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danilo moulin sales correlação interobservador ... - (DDI) - UNIFESP

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DANILO MOULIN SALES<br />

CORRELAÇÃO INTEROBSERVADOR DAS ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS<br />

DAS VIAS BILIARES EM PACIENTES COM ESQUISTOSSOMOSE MANSONI<br />

PELA COLANGIORRESSONÂNCIA MAGNÉTICA.<br />

Tese apresentada à Universidade Federal de São<br />

Paulo – Escola Paulista de Medicina, para<br />

obtenção do Título de Mestre em Ciências<br />

Orientador: Prof.Dr.Jacob Szejnfeld<br />

Co-orientador: Dr.David Carlos Shigueoka<br />

São Paulo<br />

2009


Sales, Danilo Moulin<br />

Avaliação das alterações morfológicas das vias biliares em pacientes com<br />

esquistossomose mansoni pela Colangiorressonancia Magnética: <strong>correlação</strong><br />

intra e inter observador / Danilo Moulin Sales. São Paulo, 2009.<br />

xiii, 36f.<br />

Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de<br />

Medicina. Programa de pós-graduação em Radiologia Clínica.<br />

Título em inglês: Morfological biliary tree changes evaluation by Cholangio<br />

Magnetic Resonance in Schistosomiasis mansoni infected patients: intercorrelation<br />

observer agreement.<br />

1.Esquistossomose Mansoni. 2. Imagem por Ressonancia Magnética.<br />

3.Colangiografia. 4. Ductos biliares.


Chefe do Departamento:<br />

Prof.Dr.Sergio Aron Ajzen<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO<br />

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA<br />

DEPARTAMENTO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM<br />

Coordenador do Curso de Pós-graduação:<br />

Prof.Dr.Giuseppe D’Ippolito<br />

iii


À minha esposa, Valéria, e à minha filha, Bárbara, fontes e objetos de amor,<br />

ambas fundamentais na minha vida.<br />

iv


Agradecimentos<br />

Ao Prof. Dr. Jacob Szejnfeld, que me acolheu nesta instituição dando início a<br />

minha vida acadêmica, pela sua orientação e ensinamentos, meu sincero<br />

agradecimento.<br />

Ao amigo, Dr. David Carlos Shigueoka, grande incentivador em todo o<br />

processo de elaboração da tese, tranquilizador em momentos de esmorecimento e<br />

companheiro durante todo o percurso, muito obrigado.<br />

Ao Prof. Dr. Giuseppe D’Ippolito, pelos muitos ensinamentos e conselhos<br />

dispensados a mim, todos de grande importância e aproveitamento.<br />

Ao amigo, Dr. José Eduardo Mourão Santos, pelo incentivo, orientação, idéias<br />

e grande ajuda na elaboração deste trabalho.<br />

Ao Dr. Alberto Ribeiro de Souza Leão, amigo e companheiro nos momentos<br />

mais laboriosos deste trabalho.<br />

À Profa. Andrea Puchnick, pela grande ajuda e orientação nas diversas etapas<br />

da elaboração técnica desta tese e mais ainda pela inestimável amizade.<br />

Ao Prof. Dr. Durval Rosa Borges, pelo incentivo à pesquisa da<br />

esquistossomose mansoni e aos membros da sua equipe, Dr. Paulo Eugênio Brant e<br />

Dra. Luciane Aparecida Kopke de Aguiar, pelo auxílio na seleção dos pacientes.<br />

Ao Prof. Dr. Ramiro Colleoni Neto, pela ajuda na seleção de pacientes,<br />

permitindo a continuidade do trabalho, meu muito obrigado.<br />

Aos tecnólogos, Giuliano Martins de Oliveira e Júlio Cesar Soares Batista e ao<br />

biomédico, Benedito Herbert de Souza, que me ajudaram a realizar os exames que<br />

fazem parte deste trabalho, pela dedicação e amizade.<br />

Aos enfermeiros, Josefa Martins Alves e Paulo Silvano Silva e à auxiliar de<br />

enfermagem, Conceição de Oliveira que, com tanto carinho, trataram todos os<br />

envolvidos nesta pesquisa, principalmente os pacientes.<br />

v


Às Sras. Maria Rosa Honório da Silva, Giselle Cini Sobral e Ana Lúcia Brito dos<br />

Santos e às Srtas. Célia Virgínia Garcia de Oliveira, Patrícia Bonomo e Marina André<br />

da Silva pela amizade e colaboração, durante minha vida acadêmica na EPM.<br />

Aos pós-graduandos, residentes e ex-residentes do Departamento de<br />

Diagnóstico por Imagem com quem convivi nestes últimos anos, em especial às<br />

amizades que fiz aqui.<br />

Aos pacientes, que fizeram parte deste estudo, pela sua disponibilidade,<br />

cooperação e compreensão.<br />

vi


"A ausência da evidência não significa evidência da ausência."<br />

vii<br />

Carl Sagan (1934-1996)


Sumário<br />

Dedicatória............................................................................................................................................ iv<br />

Agradecimentos .................................................................................................................................. v<br />

Listas ...................................................................................................................................................... x<br />

Resumo.................................................................................................................................................. xiii<br />

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 1<br />

1.1 Objetivos ........................................................................................................................................ 3<br />

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................................... 4<br />

2.1 Colangiopancreatografia por ressonância magnética...................................................... 4<br />

2.2 Colangiopatia na esquistossomose mansoni ..................................................................... 5<br />

3 MÉTODOS ........................................................................................................................................ 8<br />

3.1 Casuística ...................................................................................................................................... 8<br />

3.1.1 Critérios de inclusão................................................................................................................ 8<br />

3.1.2 Critérios de não-inclusão....................................................................................................... 8<br />

3.1.3 Critérios de exclusão .............................................................................................................. 9<br />

3.2 Exames de ressonancia magnética....................................................................................... 9<br />

3.2.1 Padronização da análise dos exames de RM................................................................. 9<br />

3.2.2 Alterações das vias biliares consideradas pela CPRM................................................ 10<br />

3.3 Análise Estatística ....................................................................................................................... 12<br />

4 RESULTADOS ................................................................................................................................ 14<br />

4.1 Avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> nas alterações das vias biliares<br />

observadas pela CPRM....................................................................................................................<br />

14<br />

4.2 Frequência de alteração da via biliar considerada pelos examinadores, por<br />

segmento da árvore biliar.................................................................................................................<br />

17<br />

4.3 Correlação entre a presença de alteração na via biliar pela CPRM e a GGT<br />

sérica ......................................................................................................................................................<br />

18<br />

5 DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 20<br />

6 CONCLUSÕES................................................................................................................................ 25<br />

7 ANEXOS............................................................................................................................................ 26<br />

8 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................<br />

Abstract<br />

Bibliografia Consultada<br />

31<br />

viii


Lista de figuras<br />

Figura 1 Alterações observadas das vias biliares............................................................... 10<br />

Figura 2 Alterações observadas das vias biliares............................................................... 11<br />

Figura 3 Alterações observadas das vias biliares............................................................... 12<br />

Figura 4<br />

Figura 5<br />

Figura 6<br />

Figura 7<br />

Seqüência SSTSE mostrando árvore biliar considerada harmônica e<br />

outra com distorção..................................................................................................... 12<br />

Frequência de alteração do hepatocolédoco considerada pelos<br />

examinadores................................................................................................................ 17<br />

Frequência de ductos hepáticos direito e esquerdo considerados<br />

normais ou alterados pelos examinadores .......................................................... 17<br />

Frequência de ductos de segunda ordem considerados normais ou<br />

alterados pelos examinadores ................................................................................. 18<br />

ix


Lista de quadros e tabelas<br />

Quadro 1 Classificação dos valores de kappa adotados nesta pesquisa.............................. 13<br />

Tabela 1 Avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> quanto à caracterização de<br />

afilamento da via biliar ................................................................................................... 14<br />

Tabela 2 Avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> quanto à caracterização de<br />

estenose dos ductos biliares ........................................................................................ 14<br />

Tabela 3 Avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> quanto à caracterização de<br />

dilatação dos ductos biliares......................................................................................... 15<br />

Tabela 4 Avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> quanto à caracterização de<br />

irregularidade dos ductos biliares ................................................................................ 15<br />

Tabela 5 Avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> quanto à caracterização de<br />

distorção da árvore biliar ............................................................................................... 16<br />

Tabela 6 Avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> quanto à caracterização de<br />

qualquer alteração na via biliar .................................................................................... 16<br />

Tabela 7 Correlação entre a alteração da via biliar e a GGT sérica ...................................... 18<br />

x


% porcentagem<br />

2-D bidimensional<br />

3-D tridimensional<br />

CBP cirrose biliar primária<br />

Lista de abreviaturas e símbolos<br />

CEP colangite esclerosante primária<br />

cm centímetro<br />

CPRE colangiopancreatografia retrógrada endoscópica<br />

CPRM colangiopancreatografia por ressonancia magnética<br />

CTPH colangiografia transparieto-hepática<br />

<strong>DDI</strong> Departamento de Diagnóstico por Imagem<br />

DHD ducto hepático direito<br />

DHE ducto hepático esquerdo<br />

DP desvio-padrão<br />

FA fosfatase alcalina<br />

FSE fast spin-echo<br />

FISP fast imaging with steady state precession<br />

FLASH fast low angle shot<br />

g grama<br />

GGT gamaglutamiltransferase<br />

GRE gradiente eco<br />

HASTE half-Fourier single shot turbo spin echo<br />

IC intervalo de confiança<br />

κ kappa<br />

MAO monoamino-oxidase<br />

xi


mm milímetro<br />

mT/m militesla/metro<br />

OMS Organização Mundial da Saúde<br />

PC phase contrast<br />

RARE half-Fourier rapid acquisition with relaxation enhancement<br />

RM ressonância magnética<br />

SE spin-echo<br />

SS single shot<br />

SSFP steady-state free precession<br />

SSTSE single shot turbo spin-echo<br />

T1 tempo de relaxamento longitudinal<br />

T2 tempo de relaxamento transversal<br />

TC tomografia computadorizada<br />

TE tempo de eco<br />

TR tempo de repetição<br />

TRUFI TM true FISP (true fast imaging with steady state precession)<br />

TSE turbo spin eco<br />

<strong>UNIFESP</strong> Universidade Federal de São Paulo<br />

US ultrassonografia<br />

VIBE volume interpolated breath hold examination<br />

xii


Resumo<br />

Objetivos: Descrever as alterações das vias biliares intra e extra-hepáticas pela colangiografia por<br />

ressonância magnética (CPRM) na esquistossomose hepatesplênica. Avaliar a concordância<br />

<strong>interobservador</strong> da CPRM na detecção de colangiopatia esquistossomótica. Métodos: Foi<br />

realizado estudo prospectivo e transversal em 24 pacientes portadores de esquistossomose<br />

mansoni com a forma hepatesplênica, sem sinais clínico-laboratoriais de hepatopatias associadas<br />

e em seis pacientes sem doença hepática conhecida, como grupo controle, com avaliação da via<br />

biliar com colangiografia por ressonância magnética. Foram analisados os seguintes padrões de<br />

alteração da via biliar: distorção ou desarranjo, afilamento, estenose, dilatação e irregularidade. Foi<br />

calculada a concordância interobsevador na caracterização de alteração da via biliar e suas<br />

alterações utilizando-se o teste de McNemar e o índice Kappa. Foi também estudada a relação<br />

entre a ocorrência de alteração da via biliar com o nível serico da gamaglutamiltransferase.<br />

Resultados: A concordância <strong>interobservador</strong> na caracterização de distorção e afilamento da via<br />

biliar foi quase perfeira (k = 0,867; intervalo de confiança [IC] 95% [0,512 – 1,0] e k = 0,865; IC<br />

95% [0,51 – 1,0], respectivamente). Em relação às outras variáveis, a concordância foi substancial<br />

para a estenose (k = 0,78; IC 95% [0,424 – 1,0]), moderada para dilatação (k = 0,595; IC 95%<br />

[0,247 – 0,942]) e regular para afilamento (k = 0,229; IC 95% [0,095 – 0,552]). A concordância<br />

foi também substancial quando se considerou qualquer tipo de alteração da árvore biliar (k =<br />

0,722; IC 95% [0,364 – 1,0]) Conclusões: As alterações observadas nas vias biliares desses<br />

pacientes foram, em ordem decrescente de ocorrência: afilamento, distorção, estenose, dilatação e<br />

irregularidade. A concordância <strong>interobservador</strong> para sinais de colangiopatia esquistossomótica foi<br />

quase perfeita para distorção e afilamento e substancial para estenose.<br />

xiii


1 INTRODUÇÃO<br />

Dentre as doenças parasitárias que assolam o mundo, a esquistossomose<br />

constitui uma das predominantes, calculando-se em duzentos a trezentos milhões de<br />

pessoas atingidas em mais de setenta e quatro países. (1-10) São três os principais tipos<br />

de esquistossomose no mundo: a mansônica, a japônica e a hematóbia. No Brasil, a<br />

esquistossomose mansoni atinge uma população estimada entre oito a dezoito milhões<br />

de indivíduos infectados, distribuídos numa faixa endêmica que se estende do Rio<br />

(1, 5, 10-20)<br />

Grande do Norte até Minas Gerais.<br />

A esquistossomose mansoni desenvolve-se em três estágios: a penetração<br />

pela cercária, a esquistossomose aguda e a esquistossomose crônica. A<br />

esquistossomose crônica manifesta-se em duas formas anatomopatológicas e<br />

clinicamente distintas: a forma hepatointestinal e a hepatesplênica. A hepatesplênica<br />

representa a forma mais grave da doença, levando à hipertensão portal, à<br />

(21, 22)<br />

esplenomegalia e à circulação venosa porto-sistêmica colateral.<br />

Na forma crônica, contata-se uma preservação relativa da função hepática,<br />

cursando com um quadro de hipertensão portal, caracteristicamente independente da<br />

ocorrência de lesão hepatocelular. (23) No fígado, o substrato anatômico da doença, que<br />

leva à forma letal da esquistossomose mansoni com o quadro de hipertensão portal, é<br />

a extensa fibrose dos espaços periportais. Essa fibrose faz parte do processo de<br />

cicatrização que segue a reação inflamatória granulomatosa aguda, ao redor dos ovos<br />

de schistosoma aprisionados nos pequenos vasos hepáticos. (24-26)<br />

Um dos aspectos que tem chamado a atenção na patogênese da<br />

esquistossomose é o envolvimento secundário da via biliar pelo processo inflamatório<br />

(1, 19, 27)<br />

periportal.<br />

Em sua tese de doutorado, Ganc mostrou que as alterações portais<br />

decorrentes de diversas doenças crônicas hepáticas, se correlacionavam com<br />

alterações dos ductos biliares, dada a íntima relação dessas estruturas. (28) Nesse<br />

estudo, com o uso de colangiografia percutânea e pós-morte de fígados<br />

esquistossomóticos, foram observadas alterações da árvore biliar intra-hepática com<br />

características desarmônicas, distorções ductais, irregularidades das paredes,


impressões micronodulares, estenoses focais curtas e aumento do número de ângulos<br />

obtusos de ramos biliares. Além disso, nos estudos colangiográficos desses fígados,<br />

percebeu-se um enchimento ductal pobre, nas colangiografias pós-morte, e rico nas<br />

transparieto-hepáticas, inferindo diminuição da complacência hepática pelo processo<br />

fibrótico. Notou-se ainda um paralelismo entre as alterações observadas no sistema<br />

portal e no biliar. (28)<br />

Os métodos diagnósticos invasivos mais comumente utilizados para o estudo<br />

da árvore biliar são a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) e a<br />

colangiografia transparieto-hepática (CTPH). Mais recentemente a<br />

colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) veio proporcionar imagens<br />

colangiográficas semelhantes às da CPRE, sem o inconveniente e as complicações de<br />

um procedimento invasivo, além disso, com a vantagem de se estudar o parênquima<br />

hepático, o sistema porta e outras alterações relacionadas à hipertensão portal. (29-31)<br />

Assim, as alterações das vias biliares puderam ser acessíveis por um método<br />

não invasivo, o que nos motivou buscar um melhor entendimento das alterações das<br />

vias biliares nos pacientes esquistossomóticos. Propomos validar o método de imagem,<br />

por meio da avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> e analisar as principais<br />

alterações morfológicas percebidas nas vias biliares desses pacientes.<br />

2


1.1 Objetivos<br />

1. Descrever as alterações das vias biliares intra e extra-hepáticas na CPRM, mais<br />

frequentemente observadas, na esquistossomose hepatesplênica.<br />

2. Avaliar a concordância <strong>interobservador</strong> da CPRM, na detecção de colangiopatia<br />

esquistossomótica.<br />

3


2.1 Colangiopancreatografia por ressonância magnética<br />

4<br />

2 REVISÃO DA LITERATURA<br />

Desde sua descrição original, em 1991 a colangiopancreatografia por<br />

ressonância magnética (CPRM) tem sido reconhecida, cada vez mais, como método de<br />

imagem não invasivo de escolha para o estudo das vias biliares. Tem substituido a<br />

colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), sobretudo nos casos em que,<br />

inicialmente, uma intervenção endoscópica não é nem esperada nem desejada. (32,<br />

33) Isso ocorre pelo fato de a CPRE constituir um método invasivo, sujeito a<br />

complicações, sendo as mais comuns a pancreatite, a hemorragia, a colangite e a<br />

(32, 34)<br />

perfuração.<br />

A CPRM pode ser executada com uma variedade de sequências fortemente<br />

ponderadas em T2. Baseia-se na demonstração das estruturas anatômicas contendo<br />

fluidos estacionários (vesícula biliar, vias biliares e ductos pancreáticos) que se<br />

apresentam com hipersinal, enquanto as estruturas sólidas circunvizinhas e o sangue<br />

circulante se apresentam com hipossinal. O conteúdo, característicamente líquido<br />

contido nessas estruturas, serve assim como meio de contraste intrínseco e desta<br />

forma cria-se uma condição de imagem ideal para o seu estudo. (29)<br />

Desde a primeira utilização da CPRM, avanços técnicos têm sido empregados,<br />

com melhoria das imagens e, tanto a rapidez quanto a praticidade na aquisição das<br />

mesmas. Seqüências rápidas permitiram a visualização do sistema ductal<br />

pancreatobiliar, aplicando-se sequências em apnéia, além das já utilizadas sequências<br />

com sincronização respiratória. Outra vantagem da CPRM é a sua capacidade<br />

multiplanar, que possibilita conseguir imagens em qualquer plano espacial, facilitando a<br />

determinação mais exata da topografia de determinadas lesões biliares. (35) Pode-se<br />

utilizar uma variedade de sequências na CPRM. No início, foi usada a sequência spinecho<br />

(SE) convencional e, com o tempo, além de mudanças nela efetuadas, foram<br />

introduzidas outras como as fast spin-echo (FSE), tanto bidimensionais quanto<br />

tridimensionais (2D-FSE e 3D-FSE, respectivamente). Dessa forma, com o auxílio de<br />

programas utilizando-se de algoritmos de máxima intensidade de projeção, foi possível<br />

obter imagens em três dimensões, a partir do volume de imagens conseguido com as


sequências supracitadas. Outras sequências mais novas se seguiram como a steadystate<br />

free precession (SSFP) e a half-Fourier rapid acquisition with relaxation<br />

enhancement (RARE). Soma-se a essas técnicas com cortes múltiplos outra forma de<br />

aquisição de imagens por meio da utilização de sequências com um único corte de<br />

maior espessura (usualmente de 30 a 70 mm), aplicado no plano de interesse,<br />

adquirido em cerca de um a dois segundos, gerando uma imagem bidimensional da<br />

(29, 36, 37)<br />

árvore biliar.<br />

A acurácia da CPRM é comparável à da CPRE para a avaliação de<br />

coledocolitíase, obstrução maligna, pancreatite crônica e variantes anatômicas. Pode<br />

revelar anormalidades de segmentos de ductos biliares e também pancreáticos não<br />

visualizados pela CPRE nos casos em que há obstrução do fluxo do contraste, quando,<br />

então, o segmento distal ao ponto de obstrução não pode ser preenchido pelo<br />

mesmo. (38-41)<br />

Assim, pode-se afirmar que a CPRM revolucionou a forma do manejo do<br />

paciente com icterícia obstrutiva e tantos outros colangiopatas, no que concerne à<br />

possibilidade de um diagnóstico preciso dessas enfermidades, sem a necessidade de<br />

um procedimento invasivo com potenciais complicações, ou da exposição do paciente<br />

à radiação ionizante.<br />

2.2 Colangiopatia na esquistossomose mansoni<br />

Além das doenças que afetam, primariamente, os ductos biliares intrahepáticos,<br />

como por exemplo, a cirrose biliar primária e a colangite esclerosante, uma<br />

série de doenças inflamatórias hepáticas pode afetar, secundariamente, o sistema<br />

biliar, podendo ou não apresentar repercussão clínica.<br />

O nosso interesse para melhor entendimento das patologias das vias biliares<br />

se baseia na importância dessas estruturas e pela frequência com que observamos<br />

alterações nas mesmas. Esse fato se deve, principalmente, à alta sensibilidade das<br />

vias biliares às alterações inflamatórias porto-hepáticas adjacentes. (42)<br />

Há registros de que os ductos biliares intra-hepáticos são lesados, ou<br />

apresentam alterações morfológicas, no curso da esquistossomose mansoni, tanto<br />

5


experimental quanto humana. Em um estudo experimental com camundongos<br />

observou-se que os ductos biliares apresentavam resposta proliferativa, após a<br />

infecção esquistossomótica, desde sua fase precoce de infestação. Advertiu-se, ainda,<br />

que essa proliferação ductal não tinha desenvolvido regressão, mesmo dez semanas<br />

após o tratamento antiparasitário específico. Isso é um contraponto em relação a outras<br />

patologias biliares que cursam com hiperplasia ductal. Usualmente, há regressão após<br />

a eliminação do fator etiológico determinante. (42) Citamos como exemplo disso a cirrose<br />

biliar secundária à ligadura do ducto biliar principal em ratos, em que se nota regressão<br />

quase completa da fibrose e da hiperplasia ductal depois do restabelecimento da<br />

drenagem biliar. (43-45) Torna-se uma possível explicação para isso o fato de que,<br />

mesmo após o tratamento antiparasitário da esquistossomose mansoni, a persistência<br />

de vermes mortos em desintegração possa servir de estímulo inflamatório para a<br />

manutenção do processo.<br />

Em um estudo realizado em humanos portadores de esquistossomose<br />

mansoni, Vianna et al. acharam alterações indicadoras de lesão nos ductos biliares<br />

como fibrose periductal, hiperplasia de epitélio ductal, degeneração ductal e<br />

proliferação ductular marginal. Descobriram <strong>correlação</strong> entre a presença das variáveis<br />

“degeneração ductal” e “proliferação ductular” e a presença do parasita no<br />

hospedeiro. (46) Esses autores descreveram ainda sinais de aumento da secreção<br />

mucinosa nos ductos biliares, o que seria interpretado, inicialmente, como uma<br />

característica secundária à hiperplasia ductal.<br />

Dessa forma, os ductos biliares mostram uma resposta proliferativa diante das<br />

alterações inflamatórias circunvizinhas determinadas pelo S. mansoni nos espaços<br />

porta. Apesar dessas alterações serem bem evidentes histopatologicamente, elas<br />

ainda não têm significado funcional ou prognóstico conhecido. (42)<br />

Quanto às alterações morfológicas macroscópicas das vias biliares de<br />

pacientes esquistossomóticos, visualizadas por métodos de imagem, podemos<br />

mencionar a distorção ductal, as impressões nodulares, as irregularidades e as<br />

estenoses. (28)<br />

Diante do que já foi exposto, fundamentado pelas alterações morfológicas das<br />

vias biliarese e ainda validado pelas modificações enzimáticas frequentes nos<br />

6


pacientes estudados, podemos incluir a esquistossomose mansoni nas doenças<br />

colestáticas ditas ductopênicas.<br />

7


3.1 Casuística<br />

8<br />

3 MÉTODOS<br />

Entre fevereiro de 2005 e fevereiro de 2007, procedeu-se a estudo<br />

observacional e transversal para avaliar a via biliar por meio da CPRM, em 30<br />

pacientes, sendo 24 pacientes portadores de esquistossomose mansoni com a forma<br />

hepatesplênica e seis pacientes sadios tidos como grupo controle. Este estudo foi<br />

conduzido no Hospital São Paulo – Universidade Federal de São Paulo (<strong>UNIFESP</strong>). Os<br />

pacientes eram provenientes do serviço de Gastroenterologia Clínica e de<br />

Gastroenterologia Cirúrgica da <strong>UNIFESP</strong>. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de<br />

Ética em Pesquisa da <strong>UNIFESP</strong> (CEP 1667/05 – anexo 1). Obteve-se o consentimento<br />

informado de cada paciente. O grupo estudado foi composto por 17 homens e 13<br />

mulheres, com idade variável entre 23 e 72 anos e média de 40 anos (anexo 2).<br />

3.1.1 Critérios de inclusão<br />

Os critérios de inclusão foram:<br />

a) Idade acima de 18 anos;<br />

b) Paciente com diagnóstico de esquistossomose: biópsia retal ou forte evidência<br />

clínico-laboratorial (coproparasitológico positivo, padrão de fibrose periportal na US)<br />

(47, 48)<br />

e epidemiológica (contato com rios e lagoas em área endêmica);<br />

3.1.2 Critérios de não-inclusão<br />

Os critérios de não-inclusão foram:<br />

a) Paciente portador de outras hepatopatias crônicas detectadas por exames<br />

laboratoriais e investigação epidemiológica nas consultas iniciais;


) Paciente em uso continuado de fármacos previsivelmente hepatotóxicos;<br />

c) Paciente com sorologia positiva para as hepatites B e C;<br />

d) Paciente com ingestão > 160 g/semana de álcool;<br />

e) Pacientes com contraindicação ao exame de RM (marcapasso cardíaco, implante<br />

coclear, claustrofobia, clipe de aneurisma cerebral).<br />

3.1.3 Critérios de exclusão<br />

Os critérios de exclusão foram:<br />

a) Exames incompletos;<br />

b) Exames considerados de qualidade inadequada.<br />

3.2 Exames de Ressonância Magnética<br />

Todos os exames foram realizados em equipamento de alto campo operando<br />

em 1,5 Tesla e gradiente de 40 mT/m (Magnetom Symphony TM ; Siemens – Erlangen,<br />

Alemanha) com bobina de sinergia. No anexo 3, estão relacionadas as sequências de<br />

RM usadas nesta pesquisa e seus parâmetros técnicos. Foi estabelecido um jejum de<br />

seis a oito horas antes da realização dos exames.<br />

3.2.1 Padronização da análise dos exames de RM<br />

Os exames de RM foram interpretados por dois médicos radiologistas (JEMS e<br />

DCS), ambos com mais de dez anos de experiência em radiologia do abdome,<br />

denominados examinador 1 e 2, respectivamente. A avaliação dos exames de RM foi<br />

efetuada de forma independente e cega. Foram analisadas as sequências de imagem<br />

SSTSE e 3D TSE Restore. Avaliaram-se alterações das vias biliares por meio de<br />

critérios estabelecidos previamente, conforme discriminados no item abaixo.<br />

9


3.2.2 Alterações das vias biliares consideradas pela CPRM<br />

Foram consideradas as seguintes alterações das vias biliares:<br />

(49, 50)<br />

• Distorção e/ou desarranjo – desvio irregular dos trajetos dos ductos ou distribuição<br />

desarmônica dos mesmos.<br />

• Afilamento – estreitamento ou alongamento difuso de um ducto biliar.<br />

• Estenose – estreitamentos focais do calibre dos ductos.<br />

• Dilatação – aumento do calibre ductal quando comparado com segmentos<br />

adjacentes do mesmo nível.<br />

• Irregularidade – presença de saliências ou reentrâncias nas paredes dos ductos.<br />

Preferiu-se a sequência volumétrica para caracterização das pequenas<br />

alterações focais das vias biliares. As sequências SSTSE prestaram-se,<br />

predominantemente, para a caracterização de alterações na morfologia estrutural e<br />

distribuição das vias biliares (figura 4).<br />

A B<br />

Figura 1. Alterações observadas das vias biliares.<br />

A – Estenose (seta longa) e dilatação (seta curta); B – ditação focal.<br />

10


A<br />

B<br />

Figura 2. Alterações observadas das<br />

vias biliares.<br />

A – afilamento; B – irregularidade.<br />

11


A B<br />

Figura 3. Alterações observadas das vias biliares.<br />

A e B – afilamento e distorção de ductos de segunda ordem.<br />

A B<br />

Figura 4. Seqüência SSTSE mostrando árvore biliar considerada harmônica (A) e com distorção (B).<br />

3.3 Análise Estatística<br />

A concordância entre os observadores foi avaliada pelo teste McNemar e foram<br />

também calculados os índices Kappa (k) e o respectivo intervalo de confiança de 95%<br />

(IC 95%).<br />

12


O Kappa representa uma medida de concordância <strong>interobservador</strong> que avalia o<br />

grau de concordância além do que seria esperado tão somente pelo acaso. Esta<br />

medida de concordância tem como valor máximo o um, significando total concordância;<br />

os valores próximos e até abaixo de zero indicam nenhuma concordância, ou a<br />

concordância constituiu, exatamente, a esperada pelo acaso. Assim, quando temos,<br />

numa análise, indicação de que existe alguma concordância (k > 0), resta-nos ainda<br />

estabelecer quão significativa é essa concordância. Para o valor ou peso de kappa foi<br />

adotada a categorização de acordo com Landis e Koch:<br />

Quadro 1. Classificação dos valores de kappa adotados nesta pesquisa.<br />

Valores de kappa<br />

Interpretação<br />

< 0 Sem concordância<br />

0 – 0,20 Concordância fraca<br />

0,21 – 0,40 Concordância regular<br />

0,41 – 0,60 Concordância moderada<br />

0,61 – 0,80 Concordância substancial<br />

0,81 – 1,00 Concordância quase perfeita<br />

Fonte: Landis JR, Koch GG. ()<br />

A associação entre alteração da via biliar e GGT foi avaliada com o teste exato<br />

de Fisher.<br />

Os valores de p


4 RESULTADOS<br />

4.1 Avaliação da concordância <strong>interobservador</strong> nas alterações das vias biliares<br />

observadas pela CPRM<br />

Tabela 1 – AVALIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA INTEROBSERVADOR QUANTO À<br />

CARACTERIZAÇÃO DE AFILAMENTO DA VIA BILIAR<br />

Examinador 1 Examinador 2<br />

sim não Total<br />

sim 12 2 14<br />

não 0 16 16<br />

Total 12 18 30<br />

Quanto à caracterização de afilametno da via biliar pela CPRM, houve<br />

concordância quase perfeita entre os observadores (k = 0,865; intervalo de confiança<br />

[IC] 95% [0,51 – 1,0]).<br />

Tabela 2 – AVALIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA INTEROBSERVADOR QUANTO À<br />

CARACTERIZAÇÃO DE ESTENOSE DOS DUCTOS BILIARES<br />

Examinador 1 Examinador 2<br />

sim não Total<br />

sim 9 1 10<br />

não 2 18 20<br />

Total 11 19 30<br />

Quanto à caracterização de estenose da via biliar pela CPRM, houve<br />

concordância substancial entre os observadores (k = 0,78; IC 95% [0,424 – 1,0]).<br />

14


Tabela 3 – AVALIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA INTEROBSERVADOR QUANTO À<br />

CARACTERIZAÇÃO DE DILATAÇÃO DOS DUCTOS BILIARES<br />

Examinador 1 Examinador 2<br />

sim não Total<br />

sim 6 1 7<br />

não 4 19 23<br />

Total 10 20 30<br />

Quanto à caracterização de dilatação da via biliar pela CPRM, houve<br />

concordância moderada entre os observadores (k = 0,595; IC 95% [0,247 – 0,942]).<br />

Tabela 4 – AVALIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA INTEROBSERVADOR QUANTO À<br />

CARACTERIZAÇÃO DE IRREGULARIDADE DOS DUCTOS BILIARES<br />

Examinador 1 Examinador 2<br />

sim não Total<br />

sim 3 7 10<br />

não 2 18 20<br />

Total 5 25 30<br />

Quanto à caracterização de irregularidade da via biliar pela CPRM, houve<br />

concordância regular entre os observadores (k = 0,229; IC 95% [0,095 – 0,552]).<br />

15


Tabela 5 – AVALIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA INTEROBSERVADOR QUANTO À<br />

CARACTERIZAÇÃO DE DISTORÇÃO DA ÁRVORE BILIAR<br />

Examinador 1 Examinador 2<br />

sim não Total<br />

sim 15 0 15<br />

não 2 13 15<br />

Total 17 13 30<br />

Quanto à presença de distorção da via biliar, os examinadores apresentaram<br />

uma concordância quase perfeita (k = 0,867; IC 95% [0,512 – 1,0]).<br />

Tabela 6 – AVALIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA INTEROBSERVADOR QUANTO À<br />

CARACTERIZAÇÃO DE QUALQUER ALTERAÇÃO NA VIA BILIAR<br />

Examinador 1 Examinador 2<br />

sim não Total<br />

sim 10 2 12<br />

não 2 16 18<br />

Total 12 18 30<br />

De uma forma geral, considerando-se a presença ou ausência de qualquer tipo<br />

de alteração na árvore biliar, a concordância entre os examinadores foi substancial (k =<br />

0,722; IC 95% [0,364 – 1,0]).<br />

16


4.2 Frequência de alteração da via biliar considerada pelos examinadores, por<br />

segmento da árvore biliar<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

80%<br />

87%<br />

20%<br />

Não Sim<br />

alt_coledoco<br />

13%<br />

Examinador 1<br />

Examinador 2<br />

Figura 5: Frequência de alteração do hepatocolédoco considerada pelos examinadores.<br />

Na figura 5 demonstramos, por gráfico, a distribuição percentual de<br />

hepatocolédocos considerados como normais ou alterados, conforme avaliação de<br />

cada um dos examinadores.<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

47%<br />

47%<br />

53%<br />

Não Sim<br />

DHD/DHE<br />

53%<br />

Examinador 1<br />

Examinador 2<br />

Figura 6: Frequência de ductos hepáticos direito e esquerdo, considerados normais<br />

ou alterados pelos examinadores.<br />

17


Na figura 6 demonstramos, por meio de gráfico, o percentual de ductos<br />

hepáticos direito e esquerdo considerados normais e alterados conforme cada um dos<br />

examinadores.<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

17%<br />

11%<br />

83%<br />

89%<br />

Normal Alterado<br />

2 ordem<br />

Examinador 1<br />

Examinador 2<br />

Figura 7: Frequência de ductos de segunda ordem considerados normais ou<br />

alterados pelos examinadores.<br />

A figura 7 demonstra, por meio de gráfico, o percentual de ductos biliares de<br />

segunda ordem, considerados pelos examinadores com normais ou alterados.<br />

4.3 Correlação entre a presença de alteração na via biliar pela CPRM e a GGT<br />

sérica<br />

Tabela 7 – CORRELAÇÃO ENTRE A ALTERAÇÃO DA VIA BILIAR E A GGT SÉRICA<br />

alteração da via biliar GGT<br />

normal elevada Total<br />

não 0 2 2<br />

sim 9 7 16<br />

Total 9 9 18<br />

18


Utilizamos a leitura do examinador 2 para a <strong>correlação</strong> entre a presença de<br />

alteração na via biliar com ocorrência de elevação da GGT. O valor de p encontrado foi<br />

0,471, não sendo significante.<br />

19


20<br />

5 DISCUSSÃO<br />

O significado clínico das alterações dos ductos biliares em pacientes<br />

(27, 42)<br />

portadores de esquistossomose mansoni ainda não foi totalmente esclarecido.<br />

Consta, porém, que, em diversas outras patologias hepáticas, já foram<br />

descritos critérios prognósticos, classificatórios ou evolutivos relacionados com a<br />

presença ou ausência de alteração na árvore biliar. Como ilustração do que foi exposto,<br />

podemos citar a <strong>correlação</strong> entre alterações proliferativas e degenerativas dos ductos<br />

biliares e uma evolução clínica mais grave em pacientes portadores de hepatite B e C,<br />

ou ainda a ocorrência de epitélio biliar anormal na vigência de hepatite viral aguda<br />

grave e também a <strong>correlação</strong> de alterações de ductos biliares e a evolução para fibrose<br />

(42, 51, 52)<br />

em casos de hepatite C.<br />

Na prática clínica e no entendimento desta doença tão prevalente em nossa<br />

sociedade, há muito tempo se conhecem as alterações das vias biliares dos pacientes<br />

esquistossomóticos. (15, 28) Além disso, tais alterações não foram somente vistas em<br />

humanos, mas também já foram reproduzidas em estudos experimentais feitos com<br />

camundongos e coelhos. (42) Deve-se salientar que não apenas são frequentes, como<br />

também marcantes no estudo tanto, microscópico quanto macroscópico, dos ductos<br />

biliares comprometidos pela doença.<br />

Apesar de a esquistossomose mansoni se caracterizar por uma preservação<br />

relativa da função hepática, há alterações laboratoriais frequentes nesses pacientes,<br />

(1, 10, 27)<br />

como a elevação de enzimas colestáticas no curso da doença.<br />

Colestase consiste no conjunto de eventos clínicos e biológicos relacionados<br />

com a secreção biliar anormal, responsável por um aumento da concentração, no<br />

sangue, de moléculas normalmente secretadas na bile. (53) A esquistossomose não se<br />

caracteriza pela presença de colestase strictu sensu, evoluindo, na sua forma pura,<br />

sem o aparecimento de icterícia ou prurido. (27) Vale enfatizar que a elevação de<br />

enzimas colestáticas em pacientes esquistossomóticos foi observada tanto na forma<br />

hepatesplênica quanto na forma hepatointestinal. (1)<br />

Há evidências de que a GGT apresenta maior sensibilidade para detecção da<br />

colestase em relação a outra enzima marcadora, a fosfatase alcalina (FA). (54) Isso pode<br />

ser causado pelo fato de a GGT originar-se, primariamente, de células biliares e da FA


ser uma enzima presente predominantemente na membrama plasmática do hepatócito,<br />

assim, o aumento da GGT traduziria inicialmente um obstáculo ao fluxo biliar. Outro<br />

estudo mencionou que a elevação da GGT não se correlaciona com a carga parasitária<br />

da doença ou ainda com a sua característica ultrassonográfica, inclusive estas a<br />

(1, 55)<br />

precedem.<br />

A GGT sérica ativa origina-se, primariamente, no fígado. Consideram-se como<br />

as principais causas da sua elevação a própria colestase e a estimulação crônica do<br />

sistema microssomal (ocasionada pela indução e liberação da GGT da fração<br />

microssomal do hepatócito). (54) Em pacientes portadores da forma hepatointestinal da<br />

esquistossomose, a causa microssomal já foi afastada, mas não o foi da forma<br />

hepatesplênica. (56)<br />

Em outro trabalho, sugeriu-se que a avaliação da GGT associada à da<br />

monoamino-oxidase (MAO) possibilitaria diferenciar bioquimicamente entre as formas<br />

de infecção precoce e crônica pelo Schistosoma mansoni. (57)<br />

Aparentemente, o mecanismo da elevação da GGT na esquistossomose é<br />

distinto daquele da hepatopatia alcoólica. Assim, como observado na cirrose biliar<br />

primária, a elevação da GGT na esquistossomose mansoni responde à terapia com o<br />

ácido ursodeoxicólico. (55)<br />

Em um estudo com o uso da colangiografia percutânea em pacientes vivos,<br />

colangiografia pós-morte e moldes de “vinilite” de fígados normais e com patologias<br />

diversas, Ganc percebeu, nos fígados esquistossomóticos, alterações da árvore biliar<br />

intra-hepática com características desarmônicas, distorções ductais, irregularidades<br />

das paredes, impressões micronodulares, estenoses focais curtas e aumento do<br />

número de ângulos obtusos de ramos biliares. Além disso, observou um enchimento<br />

ductal pobre nas colangiografias pós-morte e rico nas transparieto-hepáticas, inferindo<br />

aumento da resistência ou diminuição da complacência das vias biliares/tecido peribiliar<br />

nesses pacientes, decorrente do processo fibrótico de base. Notou ainda um<br />

paralelismo entre as alterações do sistema portal e as do biliar. (28) Esse paralelismo<br />

deve-se à alta sensibilidade das vias biliares às alterações inflamatórias de tecidos<br />

vizinhos. O processo inicia-se pela formação de granulomas que se desenvolvem a<br />

partir de ovos de Schistoma mansoni depositados no espaço portal. Nessa primeira<br />

etapa o espaço portal encontra-se alargado por edema e um infiltrado celular com<br />

21


predomínio de eosinófilos, linfócitos e macrófagos. Na fase crônica, o espaço portal<br />

(19, 42)<br />

apresenta-se alargado pela fibrose, além de granulomas periovulares.<br />

As alterações biliares descritas por Ganc não foram encontradas<br />

exclusivamente na esquistossomose mansoni, mas também em outras doenças<br />

hepáticas fibronodulares, a citar, a cirroses hepáticas de etiologias variadas, a hepatite<br />

crônica ativa e a colangite esclerosante. (28)<br />

Foram descritas alterações de ductos biliares em cobaias submetidas à<br />

infecção por Schistosoma mansoni, caracterizadas por graus variáveis de hiperplasia<br />

ductal, por vezes com sinais de aumento de secreção mucinosa. (19, 42) A fibrose, na<br />

fase crônica, determina alterações mecânicas sobre os ductos biliares, relacionadas<br />

com as forças compressivas e retráteis características dessa alteração histológica.<br />

Assim, já foi proposto que, alterações da árvore biliar secundárias à fibrose<br />

periportal da forma crônica da esquistossomose mansoni poderiam servir de base<br />

anatômica para o estabelecimento da colestase. (27, 28, 56) Desse modo, levanta-se a<br />

possibilidade da <strong>correlação</strong> do mecanismo de elevação da GGT com a presença de<br />

alteração da via biliar observada nesses pacientes.<br />

Sabemos, no entanto, que outras características clínicas da esquistossomose<br />

também podem estar relacionadas com as alterações enzimáticas descritas acima. Em<br />

um estudo com o uso da ultrassonografia Doppler em pacientes esquistossomóticos<br />

Alves et al. acharam uma <strong>correlação</strong> positiva entre o fluxo sanguíneo na veia porta e os<br />

níveis séricos da GGT. (10) Aventaram a hipótese de que a congestão hepática,<br />

relacionada com o regime de maior fluxo e pressão no sistema porta, também<br />

influenciaria a colestase. Devemos relembrar a possibilidade da causa microssomal,<br />

ainda não totalmente afastada, da elevação da GGT nos pacientes esquistossomóticos<br />

com a forma hepatesplênica da doença. (56)<br />

Do ponto de vista morfológico das alterações das vias biliares, pode haver uma<br />

associação de fatores causais determinantes, a citar: a própria fibrose, alteração<br />

marcante e característica da doença, as alterações microscópicas intrínsecas dos<br />

ductos biliares e ainda os efeitos mecânicos exercidos pelos vasos portais ectasiados<br />

sobre a via biliar adjacente. A possibilidade da causa intrínseca microscópica como<br />

fator determinante na elevação da GGT explicaria, por exemplo, o fato da elevação<br />

dessa enzima preceder as alterações morfológicas macroscópicas observadas pela<br />

22


CPRE (27) ou não se correlacionar diretamente com as alterações ultrassonográficas<br />

observadas nesses fígados. (1)<br />

Os aspectos clínicos da elevação da GGT na esquistossomose já foram<br />

abordados por Brant et al., num outro trabalho, partindo do mesmo projeto de pesquisa<br />

que este nosso. (27) O propósito deste trabalho foi a validação do método de imagem<br />

utilizado para a visualização das alterações biliares.<br />

Diversos trabalhos já estabeleceram a eficácia da CPRM para o estudo das<br />

vias biliares, apontando este método diagnóstico como alternativa à CPRE, quando não<br />

se vislumbra terapia adjuvante. (35, 58, 59) Não dispúnhamos porém, de dados que<br />

validassem o uso da CPRM para as alterações das vias biliares observadas na<br />

esquistossomose mansoni, ou ainda, que avaliassem a reprodutibilidade do método no<br />

estudo desta doença.<br />

Diante da frequência com que ocorrem as alterações das vias biliares nos<br />

pacientes esquistossomóticos e da alta prevalência desta doença na nossa população,<br />

validado ainda pela presença de um quadro colestático ainda não bem compreendido<br />

clinicamente, faz-se necessário o estabelecimento de um método minimamente<br />

invasivo, preciso, confiável e reprodutível para o estudo da via biliar destes pacientes.<br />

Assim, procuramos, neste trabalho, reproduzir as alterações das vias biliares<br />

de pacientes esquistossomóticos descritas previamente pela colangiografia<br />

convencional, com o uso da CPRM. Para saber se uma dada<br />

caracterização/classificação de um objeto é confiável, é necessário tê-lo caracterizado<br />

ou classificado várias vezes, por exemplo, por mais de um juiz. Assim, com a finalidade<br />

de estabelecer critérios de confiabilidade da CPRM especificamente nesta doença,<br />

propusemos realizar a análise dos resultados pela concordância <strong>interobservador</strong>.<br />

Não podemos deixar de considerar o fato de a CPRM apresentar uma menor<br />

acurácia, em relação às colangiografias convencionais, para o estudo das vias biliares<br />

intra-hepáticas de calibre normal ou reduzido. Sabemos que isso se dá principalmente<br />

devido à sua limitação quanto à resolução espacial e à relação sinal-ruído. Essa<br />

limitação prejudicaria especialmente a avaliação de patologias ditas ductopênicas. A<br />

introdução de novas tecnologias, como o equipamento de ressonância magnética com<br />

campo magnético de 3 T veio melhorar estes parâmetros técnicos e portanto aventar a<br />

possibilidade de aumentar a sua acurácia. (33) Outro fator que deve ser considerado é o<br />

23


fato de a colangiografia convencional e a colangiografia pós-morte (esta realizada no<br />

trabalho de Ganc), trabalharem com a injeção de contraste sob pressão na via biliar, (60,<br />

61)<br />

ao contrário da CPRM, que gera imagens da via biliar sob pressão normal.<br />

Assim, na avaliação morfológica dessas vias biliares por meio da CPRM, nós<br />

optamos por considerar um número menor de variáveis comparativamente àquelas<br />

inicialmente propostas por Ganc e limitamos ainda o estudo até o nível das vias biliares<br />

de terceira ordem.<br />

Houve certa dificuldade quanto à visualização de ductos biliares de terceira<br />

ordem. Isso dificultou a análise estatística quanto à concordância entre a presença ou<br />

ausência de alteração neste segmento da árvore biliar em decorrência da inconstância<br />

das alterações encontradas pelos examinadores.<br />

Contudo, não houve dificuldade, tanto na visualização quanto na<br />

caracterização de alteração no hepatocolédoco, nos ductos hepáticos direito e<br />

esquerdo e nos ductos biliares de segunda ordem.<br />

As alterações patológicas observadas nestes segmentos da via biliar foram,<br />

como já exposto, distorção da árvore biliar, afilamento, estenose, dilatação e<br />

irregularidade dos contornos dos ductos.<br />

A concordância entre os observadores na caracterização de distorção da<br />

árvore biliar e de afilamento de ductos biliares foi quase perfeita. Quanto à definição de<br />

estenose de ductos biliares a concordância <strong>interobservador</strong> foi substancial.<br />

Finalmente, a concordância <strong>interobservador</strong> foi moderada na visualização de dilatação<br />

e regular para irregularidade dos ductos biliares. Não houve <strong>correlação</strong> entre a<br />

presença de alteração da via biliar com a GGT.<br />

As alterações encontradas nas vias biliares dos pacientes esquistossomóticos<br />

pela CPRM foram ainda concordantes com aquelas pioneiramente descritas por Ganc,<br />

por meio da colangiopancreatografia percutânea e pela colangiografia pós-morte,<br />

validando este método para o estudo das vias biliares secundariamente comprometidas<br />

pela esquistossomose mansoni.<br />

24


25<br />

6 CONCLUSÕES<br />

1. As alterações observadas nas vias biliares desses pacientes foram, em ordem<br />

decrescente de ocorrência: afilamento de ductos biliares, distorção, estenose, dilatação<br />

e irregularidade.<br />

2. A concordância <strong>interobservador</strong> de sinais de colangiopatia esquistossomótica pela<br />

CPRM foi, quase perfeita, para a caracterização de distorção e afilamento da árvore<br />

biliar e, substancial, para detecção de estenose.


Anexo 1. Parecer do comitê de ética institucional.<br />

Parte A -<br />

26<br />

7 ANEXOS


Parte B –<br />

27


Anexo 2. Quadro de pacientes incluídos na pesquisa e leitura dos exames de CPRM realizadas pelos<br />

examinadores 1 e 2.<br />

Parte A – Pacientes que realizaram exames de CPRM e as alterações colangiográficas observadas pelo<br />

examinador 1<br />

N o<br />

NOME ID SX Vis col Alt col<br />

Vis<br />

DHD<br />

Alt<br />

DHD<br />

Vis<br />

DHE<br />

Alt DHE<br />

Vis 2<br />

ord<br />

Alt 2<br />

ord<br />

Vis 3<br />

ord<br />

Alt 3<br />

ord<br />

distorção<br />

1 ASF 48 M sim afilam sim afilam sim nl sim afilam não - sim<br />

2 BRS 52 F sim nl sim nl sim est sim est/irg sim irg sim<br />

3 CJN 42 M sim nl sim afilam sim afilam sim afilam não - sim<br />

4 CMS 25 F sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

5 CS 23 F sim nl sim irg sim nl sim afilam sim afilam sim<br />

6 DPC 42 M sim nl sim afilam sim est sim nl sim afilam sim<br />

7 EPS 33 M sim nl sim afilam sim nl não - não - não<br />

8 ERA 37 F sim nl sim irg sim est/dil sim est/dil sim afilam sim<br />

9 FVA 56 M sim est/dil sim nl sim nl sim est/irg sim afilam sim<br />

10 IMF 40 F sim nl sim afilam sim nl sim dil/est sim afilam sim<br />

11 JMS 33 M sim nl sim nl sim nl sim nl não - não<br />

12 LS 46 F sim nl sim afilam sim nl sim nl sim afilam não<br />

13 MAC 49 F sim nl sim afilam sim nl sim afilam não - não<br />

14 MAM 72 M sim nl sim nl sim nl sim nl não - não<br />

15 MC 30 F sim irg sim afilam sim est/irg sim irg sim afilam sim<br />

16 MMO 47 F sim irg sim nl sim nl sim nl sim nl não<br />

17 MLS 44 F sim nl sim afilam sim irg sim dil/est não - sim<br />

18 MPQ 33 F sim nl sim nl sim nl sim afilam não - sim<br />

19 OFO 58 M sim nl sim nl sim nl sim afilam não - não<br />

20 RLL 50 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

21 SCS 34 F sim est/dil sim est/dil sim irg sim nl sim nl sim<br />

22 TS 57 F sim nl sim afilam sim irg sim est/dil não - sim<br />

23 WCTR 34 M sim nl sim afilam sim nl sim afilam não - sim<br />

24 WS 39 M sim dil/est sim irg sim nl sim nl sim afilam sim<br />

25 GMO 28 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim nl não<br />

26 JCSB 31 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

27 BHS 33 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

28 DMS 34 M sim nl sim nl sim nl sim afilam sim afilam não<br />

29 GTS 31 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim nl não<br />

30 MS 27 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim nl não<br />

28


Parte B – Pacientes que realizaram exames de CPRM e as alterações colangiográficas observadas pelo<br />

examinador 2<br />

N o<br />

NOME ID SX Vis col Alt col<br />

Vis<br />

DHD<br />

Alt DHD<br />

Vis<br />

DHE<br />

Alt DHE<br />

Vis 2<br />

ord<br />

Alt 2<br />

ord<br />

Vis 3<br />

ord<br />

Alt 3<br />

ord<br />

distorção<br />

1 ASF 48 M sim afilam sim afilam sim nl sim afilam não - sim<br />

2 BRS 52 F sim nl sim nl sim nl sim est/dil sim afilam sim<br />

3 CJN 42 M sim nl sim afilam sim afilam não - não - sim<br />

4 CMS 25 F sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

5 CS 23 F sim nl sim dil/est sim dil/est sim afilam não - sim<br />

6 DPC 42 M sim nl sim afilam sim est sim est/dil sim afilam sim<br />

7 EPS 33 M sim nl sim afilam sim nl não - não - não<br />

8 ERA 37 F sim nl sim nl sim est/dil sim est/dil sim afilam sim<br />

9 FVA 56 M sim est/dil sim est/dil sim est/dil sim est/dil sim afilam sim<br />

10 IMF 40 F sim nl sim afilam sim nl sim dil/est sim afilam sim<br />

11 JMS 33 M sim nl sim nl sim nl sim irg não - não<br />

12 LS 46 F sim nl sim afilam sim nl sim nl não - não<br />

13 MAC 49 F sim nl sim afilam sim nl sim afilam não - não<br />

14 MAM 72 M sim nl sim nl sim nl sim nl não - não<br />

15 MC 30 F sim nl sim nl sim irg sim irg não - sim<br />

16 MMO 47 F sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

17 MLS 44 F sim nl não - sim irg sim dil/est não - sim<br />

18 MPQ 33 F sim nl sim afilam sim est/dil não - não - sim<br />

19 OFO 58 M sim nl sim nl sim nl sim afilam não - não<br />

20 RLL 50 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim nl não<br />

21 SCS 34 F sim est/dil sim est/dil sim est/dil sim nl sim afilam sim<br />

22 TS 57 F sim nl sim afilam sim dil sim dil/est não - não<br />

23 WCTR 34 M sim nl sim nl sim nl sim afilam não - sim<br />

24 WS 39 M sim dil/est sim dil/est sim nl sim nl sim afilam sim<br />

25 GMO 28 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

26 JCSB 31 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

27 BHS 33 M sim nl sim nl sim nl sim nl não - não<br />

28 DMS 34 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim afilam não<br />

29 GTS 31 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim nl não<br />

30 MS 27 M sim nl sim nl sim nl sim nl sim nl não<br />

NOME – Iniciais do paciente<br />

ID – Idade do paciente em anos na época do exame<br />

SEXO – Sexo do paciente<br />

VIS COL – visualização do colédoco<br />

ALT COL – alteração do colédoco<br />

VIS DHD – visualização do ducto hepático direito<br />

ALT DHD – alteração do ducto hepático direito<br />

VIS DHE – visualização do ducto hepático esquerdo<br />

ALT DHE – alteração do ducto hepático esquerdo<br />

VIS 2 ORD – visualização de ducto biliar de segunda ordem<br />

ALT 2 ORD – alteração de ducto biliar de segunda ordem<br />

VIS 3 ORD – visualização de ducto biliar de terceira ordem<br />

ALT 3 ORD – alteração de ducto biliar de terceira ordem<br />

Afilam – afilamento<br />

Est – estenose<br />

Dil – dilatação<br />

Irg – irregularidade<br />

29


Anexo 3. Seqüências de RM utilizadas na pesquisa.<br />

Parte A – Parâmetros técnicos utilizados nas seqüências de rotina.<br />

Seqüência<br />

FLASH – em<br />

fase e fora de<br />

fase<br />

T2 TSE<br />

T2* GRE<br />

(FISP)<br />

T2 HASTE<br />

3D VIBE pré e<br />

pós- contraste<br />

SSTSE<br />

3D TSE<br />

Restore<br />

TR (ms) 173 1670 20 900 5,45 4500 1500<br />

TE (ms) 2,38/5,0 86/173 4/9 87 2,59 992 681<br />

Ângulo de inclinação ( o ) 70 90 20 180 30 150 170<br />

Número de excitações 1 2 1 1 1 1<br />

2D/3D 2D 2D 2D 2D 3D 2D 3D<br />

Espessura (mm) 8 8 8 5 2,5 40 1,5<br />

Espaçamento 2 0,8 0,8 0,5 0 0 0,75<br />

Campo de visão 350 350 350 350 350 350 380<br />

Número de cortes 30 30 30 30 1 1 40<br />

Orientação Axial Axial Axial Coronal Volumétrico Coronal Coronal<br />

Tempo de aquisição (s) 48 194 27 20 4,5 1,32<br />

Fase/Freqüência 134/256 144/320 195/256 134/256 410/512 384/384<br />

Campo de visão<br />

retangular<br />

75% 75% Não 75% Não<br />

Saturação de gordura Não Sim Não Não Sim Sim Não<br />

Pré-saturação Não Não Não Não Não Não Não<br />

Fourier parcial Não Não Não Sim Não Sim Não<br />

Bobina<br />

Torso em<br />

arranjo de<br />

fase<br />

Torso em<br />

arranjo de<br />

fase<br />

Torso em<br />

arranjo de<br />

fase<br />

Torso em<br />

arranjo de<br />

fase<br />

Torso em<br />

arranjo de<br />

fase<br />

Torso em<br />

arranjo de<br />

fase<br />

Não<br />

30<br />

Torso em<br />

arranjo de<br />

fase<br />

Número de medidas/repetições 2 4 1 1 1 1<br />

Circuito de disparo por<br />

ECG<br />

Não Não Não Não Não Não<br />

Não<br />

Compensação respiratória Não Sim Não Não Não Não Sim<br />

Ordem (Cobertura do espaço K) Padrão Padrão Padrão half-Fourier half-Fourier Padrão<br />

Disparo Múltiplo Múltiplo Múltiplo Múltiplo Múltiplo Simples Múltiplo<br />

Comprimento do trem de eco Fast 11 195 Fast 410 129<br />

Largura de banda<br />

(Hz/pixel)<br />

380 252 391 250 140<br />

Apnéia Sim Não Não Sim Sim Sim Não<br />

FLASH: fast low angle shot; TSE: turbo spin eco; GRE: gradiente-eco; FISP: fast imaging with steady state precession; HASTE:<br />

half-Fourier single shot turbo spin echo; VIBE: volume interpolated breath hold examination; SS: single shot; TR: tempo de<br />

repetição; TE: tempo de eco; ECG: eletrocardiograma.<br />

250


31<br />

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36


Abstract<br />

Objective: To describe the biliary changes by means of magnetic resonance (MR)<br />

cholangiography in a group of patients with schistosomiasis mansoni. To evaluate<br />

interobserver agreement in detecting biliary ducts changes in these patients. Materials<br />

and methods: A prospective and transversal study was carried out from February 2005<br />

to February 2007 in our University Hospital. Twenty four patients with hepatosplenic<br />

schistosomiasis and six healthy patients without known liver disease, considered as a<br />

control group, were submitted to MR cholangiography exam. The following patterns of<br />

biliary duct changes were established: distortion, thinning, stenosis, dilation and<br />

irregularity. The assessment of interobserver agreement in characterizing biliary<br />

changes was calculated using the McNemar test and the weight kappa test. It was also<br />

calculated the relationship between the occurrence of changes in the biliary ducts and<br />

the serum level of gamaglutamiltransferase, using the Fisher’s exact test. Results: The<br />

interobserver agreement in detecting distortion and thinning of the biliary tree was<br />

almost perfect (k = 0,867; confidence interval [CI] 95% [0,512 – 1,0] e k = 0,865; CI 95%<br />

[0,51 – 1,0], respectively). There was a substantial agreement in viewing stenosis (k =<br />

0,78; CI 95% [0,424 – 1,0]), moderate agreement for dilation (k = 0,595; CI 95% [0,247<br />

– 0,942]) and mild agreement for thinning (k = 0,229; CI 95% [0,095 – 0,552]). A<br />

substantial agreement was also found when we considered any change in the biliary<br />

tree (k = 0,722; CI 95% [0,364 – 1,0]) Conclusions: The changes found in the biliary<br />

tree were, from the most to the lesser frequent: thinning, distortion, stenosis, dilation<br />

and irregularity. The interobserver agreement was almost perfect in viewing distortion<br />

and thinning of the biliary ducts and it was substantial in detecting stenosis.


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