Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder Florianópolis ... - UFSC
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[...] a liderança transformadora surge como uma promessa de hegemonia para novos atores<br />
sociais. Orienta-se às pessoas e caracteriza-se por fomentar a participação, compartilhar<br />
poder e informação, realçar o valor das equipes de trabalho, em vez de promover<br />
personalismos. Ela se define como o poder de levar os integrantes de uma equipe ou grupo<br />
a se comprometerem com objetivos definidos e a realizá-los.<br />
A liderança transformadora e democrática se opõe ao conceito de chefia que se baseia na<br />
hierarquia e na autoridade vertical, ela é outorgada pelo grupo, que reconhece em alguém as<br />
habilidades necessárias para motivar e mobilizar em direção a determinado objetivo.<br />
Este novo estilo de liderar se aproxima da forma feminina de liderança como aponta<br />
Medeiros (2007)<br />
Nas últimas três décadas do século passado, influenciadas principalmente pela revolução<br />
feminina, a mulher vem assumindo cada vez mais postos de liderança (...), sem que seja<br />
necessário abandonar completamente seus valores e “vestir” uma roupagem masculina.<br />
Dessa forma, ela conseguiu desenvolver outro modelo de liderança, mais coerente com suas<br />
crenças e, portanto, mais voltado para a harmonia e união, que coloca as pessoas como foco<br />
principal de sua gestão, facilitando a criação de uma grande rede de interações.<br />
Como visto, a liderança transformadora carrega este título porque propõe um novo<br />
paradigma, centrado no equilíbrio, condensando tanto valores tidos como masculinos, como valores<br />
vistos como femininos. Muitos destes valores e princípios foram encontrados nas lideranças<br />
entrevistadas. O que vimos nos depoimentos foi que as lideranças femininas mostraram um estilo<br />
de liderar muito peculiar que vai ao encontro do que podemos chamar de um estilo democrático e<br />
participativo. Nas palavras das lideranças apareceram características muito próximas daquilo que<br />
Carreira et al. (2001), chamam de liderança transformadora, ou seja, aquela liderança que incentiva<br />
a participação; reconhece e valoriza aqueles que têm conhecimento e domínio sobre questões<br />
específicas; motiva; delega poder e responsabilidades; é acolhedora, pessoal e direta; colabora -<br />
“pega junto” ao invés de mandar etc. E tudo isto sem deixar de ser firme e agressiva quando se faz<br />
necessário. Por outro lado é carismática porque sua autoridade é reconhecida e legitimada pelo seu<br />
carisma. As mulheres entrevistadas se identificaram como: “Mediadora (...), então eu me acho mais<br />
democrática”. (Ana); “Sou muito otimista, um pouco autoritária quando as coisas começam a<br />
demorar muito a acontecer. De qualquer forma sinto que já aprendi bastante a ter uma postura<br />
mais democrática e participativa”. (Bárbara); “Democrática (...)”. (Carla); “Participativa,<br />
comprometida, no sentido de dar conta e de fazer aquilo que eu assumo” (Camila); “Procuro<br />
respeitar e ouvir as opiniões, acalmar as situações de conflito nas divergências, procuro delegar<br />
(quando tem para quem) e proporcionar confraternização da comunidade e participar das reuniões<br />
do município” (Marcela).<br />
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