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FACULDADE CÁSPER LÍBERO Tatiana Pacheco Benites ...

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Para Serres (2001), um ponto importante a estudar sobre a audição não é somente o<br />

som, mas também a falta dele, o silêncio. O autor faz uma reflexão sobre como é interessante,<br />

e ao mesmo tempo tão difícil, o silêncio ser conseguido, conquistado ser fato.<br />

Quando estamos sozinhos podemos perceber o silêncio e escutá-lo segundo sua<br />

qualidade e volume. Para o autor, quando existe o silêncio, podemos ouvir nossos próprios<br />

órgãos.<br />

Em explanação sobre o silêncio a professora Elisa Marconi (2010), da Faculdade<br />

Cásper Líbero, ressalta: “O silêncio nos obriga a voltar para dentro de nós mesmos,<br />

informação que pode ser assustadora. Por isso as pessoas têm medo do silêncio.” 4 . Assim,<br />

com o silêncio exterior, nós nos voltamos para o silêncio interior.<br />

O silêncio, para Serres (2001) também pode representar a morte; quando nos calamos,<br />

não balbuciamos sequer um som, não existe mais o som das palavras, nem da respiração e<br />

nem mesmo dos órgãos.<br />

Quando estamos num ambiente coletivo, rapidamente o silêncio, a sensação de paz e a<br />

harmonia pulveriza-se, pois simples movimentos representam sons e nossa percepção julga-os<br />

de acordo com a distância que estamos do corpo que os emite.<br />

Se analisarmos o silêncio como signo, teremos diversas análises que o julgam como<br />

vazio, solidão, ausência de som, do saber etc. Na obra Sobre o silêncio, Andréa Bomfim<br />

Perdigão (2005), entrevista algumas pessoas para saber a opinião sobre o significado do<br />

silêncio. Em entrevista, Marco Antonio Spinelli, médico psiquiatra e psicoterapeuta de<br />

orientação junguiniana, diz:<br />

entrevista:<br />

Quando você propôs esse tema, eu pensei muito na visão budista do silêncio, do<br />

vácuo. Eles (seus adeptos) cultivam uma atitude mais neutra em relação às coisas,<br />

que é uma tentativa de escapar da dualidade. A gente está sempre tentando<br />

classificar o certo e o errado, sempre perdido no meio dessas questões. Atribuir ao<br />

silêncio ou ao vazio – às zonas de hiato da vida de uma pessoa – a característica<br />

neutra, é uma coisa praticamente impossível na nossa cultura, porque tudo nela<br />

combate o silêncio e tenta preenchê-lo. Há sempre uma barulheira. Não tem silêncio<br />

visual, auditivo, nem silêncio sensorial possível numa sociedade de hiperestímulos<br />

como a nossa (PERDIGÃO, 2005: 33).<br />

A fonoaudióloga, professora titular da PUC-SP, Beatriz Novaes afirma em sua<br />

4<br />

Apresentação realizada no dia 11 de maio de 2010, na Faculdade Cásper Líbero no seminário “Os Cinco<br />

Sentidos”. Tema apresentado pela professora Elisa Marconi: “Da natureza do som. Uma busca multidisciplinar e<br />

multifocal pela natureza do estímulo sonoro”.<br />

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