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identidade e intersexo: reflexões de diversos campos teóricos

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SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Educação, Saú<strong>de</strong>, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />

20 a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />

Salvador - BA<br />

IDENTIDADE E INTERSEXO: REFLEXÕES DE DIVERSOS CAMPOS<br />

TEÓRICOS<br />

INTRODUÇÃO<br />

Ana Karina Canguçú-Campinho 1<br />

Isabel Maria Sampaio Oliveira Lima 2<br />

Maria Betânia Pereira Toralles 3<br />

A intersexualida<strong>de</strong> é um fenômeno presente em diversas civilizações ao longo da<br />

história, no entanto seu significado modificou-se <strong>de</strong> acordo os saberes, crenças e discursos<br />

dominantes em contextos sócio-culturais específicos.<br />

Os conceitos <strong>de</strong> hermafroditismo e intersexualida<strong>de</strong> encontram-se entrelaçados<br />

historicamente, funcionando em algumas civilizações como conceitos similares, ou o<br />

hermafroditismo sendo percebido como uma subcategoria da intersexualida<strong>de</strong>. A palavra<br />

hermafrodita, segundo Fausto-Sterling (2000) surgiu na Grécia, relacionada a um mito que <strong>de</strong>screve<br />

a vida <strong>de</strong> hermaphroditos. Hermes (o filho <strong>de</strong> Zeus) e Afrodite (<strong>de</strong>usa da beleza e do amor sexual)<br />

tiveram um filho muito belo e uma ninfa apaixonou-se por ele, mas não sendo correspondida pediu<br />

aos <strong>de</strong>uses para que eles se tornassem um só, e assim foi feito, tornaram-se um só corpo.<br />

Na segunda meta<strong>de</strong> do século XIX emerge a noção <strong>de</strong> intersexualida<strong>de</strong> como sinônimo<br />

<strong>de</strong> hermafrodita, embasada ainda na orientação sexual. Foucault (2001) <strong>de</strong>staca que o hermafrodita<br />

era consi<strong>de</strong>rado como um tipo <strong>de</strong> monstro, visto como imperfeição da natureza ou moralmente<br />

<strong>de</strong>turpado.<br />

Na socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal, a partir do século XX, a intersexualida<strong>de</strong> sai do campo moral<br />

para inserir-se nas más-formações, os intersexuais passam a ser percebidos como seres portadores<br />

<strong>de</strong> anomalias do <strong>de</strong>senvolvimento sexual (ADS). Nesta perspectiva a intersexualida<strong>de</strong>, segundo<br />

Sutter (1993), se fundamenta na existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio entre os fatores responsáveis pela<br />

<strong>de</strong>terminação do sexo, o indivíduo possui caracteres tanto masculinos quanto femininos, ou seja,<br />

quando há conflito entre os caracteres do sexo confirma-se o quadro <strong>de</strong> <strong>intersexo</strong>.<br />

1 Psicóloga ( UFBA) , Mestre e Doutoranda (ISC / UFBA)/ Bolsista CNPQ<br />

2 Professora do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação (UCSAL)<br />

3 Professora Adjunta FAMEB / UFBA<br />

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20 a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />

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As instituições família e saú<strong>de</strong> parecem sustentar a visão do <strong>intersexo</strong> como doença e<br />

não como <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>, havendo algumas, mas ainda incipientes conquistas relativas ao direito à<br />

saú<strong>de</strong> da criança intersexual. Este é o caso da ISNA 4 que consi<strong>de</strong>ra que a questão principal em<br />

relação à intersexualida<strong>de</strong> é a discriminação e estigma social.<br />

A vertente propagada pelos membros da ISNA e por alguns cientistas sociais sugere que<br />

a intersexualida<strong>de</strong> é uma condição diferente e especial, mas não uma doença que precisa ser<br />

controlada e combatida, <strong>de</strong>vendo ser compreendido em sua complexida<strong>de</strong> cultural.<br />

Assim, diante das diferentes perspectivas sobre este fenômeno, percebe-se que a construção da<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> intersexual é influenciada pelos sistemas <strong>de</strong> crenças disseminados pela família,<br />

cultura médica e socieda<strong>de</strong> como todo. Esses atores negociam saberes e questionamentos sobre o<br />

fenômeno da intersexualida<strong>de</strong>. Este diálogo tanto constrói como reproduz significados sobre<br />

gênero, corpo e <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>.<br />

A elaboração <strong>de</strong> saberes sobre a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual ultrapassa o campo das<br />

especialida<strong>de</strong>s médicas e envolve conceitos e teorias pertinentes ao campo das ciências humanas<br />

e sociais. As publicações do campo científico tanto retratam os saberes e po<strong>de</strong>res hegemônicos<br />

como constroem condutas e formas <strong>de</strong> pensar um fenômeno. A elaboração <strong>de</strong> conhecimentos<br />

científicos possui no cerne da sua existência o compromisso com a humanida<strong>de</strong>.<br />

Seja na perspectiva da intersexualida<strong>de</strong> como doença ou na perspectiva que como<br />

intersexualida<strong>de</strong> diferença, torna-se fundamental conhecer a dinâmica da construção da<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> nos intersexuais, além <strong>de</strong> tornar público este valioso conhecimento através das<br />

publicações. Estas últimas po<strong>de</strong>m fornecer um respaldo teórico que orientará práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

que priorizem o sujeito como um todo.<br />

A proposta central <strong>de</strong>ste artigo é analisar as percepções das várias disciplinas acadêmicas sobre a<br />

intersexualida<strong>de</strong> e em especial sobre a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> da pessoa intersexual.<br />

METODOLOGIA<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma revisão realizada por meio <strong>de</strong> levantamento retrospectivo <strong>de</strong> artigos<br />

científicos publicados em meio eletrônico.<br />

Foram analisados artigos publicados no período <strong>de</strong> (1999 a 2009). Os artigos foram<br />

acessados através do banco e portais eletrônicos como o Scielo e Sage Publications. Os <strong>de</strong>scritores<br />

utilizados na busca foram associados em pares: intersexualida<strong>de</strong> e <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>, <strong>intersexo</strong> e<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>, intersex e i<strong>de</strong>ntity.<br />

4 Intersex Society of North America. Associação fundada em 1993. Tem como missão acabar com a vergonha, segredo<br />

e a cirurgia genital não <strong>de</strong>sejada em pessoas intersexuais.<br />

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Os artigos selecionados foram nacionais e internacionais publicados nos idiomas<br />

português e inglês no período anteriormente mencionado.<br />

Para este estudo foram <strong>de</strong>terminados alguns critérios <strong>de</strong> exclusão como: resumos <strong>de</strong><br />

artigos, artigos em outros idiomas que não Português ou Inglês e resenhas <strong>de</strong> livros. Também foram<br />

excluídos artigos que, apesar <strong>de</strong> incluírem como palavra chave os pares <strong>de</strong>scritos, não abordarem<br />

estes temas no seu texto.<br />

Os textos foram analisados segundo aspectos como: ano da publicação, autor, contexto<br />

(nacional ou internacional), área/disciplina, tipo <strong>de</strong> artigo (empírico, revisão <strong>de</strong> literatura ou outros),<br />

conteúdo (visão da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual) e metodologia do estudo (modos <strong>de</strong> investigação,<br />

técnicas / instrumentos <strong>de</strong> coleta dados).<br />

Aspectos relativos à metodologia foram utilizados somente nos artigos empíricos.<br />

O modo <strong>de</strong> investigação seguiu basicamente a proposta <strong>de</strong> De Bruyne, Herman e<br />

Schoutheete (1977) que propõe um esquema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>lineamentos <strong>de</strong> pesquisa que, em<br />

suas categorias mais gerais, compreen<strong>de</strong>: estudo <strong>de</strong> caso, análise comparativa e experimentação. O<br />

survey, coorte, retrospectivo (ALMEIDA FILHO & ROUQUAYROL, 2003) e a etnografia (SATO<br />

& SOUZA, 2001) também foram incluídos como possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação.<br />

Os tipos <strong>de</strong> artigos foram classificados <strong>de</strong> acordo com o Manual <strong>de</strong> Publicação da<br />

American Psychological Association (2001) em: revisão <strong>de</strong> literatura, metodológicos, empíricos.<br />

Foi incluída classificação ensaios.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Utilizando as palavras chaves citadas foram encontrados 25 artigos. No Sage<br />

Publications a busca que utilizou como palavras chaves “intersex e “i<strong>de</strong>ntity” apresentou 22 artigos.<br />

No Scielo foram encontrados 2 artigos que associavam as palavras “intersex” e “ i<strong>de</strong>ntity” e apenas<br />

1 artigo com as palavras chaves “<strong>intersexo</strong>” e “<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>”.<br />

Destes artigos 22 foram internacionais e 3 nacionais.<br />

Os artigos foram elaborados por áreas /disciplinas diversas como: Psicologia- 4 artigos,<br />

Sociologia -3 artigos, Direito-1 artigo, Teologia-1 artigo, Arqueologia- 1 artigo, Medicina- 1<br />

artigo (correspon<strong>de</strong>nte a especialida<strong>de</strong> da endocrinologia pediátrica), Perspectiva Feminista- 8<br />

artigos , 3 artigos articularam a Psicologia ao Feminismo e 2 artigos articularam a Psicologia à<br />

Psiquiatria e um envolveu um campo Interdisciplinar.<br />

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Através <strong>de</strong>stes resultados é possível i<strong>de</strong>ntificar que o tema da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> em intersexuais<br />

foi predominantemente abordado pela Psicologia e pelo Feminismo.<br />

Os tipos <strong>de</strong> artigo foram na sua maioria ensaios (11 artigos) foram encontrados também<br />

artigos empíricos (6 artigos), <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> literatura (6 artigos), metodológico ( 1 artigo) e 1<br />

seguiu o formato <strong>de</strong> entrevista.<br />

Nos estudos empíricos o modo <strong>de</strong> investigação mais utilizado nas pesquisas foi o<br />

estudo <strong>de</strong> caso ( 3 artigos). Coorte foi utilizado em apenas 1 estudo. Os outros estudos o modo <strong>de</strong><br />

investigação não foi <strong>de</strong>scrito. As técnicas utilizadas envolveram: apenas entrevistas semi-<br />

estruturadas (2 artigos), apenas observação participante (1 artigo) , entrevista com observação<br />

participante (1 artigo), entrevista com aplicação <strong>de</strong> escala ( 1 artigo) e técnica da história <strong>de</strong> vida(<br />

1 artigo). Um artigo não relatou qual foi a técnica utilizada para coleta <strong>de</strong> dados.<br />

VISÕES DA IDENTIDADE DOS INTERSEXUAIS NAS DIVERSAS DISCIPLINAS<br />

CIENTÍFICAS<br />

A noção <strong>de</strong> pessoa e <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> tanto influencia como é influenciada pela interação<br />

cultural. Partindo do pressuposto que o self se configura na experiência do ser-no -mundo, ou seja,<br />

do ser em relação ao outro, ao contexto sócio- histórico, torna-se fundamental compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que<br />

forma a socieda<strong>de</strong> e seus sistemas proporcionam a emergência ou dissolução <strong>de</strong> <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>s. Esta<br />

articulação possibilita ampliar a compreensão da complexida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>/ self,<br />

incluído a cultura, sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> significados e as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

A <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> po<strong>de</strong> se referir tanto a uma construção do indivíduo particular quanto à<br />

sensação <strong>de</strong> pertença a um grupo, uma <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> grupal ou a uma nação. O conceito <strong>de</strong> <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong><br />

utilizado neste artigo articula-se com a proposta <strong>de</strong> Hall (2000) ao <strong>de</strong>stacar seu aspecto estratégico e<br />

posicional, opondo-se a perspectiva essencialista.<br />

Os artigos analisados abordam a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual <strong>de</strong> forma distinta.<br />

Os artigos do campo da Psicologia e os que envolvem a interface Psicologia e Feminismo<br />

concebem a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> como um processo dinâmico, <strong>de</strong>stacando experiência <strong>de</strong> vida do intersexual<br />

(REBELO, SZABO, PITCHER, 2008) e a importância do ciclo <strong>de</strong> vida no <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero (SANTOS E ARAUJO, 2008) .<br />

Outro foco dos estudos da Psicologia se refere a influencia do <strong>de</strong>scrédito social dos<br />

intersexuais na sua <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero. Esta abordagem <strong>de</strong>staca que a reação negativa do outro<br />

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enfraquece o <strong>de</strong>senvolvimento do senso <strong>de</strong> self do intersexual em relação ao seu sentimento <strong>de</strong> ser<br />

adulto e <strong>de</strong> ser homem (CHADWICK, LIH-MEI LIAO E BOYLE, 2005). Assim a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

gênero é construída no encontro com o outro.<br />

No caso dos intersexuais, a medicina representada por suas terapias e manejos<br />

clínicos, interfere diretamente na construção da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero <strong>de</strong>sse grupo. Morland (2008)<br />

analisa dois mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão médica criticando ambos. Um mo<strong>de</strong>lo foca a interiorida<strong>de</strong> e<br />

acredita que a melhor conduta <strong>de</strong>veria priorizar os sentimentos e necessida<strong>de</strong>s dos intersexuais sem<br />

levar em conta os aspectos e limitações orgânicas, o segundo mo<strong>de</strong>lo se baseia apenas no foco da<br />

aparência dos genitais, sem levar em conta os <strong>de</strong>sejos e expectativas <strong>de</strong>stes sujeitos. Este autor<br />

afirma que as cirurgias não são apenas cosméticas, pois atingem toda a percepção <strong>de</strong> corpo e a<br />

construção da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do sujeito intersexual.<br />

Os artigos elaborados com conteúdos feministas apresentaram criticas sobre a visão<br />

binária do sexo e gênero e sobre as cirurgias genitais “cosméticas”. De acordo com Roen (2008) a<br />

maioria dos textos clínicos concebe o corpo como um objeto que po<strong>de</strong> ser fragmentado e alterado<br />

cirurgicamente reforçando que o papel dos médicos e psicólogos se apóia na visão do corpo como<br />

base fundamental da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero. Assim, os médicos justificam a necessida<strong>de</strong> da cirurgia<br />

nos intersexuais pela relevância da materialida<strong>de</strong> do corpo na configuração da auto imagem e<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero. A cirurgia também é criticada por Morland (2001) que reflete sobre a crença<br />

dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em que o genital correspon<strong>de</strong> ao gênero, assim refazer os genitais seria<br />

uma necessida<strong>de</strong> para o estabelecimento <strong>de</strong> uma <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero coesa.<br />

A visão feminista envolve dois posicionamentos quanto ao binarismo sexual. A<br />

perspectiva Queer postula a existência <strong>de</strong> diversas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gêneros além do masculino e<br />

feminino, sendo um <strong>de</strong> seus tipos o intersexual. O gênero é construído na performance. Segundo<br />

(VALOCCHI, 2005) a abordagem Queer compreen<strong>de</strong> o self como <strong>de</strong>rivado das forças sociais,<br />

culturais e econômicas que constroem uma falsa noção <strong>de</strong> self autônomo. Nesta abordagem as<br />

intervenções da biomedicina são vistas como normalizadoras e a concepção <strong>de</strong> <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> ao<br />

privilegiar a ação e o social exclui o biológico como um marcador importante para configuração do<br />

self.<br />

Outra perspectiva feminista como a proposta por Hird (2000) realiza uma critica<br />

tanto a visão binária do gênero quanto à teoria Queer ao afirmar que mudar <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo dos dois<br />

sexos para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z sexos ou mais não subverte o binarismo e a hierarquia entre os sexos.<br />

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Hird (2000) argumenta que a teoria feminista precisa sair da ênfase artificial das diferenças sexuais,<br />

contra natureza e enfatizar os efeitos das mudanças sociais.<br />

Os artigos que associaram conhecimentos <strong>de</strong> Psicologia e Psiquiatria discutiram<br />

sobre o papel da cultura na <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> um fenômeno como patológico. O estudo sobre na<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> nestes artigos se circunscreve a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero e como a socieda<strong>de</strong> a afeta.<br />

Segundo Newmam (2002), a cultura <strong>de</strong>termina se uma variação <strong>de</strong> gênero é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />

naquela socieda<strong>de</strong>. A cultura difere em sua <strong>de</strong>finição dos papéis <strong>de</strong> gênero e mostra os <strong>diversos</strong><br />

graus <strong>de</strong> tolerância para o comportamento <strong>de</strong> gênero atípico.<br />

A linguagem como construtora <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> também foi <strong>de</strong>stacada em um artigo do campo do<br />

feminismo. Segundo Lenning (2004) os escritos autobiográficos <strong>de</strong>monstram o papel crucial da<br />

linguagem na formação da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> e no caso dos intersexuais a linguagem é um tema central,<br />

mas freqüente existem lacunas que dificultam a compreensão e expressão <strong>de</strong>stas pessoas.<br />

Os artigos <strong>de</strong> ciências sociais envolveram o campo da sociologia e arqueologia. O<br />

artigo <strong>de</strong> Arqueologia <strong>de</strong> Geller (2008) concebe a I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> na interseção com sexualida<strong>de</strong>, etnia,<br />

ida<strong>de</strong> e gênero, <strong>de</strong>stacando que indicadores <strong>de</strong> sexo são mutáveis. O interesse <strong>de</strong>ste autor é incluir<br />

uma visão mais ampla <strong>de</strong> <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> na prática da arqueologia, favorecendo um olhar sobre o<br />

intersexual que perceba o corpo como uma concepção cultural e uma realida<strong>de</strong> vivida. Neste artigo<br />

o gênero é visto como historicamente construído e socialmente contingente.<br />

Um artigo do campo da Sociologia também articula princípios norteadores do<br />

feminismo. Turner (1999) realiza uma coorte com o objetivo <strong>de</strong> analisar a retórica da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

sexo e gênero dos membros da ISNA. Neste artigo a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> intersexual é vista relacionada ao<br />

ativismo político em que são articuladas idéias e <strong>de</strong>mandas próprias a este grupo. A <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do<br />

intersexual é construída na intersecção entre discursos, saberes e po<strong>de</strong>res dominantes. Na socieda<strong>de</strong><br />

oci<strong>de</strong>ntal atual o campo científico em especial a biomedicina se tornam os principais exemplos <strong>de</strong><br />

saberes e po<strong>de</strong>res hegemônicos. Esta reflexão converge com Laclau (1990 apud HALL, 2000) que<br />

argumenta que a constituição <strong>de</strong> uma <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> social é um ato <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, uma vez que, uma<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> se afirma em repressão a aquilo que a ameaça.<br />

Outro artigo do campo da Sociologia afirma que tanto a Subjetivida<strong>de</strong> como a<br />

corporalida<strong>de</strong> é inscrita pelos discursos cirúrgicos e <strong>de</strong> normativida<strong>de</strong> e não normativida<strong>de</strong>. Doyle e<br />

Roen (2008) <strong>de</strong>monstram que através <strong>de</strong> uma analise da historia e da atualida<strong>de</strong> é possível perceber<br />

que os discursos médicos repercutem na mediação entre o corpo e o psíquico no processo <strong>de</strong><br />

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embodiment. A <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> da pessoa intersexual é assim formatada por um discurso <strong>de</strong><br />

normalização do corpo.<br />

O artigo do campo do Direito apresenta a história da categoria legal “monstro” na<br />

Inglaterra. Segundo Sharpe (2009) a concepção legal via o corpo do hermafrodita como<br />

sexualmente in<strong>de</strong>terminado ao passo que a medicina concebe os hermafroditas /intersexuais como<br />

seres que <strong>de</strong>vem ser ajustados cirurgicamente para existirem como homem ou mulher. Inserido no<br />

campo biomédico o intersexual é visto não mais como um monstro, mas como um ser humano<br />

<strong>de</strong>formado. Enquanto a categoria monstruosida<strong>de</strong> representa a transgressão dos limites naturais, a<br />

categoria <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> contraria a or<strong>de</strong>m natural.<br />

O único artigo <strong>de</strong> Teologia utiliza o conceito <strong>de</strong> Kenótipo para romper com a<br />

perspectiva binária do sexo. Cornwall (2008) discute que a visão da <strong>de</strong>ficiência se transforma em<br />

<strong>de</strong>sabilida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da socieda<strong>de</strong>. E no caso dos intersexuais afirma que o mundo dicotômico<br />

não é o único mundo possível e <strong>de</strong>staca que a dualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sexo é influenciada por padrões e<br />

discursos profundamente naturalizados na cultura.<br />

CONCLUSÃO<br />

Foram encontrados 25 artigos sendo 22 foram internacionais e 3 nacionais.<br />

Os artigos foram elaborados por áreas /disciplinas diversas como: Psicologia- 4 artigos ,<br />

Sociologia -3 artigos, Direito-1 artigo, Teologia-1 artigo, Arqueologia- 1 artigo, Medicina- 1<br />

artigo (correspon<strong>de</strong>nte a especialida<strong>de</strong> da endocrinologia pediátrica), Perspectiva Feminista- 8<br />

artigos , 3 artigos articularam a Psicologia ao Feminismo e 2 artigos articularam a Psicologia à<br />

Psiquiatria e um envolveu um campo Interdisciplinar.<br />

A <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual foi <strong>de</strong>scrita <strong>de</strong> maneira diversa pelas disciplinas científicas.<br />

A Psicologia e o Feminismo foram as duas visões principais que nortearam outras disciplinas como<br />

a Sociologia, a Arqueologia e Teologia.<br />

A Psicologia <strong>de</strong> maneira geral <strong>de</strong>stacou aspectos subjetivos ligados ao intersexual, a<br />

influência do ciclo <strong>de</strong> vida e a experiência do próprio intersexual.<br />

A perspectiva feminista <strong>de</strong>stacou a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> gênero e a influência dos discursos<br />

dominantes na formatação do sexo e gênero. A cirurgia cosmética foi veementemente criticada.<br />

Existiram dois posicionamentos distintos do feminismo em relação ao <strong>intersexo</strong>. Uma posição<br />

percebe o intersexual como uma terceira categoria <strong>de</strong> gênero/ sexo, enquanto que uma segunda<br />

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posição acredita que criar outra categoria <strong>de</strong> gênero/ não resolve a questão das hierarquias e<br />

dominação ente gêneros.<br />

A relevância da cultura e os discursos sociais na construção da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual<br />

foi <strong>de</strong>stacada na maioria nos artigos <strong>de</strong> todas as áreas. Em gran<strong>de</strong> parte dos artigos das ciências<br />

sociais e humanas a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual é percebida na intersecção entre vários discursos<br />

sobre o corpo e gênero. No entanto ainda é reduzido o numero <strong>de</strong> estudos empíricos que se<br />

interessaram pela dinâmica da configuração da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> e pela experiência <strong>de</strong> vida do próprio<br />

intersexual.<br />

A perspectiva do self dialógico aparece como uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual como uma negociação <strong>de</strong> significados entre o sujeito e outros atores<br />

sociais. Este conceito ultrapassa a concepção <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> como um elemento estável, um ente. Nesta<br />

perspectiva o self é visto como um processo dinâmico que é construído no diálogo entre as pessoas<br />

e cultura. Nesta direção, o self não é consi<strong>de</strong>rado como uma instância particular e individual do<br />

sujeito, atuando em um plano interno e distanciado do contato com as pessoas e contexto, mas<br />

envolve uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vozes que configuram e norteiam a construção da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>.<br />

O self, segundo Mead (2002 apud Willey, 1996) também abarca a relação com o “outro<br />

generalizado”. O outro funciona como um espelho cognitivo ao possibilitar a reflexivida<strong>de</strong> interna<br />

no sujeito. Ao analisar a intersexualida<strong>de</strong> através das idéias <strong>de</strong> Mead, po<strong>de</strong>-se inferir que a visão<br />

binária e rígida <strong>de</strong> sexo e gênero (masculino ou feminino) é incorporada pelos sujeitos intersexuais,<br />

que negam a intersexualida<strong>de</strong> como categoria e não se enxergam como intersexual e sim como<br />

portador <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m ligada ao corpo e sexualida<strong>de</strong>.<br />

A partir <strong>de</strong>stas <strong>reflexões</strong> é possível ressaltar que a intersexualida<strong>de</strong>, como questão<br />

social, ainda se encontra anônima; o sigilo emerge como um comportamento “i<strong>de</strong>al”, negociado<br />

entre a família e os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O segredo em torno da pessoa intersexual tanto a protege<br />

<strong>de</strong> estigmas e preconceitos, quanto reforça a invisibilida<strong>de</strong> subjetiva e social da intersexualida<strong>de</strong>.<br />

Neste sentido torna-se relevante estudos que englobem o processo <strong>de</strong> construção da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong><br />

intersexual, levando em conta os discurso e práticas familiares e dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

legitimar a voz do sujeito <strong>de</strong>sta experiência, a pessoa intersexual.<br />

REFERÊNCIAS<br />

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20 a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />

Salvador - BA<br />

ALMEIDA FILHO, N.; ROUQUAYROL, M. Z. Epi<strong>de</strong>miologia e Saú<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Medsi/Ed Guanabara Koogan, 2003.<br />

BUTLER, J. Bodies that matter: On the discursive limits of "sex". New York: Routledge, 95,<br />

1993.<br />

CHADWICK,P.M, LIAO, L.M. ;. BOYLE,M.E. Size Matters: Experiences of Atypical Genital and<br />

Sexual Development in Males. Journal of Health Psychology, v.10, n.4 , 2005.<br />

CORNWALL,S. The Kenosis of Unambiguous Sex in the Body of Christ: Intersex, Theology and<br />

Existing `for the Other'. Theology Sexuality, v.14, 2008.<br />

DE BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica da Pesquisa em ciências<br />

sociais. Os pólos <strong>de</strong> práticas metodológicas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Francisco Alves, 1977.<br />

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SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Educação, Saú<strong>de</strong>, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />

20 a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />

Salvador - BA<br />

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Educação, Saú<strong>de</strong>, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />

20 a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />

Salvador - BA<br />

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