18.04.2013 Views

Revista de Estudos Anglo-Portugueses - Numero 3 - RUN UNL ...

Revista de Estudos Anglo-Portugueses - Numero 3 - RUN UNL ...

Revista de Estudos Anglo-Portugueses - Numero 3 - RUN UNL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Verão lisboeta. (41) Contudo, embora lhe seja<br />

reconhecida beleza,<br />

especialmente na Primavera, fica bem clara a opinião <strong>de</strong> que<br />

Portugal apresenta aos olhos estrangeiros paisagens<br />

do que Sintra:<br />

o Norte <strong>de</strong><br />

mais admiráveis<br />

"To compare Cintra with the generality of landscapes in<br />

Minho, or with the banks of the Zêzere, or with Monchique,<br />

would be about as reasonable as to set up Richmond Hill as<br />

a rival to Skiddaw or to Snowdon. However, there is no doubt<br />

that the place, more especially in Spring, is excessively pretty<br />

[...)•• (p. 67)<br />

Idêntico juízo faz Oldknow no seu relato:<br />

"<br />

(...) I must confess, the scenery of Cintra somewhat<br />

disappointed me. This perhaps arose from the extravagant<br />

i<strong>de</strong>as I had conceived of it at a very early age, which, it may<br />

be, no scenery would have been able fully to satisfy: and<br />

again, from my having beheld views and objects during my<br />

present tour, with which what I gazed on here, beautiful as it<br />

was, would yet not stand a comparison." (pp. 145-146)<br />

Estas palavras têm um importante significado: por um lado, elas<br />

remetem para a imagem i<strong>de</strong>alizada <strong>de</strong> Sintra que a literatura romântica<br />

difundira em Inglaterra e, por outro, alargam o horizonte <strong>de</strong> expectativa<br />

do viajante, dando-lhe a saber que Portugal possui outros lugares<br />

igualmente belos que <strong>de</strong>verão ser procurados, embora não tenham<br />

ainda sido consagrados pelos escritores.<br />

É esse, exactamente, o caso da Beira e <strong>de</strong> Entre-Douro-e-Minho que<br />

ocupam, respectivamente, as secções V e VI <strong>de</strong>ste manual, e, em muito<br />

menor escala, <strong>de</strong> Trás-os-Montes (secção VII), a menos visitada e a mais<br />

inóspita das províncias portuguesas. Quanto a esta última, o panorama<br />

geral que é apresentado ao hipotético viajante não é muito animador:<br />

acessos difíceis, clima <strong>de</strong>sagradável, vendas miseráveis, cida<strong>de</strong>s peque<br />

nas e pobres, vilas <strong>de</strong>ploráveis e sujas, embora pu<strong>de</strong>ssem parecer<br />

bonitas à distância, agricultura incipiente e alfaias agrícolas totalmente<br />

ultrapassadas, habitantes honestos e <strong>de</strong> confiança<br />

mas taciturnos,<br />

ru<strong>de</strong>s e semi-bárbaros como as terras infestadas por lobos que os<br />

circundam, hábitos retrógrados<br />

— "manners<br />

are at present more<br />

unchanged, than in any other part of Europe" (p. 159) —<br />

, poucas<br />

antiguida<strong>de</strong>s e escassos produtos regionais (mel, batatas, melões e<br />

queijo), dos quais se <strong>de</strong>stacam, no entanto, os bons e variados vinhos<br />

tintos e brancos.<br />

Dado o gosto dos ingleses pelo vinho do Porto e o importante lugar<br />

que os negócios com ele relacionados têm ocupado nas relações<br />

comerciais entre Portugal e a Inglaterra, era praticamente obrigatório<br />

(41) Joseph Oldknow também faz referência a estas mansões e quintas, salientando<br />

o cuidado que os seus proprietários colocam no arranjo dos Jardins: A Month ln Portugal<br />

p. 148.<br />

50

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!