Preconceito e discriminação com as mulheres negras - PROEJA - RS
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6. GÊNERO E ETNIA NO MUNDO DO TRABALHO<br />
O gênero e a raça não são questões de minoria e que p<strong>as</strong>sam desapercebid<strong>as</strong> no Br<strong>as</strong>il;<br />
são, sim, questões muito importantes sobre a sociedade br<strong>as</strong>ileira. Dentro do número da<br />
população negra br<strong>as</strong>ileira, <strong>as</strong> <strong>mulheres</strong> representam 70% da população que trabalham no<br />
Br<strong>as</strong>il. As <strong>mulheres</strong> negr<strong>as</strong> são <strong>as</strong> que mais sofrem <strong>com</strong> a <strong>discriminação</strong>, pois representam a<br />
menor taxa de participação no mundo do trabalho, menor taxa de ocupação em setores<br />
importantes da economia, maior taxa de desemprego e ainda têm o menor rendimento<br />
financeiro.O mundo do trabalho está cada vez mais restrito para todos , m<strong>as</strong>, para <strong>as</strong> <strong>mulheres</strong><br />
afro-descendentes, essa inclusão, inserção, neste mundo do trabalho está ainda mais restrito.<br />
Diante desta realidade, pergunta-se <strong>com</strong>o fica a mulher negra que não teve condições<br />
de estudar no período da infância e da adolescência e que hoje tem de estudar na modalidade<br />
de Educação de Jovens e Adultos, E. J. A., e se inserir neste mundo do trabalho tão restrito e<br />
cheio de preconceitos e discriminatório?<br />
[...] na faixa dos 10 aos 14 anos, 61, 3% , dos 15 aos 17anos devido aos<br />
estágios e ingresso no mercado forma de trabalho, a proporção cai para 53%<br />
de negros. (FRIGOTTO, 2004)<br />
Com ess<strong>as</strong> condições, a mulher negra/afro-descendente tem que ampliar seus<br />
horizontes n que diz respeito a <strong>com</strong>petitividade do mundo do trabalho e para que isso<br />
aconteça tem que se especializar, tem que ter mais opções de estudo e é fundamental que uma<br />
política pública estável voltada para a EJA contemple a elevação da escolaridade <strong>com</strong><br />
profissionalização no sentido de contribuir para a integração sócio-laboral dessa mulher negra<br />
que está se inserindo no mundo do trabalho. Ela tem de ter condições e ter acesso a uma<br />
formação profissional de qualidade.<br />
No Br<strong>as</strong>il, os preconceitos raciais/étnicos ocorrem em tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> cl<strong>as</strong>ses e sustentam<br />
uma forma de dominação que se apóia unicamente na diferença da cor da pele e/ou da cultura.<br />
No mundo do trabalho, preconceito é algo tão <strong>com</strong>um que p<strong>as</strong>sa despercebido na<br />
maioria d<strong>as</strong> vezes. Do mesmo modo que <strong>as</strong> relações de gênero, <strong>as</strong> relações raciais ocorrem no<br />
cotidiano do trabalho e resultam em uma intricada rede de poder e dominação, que vem de<br />
cima para baixo e retorna fortalecida pel<strong>as</strong> sustentações que se dão de baixo para cima.<br />
O preconceito é uma atitude, uma predisposição positiva ou negativa, que não<br />
significa necessariamente uma ação, m<strong>as</strong> prepara para que a ação possa ocorrer. Essa ação é a<br />
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