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LITERATURA LATINA II - Universidade Castelo Branco

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UNIDADE I<br />

INTRODUÇÃO<br />

1.1 1.1– Aspectos Históricos<br />

Todas as civilizações conheceram alguma forma<br />

de poesia, embora variem muito, de grupo para<br />

grupo, as modalidades de composições poéticas<br />

produzidas.<br />

Entre as velhas culturas mediterrâneas, de origem<br />

indo-européia, as mais antigas manifestações<br />

de poesia se associam invariavelmente à música:<br />

são cânticos, portanto, e pelo que deles sabemos,<br />

por meio do exame de formas arcaicas, podemos<br />

supor que tinham como base estrutural o verso, a<br />

unidade rítmica que corresponde à acomodação de<br />

uma frase a um esquema melódico, caracterizado<br />

por certo número de sílabas (ou conjuntos de sílabas)<br />

e pela colocação de sílabas de determinadas<br />

categorias em posições mais ou menos fixas.<br />

Variaram, nas diversas civilizações, os tipos de<br />

versos conhecidos. Enquanto na Grécia, por exemplo,<br />

havia grande quantidade de espécies rítmicas,<br />

adequadas aos diferentes gêneros poéticos, na Itália<br />

central, ao que se sabe, a poesia só se valia de<br />

um único modelo de verso em seus primórdios: o<br />

chamado verso satúrnio.<br />

O desenvolvimento das artes em Roma sofreu influência<br />

das culturas etrusca, grega e, em menor<br />

escala, de outros povos. De 27 a.C. a aproximadamente<br />

200 d.C., houve uma grande produção no<br />

campo artístico. Após a conquista do Mediterrâneo,<br />

os romanos estabeleceram um maior contato<br />

com a civilização grega e com as de outros povos<br />

do Oriente, fato que gerou o início das atividades<br />

literárias e um maior desenvolvimento das artes<br />

em geral.<br />

A literatura romana foi fortemente influenciada<br />

pela civilização grega e pela civilização helenística.<br />

No entanto, não deixou de produzir grandes<br />

obras, que influenciaram posteriormente a produção<br />

literária do Ocidente.<br />

Pode-se dividir a literatura latina da seguinte forma:<br />

• Período antigo: neste, destacam-se Plauto e Terêncio<br />

no teatro – mais especificamente na comédia<br />

–, além de Catão, na prosa.<br />

• Época de Cícero: ao fi m da República, Cícero é o<br />

maior orador, tendo produzido grandes discursos; mas,<br />

além disso, também escreveu inúmeros textos de conteúdo<br />

fi losófi co, sendo sobretudo um "divulgador" da<br />

fi losofi a. Destacam-se ainda Lucrécio, com sua poesia<br />

fi losófi ca; Catulo, na poesia lírica; Júlio César, com<br />

seus comentários acerca das guerras Civil e Gálica; e<br />

Salústio, em narrativas históricas.<br />

• Época de Augusto: esta é a época áurea da literatura<br />

latina. Sob os auspícios de Augusto as artes<br />

tiveram grande impulso, tendo como expoentes da<br />

literatura Virgílio, Horácio, Ovídio e Propércio na<br />

poesia; além de Tito Lívio na história.<br />

• Período da decadência: os destaques são Pérsio,<br />

Juvenal e Marcial na poesia; Petrônio e Apuleio na<br />

prosa; Sêneca, na tragédia e na fi losofi a; Tácito e<br />

Suetônio, na história; e ainda Plínio o Velho, com<br />

seus escritos sobre os conhecimentos científi cos da<br />

época.<br />

Vale lembrar que a literatura na época de Augusto<br />

corresponde à idade de ouro (últimos anos da República<br />

e os primeiros do Império) da literatura romana.<br />

A prosperidade do Império, sob o governo de Otávio<br />

Augusto, foi um poderoso estímulo para o progresso<br />

das letras e das artes. Virgílio (70-19 a. C), o mais<br />

célebre dos poetas romanos, é o autor de Eneida, poema<br />

épico aos moldes da Ilíada e da Odisséia, de<br />

Homero. Em Os trabalhadores da terra, Virgílio nos<br />

leva a conhecer melhor a vida do camponês romano.<br />

Ovídio (43 a.C -17 d.C) apresenta-nos a alma feminina<br />

e o papel da mulher na sociedade romana, com<br />

a sua obra A arte de amar.<br />

Lucrécio (96-53 a.C), poeta e fi lósofo, discorre sobre<br />

o pensamento fi losófi co dos gregos, as origens<br />

da vida em sociedade e os primeiros progressos da<br />

civilização, em sua obra Da natureza das coisas.<br />

A produção histórica entre os romanos foi fortemente<br />

valorizada, reconhecida como a "mestra da<br />

vida", pois possibilitava os seres humanos a compreender<br />

o seu destino. Entre os principais historiadores<br />

da Roma Antiga estão Tácito (55-118 d.C), o mais<br />

famoso deles e autor de Anais e Histórias; e Suetônio<br />

(69-140 d.C), autor de Vida dos doze Césares.<br />

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