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ANA LUCIA - UCDB

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facilitam uma função psicológica superior existente, deixando-a qualitativamente inalterada,<br />

mas, ao contrário, os signos são capazes de transformar o funcionamento mental. Para o autor<br />

“o desenvolvimento das funções mentais superiores não é visto como algo linear, que sofre<br />

incrementos quantitativos, mas como processo que sofre transformações qualitativamente<br />

associadas às mudanças nos signos” (LACERDA, 1996, p. 65)<br />

Assim, as formas de mediação permitem ao ser humano realizar operações mais<br />

complexas sobre os objetos. Vygotsky (1993) vê o signo como um instrumento originalmente<br />

usado com fins sociais, um instrumento para influir sobre os demais, e que só mais tarde se<br />

converte em instrumento para influir sobre si mesmo. Com base nesses pressupostos desse<br />

contexto, Vygotsky (idem) aponta a linguagem como a ferramenta psicológica mais<br />

importante do desenvolvimento psicológico; a mesma tem como função principal a<br />

comunicação social e o contato entre os sujeitos, tanto adultos como crianças, enfim, a<br />

influência entre indivíduos que estão em uma mesma esfera social. Sendo assim, entende-se<br />

que os instrumentos de mediação se formam de acordo com as demandas da comunicação.<br />

No entanto, as afirmações de Vygotsky sobre a mediação semiótica passaram por<br />

várias transformações. As formulações iniciais remetem às categorias do ato instrumental,<br />

estímulo auxiliar, parcialmente emprestados da reflexologia da época.<br />

A noção de signo-instrumento apoia os estudos de “dupla estimulação”, em<br />

que o sujeito é exposto ao estímulo-tarefa e a um recurso semiótico auxiliar<br />

(daí o caráter “duplo” da estimulação). Depois, a alusão às categorias de<br />

estímulo e resposta vai sendo abandonada, em decorrência de mudanças na<br />

noção de mediação. O caráter mediador deixa de ser interpretado em termos<br />

da participação de um “estímulo a mais” (ainda que fundamental) (GÓES,<br />

1994, p. 94).<br />

Vygotsky, em Pensamento e Palavra, avança no sentido de perceber que, além da<br />

instrumentalidade, a palavra é sentido/significação, anunciando aspectos que hoje se<br />

configuram como discursividade. Enfatiza, também, o estudo da formação dos significados<br />

das palavras, considerando-a como um “microcosmo”. De acordo com a citação acima, o que<br />

se observa é o fato de a linguagem passar de uma instância de significação a outra na relação<br />

dos sujeitos com outras culturas. A noção de instrumento “cognitivo ou comunicativo” evolui<br />

e o autor busca explicar a formação da consciência através do papel que a palavra exerce<br />

sobre ela.<br />

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