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MUSEU DO BRINQUEDO EM SEIA: UM ABSURDO ... - Faced.ufu

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dia-a-dia do concelho e a região só beneficia com este processo dinâmico. A pensar nisso, os adultos<br />

da amostra colocam esta função em segundo lugar de importância 20 .<br />

Por último, este museu municipal, como tantos outros, é um contributo fundamental para a tão<br />

falada descentralização nacional e para valorizar zonas tão “esquecidas” como esta. Esta função foi,<br />

aliás, bem reconhecida pelos adultos que responderam ao inquérito. Infelizmente, a centralidade<br />

continua a ser apanágio do nosso país, e, se bem que tentativas houve para alterar a situação, o facto é<br />

que Portugal tem que deixar de ser “Lisboa e o resto”. Saliente-se, a este respeito, que 90% dos<br />

adultos inquiridos concorda que um Museu é um factor de desenvolvimento local. Portanto, segundo o<br />

público, iniciativas como a do Museu do Brinquedo de Seia justificam-se, entre outros motivos,<br />

porque permitem mostrar as potencialidades que persistem submersas no território português,<br />

sobretudo nos locais mais afastados dos grandes centros urbanos.<br />

CONCLUSÃO<br />

As linhas orientadoras saídas das convenções e congressos nacionais e internacionais<br />

respeitantes aos Museus, em geral, e aos Museus do Brinquedo, em particular, convergem na<br />

necessidade de terminar com a concepção estática e conservadora destas instituições. A estas<br />

orientações juntam-se as opiniões da maioria dos autores preocupados com a temática em apreço. 21<br />

Neste quadro, é hoje refutado o uso meramente expositivo e contemplativo desses espaços de<br />

cultura e, em contrapartida, reforçado o modelo dinâmico, onde se combina a interacção social, a<br />

aprendizagem, a comunicação, e reflexão em torno de mensagens sobre temas, preocupações e valores<br />

da sociedade actual. Assim, estão presentes nas funções dos novos museus evidentes preocupações<br />

socioculturais e axiológicas, no domínio emocional, ético, estético e ecológico. Ora, um espaço<br />

organizado em torno de um tema com uma carga tão simbólica, misteriosa e mágica como a infância e<br />

tudo o que lhe está associado – em especial as atitudes, actividades e objectos do domínio lúdico da<br />

cultura – terá, necessariamente, que despertar sentimentos profundos e indescritíveis, em crianças,<br />

jovens e adultos. Poderemos afirmar, como Vânia Sampaio, que “o Museu do Brinquedo representa<br />

um sentido abraço de sonho e ternura da nossa descuidada infância. É como se fosse um mergulho no<br />

faz-de-conta” 22 .<br />

Como já referimos, a generalidade dos autores que reflectem e investigam a evolução do<br />

processo museológico está de acordo com as novas funções que os museus devem desempenhar na<br />

sociedade actual. E, mais concretamente em relação aos museus do brinquedo, parece registar-se um<br />

consenso quanto às virtualidades educativas e culturais dos objectos de jogo e brincadeira que<br />

constituem o seu acervo. Com efeito, os brinquedos transportam-nos para um mundo outro, bem<br />

afastado da realidade rotineira e castradora de imaginação e de capacidade de transformação.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

AFOUILLOUX, J. C., A entrevista com a criança, Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980.<br />

Boletim Cultural na Rota das Palavras. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, VII Série. 1990.<br />

COELHO, Paulo, O Alquimista, Editora Pergaminho, 1ª edição, 1990.<br />

CUNHA, Nylse, Brinquedoteca. Um mergulho no brincar. S. Paulo: Editora Maltese Ltda., 1994.<br />

20 A seguir à de “desenvolvimento e descentralização”.<br />

21 Rivière, 1993; Varine, 1991; Moutinho, 2000; Marc Maure apud Férnandéz, 2001, entre outros.<br />

22 2002.

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