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BRUNO DE MENEZES: PRESENCA DO SIMBOLISMO - Unama

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linguagem, abandonada a si mesma, cria entre o concreto e o abstrato,<br />

o material e o ideal, e entre as diferentes esferas dos sentidos”<br />

Essas marcas – tão comuns na poesia dos simbolistas franceses – encontra na poesia de Bruno<br />

de Menezes solo fecundo. Veja-se, por exemplo, a terceira estrofe em que imagem, gosto, intuição, se<br />

misturam para dar vazão a versos carregados de simbolismo. Aqui, os instintos do mar, aquilo que<br />

representa, talvez, o abismo, sua magnitude, tem o verde da esmeralda e o gosto amargo do absinto,<br />

elementos presentes na vida e na poesia dos chamados “poetas malditos”.<br />

“Quisera penetrar nos teus instintos<br />

teu pélago de esmeraldas e absintos,<br />

como um náufrago na torva solidão...<br />

Na quarta e última estrofe, mais uma vez, reveste-se o mar da condição humana de sentir,<br />

animiza-se, pois. Os gemidos e revoltas simbolicamente representados como drama do coração<br />

humano, são, na verdade, metáforas que caracterizam o barulho das ondas e a agitação natural do mar.<br />

noite...<br />

E em meio às algas, de madeixas soltas,<br />

saber de teus gemidos e revoltas<br />

...drama eterno do humano coração.<br />

Passemos agora, para outra obra de grande genialidade de Bruno de Menezes, denominada Alta<br />

Alta noite...

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