17.04.2013 Views

identidade e intersexo: reflexões de diversos campos teóricos

identidade e intersexo: reflexões de diversos campos teóricos

identidade e intersexo: reflexões de diversos campos teóricos

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Educação, Saú<strong>de</strong>, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />

20 a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />

Salvador - BA<br />

Hird (2000) argumenta que a teoria feminista precisa sair da ênfase artificial das diferenças sexuais,<br />

contra natureza e enfatizar os efeitos das mudanças sociais.<br />

Os artigos que associaram conhecimentos <strong>de</strong> Psicologia e Psiquiatria discutiram<br />

sobre o papel da cultura na <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> um fenômeno como patológico. O estudo sobre na<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> nestes artigos se circunscreve a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero e como a socieda<strong>de</strong> a afeta.<br />

Segundo Newmam (2002), a cultura <strong>de</strong>termina se uma variação <strong>de</strong> gênero é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />

naquela socieda<strong>de</strong>. A cultura difere em sua <strong>de</strong>finição dos papéis <strong>de</strong> gênero e mostra os <strong>diversos</strong><br />

graus <strong>de</strong> tolerância para o comportamento <strong>de</strong> gênero atípico.<br />

A linguagem como construtora <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> também foi <strong>de</strong>stacada em um artigo do campo do<br />

feminismo. Segundo Lenning (2004) os escritos autobiográficos <strong>de</strong>monstram o papel crucial da<br />

linguagem na formação da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> e no caso dos intersexuais a linguagem é um tema central,<br />

mas freqüente existem lacunas que dificultam a compreensão e expressão <strong>de</strong>stas pessoas.<br />

Os artigos <strong>de</strong> ciências sociais envolveram o campo da sociologia e arqueologia. O<br />

artigo <strong>de</strong> Arqueologia <strong>de</strong> Geller (2008) concebe a I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> na interseção com sexualida<strong>de</strong>, etnia,<br />

ida<strong>de</strong> e gênero, <strong>de</strong>stacando que indicadores <strong>de</strong> sexo são mutáveis. O interesse <strong>de</strong>ste autor é incluir<br />

uma visão mais ampla <strong>de</strong> <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> na prática da arqueologia, favorecendo um olhar sobre o<br />

intersexual que perceba o corpo como uma concepção cultural e uma realida<strong>de</strong> vivida. Neste artigo<br />

o gênero é visto como historicamente construído e socialmente contingente.<br />

Um artigo do campo da Sociologia também articula princípios norteadores do<br />

feminismo. Turner (1999) realiza uma coorte com o objetivo <strong>de</strong> analisar a retórica da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

sexo e gênero dos membros da ISNA. Neste artigo a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> intersexual é vista relacionada ao<br />

ativismo político em que são articuladas idéias e <strong>de</strong>mandas próprias a este grupo. A <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do<br />

intersexual é construída na intersecção entre discursos, saberes e po<strong>de</strong>res dominantes. Na socieda<strong>de</strong><br />

oci<strong>de</strong>ntal atual o campo científico em especial a biomedicina se tornam os principais exemplos <strong>de</strong><br />

saberes e po<strong>de</strong>res hegemônicos. Esta reflexão converge com Laclau (1990 apud HALL, 2000) que<br />

argumenta que a constituição <strong>de</strong> uma <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> social é um ato <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, uma vez que, uma<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> se afirma em repressão a aquilo que a ameaça.<br />

Outro artigo do campo da Sociologia afirma que tanto a Subjetivida<strong>de</strong> como a<br />

corporalida<strong>de</strong> é inscrita pelos discursos cirúrgicos e <strong>de</strong> normativida<strong>de</strong> e não normativida<strong>de</strong>. Doyle e<br />

Roen (2008) <strong>de</strong>monstram que através <strong>de</strong> uma analise da historia e da atualida<strong>de</strong> é possível perceber<br />

que os discursos médicos repercutem na mediação entre o corpo e o psíquico no processo <strong>de</strong><br />

6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!