AMOSTRA 4222 A amostra é constituída por dois grupos diferentes, crianças e adultos, como se nota na tabela I e de várias idades, como podemos observar, respectivamente, nos gráficos 1 e 2. Classes etárias Classes etárias Tabela I Grupos N % Crianças 60 37.5 Adultos 100 62.5 Total 160 100 Caracterização do grupo de crianças por idades [11-14] [6-10] « 5 71-80 51-60 31-40 «20 7 13 0 10 20 30 40 50 1 3 4 6 Nº de crianças Gráfico 1 Classes etárias dos adultos 13 15 Gráfico 2 23 Nº de inquiridos 40 35
INSTR<strong>UM</strong>ENTOS Foram utilizados dois tipos de instrumentos de recolha de dados: •Questionário, destinado ao grupo de pais /educadores; •Entrevista estruturada, com base num formulário dirigido às crianças. 4223 As questões foram colocadas de um modo claro e acessível, atendendo às recomendações de Alfouilloux 17 . Sempre que se notaram algumas dificuldades de compreensão de uma palavra ou frase, por parte das crianças entrevistadas, esses termos foram explicados, para se tornarem perceptíveis. RESULTA<strong>DO</strong>S A Sala da “Gata Borralheira”, a oficina e a biblioteca foram os espaços que despertaram mais interesse nas crianças, o que vem justificar a ideia de que as pessoas gostam de visitar museus modernos, que utilizam novas tecnologias, em particular na área da informática ou da comunicação participativa. Deve relevar-se, ainda, o facto de somente uma pequeníssima percentagem das crianças visitantes (3,4%) estar à espera de encontrar computadores e vídeos no Museu do Brinquedo de Seia. Lembramos ainda que 53,4% das crianças entrevistadas entendia que um Museu é sobretudo uma “casa de antiguidades”, ao passo que apenas 11,6% a via como “um local de visita e diversão” e 6,6% como “local de exposição”. Estes dados sugerem que, à partida, as crianças esperavam sobretudo encontrar brinquedos antigos, mas que ficaram agradavelmente surpreendidas e interessadas com os computadores existentes, que puderam utilizar para colher informações acerca dos brinquedos de diversos países. A este respeito, Mário Moutinho refere que são estas instituições museológicas “onde o visitante é solicitado por um maior número de estímulos, que se têm mais desenvolvido nos últimos anos, atraindo multidões de turistas, de alunos, de visitantes desejosos de mergulharem no mundo das fábulas” 18 . Os resultados obtidos nesta questão vêm confirmar, pois, que no Museu do Brinquedo de Seia estão aplicadas as concepções da nova Museologia, perfilhadas por elevado número de autores 19 . Ainda no que concerne às respostas do grupo amostral de crianças, verificámos, como era esperado, que são sobretudo os adultos, pais e professores ou educadores, que tomam a iniciativa da visita ao Museu. Tal confirmação reforça a ideia de que a promoção da instituição museológica não deve incidir, apenas, no público infantil. Quanto a possíveis falhas, carências ou “pontos fracos” do Museu do Brinquedo, a maioria das crianças entrevistadas (61,7%) não as referiu, indicador positivo, que consideramos associado a um elevado grau de satisfação. Embora não atinjam valores muito elevados, devem merecer reflexão as sugestões para o aumento de actividades e de brinquedos. Em termos de apreciação geral por parte das crianças que integraram a nossa amostra, os resultados também nos parecem animadores e gratificantes, pois os respondentes que, em relação ao Museu, usaram adjectivos que traduzem um juízo de valor positivo (“interessante”, “bonito”, “agradável”, “muito bom”...), totalizaram 93%. A análise dos dados provenientes dos questionários respondidos pelos adultos, complementados pelos respeitantes aos testemunhos espontâneos dados pelos visitantes, permite verificar que aos museus (e ao Museu do Brinquedo, em concreto) são atribuídas várias funções: 17 1980. 18 1989:16. 19 Esta, impulsionada por Georges Henri Rivière.