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FACULDADE CÁSPER LÍBERO Tatiana Pacheco Benites ...

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Outro fato importante foram as revoluções do conforto, do cotidiano e da sexualidade:<br />

foi a fase do princípio da “segunda revolução individualista”, marcada pelo culto hedonista e<br />

psicológico, pela privatização da vida e pela autonomização dos sujeitos em relação às<br />

instituições coletivas (2007a: 36).<br />

A partir daí, nasce a fase III com o consumo emocional; prevalece a conservação de si<br />

sobre a comparação provocante, o conforto sensitivo sobre a exibição dos signos ostensivos.<br />

O autor descreve o consumo emocional:<br />

A idéia vai de vento em popa entre os teóricos e atores do marketing que louvam os<br />

méritos dos processos que permitem fazer com que os consumidores vivam<br />

experiências afetivas, imaginárias e sensoriais. Esse posicionamento tem hoje o<br />

nome de marketing sensorial ou experiencial (2007a: 45).<br />

Trataremos mais sobre esse assunto no próximo capítulo, porque a fase III significa a<br />

nova relação emocional dos indivíduos com as mercadorias, instituindo o primado do que se<br />

sente é a mudança da significação social e individual do universo consumidor que acompanha<br />

o impulso de individualização de nossas sociedades.<br />

Nas épocas anteriores, as classes populares e médias viam nas marcas de luxo bens<br />

inacessíveis que, destinados apenas à elite social, não faziam parte de seu mundo<br />

real, nem sequer de seus sonhos. Em relação a essa forma de cultura, produziu-se<br />

uma ruptura: a aceitação do destino social deu lugar ao “direito” ao luxo, ao<br />

supérfluo, às marcas de qualidade. A democratização do conforto, a consagração<br />

social dos referenciais do prazer e dos lazeres minaram a tradicional oposição ente<br />

“gostos de necessidade”, próprios às classes populares, e “gostos de luxo”,<br />

característicos das classes ricas” ao mesmo tempo que abalaram os valores da<br />

resignação e da austeridade. Na sociedade democrática de hiperconsumo, cada um<br />

está inclinado a pretender o que há de melhor e de mais belo, a voltar os olhos para<br />

os produtos e marcas de qualidade. Enquanto os modos de socialização já não<br />

encerram os indivíduos em universos estanques, todo mundo considera ter direito à<br />

excelência e aspira viver melhor nas melhores condições (2007a: 48-49).<br />

Lipovetsky também foca seu olhar sobre o consumo feminino, em sua obra Terceira<br />

Mulher (2007b): com a mudança de comportamento da mulher, a partir dos anos 20,<br />

(passando a conhecer novos produtos, como por exemplo, os cosméticos e novas roupas e<br />

adereços), a cultura de consumo desse público começa a mudar.<br />

A preocupação da mulher em permanecer bonita é muito grande, lede um novo padrão<br />

cultural de consumo.<br />

No presente, as práticas de beleza procuram menos construir um espetáculo ilusório<br />

do que conservar um corpo jovem e esbelto; seu objetivo é menos a sofisticação da<br />

aparência que o rejuvenescimento, a tonificação, o fortalecimento da pele. No<br />

momento da antiidade e do antipeso, o centro de gravidade se deslocou das técnicas<br />

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