Ana Sofia Costa Nunes.pdf - Universidade do Minho
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Bacterial Cellulose as a Nanostructured Functional Material for Biomedical Applications<br />
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO<br />
O isolamento de uma proteína ou grupo de proteínas a partir de flui<strong>do</strong>s corporais para fins terapêuticos,<br />
requer um nível eleva<strong>do</strong> de purificação. Existem muitos artigos sobre a purificação de frações de<br />
globulinas e vários fatores de coagulação utilizan<strong>do</strong> membranas de afinidade.<br />
Uma outra aplicação interessante destas membranas, para fins terapêuticos, foi relatada por Hou and<br />
Zaniewski [28], que purificaram uroquinase a partir de urina humana através de um processo de<br />
múltiplos passos. A uroquinase é produzida pelo rim e excretada na urina e quan<strong>do</strong> recuperada e<br />
purificada na sua forma ativa, é um agente trombolítico eficaz que catalisa a conversão <strong>do</strong> plasminogénio<br />
em plasmina. A plasmina consegue lisar os coágulos de fibrina, muitas vezes associa<strong>do</strong>s com os<br />
bloqueios vasculares.<br />
Conforme o número de passos de processamento requeri<strong>do</strong>s aumenta, torna-se progressivamente mais<br />
benéfico usar procedimentos de alto rendimento, tais como os ofereci<strong>do</strong>s pelas membranas de afinidade.<br />
As taxas de fluxo elevadas obtidas implicam menores tempos de residência na matriz e isto,<br />
frequentemente traduz-se, numa maior retenção da atividade biológica <strong>do</strong> produto, muito importante<br />
quan<strong>do</strong> se separam moléculas com propriedades terapêuticas.<br />
Um exemplo mais tradicional de uma aplicação destas membranas é o caso relata<strong>do</strong> no trabalho de<br />
Lutkemeyer e colabora<strong>do</strong>res [29]. Neste artigo, os autores ligaram covalentemente heparina Startobind<br />
modificada (ligan<strong>do</strong>), através da abertura <strong>do</strong> anel epoxy com diamina. Esta reação é extremamente lenta,<br />
demoran<strong>do</strong> oito dias, mas aparentemente conduz a ligações de heparina muito estáveis.<br />
Em vez de imobilizar heparina para capturar determinadas proteínas, Ma e colabora<strong>do</strong>res [30]<br />
modificaram uma série de diferentes tipos de fibras ocas com poli (L-lisina) com o intuito de capturar<br />
heparina <strong>do</strong> sangue. A heparina é um polissacarídeo altamente sulfata<strong>do</strong> com aproximadamente 20 kDa<br />
de massa molecular. Neste artigo, os autores estudaram três diferentes tipos de fibras; a primeira<br />
consistia numa fibra de polietileno microporosa revestida com poli (etileno – co – vinil álcool), a segunda<br />
era constituída por acetato de celulose e por último, a terceira era uma fibra diálise de celulose pura. Em<br />
to<strong>do</strong>s os casos, a poli (L-lisina) foi ligada à matriz após a ativação <strong>do</strong>s grupos hidroxilo das fibras com<br />
BrCN. Os resulta<strong>do</strong>s mostraram que a heparina consegue difundir-se em ambas as fibras de polietileno<br />
modificadas e nas fibras de acetato celulose. No entanto, é demasia<strong>do</strong> grande para penetrar na estrutura<br />
celulósica das fibras de diálise, por isso neste caso a heparina está limitada à adsorção na superfície.<br />
Aproximadamente 15 mg de heparina por metro quadra<strong>do</strong> de área superficial foi ligada para o caso das<br />
fibras que podem ser penetradas, enquanto apenas 5 mg por metro quadra<strong>do</strong> se ligou na estrutura<br />
celulósica.<br />
Champluvier and Kula (1992) [31] relataram a purificação de glucose – 6 – fosfato desidrogenase a partir<br />
de um homegenato de levedura - Saccharomyces cerevisiae - através da adsorção numa membrana<br />
modificada por F3GA, como passo final de purificação. O tempo de residência mínimo para a ligação da<br />
enzima foi estima<strong>do</strong> em 0,25 segun<strong>do</strong>s e o tempo de processamento foi de 10 minutos, a uma taxa de<br />
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