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Untitled - Kyokushinkaikan

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passos à frente fugia Tenma, também este tão rápido que parecia voar.<br />

Os cabelos de Takezo se eriçavam, o vento zunia nos ouvidos, a<br />

sensação de prazer era tão intensa que se tornava quase insuportável. O<br />

sangue galopava nas veias com uma alegria bestial e o levava ao paroxismo.<br />

No instante em que, de um salto, sua sombra pareceu sobrepor-se às<br />

costas de Tenma, o sangue jorrou da espada de carvalho e um medonho urro<br />

cortou os ares. O corpanzil de Tsujikaze Tenma foi ao chão com um baque.<br />

Seu crânio era uma massa disforme e, no rosto, os olhos saltavam das<br />

órbitas.<br />

Takezo desferiu ainda dois ou três golpes seguidos: surgiram costelas<br />

quebradas, brancas, rasgando a pele. Esfregou então o braço na testa e<br />

disse:<br />

— E agora, valentão?<br />

Lançou um breve olhar para o cadáver e voltou-se solenemente,<br />

retornando sobre os próprios passos. Parecia considerar trivial o feito. Fosse<br />

superior o adversário, sabia, seria ele, Takezo, a jazer esquecido.<br />

— É você, Takezo? — soou ao longe a voz de Matahachi.<br />

— Hum — respondeu Takezo com voz pachorrenta, vagando o olhar ao<br />

redor.<br />

— Que aconteceu? — perguntou Matahachi, chegando às carreiras.<br />

— Liquidei-o. E você?<br />

— Eu também liquidei um — respondeu, exibindo a Takezo uma<br />

espada ensangüentada até o cabo, e acrescentando: — O resto do bando<br />

fugiu. São uns covardes, os bandoleiros. — Deu de ombros, arrogante.<br />

O riso ecoou alegre enquanto os dois jovens, quase crianças, divertiamse<br />

espremendo o sangue que lhes sujava as mãos.<br />

Pouco depois, afastaram-se conversando animadamente rumo à única<br />

luz proveniente da casa coberta de colmos, visível ao longe.<br />

IV<br />

Um cavalo campeiro meteu a cabeça pela janela e examinou a casa.<br />

Bufou, suspirando ruidosamente, e acordou as duas figuras:<br />

— Malandro! — gritou Takezo dando um tapa na cabeça do cavalo.<br />

Matahachi espreguiçou-se tanto que parecia querer varar o teto com os<br />

punhos cerrados.<br />

— Ah, como dormi bem! — disse.

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