Preconceito e discriminação com as mulheres negras - PROEJA - RS
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ural, concentração dos meios de produção, a maior parte da população não tinha nem<br />
ferrament<strong>as</strong> para trabalhar <strong>com</strong>o artesãos. Sendo <strong>as</strong>sim, restava às pesso<strong>as</strong> oferecer seu<br />
trabalho <strong>com</strong>o moeda de troca. É nessa época que a noção de emprego toma sua forma. O<br />
conceito de emprego é característico da Idade Contemporânea.<br />
Discorremos sobre o trabalho e <strong>as</strong> relações trabalhist<strong>as</strong> tendo em vista os quatro<br />
períodos históricos, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea para<br />
que fic<strong>as</strong>se visível a lógica da divisão da História em quatro períodos. Cada período histórico<br />
é marcado por uma organização sócio-político-econômico-cultural própria. Temos motivos<br />
para crer que esse fim de século XX é o início de um período de transição de onde p<strong>as</strong>saremos<br />
da idade contemporânea para uma Idade pós-Contemporânea. As mudanç<strong>as</strong> que vêm<br />
ocorrendo graç<strong>as</strong> à tecnologia, principalmente a tecnologia da <strong>com</strong>putação-tele<strong>com</strong>unicação,<br />
estão modificando <strong>as</strong> relações econômic<strong>as</strong> entre empres<strong>as</strong>, empregados, governos, países,<br />
língu<strong>as</strong>, cultur<strong>as</strong> e sociedades. Ess<strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong> parecem estar caminhando para uma situação<br />
tão diferente da existente no final da Segunda Guerra Mundial, que podemos a<br />
individualidade que somos e a natureza que desenvolvemos (nutridos, subnutridos, abrigados,<br />
sem teto, sem terra etc.) estão subordinad<strong>as</strong> ou resultam de determinad<strong>as</strong> relações sociais que<br />
os seres humanos <strong>as</strong>sumem historicamente (GRAMSCI, 1978) os seres humanos criam e<br />
recriam, pela ação consciente do trabalho sua própria existência (LUKÁCS, 1978). É a partir<br />
dessa elementar constatação que Marx destaca uma dupla centralidade do trabalho quando<br />
concebido <strong>com</strong>o valor de uso: criador e mantenedor da vida humana em su<strong>as</strong> múltipl<strong>as</strong> e<br />
históric<strong>as</strong> necessidades e, desse <strong>as</strong>pecto, <strong>com</strong>o princípio educativo:<br />
O trabalho, <strong>com</strong>o criador de valores de uso, <strong>com</strong>o trabalho útil, é<br />
indispensável à existência do homem - quaisquer que sejam <strong>as</strong> form<strong>as</strong> de<br />
sociedade- é necessidade natural e terna de efetivar o intercâmbio material<br />
entre o homem e a natureza, e portanto, de manter a vida humana (MARX,<br />
1982p.50).<br />
Nessa concepção de trabalho também está implícito o conceito ontológico de<br />
propriedade - intercâmbio material entre o ser humano e a natureza, para poder manter a vida<br />
humana. Ontológico, é o direito do ser humano, em relação e acordo solidário <strong>com</strong> os demais<br />
seres humanos, de apropriar-se da (o que implica, também, transformar, criar e recriar,<br />
mediado pelo conhecimento, ciência e tecnologia) da natureza e dos bens que produz, para<br />
produzir e reproduzir a sua existência, primeiramente física e biológica, m<strong>as</strong> não só, também,<br />
cultural, social, simbólica e afetiva. Nesse sentido, para Marx, o trabalho <strong>as</strong>sume du<strong>as</strong><br />
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