Escolápios Brasil - Colégio Ibituruna

PÁG.02 OUTUBRO 2010
Boletim Escolápios Brasil
Editorial
“…Para que ficassem com Ele e para enviá-los a pregar”
Intitulo esta carta com a segunda
parte da citação Evangélica contida
em nossas Constituições (C15):
“Chamou os que Ele quis para que
ficassem com Ele e para enviá-los a
pregar” (Mc 3, 13-14).
Efetivamente, o Evangelho
de Marcos se expressa com clareza
que este chamado é iniciativa de Jesus,
e se indica com nitidez o sentido
do mesmo: estar com Jesus e ser enviados
em missão.
Quero escrever esta reflexão
precisamente sobre isso: sobre
o sentido do chamado. A que somos
chamados, os escolápios, neste momento
histórico de nossa Ordem?
Qual é a orientação que devemos dar
Artigo
Assistência Social
Direito de todos e dever do Estado.
Assistência Social é legalmente
definida como Política Pública
não contributiva Regida pela
Constituição Federal de 1988, e pela
Lei 8.742 de 7 de Dezembro de 1993,
Lei Orgânica da Assistência Social
LOAS, que considera:
Art. 1º A assistência social,
direito do cidadão e dever do Estado,
é Política de Seguridade Social não
contributiva, que provê os mínimos
sociais, realizada através de um conjunto
integrado de ações de iniciativa
pública e da sociedade, para garantir
o atendimento às necessidades básicas.
A assistência social objetiva:
“a proteção à família, à maternidade,
à infância, à adolescência e à velhice;
o amparo às crianças e aos adolescentes
carentes; a promoção da integração
ao mercado de trabalho; a
habilitação e reabilitação das pessoas
portadoras de deficiência e a promoção
de sua integração à vida comunitária,
a garantia de 1 (um) salário
mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso
que comprovem não possuir meios de
prover a própria manutenção ou de
tê-la provida por sua família”.
A desigualdade social, fruto
da má distribuição de renda, gera
desemprego, desestruturação familiar
que leva à violência, o uso de drogas
ilícitas e do álcool, culminado em ex-
Expediente
O Boletim Escolápios-Brasil é uma publicação
interna mensal da Ordem Religiosa das
Escolas Pias - Vice Província do Brasil.
a nossa resposta?
Que sentido de fundo, profundo,
tem todo chamado vocacional,
e em nosso caso, o chamado a vocação
escolápia? Gostaria de responder,
de modo simples, levando em conta
as pistas que nos oferece o Evangelho
e os desafios fundamentais que tem
nossa Ordem.
Somos chamados a “estar
com Ele”, somos enviados a “pregar”,
mas chamados a fazer estas duas coisas
ao mesmo tempo. Pensemos um
pouco sobre isso.
Creio que nas Escolas Pias
temos que abordar de modo mais
profundo sobre o equilíbrio entre a
dedicação à missão, por uma parte, e
clusão e muitas vezes com danos irreparáveis.
Fortalecer a vida familiar
é possibilitá-la nesse contexto de vulnerabilidade
que a desagrega; dando
sustentabilidade material e de serviços
para que ofereçam proteção aos
seus membros, cumprindo funções
que a família, em decorrência das
contingências sociais, econômicas,
políticas e culturais, vem apresentando
dificuldade para exercê-la.
Por décadas, a assistência
social carregou a marca do assistencialismo,
da benesse, reproduzindo
a pobreza e a desigualdade, a considerar
as medidas utilizadas como
referência, per capita, pobreza ½ salário
mínimo, R$255, 00 e indigência
¼ de salário mínimo R$127,50 hoje.
O Brasil apresenta um dos maiores
índices de desigualdade do mundo,
segundo dados do Instituto de Pesquisas
Aplicadas – IPEA, quaisquer
que sejam as medidas utilizadas. “A
Assistência Social como política de
proteção social configura-se como
uma nova situação para o Brasil.
Ela significa garantir a todos
que dela necessitam, a provisão
dessa proteção”.
O Ministério
do Desenvolvimento
Social e Combate à
Fome - MDS, através
da Secretaria
Nacional de As-
Vice-Provincial: Pe. Fernando Aguinaga
CONSELHO EDITORIAL
Pe. Arilson de Oliveira
Max Melquiades
Natalí Casadei
Pe. Carlos Aguerrea
Revisão: Maria de Fátima M. S. Passos
a vida comunitária, espiritual e de formação
de cada um de nós, por outra.
Conversando com um jovem
que logo fará sua profissão solene,
disse-me que tinha muitas perguntas e
muitos desafios, mas que queria professar.
Eu lhe disse que me alegrava
muito das duas coisas, de que estivesse
seguro de sua vocação e de que
tivesse perguntas sobre sua vocação.
Disse-lhe que, ao fazer a profissão
solene, também faria um compromisso
solene de seguir buscando. Creio
que essa é a nossa vida, e assim será
sempre.
Penso no escolápio anônimo
que se encontra cansado da missão
e em ocasiões pergunta-se onde tem
sistência social – SNAS e do Conselho
Nacional de Assistência Social
– CNAS decidiram elaborar e tornar
pública a Política Nacional de Assistência
Social - PNAS/2004, após a IV
Conferência Nacional de Assistência
Social de 2003, ressaltadas aqui as
inúmeras contribuições recebidas
dos Conselhos de Assistência Social,
Núcleos de Estudos, professores e
estudantes de Serviço Social, pesquisadores,
estudiosos da
área e outros.
O anseio
na efetivação
da
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entregado sua energia sem um resultado
objetivo que o explique, mas que
no dia seguinte se levanta e renova
sua consagração na oração ou na
Eucaristia. Penso que esse escolápio
tem entendido o Evangelho Daquele
que esteve curando os enfermos até o
anoitecer, mas que de manhã, quando
ainda estava escuro, estava na presença
de Deus, seu Pai, renovando
sua disponibilidade (Mc 1, 34-35).
Desejo-lhes plenitude, irmãos.
Pedro Aguado | Padre Geral
(Texto retirado da Carta publicada na
Revista Ephemerides Calasanctianae,
setembro-outubro 2010)
PNAS/2004 deixa claro a necessidade
de consolidar o compromisso do
Estado, com o objetivo de efetivar a
Assistência Social como direito de
cidadania e romper com a falsa ideia
de assistencialismo, de clientelismo e
assim redesenhar o mapa da cidadania
no Brasil.
Heloísa Sônia de Avelar
Assistente Social do Colégio São Miguel Arcanjo