />
• A distribuição de forças numa ligação soldada pode ser calculada admitindo-se quer<br />
um comportamento elástico quer um comportamento plástico;<br />
• Normalmente, é aceitável admitir uma distribuição simplificada das forças nas<br />
soldaduras;<br />
• As tensões residuais e as tensões que não participem na transferência de forças não<br />
tem que ser consideradas ao verificar a resistência de uma soldadura. Tal aplica-se<br />
especificamente à tensão normal paralela ao eixo da soldadura;<br />
• As ligações soldadas devem ser dimensionadas de modo a terem uma capacidade de<br />
deformação adequada;
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
69<br />
• Nas juntas em que se possam vir a formar rótulas plásticas, as soldaduras devem ser<br />
dimensionadas de modo a assegurarem uma resistência de cálculo pelo menos igual à<br />
da peça ligada mais fraca;<br />
• Noutras juntas, em que seja necessário garantir capacidade de deformação para a<br />
rotação da junta devido à possibilidade de deformação excessiva, as soldaduras devem<br />
ser suficientemente resistentes para que não haja rotura antes de se verificar a<br />
plastificação generalizada do material base adjacente. De um modo geral, pode<br />
satisfazer-se esta condição se a resistência de cálculo da soldadura não for inferior a<br />
80% da resistência de cálculo da peça ligada mais fraca.<br />
(a)<br />
(b)<br />
Pormenor susceptível Pormenor melhorado<br />
Pormenor susceptível<br />
Pormenor melhorado<br />
Figura 6.6.5 Disposições para evitar o arranque lamelar<br />
Figura 35 – Disposições construtivas para evitar o arranque lamelar
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
.6.5. Resistência de calculo de um cordão de ângulo<br />
6.5.1. Comprimento efectivo<br />
Deve considerar-se como comprimento efectivo de um cordão de ângulo, o comprimento total<br />
do cordão com secção completa, incluindo os prolongamentos das extremidades. Desde que a<br />
espessura do cordão se mantenha constante ao longo deste comprimento, não é necessário<br />
prever-se uma redução do comprimento efectivo quer na extremidade inicial quer na<br />
extremidade final da soldadura.<br />
70<br />
SOLDADURA NÃO RECOMENDADO RECOMENDADO<br />
Chapa rigidificadora de<br />
um apoio com chapa de<br />
ala<br />
Chapa de diafragma com<br />
com chapa de ala<br />
Rigidificador de uma alma<br />
Esquina de viga caixão<br />
Figura 36 – Disposições construtivas em soldaduras<br />
As soldaduras com comprimento efectivos inferiores a 40mm ou 6 vezes a espessura do<br />
cordão, consoante o valor que for maior, devem ser ignoradas no que se refere á transmissão<br />
de forças.<br />
As soldaduras com comprimentos efectivos a 40 mm ou 6 vezes a espessura do cordão,<br />
consoante o valor que for maior, devem ser ignoradas no que se refere à transmissão de<br />
forças.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Nos casos em que a distribuição de tensões ao longo de uma soldadura seja significativamente<br />
influenciada pela rigidez dos elementos ou peças ligadas, pode desprezar-se a não<br />
uniformidade da distribuição de tensões desde que se preveja uma redução correspondente da<br />
resistência de cálculo.<br />
As larguras efectivas de juntas soldadas, dimensionadas de modo a transferirem cargas<br />
transversais para o banzo não reforçado de uma secção em I, em H ou oca, devem ser<br />
reduzidas de acordo com a cláusula 6.6.8 do EC3.<br />
A resistência de cálculo de juntas longas com L>150a (a = espessura do cordão) deve ser<br />
reduzida como se especifica na cláusula 6.6.9 do EC3.<br />
6.5.2. Espessura do cordão<br />
Deve considerar-se como espessura, a, de um cordão de ângulo, a altura do maior triângulo<br />
susceptível de ser inscrito dentro dos planos da base de soldadura e da superfície da própria<br />
soldadura medida perpendicularmente ao lado exterior desse triângulo. A Figura seguinte<br />
representa a definição de cordão de soldadura.<br />
A espessura de um cordão de soldadura não deve ser inferior a 3 mm.<br />
Ao determinar a resistência de um cordão de soldadura de penetração profunda pode ter-se em<br />
conta a sua espessura adicional (ver figura 6.6.7 do EC3 ou 38 deste texto), desde que se<br />
demonstre, por meio de ensaios, que se pode obter constantemente a penetração pretendida.<br />
Para cordões de soldadura de ângulo de penetração profunda, pode ter-se em conta a sua<br />
espessura adicional, desde que se demonstre, por meio de ensaios, que se pode obter<br />
constantemente a penetração pretendida.<br />
71<br />
Figura 37 – Definição de espessura de cordão (a≥3mm)
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
72<br />
Figura 6.6.6<br />
a<br />
a<br />
a nom 1<br />
Espessura de um cordão de ângulo<br />
Figura 6.6.7 Espessura de uma soldadura de ângulo de penetração<br />
com pleta<br />
Figura 38 – Espessura de cordões<br />
No caso de um cordão de soldadura executado por um processo de soldadura automático de<br />
arco submerso, a espessura poderá ser aumentada em 20% ou em 2 mm, conforme o valor<br />
mais baixo, sem se recorrer a ensaios.<br />
6.5.3. Resistência por unidade de comprimento<br />
Segundo o EC3 pode-se verificar a resistência de um cordão de angulo por dois métodos:<br />
a<br />
a<br />
a
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Método do anexo M<br />
Neste método a carga que actua sobre o cordão de soldadura decompõe-se nas componentes<br />
paralela e perpendicular ao eixo longitudinal do cordão e normal e transversal ao plano da<br />
garganta (plano definido pela espessura a do cordão e por o comprimento efectivo desse<br />
mesmo cordão), conforme figura abaixo.<br />
73<br />
Figura 39 – Esquema de tensões numa soldadura<br />
Admitindo uma distribuição de tensões uniforme no plano da garganta do cordão de soldadura<br />
as tensões correspondentes são:<br />
<br />
<br />
<br />
σ1=<br />
τ2=<br />
τ1=<br />
Fσ⊥<br />
a.l<br />
Fτ//<br />
a.l<br />
Fτ⊥<br />
a.1<br />
é a tensão normal perpendicular ao plano da garganta<br />
é a tensão tangencial ao plano da garganta e transversal ao eixo do cordão<br />
é a tensão tangencial ao plano da garganta e paralela ao eixo do cordão
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
74<br />
σ2 é a tensão normal paralela ao eixo do cordão.<br />
A tensão normal σ2 não se considera na verificação do cordão, porque a secção transversal do<br />
cordão é muito pequena e tem uma resistência desprezável em comparação com a área da<br />
garganta, sujeita á componente de tensão tangencial τ2.<br />
Aplicando o critério de Von Mises aos componentes de tensão atrás descritos obtemos uma<br />
tensão equivalente σeq na área da garganta do cordão de soldadura:<br />
A resistência do cordão de soldadura satisfaz quando obedecer as seguintes condições:<br />
Em que:<br />
fu é a tensão de rotura á tracção da peça ligada mais fraca<br />
γMw é o coeficiente de segurança para soldaduras (=1.25)<br />
βw é um factor de correlação conforme quadro 12<br />
Quadro 12. Factor de correcção βw para soldaduras em ângulo<br />
Designação do aço<br />
σ eq ≤<br />
σ1 ≤<br />
Tensão de rotura fu<br />
(N/mm2)<br />
β w γ Mw<br />
f u<br />
γ Mw<br />
Fe360/S235 360 0,80<br />
Fe430/S275 430 0,85<br />
Fe510/S335 510 0,90<br />
f u<br />
Factor de<br />
correcção βw
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Método das Tensões Medias<br />
O valor de cálculo de resistência por unidade de comprimento Fw.Rd deve ser determinado<br />
por:<br />
em que :<br />
75<br />
Fw.Sd ≤ Fw.Rd<br />
• (força resultante transmitida pela soldadura);<br />
• NSd = valor de cálculo da força normal à soldadura;<br />
• Vl.Sd = valor de cálculo da força de corte longitudinal à soldadura;<br />
• Vt.Sd = valor de cálculo da força de corte transversal à soldadura;<br />
• (valor de cálculo da resistência da soldadura);<br />
• fu = resistência à tracção nominal última da peça ligada mais fraca;<br />
• βw = factor de correcção (ver Quadro 12).<br />
6.6. Resistência de calculo das soldaduras de topo<br />
6.6.1. Soldaduras de topo de penetração total<br />
A resistência de cálculo de uma soldadura de topo de penetração total deve ser igual à<br />
resistência de cálculo da parte ligada mais fraca, desde que a soldadura seja executada com<br />
um eléctrodo adequado (ou outro consumível de soldadura). Assim, originam-se cordões<br />
completos que tenham simultaneamente uma tensão de cedência mínima e uma resistência à<br />
tracção mínima, que não sejam inferiores às que tenham sido especificadas para o metal base.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
76<br />
Penetração<br />
Espessura<br />
da garganta<br />
Profundidade da penetração<br />
Figura 40 – Representação da penetração de uma soldadura<br />
6.6.2. Soldaduras de topo de penetração parcial<br />
A resistência de uma soldadura de topo de penetração parcial deve ser determinada de forma<br />
análoga à de um cordão de soldadura de ângulo de penetração profunda (ver 6.6.5 do EC3).<br />
A espessura a considerar para uma soldadura de topo de penetração parcial deve ser igual à<br />
profundidade de penetração susceptível de ser obtida constantemente.<br />
A espessura susceptível de ser obtida constantemente com as mesmas características pode ser<br />
determinada por meio de ensaios preliminares.<br />
Quando o chanfro de preparação da soldadura for em U, em V, em J (meio U) ou em meio V<br />
(obliquo) (ver figura 6.6.8 do EC3), a espessura do cordão deve ser igual à profundidade<br />
nominal do chanfro menos 2 mm, a menos que os ensaios demonstrem que se justifica um<br />
valor maior.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6.6.3. <strong>Ligações</strong> soldadas de topo em T<br />
A resistência de uma ligação soldada de topo em T, constituída por duas soldaduras de topo<br />
de penetração parcial reforçadas por cordões de angulo sobrepostos, pode ser calculada da<br />
mesma forma do que uma soldadura de topo de penetração total (ver 6.6.6.1) se a espessura<br />
nominal total do cordão, excluindo o intervalo não soldado, não for inferior á espessura t da<br />
peça que forma o elemento de topo da junta em T, bem como o intervalo não soldado não seja<br />
inferior a t\5 ou 3 mm, consoante o valor menor.<br />
77<br />
t<br />
a nom.1<br />
c nom<br />
anom.1 + anom.2 ≥ t<br />
a nom.2<br />
cnom ≤ t/5 e cnom ≤ 3 mm<br />
Figura 41 – Representação de soldadura de topo em T<br />
A resistência de uma ligação soldada de topo em T, que não satisfaça as condições estipuladas<br />
no paragrafo (1), deve ser determinada da mesma forma do que para um cordão de soldadura<br />
de penetração profunda (ver 6.5.5). A espessura do cordão deve ser determinada de acordo<br />
com as disposições estipuladas quer para cordões de ângulo (ver 6.6.5.2) quer para as<br />
soldaduras de topo de penetração parcial (ver 6.6.6.2).<br />
A espessura do cordão deve ser a espessura nominal do cordão 2 mm (ver figura 6.6.9 (b) do<br />
EC3), a menos que os ensaios demonstrem que se justifica um valor maior.<br />
Se a ligação não satisfaz as condições impostas no parágrafo anterior a sua resistência deve<br />
ser determinada da mesma forma que é para um cordão de ângulo (ver 6.6.5 do EC3).
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6.7. Resistência de cálculo de soldaduras por pontos e de entalhe<br />
A resistência das soldaduras por pontos e entalhe pode calcular-se pelo método da tensão<br />
média conforme determinado para as soldaduras de ângulo (ver 6.6.5.3 do EC3).<br />
A área efectiva a considerar no cálculo do cordão deve ser do furo ou a área do entalhe<br />
conforme o caso.<br />
6.8. <strong>Ligações</strong> de banzos não reforçados<br />
Numa ligação em T entre uma chapa e um banzo não reforçado de uma secção em I, em H ou<br />
oca, considerar-se-á uma largura efectiva reduzida, quer para o material base, quer para as<br />
soldaduras (ver figura seguinte).<br />
Para uma secção em I ou em H, a largura efectiva beff deve ser obtida a partir de (ver fig.<br />
6.6.10 do EC3):<br />
Mas:<br />
Em que fy é a tensão resistente de cálculo do elemento e fyp é a tensão resistente de cálculo da<br />
chapa. Se beff for inferior a 0,7 vezes a largura total, a junta deve ser reforçada.<br />
Para uma secção oca a largura efectiva beff deve ser obtida a partir de (ver fig.6.6.10 do<br />
EC3):<br />
Mas:<br />
As soldaduras que ligam a chapa ao banzo devem ter uma resistência de cálculo, por unidade<br />
de comprimento, que não deve ser inferior à resistência de cálculo por unidade de largura da<br />
chapa.<br />
78
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
79<br />
Figura 42 – Representação da penetração de uma soldadura<br />
a. Secção em I<br />
b. Secção oca<br />
Figura 43. Largura efectiva de uma ligação em T não reforçada
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
80<br />
a = a nom<br />
- 2mm<br />
a = a<br />
nom - 2mm<br />
a = a<br />
nom - 2mm<br />
Figura 6.6.8<br />
a nom 1<br />
C nom<br />
a nom 2<br />
Soldadura de topo de penetração parcial<br />
a nom 1 + a nom 2 t<br />
a<br />
1 = a nom 1 - 2 mm<br />
Cnom t/5 e<br />
C<br />
nom 3mm<br />
a<br />
2 = a nom 2 - 2 mm<br />
(a) Penetração total efefctiva (b) Penetração parcial<br />
Figura 6.6.9 Soldadura de topo em T<br />
Figura 44 – Representação de soldadura de topo de penetração parcial e de topo em T<br />
a1<br />
C<br />
a 2
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6.9. Juntas longas<br />
Nas juntas longas de sobreposição a distribuição de tensões não é uniforme ao logo do cordão<br />
de soldadura, apresentando tensões mais elevadas nos extremos, conforme indica a figura<br />
81<br />
P<br />
P<br />
Figura 45 – Juntas longas em soldadura<br />
Devido a este facto o EC3 especifica que a resistência de calculo do cordão numa junta longa<br />
deve ser multiplicado por um factor de redução βw.<br />
Se a ligação tem o comprimento superior a 150a o factor de redução é dado pela seguinte<br />
expressão:<br />
mas:<br />
onde:<br />
βLw.1= 1.2-0.2Lj/(150a)<br />
βLw.1≤ 1.0<br />
Lj é o comprimento total da sobreposição na direcção da transferencia de força<br />
a é a espessura do cordão<br />
Para cordões de ângulo com um comprimento superior a 1.7 metros que liguem os reforços<br />
transversais em painéis reforçados o coeficiente de redução<br />
Mas:<br />
βLw.2= 1.1-Lw/17<br />
P<br />
P
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
82<br />
βLw.2≤ 1.0 e βLw.2≥ 0.6<br />
Onde: Lw é o comprimento total da soldadura (em metros)<br />
Quadro 13. Classe de resistência de aços<br />
Quadro 14. Diâmetros de tubos e características associadas
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
6.10. Cantoneiras ligadas por uma aba<br />
Nas cantoneiras ligadas por uma aba pode ter-se em conta a excentricidade das ligações<br />
soldadas com sobreposição das extremidades, adoptando-se uma área efectiva da secção<br />
transversal e tratando, em seguida, a peça como estando solicitada concentricamente.<br />
No caso de uma cantoneira de abas iguais, ou de uma cantoneira de abas desiguais ligada<br />
pela aba maior, a área efectiva pode ser igual á área bruta.<br />
No caso de uma cantoneira de abas desiguais ligada pela aba mais pequena, ao determinar a<br />
resistência de cálculo da secção transversal, a área efectiva deve ser igual á área bruta da<br />
secção transversal de uma cantoneira de abas iguais equivalente cujas as abas sejam do<br />
mesmo tamanho que a aba mais pequena (ver cap. 5.4.3 e 5.4.4 do EC3). Porem, ao<br />
determinar a resistência á encurvadura de cálculo de um elemento comprimido (ver cap. 5.5.1<br />
do EC3) deve utilizar-se a área bruta real da secção transversal.<br />
83
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
7. <strong>Ligações</strong> mistas<br />
Quando se utilizam vários tipos de ligadores para suportar um esforço de corte ou quando se<br />
utiliza uma combinação de soldaduras e ligadores (ver figura 6.7.1 do EC3), um dos tipos de<br />
ligação deve ser dimensionado de modo a suportar a força total.<br />
Como excepção a esta disposição, pode admitir-se que os parafusos de alta resistência préesforçados<br />
de ligações dimensionadas como sendo resistentes ao escorregamento no estado<br />
limite ultimo (categoria C da clausula 6.5.3.1 do EC3) partilham a força com as soldaduras,<br />
desde que o aperto final dos parafusos seja aplicado depois de executada a soldadura.<br />
Apesar das ligações constituírem um dos factores que mais condiciona a resposta estrutural,<br />
continuam a apresentar muitas incertezas na previsão do seu comportamento.<br />
De facto a incerteza e complexidade no comportamento de ligações é muito superior à de<br />
outros componentes estruturais, resultando essencialmente da sua complexidade geométrica<br />
associada a imperfeições, tensões residuais, folgas e escorregamento e uma falta de<br />
repetitibilidade na produção de ligações.<br />
As implicações em termos de custo decorrentes das incertezas na previsão do comportamento<br />
de ligações levaram a que, nas duas últimas décadas, o esforço de investigação em ligações<br />
sofresse um incremento notável, resultando no aparecimento de novas metodologias para a<br />
análise e dimensionamento de ligações que apenas recentemente começam a estar em<br />
condições de serem utilizadas em situações reais.<br />
Este trabalho, para além de incluir a parte do Eurocodigo 3 relativo a este tema, procurará<br />
estabelecer as bases das metodologias actualmente preconizadas para a análise e<br />
dimensionamento de ligações, ilustrando sucintamente a sua aplicação a alguns exemplos<br />
correntes.<br />
Atendendo à impossibilidade de tratar a gama de todos os tópicos que necessariamente<br />
abrange o estudo de ligações metálicas, esta restringir-se-á a:<br />
84<br />
• <strong>Ligações</strong> metálicas (excluindo assim as ligações mistas aço-betão);<br />
• Comportamento estático monotónico (excluindo o comportamento cíclico e<br />
dinâmico);
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
85<br />
• <strong>Ligações</strong> viga-pilar de eixo forte;<br />
• Comportamento de ligações à temperatura ambiente (excluindo-se o comportamento à<br />
acção do fogo);<br />
• Aspectos estruturais (excluindo-se aspectos tecnológicos de fabrico e montagem).<br />
Com este trabalho procura-se apresentar, relativamente ao capitulo das ligações mistas, isto é,<br />
viga-pilar e pilar–base, os princípios gerais de uma metodologia de análise e<br />
dimensionamento de ligações metálicas que se prevê tornar-se prática corrente de projecto,<br />
nos próximos anos, na Europa, como resultado do esforço de normalização que têm<br />
constituído os Eurocódigos Estruturais.<br />
Muito embora a metodologia descrita seja simples, um subtítulo “métodos avançados de<br />
análise e dimensionamento” virá a ser introduzido numa próxima edição, traduzindo o estado<br />
actual de divulgação, o qual apenas agora começa a constituir matéria consolidada no ensino<br />
de estruturas metálicas.<br />
Para além deste aspecto, a utilização generalizada destas metodologias necessita da<br />
banalização de ferramentas informáticas de apoio, tal como aconteceu nos finais da década de<br />
80 com os programas de análise elástica de estruturas reticuladas planas e mais recentemente<br />
com programas de análise elástica de estruturas tridimensionais.<br />
Finalmente, convém salientar que subsiste ainda muito trabalho de investigação a realizar<br />
neste domínio, quer no campo da ductilidade das ligações, tópico abordado neste trabalho,<br />
como nos restantes aspectos listados anteriormente e que permitirão o tratamento das ligações<br />
com um rigor equivalente ao que já hoje é exigido aos elementos estruturais.<br />
Quando se utilizam vários tipos de ligadores para suportar um esforço de corte, ou quando se<br />
utiliza uma combinação de soldaduras e ligadores, ver fig.6.7.1 do EC3 ou 46 deste texto, um<br />
dos tipos de ligação deve ser dimensionado de modo a suportar a força total.<br />
Como excepção a esta disposição, pode admitir-se que os parafusos de alta resistência préesforçados<br />
de ligações dimensionadas como sendo resistentes ao escorregamento no estado<br />
limite ultimo – categoria C, ligações ao corte em que FVsd ≤ Fs,Rd e FVsd ≤ Fb,Rd<br />
partilham a força com as soldaduras, desde que o aperto final dos parafusos seja aplicado<br />
depois de executada a soldadura.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
86<br />
Figura 46 – Exemplos de ligações mistas
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
8. Cobrejuntas<br />
8.1. Generalidades<br />
Os cobrejuntas que vamos tratar não são meros acessórios que evitam a infiltração de aguas e<br />
outros agentes nocivos, mas sim peças com função mecânica específica (o que não implica<br />
que não possam desempenhar tarefas protectivas da ligação, simultaneamente),<br />
As disposições desta secção aplicam-se ao dimensionamento das juntas existentes ao longo do<br />
comprimento de um elemento ou peça linear.<br />
As cobrejuntas devem ser dimensionadas de modo a que os elementos ligados mantenham as<br />
suas posições.<br />
Sempre que possível, as posições dos elementos devem ser tais que os eixos baricêntricos de<br />
qualquer cobrejunta coincidam com os eixos baricêntricos do elemento. Se existir<br />
excentricidade, os esforços resultantes devem ser considerados.<br />
8.2. Cobrejuntas em elementos comprimidos<br />
Quando os elementos não estão preparados para transmitir os esforços exclusivamente através<br />
da totalidade das suas superfícies de contacto, devem colocar-se cobrejuntas para transmitir<br />
esses mesmos esforços na secção da ligação. Os esforços devem incluir os momentos devidos<br />
a excentricidades aplicadas, a imperfeições iniciais e a deformações de segunda ordem.<br />
Quando os elementos estão preparados para a transmissão dos esforços exclusivamente<br />
através da totalidade das suas superfícies de contacto, as cobrejuntas devem ser<br />
dimensionadas de modo a garantirem a continuidade da rigidez em relação aos eixos e a<br />
resistirem a qualquer tracção resultante dos momentos flectores, nos quais se incluem os que<br />
se referem no parágrafo anterior.<br />
O alinhamento das extremidades em contacto deve ser mantido por cobrejuntas ou por outros<br />
meios. Os cobrejuntas e os respectivos meios de fixação devem ser dimensionados de modo a<br />
suportarem uma força aplicada nas extremidades em contacto, actuando em qualquer direcção<br />
perpendicular ao eixo do elemento, cuja intensidade não deve ser inferior a 2,5% do esforço<br />
de compressão no elemento.<br />
87
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
8.3. Cobrejuntas em elementos traccionados<br />
Uma cobrejunta existente num elementos ou peça linear sujeita à tracção deve ser<br />
dimensionada de modo a transmitir todos os esforços a que o elemento ou a peça linear<br />
estejam sujeitas nesse ponto.<br />
Mais uma vez o cobrejuntas assume funções primordialmente mecânicas.<br />
88
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
9. <strong>Ligações</strong> Viga-Pilar<br />
9.1. Bases<br />
O momento resistente de cálculo MRd de uma ligação viga-coluna não deve ser inferior ao<br />
momento de cálculo aplicado MSd.<br />
89<br />
Figura 47 – Tipos de ligação Viga-Pilar aparafusadas<br />
A relação momento-rotação da ligação entre uma viga e um pilar deve ser compatível com as<br />
hipóteses formuladas na análise global da estrutura e com as hipóteses formuladas no<br />
dimensionamento dos elementos (ver secção 5.2.2.1 EC3 – Cálculo dos esforços – Hipótese<br />
de cálculo).
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
9.2. Relações momento-rotação<br />
A definição das relações momento-rotação de cálculo para as ligações viga-pilar deve basearse<br />
em teorias confirmadas experimentalmente.<br />
90<br />
Figura 48 – Tipos de ligação Viga-Pilar aparafusadas, soldadas e mistas<br />
Como aproximação do comportamento real, pode representar-se uma ligação viga-pilar por<br />
meio de uma mola em espiral ligando os eixos do pilar e da viga no seu ponto de intersecção,<br />
como indicado na fig.6.9.1. do EC3.<br />
De um modo geral, a relação momento-rotação real de uma ligação viga-pilar não é linear.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Pode obter-se uma relação momento-rotação de cálculo aproximada a partir de uma relação<br />
mais rigorosa adoptando-se qualquer curva apropriada, incluindo a que traduza uma<br />
aproximação linear (por exemplo, bilinear ou trilinear), desde que a curva aproximada se situe<br />
inteiramente abaixo da relação mais rigorosa ver fig. 6.9.2 do EC3. Esta é a forma usual de<br />
adaptar o comportamento de ligações ao cálculo automático.<br />
91<br />
Figura 49 – Tipos de ligação Viga-Pilar com suporte em betão<br />
A relação momento-rotação de cálculo, ver fig. 6.9.3 do EC3, deve definir três propriedades<br />
principais, nomeadamente:<br />
• O momento resistente; (ver 6.9.3 do EC);<br />
• A rigidez de rotação; (ver 6.9.4 do EC);<br />
• A capacidade de rotação. (ver 6.9.5 do EC).
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
92<br />
Figura 50 – Funcionamento básico de tipos de ligação Viga-Pilar com suporte em betão<br />
Figura 51 A – Tipos rotura de ligação Viga-Pilar
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
93<br />
Figura 51 B – Tipos rotura de ligação Viga-Pilar<br />
Figura 52 – Tipos de rotura de ligação Viga-Pilar
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
94<br />
Figura 53 – Tipos de ligação Viga-Pilar reforçadas<br />
Figura 54 – Tipos de ligação Viga-Pilar com rigidificador Morris
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
95<br />
Figura 55 – Tipos de ligação Viga-Pilar aparafusadas com vista em corte
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
96<br />
Figura 56 – Modelo “T-stub” de ligação Viga-Pilar<br />
Figura 57 – Tipos de ligação Viga-Pilar<br />
Figura 58 – Funcionamento básico de ligação Viga-Pilar
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
97<br />
Figura 59 – Modelo de deformação elementar de ligação Viga-Pilar<br />
Figura 60 – Tipos de ligação Viga-Pilar<br />
Figura 61 – Distribuição de tensões numa ligação Viga-Pilar tipo soldada
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
98<br />
Figura 62 – Tipos de reforços de ligação Viga-Pilar<br />
Figura 63 – Esforços típicos de ligação Viga-Pilar
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
99<br />
Figura 64 – Relação momento-rotação em tipos de ligação Viga-Pilar<br />
De facto o Mrd estipula o valor máximo que este esforço pode atingir com segurança para a<br />
secção em estudo, sendo a rigidez de rotação um precioso indicador da forma como se<br />
comporta a ligação, qualificando, e até quantificando) o seu desempenho (quanto mais<br />
inclinada for a recta que relaciona Mrd com a rotação, mais deformável é essa secção ao<br />
efeito desse esforço). Em conclusão, para além da relação Mrd/Φ nos informar sobre os<br />
valores de esforço-deformação, o que podemos afirmar é que a secção só é efectivamente<br />
resistente ao momento em causa, se tiver condições para efectuar a rotação que este lhe<br />
impõe, sem perda significativa de resistência.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
100<br />
Figura 65 – Tipos de ligação, em termos de rigidez, em união Viga-Pilar<br />
Quando se utiliza a análise elástica global não é necessário considerar a capacidade de rotação<br />
de ligações rígidas ou semi-rígidas (ver classificação segundo a rigidez em ligações<br />
articuladas, rígidas e semi-rígidas, secção 6.4.2 EC3). Isto porque os momentos atingidos,<br />
tendo em consideração este tipo de ligações, não são susceptíveis de provocar rotações<br />
incomportáveis pela secção, em geral.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Em certos casos o comportamento momento-rotação de uma ligação viga-pilar inclui uma<br />
rotação inicial devida ao escorregamento dos parafusos ou a desajustamentos, tal como se<br />
pode ver na fig. 6.9.4 do EC3. Quando isso acontece deve também ser incluída uma rotação<br />
inicial Φo no valor de cálculo da relação momento-rotação, ver fig. 6.9.4(b) do EC3, como<br />
será lógico.<br />
Momento resistente<br />
O momento resistente de cálculo MRd é igual ao valor máximo da relação momento-rotação<br />
de cálculo.<br />
Rigidez de rotação<br />
Pode tirar-se todo o partido de uma relação momento-rotação de cálculo não linear utilizando<br />
métodos de cálculo incrementais.<br />
Excepto no caso referido no parágrafo anterior, a rigidez de rotação Sj deve ser a rigidez<br />
secante, como se ilustra na fig 6.9.5 do EC3.<br />
Podem utilizar-se valores diferentes para a rigidez secante, consoante o momento de cálculo<br />
MSd referente ao caso de carga e ao estado limite em consideração, (ver fig.6.9.6. do EC3) Ou<br />
seja, a relação M/Φ pode ser diferente (comummente é o) em função do Estado Limite e<br />
mesmo da combinação de acções em apreço.<br />
Capacidade de rotação<br />
A capacidade de rotação de cálculo ØCd de uma ligação viga-pilar deve ser tomada como a<br />
rotação associada ao momento resistente de cálculo máximo da ligação, (ver fig.6.9.7. do<br />
EC3)<br />
Se é legitimo admitir que a secção resistente.<br />
Assim, e como já foi salientado, só é legítimo admitir que a secção é resistente a um certo<br />
momento até se atingir a rotação máxima que esta pode absorver ver: Mrd = f (Φmáx).<br />
Em termos de ligações a capacidade de rotação traduz, semelhantemente, até que ponto a<br />
ligação pode sofrer um deslocamento rotacional mantendo, intacto ou pouco alterado, as<br />
101
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
possibilidades resistentes ao momento solicitante (dada esta componente deformativa sem<br />
perda de resistência, esta relação também nos permite uma aferição da ductilidade da ligação).<br />
Segue-se a apresentação de algumas figuras regulamentares ilustradoras dos conceitos<br />
apresentados.<br />
102<br />
Figura 66 (6.9.1 do EC3) Modelação de uma ligação por meio de uma mola de rotação
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
103<br />
Relação<br />
não linear exacta<br />
Relação<br />
bilinear aproximada<br />
Relação<br />
trilinear aproximada<br />
Figura 67 (6.9.2 do EC3) Obtenção de relações momento-rotação aproximadas
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
104<br />
⇒ MRd – Momento resistente de cálculo<br />
⇒ Sj – Ridigez de rotação<br />
⇒ φCd – Capacidade de rotação de cálculo<br />
Figura 68 (6.9.3 do EC3) Propriedades de relação momento-rotação de cálculo<br />
Escorregamento<br />
ou<br />
desajustamento<br />
iniciais<br />
(a) Relação momento-rotação real<br />
(b) Relação momento-rotação de cálculo<br />
Figura 69 (6.9.4 do EC3) Relação momento-rotação com uma rotação inicial de rótula livre
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
105<br />
(a) Relação não linear<br />
(b) Relação trilinear<br />
(c) Relação bilinear<br />
Figura 70 (6.9.5 do EC3) Rigidez de rotação Sj
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
106<br />
Figura 71 (6.9.6 do EC3) Variação da rigidez de rotação com o momento aplicado
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
107<br />
(a) Relação não linear<br />
(b) Relação bilinear<br />
Figura 72 (6.9.7 do EC3) Capacidade de rotação φCd<br />
9.3. Classificação das ligações Viga-Pilar<br />
Como se tinha já tratado em capítulo anterior as ligações viga-pilar podem ser classificadas<br />
com base:<br />
• Na rigidez de rotação; (ver 6.9.6.2)<br />
• No momento resistente.(ver 6.9.6.3)
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Rigidez de rotação<br />
A rigidez de rotação de uma viga-pilar pode ser classificada como:<br />
108<br />
• Articulada perfeita ( ligações articuladas, secção 6.4.2.1-EC3);<br />
• Rígida ( ligações rígidas, secção 6.4.2.2-EC3);<br />
• Semi-rígida ( ligações semi-rígidas, secção 6.4.2.-EC3).<br />
Uma ligação viga-pilar pode ser classificada como rígida ou articulada perfeita recorrendo a<br />
ensaios experimentais específicos ou gerais, ou com base numa experiência significativa de<br />
desempenho satisfatório em casos semelhantes, ou através de cálculos baseados nos<br />
resultados obtidos em ensaios.<br />
Uma ligação viga-pilar pode ser classificada como articulada perfeita se a sua rigidez de<br />
rotação Sj (baseada numa relação momento-rotação representativa do seu comportamento real<br />
previsto) satisfizer a seguinte condição:<br />
Em que:<br />
Sj ≤ 0,5 E Ib / Lb<br />
Sj → rigidez secante de rotação da ligação<br />
Ib → momento de inércia da viga ligada<br />
Lb → comprimento da viga ligada<br />
Uma ligação viga-pilar de uma estrutura reticulada contraventada, ou de uma estrutura não<br />
contraventada que satisfaça a condição especificada no parágrafo seguinte, pode considerar-se<br />
rígida em comparação com a viga ligada, se a parte ascendente da sua relação momentorotação<br />
se situar acima da linha contínua do diagrama correspondente da fig.6.9.8 do EC3.<br />
A linha indicada na fig. 6.9.8(b) do EC3 para uma estrutura não contraventada apenas poderá<br />
ser utilizada para estruturas em que cada piso satisfaça a seguinte condição:<br />
Em que:<br />
K b / Kc ≥ 0,1
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Em que:<br />
109<br />
K b → valor médio de Ib / Lb para todas as vigas no topo desse piso<br />
Kc → valor médio de Ic / Lc para todos os pilares desse piso<br />
Ib → momento de inércia de uma viga<br />
Ic → momento de inércia de um pilar<br />
Lb → vão de uma viga (medido entre os eixos dos pilares)<br />
Lb → altura de um pilar no piso<br />
Ou seja, estruturas em que a rigidez das vigas ultrapasse, pelo menos, em 10% a dos pilares.<br />
Se a parte ascendente da respectiva relação momento-rotação se situar abaixo da linha<br />
correspondente da fig. 6.9.8 do EC3, a ligação viga-pilar deve ser classificada como semirígida,<br />
a menos que satisfaça também os requesitos relativos a uma ligação articulada perfeita.<br />
Momento resistente<br />
Quanto ao momento resistente de cálculo, as ligações viga-pilar podem ser classificadas<br />
como:<br />
• Articuladas perfeitas (ligações articuladas, secção 6.4.6.1-EC3);<br />
• Com resistência total (ligações com resistência total, secção 6.4.6.2-EC3);<br />
• Com resistência parcial (ligações com resistência total, secção 6.4.6.-EC3);<br />
Uma ligação viga-pilar pode ser classificada como articulada perfeita se o seu momento<br />
resistente de cálculo, Mrd, não for superior a 0,25 vezes o valor de cálculo do momento<br />
resistente plástico da viga ligada, Mpl.Rd, desde que tenha também uma capacidade de<br />
rotação suficiente.<br />
Uma ligação viga-pilar pode ser classificada como sendo de resistência total se o seu<br />
momento resistente de cálculo, Mrd, for pelo menos igual ao valor de cálculo do momento<br />
resistente plástico da viga ligada, Mpl.Rd, desde que tenha também uma capacidade de<br />
rotação suficiente.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Se o momento resistente de cálculo, Mrd, de uma ligação viga-pilar for pelo menos igual a 1,2<br />
Mpl.Rd, essa ligação pode ser classificada como sendo de resistência total sem que seja<br />
necessário verificar a sua capacidade de rotação.<br />
Uma ligação viga-pilar deve ser classificada como sendo de resistência parcial se o seu<br />
momento resistente de cálculo, Mrd, for inferior a Mpl.Rd .<br />
9.4. Classificação das relações momento-rotação<br />
A classificação das relações momento-rotação típicas de ligações viga-pilar, quer quanto à<br />
rigidez de rotação quer quanto ao momento resistente está ilustrado na fig. 6.9.9 do EC3.<br />
As relações momento-rotação indicadas na fig. 6.9.9 do EC3 são apresentadas como não<br />
lineares por motivos de clareza.<br />
A figura aplica-se também a relações bilineares e trilineares.<br />
110<br />
m<br />
Rígida<br />
Semi-rígida<br />
a) <strong>Estruturas</strong> não contraventadas *<br />
para m ≤ 2 3 : m = 25 φ<br />
para 2 3 < m ≤ 1.<br />
0 : m = ( 25 φ + 4)<br />
7<br />
*ver também 6.9.6.2(5)
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
m<br />
111<br />
Rígida<br />
(a) <strong>Estruturas</strong> contraventadas *<br />
Semi-rígida<br />
para m ≤ 2 3 : m = 8 φ<br />
para 2 3 < m ≤ 1.<br />
0 : m = ( 20 φ + 3)<br />
7<br />
Figura 73 (6.9.8 do EC3) Limites recomendados para a classificação de ligações<br />
m m<br />
Rígida – Resistência total<br />
(MRd < 1.2 Mpl.Rd portanto verificar se a capacidade de rotação φ Cd é suficiente)
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
112<br />
m m<br />
Rígida – Resistência parcial<br />
m m<br />
Semi-rígida – Resistência<br />
Figura 75 (6.9.9 do EC3) Exemplos de classificação das relações momento-rotação para ligações viga-pilar<br />
9.5. Cálculo das propriedades<br />
9.5.1. Momento resistente<br />
O momento resistente (MRd) da ligação é avaliado com base nas forças máximas que se<br />
podem desenvolver em cada zona, condicionadas pelas seguintes componentes:<br />
Zona de tracção
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
113<br />
• Alma do Pilar à tracção;<br />
• Alma da viga à tracção;<br />
• Banzo do pilar à flexão;<br />
• Placa de topo à flexão;<br />
• Soldaduras;<br />
• Parafusos.<br />
Zona de corte:<br />
• Painel de alma do pilar ao corte horizontal.<br />
Zona de compressão:<br />
• Alma do pilar à compressão (plastificação);<br />
• Encurvadura da alma do pilar;<br />
• Alma e banzo superior da viga à tracção.<br />
O momento resistente de uma ligação viga-pilar depende da resistência das três zonas criticas<br />
identificadas na fig. 6.9.10, nomeadamente:<br />
• Zona de tracção;<br />
• Zona de compressão;<br />
• Zona de corte.<br />
O momento resistente de cálculo deve ser determinado tomando em consideração as seguintes<br />
possibilidades de rotura:<br />
• Na zona de tracção:<br />
Cedência da alma do pilar;<br />
Cedência da alma da viga;
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
114<br />
Cedência do banzo do pilar;<br />
Cedência da chapa de ligação (chapa do topo);<br />
Rotura de soldaduras;<br />
Rotura dos parafusos.<br />
• Na zona de compressão:<br />
Esmagamento da alma do pilar;<br />
Encurvadura da alma do pilar.<br />
• Na zona do corte:<br />
Rotura por corte do painel da alma do pilar.<br />
A resistência de cálculo da zona de compressão pode ser influenciada por efeitos de segunda<br />
ordem locais, causados por tensões normais no pilar resultantes da sua integração no<br />
comportamento da estrutura.<br />
Excepto nos casos indicados no parágrafo anterior, pode admitir-se que as resistências de<br />
cálculo das zonas críticas da ligação não são afectadas por tensões resultantes da sua<br />
integração no comportamento da estrutura, ou seja, a capacidade resistente do pilar aos<br />
esforços instalados pela ligação, pode ser reduzida em função daqueles que o pilar já suportar<br />
por outras acções, designadamente em função de esforços secundários resultantes de não<br />
linearidades geométricas.<br />
O momento resistente de cálculo de uma ligação viga-pilar deve ser considerado como igual à<br />
menor das resistências da zona de tracção e da zona de compressão (reduzido, caso<br />
necessário, de modo a que não se exceda o valor de cálculo do esforço transverso resistente do<br />
painel da alma do pilar), multiplicado pela distância entre os eus centros de resistência. Quer<br />
isto dizer que o Mrd é o resultado do produto da menor força resistente resultante da ligação<br />
(compressão ou tracção) pelo braço formado pelas mesmas.<br />
Nos casos em que a resistência de cálculo da zona de corte seja superior ou igual à menor das<br />
resistências de cálculo da zona de tracção e da zona de compressão, não é necessário proceder<br />
a qualquer outra verificação da resistência ao corte do painel da alma do pilar. Já que a rotura
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
sempre se daria em função de esforços, de compressão ou tracção, resultantes do momento<br />
correspondente.<br />
9.5.2. Rigidez de rotação<br />
O cálculo de rigidez de rotação de uma ligação viga-pilar deve basear-se na flexibilidade dos<br />
componentes nas zonas criticas (genericamente o inverso da conhecida relação de rigidez:<br />
9.5.3. Capacidade de rotação<br />
115<br />
kΦ = EI/L<br />
fΦ = 1/ kΦ = L/EI<br />
A validade dos processos de cálculo utilizados para determinar a capacidade de rotação deve<br />
ser verificada a partir de resultados obtidos em ensaios.<br />
O cálculo da capacidade de rotação de uma ligação viga-pilar deve ser efectuada a partir da<br />
capacidade de deformação plástica da mesma zona critica que rege a determinação do<br />
momento resistente de cálculo da ligação.<br />
9.5.4. Regras de aplicação<br />
Os princípios de dimensionamento das ligações viga-pilar, indicados na secção ligações vigapilar,<br />
podem ser satisfeitos tendo em conta as regras de aplicação detalhadas que são<br />
apresentados no Anexo normativo J.<br />
O dimensionamento de outros tipos de ligações, que não sejam abrangidas pelo Anexo<br />
normativo J do EC3, deve basear-se em regras de aplicação semelhantes que obedeçam aos<br />
princípios da secção ligações viga-pilar.<br />
Podem ainda utilizar-se regras de aplicação alternativas desde que obedeçam aos mesmos<br />
princípios e se possa demonstrar que garantem, pelo menos, o mesmo nível de segurança.<br />
Para o efeito existe bibliografia com tabelas que identificam muitas das situações correntes.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
116<br />
Zona de tracção<br />
Zona de corte<br />
Zona de compressão<br />
Zona de tracção<br />
Zona de corte<br />
Zona de compressão<br />
Figura 76 (6.9.10 do EC3) Zonas críticas em ligações viga-pilar<br />
Zona de tracção
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
7.1. Exemplo de ligação viga-pilar aparafusada e soldada<br />
Dimensionamento de uma ligação metálica viga – pilar, com placa de topo soldada à viga e<br />
aparafusada ao pilar.<br />
Dados:<br />
117<br />
a=5mm<br />
Placa de topo<br />
310x140x12 mm<br />
HE 140 B M<br />
a=3mm<br />
sd IPE 220<br />
V sd<br />
M16,clase 8.8<br />
• Aço S235 (perfis e placas de topo)<br />
• Parafusos: M16 (corte na rosca), Classe 8.8.<br />
• Vsd = 80 Kn;<br />
• Msd = 20 Kn.m<br />
PERFIS ( Dimensões em mm )<br />
IPE 220<br />
220<br />
110<br />
5,9<br />
9,2<br />
140<br />
310<br />
30 80<br />
140<br />
30<br />
HE 140 B<br />
Numa ligação mista viga-pilar aparafusada com a placa de topo, submetida a momento-flector<br />
negativo, devem ser consideradas as seguintes componentes:<br />
• Zona de Tracção;<br />
140<br />
7<br />
12<br />
40<br />
70<br />
140<br />
60
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
118<br />
• Zona de Corte;<br />
• Zona de Compressão.<br />
Em geral:<br />
20. O momento-flector resistente (Mj,Rd) é avaliado com base nas forças máximas<br />
que se podem desenvolver em cada componente.<br />
21. O dimensionamento é efectuado considerando que o momento-flector é<br />
transmitido por um binário de forças, sendo a força de tracção desenvolvida ao<br />
nível das duas linhas superiores e a força de compressão ao nível do banzo<br />
inferior da viga.<br />
22. O esforço transverso é transmitido pela linha inferior, localizada junto à zona<br />
de compressão.<br />
Zona de tracção<br />
Zona de corte<br />
Zona de compressão<br />
Zona de tracção<br />
Zona de corte<br />
Zona de compressão<br />
Zona de tracção
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
De uma forma sistemática e completa, o momento resistente de uma ligação viga-pilar deve<br />
ser determinado tomando em consideração as seguintes possibilidades de rotura:<br />
119<br />
Na zona de tracção:<br />
⇒ Cedência do banzo do pilar;<br />
⇒ Cedência da chapa de ligação (chapa do topo);<br />
⇒ Cedência da alma do pilar;<br />
⇒ Cedência da alma da viga;<br />
⇒ Rotura de soldaduras;<br />
⇒ Rotura nos parafusos.<br />
Na zona de compressão:<br />
⇒ Encurvadura da alma do pilar;<br />
⇒ Esmagamento da alma do pilar.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
120<br />
Na zona do corte:<br />
⇒ Rotura por corte do painel da alma do pilar.<br />
Estudemos, agora, para o caso em apreço e passo a passo, as condições acima identificadas.<br />
1.) Resistência à Flexão<br />
1.1.) Zona de Tracção<br />
1.1.1.) Cedência do banzo do pilar em flexão (J.3.5.4 do Anexo J)<br />
O “leff “ (comprimento efectivo das linhas de plastificação) do modelo T-Stub para cada fila<br />
de parafusos é calculado de acordo com o ponto J.3.5.4.2 e tabela J.6 (Anexo J do EC3).<br />
De notar que se tem que verificar a resistência das fiadas isoladas e como um grupo de fiadas.<br />
Assim para o pilar HEB140:<br />
•<br />
n = e = 30mm<br />
= e<br />
min<br />
• m = (80 – 7 – 2 * 0.8 * 12)/2 = 26.9mm<br />
Como são consideradas apenas duas linhas à tracção, são ambas “end bolt-row”.<br />
• 1ª linha individualmente, temos que leff será o mínimo de:<br />
Modo de rotura circular, onde leff = leff,cp que é o mínimo de:<br />
⇒ 2πm = 2 * π * 26.9 = 169.0 mm
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Do que:<br />
121<br />
⇒ πm + 2 e1 = π * 26.9 + 2*40 = 164.5 mm<br />
Modo de rotura não circular, onde leff = leff,nc que é o mínimo de:<br />
⇒ 4m + 1,25e = 4 * 26.9 + 1,25 * 30 = 145.1 mm<br />
⇒ 2m + 0,65e + e1 = 2 * 26.9 + 0,65 * 30 + 40 = 113,3 mm<br />
Modo 1 → leff,1 = leff,nc = 113.3 mm, mas com: leff,1 ≤ leff,cp; = 164,5 m<br />
Modo 2 → leff,2 = leff,nc = 113.3 mm<br />
• 1ª linha como parte de um grupo, temos que leff será o mínimo de:<br />
Do que:<br />
Modo de rotura circular, onde leff = leff,cp que é o mínimo de:<br />
⇒ π m + p = π * 26.9 + 70 = 154.5 cm<br />
⇒ 2 e1 + p = 2 * 40 + 70 = 150 mm<br />
Modo de rotura não circular, onde leff = leff,nc que é o mínimo de:<br />
⇒ 2m + 0.625 e + 0.5p = 2 * 26.9 + 0.625 * 30 + 0.5 * 7 = 107.6 cm<br />
⇒ 2 e1 + 0,5 p = 2 * 40 + 35 = 115 mm<br />
Modo 1 → leff,1 = 107.6 cm, mas com: leff,1 ≤ leff,cp; = 150 m<br />
Modo 2 → leff,2 = 107.6cm<br />
Como a 2ª linha está nas mesmas condições (“end bolt-row”) os valores de leff, são iguais.<br />
Com base nos valores obtidos conclui-se que a situação mais desfavorável corresponde a<br />
considerar as duas linhas como um grupo, sendo:<br />
• Σ leff,1 = Σ leff,2 = 2 * 107.6 = 215.2 mm = Σ leff<br />
O momento plástico da placa (banzo do pilar) é dado por (J.3.2.1.(4), Anexo J do EC3):<br />
∑<br />
M pl1<br />
. Rd =<br />
M pl 2.<br />
Rd = 0. 25 * leff<br />
* t * fy / γ M<br />
f<br />
2<br />
0
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Assumindo que a tensão normal de compressão no banzo do pilar (devido ao esforço axial e<br />
flexão no pilar) é inferior a 180 MPa, não é necessário reduzir o momento plástico, de acordo<br />
com J.3.5.4.2 (4) do Anexo J do EC3.<br />
Assim, já sabemos leff para introduzir na equação Mpl1.Rd ou Mpl2.Rd, faltando ainda determinar<br />
Bt,Rd para obter, finamente, Ft,Rd, no que ao cálculo da resistência do banzo do pilar em<br />
flexão respeita, determinando esta força para os 3 possíveis modos de rotura (J.3.2.1.(4),<br />
Anexo J do EC3).<br />
Continuando:<br />
122<br />
M<br />
pl1.<br />
Rd<br />
= M Rd = 0.<br />
25 * 215.<br />
2*<br />
10<br />
pl 2.<br />
M pl 1 . Rd = M pl 2.<br />
Rd<br />
=<br />
−3<br />
*<br />
1.<br />
66<br />
−3<br />
( 12 * 10 )<br />
Kn.<br />
m<br />
2<br />
*<br />
235*<br />
10<br />
1.<br />
10<br />
Cálculo da resistência à tracção<br />
B t.<br />
Rd por parafuso, de acordo com 6.5.5 do Eurocódigo 3:<br />
E de:<br />
B<br />
t.<br />
Rd<br />
⎛ 0.<br />
9 f ⎞<br />
ub × As<br />
= mínimo de<br />
⎜ F =<br />
⎟<br />
t.<br />
Rd<br />
⎝ γ Mb ⎠ → Resistência à tracção do parafuso<br />
B<br />
p.<br />
Rd<br />
=<br />
0.<br />
6 π d<br />
Ou seja o menor entre Ft,Rd e Bp,Rd.<br />
F<br />
B<br />
t.<br />
Rd<br />
p.<br />
Rd<br />
Neste caso:<br />
=<br />
=<br />
0.<br />
9<br />
0.<br />
6<br />
×<br />
γ<br />
f<br />
u<br />
Mb<br />
× A<br />
γ<br />
m<br />
Mb<br />
π × d m × t p × f<br />
γ<br />
Mb<br />
s<br />
=<br />
t<br />
p<br />
0.<br />
9<br />
Bt. Rd<br />
u<br />
f<br />
u<br />
→ Resistência ao punçoamento<br />
3<br />
× 800 × 10 × 157 × 10<br />
1.<br />
25<br />
= 90.<br />
4 Kn<br />
0.<br />
6 π × 26×<br />
10<br />
=<br />
−3<br />
−6<br />
× 12×<br />
10<br />
1.<br />
25<br />
=<br />
−3<br />
90.<br />
4<br />
3<br />
KN<br />
× 360×<br />
10<br />
3<br />
= 169.<br />
40Kn
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Modos de Rotura (J.3.2.1.(4), Anexo J do EC3):<br />
Mínimo de:<br />
Assim:<br />
123<br />
1 .º<br />
2 º<br />
3 º<br />
Modo<br />
Modo<br />
Modo<br />
→<br />
→<br />
→<br />
F<br />
1 .º<br />
F<br />
2 º<br />
3 º<br />
t . Rd<br />
F<br />
t . Rd<br />
t . Rd<br />
Modo<br />
Modo<br />
Modo<br />
=<br />
=<br />
=<br />
→<br />
→<br />
→<br />
F<br />
4 × M<br />
B<br />
t . Rd<br />
m<br />
F<br />
F<br />
2 × M<br />
t . Rd<br />
t . Rd<br />
pl 1 . Rd<br />
t . Rd<br />
m<br />
=<br />
pl 2 . Rd<br />
=<br />
=<br />
=<br />
4 × M<br />
2 × M<br />
∑<br />
+ n ×<br />
+<br />
n<br />
4 ×<br />
m<br />
B<br />
pl 1 . Rd<br />
t . Rd<br />
B<br />
90 . 4<br />
pl 2 . Rd<br />
m<br />
4 × 1 . 66<br />
26 . 9 × 10<br />
t . Rd<br />
Com n = emin, mas n ≤ 1,25m [J.3.2.1.(4), expressão (J.8)].<br />
Logo:<br />
∑<br />
=<br />
F t . Rd =<br />
∑<br />
246 . 8<br />
− 3<br />
=<br />
+ n ×<br />
+<br />
=<br />
=<br />
n<br />
∑<br />
361 . 6<br />
1.1.2.) Cedência da placa de topo em flexão (J.3.5.5 do Anexo)<br />
35<br />
35<br />
30 80<br />
30<br />
40<br />
70<br />
Kn<br />
B<br />
Kn<br />
t . Rd<br />
246 . 8<br />
Kn<br />
2 × 1 . 66<br />
− 3<br />
+ 30 × 10 × 4 × 90 . 4<br />
− 3<br />
26 . 9 × 10<br />
− 3<br />
+ 30 × 10<br />
=<br />
249 . 0<br />
Kn
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Segundo J.3.5.5, do Anexo J do EC3, as linhas de parafusos acima e abaixo do banzo da viga<br />
devem ser analisados em separado.<br />
124<br />
ex<br />
mx<br />
bp=140mm<br />
W=80mm<br />
a=5mm<br />
a=3mm<br />
Linha de parafusos acima do banzo da viga<br />
9.<br />
2<br />
ex = 40 mm →;<br />
e = 30mm<br />
→;<br />
mx<br />
= 35 − − 0.<br />
8 × 2 × 5 =<br />
2<br />
Cálculo de leff por parafuso (tabela J.8 do Anexo J):<br />
• Padrão circular de rotura:<br />
2 π mx = 2 π 24.7 = 155.2 mm<br />
π mx + w = π * 24.7 + 80 = 157.6 mm<br />
24.<br />
7<br />
mm
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
125<br />
π mx + 2e = π * 24.7 + 2 * 30 = 137.6 mm<br />
• Padrão não circular de rotura:<br />
4 mx + 1,25 ex = 4 * 24.7 + 1.25 * 40 = 148.8 mm<br />
e + 2 mx + 0,625 ex = 30 +2 * 24.7 + 0.625 * 40 = 104.4 mm<br />
0.5 w + 2 mx + 0,625 ex = 0.5 * 140 = 70 mm<br />
Logo: leff = 70 mm (Modo 1 e Modo 2)<br />
n = ex,<br />
mas n ≤ 1.<br />
25 mx<br />
=<br />
= 1.25 * 24.7 = 30.9 mm, logo: n = 30.9 mm [J.3.2.1.(4), expressão (J.8)].<br />
Assim, já sabemos leff para introduzir na equação Mpl1.Rd ou Mpl2.Rd, faltando ainda determinar<br />
Bt,Rd para obter, finamente, Ft,Rd, no que ao cálculo da resistência da placa de topo -<br />
fiada acima do banzo da viga, determinando esta força para os 3 possíveis modos<br />
de rotura (J.3.2.1.(4), Anexo J do EC3).<br />
M<br />
B<br />
pl1.<br />
Rd<br />
t.<br />
Rd<br />
=<br />
=<br />
M<br />
90.<br />
4<br />
pl 2,<br />
Rd<br />
Kn<br />
=<br />
0.<br />
25<br />
× 70 × 10<br />
−3<br />
Modos de Rotura (J.3.2.1.(4), Anexo J do EC3):<br />
1º Modo:<br />
2ºModo:<br />
3º Modo:<br />
⇒<br />
⇒<br />
F<br />
F<br />
t.<br />
Rd<br />
t.<br />
Rd<br />
4 × M<br />
×<br />
4 × 0.<br />
54<br />
−3<br />
( 12×<br />
10 )<br />
pl1.<br />
Rd<br />
= =<br />
−3<br />
mx<br />
24.<br />
7 × 10<br />
2×<br />
M<br />
+ n ×<br />
∑<br />
B<br />
=<br />
2<br />
×<br />
235 × 10<br />
1.<br />
10<br />
87.<br />
5<br />
Kn<br />
2 × 0.<br />
54 + 30.<br />
9×<br />
10<br />
3<br />
=<br />
0.<br />
54<br />
× 2 ×<br />
−3<br />
=<br />
pl 2.<br />
Rd<br />
mx<br />
+ n<br />
t.<br />
Rd<br />
=<br />
−3<br />
−3<br />
24.<br />
7 × 10 + 30.<br />
9×<br />
10<br />
90.<br />
4<br />
Kn.<br />
m<br />
=<br />
120.<br />
0<br />
Kn
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
126<br />
⇒<br />
Ft . Rd<br />
Logo: Ft.Rd = 87,5 KN<br />
m 2<br />
m<br />
m2<br />
=<br />
80<br />
2<br />
e<br />
=<br />
bp=140mm<br />
W=80mm<br />
m<br />
5.<br />
9<br />
−<br />
2<br />
−<br />
0.<br />
8<br />
2 ×<br />
90.<br />
4<br />
2 × 3<br />
=<br />
180.<br />
8<br />
Kn<br />
Linha de parafusos abaixo do banzo da viga<br />
35<br />
=<br />
33.<br />
7<br />
= 35 – 9.2/2 – 0.8 × √2 × 5 = 24.7 mm<br />
e = 30 mm; n = e = 30 mm (pois: 30 < 1.25 * m) [J.3.2.1.(4), expressão (J.8)].<br />
Conforme ábaco da figura J.27 do Anexo J do EC3, o valor de α:<br />
Do que: α ≅ 6.0!<br />
1<br />
2<br />
=<br />
m<br />
m + e<br />
m2<br />
m + e<br />
Cálculo de leff por parafuso (tabela J.8 do Anexo J):<br />
λ<br />
λ<br />
• Padrão circular de rotura:<br />
=<br />
=<br />
=<br />
33.<br />
7<br />
33.<br />
7 + 30<br />
24.<br />
7<br />
33.<br />
7 + 30<br />
=<br />
=<br />
0.<br />
53<br />
0.<br />
39<br />
Leff
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Logo:<br />
127<br />
2 π m = 2 *π * 33.7 = 211.7 mm<br />
• Padrão não circular de rotura:<br />
•<br />
α m = 6.0 * 33.7 = 202.2 mm<br />
l eff<br />
=<br />
202.<br />
2<br />
mm<br />
(Modo 1 e Modo 2)<br />
Assim, já sabemos leff para introduzir na equação Mpl1.Rd ou Mpl2.Rd, faltando ainda determinar<br />
Bt,Rd para obter, finamente, Ft,Rd, no que ao cálculo da resistência da placa de topo -<br />
fiada abaixo do banzo da viga, determinando esta força para os 3 possíveis modos<br />
de rotura (J.3.2.1.(4), Anexo J do EC3).<br />
Do que:<br />
M pl Rd = M pl Rd<br />
1 .<br />
2.<br />
=<br />
0.<br />
25<br />
×<br />
202.<br />
2<br />
× 10<br />
Modos de rotura (J.3.2.1.(4), Anexo J do EC3):<br />
Modo 1:<br />
Modo 2:<br />
4 × 1.<br />
56<br />
33.<br />
7×<br />
10<br />
→ Ft . Rd =<br />
−3<br />
=<br />
185.<br />
2<br />
Kn<br />
−3<br />
→ Ft . Rd =<br />
−3<br />
−3<br />
Modo 3:<br />
Logo:<br />
→ t Rd<br />
−3<br />
2 × 1.<br />
56 + 30 × 10 × 2 × 90.<br />
4<br />
33.<br />
7 × 10 + 30 × 10<br />
F . =<br />
2 * 90.4 = 180.8 Kn<br />
→ t Rd<br />
F . =<br />
134.1 KN<br />
×<br />
3<br />
−3<br />
2 235 × 10<br />
( 12 × 10 ) ×<br />
= 1.<br />
56 Kn.<br />
m<br />
=<br />
134.<br />
10<br />
Kn<br />
1.<br />
10
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
1.1.3.) Cedência da alma do pilar à tracção (J.3.5.3 do Anexo J)<br />
128<br />
F<br />
t.<br />
wc.<br />
Rd<br />
=<br />
w . b<br />
eff . t.<br />
wc<br />
γ<br />
. . t<br />
wc<br />
M 0<br />
.<br />
f<br />
y.<br />
wc<br />
beff . t.<br />
wc → beff<br />
Conforme J.3.5.3 (3):<br />
do banzo do pilar à flexão.<br />
Logo:<br />
<br />
t<br />
wc<br />
b eff . t.<br />
wc<br />
= 215.2 mm<br />
= 7 mm<br />
w → depende do esforço transverso no pilar<br />
Ligação em nó externo<br />
→ β = 1 e w = w1<br />
(J.2.3.2 do Anexo J)<br />
w<br />
=<br />
w<br />
1<br />
=<br />
1+<br />
1.<br />
3×<br />
Com:<br />
A vc<br />
2<br />
= 13.08 cm<br />
Ft . wc.<br />
Rd<br />
=<br />
1<br />
=<br />
2<br />
−3<br />
−3<br />
−4<br />
( beff<br />
. t.<br />
twc . twc<br />
/ Avc<br />
) 1+<br />
1.<br />
30×<br />
( 215.<br />
2×<br />
10 × 7 × 10 / 13.<br />
08×<br />
10 )<br />
−3<br />
0.<br />
61*<br />
215.<br />
2*<br />
10 * 7 * 10<br />
1.<br />
10<br />
1.1.4.) Alma da viga à tracção (J.3.5.8, do Anexo J)<br />
(ao nível da linha abaixo do banzo)<br />
Sendo (J.3.5.8 (2)):<br />
b eff t.<br />
wc<br />
F<br />
t.<br />
wb.<br />
Rd<br />
= b<br />
eff . t.<br />
wc<br />
t<br />
×<br />
−3<br />
wb<br />
* 235*<br />
10<br />
× f<br />
γ<br />
M 0<br />
y.<br />
wb<br />
3<br />
=<br />
1<br />
196.<br />
30<br />
. =202.2 mm (fila abaixo do banzo)<br />
Kn<br />
2<br />
=<br />
0.<br />
61
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
129<br />
→<br />
V<br />
wp . Rd<br />
=<br />
Ft . wb.<br />
Rd<br />
0 , 9<br />
= 202.<br />
2×<br />
10<br />
× f y . Wc<br />
3 × γ<br />
×<br />
M 0<br />
A<br />
vc<br />
−3<br />
=<br />
× 5.<br />
9×<br />
10<br />
1.1.5.) Rotura nos parafusos (6.5.5 do Eurocódigo 3)<br />
0 , 9<br />
−3<br />
×<br />
235×<br />
10<br />
1.<br />
10<br />
3<br />
=<br />
254.<br />
9<br />
• Visto em 1.1.1) Cedência do banzo do pilar, por força da verificação dos modos de<br />
rotura em T-stub.<br />
1.2.) Zona do corte<br />
1.2.1.) Alma do pilar ao corte (J.3.5.1, do Anexo J)<br />
1.3.1.) Alma do pilar em compressão (J.3.5.2 do Anexo J)<br />
<br />
<br />
b eff c.<br />
wc<br />
w<br />
=<br />
Kn<br />
3<br />
3<br />
× 235 × 10 × 13 , 08 × 10<br />
= 145 , 2 KN<br />
3 × 1,<br />
10<br />
1.3.) Zona de compressão<br />
ap=5mm<br />
. = 9.2 + 2 * √2 * 5 + 5 * (12 + 12) + 2 * 12 = 167.30 mm<br />
−3<br />
−<br />
⎛167.<br />
3×<br />
10 × 7 × 10<br />
1+<br />
1.<br />
30 *<br />
⎜<br />
−4<br />
⎝ 13.<br />
08×<br />
10<br />
1<br />
3<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
=<br />
0.<br />
70
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
ρ → Coeficiente de redução por causa da encurvadura, dependente do coeficiente de esbelteza<br />
λ p<br />
reduzida da alma:<br />
130<br />
λ<br />
p<br />
=<br />
0.<br />
932<br />
×<br />
b<br />
eff . c.<br />
wc.<br />
dwc<br />
× d<br />
E × t<br />
wc<br />
2<br />
wc<br />
× f<br />
y.<br />
wc<br />
Sendo (J.3.5.2 (3)): dwc = hc – 2 * (tfc+ rc) = 140 – 2 * (12 + 12) =92<br />
167.<br />
3×<br />
10<br />
× 92 × 10<br />
−3<br />
−3<br />
0. 932 ×<br />
λ p =<br />
6<br />
−3<br />
2<br />
210 × 10 × ( 7 × 10 )<br />
λ p<br />
Como (J.3.5.2 (2)): = 0.55 < 0.673 => ρ = 1.0<br />
× 235×<br />
10<br />
(não é necessário reduzir a resistência por causa da encurvadura)<br />
Do que (J.3.5.2 (1)):<br />
Fc. wc.<br />
Rd<br />
=<br />
0.<br />
70<br />
−3<br />
−3<br />
3<br />
× 1.<br />
0×<br />
167.<br />
3×<br />
10 × 7 × 10 × 235×<br />
10<br />
1.<br />
10<br />
1.3.2.) Alma e Banzo da viga em compressão (J.3.5.7 do Anexo J)<br />
Sendo:<br />
•<br />
•<br />
F<br />
c.<br />
tf . Rd<br />
M<br />
=<br />
h − t<br />
c.<br />
Rd<br />
fb<br />
3<br />
=<br />
=<br />
0.<br />
55<br />
175.<br />
10<br />
(actuando ao nível da linha média do banzo comprimido)<br />
M c.<br />
Rd = Momento resistente à flexão da secção da viga (viga classe 1 e<br />
V sd ≤ 50%<br />
Vpl.<br />
Rd<br />
M<br />
c . Rd<br />
= M<br />
pl.<br />
Rd<br />
).<br />
Wpl<br />
× f<br />
=<br />
γ<br />
M 0<br />
y<br />
=<br />
−6<br />
3<br />
285.<br />
4×<br />
10 × 235×<br />
10<br />
1.<br />
10<br />
= 60.<br />
97Kn.<br />
m<br />
Kn
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Logo:<br />
131<br />
60.<br />
97<br />
Fc. tf . Rd = −<br />
−3<br />
3<br />
( 220×<br />
10 − 9.<br />
2×<br />
10 )<br />
=<br />
289.<br />
2<br />
1.4.) Momento-flector resistente com base na resistência individual mínima entre todas as<br />
componentes de esforços (tracção, compressão e corte):<br />
• Depois de avaliadas as resistências de todas as componentes, passa-se à assemblagem<br />
para avaliação do momento-flector resistente.<br />
• Com base em todos os valores obtidos, verifica-se que a resistência da ligação é<br />
condicionada pela alma do pilar ao corte, pois, comparativamente (e tendo também em<br />
atenção o braço pelo qual se multiplicarão estas forças):<br />
Tracção:<br />
⇒ Cedência do banzo do pilar e flexão: Ft.Rd = 246,8 KN;<br />
⇒ Cedência do da placa de topo em flexão: Ft.Rd = 87,5 KN, na fiada acima do banzo de viga e<br />
Ft.Rd = 134.1 KN abaixo;<br />
⇒ Cedência doa alma do pilar à tracção: Ft.wc.Rd = 196,3 KN;<br />
⇒ Cedência da alma da viga à tracção: Ft.wb.Rd = 254,9 KN (apenas a fila abaixo do banzo, pois<br />
nem vale a pena continuar com mais cálculos, dado este valor já ser superior aos anteriores);<br />
⇒ Rotura dos parafusos (visto na cedência do banzo do pilar, por força da verificação dos modos<br />
de rotura em T-stub);<br />
Kn<br />
⇒ Rotura de soldadura (ver ponto 3, mais à frente, deste exercício).<br />
Corte:<br />
⇒ Alma do pilar ao corte: Vwp.Rd = 145,2 KN.<br />
Compressão:<br />
⇒ Alma do pilar em compressão (esmagamento + encurvadura): Fc.wc.Rd = 175,1 KN;<br />
⇒ Alma e banzo da viga em compressão (extra, embora contemplado no Anexo J do EC3): Fc.f.Rd<br />
= 289,2 KN.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
A distribuição de forças é a seguinte:<br />
132<br />
245,8 mm<br />
175,8 mm<br />
87,5 KN<br />
57,7 KN<br />
145,2 KN<br />
Com a força na fiada abaixo do banzo superior das viga limitada pela força máxima<br />
admissível no banzo inferior desta, por razão do corte na alma do pilar) = 145,2 – 87,5 = 57,7<br />
KN! Por razão de equilíbrio máximo de forças resistentes por elementos da ligação.<br />
O momento-flector resistente é dado por:<br />
M<br />
M<br />
j.<br />
Rd<br />
j.<br />
Rd<br />
=<br />
87.<br />
50<br />
×<br />
245.<br />
8×<br />
10<br />
−3<br />
= 31.<br />
7Kn.<br />
m > Msd = 20Kn.<br />
m<br />
2.) Verificação do Esforço Transverso (Vsd = 80 KN)<br />
+ 57.<br />
7 × 175.<br />
8×<br />
10<br />
−3<br />
= 31.<br />
7Kn.<br />
m<br />
Neste tipo de ligações é usual considerar-se que o esforço transverso é inteiramente resistido<br />
pela linha inferior de parafusos, não considerada na resistência ao momento, por se localizar<br />
junto à zona de compressão.<br />
Esta postura é, obviamente, conservadora, dado não admitir que os parafusos à tracção podem<br />
resistir ao corte, mesmo que tensão em que se encontrem esteja longe do limite admissível…<br />
A ser o caso, corte com tracção, dever-se-ia verificar, conforme ponto 6.5.5(5) do EC3, a<br />
condição:<br />
v , Sd<br />
v , Rd<br />
+<br />
t , Sd<br />
1 , 4 F t ,<br />
A resistência ao corte por parafuso é igual a (EC3 6.5.5):<br />
F<br />
F<br />
F<br />
Rd<br />
≤<br />
1,<br />
0
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Mínimo de:<br />
133<br />
F<br />
F<br />
v.<br />
rd<br />
b.<br />
Rd<br />
F<br />
v.<br />
Rd<br />
=<br />
=<br />
0.<br />
6×<br />
f<br />
γ<br />
=<br />
3<br />
−4<br />
0.<br />
6 × 800 × 10 × 1.<br />
57 × 10<br />
1.<br />
25<br />
3<br />
2.<br />
5×<br />
1.<br />
0 × 360 × 10 × 16 × 10<br />
Fb.<br />
Rd =<br />
1.<br />
25<br />
Com α = 1, Quadro 6.5.5 do EC3.<br />
ub<br />
Mb<br />
× A<br />
2.<br />
5×<br />
α × fu<br />
× d × t<br />
γ<br />
Para parafusos M16, classe 8.8, e corte na rosca, vem:<br />
Mínimo de:<br />
Mb<br />
s<br />
HE 140B<br />
(corte do parafuso)<br />
(esmagamento da chapa)<br />
= 60.<br />
3Kn<br />
−3<br />
a=3mm<br />
× 12 × 10<br />
a=5mm<br />
−3<br />
Vsd<br />
=<br />
138.<br />
2<br />
A resistência ao esforço transverso, nas condições referidas acima, é dada por (2 parafusos):<br />
Vj.Rd = 2 × 60.3 = 120.6 KN > Vsd = 80 KN<br />
3.) Verificação dos cordões de soldadura da ligação da viga (IPE 220) com uma placa de topo.<br />
• Aço: S235 – Perfil e Placa<br />
• Esforços actuantes:<br />
Vsd = 80 KN<br />
Msd = 20 KN<br />
3.1.) Verificação dos cordões da<br />
alma (que serão os que se admite<br />
resistirem ao corte)<br />
Espessura do cordão: a = 3 mm<br />
Placa topo<br />
310x140x12mm<br />
Msd<br />
3.1.1.) Cálculo do esforço transverso actuante no cordão, por unidade de comprimento<br />
Kn<br />
IPE 220
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
134<br />
a=3mm<br />
l = 177,6 mm<br />
Aplicando o método das tensões medias (método simplificado) do EC3 (6.6.5.3(4)) vêm (com<br />
cordão de a=3mm):<br />
→<br />
→<br />
F<br />
F<br />
Com:<br />
w . Sd<br />
w . Rd<br />
=<br />
=<br />
V<br />
b<br />
sd<br />
f<br />
β<br />
w<br />
u<br />
=<br />
/ 3<br />
× γ<br />
Mw<br />
80<br />
2 × 177 , 6 × 10<br />
a = espessura do cordão de soldadura;<br />
b = comprimento do cordão de soldadura;<br />
×<br />
βw = 0,80 para aço S235;<br />
γMw = 1,25.<br />
a<br />
=<br />
− 3<br />
=<br />
360<br />
3<br />
× 10 /<br />
0 , 8 × 1,<br />
25<br />
225<br />
, 2<br />
KN<br />
3<br />
× 3 × 10<br />
Os cordões da alma verificam porque o esforço actuante é menor que o resistente:<br />
→<br />
F w . Sd ≤ F w . Rd<br />
3.2.) Verificação dos cordões do banzo (que se admitem resistir à força de tracção produzida<br />
pelo momento)<br />
3.2.1.) A força de tracção actuante devido ao momento aplicado e dado por (J.3.5.7.(1)):<br />
M sd<br />
20<br />
→ F t =<br />
=<br />
−<br />
h − t 210 , 8 × 10<br />
fb<br />
3<br />
=<br />
94 , 9<br />
KNm<br />
/ m<br />
− 3<br />
=<br />
623<br />
, 5<br />
KN<br />
/ m
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
135<br />
h<br />
t b<br />
F T<br />
F C<br />
Msd<br />
3.2.2.) Cálculo do esforço actuante por unidade de comprimento de cordão.<br />
l = 110mm<br />
l 1<br />
l 1<br />
a = 5 mm<br />
A força actuante no cordão é dada por:<br />
F<br />
F<br />
b<br />
l1 = (110-5,9-2×12)/2 = 40.05 mm<br />
94 , 9<br />
+ 2 × 40 , 05 × 10<br />
t<br />
→ w . Sd = =<br />
− 3<br />
− 3<br />
110<br />
× 10<br />
Cálculo da força resistente do cordão aplicando o método das tensões médias, EC3 no ponto<br />
6.6.5.3.(4) (com cordão de a=5mm):<br />
→<br />
F<br />
w . Rd<br />
=<br />
f<br />
β<br />
w<br />
u<br />
3<br />
/ 3<br />
360 × 10 / 3<br />
− 3<br />
× a =<br />
× 5 × 10<br />
× γ<br />
0 , 8 × 1,<br />
25<br />
Mw<br />
=<br />
499<br />
=<br />
. 1<br />
KN<br />
1039<br />
Os cordões do banzo verificam porque o esforço actuante é menor que o esforço resistente:<br />
NOTA :<br />
→<br />
F w . Sd ≤ F w . Rd<br />
Atendendo que a rotura de uma soldadura é, invariavelmente, frágil, o cordão a dimensionar<br />
poderia sê-lo para a resistência da ligação: Mj,Rd = 31,7 KNm!!<br />
/ m<br />
, 2<br />
KN<br />
/ m
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
10. <strong>Ligações</strong> de vigas trianguladas formadas por tubos<br />
10.1. Resistência de cálculo<br />
A determinação das resistências de cálculo das ligações entre tubos deve basear-se nos<br />
seguintes critérios, conforme aplicável:<br />
136<br />
• Ruína da face da corda do lado da ligação;<br />
• Ruína da alma (ou da face lateral) da corda devido a cedência ou instabilidade;<br />
• Ruína da corda por efeito de corte;<br />
• Ruína por punçoamento da corda;<br />
• Ruína do elemento da triangulação devida à redução da sua largura efectiva;<br />
• Ruína devido a encurvadura local.<br />
As soldaduras devem ser dimensionadas de modo a serem suficientemente resistentes e<br />
dúcteis para permitir a redistribuição das tensões não uniformes e a redistribuição dos<br />
momentos flectores secundários.<br />
10.2. Regras de aplicação<br />
Os princípios de dimensionamento das ligações de vigas trianguladas com perfis de secção<br />
tubular indicados na secção ligações de vigas trianguladas formadas com tubos, podem ser<br />
satisfeitos observando-se as regras de aplicação detalhadas que são apresentadas no Anexo K<br />
do EC3.<br />
Podem ainda utilizar-se regras de aplicação alternativas desde que obedeçam aos mesmos<br />
princípios ou se possa demonstrar que garantem, pelo menos, o mesmo nível de segurança.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
11. <strong>Ligações</strong> de base de pilar<br />
11.1. Chapas de base de pilar<br />
11.1.1. Chapas de base<br />
Os pilares devem ser providos de chapas de base com capacidade para distribuir as forças de<br />
compressão nas zonas comprimidas do pilar por uma superfície de apoio tal que a pressão<br />
exercidas sobre a fundação não exceda a resistência de cálculo da superfície de contacto.<br />
A resistência de cálculo da superfície de contacto entre a chapa de apoio e a fundação deve ser<br />
determinada tendo em consideração as propriedades mecânicas a as dimensões tanto da<br />
argamassa de assentamento como da fundação de betão.<br />
Note-se que, para certas combinações de acções (como a da acção de base o vento), os alguns<br />
pilares podem estar-se à tracção.<br />
11.1.2. Chumbadouros<br />
Se necessário, devem empregar-se chumbadouros para resistir aos efeitos das acções de<br />
cálculo. Esses chumbadouros devem ser dimensionados de modo a resistirem às tracções<br />
causadas pelas forças de arranque e às tracções induzidas pelos momentos flectores, conforme<br />
for o caso.<br />
É recomendável, mesmo que sempre em compressão haveria ainda lugar a chumbadouros<br />
construtivos, com um mínimo de quatro para chapas de apoio rectangulares e seis para<br />
circulares. Por outro lado, haveria sempre que verificar o problema do esforço transverso.<br />
Ao calcular as forças de tracção devidas aos momentos flectores, o braço do binário não deve<br />
ser superior à distância entre o baricentro da área de apoio na zona de compressão e o<br />
baricentro do grupo de chumbadouros na zona de tracção, tendo em conta as tolerâncias de<br />
posicionamento dos chumbadouros. Aliás, como é genérico da resistência dos materiais.<br />
Os chumbadouros devem ser ancorados na fundação por meio de um gancho, de uma chapa<br />
de amarração ou por outro elemento de distribuição da força apropriada, que fique embebido<br />
no betão (como uma cantoneira). No caso de pegões de grande altura, basta o prolongamento<br />
137
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
recto dos varões (se for essa a solução) com o comprimento de amarração suficiente no seio<br />
do betão.<br />
Se não forem previstos quaisquer elementos especiais para resistir ao esforço transverso, tais<br />
como blocos ou conectores, deve demonstrar-se que se dispõe de uma resistência suficiente<br />
para transmitir o esforço transverso entre o pilar e a fundação por um dos seguintes meios:<br />
138<br />
• Resistência por atrito no contacto entre a chapa de apoio e a fundação;<br />
• Resistência dos chumbadouros ao corte;<br />
• Resistência ao corte das zonas adjacentes da fundação.<br />
11.1.3. Regras de aplicação<br />
Os princípios de dimensionamento das bases dos pilares indicados na secção - bases dos<br />
pilares, consideram-se satisfeitos se se observarem as regras de aplicação detalhadas que são<br />
apresentadas no Anexo normativo L do EC3.<br />
Podem ainda utilizar-se regras de aplicação alternativas desde que obedeçam aos mesmos<br />
princípios ou se possa demonstrar que garantem, pelo menos, o mesmo nível de segurança.<br />
11.2. <strong>Ligações</strong> bases de pilar<br />
Figura 77 A – <strong>Ligações</strong> base de pilar tradicionais
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
139<br />
Figura 77 B – <strong>Ligações</strong> base de pilar tradicionais<br />
Figura 77 C – <strong>Ligações</strong> base de pilar tradicionais<br />
As ligações base do pilar consistem na ligação de pilares metálicos a sapatas ou maciços de<br />
betão.<br />
Na situação mais geral, uma ligação base de pilar pode estar sujeita a esforço axial, momento<br />
flector e esforço transverso.<br />
O esforço axial, normalmente de compressão, é transmitido por compressão ao longo da área<br />
da placa de base. O momento-flector é resistido por tracção nos parafusos no lado traccionado<br />
e por compressão no betão, no lado comprimido. O esforço transverso é transmitido à<br />
fundação por corte nos parafusos e/ou por atrito entre a placa de base e a superfície da<br />
fundação.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
140<br />
T<br />
a<br />
M<br />
N<br />
V<br />
h<br />
b<br />
X<br />
C<br />
= =<br />
N= C-T<br />
M=(Txa)+(Cxb)<br />
Figura 78 – Distribuição de esforços em ligação base de pilar tradicional<br />
Os elementos de uma ligação que base pilar que devem ser objecto de verificação são:<br />
• Betão da fundação à compressão;<br />
• Parafusos ao corte;<br />
• Parafusos à tracção, incluindo ancoragem;<br />
• Placa de base à flexão;<br />
• Cordões de soldadura na ligação perfil-placa de base.<br />
O processo de dimensionamento de uma ligação base de pilar, segundo o Anexo L do<br />
Eurocódigo 3, inicia-se com a definição da área efectiva da placa de base; esta área é definida<br />
em função da dimensão C, como se pode ver na figura, através da seguinte expressão:<br />
Sendo:<br />
• t – espessura da placa de base<br />
• fy – tensão de cedência do aço da placa<br />
C<br />
=<br />
t<br />
⎡<br />
⎢<br />
⎣<br />
3<br />
×<br />
fy<br />
fj × γ Mo<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
0 , 5
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
141<br />
• fj – tensão de compressão admissível no betão<br />
• γMo – factor parcial de segurança, igual a 1,10<br />
A tensão de compressão admissível no betão é dada por:<br />
Onde:<br />
fj = β j × Kj × fcd<br />
• fcd – tensão de cálculo do betão à compressão<br />
⎜<br />
⎛ fcku<br />
⎟<br />
⎞<br />
⎝ 1,<br />
5⎠<br />
• βj – coeficiente depende da argamassa de regularização, em geral igual a 3 2<br />
• Kj – factor de concentração, depende da relação entre a área de base (área carregada) e<br />
a área da sapata (igual a 1,0 do lado da segurança).<br />
C<br />
tw<br />
< C<br />
tf C<br />
N<br />
t<br />
< C<br />
ÁREAS NÃO EFECTIVAS<br />
Figura 79 – Áreas não efectivas em bases de suporte<br />
a<br />
N<br />
C<br />
t<br />
C C C C
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Uma união na base de suporte é sempre constituída por uma placa soldada ao pé do pilar e<br />
aparafusada a betão. Normalmente incorpora-se na parte superior dos betões uma segunda<br />
chapa de aço, geralmente mais grossa, tal como se ilustra na fig. 80. Ajuda tanto a posicionar<br />
no pé do pilar como a transmitir a carga ao material menos resistente dos betonados, betão ou<br />
alvenaria.<br />
As uniões nas placas de assento de uma construção simples geralmente desenham-se como<br />
rótulas, para transferir tanto forças concêntricas (de compressão ou de tracção) como uma<br />
combinação de esforços cortantes e axiais (geralmente quando o pilar é parte de um sistema<br />
de vigamento, fig.80 c). No entanto, em alguns casos podem desenhar-se para transmitir<br />
também momentos flectores devido a uma moderada excentricidade da carga, ou para<br />
estabilidade da montagem.<br />
A placa une-se sempre ao pilar por soldaduras em ângulo. Contudo, se o pilar unicamente<br />
suporta cargas de compressão, pode supor-se o apoio directo se as superfícies em contacto<br />
estão mecanizadas ou podem considerar-se planas. Nestes casos não faz falta verificar as<br />
soldaduras. Pode prescindir-se da mecanização se as cargas são relativamente pequenas.<br />
142<br />
Figura 80 – <strong>Ligações</strong> base de pilar tradicionais
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Quando existem forças de tracção moderadas, ou nenhuma tracção, os chumbadouros podem<br />
ser encastrados nos betões (fig.81). Ancoram a placa de assentamento mediante atrito (fig. 81<br />
a), por atrito e apoio (fig. 81 b e 81 c) ou mediante apoio (fig. 81 d)<br />
143<br />
Figura 81 - Ancoragem de chumbadouros<br />
Quando as forças de tracção são significativas, à que proporcionar aos chumbadouros uma<br />
ancoragem suficiente. Por exemplo, podem utilizar-se chumbadouros nervurados em<br />
conjunção com perfis em U embebidos no betão, sobre os quais dobra o varão.<br />
Nas uniões à tracção, a grossura da placa de assentamento está dependente dos momentos<br />
flectores produzidos pelos chumbadouros. Estes momentos flectores podem requerer o uso de<br />
rigidificadores (fig. 4c e 4d). Esta disposição aumenta de forma significativa o trabalho de<br />
fabricação e, por tanto, o custo da base do suporte comparado com o caso simples.<br />
Neste caso, os parafusos (chumbadouros) devem ser dimensionados à tracção ou ao corte<br />
mais tracção, devendo ser devidamente ancorados. Normalmente a ancoragem dos parafusos é<br />
obtida através de uma curva ou placa de ancoragem, ver figura 81.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
A resistência à tracção ou ao corte dos parafusos da base devem ser dimensionados da mesma<br />
forma que os parafusos normais utilizados em ligações. Porém, como as roscas destes<br />
parafusos são geralmente abertos em oficinas não especializadas no fabrico de parafusos, a<br />
resistência à tracção ou ao corte na zona da rosca (segundo o EC3) devem ser multiplicada<br />
por um coeficiente de redução igual a 0,85.<br />
O dimensionamento ou a verificação da segurança à compressão simples depois de definida a<br />
área efectiva da base, consiste em comparar a tensão de compressão actuante (esforço axial<br />
actuante a dividir pela área efectiva da placa de base) com a tensão de compressão admissível<br />
do betão fj.<br />
No dimensionamento à flexão composta, depois de avaliada a área efectiva, define-se a<br />
largura efectiva b na zona de compressão.<br />
144<br />
M<br />
N<br />
L<br />
d<br />
Ft<br />
x<br />
b<br />
d<br />
Figura 82 – Modelo de distribuição de esforços em ligação base de pilar tradicional<br />
b<br />
Fc<br />
0.8X<br />
fj<br />
L<br />
a<br />
d<br />
M<br />
N<br />
x<br />
C C C C
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Para pré-dimensionar os parafusos à tracção, pode-se efectuar uma estimativa inicial da força<br />
de tracção Ft e da força de compressão Fc, através da seguinte expressão:<br />
145<br />
Nsd Msd<br />
F ≈ ±<br />
2 L<br />
Em que L é a distância entre as linhas de parafusos e Nsd e Msd são os esforços actuantes.<br />
O comprimento da zona de compressão X pode ser estimulado através da seguinte expressão:<br />
X<br />
Fc<br />
≈ 1,<br />
25×<br />
b × fj<br />
Se o comprimento da zona de compressão for incompatível com a área efectiva previamente<br />
calculada, a ligação deve ser robustecida. Este esforço pode-se traduzir num aumento da<br />
espessura da placa da base ou colocação de reforços (nervuras).<br />
Se for verificada a condição anterior, pode-se avaliar rigorosamente o comprimento da zona<br />
de compressão, através da seguinte expressão, obtida com a base no equilíbrio de forças na<br />
secção de base.<br />
⎡ ⎛ 2 × Msd + Nsd ×<br />
X = 1,<br />
25×<br />
d ⎢1<br />
− ⎜<br />
⎜1−<br />
2<br />
⎢⎣<br />
⎝ b × d × fj<br />
( 2 × d − a)<br />
Em que d é a distância entre a linha de parafusos traccionada e a extremidade oposta da placa<br />
e as restantes grandezas são definidas na figura anterior.<br />
Depois de avaliada a área de compressão, pode-se avaliar com rigor as forças Ft e Fc através<br />
das seguintes expressões:<br />
Fc<br />
= 0,<br />
8×<br />
b × fj<br />
Ft = Fc − Nsd<br />
Com a força Ft avaliada rigorosamente, verifica-se a segurança dos parafusos e finalmente a<br />
resistência à flexão da placa base, na zona de tracção.<br />
A placa de base na zona de tracção é simulada com uma consola, encastrada junto ao banzo<br />
do pilar (ou eventualmente junto aos reforços) e solicitada pelas forças de tracção<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
0,<br />
5<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥⎦
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
desenvolvidas nos parafusos. A resistência à flexão pode ser dada pelo momento elástico,<br />
obtido através da seguinte expressão:<br />
146<br />
Leff × t<br />
Mel.<br />
rd =<br />
6<br />
fy<br />
×<br />
γMo<br />
em que Leff é um comprimento efectivo, definido considerando um modelo T-Stub, de<br />
acordo com o Anexo J do eurocódigo3.<br />
11.3 Exemplo de <strong>Ligações</strong> bases de pilar<br />
11.3.1. Base de coluna com esforço axial<br />
Definição da ligação<br />
Como apenas existe esforço axial os cordões de soldadura e os parafusos são apenas<br />
utilizados por razões construtivas.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Aço do perfil e da chapa → Fe 430 ( fy = 275 MPa)<br />
Betão da fundação B25 → fcd = 13,3 MPa<br />
1) Dimensões da chapa de fundação e suas características<br />
Conforme Anexo L do EC3, ponto L.1 (6):<br />
147<br />
• Seja βj = 2/3, considerando que a argamassa de assentamento têm uma tensão<br />
característica maior ou igual a 0,2 da tensão característica do betão da fundação e a<br />
espessura da argamassa de assentamento menor ou igual a 0,2 vezes a dimensão da<br />
placa de base.<br />
• KJ = 1 (valor do lado de segurança)<br />
→ f j = β j × K j × F cd<br />
=<br />
2 / 3 × 1 × 13 , 3 =<br />
8,<br />
87<br />
Espessura da chapa t = 18,0 mm (maior ou igual que a espessura do banzo da coluna, o que é<br />
uma forma de pré-dimensionamento).<br />
Também [Anexo L do EC3, ponto L.1 (3)]:<br />
•<br />
•<br />
⎡<br />
C = t × ⎢<br />
⎣3<br />
×<br />
fy ⎤<br />
fj × γMo<br />
⎥<br />
⎦<br />
0,<br />
5<br />
⎡ 275 ⎤<br />
C = 18, 0 × ⎢<br />
3 8,<br />
87 1,<br />
1<br />
⎥<br />
⎣ × × ⎦<br />
0,<br />
5<br />
KN<br />
= 55,17 mm → considera-se: C = 55 mm<br />
Adopta-se uma chapa com 400 × 400 mm 2 , sendo a Área Efectiva [Anexo L do EC3, figura<br />
L.1]:<br />
/ m
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
148<br />
Af = 370× 370 − 2×<br />
125×<br />
115 = 108150mm<br />
Tensão actuante ≤ Tensão resistente, pois:<br />
N<br />
Af<br />
800<br />
108150×<br />
10<br />
= −6<br />
7,<br />
4MPa<br />
< fj = 8,<br />
87MPa<br />
= 7397KPa<br />
A camada de argamassa de assentamento deve ter uma espessura menor ou igual a 0,2 x 370 =<br />
74mm [Anexo L do EC3, ponto L.1 (6), segundo definição de βj].<br />
SOLUÇÃO:<br />
2
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Adoptam-se cordões de soldadura com a = 5mm e parafusos M16 (classe 4.6, apenas por<br />
razões construtivas).<br />
No caso de existir esforço transverso, os elementos anteriores (soldaduras e parafusos) eram<br />
dimensionados ao corte.<br />
149
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
11.3.2. Base de coluna com momento-flector, esforço axial e esforço<br />
transverso<br />
Definição da ligação<br />
Aço do perfil e da chapa → Fe 430 ( fy = 275 MPa)<br />
Betão da fundação B25 → fcd = 13,3 MPa<br />
1) Dimensões da chapa de fundação e suas características<br />
Conforme Anexo L do EC3, ponto L.1 (6):<br />
150<br />
• Seja βj = 2/3, considerando que a argamassa de assentamento têm uma tensão<br />
característica maior ou igual a 0,2 da tensão característica do betão da fundação e a<br />
espessura da argamassa de assentamento menor ou igual a 0,2 vezes a dimensão da<br />
placa de base.<br />
• KJ = 1 (valor do lado de segurança)<br />
→ f j = β<br />
j × K j × F cd<br />
=<br />
2 / 3 × 1 × 13 , 3 =<br />
8,<br />
87<br />
KN<br />
/ m
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Espessura da chapa t = 30,0 mm (maior ou igual que a espessura do banzo da coluna)<br />
151<br />
•<br />
•<br />
⎡ fy ⎤<br />
C = t × ⎢<br />
3<br />
⎥<br />
⎣ × fj × γMo⎦<br />
0,<br />
5<br />
⎡ 275 ⎤<br />
C = 30 × ⎢<br />
3 8,<br />
87 1,<br />
1<br />
⎥<br />
⎣ × × ⎦<br />
Dimensões adoptadas:<br />
0,<br />
5<br />
= 91,95 mm → considera-se C = 90 mm<br />
L = 400 + 2 × 45 = 490mm<br />
Também: beff = 480mm → largura da placa de base!<br />
2.) Distribuições de tensões máximas de compressão e tracção<br />
<br />
<br />
N M 400 200<br />
Fc 608,<br />
16KN<br />
3<br />
2 L 2 490 10<br />
=<br />
≈ + = +<br />
−<br />
×<br />
N M 400 200<br />
Ft 208,<br />
16KN<br />
3<br />
2 L 2 490 10<br />
=<br />
≈ − = −<br />
−<br />
×<br />
3.) Pré-dimensionamento dos parafusos à tracção (EC3 6.5.5)
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
152<br />
• 4 M24 → As = 353 mm2 (classe 6.8)<br />
Resistência à tracção Bt.rd → menor de:<br />
Ou seja o menor entre Ft,Rd e Bp,Rd.<br />
Factor × 0,<br />
85 em Ft.Rd surge porque estamos em presença de um chumbadouro (ver 6.5.5. (6)<br />
do EC3.<br />
Logo:<br />
•<br />
F<br />
B<br />
t.<br />
Rd<br />
p.<br />
Rd<br />
=<br />
=<br />
Btrd = 172,<br />
8KN<br />
0.<br />
9 × fu<br />
× As<br />
× 0,<br />
85 =<br />
γ<br />
Mb<br />
0.<br />
6 π × d m × t p × f<br />
γ<br />
Esforço de tracção no parafuso →<br />
4.) Estimativa da zona de compressão<br />
Ftrd<br />
Bp.<br />
rd<br />
, sendo dm a largura da cabeça sextavada do parafuso.<br />
208,<br />
16<br />
Ftrd = = 104,<br />
1KN<br />
2<br />
Ftrd = 104 , 1KN<br />
< Ftrd = 172,<br />
8KN<br />
4.1.) Estimativa aproximada da zona em compressão<br />
Mb<br />
u<br />
3<br />
0.<br />
9 × 800 × 10 × 353×<br />
10<br />
1.<br />
25<br />
0.<br />
6 π × 36×<br />
10<br />
=<br />
−3<br />
× 30×<br />
10<br />
1.<br />
25<br />
−3<br />
−6<br />
× 0,<br />
85<br />
× 430×<br />
10<br />
3<br />
=<br />
172,<br />
8<br />
KN<br />
= 700,<br />
3KN
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
153<br />
<br />
<br />
<br />
× Fc<br />
X ≈<br />
beff × fj<br />
25 , 1<br />
1,<br />
25×<br />
608,<br />
16<br />
X ≈ = 0,<br />
1786m<br />
−3<br />
3<br />
480×<br />
10 × 8,<br />
87 × 10<br />
X ≈ 178,<br />
6mm<br />
<<br />
204 mm<br />
4.2.) Cálculo rigoroso da zona em compressão<br />
( 2d<br />
− a)<br />
⎡ ⎛ 2M<br />
+ N ⎞<br />
X = 1,<br />
25×<br />
d × ⎢1<br />
− ⎜<br />
⎜1−<br />
⎟<br />
2<br />
⎢⎣<br />
⎝ beff × d × fj ⎠<br />
Em que: d = 580 − 45 = 535mm<br />
(distância entre o C.G dos parafusos traccionados e a<br />
extremidade oposta)<br />
<br />
<br />
a = 580mm<br />
(comprimento da chapa)<br />
X<br />
=<br />
1,<br />
25×<br />
535×<br />
10<br />
X = 190,<br />
70mm<br />
−3<br />
⎡ ⎛<br />
⎢<br />
2 200 400<br />
1 ⎜<br />
× + ×<br />
× − 1−<br />
⎢ ⎜<br />
−3<br />
⎣ ⎝ 480×<br />
10 ×<br />
0.<br />
5<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥⎦<br />
−3<br />
−3<br />
( 2×<br />
535×<br />
10 − 580×<br />
10 )<br />
−3<br />
2<br />
3<br />
( 535×<br />
10 ) × 8,<br />
87 × 10<br />
A largura efectiva é mantida ao longo da dimensão X, pois X=190,7mm < 204mm<br />
A área de compressão é a seguinte:<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
0,<br />
5<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥<br />
⎦
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
5.) Força total de compressão e de tracção<br />
−3<br />
−3<br />
3<br />
Fc = 0,<br />
8×<br />
X × beff × fj = 0,<br />
8×<br />
190,<br />
7 × 10 480×<br />
10 × 8,<br />
87 × 10 = 649,<br />
5KN<br />
Ft = Fc − Nsd = 649 , 5 − 400 = 249,<br />
5KN<br />
6.) Verificação da força nos parafusos em tracção<br />
A força por parafuso é dada por:<br />
Assim:<br />
154<br />
249 , 5<br />
Ftsd = = 124,<br />
8KN<br />
2<br />
Ftsd =<br />
124 , 8KN<br />
< Btrd = 172,<br />
8KN<br />
7.) Momento solicitante da charneira plástica da chapa de fundação
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
155<br />
Braço = m = 45-0,8×√2×5 = e-0,8×√2×a = 39,3 mm, sendo a=5 mm a espessura do cordão<br />
8.) Momento resistente da chapa de fundação<br />
−3<br />
Msd = 249,<br />
5×<br />
39,<br />
3×<br />
10 = 9,<br />
8KN<br />
8.1.) Cálculo do comprimento efectivo – Quadro J.8 do anexo J do EC3<br />
Leff por linha (1 parafuso):<br />
• Padrões circulares:<br />
2π<br />
mx<br />
πmx<br />
πmx<br />
= 2 × π ×<br />
+ W<br />
= π ×<br />
+ 2 e = π ×<br />
39 , 3<br />
39 , 3<br />
39 , 3<br />
• Padrões não circulares:<br />
= 246 , 9 mm<br />
+ 240 = 363 , 5 mm<br />
+ 2 × 120 = 363 , 5 mm<br />
4mx<br />
+ 1,<br />
25ex<br />
= 4×<br />
39,<br />
3 + 1,<br />
25×<br />
45 = 213,<br />
5mm<br />
e + 2mx<br />
+ 0,<br />
625ex<br />
= 120 + 2 × 39,<br />
3 + 0,<br />
625×<br />
45 = 226,<br />
7mm<br />
0,<br />
5bp<br />
= 0,<br />
5×<br />
480 = 240mm<br />
0,<br />
5W<br />
+ 2mx<br />
+ 0,<br />
625ex<br />
= 0,<br />
5×<br />
240 + 2 × 39,<br />
3 + 0,<br />
625×<br />
45 = 226,<br />
7mm<br />
Pelo que: Leff = 213,5mm (por parafuso)<br />
8.2.) Momento resistente por parafuso<br />
−3<br />
( 30×<br />
10 )<br />
2<br />
−3<br />
3<br />
Leff × tf fy 213,<br />
5×<br />
10<br />
275×<br />
10<br />
Mel. rd = × =<br />
× = 8KNm<br />
6 γMo<br />
6<br />
1,<br />
1
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
156<br />
Msd 9,<br />
8<br />
Msd / parafuso = = = 4,<br />
9KNm<br />
< Mel.<br />
rd = 8KNm<br />
2 2<br />
9.) Dimensionamento dos cordões de soldadura<br />
9.1.) Considera-se que os cordões de soldadura dos banzos resistem ao momento e esforço<br />
axial e os cordões da alma ao esforço transverso.<br />
• L cordão do banzo →<br />
300 + ( 300 −13.<br />
5 − 2×<br />
27)<br />
= 532.<br />
5mm<br />
• L cordão da alma →<br />
2 × ( 400 − 2 × 24 − 2 × 27)<br />
= 596mm<br />
Ft (força de tracção no banzo do pilar resultante da solicitação) → mínimo de:<br />
Abanzo×<br />
fy = 300×<br />
10<br />
M<br />
D<br />
−3<br />
Abanzo 200<br />
− N × =<br />
Atotal 376×<br />
10<br />
× 24×<br />
10<br />
−3<br />
9.1.1.) Cordões dos banzos (momento e axial)<br />
−3<br />
× 275×<br />
10<br />
= 1940KN<br />
−3<br />
300×<br />
10 × 24×<br />
10<br />
− 400×<br />
−4<br />
197×<br />
10<br />
A força actuante no cordão do banzo é dada por (b = extensão do cordão):<br />
3<br />
−3<br />
= 386.<br />
3KN
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Ft<br />
386 , 3<br />
→ F w . Sd = =<br />
−<br />
b 532 , 5 × 10<br />
157<br />
3<br />
=<br />
Cálculo da dimensão do cordão (espessura) aplicando o método das tensões médias (EC3<br />
6.6.5.3.(4)):<br />
→<br />
→<br />
f<br />
/<br />
3<br />
430<br />
× 10<br />
725<br />
, 4<br />
KN<br />
/ m<br />
F w . Rd = u<br />
β w × γ Mw<br />
× a =<br />
3<br />
0 , 85 × 1,<br />
25<br />
× a ≥ F w . Sd<br />
430 3<br />
3<br />
× 10 / 3<br />
× a ≥ 725 , 4 KN ⇔ a ≥ 3,<br />
1 × 10 = 3,<br />
1mm<br />
0 , 85 × 1,<br />
25<br />
Adopta-se: a = 5mm! De notar que βw=085 (Fe430)<br />
9.1.2.) Cordões da alma (esforço transverso)<br />
A força actuante na alma é dada por (b = extensão do cordão):<br />
Ft<br />
200<br />
→ F w . Sd = =<br />
−<br />
b 596 × 10<br />
3<br />
=<br />
Cálculo da dimensão do cordão (espessura) aplicando o método das tensões médias (EC3<br />
6.6.5.3.(4)):<br />
→<br />
→<br />
f<br />
/<br />
3<br />
430<br />
335<br />
× 10<br />
/<br />
, 6<br />
3<br />
KN<br />
/ m<br />
F w . Rd = u<br />
β w × γ Mw<br />
× a =<br />
3<br />
0 , 85 × 1,<br />
25<br />
× a ≥ F w . Sd<br />
430 3<br />
3<br />
× 10 / 3<br />
× a ≥ 335 , 6 KN ⇔ a ≥ 1,<br />
43 × 10 = 1,<br />
4 mm<br />
0 , 85 × 1,<br />
25<br />
Adopta-se: a = 5mm! De notar que βw=085 (Fe430)<br />
Adopta-se a=3mm (valor mínimo segundo o EC3)<br />
10.) Resistência dos parafusos ao corte (corte no liso) (EC3 6.5.5(2) e (6) e quadro 6.5.3)<br />
Considera-se que o esforço transverso<br />
localizados na zona de compressão.<br />
/<br />
3<br />
V = 200KN<br />
é totalmente resistido pelos parafusos
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Fvrd<br />
Fvrd<br />
158<br />
=<br />
0,<br />
6<br />
×<br />
3<br />
800×<br />
10<br />
fub × As<br />
× 0,<br />
85 = 0,<br />
6×<br />
γMb<br />
200<br />
= 173,<br />
7KN<br />
> Fvsd = = 100KN<br />
2<br />
×<br />
⎛ π × 24<br />
⎜<br />
⎝ 4<br />
1,<br />
25<br />
2<br />
⎞<br />
⎟ × 10<br />
⎠<br />
11.) Esmagamento da placa de base (EC3 6.5.5(2), quadro 6.5.3)<br />
e1<br />
45<br />
= = 0,<br />
58<br />
3do<br />
3×<br />
26<br />
Fbrd<br />
=<br />
→ α =<br />
2,<br />
5×<br />
α × fu × d × t<br />
γMb<br />
0,<br />
58<br />
2,<br />
5<br />
200<br />
Fbrd = 359,<br />
1KN<br />
> Fvsd = = 100KN<br />
2<br />
12.) SOLUÇÃO FINAL<br />
=<br />
3<br />
× 0,<br />
58×<br />
430×<br />
10 × 24×<br />
10<br />
1,<br />
25<br />
−3<br />
−6<br />
=<br />
173,<br />
7<br />
× 30×<br />
10<br />
−3<br />
KN
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
12. <strong>Ligações</strong> pilar-pilar<br />
As ligações pilar-pilar podem assemelhar-se às do tipo viga-pilar, sendo que neste caso<br />
analisaríamos os pilares como se de vigas se tratassem, tendo em conta o efeito simultâneo da<br />
presença de esforço axial.<br />
159<br />
Figura 83 A – Tipos de ligação pilar-pilar
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
160<br />
Figura 83 B – Tipos de ligação pilar-pilar
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
161<br />
Figura 84 – Soluções construtivas em tipos de ligação pilar-pilar ou emendas de pilares
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
13. <strong>Ligações</strong> viga-viga<br />
As ligações viga-viga, quando estas se unem ao mesmo nível, podem assemelhar-se às do tipo<br />
viga-pilar,.<br />
162<br />
Figura 85 – Tipos de ligação viga-viga articuladas<br />
Figura 85 – Ligação viga-viga em cumeeira
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
163<br />
Figura 85 – Tipos de ligação viga-viga simples e compostas
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
164<br />
Figura 85 – Tipos de ligação viga-viga articuladas
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
14. <strong>Ligações</strong> de contraventamento<br />
As ligações de contraventamentos tem a particularidade de se poderem tornar algo complexas<br />
de conceber e analisar pelo número elevado de ligações que podem ter de comportar.<br />
No que respeita ao seu dimensionamento, e na ausência de modelos de cálculo específicos,<br />
adaptam-se as regras anteriores, com adaptações pontuais, função das próprias ligações.<br />
165<br />
Figura 86 – <strong>Ligações</strong> típicas de contraventamentos
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
166<br />
Figura 87 – Tipos básicos de uniões de contraventamento horizontal
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
167<br />
Figura 88 – Tipos básicos de uniões de contraventamento vertical aparafusadas<br />
Figura 89 – Tipos básicos de uniões de contraventamento vertical soldadas
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
168<br />
Figura 90 – Tipos básicos de uniões de contraventamento vertical
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
ANEXO FOTOGRÁFICO<br />
169
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
170
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
171
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
172
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
173
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
174
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
175
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
ANEXO de EXEMPLO de APLICAÇÃO (EC3 de 2010).<br />
Requerente FCTUC – Especialização em Construção Metálica e Mista<br />
Designação da Obra Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º<br />
Local da Obra Coimbra<br />
Especialidade <strong>Ligações</strong> – Concepção e dimensionamento/verificação<br />
1. Introdução<br />
1.1. Apresentação<br />
176<br />
Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º<br />
(<strong>Ligações</strong> – Concepção e dimensionamento/verificação)<br />
Memória Descritiva e Justificativa<br />
Trata esta Memória Descritiva e Justificativa da concepção e dimensionamento/verificação de<br />
uma ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º.<br />
Designou-se esta união no plural, no que respeita ao elemento viga, dado que a mesma não é<br />
dupla mas quádrupla, em simetria segundo o eixo forte da secção do pilar (HEB200) – ver<br />
figura 1ª e 1B.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
177<br />
Figura 1A – Solicitação da ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20<br />
Ligação HEB200−IPE450<br />
IPE450<br />
HEB200<br />
IPE450<br />
Figura 1B - Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º<br />
Todo o texto e conteúdo teórico deste trabalho foi unicamente elaborado pelo subscritor,<br />
tendo sido aproveitado, parcialmente, material anterior mas de sua exclusiva autoria.<br />
20°
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
1.2. Materiais base de construção<br />
O fabrico principal da ligação será em aço do tipo S275JR, designadamente para os perfis e<br />
chapas de união, sendo os parafusos em aço de alta resistência, da classe 10.9.<br />
O pilar é realizado em perfil HEB200 e as vigas e, IPE450.<br />
178<br />
Quadro 1 – Dados técnicos – HEB200 e IPE450<br />
Designação Dimensões Área Pormenorização<br />
h<br />
mm<br />
b<br />
mm<br />
1.3. Regulamentação orientativa<br />
tw<br />
mm<br />
De uma forma geral foram seguidas as regras indicadas nos seguintes regulamentos:<br />
• Eurocódigo 3 (EC3) – <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong>.<br />
tf<br />
mm<br />
r<br />
mm<br />
A<br />
cm2<br />
IPE 450 450 190 9.4 14.6 21 98.82 420.8 378.8 M24 100 102 1.605 20.69<br />
HEB 200 200 200 9 15 18 78.08 170 134 M27 100 100 1.151 18.78<br />
G<br />
kg/m<br />
Iy<br />
cm4<br />
Wel.y<br />
cm3<br />
Wpl.y<br />
cm3<br />
Iy<br />
cm<br />
Avz<br />
cm2<br />
Iz<br />
cm4<br />
hi<br />
mm<br />
d<br />
Wel.z<br />
cm3<br />
mm<br />
Wpl.z<br />
cm3<br />
Ø<br />
iz<br />
cm<br />
Pmin<br />
mm<br />
ss<br />
mm<br />
Pmax<br />
mm<br />
It<br />
cm4<br />
AL m2/m<br />
Iw<br />
x10-3 cm6<br />
IPE 450 77.6 33740 1500 1702 18.48 50.85 1676 176.4 276.4 4.12 63.20 66.87 791 1 1<br />
HEB 200 61.3 5696 569.6 642.5 8.54 24.83 2003 200.3 305.8 5.07 60.09 59.28 171.1 1 1<br />
AG m2/t<br />
S 235<br />
S 355
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
1.4. Concepção<br />
Numa breve descrição das razões que motivaram a concepção adoptada, bem como da<br />
correspondente solução de ligação elegida, cumpre referir, justificadamente, o seguinte:<br />
179<br />
• A ligação é complexa, dado confluírem no mesmo nó 4 vigas, duas de cada lado do<br />
pilar, mas numa orientação de muito baixo ângulo (20º), o que conduz à sobreposição<br />
dessas vigas (como se pode apreciar na figura 1);<br />
• Agrava a concepção desta união o facto das vigas terem uma dimensão relativa<br />
equivalente à do pilar, no que trata à largura do banzo (ver Quadro 1);<br />
• Admite-se que o modelo agora apresentado poderia ser alterado melhorando o seu<br />
desempenho, ou que haveria muitas outras opções mais práticas e acessíveis. Porém, e<br />
sem prejuízo do atrás afirmado, é também certo que na procura continua de uma<br />
solução cada vez mais optimizada, pode decorrer tempo que comprometa uma<br />
resolução impreterível porque obrigada a prazo;<br />
• Para uma ligação completamente soldada - requisitos parciais da alínea a) – a proposta<br />
de solução poderá ser simples, dado o problema do fabrico apenas se põe no que trata<br />
à acessibilidade para soldar. Este último problema esteve presente na concepção da<br />
união que se apresenta na figura 2. Conforme se pode apreciar, embora com alguma<br />
limitações de ângulo, é possível soldar a alma das vigas ao banzo do pilar pela sua<br />
face exterior (cordões a vermelho). Por outro lado, é evidentemente fácil soldar o<br />
banzo das vigas ao banzo do pilar, bem como os próprios banzos das vigas entre si<br />
(linhas a vermelho com simbologia de soldadura: linha curta e linha longa alternada,<br />
perpendicularmente ao plano de união). Entendeu-se inserir, no ponto de começo de<br />
soldagem do banzo das vigas, uma chapa de estabilização e eliminação de vértices<br />
reentrantes, dado estes serem sempre locais de concentração de tensões e fendilhação,<br />
eventual. Também foram incluídos reforços nos pilares, nos quais vão rematar os<br />
banzos das vigas, não perdendo estes últimos continuidade material e geométrica.<br />
Acredita-se que esta solução é exequível, funcional e esteticamente agradável (ver<br />
alçado), dada a limpeza/redução de linhas que permite e total simetria (horizontal e<br />
vertical). Por último, diga-se que, se necessário, esta solução também poderia usufruir<br />
dos travamentos à torção induzida pelos momentos flectores das vigas (ver capítulo 2,<br />
Acções, deste texto), conforme ligação aparafusada adiante proposta (ver figura 3);
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
180<br />
• Para uma ligação com parafusos que facilitem a montagem em obra - requisitos<br />
parciais da alínea a) – a proposta já não poderá ser tão simples e imediata (intuitiva).<br />
De facto, a aparafusagem em obra de uma estrutura desta complexidade pressupõe a<br />
divisão cuidada e executável da união em várias partes. A proposta, em planta,<br />
apresenta-se na figura 3, estando os pormenores construtivos na figura 4 e as partes da<br />
ligação na figura 5. Ainda, na figura 6 encontra-se uma proposta de corte e soldadura<br />
da solução, mormente no que respeita à adopção de dois perfis IPE450 intermédios<br />
entre o pilar e as vigas, propriamente ditas. Por último, e na figura 7, uma solução<br />
semelhante, mais económica, sem cutelo de ligação entre banzos de vigas e cruzeta de<br />
travamento à torção. Muito embora, acredita-se que esta concepção enferma de<br />
algumas instabilidades: material, enquanto facilita concentração de tensões e<br />
fissuração, geométrica, em virtude de possibilitar uma encurvadura de compressão do<br />
banzo inferior da ligação, comprimido em função do duplo efeito do momento no eixo<br />
Z (induzido pela flexão local do eixo Y da viga);<br />
• Numa apreciação individual das figuras, logo da própria decisão de projecto, imposta<br />
descrever e justificar essa ideia construtiva:<br />
• A ligação aparafusada pressupõe docilidade de montagem em obra, logo os dois pares<br />
de vigas (à esquerda e à direita) não podem vir unidos de estaleiro. Assim sendo, e no<br />
sentido de não se perder a desejável simetria da ligação, até por uma questão de<br />
equilíbrio de esforços e igualdade de deslocamentos, deverá existir uma peça<br />
intermédia entre estas e o pilar;
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
181<br />
Solução soldada<br />
(planta)<br />
(alçado)<br />
Figura 2 - Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º: proposta de ligação soldada.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
182<br />
Solução aparafusada<br />
Cruzeta<br />
(travamento)<br />
(planta − vista simples)<br />
A<br />
A’<br />
Figura 3 - Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º: proposta de ligação<br />
aparafusada.<br />
B<br />
B’
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
183<br />
32<br />
32<br />
32<br />
100<br />
275<br />
178<br />
Aberturas<br />
Construtivas<br />
Ch 15<br />
(alçado)<br />
2x4z M24 (10.9)<br />
Ch 15<br />
(corte AA’) (corte BB’)<br />
32<br />
32 220<br />
Aberturas<br />
Construtivas<br />
Figura 4 - Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º: ligação aparafusada /<br />
pormenores.<br />
Ch 6<br />
Ch 15<br />
2x3 M24 (10.9)<br />
• Neste contexto, procedeu-se à criação da peça 2 (figura 5) que efectua a interface entre<br />
vigas e pilar. Este elemento poderá ser fabricado à custa de adaptação entre dois perfis
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
184<br />
IPE450 (figura 6), conforme já referido. Tal também pode ser apreciado na figura 3 -<br />
Planta (vista detalhada);<br />
• Ainda na figura 3 se pode observar a cruzeta de travamento à flexão/torção simétrica,<br />
sendo a sua vista em alçado mais notória e conclusiva na figura 4: corte BB’;<br />
• Neste último desenho, e em alçado, verifica-se a presença de aberturas na alma da<br />
peça 2 que permitem a colocação dos parafusos de ligação ao pilar. Esta<br />
descontinuidade é tida em consideração na verificação da ligação (capítulo 5 deste<br />
trabalho);<br />
4<br />
Solução aparafusada<br />
3<br />
(partes da ligação)<br />
2<br />
1<br />
(planta)<br />
2 3<br />
4<br />
Figura 5 - Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º: ligação aparafusada / partes<br />
da união.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
185<br />
• Os cortes AA’ e BB’, devidamente cotados, ilustram as características da ligação no<br />
que à aparafusagem respeita, sendo os pormenores de soldadura incluídos na figura 6.<br />
A ligação entre a peça 2 e o pilar tem mais uma fiada de parafusos em virtude de se<br />
reunirem os esforços transversos das 2 vigas IPE450.<br />
Solução aparafusada<br />
(corte e soldadura de perfis IPE450)<br />
7 7<br />
Figura 6 - Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º: corte e soldadura de perfis<br />
IPE450.<br />
• Na figura 8 junta-se duas soluções alternativas (a estudar). Uma consistindo numa<br />
continuidade das vigas e interrupção do pilar, outra na inclusão de duas vigas<br />
intermédias (em IPE 450, como seria lógico, paralelas ao eixo fraco do pilar) travadas<br />
aos duplos binários Mz por IPE300 (numa 1.ª tentativa, tendo em vista a altura da<br />
alma do IPE450).<br />
9<br />
Ch 15<br />
9<br />
7 7<br />
7 7<br />
Ch 15<br />
Ch 15<br />
9<br />
9<br />
7 7
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
186<br />
Solução semelhante mais económica<br />
(geométrica e materialmente mais instável)<br />
Figura 7 - Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º: mais económica e mais<br />
instável.<br />
(viabilidade a confirmar)<br />
IPE 300<br />
(travamento)<br />
IPE 450<br />
IPE 450<br />
Figura 8 - Ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º alternativas.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
2. Acções<br />
2.1. Acções<br />
As acções a que está sujeita a ligação encontram-se esquematizadas na figura 9, sendo as<br />
relativas às vigas individuais a estas.<br />
187<br />
Figura 9 – Solicitação da ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20<br />
Do conjunto das solicitações, de momentos flectores, resulta a distribuição na ligação vigaspilar<br />
que se encontra na figura 10.<br />
De referir que embora o momento resultante Mz seja nulo, existem dois binários de 119.7<br />
kN.m, de sinal contrário, que originam tracções do banzo superior da ligação e compressões<br />
no inferior. Tais esforços são tidos em consideração na verificação dessas chapas, sendo certo<br />
que foram colocados travamentos para evitar a distorção de ligação.<br />
Os esforços de corte (esforço transverso) são vectorial e algebricamente adicionáveis.
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
188<br />
M=350 kN.m<br />
My=350.cos(20)=328,9 kN.m<br />
My=350.cos(20)=328,9 kN.m<br />
Mz=−350.sin(20)=119,7 kN.m<br />
M=350 kN.m<br />
Mz=350.sin(20)=119,7 kN.m<br />
My, resultante=657,8 kN.m<br />
Figura 10 – Resultantes de momentos da ligação Vigas-Pilar – HEB200 c/ IPE450 a 20º.<br />
3. Pormenores construtivos<br />
Em anexo, identificado como Peças Escritas, encontram-se os desenhos de execução desta<br />
ligação, com todos os pormenores que se entenderem pertinentes e suficientes (estes desenhos<br />
já se encontram ilustrados nas figuras 1 a 8).<br />
4. Cálculos<br />
Dado o tempo disponível, e atendendo a que a ligação condicionante ser entre a peça 2 e o<br />
pilar HEB200, dado que a união entre as duas vigas e a peça 2 é idêntica mas menos<br />
esforçada, efectua-se apenas essa verificação.<br />
Por outro lado, acredita-se que não é bom procedimento construtivo uma grande variedade<br />
nos tipos de ligações, nas espessuras das suas chapas, na classe e diâmetro dos parafusos, nos<br />
seus cordões e soldas. Uma ideia de optimização intensiva ao longo das ligações que compõe<br />
uma estrutura, em boa verdade, complica o processo de fabrico e pode conduzir, mais<br />
facilmente, a erros na execução. Esta a justificação não se apoia num atitude facilitista, mas<br />
também na própria experiência profissional e directos pedidos de quem constrói.<br />
Pela complexidade da ligação e pela grandeza dos seus esforços, face às dimensões das peças,<br />
vão-se, antecipadamente, inserir reforços nos pilares, como prolongamento dos banzos das
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
vigas e com a espessura dos mesmos. Deste modo intenta-se uma redução dos cálculos, já<br />
que, por exemplo, se o banzo da viga resiste à tracção provocada pelo momento flector,<br />
necessariamente a alma do pilar, reforçada com um cutelo da espessura do banzo da viga,<br />
também resistirá. O mesmo se passará com o banzo comprimido da viga e a alma reforçada à<br />
compressão do pilar. De notar, porém, que o pilar se encontra sujeito a um esforço axial de<br />
810 kN e a um momento flector de 2×50 KN.m (da resultante dos dois momentos flectores à<br />
esquerda e á direita – 2×Vigas IPE450).<br />
Numa ligação mista viga-pilar aparafusada com a placa de topo, submetida a momento-flector<br />
negativo, devem ser consideradas as seguintes componentes:<br />
189<br />
• Zona de Tracção;<br />
• Zona de Corte;<br />
• Zona de Compressão.<br />
Em geral:<br />
• O momento-flector resistente (Mj,Rd) é avaliado com base nas forças máximas que se<br />
podem desenvolver em cada componente.<br />
• O dimensionamento é efectuado considerando que o momento-flector é transmitido<br />
por um binário de forças, sendo a força de tracção desenvolvida ao nível das duas<br />
linhas superiores e a força de compressão ao nível do banzo inferior da viga.<br />
• O esforço transverso é transmitido pela linha inferior, localizada junto à zona de<br />
compressão.<br />
Zona de tracção<br />
Zona de corte<br />
Zona de compressão<br />
Zona de tracção
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
De uma forma sistemática e bastante completa (embora, no total, hajam 21 componentes), o<br />
momento resistente de uma ligação viga-pilar deve ser determinado tomando em consideração<br />
as seguintes possibilidades de rotura:<br />
190<br />
Na zona de tracção:<br />
⇒ Cedência do banzo do pilar;<br />
⇒ Cedência da chapa de ligação (chapa do topo);<br />
⇒ Cedência da alma do pilar;<br />
⇒ Cedência da alma da viga;<br />
⇒ Rotura de soldaduras;<br />
⇒ Rotura nos parafusos.<br />
Na zona de compressão:<br />
⇒ Encurvadura da alma do pilar;<br />
⇒ Esmagamento da alma do pilar.<br />
Na zona do corte:
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
191<br />
⇒ Rotura por corte do painel da alma do pilar.<br />
Estudemos, agora, para o caso em apreço e passo a passo, as condições acima identificadas.<br />
1.) Resistência à Flexão<br />
1.1.) Zona de Tracção<br />
1.1.1.) Cedência do banzo do pilar em flexão (Parte 1.8 do EC3).<br />
Efectua-se a verificação, em termos de exercício, mas não condiciona por existir reforço (a<br />
ceder seria a chapa de topo em flexão, pois tem a mesma espessura mas com ausência de alma<br />
acima do banzo).<br />
O “leff “ (comprimento efectivo das linhas de plastificação) do modelo T-Stub para cada fila<br />
de parafusos é calculado de acordo com o ponto 6.2.4. e 6.2.6.4. da parte 1.8 do EC3.<br />
De notar que se tem que verificar a resistência das fiadas isoladas e como um grupo de fiadas.<br />
32<br />
32<br />
32<br />
Assim para o pilar HEB200:<br />
88<br />
100<br />
275<br />
178<br />
Ch 15<br />
2x4xM24 (10.9)
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
192<br />
• n = emin = 32mm
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Do que:<br />
193<br />
Modo de rotura não circular, onde leff = leff,nc que é o mínimo de:<br />
⇒ 2m + 0.625 e + 0.5p = 121.7 cm<br />
⇒ 2 e1 + 0,5 p =103.5 mm<br />
Modo 1 → leff,1 = 103.5 cm, mas com: leff,1 ≤ leff,cp = 143 m<br />
Modo 2 → leff,2 = 103.5cm<br />
Como a 2ª linha está nas mesmas condições (“end bolt-row”) os valores de leff, são iguais.<br />
Com base nos valores obtidos conclui-se que a situação mais desfavorável corresponde a<br />
considerar as duas linhas como um grupo, sendo:<br />
• Σ leff,1 = Σ leff,2 = 2 * 103.5 = 207 mm = Σ leff<br />
O momento plástico da placa (banzo do pilar) é dado por (Quadro 6.2):<br />
∑<br />
M pl1<br />
. Rd = M pl 2.<br />
Rd = 0. 25 * leff<br />
* t * fy / γ M<br />
Assumindo que a tensão normal de compressão no banzo do pilar (devido ao esforço axial e<br />
flexão no pilar) é inferior a 180 MPa, não é necessário reduzir o momento plástico.<br />
Assim, já sabemos leff para introduzir na equação Mpl1.Rd ou Mpl2.Rd, para obter, finamente,<br />
Ft,Rd, no que ao cálculo da resistência do banzo do pilar em flexão respeita,<br />
determinando esta força para os 3 possíveis modos de rotura.<br />
Continuando:<br />
Mpl1,Rd = Mpl2,Rd = 2,13 kN.m<br />
Este valor é baixo, o que faz suspeitar eventual necessidade de alterar as dimensões da placa<br />
de topo, nomeadamente ao seus limites superiores (e1=32mm):<br />
F<br />
t.<br />
Rd<br />
=<br />
0.<br />
9<br />
× fu<br />
× As<br />
=<br />
γ<br />
Mb<br />
0.<br />
9<br />
3<br />
× 1000 × 10 × 353 × 10<br />
1.<br />
25<br />
f<br />
2<br />
−6<br />
=<br />
0<br />
254 KN
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Modos de Rotura:<br />
Mínimo de:<br />
Assim:<br />
194<br />
1 .º<br />
2 º<br />
3 º<br />
Modo<br />
Modo<br />
Modo<br />
→<br />
→<br />
→<br />
F<br />
1 .º<br />
2 º<br />
3 º<br />
t . Rd<br />
F<br />
F<br />
t . Rd<br />
t . Rd<br />
Modo<br />
Modo<br />
Modo<br />
Com n = emin, mas n ≤ 1,25m.<br />
Logo:<br />
→<br />
→<br />
→<br />
F<br />
4 × M<br />
t . Rd<br />
m<br />
F<br />
F<br />
2 × M<br />
4 × 254<br />
t . Rd<br />
t . Rd<br />
pl 1 . Rd<br />
m<br />
=<br />
pl 2 . Rd<br />
1.1.2.) Cedência da placa de topo em flexão.<br />
=<br />
=<br />
=<br />
=<br />
=<br />
=<br />
=<br />
4 × M<br />
2 × M<br />
∑<br />
+ n ×<br />
+<br />
n<br />
1016<br />
m<br />
B<br />
pl 1 . Rd<br />
t . Rd<br />
F<br />
KN<br />
pl 2 . Rd<br />
m<br />
4 × 2 . 13<br />
31 . 1 × 10<br />
∑<br />
t . Rd<br />
Ft,Rd = 274 KN<br />
− 3<br />
+ n ×<br />
+<br />
=<br />
=<br />
n<br />
∑<br />
B<br />
274<br />
t . Rd<br />
KN<br />
− 3<br />
2 × 2 . 13 + 32 × 10 × 4 × 254<br />
= 582 KN<br />
− 3<br />
− 3<br />
31 . 1 × 10 + 32 × 10<br />
Segundo a parte 1.8 do EC3 EC3, as linhas de parafusos acima e abaixo do banzo da viga<br />
devem ser analisados em separado.<br />
i) Linha acima do banzo da viga.<br />
• ex = 32mm; e = 88mm; mx = 39 – 15/2 – 0.8*sqr(2) * 7 = 23.6mm<br />
Cálculo de leff por parafuso:
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
1 .º<br />
2 º<br />
3 º<br />
195<br />
• Padrão circular de rotura:<br />
Modo<br />
Modo<br />
Modo<br />
2 π mx = 148.3 mm<br />
π mx + w = π * 23.6 + 100 = 174 mm<br />
π mx + 2e = π * 23.6 + 2 * 88 = 250 mm<br />
• Padrão não circular de rotura:<br />
4 mx + 1,25 ex = 4 * 23.6 + 1.25 * 32 = 134.4 mm<br />
e + 2 mx + 0,625 ex = 88 +2 * 23.6 + 0.625 * 32 = 155 mm<br />
0.5 w + 2 mx + 0,625 ex = 117.2 mm<br />
Logo: leff = 117.2 mm (Modo 1 e Modo 2)<br />
n = ex,<br />
mas n ≤ 1.<br />
25 mx<br />
= 1.25 * 23.6 = 29.5 mm, logo: n = 29.5 mm.<br />
→<br />
→<br />
→<br />
F<br />
t . Rd<br />
F<br />
F<br />
t . Rd<br />
t . Rd<br />
=<br />
=<br />
=<br />
=<br />
Assim, já sabemos leff para introduzir na equação Mpl1.Rd ou Mpl2.Rd, para obter, finamente,<br />
Ft,Rd, no que ao cálculo da resistência da placa de topo - fiada acima do banzo<br />
da viga, determinando esta força para os 3 possíveis modos de rotura.<br />
Modos de Rotura:<br />
Logo: Ft.Rd = 307 KN<br />
4 × M<br />
m<br />
2 × M<br />
4 × 254<br />
Mpl1,Rd = Mpl2,Rd = 1.81 kN.m<br />
pl 1 . Rd<br />
pl 2 . Rd<br />
m<br />
=<br />
=<br />
+ n ×<br />
+<br />
n<br />
1016<br />
4 × 1 . 81<br />
23 . 6 × 10<br />
∑<br />
F<br />
KN<br />
t . Rd<br />
− 3<br />
=<br />
=<br />
307<br />
KN<br />
2 × 1 . 81 + 29 . 5 × 10<br />
− 3<br />
23 . 6 × 10 + 29<br />
− 3<br />
. 5<br />
× 4 × 254<br />
− 3<br />
× 10<br />
= 609<br />
KN
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
ii) Linha de parafusos abaixo do banzo da viga.<br />
196<br />
• m = 45.3 mm<br />
• m2 = 39,5 mm<br />
• e = 88 mm; n = 68 mm (pois: 88 > 1.25 * m)<br />
Conforme ábaco da figura 6.11, o valor de α:<br />
Do que: α ≅ 7.5.<br />
Cálculo de leff por parafuso:<br />
Logo:<br />
• Padrão circular de rotura:<br />
2 π m = 2 *π * 45.3 = 285 mm<br />
• Padrão não circular de rotura:<br />
α m = 7.0 * 45.3 = 317 mm<br />
• Leff = 285mm (Modo 1 e Modo 2)<br />
λ<br />
λ<br />
1<br />
2<br />
=<br />
=<br />
m<br />
m + e<br />
m2<br />
m + e<br />
λ1 = .34 ; λ2 = .30<br />
Assim, já sabemos leff para introduzir na equação Mpl1.Rd ou Mpl2.Rd, para obter, finamente,<br />
Ft,Rd, no que ao cálculo da resistência da placa de topo - fiada abaixo do banzo<br />
da viga, determinando esta força para os 3 possíveis modos de rotura.<br />
Do que:
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Modos de Rotura:<br />
1 .º<br />
2 º<br />
3 º<br />
197<br />
Modo<br />
Modo<br />
Modo<br />
→<br />
→<br />
→<br />
F<br />
t . Rd<br />
F<br />
F<br />
t . Rd<br />
t . Rd<br />
Logo: Ft.Rd = 389 KN<br />
=<br />
=<br />
=<br />
4 × M<br />
m<br />
2 × M<br />
4 × 254<br />
Mpl1,Rd = Mpl2,Rd = 4.4 kN.m<br />
pl 1 . Rd<br />
pl 2 . Rd<br />
m<br />
=<br />
=<br />
+ n ×<br />
+<br />
n<br />
1016<br />
4 × 4 . 4<br />
45 . 3 × 10<br />
∑<br />
F<br />
KN<br />
t . Rd<br />
− 3<br />
=<br />
=<br />
388 . 5<br />
KN<br />
− 3<br />
2 × 4 . 4 + 68 × 10 × 4 × 254<br />
− 3<br />
45 . 3 × 10 + 68<br />
− 3<br />
× 10<br />
= 619<br />
1.1.3.) Cedência da alma do pilar à tracção. Não é necessário verificar, dada a existência do<br />
reforço, contudo:<br />
F<br />
t.<br />
wc.<br />
Rd<br />
=<br />
w . b<br />
eff . t.<br />
wc<br />
beff . t.<br />
wc → beff<br />
Sendo:<br />
do banzo do pilar à flexão.<br />
Logo:<br />
<br />
t<br />
wc<br />
b eff . t.<br />
wc<br />
= 207 mm<br />
= 9 mm<br />
w → depende do esforço transverso no pilar<br />
(Tabela 5.4): Mb1, Ed/Mb2,Ed > 0 → β<br />
w<br />
=<br />
w<br />
1<br />
=<br />
1+<br />
1.<br />
3×<br />
1<br />
=<br />
( b . t / A )<br />
eff . t.<br />
twc<br />
wc<br />
vc<br />
γ<br />
. . t<br />
wc<br />
M 0<br />
.<br />
f<br />
y.<br />
wc<br />
1 e w = w<br />
2<br />
1<br />
KN
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
w = 0.71<br />
Com:<br />
A vc<br />
2<br />
= 24.83 cm<br />
1.1.4.) Alma da viga à tracção<br />
Sendo:<br />
198<br />
→<br />
V<br />
(ao nível da linha abaixo do banzo)<br />
b eff t.<br />
wc<br />
wp . Rd<br />
=<br />
0 , 9<br />
× f y . Wc<br />
3 × γ<br />
×<br />
M 0<br />
A<br />
F<br />
t.<br />
wb.<br />
Rd<br />
vc<br />
Ft,wc,Rd = 365 KN<br />
=<br />
= b<br />
eff . t.<br />
wc<br />
0,<br />
9<br />
t<br />
×<br />
wb<br />
× f<br />
γ<br />
M 0<br />
. =285 mm (fila abaixo do banzo)<br />
1.1.5.) Rotura nos parafusos<br />
Ft,wb,Rd = 734 KN<br />
• Visto em 1.1.1) Cedência do banzo do pilar, por força da verificação dos modos de<br />
rotura em T-stub.<br />
1.2.) Zona do corte<br />
1.2.1.) Alma do pilar ao corte (6.2.6.1)<br />
Também aqui se efectua a verificação, em termos de exercício, mas não condiciona por existir<br />
reforço.<br />
1.3.1.) Alma do pilar em compressão.<br />
y.<br />
wb<br />
3<br />
3<br />
× 275 × 10 × 24 . 83 × 10<br />
= 398 KN<br />
3 × 1,<br />
0<br />
1.3.) Zona de compressão
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
Não é necessário verificar, dada a existência do reforço.<br />
1.3.2.) Alma e Banzo da viga em compressão<br />
Sendo:<br />
199<br />
•<br />
•<br />
Logo:<br />
F<br />
c.<br />
tf . Rd<br />
M<br />
=<br />
h − t<br />
c.<br />
Rd<br />
fb<br />
(actuando ao nível da linha média do banzo comprimido)<br />
M c.<br />
Rd = Momento resistente à flexão da secção da viga (viga classe 1 e<br />
V sd ≤ 50%<br />
Vpl.<br />
Rd<br />
M<br />
c.<br />
Rd<br />
= M<br />
pl.<br />
Rd<br />
).<br />
Wpl<br />
× f<br />
=<br />
γ<br />
M 0<br />
y<br />
2<br />
=<br />
468 KN.m<br />
Ft,wb,Rd = 1075 KN<br />
1.4.) Momento-flector resistente com base na resistência individual mínima entre todas as<br />
componentes de esforços (tracção, compressão e corte):<br />
• Depois de avaliadas as resistências de todas as componentes, passa-se à assemblagem<br />
para avaliação do momento-flector resistente.<br />
• Com base em todos os valores obtidos, verifica-se porque componente a ligação é<br />
condicionada (tendo também em atenção o braço pelo qual se multiplicarão estas<br />
forças):<br />
Tracção:<br />
⇒ Cedência do banzo do pilar em flexão: Ft.Rd = 274 KN (mas não condiciona por existir<br />
reforço);<br />
⇒ Cedência do da placa de topo em flexão: Ft.Rd = 307 KN, na fiada acima do banzo de viga e<br />
Ft.Rd = 389 KN abaixo;<br />
⇒ Cedência da alma do pilar à tracção: Ft.wc.Rd = 365 KN (mas não condiciona por existir<br />
reforço);
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
200<br />
⇒ Cedência da alma da viga à tracção: Ft.wb.Rd = 734 KN (apenas a fila abaixo do banzo, pois<br />
nem vale a pena continuar com mais cálculos, dado este valor já ser superior aos anteriores);<br />
⇒ Rotura dos parafusos (visto na cedência do banzo do pilar, por força da verificação dos modos<br />
de rotura em T-stub);<br />
⇒ Rotura de soldadura (ver mais à frente).<br />
Corte:<br />
⇒ Alma do pilar ao corte: Vwp.Rd = 398 KN (mas não condiciona por existir reforço).<br />
Compressão:<br />
⇒ Alma do pilar em compressão (esmagamento + encurvadura): dispensado;<br />
⇒ Alma e banzo da viga em compressão: Fc.f.Rd = 1075 KN.<br />
A distribuição de forças é a seguinte:<br />
• Zona de compressão: min (Corte no pilar; Alma do pilar à compressão; Banzo de viga<br />
à compressão) = 1075 KN = Fc<br />
• 1.ª Fiada à tracção: min (Alma do pilar traccionada; Banzo do pilar flectido; Chapa de<br />
topo traccionada; Parafusos à tracção) = 307 KN = F1.<br />
• 2.ª Fiada à tracção: min (Alma do pilar traccionada; Banzo do pilar flectido; Chapa de<br />
topo traccionada; Alma da viga traccionada; Parafusos à tracção) = 307 KN = F2.<br />
F1 + F2 = 615 KN, mas < Fc, pelo que: F2 = 1075-307 = 768 KN<br />
O momento-flector resistente é dado por:<br />
Mj,Rd = 307 x 474.7E-3 + 768 x 395.3E-3 = 449 KN.m < MEd = 657.8 KN.m<br />
Não verifica, teríamos que redimensionar!!!! Uma próxima tentativa:<br />
aumentar a espessura da chapa de topo… por exemplo: 20/25mm.<br />
2.) Verificação do Esforço Transverso (Vsd = 400 KN)
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Neste tipo de ligações é usual considerar-se que o esforço transverso é inteiramente resistido<br />
pela linha inferior de parafusos, não considerada na resistência ao momento, por se localizar<br />
junto à zona de compressão.<br />
Esta postura é, obviamente, conservadora, dado não admitir que os parafusos à tracção podem<br />
resistir ao corte, mesmo que tensão em que se encontrem esteja longe do limite admissível…<br />
De qualquer modo temos 2 fiadas com 4 parafusos M24 (10.9).<br />
A ser o caso, corte com tracção, dever-se-ia verificar, conforme, a condição:<br />
201<br />
F<br />
F<br />
v , Sd<br />
v , Rd<br />
A resistência ao corte por parafuso é igual a:<br />
Mínimo de:<br />
F<br />
F<br />
v.<br />
rd<br />
b.<br />
Rd<br />
=<br />
=<br />
0.<br />
6×<br />
f<br />
γ<br />
ub<br />
Mb<br />
× A<br />
Mb<br />
s<br />
+<br />
F<br />
t , Sd<br />
1 , 4 F t ,<br />
2.<br />
5×<br />
α × fu<br />
× d × t<br />
γ<br />
Rd<br />
≤<br />
1,<br />
0<br />
(corte do parafuso)<br />
(esmagamento da chapa)<br />
3.) Verificação dos cordões de soldadura da ligação da viga (IPE 220) com uma placa de topo.<br />
• Aço: S275 – Perfil e Placa<br />
• Esforços actuantes:<br />
Vsd = 400 KN<br />
Msd = 657.8 KN.m<br />
3.1.) Verificação dos cordões da alma (que serão os que se admite resistirem ao corte)<br />
3.1.1.) Cálculo do esforço transverso actuante no cordão, por unidade de comprimento<br />
Aplicando o método das tensões medias (método simplificado) do EC3 vêm:
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→<br />
→<br />
202<br />
F<br />
F<br />
Com:<br />
w . Sd<br />
w . Rd<br />
=<br />
=<br />
V<br />
b<br />
sd<br />
f<br />
β<br />
u<br />
w<br />
/ 3<br />
× γ<br />
Mw<br />
a = espessura do cordão de soldadura;<br />
b = comprimento do cordão de soldadura;<br />
×<br />
βw = 0,85 para aço S275;<br />
γMw = 1,25.<br />
a<br />
Os cordões da alma verificam porque o esforço actuante é menor que o resistente:<br />
→<br />
F w . Sd ≤ F w . Rd<br />
3.2.) Verificação dos cordões do banzo (que se admitem resistir à força de tracção produzida<br />
pelo momento)<br />
3.2.1.) A força de tracção actuante devido ao momento aplicado e dado por:<br />
→<br />
F<br />
t<br />
=<br />
M sd<br />
h − t<br />
fb<br />
h<br />
t b<br />
F T<br />
F C<br />
Msd<br />
3.2.2.) Cálculo do esforço actuante por unidade de comprimento de cordão.<br />
A força actuante no cordão é dada por:
Série <strong>Estruturas</strong> <strong>Estruturas</strong> <strong>Metálicas</strong><br />
→<br />
203<br />
F<br />
w . Sd<br />
=<br />
F<br />
b<br />
t<br />
Cálculo da força resistente do cordão aplicando o método das tensões médias, EC3:<br />
→<br />
F<br />
w . Rd<br />
=<br />
f<br />
β<br />
w<br />
u<br />
/ 3<br />
× γ<br />
Mw<br />
×<br />
a<br />
Os cordões do banzo verificam porque o esforço actuante é menor que o esforço resistente:<br />
NOTA :<br />
→<br />
F w . Sd ≤ F w . Rd<br />
Atendendo que a rotura de uma soldadura é, invariavelmente, frágil, o cordão a dimensionar<br />
poderia sê-lo para a resistência da ligação: Mj,Rd .<br />
Esgotado o tempo não se poderá redimensionar e reverificar a nova solução. Contudo esse<br />
seria o passo seguinte até que a solução verifica-se a solicitação, pois sempre:<br />
5. Processo construtivo<br />
Esforço Resistente ≥ Esforço Solicitante<br />
O processo construtivo encontra-se, sumariamente, esquematizado na figura 5.<br />
Basicamente muito simples, a dificuldade estará na preparação da peça 2, que se tentou<br />
optimizar, e passa pelo fabrico em estaleiro das peças 1 a 4, com montagem pela mesma<br />
ordem da sua numeração.<br />
Porto, 25 de Fevereiro de 2006.<br />
João Guerra Martins