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contribuições de paulo freire à educação brasileira - Portal ANPED ...

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ealizar uma <strong>educação</strong> pré-concebida, que não está adaptada ao homem concreto a que se <strong>de</strong>stina.<br />

Cada homem está situado no espaço e no tempo, no sentido em que vive numa época precisa, num lugar<br />

preciso, num contexto social e cultural preciso. O homem, segundo Freire, é um ser <strong>de</strong> raízes espaço-tempo.<br />

Uma <strong>educação</strong> que procura <strong>de</strong>senvolver a tomada <strong>de</strong> consciência e a atitu<strong>de</strong> crítica, graças <strong>à</strong> qual o homem<br />

escolhe e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>, liberta-o em lugar <strong>de</strong> submetê-lo, <strong>de</strong> domesticá-lo, <strong>de</strong> adaptá-lo, como faz com muita freqüência a<br />

<strong>educação</strong> em vigor num gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> países do mundo, <strong>educação</strong> que ten<strong>de</strong> a ajustar o indivíduo <strong>à</strong> socieda<strong>de</strong>,<br />

em lugar <strong>de</strong> promovê-lo em sua própria linha.<br />

Pela ação e na ação, é que o homem se constrói como homem. O homem não po<strong>de</strong> participar ativamente na<br />

história, na socieda<strong>de</strong>, na transformação da realida<strong>de</strong>, se não é auxiliado a tomar consciência da realida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> sua<br />

própria capacida<strong>de</strong> para transformá-la, pois, ninguém luta contra as forças que não compreen<strong>de</strong>, cuja importância<br />

não me<strong>de</strong>, cujas formas e contornos não discerne.<br />

1. 3. na perspectiva política:<br />

Barreto (1998:61) afirma:<br />

A <strong>educação</strong> é sempre política. ... não existe <strong>educação</strong> neutra, numa socieda<strong>de</strong> em que<br />

convivem segmentos da população com interesses opostos e contraditórios. É<br />

impossível a existência <strong>de</strong> uma única <strong>educação</strong> que sirva, da mesma maneira, a todos<br />

estes grupos sociais. Ela está sempre a favor <strong>de</strong> alguém e, por conseqüência, contra<br />

alguém.<br />

Essa era a visão que Freire tinha do processo educativo na socieda<strong>de</strong>: ou ela é conservadora e acomoda as<br />

pessoas ou é transformadora e faz com que homens e mulheres se envolvam na mudança do mundo em que vivem. A<br />

<strong>educação</strong> transformadora estará contra as classes dominantes e a favor dos marginalizados, enquanto na conservadora<br />

acontece o contrário, ou seja, os opressores serão beneficiados e os grupos <strong>de</strong>sprovidos da sorte ficarão prejudicados.<br />

sistemática:<br />

Para melhor entendimento, os dois tipos <strong>de</strong> <strong>educação</strong>, na visão <strong>de</strong> Freire, estão expostas abaixo <strong>de</strong> forma<br />

Ao mesmo tempo em que Freire afirmava que a <strong>educação</strong> era um ato político, ele advertia que ela não era<br />

partidária. Os seres humanos buscam na <strong>educação</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser mais, e a <strong>educação</strong> reduzida aos limites<br />

partidários ficaria empobrecida a ponto <strong>de</strong> inviabilizar esta mudança tão <strong>de</strong>sejada.<br />

Freire tornou-se um educador popular que, via na <strong>educação</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança na socieda<strong>de</strong>. Esse<br />

educador amoroso e abnegado fazia da docência o fim <strong>de</strong> sua vida. Enquanto Marx via nas lutas <strong>de</strong> classes a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> solucionar os problemas sociais, Freire acreditava na <strong>educação</strong> como instrumento transformador da socieda<strong>de</strong>.<br />

Antes <strong>de</strong> falar em <strong>educação</strong> popular Freire falava em <strong>educação</strong> libertadora. Uma <strong>educação</strong> crítica e conscientizadora<br />

on<strong>de</strong> o educando é sujeito da sua história e não um mero espectador dos acontecimentos históricos. Ele via a <strong>educação</strong><br />

como um processo dialético entre a leitura e a transformação do mundo.<br />

Foi assim que Freire se tornou um educador progressista, o pedagogo da indignação que via no processo educativo um<br />

ato político. Convidava o educando a sair da apatia e do conformismo e <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> pensar que a sua situação <strong>de</strong> “ser<br />

menos” e “<strong>de</strong>mitido da vida” é vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, e perceber que tudo isso advém da imposição do contexto<br />

econômico-político-i<strong>de</strong>ológico <strong>de</strong>terminado pelo meio em que vive.

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