Ana Sofia Costa Nunes.pdf - Universidade do Minho
Ana Sofia Costa Nunes.pdf - Universidade do Minho
Ana Sofia Costa Nunes.pdf - Universidade do Minho
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Bacterial Cellulose as a Nanostructured Functional Material for Biomedical Applications<br />
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO<br />
2.1 Produção e Morfologia da CB<br />
Alguns organismos são bem conheci<strong>do</strong>s pela sua capacidade de, na natureza, produzirem celulose.<br />
Embora a grande maioria da celulose existente ser produzida por plantas, a síntese deste biopolímero<br />
também ocorre na maioria <strong>do</strong>s grupos de algas e em várias espécies de bactérias.<br />
A celulose bacteriana é usualmente obtida através da fermentação pela bactéria aeróbia e gram negativa<br />
Acetobacter xylinum, reclassificada como Glucanoacetobacter xylinus uns anos mais tarde. Apesar de<br />
existirem outras bactérias produtoras CB, nem todas as espécies são capazes de a secretar na forma de<br />
fibrilas extracelulares. Na Tabela 5 é apresentada uma visão global <strong>do</strong>s produtores conheci<strong>do</strong>s de CB<br />
[34]. A estrutura deste polímero depende <strong>do</strong> organismo, apesar <strong>do</strong> processo de biossíntese e <strong>do</strong><br />
mecanismo que o regulam serem provavelmente comuns para a grande maioria das bactérias produtoras<br />
de CB. [32, 34]<br />
Tabela 5 – Exemplos de diferentes espécies produtoras de CB (“adapta<strong>do</strong> de Bielecki e<br />
colabora<strong>do</strong>res”) [37]<br />
Genus Cellulose structure<br />
Acetobacter extracellular pellicle composed of ribbons<br />
Achromobacter fibrils<br />
Aerobacter fibrils<br />
Agrobacterium Short fibrils<br />
Alcaligenes fibrils<br />
Pseu<strong>do</strong>monas no distinct fibrils<br />
Rhizobium short fibrils<br />
Sarcina amorphous cellulose<br />
Zoogloea not well defined<br />
Embora em 1886 A.J. Brown já tivesse relata<strong>do</strong> a síntese extracelular de uma membrana gelatinosa pela<br />
bactéria G.xylinus, a CB só atraiu atenção na segunda metade <strong>do</strong> século vinte. Assim, estu<strong>do</strong>s intensivos<br />
sobre a sua síntese, usan<strong>do</strong> G.xylinus como bactéria modelo, foram inicia<strong>do</strong>s por volta de 1954 por<br />
Hestrin e colabora<strong>do</strong>res, que provaram que células desta bactéria em repouso, sintetizam celulose na<br />
presença de glicose e oxigénio.<br />
O processo de síntese da CB é preciso e regula<strong>do</strong> por várias etapas, envolven<strong>do</strong> um grande número quer<br />
de enzimas individuais, quer de complexos de proteínas catalíticas e regula<strong>do</strong>ras, cujas estruturas<br />
supramoleculares ainda não estão bem definidas. [32, 34]<br />
Tradicionalmente, a cultura de CB faz-se em meio estacionário acumulan<strong>do</strong>-se, ao longo <strong>do</strong> tempo, uma<br />
membrana gelatinosa e espessa na superfície <strong>do</strong> meio de crescimento. [35] Esta película é uma estrutura<br />
17