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pré-história gestos intemporais - Museu do Côa

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<strong>pré</strong>-<strong>história</strong> <strong>gestos</strong> <strong>intemporais</strong> | vol. 01 89<br />

animais de menores dimensões e uma presença mais intensa de cervídeos, em particular da<br />

espécie cervus elaphus, embora continuem também a ser gravadas as mesmas espécies de<br />

clima tempera<strong>do</strong> a frio típicas <strong>do</strong> <strong>Côa</strong>. Em apoio da análise estilística, tipológica e de<br />

distribuição espacial das rochas historiadas, a escavação <strong>do</strong> sítio da Rocha 1 <strong>do</strong> Fariseu veio<br />

fornecer elementos determinantes (com datações absolutas) para uma melhor compreensão<br />

arqueológica destas ideias, em particular os seus acha<strong>do</strong>s de arte móvel estratigrafada com<br />

vários animais incisos que correspondem também às etapas finais da arte paleolítica bem<br />

representada no núcleo da Foz <strong>do</strong> <strong>Côa</strong>. Ideias que desenvolveremos em futuros trabalhos!<br />

Quanto à arte da Idade <strong>do</strong> Ferro, já em 1982/3 ao estudarmos o sítio <strong>do</strong> Vale da Casa<br />

tínhamos atribuí<strong>do</strong> (AMB) a maioria <strong>do</strong>s seus motivos à II Idade <strong>do</strong> Ferro, em particular pela<br />

presença de algumas armas (falcatas, lanças, espadas) que nos permitiam alguns paralelismos<br />

com elementos da cultura material melhor data<strong>do</strong>s, até porque este tipo de gravuras era<br />

praticamente desconheci<strong>do</strong> em Portugal. Não suspeitávamos então que muito mais gravuras<br />

desta época havia ainda por descobrir nesta região duriense. O sítio da Foz <strong>do</strong> <strong>Côa</strong> fornece<br />

agora também um excelente lote de painéis com incisões deste perío<strong>do</strong>, algumas sobrepostas<br />

a motivos paleolíticos de que conhecemos já um significativo número de exemplos também na<br />

Vermelhosa, no Vale de José Esteves, em Vale de Cabrões...<br />

Mas um <strong>do</strong>s aspectos mais interessantes da arte da II Idade <strong>do</strong> Ferro, para além da sua<br />

ligeireza estilística tão contrastante com o aparente naturalismo simbólico da arte paleolítica<br />

(ainda que também ele muito padroniza<strong>do</strong> na sua estética), é porque através dela conhecemos<br />

hoje aspectos de uma sociedade guerreira que colonizou esta região nos alvores <strong>do</strong><br />

cristianismo e deste povo não sabemos sequer o nome e praticamente nada conhecemos da<br />

sua cultura material (excepto no que é figura<strong>do</strong> na sua arte rupestre) pois não houve até hoje<br />

escavações em sítios de habitat da II Idade <strong>do</strong> Ferro. E também isso era urgente que fosse<br />

consegui<strong>do</strong>. Daríamos seguramente bastante mais espessura à análise que fazemos das<br />

superfícies historiadas deste perío<strong>do</strong>, ainda assim tão ricas de ensinamentos!<br />

figuras<br />

fig. 1 Implantação <strong>do</strong> núcleo de gravuras da<br />

Foz <strong>do</strong> <strong>Côa</strong> (CMP 141).

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