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O sigma ea suástica no Brasil dos anos 30 - Cebela

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Artigo<br />

Natalia <strong>dos</strong> Reis Cruz<br />

42<br />

A identificação entre os dois movimentos levou ao estabelecimento<br />

de uma estreita rede de colaboração entre nazistas e integralistas,<br />

revelada em folhetos, artigos, reuniões e troca de correspondências,<br />

sugerindo que a aproximação integralista com o nazismo foi<br />

muito mais forte do que o integralismo admitia.<br />

O objetivo deste artigo será, <strong>no</strong> entanto, apontar que, a despeito<br />

da colaboração entre os dois movimentos, havia divergências<br />

entre ambos, pois ao advogarem projetos nacionalizadores e racistas,<br />

acabavam entrando em confronto por adotarem diferentes formas<br />

de operacionalizar tais projetos.<br />

Da colaboração ao conflito:<br />

Nazismo, integralismo e germanismo<br />

No Sul do <strong>Brasil</strong>, muitos colo<strong>no</strong>s alemães apoiavam o integralismo<br />

e os integralistas apresentavam suas próprias explicações para a<br />

adesão de muitos teuto-brasileiros à AIB. Segundo eles, os teutos<br />

estavam cansa<strong>dos</strong> de servir como massa de ma<strong>no</strong>bra <strong>dos</strong> parti<strong>dos</strong><br />

tradicionais, além de não terem qualquer interesse em viver à margem<br />

da sociedade brasileira. Existiriam traços de seu caráter que os<br />

levaria a apoiar o integralismo, como valorização da ordem e do<br />

trabalho, virtudes cultivadas pela AIB; possuiriam um forte ‘id<strong>ea</strong>lismo<br />

pátrio’, fazendo-os se identificarem com um partido r<strong>ea</strong>lmente<br />

nacional, em vez de se ligarem aos parti<strong>dos</strong> tradicionais, que representavam<br />

apenas interesses regionais.<br />

No entanto, como grande parte <strong>dos</strong> teutos era resistente à assimilação<br />

cultural, e muitos deles eram adeptos do nazismo, pressupunha-se<br />

que a forte adesão ao integralismo só poderia ser explicada<br />

pela união indissolúvel entre nazistas e integralistas. Daí, grande<br />

parte <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> sobre o tema enfatiza que o integralismo era apenas<br />

um disfarce para o nazismo.<br />

Dessa forma, muitos trabalhos possuem um viés de análise em<br />

comum: a visão do integralismo como um simples ponto de apoio<br />

do nazismo <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e submetido aos interesses imperialistas do<br />

Reich alemão. A vertente historiográfica que vê o integralismo como<br />

um representante da ideologia e <strong>dos</strong> interesses nazistas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> é

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