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O sigma ea suástica no Brasil dos anos 30 - Cebela

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Artigo<br />

Natalia <strong>dos</strong> Reis Cruz<br />

48<br />

Por isso, a questão <strong>dos</strong> alemães nasci<strong>dos</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, os chama<strong>dos</strong><br />

teuto-brasileiros, erigiu como ponto de conflito entre nazistas e<br />

integralistas.<br />

Do ponto de vista pangermânico, o conceito de povo alemão bas<strong>ea</strong>va-se<br />

não somente na cultura germânica, mas na etnia, ou<br />

seja, <strong>no</strong> sangue. A título de exemplo, o Círculo Teuto-<strong>Brasil</strong>eiro de<br />

Trabalho, de Berlim, fundado em 1935 por um grupo de brasileiros<br />

de origem alemã que foi à Alemanha para se dedicar a estu<strong>dos</strong><br />

profissionais, possuía uma tese intitulada “Problemas e tarefas da<br />

<strong>no</strong>va geração teuto-brasileira”, de autoria de Rudolf Batke, que adotava<br />

uma concepção étnica de germanidade. Para Batke, o povo alemão<br />

devia ter fé em sua existência e ser membro integrante da<br />

etnia alemã:<br />

“A lei fundamental do <strong>no</strong>sso mundo conceitual étnico é e continua<br />

a ser (...) a fé <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso povo, nas suas faculdades que permanecem<br />

vivas tanto <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> como aqui na Alemanha, mas que somente<br />

podem ser nele despertadas pela confissão de fé (...) Nós acreditamos<br />

(...) que a existência da <strong>no</strong>ssa etnia <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> pode e será duradoura,<br />

desde que o <strong>no</strong>sso grupo étnico nutra, <strong>no</strong> seu íntimo, essa fé<br />

na sua existência, se declare, sem compromissos, como membro integrante<br />

da etnia alemã e transmita ambas as cousas como um legado<br />

permanente de geração para geração.”(Apud PY, 1942:22)<br />

O pangermanismo defendia a doutrina da unidade do povo e<br />

do Estado, que é essencial para a compreensão da ação das organizações<br />

nazistas <strong>no</strong> território brasileiro, na década de 1940, principalmente<br />

<strong>no</strong> Sul do <strong>Brasil</strong>, pois a atuação desses grupos sofreu a<br />

influência da ideologia pangermanista. A ideologia pangermânica<br />

pressupunha a existência de um vínculo entre a nação alemã e os<br />

alemães <strong>no</strong> estrangeiro, devido aos laços de sangue e língua que os<br />

uniam, laços de caráter étnico-linguístico ou cultural. A vinculação<br />

entre to<strong>dos</strong> os indivíduos pertencentes à raça germânica ultrapassava,<br />

portanto, as fronteiras do Estado alemão. O pangermanista<br />

Rudol Batke dizia:

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