17.04.2013 Views

a multiplicidade de linguagens poéticas no interior da

a multiplicidade de linguagens poéticas no interior da

a multiplicidade de linguagens poéticas no interior da

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2.5 ÁLVARO DE CAMPOS<br />

“O que o mestre Caeiro me ensi<strong>no</strong>u foi a ter clareza; equilíbrio, organismo <strong>no</strong> <strong>de</strong>lírio<br />

e <strong>no</strong> <strong>de</strong>svairamento, e também me ensi<strong>no</strong>u a não procurar ter filosofia nenhuma,<br />

mas com alma.” (CAMPOS, 1993, p.64).<br />

Álvaro <strong>de</strong> Campos nasceu em 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1889. Ele é a terceira face <strong>de</strong><br />

Pessoa, e está inserido <strong>no</strong> que é mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>, às máquinas, e as conquistas<br />

tec<strong>no</strong>lógicas. Em sua personali<strong>da</strong><strong>de</strong> são predominantes as emoções impulsivas, a<br />

rapi<strong>de</strong>z e o nervosismo, e também sentimentos pessoais profundos, cheio <strong>de</strong> ironias<br />

e questionamentos que remetem a profun<strong>da</strong>s crises existenciais, principalmente<br />

diante do ser e o não ser.<br />

Engenheiro, inquieto, representa a parte mais au<strong>da</strong>ciosa a que Pessoa se permitiu,<br />

através <strong>da</strong>s experiências mais barulhentas do futurismo português, inclusive com<br />

algumas investi<strong>da</strong>s <strong>no</strong> campo <strong>da</strong> ação político-social.<br />

Um poeta que se propõe a abrir seus sentido todos ao mundo e à vi<strong>da</strong>, buscando<br />

uma linguagem poética capaz <strong>de</strong> exprimir sua alucinante vonta<strong>de</strong> sensacionista.<br />

Este poeta sensacionista, turbulento, impulsivo, acreditava que a arte era, como to<strong>da</strong><br />

a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, um indício <strong>de</strong> força, ou energia, <strong>da</strong> própria força que se manifesta na<br />

vi<strong>da</strong>.<br />

Daí seus poemas fortes, vigorosos, energeticamente construídos em versos livres,<br />

soltos como a flutuação emocional do autor. O artista subordina tudo à sua<br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, fazendo converter tudo em substância <strong>de</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, que force os<br />

outros, queiram eles ou não, a sentir o que ele sentiu; que os domina pela força do<br />

inexplicável.<br />

A trajetória poética <strong>de</strong> Álvaro <strong>de</strong> Campos está compreendi<strong>da</strong> em três fases. A<br />

primeira, <strong>da</strong> morbi<strong>de</strong>z, é a fase do "Opiário", oferecido a Mário <strong>de</strong> Sá-Carneiro e<br />

escrito enquanto navegava pelo Canal do Suez, em março <strong>de</strong> 1914. A segun<strong>da</strong> fase,<br />

mais mecanicista é on<strong>de</strong> o Futurismo italia<strong>no</strong> mais transparece num aclimatamento<br />

em terras <strong>de</strong> Portugal. Nessa fase, Campos seria:<br />

33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!