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BRUNO DE MENEZES: PRESENCA DO SIMBOLISMO - Unama

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UNAMA - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> DA AMAZÕNIA<br />

CURSO <strong>DE</strong> LETRAS<br />

Bruno de Menezes: presença do Simbolismo<br />

Belém - Novembro<br />

2001


UNAMA - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> DA AMAZÔNIA<br />

CURSO <strong>DE</strong> LETRAS<br />

Bruno de Menezes: presença do Simbolismo<br />

Por:<br />

Jucileide Monteiro Silva<br />

Orientadora:<br />

Nelly Cecília Paiva Barreto da Rocha<br />

Trabalho de Conclusão de Curso<br />

apresentado como condição para<br />

obtenção do grau de Bacharel em<br />

Letras pela Universidade da<br />

Amazônia (UNAMA)<br />

Belém - Novembro<br />

2001


Agradecimentos<br />

Para você, mamãe, que mesmo desdobrando-se em seu afazeres, mostrou-<br />

se solidária e amiga, nunca medindo sacrifícios.<br />

para o meu êxito<br />

Para minha família e, em especial, ao meu “esposo” pelas horas cedidas<br />

Para a professora Nelly Cecília, por dividir comigo seus conhecimentos,<br />

preparando-me, lapidando-me para novos horizontes, novas descobertas que favorecerão<br />

meus ideais profissionais e humanos, culminando futuramente com a edição de um livro,<br />

cujo nome faz jus ao nome da monografia: “Bruno de Menezes” e a presença do<br />

Simbolismo.<br />

Para os demais professores, coordenadores e colegas com os quais tive o<br />

prazer de conviver durante a trajetória do Curso, vivenciando juntamente passo a passo<br />

momentos de satisfação, frutos da compreensão, perseverança e persistência, não obstante<br />

os percalços que houveram, reinou sempre uma perfeita harmonia.<br />

E a todos que, direta ou indiretamente foram compreensivos e, de alguma<br />

forma, colaboraram para a minha graduação em Letras, fico eternamente grata.


“Daquilo que sabes conhecer e medir, é preciso<br />

que te despeças, pelo menos por um tempo. Somente depois de<br />

teres deixado a cidade verás a que altura suas torres se elevam<br />

acima das casas .”<br />

Friedrich Wilhelm Nietzsche


Sumário<br />

1. Apresentação..................................................................................................................8<br />

2. Introdução.....................................................................................................................10<br />

3. Bruno de Menezes e a Literatura de seu Tempo..........................................................13<br />

4. Sobre o Simbolismo.....................................................................................................17<br />

5. Análise de Poemas.......................................................................................................25<br />

6. Conclusão....................................................................................................................32


UNIVERSIDA<strong>DE</strong> DA AMAZÔNIA – UNAMA<br />

CURSO <strong>DE</strong> LETRAS<br />

Belém – novembro<br />

2001


1. Apresentação<br />

É um prazer ter a oportunidade de produzir um trabalho sobre o movimento Simbolista e<br />

oferecer à comunidade acadêmica e não acadêmica um estudo da produção intelectual do poeta<br />

paraense Bento Bruno de Menezes Costa, ou, artisticamente falando, Bruno de Menezes. O<br />

Simbolismo, estética da segunda metade do século XIX e início do XX como sabemos, foi, entre outras<br />

características, a representação da grande frustração humana diante de um mundo açodado pelas<br />

transformação dos meios de produção material. O processo industrial evoluía a passos largos e gerava<br />

a luta das grandes potências pelos mercados fornecedores. Criava-se embates entre nações pelo poder<br />

econômico e tomava corpo, o espectro da Primeira Guerra Mundial, acompanhado também da<br />

Revolução Comunista, na antiga Rússia, e posteriormente, a União Soviética. O Simbolismo, como<br />

uma planta que brota de um composto fértil, nasceu para negar o Realismo e suas manifestações. Se<br />

este, se expressava através do cientificismo, do materialismo e do racionalismo, o Simbolismo vinha<br />

para negar tudo isso, como forma de repulsa à degradação humana.<br />

É importante notar aqui que, o Simbolismo não teve na Europa nem no Brasil a simpatia que o<br />

Parnasianismo, por exemplo, experimentou.<br />

“O Simbolismo Brasileiro, apesar de ter produzido um<br />

Cruz e Souza e um Alphonsus de Guimaraens foi sufocado,<br />

negligenciado como era sob o regime artificialmente<br />

prolongado do Panasianismo. (CARPEAUX, Oto Maria, apud<br />

Afrãnio Coutinho, A Literatura no Brasil – 2ª ed. Vol. IV, p.<br />

11).<br />

Como em toda a sociedade, que tem seus interesses econômicos acima dos interesses estéticos<br />

ou artísticos, o Simbolismo, ou melhor, os poetas que representavam esta corrente, foram duramente<br />

criticados pois incomodavam os moldes parnasianos, dóceis ao regime e que gozavam de preferência da<br />

elite “culta”, dos salões literários da época e do poder público. O Parnasianismo era a poesia “oficial” e<br />

que não deixou margem a que se reconhecesse o valor e alcance da estética simbolista.


Como em toda a sociedade, que tem seus interesses econômicos acima dos interesses estéticos<br />

ou artísticos, o Simbolismo, ou melhor, os poetas que representavam esta corrente, foram duramente<br />

criticados pois incomodavam os moldes parnasianos, dóceis ao regime e que gozavam de preferência da<br />

elite “culta”, dos salões literários da época e do poder público. O Parnasianismo era a poesia “oficial” e<br />

que não deixou margem a que se reconhecesse o valor e alcance da estética simbolista.<br />

Nos projetemos, agora, para nosso Pará. Bruno de Menezes era filho de Dionísio Cavalcante de<br />

Menezes, pedreiro, e de Maria Balbina da Conceição Menezes, dona de casa. Bruno passou sua infância<br />

sorvendo a força nativa, passeando pelo Ver-O-Peso, andando pelos subúrbios e os terreiros de<br />

macumba (Bruno nasceu no Jurunas), começou a trabalhar cedo e absorver cedo as necessidades mais<br />

elementares do ser. Logicamente nasceria daí um grande poeta, absorto às grandes questões humanas,<br />

em suma, um homem inquieto, reflexivo e insubmisso aos parâmetros sociais herdados do<br />

Parnasianismo. Nascia o simbolista.<br />

Mas não foi só a vida que influenciou Bruno, ele também foi influenciado por poetas franceses:<br />

Verlaine, Baudelaire, Rimbaud, Mallarmé (França); de Eugênio de Castro, Eugênio Nobre, Camilo<br />

Pessanha (Portugal), dos brasileiros Cruz e Souza, Alphonsus de Guimaraens, e eventualmente de<br />

Augusto dos Anjos, que foram os principais autores da corrente estética que, inegavelmente,<br />

emprestaram o líquido simbolista a Bruno de Menezes.<br />

O presente trabalho, portanto, além de analisar as influências estéticas que fizeram com que o<br />

autor de Batuque produzisse obras de relevância para a cultura paraense – e porque não para a cultura<br />

universal - proporciona também um fio condutor para aqueles que buscam compreender um pouco<br />

mais sobre a grande obra de Bruno, com todas as suas vertentes, inclusive, modernistas.


2. Introdução<br />

O objetivo deste trabalho, em torno da obra de Bruno de Menezes, é o de desenvolver um estudo<br />

dos poemas Alta Noite..., À Lua e ao Mar, respectivamente, investigando características do<br />

Simbolismo, de certa maneira, tão recorrentes em sua poética; bem como, no decorrer desta análise,<br />

destacar as demais características que os poemas possam vir a apresentar, assim como a linguagem e<br />

possíveis influências estéticas na poesia de Bruno.<br />

Conhecer o universo de Bruno de Menezes, e mais especificadamente, dos poemas acima<br />

citados, é desvelar toda uma poética marcada pela presença da natureza em seu mais completo grau de<br />

manifestação; é contemplar uma obra, cujo ritmo deixa no leitor a impressão de se tratar de fotografia<br />

animada, carregada de gestos e movimentos e em que o cheiro das gentes e o da natureza misturam-se<br />

com a intensidade de sentimentos.<br />

Segundo o professor Francisco Paulo Mendes, ainda que propusesse o novo, uma Arte Original<br />

Bruno de Menezes não fôra intransigente com as formas e musicalidade que vinham do passado, sendo,<br />

por isso, que esta influência é muito presente em sua obra.<br />

A idéia de sugestão, uma das características da estética Simbolista, é algo de muito peculiar na<br />

literatura dos que "aderiram" ao fascínio de analogias sensoriais e espirituais, como o poeta francês e<br />

"maldito" Charles Baudelaire (1821-1867), em Correspondências:<br />

A natureza e um templo onde vivos pila<br />

Deixam escapar por vezes confusas palavras<br />

O homem por ai passa entre florestas de símbolos<br />

Que o abservam com olhos familiares<br />

Como longos ecos que ao longo se confundem


Numa tenebrosa e profunda unidade!<br />

Imensa como a noite e como a claridade<br />

Os perfumes, as cores e os sons se correspondem<br />

A idéia de fazer este estudo surgiu imediatamente após a leitura de parte de sua obra, sobretudo<br />

dos sonetos, forma que, particularmente, agrada-me, principalmente pela simplicidade dos versos e pela<br />

presença marcante dos elementos da Natureza. Não se pretende, neste trabalho, transcrever fragmentos<br />

pura e simplesmente da obra; nem tampouco, em fazer apologias vulgares ao autor/obra. Qualquer<br />

crítica ou elogio que venha a ser feito, dar-se-á baseado em documentos plausíveis sobre o referido<br />

autor.<br />

De um modo geral, pode-se dizer que o ambiente da obra de Bruno de Menezes remete o leitor a<br />

um universo de imagens e símbolos que se entrelaçam num ritmo que fascina, em virtude da forma com<br />

que o autor soube fazer esses "experimentos", valendo-se, sobretudo, da palavra, pois é esta que dá vida<br />

à literatura de Bruno. Reconhecer na poética do escritor de Batuque, as marcas que fizeram todo um<br />

período literário e artístico dar-se-á com o objetivo de revelar a essência de um artista dotado da<br />

palavra, ao mesmo tempo revelador de um mundo de imagens, sons, ritmos e infindáveis elementos,<br />

descobertos a cada leitura.<br />

A Lua é a bailarina immememorial dos ares<br />

Entre cortinas da Bretanha e céos nevoentos<br />

a Lua offerta a Noite os nenuphares<br />

dos seus jardins feitos de aromas brancos...<br />

A Lua dança, erguendo os braços alvacentos<br />

com três estrellas scintilando sobre os flancos [...]


Todavia, na obra de Bruno de Menezes, é possível verificar, de um modo geral, a influência de<br />

estilos, os mais diversos. Do Modernismo (das novelas e dos romances) ao Simbolismo (nos versos<br />

carregados pela musicalidade e pela aliteração), passando pelo Realismo/Naturalismo (ao revelar as<br />

cores, os cheiros das gentes, a presença do negro, o social, o folclórico, o realismo mesmo de seu<br />

povo). E, tudo isso, revelados com a peculiaridade e autenticidade da linguagem poética.<br />

Nestes poemas, não é tão marcante a presença dos terreiros, pais-de-santo, pretos-velhos e<br />

toda a gênese "afro" que virão ser referências na poética de Bruno. Todavia, as características<br />

observadas são uma autêntica prévia do que mais tarde será encontrado em sua poesia.<br />

A partir de uma análise minuciosa destes sonetos e considerando os objetivos do trabalho, é de<br />

fundamental valor que fique explícito a importância de Bruno de Menezes para o universo literário de<br />

seu tempo e de nosso tempo atual.


3. Bruno de Menezes e a Literatura de seu Tempo<br />

A importância da Literatura de Bruno de Menezes é bastante significativa para a Literatura<br />

Paraense. Influenciado pela Semana de Arte Moderna, de 1922, sua obra está universalizada como<br />

definitivamente literária (poética) e como representação de um tratado sobre africanismo, etnografia,<br />

sociologia, além de história e folclore. Todavia, pode-se dizer que uma das características mais<br />

marcantes em sua poética, diz respeito ao famoso verso do poeta francês, Paul Verlaine (1844-1896),<br />

"La musique avante toute chose"*(p.9), ou seja, ao que se denomina Simbolismo. Esta corrente estética<br />

é a influência que o poeta revela em praticamente toda a sua obra. O apelo constante à musicalidade, à<br />

sinestesia, ao ritmo, é incontestável no conjunto de sua obra. É o próprio poeta quem afirma: "A poesia<br />

d'agora é mais sugestão que expressão. Sugerir é o universo de dizer abertamente." Conceito este que<br />

marca toda a estética simbolista.<br />

A luz morde a pele de sombra e os cabelos<br />

lustrosos quebrados da cor sem razão<br />

e os seios pitingas, o ventre em rebojo,<br />

as ancas que vão num remanso rolando<br />

no tombo do banjo.<br />

A luz tatuou a nudez de baunilha<br />

do corpo que cheira a resinas selvagens.<br />

Botou-lhe entre os beiços de polpa mangabas<br />

um quarto de lua mordido sorrindo (...)<br />

Um artista de expressão, um "artesão da palavra". É esta a denominação mais perfeita para<br />

Bruno de Menezes. Sob uma óptica que vai do Simbolismo, passando pelo Realismo até chegar ao


Modernismo, o poeta destila suas frases, em verso e prosa, fazendo da palavra sua ferramenta principal,<br />

para dar vazão à poesia em estado puro.<br />

E, independente à sua criação literária, vê-se, ainda, um Bruno de Menezes crítico literário,<br />

preocupado com o fazer poético vigente, discutindo as artes plásticas, na figura peculiar e louvável de<br />

Ismael Neri.<br />

Segundo Francisco Paulo Mendes, foi importantíssimo a contribuição de Bruno de Menezes<br />

para o Modernismo:<br />

"Foi verdadeiramente revolucionária e criadora.<br />

Acrescente-se, também, haver inaugurado ele, com Maria<br />

Dagmar e Candunga, a novela e o romance realistas,<br />

engajados em uma preocupação social e na constatação<br />

das injustiças sofridas duramente pelas classes não<br />

privilegiadas (...)"<br />

Sua obra é uma arte puramente dinâmica, cujos movimentos se acham submetidos a uma<br />

estrutura essencialmente popular. Em Batuque, por exemplo, o poeta proclama a vitalidade e a<br />

diversificação do folclore paraense, quanto a realidade, retrata um caráter puramente cotidiano; poetiza<br />

sobre a negritude, sendo um dos primeiros paraenses a falar dos valores, costumes e crenças desta raça.<br />

Isso tudo sob o signo da valorização do fazer poético, carregado de impressões sensoriais, de cores,<br />

sons, musicalidade, características já vistas anteriormente.<br />

Foram estas suas contribuições para a Literatura Paraense. E daí que vem sua importância, pois<br />

nossa literatura ganhara, em riqueza de estilo e de ritmo, uma nova aurora. O escravo e o colono; o<br />

popular e o erudito; a música e a dança; constituem, todos, as personagens e os costumes que marcam<br />

presença em sua obra.<br />

Bruno de Menezes mostra-nos o homem negro por completo, que nutre sua cultura com raça e<br />

costumes - danças, crenças ou mesmo sua própria ausência. É dessa forma que a literatura de Bruno de<br />

Menezes realiza-se. Realiza, num âmbito maior, a vida e o próprio homem.


Augusto dos Anjos *<br />

E o meu sangue mais vivo, este, que corre<br />

Na chimica infernal de meu destino<br />

Rubra retorta, onde refervo e morre<br />

Meu dessorado cyclo hemoglobino<br />

E quanto mais circule, escorra e jorre<br />

O liquido sangüíneo, que abomino,<br />

Ir-me-ei mais breve, sem que me desforre<br />

Deste meu fado que e meu assassino<br />

E agoniso a viver.. O derradeiro<br />

Minuto, os meus instantes mais tristonhos<br />

Na hora final, em que vira o coveiro,<br />

Exhumar o esqueleto dos meus sonhos,<br />

Para me sepultar na mesma cova!


__<br />

* Poemas retirados do livro <strong>BRUNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>MENEZES</strong>, Obras Completas – Edição Secult, 1993- Belém - Pa<br />

4. Sobre o Simbolismo<br />

Soarão na hora final da minha prova...<br />

Na hora final, em que vira o coveiro,<br />

Exhumar o esqueleto dos meus sonhos,<br />

Para me sepultar na mesma cova!<br />

Tendo no poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) seu mais importante precursor,<br />

o Simbolismo, movimento de grande valor literário é difícil ser conceituado como um movimento<br />

homogêneo, principalmente em função das peculiaridades de cada artista correspondente a este<br />

momento da história da Literatura e das Artes em geral.<br />

Baudelaire exerceu uma influência considerável sobre os simbolistas, sobretudo no que<br />

diz respeito a uma poesia autêntica, que maneja símbolos e deixa de lado os "objetos", o "concreto",<br />

buscando o sugestivo, a alusão, a insinuação. Nunca utilizou-se da apreensão imediata para realizar a<br />

Poesia, a Arte.


São várias as características que norteiam o Simbolismo. Uma das mais marcantes,<br />

sensível a todo o movimento e a devoção a arte pura ou a poesia pura, característica que encontrou no<br />

poeta Paul Valery (1871-1945) precisos e consistentes contornos.<br />

Em Baudelaire, a mistura de imagens, as metáforas mescladas, a fusão do material com o<br />

espiritual são marcas visíveis e familiares:<br />

"Correspondência"<br />

A natureza é um templo onde vivos pilares<br />

Por vezes pronunciam confusas palavras;<br />

Por entre florestas de símbolos, que o expiam<br />

Com íntimos olhares, por ela avança o homem.<br />

Ecos prolongados que a distância confunde<br />

Com uma só e tenebrosa voz,<br />

Tão vasta como a noite e como a claridade,<br />

Os perfumes, as cores, os sons se correspondem.<br />

[...]¹<br />

Em França do século XIX, o Simbolismo tem como representantes, além da figura incontestável<br />

de Baudelaire, os poetas Paul Verlaine (1844-1896), Arthur Rimbaud (1854-1891) e Stephane<br />

Mallarmé (1842-1898), todos com uma produção literária imensurável. Eram os chamados poetas<br />

malditos de acordo com um artigo publicado por Verlaine em que saudava Mallarmé como “o grande<br />

mestre do simbolismo” . A partir desse momento, Mallarmé vê-se diante de um vasto número de<br />

discípulos - dentre os quais Paul Valer, seu mais fervoroso "herdeiro poético" que não perdiam<br />

nenhuma "terça-feira literária" organizada pelo poeta de Brisa Marinha, para quem dar nome a um<br />

objeto e aniquilar três quartos da fruição do poema, que deriva da satisfação de adivinhar pouco-a-<br />

pouco: sugeri-lo, evocá-lo - isto e o que encanta a imaginação.².


_____________<br />

¹ BAU<strong>DE</strong>LAIRE, Baudelaire: biografia sobre o autor - p. 61<br />

² WILSON, Edmund. O Castelo de Axel - ed. Cultrix, 1979 - p.22<br />

"Brisa Marinha"<br />

A carne é triste, sim, e eu li todos os livros<br />

Fugir! Fugir! Sinto que pássaros são livres<br />

Ébrios de entregar a espuma e aos céus imensos<br />

Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos<br />

Impedem o coração de submergir no mar<br />

Ó noites! Nem a luz deserta a iluminar<br />

Este papel vazio com seu branco anseio,


Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio<br />

Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas,<br />

Ergue a âncora em prol das mais estranhas plagas!" ( ¹ )<br />

Em Verlaine, para quem Simbolismo deveria ser "palavra alemã", portanto, "incompreensível",<br />

a presença de uma poesia nova, sobretudo musical, graciosa e intimista, é imediatamente apreendida.<br />

Sua estréia em 1866 com os Poemes Saturniens revelam características que indicam um porvir poético<br />

envolto em musicalidade, lirismo, sensualidade, com um grau altamente sugestivo:<br />

_______________<br />

¹ MALLARME', Stephane. Mallarme - São Paulo - Perspectiva - 1991 p. 45<br />

"Luar"<br />

Tua Alma é uma paisagem de outros dias<br />

por onde, ao som de alaúdes, vão passando<br />

quase triste nas suas fantasias,<br />

bergamascos e mascaras dançando<br />

E cantando em surdina a doce vida<br />

e o amor vitorioso, eles tem o ar<br />

de quem de tudo e ate de si duvida


e o seu canto mistura-se ao luar. [...] ¹<br />

O poeta Arthur Rimbaud foi um caso peculiar na Literatura, visto que, entre outras coisas, a<br />

precocidade com que entra para o mundo das letras, e, da mesma forma, a precocidade com que o<br />

abandona em prol, talvez, das aventuras pelo mundo da Abissínia - acreditava no poder mágico da<br />

Poesia, no poeta enquanto criador de novos mundos, no desregramento de todos os sentidos. Sua poesia<br />

transpira o inefável, o desconhecido.<br />

Rimbaud aparece aos olhos do leitor como o anjo infernal dos versos de Verlaine:<br />

_______________<br />

¹ VERLAINE; poémes Saturniens, 1866- Tradução de Augusto de Campos)<br />

MORTAL, anjo e demônio, em resumo Rimbaud,<br />

Mereces neste meu livro o lugar primeiro,<br />

Embora um autor te chame devasso<br />

Imberbe, projeto de monstro, aprendiz bêbado,<br />

[...]


Tão belo, de beleza rude e ardilosa,<br />

Tão desejável, de indolência mais que ousada! [...] ¹<br />

A boemia compartilhada por Rimbaud e Verlaine, durante aproximadamente dois anos, é muitas<br />

vezes observada em seus versos. Além disso, o apelo à sinestesia, a todos os sentidos, a musicalidade,<br />

ao uso de maiúsculas, é inerente a essa poesia "revoltada", "inconformada" e "iluminada" das mais<br />

expressivas da Literatura Francesa.<br />

______________<br />

Outrora, se bem me lembro, minha vida era um<br />

festim onde se abriam todos os corações, onde<br />

todos os vinhos corriam.<br />

Uma noite, sentei a Beleza nos meus joelhos.<br />

- E achei-a amarga, - Injuriei-a<br />

Armei-me contra a justiça<br />

Fuga. O feiticeiros, o miséria, o ódio, a voz<br />

É que meu tesouro foi confiado!<br />

¹ VERLAINE, Paul - Festas Galantes, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983 - p. 19<br />

Consegui fazer desvanecer-se em meu espirito<br />

toda a esperança humana. Sobre toda alegria, para estrangulá-la<br />

dei o salto surdo da fera. ¹<br />

No Brasil, o Simbolismo é representado, sobretudo, pela figura de Cruz e Souza (1861-1898).<br />

Poeta de Santa Catarina, Cruz e Souza, desenvolveu uma poética fortemente influenciada pela literatura<br />

européia, principalmente a de França. Isto fica claro nos seguintes versos:


Ó sons intraduzíveis, Formas Cores!<br />

Ah! Que eu não possa eternizar as dores<br />

Nos bronzes e nos mármores eternos!<br />

[...]<br />

São claras as marcas da “literatura de Baudelaire”, em seus versos. A palavra saturada ao mais<br />

alto grau; expressionista de seu próprio limite.<br />

Cruz e Souza valeu-se, como os franceses, dos variados recursos linguísticos para revelar uma<br />

das características mais evidentes do movimento: a sugestão, recurso herdado das inúmeras leituras que<br />

fizera dos autores franceses. A Baudelaire dedica versos vigorosos, construídos numa prosa em que<br />

Morte, Arte, Tédio, esboçam realidades inerentes ao poeta de “spleen de Paris:<br />

_______________<br />

¹ RIMBAUD, Arthur – Uma temporada no Inferno – ed. Cultrix – 1988<br />

Ó Baudelaire, desolado!<br />

Charles, meu belo Charles voluptuoso e melancólico, meu Charles non chalant, nevoento<br />

aquário de spleen, profeta muçulmano do Tédio; ó Baudelaire desolado, nostálgico e dedicado!<br />

Onde está aquela rara, escrupulosa psicose de som, de cor, de aroma, de sensibilidade; a febre<br />

selvagem daqueles bravios e demoníacos cataclismos mentais; aquela infinita arrebatadora<br />

Nevrose, aquela espiritual doença que te enervava e dilacerava? Onde está ela? Os tesouros<br />

d´ouro e diamante, as pedrarias e marchetarias do Gânges, as púrpuras e estrelas dos<br />

firmamentos indianos, que tu nababescamente possuíste, onde estão agora? (...) Ó Baudelaire!<br />

Augusto e tenebroso... Vencido! Inolvidável! Fidalgo de sonhos e imperecíveis elixires! [...]<br />

Em Cruz e Souza, não só os efeitos sinestésicos prevalescem, como confundem-se em temas<br />

como a morte, a marginalização e desumanização do negro, do bêbado, todos frutos de uma realidade<br />

excludente.


_______________<br />

Litania dos Pobres<br />

Os miseráveis, os rotos<br />

São as flores dos esgotos<br />

São espectros implacáveis<br />

Os rotos, os miseráveis<br />

São prantos negros de furnas<br />

Caladas, mudas, soturnas.<br />

As sombras das sombras mortas<br />

Cegas, a tatear nas portas.<br />

Procurando o céu aflitos<br />

e varando o céu de gritos.<br />

Faróis à noite apagados<br />

Por ventos desesperados<br />

[...]( ¹ )


¹ BOSI, Alfredo, OP. Cit., p. 276<br />

5. Análise de Poemas<br />

À Lua e ao Mar II *<br />

Mar grosso... Vento sul... As crespas ondas<br />

galopam chicoteadas pelo vento.<br />

Cava-se o abismo em marulhosas rondas<br />

que se alteiam, se abatem, num lamento.<br />

Ó Mar, por que em macabro sofrimento<br />

clamas aos céus e dentre a Noite estrondas?!...<br />

Qual será seu secreto sentimento,<br />

a dor de amar, que em teus mistérios sondas...<br />

Quisera penetrar os teus instintos<br />

Teu pélago de esmeraldas e absintos.<br />

Como um náufrago na torva solidão...<br />

E em meios às algas, de madeixas soltas<br />

Saber de teus gemidos e revoltas.<br />

_ drama eterno do humano coração.


Neste soneto, Bruno de Menezes revela muito da influência simbolista que recebera dos autores<br />

europeus, já referidos anteriormente.<br />

O poema é uma canção ao mar e às “suas angústias” guardadas no infinito de suas profundezas.<br />

Há uma correspondência marcante entre o mundo da Natureza e o mundo “real”, do homem, à medida<br />

que o eu-lírico evidencia e questiona ao mar sentimentos e ações inerentes ao homem, tais como<br />

instintos, gemidos, revoltas.<br />

Observa-se, de início, que o soneto é marcado por características peculiares à estética do<br />

Simbolismo (Portugal 1890 – 1915; Brasil 1893 – 1902). Este movimento estético refletiu um momento<br />

histórico que marcaria a transição para o século XX e a definição de um novo mundo. Negando o estilo<br />

anterior (o Realismo), o Simbolismo valoriza as manifestações metafísicas e espirituais. A realidade<br />

objetiva não mais interessa; o homem volta para a realidade subjetiva; porém como lembra ERNANI &<br />

NÍCOLA¹:<br />

“Como conseqüência desse subjetivismo, da valorização do<br />

inconsciente e do subconsciente, dos estados d´alma, da busca do vago, do<br />

diáfano, do sonho e da loucura, o Simbolismo desenvolve uma linguagem<br />

carregada de simbolos, em clara oposição à literatura de linguagem mais<br />

impessoal e, portanto, universal. A musicalidade é outra característica<br />

marcante dessa estética, seguindo os ensinamentos dos mestres do Simbolismo<br />

Francês. No Simbolismo tudo é sugestão. As palavras transcendem o<br />

significado, ao mesmo tempo que apelam para a totalização de nossa<br />

percepção. Daí ser constante o uso de sinestesias.”<br />

Na primeira estrofe do poema À Lua e ao Mar II percebe-se uma espécie de tentativa do eu-lírico em<br />

caracterizar alguns elementos que compõem ou que estão presentes nessa imensidão que é o mar; assim<br />

revela-se a hesitação do eu-lírico, através das reticências, em chegar às<br />

______________<br />

¹ ERNANI, Terra & NÍCOLA, José de – Curso Prático de LÍNGUA, LITERATURA & REDAÇÃO – Vol. 2 – São Paulo,<br />

Scipione , 1994.


palavras precisas capazes de dizer sobre algo quase indefinível.<br />

Mar grosso... Vento sul... As crespas ondas<br />

Galopam chicoteadas pelo vento.<br />

Já nesta primeira estrofe, o Mar é revestido de ações e sentimentos próprios à condição humana<br />

e que no poema ganham um sentimento fortemente metafórico.<br />

... As crespas ondas<br />

galopam chicoteadas pelo vento<br />

Percebe-se que os verbos galopar e chicotear caracterizam ações de seres vivos que o Poeta<br />

num jogo de idéias e imagens transporta para um outro plano, o da Natureza que, assim, se animiza.<br />

Na segunda estrofe, o eu-lírico questiona ao mar seus segredos. Assim como em<br />

Correspondência, do poeta francês Baudelaire (1821-1867), a Natureza são símbolos que observam o<br />

homem, o Mar “de” Bruno de Menezes, “clama” aos Céus em macabro sofrimento”, versos que,<br />

simbolicamente, revelam a angústia do próprio homem.<br />

Qual será teu secreto sentimento,<br />

A dor de amar, que em teus mistérios sondas...<br />

Nota-se não apenas nesta estrofe, mas no todo do poema, aquilo que Rouanet (269-D.Proença)<br />

caracteriza como poesia pura:<br />

“a poesia que surge do espírito irracional, não conceitual da<br />

linguagem, oposta a toda interpretação lógica(...) a poesia nada mais é<br />

do que a expressão daquelas relações e correspondências, que a


linguagem, abandonada a si mesma, cria entre o concreto e o abstrato,<br />

o material e o ideal, e entre as diferentes esferas dos sentidos”<br />

Essas marcas – tão comuns na poesia dos simbolistas franceses – encontra na poesia de Bruno<br />

de Menezes solo fecundo. Veja-se, por exemplo, a terceira estrofe em que imagem, gosto, intuição, se<br />

misturam para dar vazão a versos carregados de simbolismo. Aqui, os instintos do mar, aquilo que<br />

representa, talvez, o abismo, sua magnitude, tem o verde da esmeralda e o gosto amargo do absinto,<br />

elementos presentes na vida e na poesia dos chamados “poetas malditos”.<br />

“Quisera penetrar nos teus instintos<br />

teu pélago de esmeraldas e absintos,<br />

como um náufrago na torva solidão...<br />

Na quarta e última estrofe, mais uma vez, reveste-se o mar da condição humana de sentir,<br />

animiza-se, pois. Os gemidos e revoltas simbolicamente representados como drama do coração<br />

humano, são, na verdade, metáforas que caracterizam o barulho das ondas e a agitação natural do mar.<br />

noite...<br />

E em meio às algas, de madeixas soltas,<br />

saber de teus gemidos e revoltas<br />

...drama eterno do humano coração.<br />

Passemos agora, para outra obra de grande genialidade de Bruno de Menezes, denominada Alta<br />

Alta noite...


Morre a luz do “abat-jour”<br />

Esperei-te e não vieste, assim como<br />

não vens, como nunca virás.<br />

Tenho os olhos a arder. Paralysei o assomo<br />

das minhas mãos, das minhas ansias, dos meus ais.<br />

De que serve evolar-se este aroma<br />

a serralho, do leito que está só?<br />

Ai! a dor<br />

que me toma,<br />

a angústia que me punge, e não te causa dó.<br />

Esperei-te e não vieste.<br />

Aguardei tua vinda, a ansiar por que chegasses.<br />

O “abat-jour” foi morrendo.<br />

Minha sombra tomou a expressão<br />

de um cypreste.<br />

O “abat-jour” foi morrendo<br />

na solidão.<br />

E eu a ansiar por que chegasses...<br />

Neste poema, Bruno de Menezes enfoca a tragicidade de um envolvimento amoroso, que lhe<br />

trouxe apenas uma grande desilusão: o eu-lírico espera por sua amada e acaba mergulhando numa<br />

interminável solidão, porque ela não veio ao seu encontro.<br />

No primeiro verso do poema “Alta noite” o eu-lírico tenta caracterizar o “abat-jour” como se<br />

fosse uma pessoa. Por toda a primeira estrofe percebe-se que a luz do “abat-jour” é revestida de vários


sentimentos, entre os quais: solidão, morte, angústia... A mulher pelo qual o eu-lírico sofre,<br />

possivelmente é uma pessoa que não o ama e que brincou com seus sentimentos. O eu-lírico se<br />

entristece pelo fato dela não ter vindo procurá-lo. Daí começa a se angustiar e resolve não pensar em<br />

mais nada.<br />

A segunda estrofe, expressa a dor de estar sozinho sem a companhia da amada. Nada justifica o<br />

aroma de um ambiente perfumado, onde existe um leito vazio e, paradoxalmente, esperançoso pela<br />

volta de um amor não correspondido.<br />

Na terceira estrofe, o eu-lírico demonstra que se sente solitário e angustiado por amar uma<br />

mulher que não o deseja. A esperança foi morrendo na solidão, enquanto o “abat-jour” vai perdendo<br />

sua luz, onde apenas paira uma sombra que toma forma de planta, ou seja, “fitomorfiza-se”, dentro da<br />

angústia que o extasia.<br />

Na quarta e última estrofe, o eu-lírico mergulha em seus sentimentos, refutando a ânsia, a<br />

solidão, e a angústia que sentia naquele momento de desespero; no entanto, percebe-se que o eu-lírico<br />

deseja a vinda dela, não obstante a dor que lhe causava este amor.<br />

Como se pode perceber, é possível transpor para a poesia de Bruno de Menezes algumas das<br />

marcas que corporificam a poesia simbolista do século XIX. A musicalidade, ainda não comentada, é<br />

outro elemento que, de maneira muito clara, se manifesta nos versos do poeta de Bailado Lunar.<br />

Palavras como Mar, Noite, Céus, são revestidas de grande força poética aparecendo constantemente na<br />

poesia simbolista.<br />

Há um grande poder sugestivo nos versos que escondem-revelam, ao mesmo tempo, assim<br />

como a valorização das imagens que compõem seus poemas, tornando-os um exemplo claro de poesia<br />

simbolista.


6. Conclusão<br />

Conhecer Bruno de Menezes no mundo da poesia é vivenciar um escritor que mudou os<br />

rumos da Literatura no Pará, que soube unir tradição e modernidade numa obra homogênea e que,<br />

definitivamente, consagra o gênio de um artista que pôde fazer da vida um exercício de poesia, e, da<br />

poesia, um exercício da vida.<br />

Ler seus poemas é sentir que o homem africano ainda nos acompanha, vive no seio da<br />

família brasileira, na mentalidade do nosso povo, em muitos aspectos de nossas relações sociais, pois à<br />

medida que os anos passam, aumenta o número de adeptos às suas crenças, cultos, cultura em geral.<br />

Consideramos, hoje, em relação à poesia de sua época – do Modernismo Paraense – que<br />

a contribuição de Bruno de Menezes foi verdadeiramente revolucionária e criadora.<br />

Devemos lembrar, ainda, que Bruno de Menezes foi um dos nossos maiores escritores e<br />

também, acima de tudo, um estudioso e dedicado pesquisador das coisas novas, dando a sua valiosa<br />

contribuição para o estudo do folclore paraense, como homem de ação em sua pregação e luta no<br />

Movimento Cooperativista, no que tange à análise dos poemas “Alta noite...” e “Lua ao Mar”.<br />

Em “Alta noite...” viveu o drama de um amor não correspondido, a tortura do afeto<br />

incompreendido, a dor, a angústia, a solidão e, por fim, a ansiedade sempre presente na esperança da<br />

volta do amado.


Com relação a “Lua ao Mar”, destaca-se de forma marcante o desvelar de toda uma<br />

poética, marcada pela presença da Natureza em seu mais completo grau de manifestação. Há uma<br />

exaltação carregada de gesto e movimentos, que deixa ao leitor a impressão de tratar-se da fotografia<br />

animada, cujo ritmo (a musicalidade) chega a ser uma característica essencial de sua obra poética<br />

folclórica.<br />

Finalizando, seus poemas traduzem com muita autenticidade, em qualquer obra, a<br />

vivacidade de um espírito inquieto, diante de penetrantes detalhes sociológicos, folclóricos, biológicos,<br />

atento sempre para a condição humana em sua finitude/infinitude.<br />

E que todos aqueles que em nossa terra vivem, mergulhem em sua obra poética e<br />

absorvam as mensagens nela contida, numa troca fértil leitor-autor que certamente resultará no<br />

enriquecimento de um e na revelação de outro.<br />

p. 11)<br />

7. Bibliografia<br />

BAU<strong>DE</strong>LAIRE, Baudelaire: biografia sobre o autor - p. 61<br />

BOSI, Alfredo, OP. Cit., p. 276<br />

CARPEAUX, Oto Maria, apud Afrãnio Coutinho, A Literatua no Brasil – 2ª ed. Vol. IV,<br />

ERNANI, Terra & NÍCOLA, José de – Curso Prático de LÍNGUA, LITERATURA &<br />

REDAÇÃO – Vol. 2 – Ed. Scipione – São Paulo - 1994<br />

MALLARME', Stephane. Mallarme - São Paulo - Perspectiva - 1991 p. 45<br />

<strong>MENEZES</strong>, Bruno de – OBRAS COMPLETAS – Lendo o Pará nº 14 – Edição Especial –<br />

Vol. 1 – Editora Cejup – Belém/PA – 1993


.<br />

RIMBAUD, Arthur – Uma temporada no Inferno – ed. Cultrix – 1988<br />

VERLAINE; Paul - Poémes Saturniens, 1866 - (Tradução de Augusto de Campos)<br />

VERLAINE, Paul - Festas Galantes, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983 - p. 19<br />

WILSON, Edmund. O Castelo de Axel - ed. Cultrix, 1979 - p.22

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