danilo moulin sales correlação interobservador ... - (DDI) - UNIFESP
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20<br />
5 DISCUSSÃO<br />
O significado clínico das alterações dos ductos biliares em pacientes<br />
(27, 42)<br />
portadores de esquistossomose mansoni ainda não foi totalmente esclarecido.<br />
Consta, porém, que, em diversas outras patologias hepáticas, já foram<br />
descritos critérios prognósticos, classificatórios ou evolutivos relacionados com a<br />
presença ou ausência de alteração na árvore biliar. Como ilustração do que foi exposto,<br />
podemos citar a <strong>correlação</strong> entre alterações proliferativas e degenerativas dos ductos<br />
biliares e uma evolução clínica mais grave em pacientes portadores de hepatite B e C,<br />
ou ainda a ocorrência de epitélio biliar anormal na vigência de hepatite viral aguda<br />
grave e também a <strong>correlação</strong> de alterações de ductos biliares e a evolução para fibrose<br />
(42, 51, 52)<br />
em casos de hepatite C.<br />
Na prática clínica e no entendimento desta doença tão prevalente em nossa<br />
sociedade, há muito tempo se conhecem as alterações das vias biliares dos pacientes<br />
esquistossomóticos. (15, 28) Além disso, tais alterações não foram somente vistas em<br />
humanos, mas também já foram reproduzidas em estudos experimentais feitos com<br />
camundongos e coelhos. (42) Deve-se salientar que não apenas são frequentes, como<br />
também marcantes no estudo tanto, microscópico quanto macroscópico, dos ductos<br />
biliares comprometidos pela doença.<br />
Apesar de a esquistossomose mansoni se caracterizar por uma preservação<br />
relativa da função hepática, há alterações laboratoriais frequentes nesses pacientes,<br />
(1, 10, 27)<br />
como a elevação de enzimas colestáticas no curso da doença.<br />
Colestase consiste no conjunto de eventos clínicos e biológicos relacionados<br />
com a secreção biliar anormal, responsável por um aumento da concentração, no<br />
sangue, de moléculas normalmente secretadas na bile. (53) A esquistossomose não se<br />
caracteriza pela presença de colestase strictu sensu, evoluindo, na sua forma pura,<br />
sem o aparecimento de icterícia ou prurido. (27) Vale enfatizar que a elevação de<br />
enzimas colestáticas em pacientes esquistossomóticos foi observada tanto na forma<br />
hepatesplênica quanto na forma hepatointestinal. (1)<br />
Há evidências de que a GGT apresenta maior sensibilidade para detecção da<br />
colestase em relação a outra enzima marcadora, a fosfatase alcalina (FA). (54) Isso pode<br />
ser causado pelo fato de a GGT originar-se, primariamente, de células biliares e da FA