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Mulheres negras e não negras vivendo com HIV ... - Nepaids - USP

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Szwarcwald e col. (2000), a velocidade de expansão tem decrescido basicamente<br />

entre os homens das cidades de maior porte, especialmente aquelas localizadas na<br />

região Sudeste; contudo, os usuários de drogas injetáveis (e suas parceiras) persistem<br />

sendo afetados de modo desproporcional.<br />

1.2.1 Mudanças no perfil de casos<br />

A epidemia que, na primeira década mantivera-se, fundamentalmente, restrita<br />

às áreas metropolitanas de região Sudeste, aos homens que fazem sexo <strong>com</strong> outros<br />

homens (HSH), aos hemofílicos, aos hemotransfundidos e aos UDIs, vem crescendo<br />

de forma considerável entre as mulheres em decorrência da transmissão<br />

heterossexual. Desde 1993, essa passou a ser a principal modalidade de exposição ao<br />

<strong>HIV</strong> para o conjunto de casos notificados, superando as categorias “homo” e<br />

“bissexual”.<br />

Analisando os casos em indivíduos <strong>com</strong> 13 anos de idade ou mais observa-se<br />

que, entre os homens, os casos da subcategoria “heterossexual” superam a soma das<br />

categorias “homossexual” e “bissexual” apenas no ano 2000, ao passo que, entre as<br />

mulheres, essa subcategoria de exposição sempre foi a principal (MS, 2002a). Essa<br />

“heterossexualização” da epidemia é apenas um reflexo do <strong>com</strong>portamento da<br />

população que, em sua maioria, é heterossexual (MS/CEBRAP, 2000).<br />

Em todos os países do mundo, ao longo da última década, o aumento do<br />

número de casos na população feminina tem chamado a atenção (UNAIDS, 1998,<br />

2000, 2002a; OPAS, 2002). Embora seja um fenômeno mundial, em nenhum outro<br />

lugar a feminização da epidemia foi tão rápida quanto no Brasil (PANOS, 1993;<br />

Parker e Galvão, 1996; Barbosa e Villela, 1996; MS, 1998, 2000, 2002a, 2002b).<br />

No período de 1980 a 1990, a razão de casos entre homens e mulheres era de<br />

6,5:1 (em média); no período de 1991 a 2001 a razão passou a 2,4:1. A redução foi<br />

consistente em todas as faixas etárias, <strong>com</strong> destaque aos jovens de 13 a 24 anos e aos<br />

menores de 13. Nessas faixas etárias, a razão de casos entre homens e mulheres é<br />

praticamente de 1:1, <strong>com</strong> sinais de inversão na faixa de 13 a 19 anos em 2000 e 2001<br />

– 0,8:1 e 0,6:1, respectivamente (MS, 2002a, 2002b).<br />

Outra característica do processo de mudança no perfil da epidemia é o<br />

persistente aumento do número de casos nas pessoas <strong>com</strong> 30 anos e mais, <strong>com</strong> realce<br />

para homens e mulheres entre 35 e 39 anos e entre 40 e 49 anos. A proporção de<br />

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