danilo moulin sales correlação interobservador ... - (DDI) - UNIFESP
danilo moulin sales correlação interobservador ... - (DDI) - UNIFESP
danilo moulin sales correlação interobservador ... - (DDI) - UNIFESP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
1 INTRODUÇÃO<br />
Dentre as doenças parasitárias que assolam o mundo, a esquistossomose<br />
constitui uma das predominantes, calculando-se em duzentos a trezentos milhões de<br />
pessoas atingidas em mais de setenta e quatro países. (1-10) São três os principais tipos<br />
de esquistossomose no mundo: a mansônica, a japônica e a hematóbia. No Brasil, a<br />
esquistossomose mansoni atinge uma população estimada entre oito a dezoito milhões<br />
de indivíduos infectados, distribuídos numa faixa endêmica que se estende do Rio<br />
(1, 5, 10-20)<br />
Grande do Norte até Minas Gerais.<br />
A esquistossomose mansoni desenvolve-se em três estágios: a penetração<br />
pela cercária, a esquistossomose aguda e a esquistossomose crônica. A<br />
esquistossomose crônica manifesta-se em duas formas anatomopatológicas e<br />
clinicamente distintas: a forma hepatointestinal e a hepatesplênica. A hepatesplênica<br />
representa a forma mais grave da doença, levando à hipertensão portal, à<br />
(21, 22)<br />
esplenomegalia e à circulação venosa porto-sistêmica colateral.<br />
Na forma crônica, contata-se uma preservação relativa da função hepática,<br />
cursando com um quadro de hipertensão portal, caracteristicamente independente da<br />
ocorrência de lesão hepatocelular. (23) No fígado, o substrato anatômico da doença, que<br />
leva à forma letal da esquistossomose mansoni com o quadro de hipertensão portal, é<br />
a extensa fibrose dos espaços periportais. Essa fibrose faz parte do processo de<br />
cicatrização que segue a reação inflamatória granulomatosa aguda, ao redor dos ovos<br />
de schistosoma aprisionados nos pequenos vasos hepáticos. (24-26)<br />
Um dos aspectos que tem chamado a atenção na patogênese da<br />
esquistossomose é o envolvimento secundário da via biliar pelo processo inflamatório<br />
(1, 19, 27)<br />
periportal.<br />
Em sua tese de doutorado, Ganc mostrou que as alterações portais<br />
decorrentes de diversas doenças crônicas hepáticas, se correlacionavam com<br />
alterações dos ductos biliares, dada a íntima relação dessas estruturas. (28) Nesse<br />
estudo, com o uso de colangiografia percutânea e pós-morte de fígados<br />
esquistossomóticos, foram observadas alterações da árvore biliar intra-hepática com<br />
características desarmônicas, distorções ductais, irregularidades das paredes,