pré-história gestos intemporais - Museu do Côa
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<strong>pré</strong>-<strong>história</strong> <strong>gestos</strong> <strong>intemporais</strong> | vol. 01 69<br />
Filiforme – 180 rochas<br />
Picotagem – 9 rochas<br />
Raspagem – 2 rochas<br />
Abrasão – 1 rocha<br />
A técnica filiforme <strong>do</strong>mina esmaga<strong>do</strong>ramente, estan<strong>do</strong> apenas ausente nas Rochas 1 a 6, que<br />
apresentam exclusivamente motivos picota<strong>do</strong>s, e todas as rochas actualmente emersas <strong>do</strong><br />
núcleo da Foz <strong>do</strong> <strong>Côa</strong> e que foram observadas no decurso desta prospecção apresentam,<br />
sem uma única excepção, traços filiformes, sen<strong>do</strong> uma técnica utilizada em to<strong>do</strong>s os perío<strong>do</strong>s.<br />
Mesmo nos raros casos em que diferentes técnicas foram utilizadas no mesmo painel, a<br />
Filiforme é qualitativa e quantitativamente <strong>do</strong>minante, com excepção apenas das Rochas 97 e<br />
98.<br />
A raspagem encontra-se em apenas 2 motivos, um pequeno cervídeo paleolítico na Rocha 10,<br />
e uma figura antropomórfica moderna na Rocha 31, delineada a traço filiforme mas com o<br />
corpo preenchi<strong>do</strong> por raspagem.<br />
A abrasão encontra-se unicamente numa inscrição moderna da Rocha 97, associada a mais<br />
alguns traços filiformes pouco relevantes.<br />
Para além das seis rochas já referidas, a picotagem encontra-se em mais outras três, sen<strong>do</strong><br />
uma delas a Rocha 49, que apresenta a data picotada de 1762, e nas Rochas 21 e 98, ambas<br />
com manchas de pontos picota<strong>do</strong>s de cronologia indeterminada, a primeira de pequenas<br />
dimensões mas a segunda ocupan<strong>do</strong> quase to<strong>do</strong> o painel.<br />
Cronologicamente, vemos que no Paleolítico superior a imensa maioria <strong>do</strong>s motivos são em<br />
traço filiforme, com a única excepção <strong>do</strong> cervídeo raspa<strong>do</strong> da Rocha 10. A Idade <strong>do</strong> Ferro, à<br />
semelhança <strong>do</strong> que sucede nos restantes núcleos, apenas tem motivos filiformes, sem<br />
excepções, enquanto que a época moderna é, na Foz <strong>do</strong> <strong>Côa</strong>, o perío<strong>do</strong> tecnicamente mais<br />
varia<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> motivos em todas as técnicas aqui inventariadas, com claro pre<strong>do</strong>mínio de<br />
motivos filiformes, mas com um importante conjunto de motivos picota<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> as<br />
restantes técnicas residuais.<br />
2. Escolha das superfícies<br />
No universo das cento e oitenta e seis rochas gravadas da Foz <strong>do</strong> <strong>Côa</strong>, pode fazer-se a<br />
seguinte relação relativamente à escolha da superfície:<br />
Rochas gravadas na face principal – 182<br />
Rochas gravadas numa das faces laterais – 4<br />
Rochas gravadas numa superfície horizontal – 1<br />
A escolha da face principal <strong>do</strong>mina esmaga<strong>do</strong>ramente, sen<strong>do</strong> esta estatística similar à <strong>do</strong>s<br />
restantes núcleos de gravuras da região. Ten<strong>do</strong> em conta o aspecto das superfícies, também<br />
as gravuras <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is acha<strong>do</strong>s fortuitos deveriam integrar a face principal <strong>do</strong>s respectivos<br />
afloramentos. As quatro rochas gravadas nas faces laterais são as Rochas 43, 97, 133 e 134, e<br />
nenhuma tem motivos paleolíticos. A Rocha 97 tem uma inscrição moderna, as Rochas 43 e<br />
133 têm ambas um único motivo da Idade <strong>do</strong> Ferro, enquanto que a Rocha 134 tem alguns<br />
traços de cronologia indeterminada, talvez também da Idade <strong>do</strong> Ferro. Curiosamente, estão<br />
todas voltadas para Nordeste em direcção ao Douro. A única rocha com uma superfície sub-<br />
-horizontal historiada é também a Rocha 134, um pequeno bloco no interior de um abrigo.