Ana Sofia Costa Nunes.pdf - Universidade do Minho
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1. Membranas de Afinidade<br />
1.1 Cromatografia por afinidade<br />
Bacterial Cellulose as a Nanostructured Functional Material for Biomedical Applications<br />
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO<br />
A cromatografia por afinidade tem comprova<strong>do</strong> a sua capacidade e eficiência para a separação de alta<br />
resolução de vários compostos. Devi<strong>do</strong> à sua simplicidade e ao seu eleva<strong>do</strong> grau de especificidade, este<br />
méto<strong>do</strong> tem si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> como padrão industrial para, economicamente, separar e purificar grandes<br />
quantidades de biomoléculas, presentes em baixas concentrações em flui<strong>do</strong>s biológicos. [1, 2 - 4]<br />
Convencionalmente, a purificação por afinidade é levada a cabo em colunas preenchidas com esferas<br />
porosas nas quais um ligan<strong>do</strong> de afinidade é imobiliza<strong>do</strong>. Porém, este méto<strong>do</strong> cromatográfico possui<br />
certas limitações, tais como, taxa de fluxo reduzida, elevada queda de pressão nas colunas, transferência<br />
de massa lenta e, consequentemente, uma produtividade baixa e dificuldade de aplicação em larga<br />
escala na purificação de bioprodutos. [3,4]<br />
A fim de contornar estas limitações, introduziu-se uma abordagem diferente para explorar as interações<br />
bioespecíficas entre o ligante e o ligan<strong>do</strong> – a cromatografia por afinidade membranar. Este processo<br />
proporciona uma potencial solução uma vez que as membranas operam em mo<strong>do</strong> convectivo o que<br />
elimina os problemas de difusão e queda de pressão, conduzin<strong>do</strong> a uma purificação que idealmente é<br />
limitada pelas cinéticas de sorção intrínseca entre a biomolécula alvo e o ligan<strong>do</strong>. Este mo<strong>do</strong> de operação<br />
minimiza o tempo de processamento e maximiza a eficiência da purificação. [3 - 5]<br />
Assim, a cromatografia por afinidade pode ser executada em colunas ou em membranas, sen<strong>do</strong> que<br />
estas últimas têm si<strong>do</strong> utilizadas como alternativa às primeiras, consideradas o processo convencional,<br />
não só para este tipo de cromatografia, mas também para outros esquemas de purificação<br />
cromatográficos. Por esta razão, neste trabalho decidiu-se aprofundar somente o estu<strong>do</strong> da cromatografia<br />
por afinidade membranar. Na Figura 1 pode-se observar as diferenças existentes, relativamente à<br />
transferência de massa, na cromatografia por afinidade em colunas e em membranas. A transferência de<br />
massa no primeiro caso efetua-se essencialmente por difusão entre os poros, e é um processo muito<br />
mais lento <strong>do</strong> que o que ocorre nas membranas, que se efetua essencialmente por fluxo convectivo.<br />
Figura 1 – Esquema ilustrativo da transferência de massa de soluto na cromatografia por coluna e por membranas<br />
(“retira<strong>do</strong> de Ramakrishna e colabora<strong>do</strong>res, 2005”). [6]<br />
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