18.04.2013 Views

Revista de Estudos Anglo-Portugueses - Numero 3 - RUN UNL ...

Revista de Estudos Anglo-Portugueses - Numero 3 - RUN UNL ...

Revista de Estudos Anglo-Portugueses - Numero 3 - RUN UNL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

"There are no records traceable at Moodgul ofthe worthy<br />

Bishop and his <strong>de</strong>voted sister, but they are believed to have<br />

remained there some years, and to have eventually returned<br />

to Portugal. But the small Christian Churches so strangely<br />

preserved un<strong>de</strong>r the continuous Mussulman Governments of<br />

the Dckhan still survive, and are stedfast to their faith. They<br />

are still as they existed at the period of this tale -<br />

Moodgul and<br />

Raichore, with their <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncies, Chittapoor on the Bheema,<br />

and Aurungabad, and they are ministered by priests un<strong>de</strong>r<br />

the jurisdiction of the Archbishop of Goa." (p. 483)<br />

Sob o signo do realismo e da analepse, o autor joga<br />

com vários<br />

ângulos <strong>de</strong> visão, fazendo o passado alternar com o presente, o longe<br />

com o perto ou o início com o fim. A profusão do <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong>scritivo em<br />

relação a aspectos tão diversos que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a geografia física e<br />

humana à arquitectura, indumentária e hábitos alimentares, tornam -<br />

no um profundo conhecedor da região, que adquire sob a sua pena<br />

feições <strong>de</strong> franca simpatia e apreço.<br />

De igual modo, a tipificação empobrecedora a que normalmente as<br />

personagens indianas são submetidas, no domínio da chamada litera<br />

tura do British Raj, é aqui superada. Todas elas, quer sejam muçulma<br />

nas ou hindus, são objecto <strong>de</strong> cuidada <strong>de</strong>scrição, on<strong>de</strong> não faltam<br />

registos <strong>de</strong>notadores das suas qualida<strong>de</strong>s.<br />

E é neste cenário eclético que permite a coexistência <strong>de</strong> diferentes<br />

raças e tendências religiosas que surgem os portugueses ao serviço da<br />

evangelização: D. Francisco e sua irmã, D. Maria, pertencentes à or<strong>de</strong>m<br />

dos Franciscanos e D. Diego da Fonseca, jesuíta.<br />

A missão, sediada em Moodgul, atravessa um período florescente.<br />

Todavia, a nível interno, há sérios problemas que opõem D. Diego,<br />

responsável pela missão, a D. Francisco e sua irmã. O padre jesuíta<br />

apaixona-sc por D. Maria e, no intuito <strong>de</strong> se livrar da presença incómoda<br />

do seu colega, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> escrever uma carta para o Santo Oficio em Goa,<br />

acusando-o <strong>de</strong> práticas heréticas. Perante a convocatória do Arcebispo<br />

<strong>de</strong> Goa e a eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar sua irmã sozinha , D. Francisco<br />

acorre, como última instância, a casa <strong>de</strong> Nawab (um chefe local) <strong>de</strong><br />

quem era amigo.<br />

Em virtu<strong>de</strong> da conturbada situação política do reino <strong>de</strong> Bcejapor,<br />

<strong>de</strong>vido a um grupo <strong>de</strong> revoltosos que se uniram ao rei <strong>de</strong> Ahmednugger<br />

para <strong>de</strong>porem o jovem rei Ibrahim Adil Shah II, o Nawab sugere-lhes que<br />

fiquem <strong>de</strong> imediato <strong>de</strong>tidos em sua casa como se fossem prisioneiros<br />

políticos, uma vez que há rumores <strong>de</strong> que um grupo <strong>de</strong> portugueses<br />

apoia o partido dos insurrectos. Eis a forma hábil que o Nawab<br />

e sua irmã dos<br />

encontrou para livrar D. Francisco do fogo inquisitorial<br />

caprichos c mau carácter <strong>de</strong> D. Diego.<br />

A contenda que opõe D. Francisco e sua irmã a D. Diego, muito<br />

colateral, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> constituir motivo <strong>de</strong><br />

embora seja um episódio<br />

interesse e curiosida<strong>de</strong>. Os adjectivos enaltecedores em relação aos<br />

primeiros contrastam com o tom e amargo contun<strong>de</strong>nte dos atributos<br />

que usa para caracterizar o segundo:<br />

103

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!