BRUNO DE MENEZES: PRESENCA DO SIMBOLISMO - Unama
BRUNO DE MENEZES: PRESENCA DO SIMBOLISMO - Unama
BRUNO DE MENEZES: PRESENCA DO SIMBOLISMO - Unama
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
São várias as características que norteiam o Simbolismo. Uma das mais marcantes,<br />
sensível a todo o movimento e a devoção a arte pura ou a poesia pura, característica que encontrou no<br />
poeta Paul Valery (1871-1945) precisos e consistentes contornos.<br />
Em Baudelaire, a mistura de imagens, as metáforas mescladas, a fusão do material com o<br />
espiritual são marcas visíveis e familiares:<br />
"Correspondência"<br />
A natureza é um templo onde vivos pilares<br />
Por vezes pronunciam confusas palavras;<br />
Por entre florestas de símbolos, que o expiam<br />
Com íntimos olhares, por ela avança o homem.<br />
Ecos prolongados que a distância confunde<br />
Com uma só e tenebrosa voz,<br />
Tão vasta como a noite e como a claridade,<br />
Os perfumes, as cores, os sons se correspondem.<br />
[...]¹<br />
Em França do século XIX, o Simbolismo tem como representantes, além da figura incontestável<br />
de Baudelaire, os poetas Paul Verlaine (1844-1896), Arthur Rimbaud (1854-1891) e Stephane<br />
Mallarmé (1842-1898), todos com uma produção literária imensurável. Eram os chamados poetas<br />
malditos de acordo com um artigo publicado por Verlaine em que saudava Mallarmé como “o grande<br />
mestre do simbolismo” . A partir desse momento, Mallarmé vê-se diante de um vasto número de<br />
discípulos - dentre os quais Paul Valer, seu mais fervoroso "herdeiro poético" que não perdiam<br />
nenhuma "terça-feira literária" organizada pelo poeta de Brisa Marinha, para quem dar nome a um<br />
objeto e aniquilar três quartos da fruição do poema, que deriva da satisfação de adivinhar pouco-a-<br />
pouco: sugeri-lo, evocá-lo - isto e o que encanta a imaginação.².