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identidade e intersexo: reflexões de diversos campos teóricos

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SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Educação, Saú<strong>de</strong>, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />

20 a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />

Salvador - BA<br />

posição acredita que criar outra categoria <strong>de</strong> gênero/ não resolve a questão das hierarquias e<br />

dominação ente gêneros.<br />

A relevância da cultura e os discursos sociais na construção da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual<br />

foi <strong>de</strong>stacada na maioria nos artigos <strong>de</strong> todas as áreas. Em gran<strong>de</strong> parte dos artigos das ciências<br />

sociais e humanas a <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual é percebida na intersecção entre vários discursos<br />

sobre o corpo e gênero. No entanto ainda é reduzido o numero <strong>de</strong> estudos empíricos que se<br />

interessaram pela dinâmica da configuração da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> e pela experiência <strong>de</strong> vida do próprio<br />

intersexual.<br />

A perspectiva do self dialógico aparece como uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a<br />

<strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> do intersexual como uma negociação <strong>de</strong> significados entre o sujeito e outros atores<br />

sociais. Este conceito ultrapassa a concepção <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong> como um elemento estável, um ente. Nesta<br />

perspectiva o self é visto como um processo dinâmico que é construído no diálogo entre as pessoas<br />

e cultura. Nesta direção, o self não é consi<strong>de</strong>rado como uma instância particular e individual do<br />

sujeito, atuando em um plano interno e distanciado do contato com as pessoas e contexto, mas<br />

envolve uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vozes que configuram e norteiam a construção da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong>.<br />

O self, segundo Mead (2002 apud Willey, 1996) também abarca a relação com o “outro<br />

generalizado”. O outro funciona como um espelho cognitivo ao possibilitar a reflexivida<strong>de</strong> interna<br />

no sujeito. Ao analisar a intersexualida<strong>de</strong> através das idéias <strong>de</strong> Mead, po<strong>de</strong>-se inferir que a visão<br />

binária e rígida <strong>de</strong> sexo e gênero (masculino ou feminino) é incorporada pelos sujeitos intersexuais,<br />

que negam a intersexualida<strong>de</strong> como categoria e não se enxergam como intersexual e sim como<br />

portador <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m ligada ao corpo e sexualida<strong>de</strong>.<br />

A partir <strong>de</strong>stas <strong>reflexões</strong> é possível ressaltar que a intersexualida<strong>de</strong>, como questão<br />

social, ainda se encontra anônima; o sigilo emerge como um comportamento “i<strong>de</strong>al”, negociado<br />

entre a família e os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O segredo em torno da pessoa intersexual tanto a protege<br />

<strong>de</strong> estigmas e preconceitos, quanto reforça a invisibilida<strong>de</strong> subjetiva e social da intersexualida<strong>de</strong>.<br />

Neste sentido torna-se relevante estudos que englobem o processo <strong>de</strong> construção da <strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong></strong><br />

intersexual, levando em conta os discurso e práticas familiares e dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

legitimar a voz do sujeito <strong>de</strong>sta experiência, a pessoa intersexual.<br />

REFERÊNCIAS<br />

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